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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CLEITON BIRCK
ESTUDO DO CONTROLE DE VAZÃO DE BOMBAS DE ÁGUA PARA
REDUÇÃO DE CUSTO DE PROCESSO INDUSTRIAL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PATO BRANCO
2015
2
CLEITON BIRCK
ESTUDO DO CONTROLE DE VAZÃO DE BOMBAS DE ÁGUA PARA
REDUÇÃO DE CUSTOS DE PROCESSO INDUSTRIAL
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2, do Curso de Engenharia Elétrica do Departamento Acadêmico de Elétrica – DAELE – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Câmpus Pato Branco, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro.
Orientador: Prof. Everton Luiz de Aguiar
Coorientador: Prof. Daniel Prado de Campos
PATO BRANCO
2015
TERMO DE APROVAÇÃO
O trabalho de Conclusão de Curso intitulado ESTUDO DO CONTROLE DE
VAZÃO DE BOMBAS DE ÁGUA PARA REDUÇÃO DE CUSTO DE PROCESSO
INDUSTRIAL, do aluno CLEITON BIRCK foi considerado APROVADO de acordo
com a ata da banca examinadora N° 87 de 2015.
Fizeram parte da banca os professores:
Prof. Everton Luiz de Aguiar
Prof. Daniel Prado de Campos
Prof. Me. César Augusto Portolann
A Ata de Defesa assinada encontra-se na Coordenação do Curso de
Engenharia Elétrica
3
DEDICATÓRIA
A minha querida mãe, Soely, meu pai, Ademar, e meus irmãos
Cristiane e Renan.
4
AGRADECIMENTOS
A minha namorada, pela paciência e compreensão.
Ao professor orientador M.e Everton L. de Aguiar, por aceitar a orientação e
contribuir com a minha formação.
Ao professor Dr. Cesar R. C. Torrico, por dispor do seu tempo para contribuir
com este trabalho.
5
RESUMO
BIRCK, Cleiton. Estudo do Controle de Vazão de Bombas de Água para Redução de Custos de Processo Industrial. 2015. 95 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2015.
Este trabalho apresenta um estudo do controle de vazão de um sistema de bombeamento de água existente em um frigorífico de aves localizado na região sudoeste do Paraná. O projeto utiliza um inversor de frequência no acionamento da máquina de fluxo, explorando a estratégia de controle de vazão por variação de velocidade do motor de indução trifásico (MIT), assim almejar redução nos custos de processo industrial. Este sistema de bombeamento é composto por duas máquinas de fluxo operando em paralelo responsável por abastecer os processos de higienização e escaldagem do frigorífico. O trabalho utiliza da ferramenta para simulação Simulink com objetivo de conhecer as características operacionais do sistema de bombeamento e as necessidades de arranjo do projeto elétrico o qual é discutido e formalizado neste trabalho. Para intermédio de analise dos ganhos obtidos pela técnica de variação de velocidade são realizadas comparações experimentais entre as condições de operação inicial com velocidade fixa e posteriormente a instalação do inversor de frequência com velocidade variável. Diante disso, pretende-se empregar métodos matemáticos como VPL (Valor Presente Líquido) e o método TIR (Taxa Interna de Retorno) com propósito de verificar a viabilidade de implantação do sistema de controle por variação de velocidade.
Palavras-chave: Inversor de frequência. Máquina de Fluxo. Controle de vazão.
6
ABSTRACT
BIRCK, Cleiton. Study Water Pump Flow Control for Industrial Process Cost Reduction. 2015. 95 f. Project Course Conclusion - Course of Electrical Engineering, Technological Federal University of Paraná. Pato Branco, 2015.
This work presents a flow control study of a water pumping system in a poultry slaughtering unit located on Paraná southwestern. The project uses a frequency inverter for a centrifugal pump drive, using the flow control strategy for varying the speed of an induction motor, looking for industrial process costs reduction. The pumping system is formed by two centrifugal pumps operating in parallel, being one responsible for supplying the water consumption of the refrigerator cleaning process and another for scalding the birds. The study uses the Simulink simulation tool to know the operational characteristics of the pumping system and configuration requirements of the electrical design, which is discussed and formalized in this work. In order to analyze obtained gain by speed variation technique, experimental comparisons are performed between initial operation conditions with constant speed and then with the frequency inverter system with variable speed. From this, it is intended to apply mathematical methods such as NPV (Net Present Value) method and the IRR (Internal Rate of Return) in order to evaluate the variable speed control system implementation feasibility.
Keywords: Variable frequency drivers. Centrifugal pump. Control flow.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Máquinas de fluxo do sistema de higienização atual ............................ 16
Figura 2: Esquema simplificado de um inversor de frequência ............................ 17
Figura 3: Comportamento de um controle escalar de velocidade ........................ 18
Figura 4: Controle de vazão by-pass .................................................................... 22
Figura 5: Comparação das principais estratégias de controle de vazão .............. 23
Figura 6: Curva típica de perda de carga H em relação à vazão Q ...................... 24
Figura 7: Curva típica de um sistema de recalque ............................................... 24
Figura 8: Curvas de operação de bombas com mudança de rotação .................. 26
Figura 9: Ilustração de um trocador de calor convencional .................................. 27
Figura 10: Diagrama de blocos de um controle de vazão em malha aberta ........ 29
Figura11: Diagrama de blocos de um controle de vazão em malha fechada ....... 30
Figura12: Curva de desempenho do conjunto motobomba .................................. 31
Figura13: Curva normalizada das bombas do sistema ........................................ 35
Figura14: Curva característica do sistema ........................................................... 38
Figura15: Modificação da curva Altura (H)–Vazão (Q) pela variação da rotação . 38
Figura16: Dinâmica de vazão do sistema de higienização ................................... 40
Figura17: Dinâmica de potência elétrica demandada pelo sistema ..................... 42
Figura18: Diagrama unifilar de força das máquinas de fluxo ............................... 45
Figura19: Inversor de frequência Micromaster 430 .............................................. 46
Figura 20: Controlador Lógico Programável (CLP) .............................................. 47
Figura 21: Transmissor de pressão NP620 .......................................................... 48
Figura 22: Diagrama unifilar dos equipamentos de instalação de projeto ............ 52
Figura 23: Painel IHM do sistema de bombeamento ............................................ 53
Figura 24: Diagrama de blocos do sistema de controle de pressão ..................... 55
Figura 25: Resposta de um processo a uma excitação em degrau unitário ......... 56
Figura 26: Curva de resposta ao degrau unitário ................................................. 56
Figura 27: Diagrama de blocos do circuito em malha aberta do sistema de
bombeamento ...................................................................................................... 59
Figura 28: Diagrama de blocos do circuito em malha fechada do sistema de
bombeamento ...................................................................................................... 60
Figura 29: Dinâmica da vazão do sistema em malha aberta ................................ 65
8
Figura 30: Dinâmica de pressão do sistema em malha aberta ............................. 66
Figura 31: Dinâmica de vazão do sistema em malha fechada ............................. 67
Figura 32: Dinâmica de pressão do sistema em malha fechada .......................... 68
Figura 33: Dinâmica da variação de velocidade da máquina de fluxo 1 ............... 69
Figura 34: Dinâmica da variação de torque da máquina de fluxo 1 ...................... 70
Figura 35: Dinâmica de potência da máquina de fluxo 1. ..................................... 71
Figura 36: Relação entre VPL e TMA ................................................................... 76
Figura 37: Relação de potência elétrica ............................................................... 79
Figura 38: Relação de consumo de energia elétrica ............................................ 80
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados de placa do MIT que será acionado através do inversor de
frequência.................................................................................................................. 21
Tabela 2: Dados extraídos da curva de desempenho fornecida pelo fabricante. ...... 32
Tabela 3: Coeficientes polinomiais da equação (2.1). ............................................... 34
Tabela 4: Equações nos sistemas de bombeamento. ............................................... 36
Tabela 5: Coeficientes de perdas de carga de acessórios. ....................................... 37
Tabela 6: Relação entre as médias de consumo e vazão. ........................................ 44
Tabela 7: Parametrização do inversor de frequência Micromaster-430. ................... 54
Tabela 8: Regra de sintonia de Ziegler-Nichols......................................................... 57
Tabela 9: Regra de sintonia de Ziegler-Nichols......................................................... 57
Tabela 10: Parâmetros de configuração do bloco Three-phase Asynchronous
Machine (Motor de indução trifásico) ........................................................................ 60
Tabela 11: Parâmetros de configuração do bloco Centrifugal pump (bomba
centrífuga). ................................................................................................................ 61
Tabela 12: Parâmetros de configuração do bloco Space Vector PWM VSI Induction
Motor Drive. ............................................................................................................... 63
Tabela 13: Análise de viabilidade econômica de projeto. .......................................... 77
Tabela 14: Valores calculados da análise econômica. .............................................. 78
10
LISTA DE SIGLAS
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
CMM Custo Mensal de Manutenção
CSI Current Source Inverter (Inversores de Fonte de Corrente)
H Altura Manométrica
H* Altura Manométrica Adimensionalizada
IBC Índice de Custo Benefício
MIT Motor de Indução Trifásico
NBR Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT)
PID Controlador Proporcional Integral e Derivativo
PLC Programmable logic controller (Controlador Lógico
Programável)
PWM Pulse Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso)
Q Vazão
Q* Vazão Adimensionalizada
QGBT Quadro Geral de Baixa Tensão
RBC Relação Benefício Custo
RM Retorno Mensal
ROIA Retorno Sobre o investimento
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de Atratividade
VEE Valor mensal em reais da Economia média de Energia
VP Valor Presente
VPL Valor Presente Líquido
VPLA Valor Presente Líquido Anualizado
VSI Voltage Source Inverter (Inversores de Fonte de Tensão)
11
LISTA SÍMBOLOS
η Velocidade angular
Q Vazão
∅ Diâmetro do rotor
Velocidade periférica na saída do rotor
Aceleração da gravidade
Raio do rotor na saída
β2 Ângulo da pá da bomba
Largura da pá da bomba
Altura estática de elevação
Perda de carga dinâmica pela velocidade na tubulação
Altura estática de aspiração
Altura estática de recalque
Perda de carga na tubulação de aspiração
Perda de carga dos acessórios
Velocidade periférica na saída do rotor
Comprimento de canalização retilínea
Diâmetro da tubulação
Área de secção da tubulação
Fator de atrito da tubulação função da rugosidade e número
de Reynolds
Massa específica do material
Resistência elétrica do condutor
Tempo de retardo da curva de resposta ao degrau unitário
Constante de tempo da curva de resposta ao degrau
unitário
Ganho proporcional
Constante de tempo derivativo
Constante de tempo integral
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS GERAIS ...................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 16
1.3 EMPRESA PARCEIRA .................................................................................. 165
1.4 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA .............................................................. 166
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 17
2.1 INVERSOR DE FREQUÊNCIA ....................................................................... 17
2.2 MÁQUINA DE FLUXO ..................................................................................... 19
2.3 TROCADORES DE CALOR ............................................................................ 27
2.4 SISTEMAS DE CONTROLE............................................................................ 28
3. MODELO DA PLANTA ....................................................................................... 31
4. ABORDAGEM PROPOSTA ............................................................................... 40
4.1 PROCEDIMENTOS INICIAIS .......................................................................... 40
4.2 PROJETO ELÉTRICO ..................................................................................... 44
4.2.1 Equipamentos de Instalação ................................................................. 46
4.2.2 Alimentação do QGBT ........................................................................... 48
4.2.3 Ramal Alimentador ................................................................................ 49
4.3 PAINEL DE CONTROLE ................................................................................. 51
4.3.1 Parametrização do controlador .............................................................. 55
5. RESULTADOS E DISCUSSÒES ....................................................................... 58
5.1 SIMULAÇOES ................................................................................................. 58
5.1.1 Simulação do Sistema Hidráulico em Malha Aberta .............................. 64
5.1.2 Simulação do Sistema Hidráulico em Malha Fechada ........................... 66
5.2 ANÁLISES DE VIABILIDADE ECONÔMICA ................................................... 71
5.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS .................................................................. 79
6. CONCLUSÕES .................................................................................................. 81
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 83
13
1. INTRODUÇÃO
A crescente expansão e a necessidade de redução de custos nos processos
industriais implicam na racionalização do uso da energia elétrica.
Até a década de 60, a regulação de velocidade era aplicada basicamente em
motores de corrente contínua (CC). Os motores CC eram utilizados em larga escala
nas aplicações que necessitassem de velocidade variável. Mesmo nos dias atuais, a
regulação de velocidade com motores CC continua sendo a melhor estratégia de
acionamento para algumas aplicações, embora com custo elevado, já que são mais
onerosas e exigem maior manutenção em relação às máquinas CA (corrente
alternada) (FITZGERALD, KINGSLEY, & UMANS, 2003). Nas duas últimas décadas,
porém, percebe-se um aumento significativo na utilização de acionamentos
industriais com regulação de velocidade através de máquinas CA. A regulação de
velocidade das máquinas CA tornou-se popular graças aos avanços da tecnologia
na área de eletrônica de potência (OLIVEIRA, MORAIS, & PIRES, 2012).
