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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 6352 ESTUDO HISTORIOGRÁFICO SOBRE O ENSINO SECUNDÁRIO EM SANTA CATARINA (DÉCADA DE 1970-2015) 1 Norberto Dallabrida 2 O florescimento da historiografia da educação no Brasil, que vem se consolidando nas últimas décadas, tem realizado uma excelente releitura do ensino primário e da escola normal e com aportes teóricos diversificados, mas não tem dado a devida atenção ao ensino secundário. Entre 1931 e 1971, o ensino secundário brasileiro tinha sete anos de duração, sendo formado por dois ciclos e jogava um papel fulcral no sistema de ensino e, particularmente, no acesso aos cursos superiores. A reforma Francisco Campos (1931) estabeleceu, de forma inédita, dois ciclos para o ensino secundário: o ciclo fundamental, com um período de cinco anos de duração, comum aos estudantes secundaristas e ministrava formação geral; e o complementar, somente de dois anos, que preparava para o ingresso no ensino superior e tinha três cursos paralelos: para os candidatos ao Curso de Direito, para os candidatos aos cursos da área da saúde e para os candidatos para engenharia ou arquitetura (DALLABRIDA, 2009). A Lei Orgânica do Ensino Secundário (1942), concebida pelo ministro da educação Gustavo Capanema, reestruturou esses dois ciclos, de sorte que o ciclo ginasial passou a ter quatro anos de duração, enquanto o colegial, com três anos, era formado por dois cursos paralelos o científico e o clássico. Essa estrutura seria quebrada pela reforma educacional outorgada pela Lei 5.692, de agosto de 1971, no apogeu do regime militar, que criou o 1º grau a partir da fusão do antigo curso primário e o ciclo ginasial, com oito anos de duração, e o 2º grau com o mesmo número de anos do ciclo colegial. Assim, durante quatro décadas, o ensino secundário tinha uma configuração próxima daquela dos países europeus, especialmente da França. Desta forma, o presente trabalho se propõe a realizar um estudo sobre os trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado produzidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), da década de 1970 até o ano de 2015, que versam sobre ensino secundário existente no Estado de Santa Catarina de 1931 a 1971. Trata-se de uma análise historiográfica 1 Agradeço ao bolsista Tibério Souza pela ajuda na coleta de dados e à FAPESC pelo auxílio financeiro na minha pesquisa institucional. 2 Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). E-Mail: [email protected]

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ISSN 2236-1855 6352

ESTUDO HISTORIOGRÁFICO SOBRE O ENSINO SECUNDÁRIO EM SANTA CATARINA (DÉCADA DE 1970-2015)1

Norberto Dallabrida2

O florescimento da historiografia da educação no Brasil, que vem se consolidando nas

últimas décadas, tem realizado uma excelente releitura do ensino primário e da escola

normal e com aportes teóricos diversificados, mas não tem dado a devida atenção ao ensino

secundário. Entre 1931 e 1971, o ensino secundário brasileiro tinha sete anos de duração,

sendo formado por dois ciclos e jogava um papel fulcral no sistema de ensino e,

particularmente, no acesso aos cursos superiores. A reforma Francisco Campos (1931)

estabeleceu, de forma inédita, dois ciclos para o ensino secundário: o ciclo fundamental, com

um período de cinco anos de duração, comum aos estudantes secundaristas e ministrava

formação geral; e o complementar, somente de dois anos, que preparava para o ingresso no

ensino superior e tinha três cursos paralelos: para os candidatos ao Curso de Direito, para os

candidatos aos cursos da área da saúde e para os candidatos para engenharia ou arquitetura

(DALLABRIDA, 2009). A Lei Orgânica do Ensino Secundário (1942), concebida pelo

ministro da educação Gustavo Capanema, reestruturou esses dois ciclos, de sorte que o ciclo

ginasial passou a ter quatro anos de duração, enquanto o colegial, com três anos, era formado

por dois cursos paralelos – o científico e o clássico. Essa estrutura seria quebrada pela

reforma educacional outorgada pela Lei 5.692, de agosto de 1971, no apogeu do regime

militar, que criou o 1º grau a partir da fusão do antigo curso primário e o ciclo ginasial, com

oito anos de duração, e o 2º grau com o mesmo número de anos do ciclo colegial. Assim,

durante quatro décadas, o ensino secundário tinha uma configuração próxima daquela dos

países europeus, especialmente da França.

Desta forma, o presente trabalho se propõe a realizar um estudo sobre os trabalhos de

conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado produzidas na

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e na Universidade do Estado de Santa

Catarina (UDESC), da década de 1970 até o ano de 2015, que versam sobre ensino secundário

existente no Estado de Santa Catarina de 1931 a 1971. Trata-se de uma análise historiográfica

1 Agradeço ao bolsista Tibério Souza pela ajuda na coleta de dados e à FAPESC pelo auxílio financeiro na minha pesquisa institucional.