Dentre as máquinas elétricas girantes aplicadas na indústria, a máquina de
indução trifásica (MIT) é a mais utilizada. A máquina de indução trifásica representa
a grande maioria da força motriz utilizada na indústria, já que, a maioria dos
sistemas atuais de distribuição de energia elétrica é de corrente alternada
(FRANCHI, 2011). Na indústria, os MIT são utilizados para as mais variáveis
aplicações, tais como:
Ferramentas de corte;
Talhas;
Ventiladores;
Compressores;
Bombas.
Em Gomes (2010) cita-se que, o acionamento de compressores e bombas
com velocidade variável pode melhorar a eficiência no processo de conversão de
energia. Segundo Bose (2002), a economia de energia elétrica pode alcançar 20%
com o auxílio da eletrônica de potência. Ainda, a aplicação dessa tecnologia
possibilita uma redução de até 30% no consumo geral de energia, quando utilizada
14
para acionamento de compressores de condicionamento de ar. O ganho é tanto que
no Japão aproximadamente 70% das residências que possuem esses equipamentos
de climatização, utilizam do acionamento com velocidade variável a fim de reduzir o
consumo de energia elétrica (KARAVASILIS, 2008).
1.1 OBJETIVOS GERAIS
Este trabalho tem como foco principal implementar uma estratégia de
regulação de velocidade através do acionamento de máquina de fluxo utilizando
inversor de frequência, assim readequar o sistema de bombeamento da empresa
parceira utilizando de mecanismos que racionalizem a utilização dos recursos
energéticos, principalmente energia elétrica e água. A importância deste trabalho é
potencializada diante da situação preocupante em que se encontra o cenário
energético nacional. Já que, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC (Banco
Central), no mês de setembro de 2014 elevou a previsão de reajuste da energia em
2014 para 16,8% (COPOM, 2014). Um dos principais causadores deste aumento é
devido à escassez de chuva nas regiões que possuem geração através de usinas
hidrelétricas
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Dessa forma, este trabalho tem por objetivos aperfeiçoar o desempenho dos
equipamentos das indústrias e reduzir o custo no processo industrial.
Para consolidar os conceitos que serão abordados no projeto, será realizado
simulações e obtido resultados experimentais do sistema de bombeamento de água,
antes e após a implementação do controle de pressão através da técnica de
regulação de velocidade da MIT, com o objetivo de identificar as características
funcionais do processo de abastecimento de água do frigorífico.
15
Faz parte deste trabalho, realizar um estudo de viabilidade técnica e
econômica, que busca aperfeiçoar o acionamento de um conjunto de duas máquinas
de fluxo instaladas em uma unidade frigorífica de aves.
Após a análise de viabilidade técnica, o trabalho aborda a análise de
viabilidade econômica, através do método do Valor Presente Líquido (VPL), que é
um indicador que avalia a viabilidade econômica do projeto ao longo de sua vida útil,
também o método da Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Índice de Benefício Custo
IBC que representa a relação entre o valor atual do retorno esperado e o valor dos
custos esperados respectivamente. Assim realizar uma analise do projeto de
investimento.
1.3 EMPRESA PARCEIRA
Este trabalho foi realizado em parceria firmada entre a UTFPR e uma grande
empresa do setor alimentício, situada no sudoeste do Paraná. Embora o corpo de
trabalho da empresa tenha contribuído na íntegra durante o desenvolvimento desse
trabalho, porém optaram por guardar sigilo de sua identidade, assim no corpo do
trabalho será referenciada como “Empresa Parceira”. A empresa parceira está entre
as 10 maiores empresas nacionais em valor de mercado no setor de abate de aves.
Apresenta elevada contribuição na exportação de alimentos no Brasil, e suas
marcas já estão presentes em 110 países.
A unidade da Empresa Parceira onde os estudos foram desenvolvidos
encontra-se na região sudoeste do Paraná. Nessa unidade atua um frigorífico de
grande porte, com capacidade de abater e processar 700 mil aves/dia.
O frigorífico possui máquinas e equipamentos dos mais variáveis portes e
modelos. Dispõe de uma estrutura bem elaborada e em constante aperfeiçoamento.
A boa política de crescimento da empresa é evidenciada através da flexibilidade de
trabalho que foi demonstrada através dessa parceria, bem como o suporte
adequado para a elaboração do trabalho aqui desenvolvido.
16
1.4 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
Em quaisquer setores da economia que uma empresa atue tornou-se
fundamental utilizar dos avanços tecnológicos a fim de reduzir os custos do
processo industrial. Dessa maneira, é possível tornar a empresa mais competitiva e
mais rentável.
Diante desse quadro, a empresa parceira autorizou a realização de um
trabalho de eficiência energética dentro de uma de suas unidades. Basicamente o
trabalho foi iniciado com um levantamento das condições atuais da estrutura da
unidade, identificando possíveis pontos de aplicação da tecnologia de conversor de
frequência no acionamento de MIT. Com o auxílio do corpo técnico da empresa
parceira, juntamente com um dos especialistas em qualidade de processos na
unidade, foi decidido elaborar um projeto de acionamento de máquinas de fluxo
responsáveis por bombear água para a parte interna do frigorífico. Tal sistema de
abastecimento de água tem grande contribuição no processo, já que o sistema em
questão tem capacidade de atender a uma demanda de aproximadamente 340m³/h
de água.
O sistema de abastecimento é constituído por duas bombas centrífugas do
fabricante IMBIL, modelo INI80200, com potência nominal do conjunto motobomba
de 150CV, instaladas em paralelo, Conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1: Máquinas de fluxo do sistema de higienização atual. Fonte: Autoria própria.
17
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Aqui são abordados alguns dos equipamentos e topologias de
implementação utilizada no projeto juntamente com suas respectivas contribuições
teóricas, de forma a tratar do estado da arte sobre os assuntos abordados no
desenvolvimento do trabalho.
2.1 INVERSOR DE FREQUÊNCIA
A regulação de velocidade dos MIT para alcançar melhor eficiência no
acionamento depende da estratégia de controle de um conversor CA-CC-CA
(FRANCHI, 2011). O conversor CA-CC-CA, é o elemento que encontra-se entre a
rede elétrica de entrada, que possui tensão e frequência fixa, e o motor que aciona o
equipamento. Basicamente a conversão consiste de três estágios: um retificador de
entrada para converter a corrente alterna (CA) em corrente contínua (CC), um
barramento CC para armazenar e filtrar o nível de tensão de corrente contínua, e um
inversor na saída para converter a forma de onda contínua em alternada novamente.
O diagrama básico de um inversor é mostrado na Figura 2. Na saída, porém, os
níveis de tensão e frequência são ajustáveis (GRIPP, 2005).
Figura 2: Esquema simplificado de um inversor de frequência. Fonte: (SOCIESC, 2015)
18
Na grande maioria das aplicações com inversores de frequência, o controle
de partida do motor e a variação de velocidade rotórica são suficientes. Os sistemas
de controle de velocidade de menor complexidade que utilizam apenas o método de
manter constante a relação tensão/frequência é o controle escalar. Porém, algumas
limitações são observadas no controle escalar. Em situações que exija rápida
resposta de aceleração, controle em malha fechada e variação de velocidade em
função da variação da carga, o acionamento com controle escalar não é indicado
(CAMARGO, 2011). Já que, o inversor com controle escalar tem uma relação de
tensão/frequência pré-definidos para quaisquer variações de velocidade, dessa
maneira caracteriza um desempenho praticamente linear, conforme a Figura 3.
Figura 3: Comportamento de um controle escalar de velocidade Fonte: Adaptado (AZEVEDO & MENDES, 2008)
A tecnologia do inversor com controle vetorial, por outro lado, é uma solução
mais abrangente para o controle de velocidade e torque de MIT. Resposta dinâmica
rápida, precisão de velocidade e possibilidade de torque elevado para mínimas
rotações, são algumas das características desta estratégia (OLIVEIRA, MORAIS, &
PIRES, 2012). Tais características do controle vetorial deixam essa tecnologia muito
mais atraente em algumas aplicações. Dessa forma, o controle vetorial apresenta-se
mais preciso para uma ampla variação de velocidade, e de cargas no eixo
(QUEIROZ, 2008).
19
Os inversores disponíveis no mercado atendem as diversas necessidades
de projeto. A conversão é feita basicamente de duas topologias, são elas, VSI
(Voltage Source Inverter) e CSI (Current Source Inverter).
Na topologia VSI, a carga do motor é quem determina a corrente fornecida
pelo inversor. Nessa estratégia, a amplitude e a frequência geralmente são
controladas por modulação por largura de pulso (PWM) (GRIPP, 2005). A
modulação PWM consiste de pulsos de amplitude fixa e largura proporcional à
tensão do sinal no instante da amostragem. Os pulsos do PWM são filtrados através
de um filtro passivo (geralmente indutivo). Porém, o filtro não é ideal, e dessa
maneira surgem harmônicos (GRIPP, 2005). Desta forma, essa tecnologia não
consegue filtrar todos os termos da série de Fourier da forma de onda pulsante
(MUNIZ, 2002).
Já na topologia CSI, a carga do motor é quem determina a tensão fornecida
pelo inversor. Para os acionamentos com CSI, de forma análoga ao acionamento
VSI, também surgem na entrada do inversor de frequência distorções harmônicas.
Porém, são comumente utilizados retificadores controlados a tiristores, cuja
amplitude pode ser regulada de acordo com o ângulo de disparo dos “Gates” dos
semicondutores (GRIPP, 2005). Estas estruturas ainda são amplamente utilizadas
em aplicações industriais de média tensão e potências maiores que as alcançadas
pelo VSI (30MW), já que, nessas aplicações são necessárias formas de onda de
tensão de alta qualidade (SRINIVAS, PANDA, & MISHRA, 2009).
2.2 MÁQUINAS DE FLUXO
Em aplicações agroindustriais, tais como, complexos frigoríficos,
abatedouros e fábricas de alimento, muitas máquinas elétricas de corrente alternada
são utilizadas para acionar máquinas de fluxo (MÁQUINAS DE FLUXO, 2009).
Ainda, as principais aplicações de máquinas de fluxo acionadas por motores
elétricos CA são: bombas, ventiladores e turbocompressores. Uma bomba ou
máquina de fluxo é um dispositivo que realiza trabalho sobre um fluído ou extrai
trabalho de um fluído. Esse equipamento tem grande aceitação na indústria,
20
principalmente pela presença de características como: densidade de potência alta e
poucas partes móveis (USP, 2014).
As máquinas de fluxo são encontradas em grandes diversidades e diferentes
tecnologias. São classificadas em duas categorias principais: Bombas estáticas,
também conhecidas como de deslocamento positivo, e bombas centrífugas ou turbo-
bombas (denominadas dinâmicas) (USP, 2014).
A bomba estática ou de deslocamento positivo, na grande maioria, é
direcionada a projetos onde há necessidade de grande pressão e baixo volume de
fluxo. Essa bomba não admite recirculação interna, ou seja, o fluído é deslocado da
entrada para a saída com um volume fixo para cada bomba distinta. O volume do
fluído varia com o volume do órgão de impulsão da bomba (ex: êmbolo, diafragma,
helicoidal) (RODRIGUES, 2013). Essa tecnologia é bem aplicada em fluídos mais
espessos. As bombas de deslocamento positivo são divididas em dois grupos:
bombas rotativas e bombas alternativas.
Nas bombas centrífugas é acoplado um disco (rotor impulsor) no eixo da
máquina. Dessa maneira o fluxo do fluído (para o presente projeto, a água) é
decorrente da ação de forças que surgem através da própria massa da água, em
consequência da rotação do eixo (RODRIGUES, 2013). Basicamente o fluído entra
pelo centro da bomba (olho do impelidor), e através da força centrifuga é expulso
radialmente para fora do impelidor (USP, 2014). Esses equipamentos são bem
empregados em aplicações industriais que envolvam trocadores de calor quando há
necessidade de arrefecer ou aquecer um determinado fluído, ou até mesmo em
complexos ciclos termodinâmicos na geração de energia elétrica.
As máquinas de fluxo abordadas neste trabalho são constituídas por dois
motores de fabricação WEG, sendo que o motor que será acionado através de um
inversor de frequência, segundo o fabricante possui características construtivas
apresentadas na Tabela 1.
21
Tabela 1: Dados de placa do MIT que será acionado através do inversor de frequência. Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S/A.