2 Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Departamento de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). E-Mail: [email protected]

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sobre a produção acadêmica nos cursos de graduação e de pós-graduação stricto sensu,

realizada nas duas universidades públicas localizadas em Santa Catarina durante o recorte

temporal elegido. Para tanto, é preciso considerar que na UFSC o curso de mestrado em

História iniciou em 1975, de modo que, no final da década de 1970, foram defendidas as

primeiras dissertações de mestrado e o curso de mestrado em educação iniciou em 1984, mas

ambos se verticalizaram em nível de doutorado na década de 1990. Ademais, em 2001 a

UFSC também passou a ter o Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e

Tecnológica (PPGECT), que contemplava a investigação das disciplinas científico-

matemáticas. Em 1996, a UDESC implantou o curso de mestrado em Educação e Cultura, que

teve vida curta, sendo, em boa medida, desdobrado nos cursos de mestrado em Educação e

em História em 2006 e ambos logo foram verticalizados em nível de doutorado. Considera-se

que esses cursos produziram estudos sobre a história da escolarização e, particularmente, do

ensino secundário. De outra parte, 2015 é o último ano completo anterior à realização da

coleta de dados deste trabalho, de sorte que foi escolhido para dar-lhe atualidade. Pelo fato

de não haver estudos dessa natureza sobre o ensino secundário, optou-se por iniciar o

trabalho historiográfico com a produção acadêmica das duas universidades públicas

enraizadas em Santa Catarina.

A historiografia é o estudo da produção da história-conhecimento, considerada uma

representação construída a partir de diversas fontes que registram o passado. Usa-se o

conceito de representação cunhado por Roger Chartier, que lhe confere dupla dimensão, qual

seja: a presentificação de um objeto ausente seja ele coisa, conceito ou pessoa e o processo de

sua construção, isto é, “re-apresentação mais ou menos adequada de algo já dado,

apresentado e conhecido como ‘o real’” (CARVALHO e HANSEN, 1996, p.12). No primeiro

sentido, “la representación hace ver el ‘objeto ausente’ (cosa, concepto o persona)

substituyéndolo por uma ‘imagem capaz’ de representarlo adequadamente. Representar es

pues dar a conocer las cosas indirectamente [...]” (CHARTIER, 2000, p.75). Representação é

também a construção social de uma coisa ou de uma pessoa, como esclarece Chartier (2000,

p.85):

Más allá de este primer uso, historicamente localizado, la noción de representatión se há cargado de uma pertinência más amplia, al designar al conjunto de las formas teatralizadas y ‘estilizadas’ (según las palabras de Max Weber) gracias a las cuales los indivíduos, los grupos sociales, los poderes, construyen y proponen una imagen de ellos mismos. [...] Entendido de este modo, el concepto de representación lleva a pensaren el mundo social o en el ejercicio del poder como un sistema de relaciones. Las modalidades de presentación de un grupo social o de una autoridad están, ciertamente,

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gobernadas por las propiedades sociales de este grupo social o los recursos propios de este poder.

No campo historiográfico, o ausente é o passado, que é representado, a partir de

documento/s transversalizado/s por jogos de poder, pelas histórias-conhecimento. As fontes

dessa investigação são de cunho bibliográfico, sendo constituídas por trabalhos de conclusão

de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre o ensino secundário

catarinense de 1931 a 1971, isto é, durante a existência desse nível de escolarização com dois

ciclos. O trabalho está dividido em duas partes: inicialmente serão analisados trabalhos

vinculados à chamada historiografia “tradicional”; e, na segunda parte será colocado o foco

sobre trabalhos de história do ensino secundário fundamentados nas novas tendências

historiográficas, particularmente a partir dos anos 1990.

Historiografia “tradicional”

Em meados da década de 1970, o Curso de Mestrado em História da UFSC foi

implantado tendo como área de concentração a história quantitativa nos campos demográfico

e econômico, mas estava aberta a outras possibilidades de investigação científica. Assim, nas

primeiras duas décadas de existência, foram elaborados dois trabalhos acadêmicos que

tinham como objeto escolas católicas localizadas no território catarinense. A dissertação de

mestrado “O Colégio Catarinense, um marco na história da educação de Santa Catarina”, de

Pick (1979) lança um olhar de longa duração sobre o colégio dos padres jesuítas sediado em

Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. Nesse trabalho o Colégio Catarinense é

abordado desde a sua criação, ocorrida em 1905, até os anos 1970, de sorte que apresenta

uma visão panorâmica oficiosa do educandário considerado de excelência e, por isso, formou

boa parte das elites catarinenses. Neste sentido, pode ser considerado um escrito enquadrado

na historiografia “tradicional” de Santa Catarina, que buscava dar visibilidade aos homens e

instituições de relevo social, cujo locus gerador era o Instituto Histórico e Geográfico de

Santa Catarina. No entanto, a confecção dessa dissertação de mestrado usou depoimentos de

ex-professores e alunos egressos desse estabelecimento de ensino, que revela um

procedimento metodológico inovador na historiografia brasileira e catarinense na década de

1970. Isso se deve à dissertação de mestrado sobre história oral, de Carlos Humberto Corrêa,

defendida no Curso de Mestrado da UFSC e logo transformada em livro (CORRÊA, 1978),

disseminando essa metodologia em Santa Catarina.