MOTOR DE INDUÇÃO WEG
Potência 55KW (75CV) Tensão nominal 380/660V
Frequência 60Hz Corrente nominal 100/57,7A
Número de pólos 2 Corrente partida 851/490A
Rotação nominal 3565 rpm Ip/In 8.5
Escorregamento 0,97% Corrente a vazio 26,6/15,3A
Categoria N Fator de Potência 0,89
Fator de Serviço 1.15 Conjugado partida 260%
Proteção IP55 Conjugado máximo 360%
Resistência de dispersão do rotor
0.0752ohm Reatância de dispersão do rotor
0,5460ohm
Resistência de dispersão do estator
0.0503ohm Reatância de dispersão do estator
0,6366ohm
O sistema de higienização da empresa parceira é constituído por
aproximadamente 150 (cento e cinquenta) pontos de consumo distribuídos ao longo
do frigorífico. Além dos pontos de consumo utilizados no processo de higienização, o
sistema de abastecimento apresentado contribui no fornecimento de água quente
para outra parte distinta muito importante do processo, denominada escaldagem,
ilustrada no ANEXO A. Conforme apontam as informações do corpo técnico da
empresa parceira, o processo de escaldagem da unidade consome
aproximadamente 100 m³/h de água regularmente durante o processo de
industrialização das aves.
O sistema atual de bombeamento conta com um controle de vazão através
de uma linha de recirculação (by-pass), como ilustra a Figura 4.
22
Figura 4: Controle de Vazão by-pass. Fonte: (ALÉ, 2010)
Embora seja uma alternativa de baixo custo e relativamente simples,
segundo Alé (2010), o sistema de controle por linha de by-pass é indicado para
sistemas de bombeamento em que a altura manométrica (H) seja
predominantemente composta pela altura estática entre o ponto de sucção e o ponto
mais alto da rede hidráulica. Ou seja, essa configuração diverge do modelo da
planta a ser controlada neste trabalho, aqui H recebe grande contribuição das longas
redes de tubulações que distribuem a água por todo o frigorífico. Já que a maior
perda de carga do sistema de bombeamento em estudo é decorrente dos acessórios
como: curvas, válvulas, reduções e longas tubulações, e não da altura estática entre
a bomba e o ponto mais alto de consumo.
A Figura 5 ilustra uma comparação do percentual de energia consumida
pela bomba e seus respectivos percentuais de redução de vazão das três principais
estratégias de controle de vazão. Assim para o sistema atual, o controle por
recirculação de vazão é considerada pouco eficiente já que sua característica
construtiva acaba por tornar o sistema desperdiçador de energia elétrica.
23
Figura 5: Comparação das principais estratégias de controle de vazão. Fonte: Adaptado (ALÉ, 2010)
A Figura 5 enfatiza um fato de grande relevância para este estudo, a
redução da vazão tem relação não linear com a redução de energia, nota-se que em
termos de desperdício de energia, o pior método de controle de vazão é o controle
por by-pass seguido do controle por estrangulamento de válvula. Dessa maneira a
busca por estratégias de redução de consumo se fortalecem através das técnicas de
velocidade variável.
A técnica de controle por recirculação de vazão (by-pass) atua diretamente
sobre a curva de carga do sistema, pois o sistema de bombeamento é dependente
da relação entre altura manométrica (H) e vazão (Q). A curva característica da
bomba, com unidades de medidas em metros (m) e metros cúbicos por hora (m³/h)
respectivamente, é mostrada na Figura 6 (DUTRA, 2005).
24
Figura 6: Curva típica da perda de carga H em relação à vazão Q. Fonte: Adaptado (DUTRA, 2005)
A Figura 6 relaciona as perdas de carga a ser vencida (H) e vazão (Q)
resultante da energia fornecida ao fluído. Conforme ilustra a Figura 7, a altura
manométrica total H é a carga total que a bomba precisa vencer para obter uma
vazão Q (DUTRA, 2005).
Figura 7: Curva típica de um sistema de recalque. Fonte: Adaptado (DUTRA, 2005)
25
O projeto desenvolvido neste trabalho atua no acionamento das bombas
utilizando inversor de frequência para alterar a curva de carga do sistema. Desta
maneira, segundo Yaskawa (2013) e Ksb (2005), a variação de rotação “n” é
proporcional à variação de vazão “Q”, ou seja,
1n k Q (1.1)
sendo que, 1k é uma constante real.
A altura manométrica tem variação proporcional ao quadrado da rotação, ou
seja,
2
2H k n (1.2)
Sendo 2k também uma constante real.
Ainda, utilizando-se da técnica de controle de velocidade da máquina de
fluxo, explora-se o fato que a potência consumida pela bomba varia com o cubo da
variação de velocidade, ou seja,
3
3eletricaP k n (1.3)
A Figura 8 ilustra as variações de vazão, velocidade e potência.
26
Figura 8: Curvas de operação de bombas com mudança de rotação. Fonte: (ALÉ, 2010)
Diferentemente do controle by-pass, no qual as máquinas de fluxo
continuam consumindo elevadas porções de potência para atender baixas
demandas de fluído, o controle com variação de velocidade apresenta grande
facilidade em alterar o ponto de operação adequando a curva da bomba para a
curva do sistema (ALÉ, 2010). Além disso, o controle com variação de velocidade
permite diminuir o consumo de energia do sistema, eliminando as perdas
decorrentes por controle de registros, bem como, melhorar o processo de partida da
máquina de fluxo.
27
2.3 TROCADORES DE CALOR
O calor é definido como energia em trânsito de um corpo para outro, ou seja,
a adição ou remoção de calor pode acarretar em uma mudança de estado físico do
material, bem como mudança de temperatura (DOSSAT, 2004).
Os trocadores de calor geralmente são construídos de materiais metálicos,
já que, é de interesse um alto coeficiente de condutividade térmica para que a
transferência de calor seja eficiente de um meio para outro. A Figura 9 mostra o
diagrama funcional de um trocador de calor convencional.
Figura 9: Ilustração de um trocador de calor convencional. Fonte: (FERREIRA, 2014)
Os trocadores de calor industriais do tipo casco e tubos possuem grande
aceitação, quando levado em consideração pontos importantes como: configuração
relativamente simples, fácil manutenção e boa relação de transferência de energia.
Basicamente sua estrutura é formada por um feixe de tubos envolvidos por um
casco, sendo que, através do tubo existe um fluxo de fluído e na área determinada
entre o tubo e o casco circula um segundo fluído. Nestes dispositivos não existe
necessariamente contato direto entre as duas substancias. Os componentes
principais são: cabeçote de entrada, cabeçote de retorno, casco e feixe de tubos
(BICCA, 2006).
28
De acordo com a norma de regulamentação TEMA (Tubular Exchanger
Manufacturers Association, 1998) são divididas em três classes de trocadores de
calor casco e tubos, relacionando as necessidades de projeto com as configurações
recomendadas para cada tipo de cabeçote e casco (RUBBO, 2014).
Embora seja de grande importância um sistema de aquecimento com
desempenho elevado, o projeto desenvolvido não contempla alterações no sistema
de aquecimento de água atual da unidade. No entanto, o sistema de aquecimento
atual necessita de reparos para elevar a eficiência na conversão de transmissão de
energia térmica, já que dispõe de uma configuração em que o vapor é adicionado
diretamente na rede de abastecimento de água. Portanto a configuração atual, não
dispõe de nenhum equipamento de troca de calor. Segundo Bicca (2006) através de
trocadores de calor é possível tornar sistemas de aquecimento menos desperdiçador
de energia térmica.
2.4 SISTEMA DE CONTROLE
Segundo Gomes (2010), um sistema de controle é um arranjo de
componentes físicos, conectados ou associados de maneira a nortear, comandar ou
regular a si mesmo ou demais sistemas interligados. O controlador é parametrizado
baseando-se nas características do sistema em malha aberta.
Segundo Ogata (1997) sistemas de controle a malha aberta são aqueles nos
quais o sinal de saída não afeta a ação de controle. Um sistema de controle em
malha aberta não realiza a comparação entre o sinal de saída e um sinal de
referência.
Nos sistemas de controle em malha aberta a cada sinal de referência na
entrada corresponde uma condição de operação fixa. Em geral os sistemas de
controle a malha aberta são utilizados em processos em que a dinâmica de entrada
e saída são conhecidas. Assim, em malha aberta, as interferências através de
distúrbios internos e externos não são controladas. Dessa maneira, tais sistemas
não são sistemas de controle com retroação (Ogata, 1997).
Um sistema de controle de malha aberta geralmente utiliza de um atuador
para controle de processo, já que, esta configuração não dispõe de circuitos de
29
realimentação. Segundo Albaneze (2012), considerando-se um sistema como
exemplo que possua várias bombas em paralelo, seu controle de operação das
bombas é realizado através de leituras de vazão no decorrer do dia e baseado em
experiências dos técnicos e operadores. Dessa maneira, altera-se a quantidade de
bombas em operação, conforme ilustra a Figura 10.
Figura 10: Diagrama de blocos de um controle de vazão em malha aberta. Fonte: adaptado de (ALBANEZE, 2012)
A Figura 10 é um exemplo de um sistema de controle em malha aberta
através de acionamento direto liga/desliga. Já os sistemas de controle em malha
fechada são mais bem empregados em processos que buscam redução nos custos
de processos industriais.
Segundo Ogata (1997), os sistemas de controle com retroação são
comumente referidos como sistemas de controle a malha fechada. Num sistema de
controle a malha fechada o sinal referente à diferença entre o sinal de entrada e o
sinal de retroação é denominado sinal de erro. Este é o sinal causador da excitação
do controlador, levando o controlador a reduzir este desvio a um valor igual ou
próximo de zero. Desta forma, faz-se com que o sinal de saída alcance o sinal
referência desejado.
Diante disso, a Figura 11 apresenta um exemplo de um sistema de controle
em malha fechada, muito semelhante ao sistema aqui projetado. O controlador
recebe um valor de referência de pressão. Dessa maneira, atua diretamente sobre a
variação de velocidade de uma das duas máquinas, com objetivo de manter a
pressão do sistema hidráulico próximo da referência. O Sinal de saída do sistema de
controle geralmente é definido como variável controlada.
30
Figura 11: Diagrama de blocos de um controle de vazão em malha fechada. Fonte: adaptado de (ALBANEZE, 2012)
31
3. MODELO DA PLANTA
Diante do problema apresentado, nota-se que a configuração de controle de
vazão do tipo by-pass é menos eficiente que o método de variação de rotação,
conforme ilustra a Figura 5. Dessa maneira inicialmente é conveniente encontrar as
características operacionais do sistema de higienização. As características
operacionais são explícitas nas curvas características do conjunto de bombas e de
consumo das máquinas de fluxo.
A Figura 12 mostra as curvas características das bombas utilizadas neste
trabalho. As curvas relacionam a altura manométrica com a vazão, a pressão de
sucção pela vazão e potência por vazão (IMBIL, 2015).
Figura 12: Curva de desempenho do conjunto motobomba. Fonte (IMBIL, 2015)
32
Embora o trabalho desenvolvido explore as técnicas experimentais de
sintonia dos controladores PID para alcançar o modelo da planta. Será apresentado
um método de aproximação das curvas características do sistema de bombeamento
estudado. Com objetivo de trabalhar as variáveis que interferem na dinâmica das
curvas de operação da máquina de fluxo.
As motobombas instaladas na unidade frigorífica possuem ϕ (diâmetro do
rotor) de 199mm, conforme Figura 12. Dessa maneira, serão equacionadas as
curvas características da bomba e do sistema hidráulico. A Tabela 2 relaciona os
dados referentes à curva de desempenho, apresentados na Figura 12, do conjunto
motobomba.
Tabela 2: Dados extraídos da curva de desempenho fornecida pelo fabricante. Fonte: Autoria própria.
H (m) Q (m³/h)
78 0
78,5 15
78,5 30
78,8 45
78,5 60
78 75
77,5 90
77 105
76 120
75,5 135
75 150
74 165
72 180
70 195
67,7 210
65 225
62,5 240
59,7 255
56 270
33
52,7 285
48,7 300
44 315
39 330
32 345
As curvas características H x Q de bombas centrifugas, representam o
comportamento real das bombas para a variação da altura manométrica em relação
à vazão. Esta relação indica qual a carga total de elevação que a bomba atende
para uma determinada vazão.
Os sistemas de bombeamento podem ser constituídos por apenas uma
bomba centrífuga operando ou caso necessário mais de uma. Nos casos em que
são necessárias mais de uma máquina de fluxo, geralmente os sistemas são
formados por configurações de bombas em série ou em paralelo (HENN, 2001).
As máquinas de fluxo na configuração em série são indicadas para sistemas
de bombeamento que possua uma elevada altura estática, já que, na configuração
em série as bombas trabalham com a mesma vazão e a altura manométrica é igual à
soma da contribuição de cada uma das máquinas.
A configuração em paralelo das bombas centrifuga atendem aos projetos
que buscam aumentar a vazão de um sistema de bombeamento. Porém, é
interessante utilizar dessa técnica de sistema de bombeamento agrupando bombas
de mesma potência, com isso, evita-se recirculação de correntes entre as bombas.
Esta topologia proporciona somar as capacidades de fluxo de fluído de cada
máquina. No entanto, devido à presença de perdas de carga a vazão resultante é
menor que a soma algébrica da vazão de cada máquina de fluxo operando
isoladamente (ALÉ, 2010).
Segundo Alé (2010), conhecendo a curva característica (H x Q) de uma das
máquinas de fluxo do sistema é possível calcular a curva aproximada das duas
máquinas operando em paralelo. Considerando máquinas de mesma potência, a
equação:
21 20 .
2 4
a aH a Q Q
. (3.1)
34
caracteriza a configuração de duas bombas operando em paralelo, conforme o
modelo da planta do sistema de higienização. As constantes ,
representam constantes de proporcionalidade.
Através dos dados obtidos na Tabela 2, utilizando o método matemático da
regressão polinomial foi possível encontrar os coeficientes , constantes do
polinômio da equação (3.1). Os resultados são apresentados na Tabela 3.
Tabela 3: Coeficientes polinomiais da equação (3.1). Fonte: Autoria própria.
Coeficientes polinomiais
Substituindo os coeficientes obtidos da Tabela 3, na equação (3.1) obtém-
se:
22,07 6 2,78 4 ., 05H Q Q (3.2)
Está é a equação característica aproximada do sistema de bombeamento.
Dessa maneira, a aproximação da curva da bomba do sistema é apresentada na
Figura 13.
35
Figura 13: Curva normalizada das bombas do sistema. Fonte: Autoria própria.
Diante disso, segundo Alé (2010) e Ksb (2005) a altura manométrica em
sistemas de bombeamento pode ser alcançada trabalhando as variáveis como: ( LDh ,
Lkh , velh ), que corresponde à perda de carga na tubulação através do comprimento
equivalente, perda de carga através dos acessórios da tubulação e a perda de carga
dinâmica através da velocidade do fluído na tubulação respectivamente. Já, é um
valor constante, referente à altura estática entre a bomba e o ponto mais alto de
consumo.
A equação:
man e Lk LD velH h h h h
, (3.3)
relaciona as grandezas que contribuem para o equacionamento da altura
manométrica.
A altura estática de elevação, como apresentada, é constante. Calculada
através da soma algébrica entre altura de aspiração e altura de recalque. Ou seja,
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
H(m)
Q (m3/h)
Curva Característica da Bomba
Y= 78,45 +2,06X -2,7X²
36
. A Tabela 4 relaciona algumas das principais equações dos sistemas
de bombeamento.
Tabela 4: Equações nos sistemas de bombeamento. Fonte: (ALÉ, 2010).
Perda de Carga nos
Acessórios – através do
comprimento equivalente
Perda de carga dinâmica
pela velocidade na
tubulação
Perda de Carga nos
Acessórios – através do
coeficiente de perda de
carga
∑
Conforme a Tabela 4, a perda de carga total nos acessórios é determinada
através da soma de dois fatores. São eles: perdas de carga nos acessórios ( ) e
devido ao comprimento equivalente da tubulação ( ).
A equação das perdas através do comprimento equivalente considera o fator
de atrito ( ), velocidade do fluído ( ), força gravitacional ( ) e o comprimento (L)
juntamente com o diâmetro (D) das tubulações. Já a equação de perdas de carga
nos acessórios é encontrada através do produto entre a perda de carga por
velocidade ( ) e a soma ( k ) das perdas de cargas de cada acessório. Entre os
acessórios considerados estão: válvulas, joelhos, registros entre outros.
Dessa maneira, considerando que o sistema de higienização possui
diâmetro da tubulação igual na aspiração e no recalque, substituindo às relações da
Tabela 4 na equação (3.3), tem-se,
2 2 2
k .2 2 2
man e
L v vH h
D g
vf
g g (3.4)
Como já abordado no capítulo 2, a perda de carga do sistema é função do
quadrado da velocidade. A vazão é diretamente proporcional à rotação. Dessa
maneira, a perda de carga do sistema também depende do quadrado da vazão.
Assim, segundo (ALÉ, 2010) através de modelações matemáticas, a altura
manométrica pode ser relacionada pela expressão,
37
2
2
1(f k 1) .
2man e
LH h Q
D gA (3.5)
O constante de perdas de carga nos acessórios ∑ é calculada através da
relação obtida dos acessórios instalados no sistema de bombeamento do frigorífico.
Tal relação que está apresentada na Tabela 5. Os acessórios da Tabela 5,
correspondem a uma aproximação dos valores reais, já que, o frigorífico não dispõe
de registros atualizados das alterações construtivas da tubulação.
Tabela 5: Coeficientes de perdas de carga de acessórios. Fonte: Autoria própria.
Quantidade Tipo de Acessório k
80 Entrada normal em canalização 0,50
30 Curva 90 0,40
63 Tê saída bilateral 1,80
90 Registro de gaveta 0,20
Considerando as grandezas médias aproximadas de tubulação L = 3200m,
altura estática diâmetro médio D = 0,08m, área de secção A = 0,00503m²,
fator de atrito f = 0,12, coeficientes de perdas de carga de acessórios ∑ e
aceleração da gravidade g = 9,8 m/s², substituindo na equação (3.5), tem-se:
28 16128 .manH Q (3.6)
Com o auxílio da planilha do Excel, plotando os pontos de Q da Tabela 2 na
equação característica aproximada (3.6), é apresentado através da Figura 14 a
curva característica do sistema.
38
Figura 15: Curva característica do sistema. Fonte: Autoria própria.
Diante disso, pode-se analisar através da Figura 16 o resultado gráfico da
variação de rotação e os pontos apropriados de operação para um rendimento
elevado. Segundo Henn (2001), existe uma relação de curvas parabólicas que
quando um ponto de operação se modifica para uma nova altura manométrica e
vazão, o rendimento permanece aproximadamente constante.
Figura 16: Modificação da curva Altura (H) - Vazão (Q) pela variação da rotação. Fonte: Autoria própria.
39
Embora as curvas das bombas operando em paralelo se comportem de
maneira distinta da curva de apenas uma das bombas em situações de variação de
velocidade, por questões de viabilidade econômica optou-se por projetar um
acionamento com velocidade variável para apenas uma das máquinas de fluxo.
O projeto de implementação do inversor de frequência utiliza um Controlador
Lógico Programável (CLP), do inglês PLC (Programmable logic controller), com a
função de controlar o sistema. A máquina de fluxo 1 será acionada por um inversor
de frequência e a máquina de fluxo 2 através de uma chave de partida soft-starter.
Na presença de uma elevada variação pressão-vazão é ligada ou desligada a
segunda bomba, o controle implementado atua na variação de velocidade de apenas
uma das duas máquinas.
40
4. ABORDAGEM PROPOSTA
Nesta secção serão aplicadas as metodologias apresentadas até agora, bem
como o projeto elétrico do sistema incluindo o inversor de frequência implementado,
ramal de alimentação e o diagrama unifilar da configuração do sistema de
bombeamento instalado.
4.1 PROCEDIMENTOS INICIAIS
A fim de analisar o comportamento dinâmico de fluxo de fluído do sistema
atual, foi utilizado um analisador de vazão portátil ultrassônico do fabricante
Micronics modelo Portaflow 330 como ilustra o ANEXO B. Com esse equipamento
foi possível identificar o comportamento do sistema de abastecimento de água
durante um dia normal de produção, conforme ilustra a Figura 16.
Figura 16: Dinâmica de vazão do sistema de higienização. Fonte: Autoria Própria.
41
De acordo com a Figura 16, pode-se observar que o fluxo de água do
sistema atua abaixo da sua capacidade nominal, aproximadamente 340m³/h, na
grande maioria de um dia normal de processo. No entanto, nos horários em que não
conflitam as duas atividades, higienização e processo de industrialização das aves,
o sistema opera com uma vazão abaixo da metade de sua capacidade nominal, este
cenário indica que para os períodos do dia que não haja conflitos de atividades,
apenas uma das bombas dispõe de condições suficientes de capacidade de fluxo de
água para atender a demanda solicitada.
A atividade relacionada ao processo de industrialização das aves é realizada
em três turnos de trabalho, 24 horas por dia, seis dias por semana. Já a higienização
é exercida três vezes ao dia, especificamente entre os horários 01:20hrs – 03:20hrs,
09:15hrs – 12:15hrs e entre as 17:20hrs - 20:20hrs.
Como enfatiza a Figura 16, durante a faixa de horário das 17:20hrs as
20:20hrs, aproximadamente, as duas atividades do processo são atendidas
simultaneamente. No entanto, fora deste intervalo de atuação existe uma média de
consumo de 100 m³/h. Tal montante é facilmente atendido por apenas uma das duas
máquinas de fluxo existentes neste sistema.
Desta forma, o sistema de controle é realizado através do acionamento de
uma das duas motobombas por variação de velocidade. Utiliza-se a pressão do
sistema como variável determinante para a variação de velocidade da máquina de
fluxo. Em situações de queda de pressão abaixo da referência de pressão da rede
hidráulica, o sistema de controle deve acelerar a máquina para compensar a queda
de pressão. Por outro lado, para situações de elevação da pressão, acima da
pressão referencia do controlador, a máquina deve desacelerar para buscar a
referência. Tal sistema de controle será abordado com maiores detalhes na seção
4.3.
A partir dos dados apresentados na Figura 16 é possível identificar as
necessidades do processo, quanto à dinâmica de consumo de água. Em paralelo a
isso, utilizou-se um analisador de qualidade de energia, mostrado no ANEXO C,
para relacionar a dinâmica de fluxo de água com a dinâmica de potência do sistema.
Dessa maneira é possível calcular o consumo de energia atual para futura
comparação com o sistema controlado.
42
A Figura 17 apresenta a dinâmica de potência do sistema de higienização
coletado através do analisador de qualidade de energia. Diante disso, é possível
relacionar as demandas de potência com as demandas de consumo de água,
apresentados na Figura 16.
Serão discutidas nesta secção as grandezas de potência e vazão, buscando
identificar as principais necessidades de projeto do sistema de controle.
Figura 17: Dinâmica de potência elétrica demandada pelo sistema. Fonte: Autoria Própria.
Em condições normais de operação o sistema está demandando uma
potência entre 60 kW e 70 kW. Consideram-se a potência nominal e vazão nominal
do conjunto das duas máquinas de fluxo como, 110KW e 330 m³/h, respectivamente.
A demanda de potência corresponde a aproximadamente 64% da potência nominal
dos equipamentos.
Por outro lado, essa quantidade de energia drenada do alimentador do
frigorífico, conforme ilustra a Figura 17, na maior parte do tempo é utilizada para
bombear pouco mais de 110m³/h. Este quantitativo de vazão corresponde
aproximadamente 35% da capacidade total de fluxo de água do sistema, conforme a
Figura 16.
30
40
50
60
70
80
90
100
15
:31
:10
15
:45
:41
16
:00
:11
16
:14
:42
16
:29
:13
16
:43
:44
16
:58
:15
17
:12
:46
17
:27
:17
17
:41
:48
17
:56
:19
18
:10
:50
18
:25
:21
18
:39
:52
18
:54
:22
19
:08
:53
19
:23
:24
19
:37
:55
19
:52
:26
20
:06
:57
20
:21
:28
20
:35
:59
20
:50
:30
21
:05
:01
21
:19
:32
21
:34
:03
21
:48
:33
22
:03
:04
22
:17
:35
22
:32
:06
22
:46
:37
23
:01
:08
23
:15
:39
Po
tên
cia
Horário
Dinâmica de Potência do Sistema de Higienização
velocidade Fixa
kW
Período de processo e higienização Período de Processo Período de Processo
43
Nessas condições o escorregamento do rotor do MIT é muito reduzido, com
isso, tem-se um movimento relativo entre o rotor e os campos magnéticos do estator
também muito pequenos. Quando o escorregamento é reduzido às tensões
induzidas nas barras e a corrente resultante é reduzida. Quando a máquina trabalha
com baixo escorregamento, diz-se que está com carga leve. Quando isso acontece,
conforme o circuito equivalente do MIT, apresentado no ANEXO L, grande parte da
potência ativa drenada da rede serve para suprir as perdas por atrito e ventilação, as
perdas no núcleo e as perdas no cobre. Somente uma componente de carga muito
baixa pode ser utilizada para mover a máquina (FITZGERALD, KINGSLEY, &
UMANS, 2003).
Além disso, nessas condições, a máquina opera com fator de potência
reduzido devido à alta impedância do ramo de carga do rotor, em comparação com
as características de magnetização (CHAPMAN, 2013).
Conforme ilustra a Figura 17, o sistema drena uma potência de 70kW à
80kW para atender ao período de pico de demanda de potência, indicado das
17:20hrs as 20:20hrs aproximadamente. A potência medida neste período
corresponde a aproximadamente 73% da potência nominal do sistema instalado.
Como já é de se esperar, conforme a Figura 16, o mesmo intervalo de tempo de
conflito corresponde ao período que se exige maior vazão de água do sistema. Para
atender o período de maior consumo, o fluxo de água aproximado é de 63% do
consumo nominal do sistema instalado.
A Tabela 6 apresenta uma aproximação dos percentuais de consumo de
energia elétrica do sistema a ser controlado, baseado nos dados coletados em
campo. Os dados foram obtidos experimentalmente através do analisador de vazão
Portaflow 330 (mostrado no ANEXO B) e o analisador de qualidade de energia
(mostrado no ANEXO C). Os indicadores levam em consideração potência e vazão
nominais do sistema de abastecimento de água como sendo 110kW e 330m³/h
respectivamente.
44
Tabela 6: Relação entre as médias de consumo e vazão. Fonte: Autoria Própria
Consumo Médio de Energia Elétrica para Atender uma Vazão Média
Período do dia
considerado
Potência Porcentagem
do nominal
Vazão Porcentagem
do nominal
Durante o Processo 65 kW 59,09% 100 m³/h 30,30%
Durante o
Processo/higienização
75 kW 68,18% 190 m³/h 57,57%
Variação das grandezas 10kW 9,09% 90m³/h 27,27%
Conforme a Tabela 6, para uma variação média de aproximadamente
27,27% de fluxo de água existe uma variação de apenas 9,09% de consumo de
energia elétrica, considerando a capacidade nominal das motobombas.
Diante do cenário apresentado, o projeto desenvolvido busca melhorar esta
relação de potência por vazão. Utilizando das técnicas de acionamento da máquina
de fluxo por variação de velocidade. Segundo Alé (2010) e Chapman (2013) essa
relação de potência por vazão pode ser melhorada, já que, os conversores de
frequência garantem um conjugado elevado sem consumir correntes excessivas de
linha.
O sistema de controle utilizado neste trabalho é composto por um inversor
de frequência. O inversor é utilizado para controlar a velocidade de uma das
motobombas. Com isso, busca-se diminuir a potência elétrica consumida, bem como
reduzir as perdas de potência dissipadas devido a atritos nos mancais, reduções de
tubulação, curvas, válvulas, entre outros.
4.2 PROJETO ELÉTRICO
O projeto elétrico foi desenvolvido considerando as normas brasileiras de
regulamentação vigentes, em especial a NBR: 5410 (2004). A norma NBR: 5410
(2004) trata exclusivamente de instalações elétricas de baixa tensão.
A Figura 18 apresenta o diagrama unifilar do circuito de força das máquinas
de fluxo, bem como, a configuração de instalação dos equipamentos de
acionamento.
45
Utilizando-se como referências Franchi (2011) e Filho (2002), o
dimensionamento da proteção dos equipamentos e cabos elétricos implementados
foi calculado. Utilizou-se um disjuntor trifásico termomagnético de 125A para a
máquina de fluxo 1 que dispõe do inversor de frequência, como dispositivo de
partida, e uma chave fusível trifásica de 400A para a máquina de fluxo 2 que dispõe
de uma Soft-Starter como chave de partida.
A soft-starter apresentada no diagrama unifilar foi reaproveitada do sistema
antigo. Embora as soft-starters não possuam disponibilidade de variação de
velocidade da máquina, as soft-starters são relativamente mais baratas que os
inversores de frequência e oferecem obtenção de partidas e paradas suaves,
possibilitando redução nas correntes de partida (DRANKA, 2012).
Figura 18: Diagrama unifilar de força das máquinas de fluxo. Fonte: Autoria própria.
46
4.2.1 Equipamentos de Instalação
O controle de vazão em sistemas de bombeamento, como já apresentado,
proporciona um elevado ganho na economia de energia. Desta maneira, o projeto
utiliza um inversor de frequência que dispõe de controle vetorial para atuar no
acionamento de uma das duas máquinas de fluxo da planta atual. O inversor de
frequência foi dimensionado para atender uma demanda de potência de 55kW, de
fabricação Siemens. O modelo Micromaster 430, conforme ilustra a Figura 19,
dispõe de uma boa interface de comunicação e um grande acervo de materiais para
auxílio técnico, disponíveis na unidade da empresa parceira.
Figura 19: Inversor de frequência Micromaster 430. Fonte: (SIEMENS, 2015)
Ainda, o modelo Micromaster 430 é versátil, já que o equipamento não
necessita de racks com números predefinidos de slots para ser montado.
O projeto inclui uma estação de I/O distribuído também de fabricação
Siemens, modelo SIMATIC ET200S, conforme ilustra a Figura 20. Através da versão
CPU314, esse equipamento traz embutida um processador modelo S7-300 1GHz
47
que possibilitam curtos tempos de ciclo de clock, até 1µs. Possui interface de
comunicação MPI/Profibus.
O conjunto de módulos é encaixado e aparafusado sobre um trilho DIN
padrão. Os módulos são interligados uns aos outros através de um bus modular que
fica embutido no trilho (SIEMENS, 2015). Conforme o fabricante, a programação e
parametrização são realizados através do software STEP7 disponível em três
versões: STEP7 Lite, STEP7 Basis e STEP7. Aqui foi utilizada a versão STEP7 Lite.
Figura 20: Controlador Lógico Programável (CLP) Fonte: (SIEMENS, 2015)
Já o transdutor de pressão utilizado no projeto para realimentar o controlador
é do fabricante NOVUS, modelo NP620, cuja fotografia é mostrada na Figura 21.
Este transdutor de pressão conta com saída de sinal analógico de 4-20 mA.
Os equipamentos referentes ao sistema de aquecimento de água que as
máquinas de fluxo bombeiam para o processo não serão abordados neste trabalho,
já que serão utilizados os mesmos equipamentos que a unidade já dispõe.
48
Figura 21: Transmissor de pressão NP620. Fonte: (NOVUS, 2015).
O projeto elétrico foi desenvolvido através do software Autocad versão 2010.
O estudo do projeto da parte existente e das novas estruturas a serem
implementadas, estão apresentados neste capítulo.
4.2.2 Alimentação do QGBT
O quadro de força é composto por uma caixa modular confeccionada com
chapas de aço carbono, tampas laterais e traseiras desmontáveis. Os acionamentos
devem ser acomodados no painel elétrico de maneira a buscar maior facilidade na
manutenção dos equipamentos. O QGBT projetado dispõe de um ramal alimentador
com um comprimento de aproximadamente 100 metros até o disjuntor de entrada. A
entrada de energia no quadro é feita através de um disjuntor já existente no
frigorífico, sendo um disjuntor tripolar termomagnético de corrente nominal 400A,
modelo 3VT3763-2AA36-0AA0, equipado com disparador de corrente eletrônico. A
corrente de sobrecarga do painel é ajustável de 250-400A, através de um disparador
de sobrecarga eletrônico modelo 3VT9340-6AB00, com corrente máxima de
interrupção de curto-circuito de 36kA/380V, do fabricante Siemens.
49
4.2.3 Ramal Alimentador
O ramal projetado é composto por cinco condutores, sendo (3F + N + T). Os
MIT possuem FP=0,89, porém segundo Henn (2001) o fator de potência do conjunto
motobomba geralmente é menor que o fator de potência do MIT isolado.
Considerando cos( )=0,85 e que a operação atue com as fases equilibradas,
através da equação 4.1 se determina a corrente de carga aproximada (FILHO,
2002),
arg
,3 *cos( )
c a
linha
IcP
V
(4.1)
110196,62 .
3 380 *0.85
KWIc A
V
(4.2)
linhaV = tensão de linha
argc aP = Potência ativa da carga
Segundo Filho (2002) o máximo valor de queda de tensão de um circuito
elétrico alimentado por um ramal de baixa tensão é de 4%. Considerando-se um
ramal alimentador com um comprimento c =100 m, a instalação está considerando a
infraestrutura de linha elétrica através de eletrocalha, com condutores isolados “B1”.
Os condutores devem ser dimensionados com uma secção de no mínimo
50mm² para atender a corrente nominal do circuito, conforme indicado no ANEXO
G . A equação
*c,R
S
(4.3)
representa a resistência do cabo condutor, considerando a resistência específica do
cobre =0,0172, comprimento c =100m, e a bitola do cabo como S =50mm²,
2
0,0172*100m0,0344 .
50R
mm
(4.4)
50
A queda de tensão é calculada através:
2* * *cos( ) 11,5V,E R I (4.5)
considerando cos( )=0,85 e a tensão de linha E =380V,
100* 3,03%.
EE
E
(4.6)
Diante disso, os condutores de secção 50mm² já atenderiam as
necessidades de projeto. No entanto, como já considerado no projeto elétrico, a
empresa parceira pretende expandir o sistema de bombeamento em um curto
período de tempo. Sendo assim, foi considerado um disjuntor de proteção de 400A,
disponível no frigorífico, já atendendo a uma futura ampliação para o dobro da
capacidade de carga atual. Dessa maneira, considerando essa demanda de
potência, conforme o ANEXO G, os condutores de fase são dimensionados em
185mm², assim calculando a resistência do cabo condutor:
2
0,0172*100m0,0093 ,
185R
mm
(4.7)
calcula-se a queda de tensão para essas condições:
2* * *cos( ) 6.32V,E R I (4.8)
100* 1.66%.
EE
E
(4.9)
Como a queda de tensão é inferior a 4%, o ramal alimentador atende a
NBR5410/1997. Através dessa mesma norma, os condutores de neutro e de
aterramento, foram dimensionados com secção de 95mm².
51
4.3 PAINEL DE CONTROLE
A Figura 22 apresenta o “as buil’’ (diagrama unifilar) de aspecto construtivo
do projeto, destacando o novo acionamento através de um painel elétrico de
comando e força dimensionados para atender as cargas existentes”. Atendendo à
solicitação da empresa parceira, o painel elétrico contempla três controladores de
temperatura do fabricante NOVUS modelo N2000, sendo que, dois são usados para
auxiliar no controle de temperatura do sistema de bombeamento e o terceiro
controlador é reservado para futura ampliação do sistema.
Figura 22: Diagrama unifilar dos equipamentos de instalação de projeto. Fonte: Adaptado sistema de aquecimento de água do frigorífico.
O controle é constituído por um PLC que dispõe de uma memória
programável na qual são armazenadas as instruções e funções específicas, por
meio de módulos de entradas e saídas. O PLC encontra-se no interior do QGBT
conectado juntamente com o sistema de I/O multifuncional ET 200S de fabricação
Siemens.
O sistema de controle conta com um inversor de frequência dedicado ao
funcionamento da máquina de fluxo 1, e uma Soft-starter para a máquina de fluxo 2,
ambas com o respectivo diagrama de força apresentado na Figura 18. O PLC é
responsável por comandar a ação de controle que mantém a pressão da rede
hidráulica próxima da referência.
A realimentação é realizada através de um sinal de 4-20mA proveniente do
sensor de pressão apresentado na Figura 21, e dentro desta faixa de corrente, o
PLC entende que a pressão de linha está na faixa de 0-10 bar. Assim, de acordo
com a referência de pressão ajustada no painel de comando IHM do sistema de
bombeamento apresentado na Figura 23, o inversor de frequência atua na variação
de velocidade da máquina de fluxo 1, mais precisamente na faixa de frequência 30-
62Hz.
Figura 23: Painel IHM do sistema de bombeamento. Fonte: Autoria própria.
54
Diante disso, foi contemplado no projeto um inversor de frequência modelo
Micromaster-430 de fabricação Siemens, parametrizado atendendo as configurações
construtivas do MIT que será acionado, bem como as configurações de comando
necessárias. A Tabela 7 apresenta os valores de parâmetros ajustados.
Tabela 7: Parametrização do inversor de frequência Micromaster-430. Fonte: Autoria Própria.
Parametrização do Inversor de Frequência Micromaster-430
Parâmetros do Motor
P100 Nº de Polos 2
P304 Tensão Nominal 380 VCA
P305 Corrente Nominal 101 A
P307 Potência Nominal 55 KW
P310 Frequência Nominal 60Hz
P311 Velocidade Nominal 3600 RPM
Parâmetros de Comando
P701 Função da Entrada 1 1 ON/OFF 1
P702 Função da Entrada 2 9 Reconhecimento de Falha
P731 Função da Saída Digital 1 52.2 Acionamento Funcional
P732 Função da Saída Digital 2 52.3 Falha Ativa no Funcionamento
P757 Valor X da Escala Analógica 4 mA
P759 Valor Y da Escala Analógica 20 mA
P1080 Frequência Mínima 30 Hz
P1080 Frequência Máxima 62 Hz
P1120 Tempo de Aceleração 10 s
P1120 Tempo de Desaceleração 20 s
Na próxima seção serão apresentados resultados de simulação do sistema
de controle proposto. As simulações são realizadas considerando os parâmetros
apresentado nas figuras, Figura 22 e Figura 27. E nas tabelas Tabela 1 e Tabela 7.
55
4.3.1 Parametrização do controlador
Foi agregado na alimentação de referência do inversor de frequência um
controlador PID, para ajustar o valor de referência de velocidade do inversor de
frequência, baseando-se na pressão ajustada pelo operador através da IHM.
A Figura 24 apresenta o diagrama de blocos referente ao sistema de
controle de pressão implementado no frigorífico.
Figura 24: Diagrama de blocos do sistema de controle de pressão. Fonte: Autoria própria.
Conforme o diagrama da Figura 24, tem-se um sinal R(S), ajustável através
da IHM, correspondente à referência de pressão. O controlador compara este sinal
com o sinal da variável de processo e calcula um erro E(S). Através do sinal de erro
gerado, o controlador atua produzindo um sinal de controle M(S). Este sinal de
controle corresponde à referência de velocidade do Inversor de frequência. Dessa
maneira o inversor atua na regulação de velocidade da máquina de fluxo de forma a
levar o desvio de pressão à zero, ou a um valor muito próximo de zero (OGATA,
1997).
A parametrização dos controladores deste trabalho foi realizada com o uso
das técnicas experimentais de sintonia dos controladores PID.
Dentre os métodos mais utilizados para sintonia de controladores tipo PID,
destacam-se o método de Ziegler e Nichols e o método de Cohen e Coon. Optou-se
pela utilização do primeiro método de Ziegler e Nichols. Os parâmetros da sintonia
56
são obtidos experimentalmente através da resposta a um degrau unitário, conforme
ilustra a Figura 25.
Figura 25: Resposta de um processo a uma excitação em degrau unitário. Fonte: (OGATA, 1997).
A curva de resposta do degrau é conhecida através da simulação da
dinâmica em malha aberta do processo a controlar. Basicamente essa técnica de
sintonia busca a curva em forma de S, que é constituída por duas constantes
determinantes, o tempo de retardo L e a constante de tempo T, conforme ilustrado
na Figura 26.
Figura 26: Curva de resposta ao degrau unitário. Fonte: (OGATA, 1997)
57
Através dessa dinâmica, o método de Ziegler e Nichols, sugere o ajuste dos
valores do ganho proporciona kp, do tempo derivativo Td e do tempo integral Ti,
conforme apresentados na Tabela 8.
Tabela 8: Regra de sintonia de Ziegler-Nichols. Fonte: (OGATA, 1997)
Tipo de Controlador pk iT dT
P T
L
0
PI 0,9
T
L
0,3
T
0
PID 1,2
T
L 2L 0,5L
Diante disso, através da resposta ao degrau unitário da planta a ser
controlada, o tempo de retardo obtido foi L = 5,2s e a constante de tempo T = 9,8s.
Desta forma os parâmetros de aproximação do controlador, que possui estrutura do
controlador PID de modulo acadêmico, estão apresentados na Tabela 9. As técnicas
de sintonia auxiliam de maneira a nortear um ponto de partida para os valores de
parâmetros, porém o ajuste fino é feito experimentalmente.
Tabela 9: Regra de sintonia de Ziegler-Nichols. Fonte: Autoria própria.
Tipo de Controlador pk iT dT
PID 2,26 10,4 2,6
58
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo serão apresentadas as simulações do sistema em malha
aberta, e posteriormente com a implementação do controle de velocidade
considerando situações típicas de processo.
O projeto desenvolvido realiza comparações experimentais dos consumos
de energia elétrica. Considerando o sistema de bombeamento na configuração de
velocidade fixa e após a instalação do controle de velocidade. O trabalho também
contempla a análise de viabilidade econômica do projeto.
5.1 SIMULAÇÕES
A simulação do sistema de controle foi realizada através da ferramenta
Simulink do software Matlab. Foi implementado o sistema de bombeamento com
características equivalentes as apresentadas na Figura 24. Respeitando as
configurações hidráulicas atuais do modelo da planta abordadas no capítulo 3.
As simulações do sistema de abastecimento de água do frigorífico foram
realizadas considerando a configuração atual da planta. Tendo objetivo de analisar
as condições de desempenho das máquinas operando sem o controle de
velocidade. Para isso, foi aplicada uma perturbação através de um degrau de
consumo de água análogo as perturbações naturais observadas durante as
atividades de higienização do frigorífico. A Figura 27 apresenta a configuração do
sistema atual em malha aberta desenvolvido através da ferramenta de simulação
Simulink do software Matlab. Tal modelo que foi utilizado nas simulações aqui
apresentadas, sua implementação ilustra a topologia de acionamento atual, bem
como o ponto de partida para implementar os equipamentos de controle de
velocidade.
59
Figura 27: Diagrama de blocos do circuito em malha aberta do sistema de bombeamento. Fonte: Autoria própria.
Através do simulink, foi utilizado a bibliotecas de componentes
SimHydraulics, que fornece componentes para a modelagem e simulação de
sistemas hidráulicos. Nesta biblioteca inclui modelos de componentes hidráulicos
como: bombas, válvulas e atuadores. Outra biblioteca do Simulink bastante
explorada é SimPowerSystems, já que fornece componentes e ferramentas de
análise para modelagem e simulação de sistemas elétricos de potência.
Disponíbilizando modelos de componentes de energia elétrica, incluindo máquinas
trifásicas e acionamentos elétricos (MATHWORKS, 2015). Foi utilizada a biblioteca
Sources para os blocos de geração de sinais. A Figura 28 apresenta o diagrama de
blocos utilizado para implementação do sistema de controle em malha fechada, os
resultados obtidos nas simulações para este caso estão apresentados na secção
5.1.2.
60
Figura 28: Diagrama de blocos do circuito em malha fechada do sistema de bombeamento. Fonte: Autoria própria.
Com o intuito de apresentar os parâmetros de simulação utilizados nos
principais blocos do diagrama da Figura 27 e Figura 28, serão apresentado através
de tabelas às grandezas de parametrização. A Tabela 10 apresenta as
configurações de parâmetros do bloco Three-phase Asynchronous Machine (Motor
assíncrono trifásico).
Tabela 10: Parâmetros de configuração do bloco Three-phase Asynchronous Machine (Motor de indução trifásico) Fonte: Autoria própria.
DADOS DE PARAMETRIZAÇÃO DA MÁQUINA ASSÍNCRONA
Potência Mecânica (HP) 75
Potência Nominal (kVA) 67,2
Pares de Pólo 2
Rotação nominal (rpm) 3565
Tensão nominal (Vrms) 380
Resistência de dispersão do rotor 0,035
Resistência de dispersão do estátor 0,049
Reatância de dispersão do rotor (ohm) 0,5460
61
Reatância de dispersão do estator(ohm) 0,6366
Indutância de dispersão do estator (H) 2e-3
Indutância de dispersão do rotor (H) 2e-3
-Indutância mútua do estator (H) 1e-3
Inércia do rotor (Kg*m²) 0,89
Ângulo (º) 0
Para o bloco motor assíncrono trifásico, é possível configurar a referência de
entrada mecânica através de duas grandezas, torque ou velocidade rotacional. Na
simulação o parâmetro de referência escolhido foi velocidade rotacional, com
unidade de medida em rotação por minuto (rpm).
Alguns dos blocos presentes na biblioteca SimPowerSystems necessitam do
bloco Powergui para funcionar corretamente. O bloco Powergui armazena o circuito
do Simulink que representa as equações de espaço de estado do modelo. Nesse
bloco é configurado o método de solução (Solver). O Software disponibiliza três
métodos de simulação, discreto, contínuo ou fasorial, selecinados a partir da guia
Simulation type (Tipo de Simulação) (MATHWORKS, 2015). Nas simulações
realizadas foi utilizado o tipo de simulação em tempo contínuo para o sistema em
malha aberta. Já no sistema em malha fechada foi utilizado em tempo discreto.
Outro bloco de grande relevância utilizado no sistema é o Centrifugal pump
(bomba centrífuga). O bloco Bomba Centrífuga representa uma bomba centrífuga de
qualquer modelo, sendo de fácil configuração baseado em folhas de dados. O
modelo de parametrização é através das curvas caracterísitcas de operação da
bomba. A parametrização pode ser realizada através dos dados de fabricação da
bomba.
Tabela 11: Parâmetros de configuração do bloco Centrifugal pump (bomba centrífuga). Fonte: Autoria própria.
DADOS DE PARAMETRIZAÇÃO DAS BOMBAS CENTRÍFUGA
Modelo de parametrização Características das curvas
H-Q(Pressão-Vazão) e NPSH-Q (potência-Vazão)
Referência de velocidade (rpm) 3500
Referência de densidade (Kg/m³) 920
62
Componente vetorial da vazão da curva H-Q (m³/s)
[0 0.00833 0.0166 0.025 0.033 0.042 0.05 0.058 0.067 0.075]
Componente vetorial da pressão da curva H-Q (bar)
[7.65 7.70 7.69 7.60 7.45 7.35 7.06 6.64 6.12 5.50]
Componente vetorial da vazão da curva N-Q (m³/s)
[0 50 100 150 200 250 300]
Componente vetorial da potência da curva N-Q (HP)
[28 35 48 58 69 75 79]
Para o circuito em malha fechada, um bloco de grande relevância é o Space
Vector PWM VSI Induction Motor Drive, corresponde à (Inversor de frequência com
Motor de indução agregado). O bloco é constituido por seis blocos principais. São
eles, o retificador de onda trifásico, o inversor de frequência trifásico, o motor de
indução, controlador de velocidade, controlador de frenagem, e os modelos de
espaço vetorial (MATHWORKS, 2015).
O controlador de velocidade é baseado em um regulador PI que controla o
escorregamento do motor. O Bloco utiliza método de simulação em tempo discreto.
Existem duas possibilidades de realimentação da entrada de referência mecânica,
através de torque de carga (( / )m N mT ) ou velocidade rotacional ( rad ). Caso escolha
torque de carga para sinal de entrada, automaticamente o sinal de saída é
velocidade rotacional. De forma análoga para escolha oposta. No presente projeto,
utilizou-se como referência de realimentação de entrada o torque da máquina ( / )m N mT .
O torque de realimentação pode ser relacionado através da potência e velocidade da
máquina, ou seja,
(cv)
( / )m N m
rad
PT
. (5.1)
A potência é função da vazão e pressão,
3 (m.c.a.)( /h)
( / ) .
Q *m
m N m prop
rad
QT K
. (5.2)
A constante .propK representam a relação de proporcionalidade entre as
variáveis da equação (5.2), para as variáveis em questão a constante,
63
.
1
230propK , (5.3)
considerando um fator de potência FP = 0,85 (JACUZZI, 2006).
Os principais parâmetros de simulação utilizado no bloco Space Vector
PWM VSI Induction Motor Drive estão apresentados na Tabela 12.
Tabela 12: Parâmetros de configuração do bloco Space Vector PWM VSI Induction Motor Drive. Fonte: Autoria própria.
DADOS DE PARAMETRIZAÇÃO DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA VSI
Parametrização da Máquina Assíncrona
Potência (kW) 55.2
Tensão (Vrms) 380
Frequência (Hz) 60
Resistencia de Estator (ohm) 0.049
Resistencia de Rotor (ohm) 0.035
Indutância de Estator (H) 0.0028
Indutância de Rotor (H) 0.0028
Indutância Mútua (H) 0.00105
Inercia do Rotor(Kg*m²) 0.89
Número de Polos 2
Parametrização de Controle
Rampa de aceleração de velocidade (rpm/s) 900
Rampa de desaceleração de velocidade (rpm/s) -900
64
Ki 2,25
KP 1,25
Tensão Mínima de Saída (Vrms) 10
Tensão Máxima de Saída (Vrms) 410
Frequência Mínima de Saída (Hz) 30 Hz
Frequência Máxima de Saída (Hz) 62 Hz
Diante disso, os métodos do sistema de controle de velocidade aqui
abordados foram implementados na planta e posteriormente foi aplicada uma
perturbação semelhante a que o sistema em malha aberta foi submetido. Com isso
tem-se o objetivo de analisar o comportamento do sistema e sua respectiva resposta
frente às variações de carga.
5.1.1 Simulação do Sistema Hidráulico em Malha Aberta
Através do Simulink, foi realizada a simulação da planta em malha aberta. A
princípio foi acionada a máquina de fluxo 1 com velocidade nominal atendendo a
uma demanda de carga de aproximadamente setenta (70) pontos de consumo de
água.
Nestas condições, o sistema hidráulico assume uma vazão pouco abaixo de
150 m³/h, conforme ilustra a Figura 29, e uma pressão equivalente de 7 bar,
conforme a Figura 30.
Passados 30 segundos do início da simulação, aplicou-se uma perturbação
equivalente à abertura de mais setenta (70) pontos de consumo de água referentes
ao processo de higienização. Diante desse degrau de carga a vazão é elevada
acima de 170m³/h, sendo que nesse momento a máquina de fluxo 1 atinge o seu
limite operacional e sozinha não atende a carga solicitada. Consequentemente, o
sistema sofre um declívio de pressão alcançando aproximadamente 4,5 bar,
conforme ilustra a Figura 30.
65
Figura 29: Dinâmica da vazão do sistema em malha aberta. Fonte: Autoria própria.
Diante desse cenário, normalmente o operador do sistema aciona
manualmente a máquina de fluxo 2. Essa intervenção é apresentada na simulação
aos quarenta (40) segundos, quando é acionada a segunda bomba e o sistema é
elevado para a referência de pressão 7 bar novamente. No entanto, o sistema
hidráulico atual dispõe de uma configuração by-pass que utiliza de uma válvula de
alívio de pressão na rede sensível a ultrapassagem da pressão de referência, essa
intervenção é observada na Figura 30, já que, quando a pressão alcança a
referência, a válvula permite a recirculação fazendo com que a pressão seja mantida
próximo da referência.
m³/h
66
Figura 30: Dinâmica de pressão do sistema em malha aberta. Fonte: Autoria própria.
As máquinas de fluxo disponíveis no sistema conforme abordadas no
capítulo 1, dispõem de configurações construtivas semelhantes. Segundo Alé
(2010), nas ligações em paralelo de máquinas de fluxo é mais conveniente utilizar
equipamentos de mesma potência e vazão, dessa maneira, consegue-se evitar
recirculações de correntes entre a bomba de menor potência para a de maior
potência. O consumo de energia de cada máquina está apresentado na . Através
da , é possível visualizar a relação de consumo de uma das máquinas de fluxo do
sistema de bombeamento, sendo que as duas máquinas possuem consumos muito
semelhantes e com mínimas variações ao longo do tempo, características que
acabam por tornar o sistema mais dispendioso quando comparado com a topologia
de variação de velocidade.
5.1.2 Simulação do Sistema Hidráulico em Malha Fechada
De forma análoga ao cenário em malha aberta, nesta secção são
apresentadas as simulações do sistema em malha fechada través do Simulink. A
bar
67
princípio foi acionada a máquina de fluxo 1 com uma carga de aproximadamente
cinquenta (50) pontos de consumo de água. A Figura 33 apresenta dinâmica da
variação de velocidade da máquina de fluxo 1, acionada pelo inversor de frequência.
A Figura 31 relaciona a dinâmica de vazão do sistema em malha fechada.
Através da Figura 33 nota-se que o sistema de controle atuou elevando a
velocidade da máquina 1, até que a pressão do sistema hidráulico alcance a
referência de pressão ajustada no controlador, (7 bar), nestas condições o sistema
controlado assume uma vazão de aproximadamente 100 m³/h conforme ilustra a
Figura 31.
Figura 31: Dinâmica de vazão do sistema em malha fechada. Fonte: Autoria própria.
Passados 20 segundos aplicou-se uma perturbação no sistema de
bombeamento equivalente à abertura de aproximadamente (20) pontos de consumo
de água a mais, referente ao processo de higienização, diante deste degrau de
carga a pressão da rede hidráulica tem um declívio e o sistema de controle atua
elevando a velocidade da máquina 1 para compensar esta variação e trazer a
pressão que alcança a casa dos seis (6) bar, novamente para a referência, conforme
m³/h
68
apresentado na Figura 32, já a vazão do sistema é elevada pouco acima de 140
m³/h.
Figura 32: Dinâmica de pressão do sistema em malha fechada. Fonte: Autoria própria.
A simulação ainda aborda uma situação em que é acionada a máquina de
fluxo 2, juntamente com mais um degrau de carga de aproximadamente 20 pontos
de consumo. Nesse momento o sistema passa a consumir o equivalente a abertura
de 90 pontos de consumo, este estado de operação tem objetivo de observar a
dinâmica do sistema de controle diante de uma transferência de carga entre as duas
máquinas de fluxo. Já que, o sistema de controle foi projetado para que a máquina
de fluxo 1 além de atender aos períodos de baixo consumo de água, tenha
condições de fazer o ajuste fino de pressão nas circunstâncias de maior consumo de
água, ou seja, nos casos em que sozinha a máquina 1 não atenda a referência de
pressão.
Diante disso, na simulação é acionada a máquina de fluxo 2 e a máquina 1
fornece apenas a contribuição necessária excedente para garantir a demanda de
consumo de água.
bar
69
Figura 33: Dinâmica da variação de velocidade da máquina 1. Fonte: Autoria própria.
A Figura 33 ilustra a variação de velocidade da máquina de fluxo 1 para
reduzir a pressão do sistema conforme a Figura 32, ao mesmo tempo que a
máquina de fluxo 2 assume a maior parte da carga solicitada.
Através da Figura 34 é possível visualizar a dinâmica de variação de torque
para a máquina de fluxo 1, nota-se que os resultados simulados apresentaram
grande variação entre os pontos coletados, possivelmente o fator determinante para
essa variação é o passo , ainda que a variação de velocidade é reduzida mesmo
com variação de carga, esse comportamento apresenta vantagens quando se busca
rotações baixas e torque variável.
O conjugado sofre pequenas variações quando comparada com as
variações de carga e velocidade aplicada no sistema controlado, mas que se
recuperam e voltam à estabilidade rapidamente.
70
Figura 34: Dinâmica da variação de torque da máquina de fluxo 1 Fonte: Autoria própria.
Através da Figura 35 é possível visualizar a relação de consumo da máquina
de fluxo 1 do sistema de bombeamento, nota-se grande diferença quando
comparado com os instantes iniciais de fluxo de potência do sistema sem controle
de velocidade apresentado na Figura 17.
No sistema com velocidade fixa, a máquina 1 consome em média 65kW/h, já
o sistema com o inversor de frequência instalado consumo uma potência entre 10 e
20kW/h, uma discrepância considerável e bem aceito para os objetivos de projeto.
No entanto, os ganhos referente à implementação do sistema de controle podem ser
elevados através de acompanhamento do sistema de bombeamento e ajustes finos
do sistema de controle.
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 50
50
100
150
200
250
Time (secs)
Torque da Máquina 1N
*m
71
Figura 35: Dinâmica de potência da máquina de fluxo 1 Fonte: Autoria própria.
5.2 ANÁLISES DE VIABILIDADE ECONÔMICA
A viabilidade técnica deste projeto é comprovada nos capítulos 2, 3 e 4. A
implementação prática do sistema de regulação de velocidade depende também da
análise de viabilidade econômica da instalação elétrica.
Inicialmente, um investimento pode ser apontado como toda ação da qual se
espera obter algum benefício futuro. A realizar uma analise de viabilidade econômica
de um projeto, significa analisar as perspectivas de desempenho financeiro do
investimento em questão (ROZENFELD, 2008). Dessa maneira, é calculada a
viabilidade econômica do projeto através de indicadores como:
Valor Presente Líquido (VPL): Corresponde a concentração de
todos os valores de fluxo de caixa de um projeto. É uma ferramenta
matemática-financeira capaz de determinar o valor presente de
pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros estipulada,
72
descontando o custo de investimento inicial do projeto. Se o VPL for
positivo pode-se dizer que existe uma expectativa de que sejam
pagos todos os investimentos;
Taxa Interna de Retorno (TIR): Determina a taxa de retorno
necessária para alcançar um determinado valor de investimento, ou
seja, pode ser definida como a taxa que anula o VPL;
Taxa Mínima de Atratividade (TMA): É uma taxa de juros que
corresponde a um mínimo valor que um investidor se dispõe a ganhar
quando realiza um investimento ou o máximo valor que uma pessoa
ou empresa se submete a pagar quando faz um financiamento;
Período de Recuperação de Capital (Payback): É o tempo
aproximado de recuperação do capital investido. Pode ser encarado
como um nível de risco do projeto, ou seja, projetos cujo payback
sejam relativamente curto indica que propiciam um menor nível de
risco, quando comparado a um projeto com período de payback
maior ;
O Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA): tem a mesma
interpretação do VPL, e representa a expectativa de retorno
distribuída em valores equivalentes anuais;
Valor Presente (VP): sinaliza um quantitativo de capital acumulado
referente à soma total do investimento inicial de projeto com o
acumulado de retorno do dinheiro aplicado no decorrer do período de
durabilidade do projeto.
Considerando-se que a empresa tenha os recursos financeiros necessários
para execução do projeto, não foram considerados para essa análise de viabilidade
nenhum recurso através de financiamentos. Este recurso sem financiamento é
chamado de Fluxo de Caixa Inicial (FCo), e representa o custo inicial para
implantação do projeto do controle do sistema de higienização da unidade da
empresa parceira (FACCO & VIEIRA, 2012).
Para calcular os valores de retorno mensal do projeto é necessário
conhecer algumas variáveis. O Custo Mensal de Manutenção dos equipamentos
(CMM) é considerado um valor de 5% do valor total do projeto ao ano. Considerando
um custo total de R$140.000,00, tem-se um CMMR$ 583,33.
73
O VEE (valor mensal em reais da Economia média de Energia) pode ser
aproximado considerando a dinâmica de potência, conforme a Figura 17, realizando
uma média de consumo do sistema antes da instalação do controle de velocidade.
Chega-se a um consumo aproximado de 60289,55KWh /mês. O custo do KWh
R$ 0,48. Através da dinâmica de potência do sistema abordado nas simulações da
secção 5.1. Considerando que a máquina de fluxo 2 opere continuamente nos
horários de pico de consumo, conforme a dinâmica de vazão da Figura 16 abordada
no capítulo 4. Calcula-se um consumo aproximado de 44589,84 kWh / mês,
indicando um ganho aproximado de 15699,71 kWh, (26%), dessa maneira o VEE
R$ 7535,86. Portanto, os valores aproximados de retorno mensal do projeto (RM)
são calculados pela expressão,
RM = VEE – CMM, (5.4)
substituindo as grandezas,
RM = R$ 6.951,73. (5.5)
A taxa TMA pode ser considerada pessoal, ou seja, cada indivíduo ou
empresa aceita se expor ao risco através de níveis diferentes. O Período de
capitalização pode ser encarado como, quanto tempo a empresa ou indivíduo está
sujeito a aguardar, para que o dinheiro aplicado retorne como capital. Para este
projeto considera-se uma TMA de 1% ao mês, e um período de capitalização de 180
meses. Em outras palavras, significa que o tempo estimado de depreciação dos
equipamentos e infraestruturas instalados é de 180 meses.
O valor acumulado de RM aplicado durante os 180 meses corresponde aos
valores de fluxo de entrada de caixa, durante o período de capitalização. Assim é
necessário realizar o calculo de VP do projeto com objetivo de levantar o valor do
capital acumulado no término dos 180 meses. A equação do valor presente
representa uma somatória dos meses de retorno de capital, considerando os fluxos
de caixa e a TMA ao longo dos meses,
74
1 ,
(1 )
jlN
j j
FCVP
TMA
(5.6)
substituindo as grandezas,
$579.229,71.VP R (5.6)
Através do VP é possível calcular o VPL. Essa equação fornece o indicativo
de valores presentes dos fluxos de caixa estimados de uma aplicação. A equação de
valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros estipulada,
TMA, descontando o custo de investimento inicial do projeto,
0
1
,(1 )
Nj
jj
FCVPL FC
TMA
(5.7)
substituindo as grandezas,
$439.229,71.VLP R (5.8)
Dessa maneira, como o VPL de projeto se encontra positivo, indica que é
viável economicamente. Assim, para análise do lucro remanescente com o projeto
calcula-se:
.[ .(1 ) ]
[(1 ) 1]
N
N
VPL TMA TMAVPLA
TMA
(5.9)
VPLA = R$ 5.271,50 (5.10)
Uma segunda análise estabelece o IBC (Índice Custo Benefício). O IBC é
uma medida de quanto se espera ganhar por unidade de capital investido, um
indicador financeiro que relaciona os benefícios de um investimento expressos em
termos monetários (FACCO & VIEIRA, 2012). Dessa maneira, pode ser
representado,
75
toinvestimendefluxodopresenteValor
benefíciodefluxodopresenteValorIBC = (5.11)
substituindo na expressão (5.11),
1
0
(1 )4,14
(1 )
Nk
kk
k
k
B
TMAIBC
CFC
TMA
(5.12)
Para o projeto em estudo o IBC = 4,14. Esse indicador representa o índice
de valores correspondente ao investimento de uma unidade monetária.
A classificação dos indicadores de viabilidade dispõe de outro indicador
importante para esse estudo que é o ROIA (Retorno Sobre o Investimento). Tal
indicador, que é um ajuste do IBC para uma região de menor horizonte, pode ser
abordado como a rentabilidade anual equivalente ao IBC (DONIZETTI, 2010),
1NROIA IBC , (5.13)
dessa maneira,
0,79%ROIA . (5.14)
Segundo Facco & Vieira (2012) através da relação do ROIA pela taxa
TMA é possível estimar uma rentabilidade extra, além do retorno propiciado pela
TMA. Conforme,
79,00%
ROIA
TMA
(5.15)
Diante disso, é necessário calcular a TIR, que é a ferramenta financeira que
analisa o risco de uma tomada de decisão. Embora muitos a utilizem como medida
76
de retorno, a TIR pode ser comparada como uma ferramenta de medida de risco
(Lima, 2010). Calcula-se a taxa interna de retorno com o objetivo de identificar o
risco de um projeto apresentar um retorno de investimento menor que a aplicação
financeira de investimento à TMA (DONIZETTI, 2010).
0=
)+1()+1(=
1=1=∑∑
N
j N
jN
j N
j
i
Saídas
i
EntradasTIR
(5.16)
Substituindo as grandezas,
4.965%TIR (5.17)
A TIR pode ser abordada como a taxa de retorno com que anula o VPL de
um investimento. Ainda, segundo Facco & Vieira (2012), se um investidor buscasse
recursos para execução de projeto através de financiamento, a TIR é o máximo valor
de taxa mensal de juros que um indivíduo poderia se dispor a pagar para que o
projeto seja rentável.
Através da Figura 36, pode-se visualizar o comportamento do VPL em
função da taxa de desconto.
Figura 36: Relação entre VPL e TMA. Fonte: Autoria própria.
A Figura 36 representa um indicativo de risco do projeto. O risco é medido
através da distância entre a Taxa Interna de Retorno (TIR) e a Taxa Mínima de
(R$300.000,00)
(R$100.000,00)
R$100.000,00
R$300.000,00
R$500.000,00
R$700.000,00
R$900.000,00
R$1.100.000,00
R$1.300.000,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8
( % )
VPL x TMA VPL
TIR TMA
77
Atratividade (TMA), ou seja, a probabilidade da TIR ser menor que a TMA. Em
outras palavras, o teto com que a taxa de investimento TMA pode subir até que um
determinado projeto seja inviabilizado economicamente. Conforme mostra a Figura
36, o projeto aqui desenvolvido pode ser considerado atrativo, já que, tem uma
probabilidade reduzida da TIR ser menor que a TMA (SOUSA E CLEMENTE, 2008).
A Tabela 13 apresenta os indicadores da análise de viabilidade econômica.
Tabela 13: Análise de viabilidade econômica de projeto. Fonte: Autoria própria.
Mês Fluxo de Caixa VP VPL Pay-back
00 -140000 -140000 -140000 Não pago ainda
01 6951,73 R$ 6.882,90 -R$ 133.117,10 Não pago ainda
02 6951,73 R$ 6.814,75 -R$ 126.302,35 Não pago ainda
03 6951,73 R$ 6.747,28 -R$ 119.555,06 Não pago ainda
04 6951,73 R$ 6.680,48 -R$ 112.874,59 Não pago ainda
05 6951,73 R$ 6.614,33 -R$ 106.260,26 Não pago ainda
06 6951,73 R$ 6.548,84 -R$ 99.711,41 Não pago ainda
07 6951,73 R$ 6.484,00 -R$ 93.227,41 Não pago ainda
08 6951,73 R$ 6.419,81 -R$ 86.807,60 Não pago ainda
09 6951,73 R$ 6.356,24 -R$ 80.451,36 Não pago ainda
... ...
...
20 6951,73 R$ 5.697,25 -R$ 14.552,19 Não pago ainda
21 6951,73 R$ 5.640,84 -R$ 8.911,34 Não pago ainda
22 6951,73 R$ 5.584,99 -R$ 3.326,35 Não pago ainda
23 6951,73 R$ 5.529,70 R$ 2.203,35 Pago
24 6951,73 R$ 5.474,95 R$ 7.678,29 Pago
25 6951,73 R$ 5.420,74 R$ 13.099,03 Pago
...
176 6951,73 R$ 1.206,51 R$ 434.521,95 Pago
177 6951,73 R$ 1.194,56 R$ 435.716,51 Pago
178 6951,73 R$ 1.182,74 R$ 436.899,25 Pago
179 6951,73 R$ 1.171,03 R$ 438.070,28 Pago
180 6951,73 R$ 1.159,43 R$ 439.229,71 Pago
Dessa maneira, para facilitar à visualização dos resultados da análise de
viabilidade econômica do projeto, a Tabela 14 reúne os indicadores calculados.
78
Tabela 14: Valores calculados da análise econômica. Fonte: Autoria própria
TMA 1%
VP R$ 579.229,71
VPL R$ 439.229,71
VPLA R$ 5271,50
IBC 4,14
N 180
Pay-back 23
ROIA (mensal) 0,79%
ROIA/TMA 79%
Pay-back/N 12,78%
TIR 4,96%
TMA/TIR 20,16%
79
5.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Através do analisador de energia elétrica RE6000, apresentado no ANEXO
C , foi efetuada uma nova análise de qualidade de energia durante um dia normal de
processo, agora com os equipamentos do controle de velocidade da máquina de
fluxo já instalados, com o objetivo de visualizar as diferenças de potência drenada
da rede. A Figura 37 compara os resultados coletado referente às curvas de
dinâmica de potência do sistema com velocidade fixa e com velocidade variável.
Figura 37: Relação de potência elétrica. Fonte: Autoria própria.
Estes resultados mostram que as características de variação de velocidade
realmente atendem as expectativas de redução de demanda de potência. Fica claro
que na grande maioria do período de processo tem-se elevados ganhos quanto aos
níveis de potência drenada.
A Figura 38 apresenta a relação de consumo de energia elétrica do sistema
de bombeamento.
5,00
15,00
25,00
35,00
45,00
55,00
65,00
75,00
85,00
95,00
15
:31
:10
16
:07
:11
16
:43
:11
17
:19
:12
17
:55
:13
18
:31
:14
19
:07
:14
19
:43
:15
20
:19
:16
20
:55
:17
21
:31
:18
22
:07
:18
22
:43
:19
23
:19
:20
23
:55
:21
00
:31
:22
01
:07
:23
01
:43
:23
02
:19
:24
02
:55
:25
03
:31
:26
04
:07
:27
04
:43
:27
05
:19
:28
05
:55
:29
06
:31
:30
07
:07
:31
07
:43
:32
08
:19
:32
08
:55
:33
09
:31
:34
10
:07
:35
10
:43
:36
11
:19
:37
11
:55
:38
12
:31
:38
13
:07
:39
13
:43
:40
14
:19
:41
14
:55
:42
Potência KW
Milh
are
s
Horário
Dinâmica de Potência do Sistema velocidade Fixa
Velocidade Variável
80
Figura 38: Relação de consumo de energia elétrica. Fonte: Autoria própria.
Para elaboração dessa relação, foi realizada uma média de consumo
através dos dados coletados pelo analisador de energia. A média é fundada
considerando 288 pontos de coleta do analisador ao longo de um dia de processo,
considerando às 24 horas trabalhadas. Com uma variação de tempo 0,12T hrs (5
minutos) entre cada instante coletado.
Dessa maneira, a Figura 38 ilustra os quantitativos de potência consumida
do sistema de bombeamento, Estes resultados reforçam que as características de
variação de velocidade atendem as expectativas de redução de consumo de energia
elétrica. Já que, quando considerado os valores médios de consumo de energia
elétrica, o ganho da implementação do projeto alcançou 40,66% aproximadamente.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.0002
4
48
72
96
12
0
14
4
16
8
19
2
21
6
24
0
26
4
28
8
31
2
33
6
36
0
38
4
40
8
43
2
45
6
48
0
50
4
52
8
55
2
57
6
60
0
62
4
Potência (KW)
Horas
Consumo Médio do Sistema no Mês
Velocidade variável
Velocidade fixa
35.773,95 kWh /mês
Econômia de 24.515,6 KWh /mês (40,66%)
60.289,55 kWh /mês
81
6. CONCLUSÕES
É fato que na grande maioria dos sistemas de bombeamento utilizados na
indústria são necessários dispositivos de acionamento que diminuam os
afundamentos de tensão e picos de corrente da rede industrial, durante a partida das
máquinas de fluxo. O inversor de frequência é um dispositivo que além de reduzir os
níveis de queda de tensão e picos de corrente na partida, auxiliam na variação de
velocidade das máquinas contribuindo com a redução de consumo de energia
elétrica.
Este trabalho contribuiu, especialmente, na demonstração da estratégia de
controle de vazão através da variação de velocidade da máquina de fluxo.
Abordando os principais aspectos teóricos, tecnológicos e econômicos que
envolvem essa estratégia de controle. Analisando tais aspectos, o projeto foi
considerado pela empresa como de boa rentabilidade, sobretudo em razão dos
cálculos de análise de viabilidade econômica apresentados na secção 5.2. Dessa
maneira custeado na íntegra pela empresa parceira.
O método de controle proposto contempla simulações do sistema de
bombeamento antes e após o controle de velocidade. Considerando um cenário
análogo as demandas de água observadas durante acompanhamentos das
atividades de processo do frigorífico.
Verifica-se que, o uso do inversor de frequência constantemente resulta em
reduções de consumo de energia. Porém, por ser um dispositivo com custo
relativamente elevado, quando comparado com demais dispositivos de acionamento,
deve-se realizar um estudo de viabilidade econômica. Tendo em vista, buscar a
solução que melhor atenda as necessidades de projeto, quanto ao aspecto
econômico.
Este trabalho contempla o projeto elétrico de instalação, abordando
dimensionamento do circuito de força, elaboração e discussão do diagrama unifilar
referente aos equipamentos de instalação.
Os resultados experimentais mostraram ser relativamente aproximados com
os resultados de simulação. No entanto, devido a limitações de hardware da
máquina utilizada para realizar as simulações, foi necessário reduzir a constante de
82
passo da simulação, dessa maneira, surgiram grandes quantidades de ruídos nos
resultados, principalmente no torque e potência da máquina.
Os dados da Figura 17, referem-se à dinâmica de potência ativa do sistema
não controlado, e como o controle de vazão neste caso é através de recirculação por
by-pass, em situações que o processo demande pouca vazão as máquinas de fluxo
trabalham com baixo escorregamento, reduzindo o fator de potência,
consequentemente consumindo elevadas porções de potência para atender as
mesmas demandas de carga. Fato este, que evidencia a elevada contribuição do
trabalho.
Os resultados obtidos através da Figura 38 reforçam que as características
de variação de velocidade atenderam as expectativas de redução de consumo de
energia elétrica. Já que, quando considerado os valores médios de consumo de
energia elétrica, o ganho da implementação do projeto alcançou 40,66%
aproximadamente.
No entanto, em alguns pequenos períodos do processo conforme a Figura
37 o sistema apresentou uma demanda de potência superior ao período de
velocidade fixa, justamente os períodos de maior consumo de água. Embora o
ganho econômico seja agradável, fica de sugestão para trabalhos futuros que os
picos de potência podem ser reduzidos através de ajustes finos de programação.
A programação do sistema de controle contempla que, em situações de
queda de pressão e/ou a máquina de fluxo 1 não consiga atender a demanda de
vazão. O sistema de controle decrementa um intervalo de tempo de 30 segundos,
caso não haja normalização, aciona a máquina de fluxo 2. Dessa maneira, os picos
de consumo de potência são causados por uma quantidade considerável de partidas
da máquina de fluxo 2, em curtos intervalos de tempo.
Para buscar melhoras nesse aspecto, pode-se elevar a faixa de frequência
de trabalho da máquina de fluxo 1, para um valor não muito superior a 65 Hz e
aumentar o intervalo de espera para a partida da segunda máquina. Considerando
estes ajustes é possível reduzir picos de potência. No entanto, pode surgir um delay
(atraso) na resposta do controle de pressão. Assim sendo, deve-se garantir que os
ajustes não interfiram nas atividades de processo do frigorífico.
83
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87
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88
ANEXO A — Processo de Escaldagem
ANEXO A: Frango saindo do processo de escaldagem e entrando na depenadeira. Fonte: (PAZ, 2014)
89
ANEXO B — Medidor de vazão ultrassónico Micronics modelo Portaflow 330
ANEXO B: medidor de vazão ultrassónico Micronics modelo Portaflow 330. Fonte: (MICRONICS, 2012)
90
ANEXO C — Analisador de Energia RE6000 Embrasul
ANEXO C: Analisador de energia RE6000 Embrasul. Fonte: (EMBRASUL, 2015)
91
ANEXO D — Instalação do Analisador de Energia RE6000 Embrasul
ANEXO D: Instalação no campo analisador de energia RE6000 Embrasul. Fonte: Autoria própria.
92
ANEXO E — Instalação do Analisador de Energia RE6000 Embrasul
ANEXO E: Instalação no campo analisador de energia RE6000 Embrasul. Fonte: Autoria própria.
93
ANEXO F: Método de instalação e determinação das colunas das tabelas de capacidade de condução.
ANEXO F: Método de instalação e determinação das colunas das tabelas. Fonte: (PUCRS, 2015)
94
ANEXO G: Capacidade de condução de corrente dos condutores elétricos.
ANEXO G: Capacidade de condução de corrente, em amperes, para os métodos de referência de condutores carregados. Fonte (PUCRS, 2015)
95
ANEXO H: Capacidade de condução de corrente para os vários métodos de instalação.
ANEXO H: Capacidade de condução de corrente, em ampéres, para os métodos de referência. Fonte: (PUCRS, 2015)
96
ANEXO I: Circuito equivalente da máquina de indução trifásica acionada através do inversor de frequência.
ANEXO I: Circuito equivalente da máquina de Indução trifásica fornecido pelo fabricante. Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S/A.