O outro trabalho é a dissertação de mestrado “O Instituto Maria Auxiliadora 1928-

1992”, de Neide Maria de Souza Moreira Areco (1993), localizado em Rio do Sul e dirigido

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pela Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora – braço feminino dos salesianos. O

propósito desse trabalho é “[...] mostrar a evolução do Instituto Maria Auxiliadora de Rio do

Sul, colégio confessional católico, fundado em 1928 pela Congregação das Filhas de Maria

Auxiliadora, com o nome de Colégio Sagrado Coração de Jesus, até o ano de 1992 (ARECO,

1993, p.xviii). Trata-se também de uma história de longa duração de um colégio feminino

católico, estudado em três longos períodos – o “missionário” (1928-1942), o “institucional” e

aquele “de formação da consciência crítica” –, tendo como fio condutor a congregação

religiosa que o dirigia. Essa história oficiosa do Colégio Sagrado Coração de Jesus foi

elaborada a partir de farta documentação escrita em português e em italiano, bem como pela

coleta de depoimentos realizados de acordo com a técnica da história oral, sendo duas de

irmãs salesianas e duas de leigas vinculadas ao colégio em tela. Enfim, a dissertação de

mestrado de Neide Areco não tem propriamente uma questão específica anunciada na sua

introdução, mas a confecção de um arrolamento de fatos divididos de forma tripartite e

cronológica e apresenta uma forma linear que vai do geral para o particular.

Embora elaborados em diferentes momentos históricos, os trabalhos de Pick (1979) e

de Areco (1993) sobre educandários católicos têm uma modalidade historiográfica

“tradicional” em comum, qual seja: a construção de uma história panorâmica, linear,

cronológica e encomiosa que vai da criação do colégio até o momento da elaboração da

dissertação de mestrado. Trata-se de uma modalidade da história tradicional, mas que recebe

um certo sopro de inovação na medida em que usa depoimentos de agentes educacionais

coletados a partir da metodologia da história oral, que quebra o chamado fetiche das fontes

escritas do tradicionalismo historiográfico. Desta forma, esses dois trabalhos acadêmicos se

convertem em escritos importantes porque fornecem documentos escritos e excertos de

depoimentos de ex-alunos e ex-professores das escolas estudadas.

Novas tendências historiográficas

No mínimo desde os anos 1990, a história da educação vem passando por um

deslocamento marcado pelo foco de análise das práticas no interior da escola. No campo

historiográfico brasileiro, o texto fundador dessa nova forma de ler a escolarização em

perspectiva histórica é “A cultura escolar como objeto histórico” (JULIA, 2001), que vem

sendo usado, de forma ostensiva, nas últimas décadas. Nesse artigo, cultura escolar é

considerada “um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a

inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a

incorporação desses comportamentos” (JULIA, 2001, p.10). A cultura escolar é pensada em

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uma dupla dimensão: a prescrita, formada por textos normativos que recortam e didatizam

saberes escolares e condutas a estimular; e a praticada, ou seja, a apropriação do prescrito na

tessitura do fazer educativo nas escolas e, particularmente, nas salas de aula. Essa nova clave

de análise prioriza a caixa preta da escola, mas procura compreender as conexões umbilicais

entre a instituição escolar e o mundo social. O olhar micro-histórico para a escola é

multifacetado, mas, grosso modo, contempla especialmente a conformação dos saberes

escolares ou disciplinas-saber, os modos de disciplinamento corporal dos alunos ou a

disciplina-corpo e as clientelas ou os grupos sociais que frequentam as escolas, levando em

conta os marcadores sociais como gênero, etnia, fração de classe social e idade.

Na historiografia da educação brasileira, na década de 1990, emergiram trabalhos sobre

a cultura escolar no curso primário e na escola normal, mas, em seguida, o ensino secundário

também passou a ser analisado a partir desse conceito. Em Santa Catarina, em meados da

primeira década do século XXI, aparecem os primeiros estudos sobre o ensino secundário,

que se desdobraram e se diversificaram. Assim, o trabalho de conclusão de curso “Varões

para o futuro: o Ginásio Diocesano e a reafirmação das elites da Serra Catarinense (1931-

1942)” (SILVA, 2005), procura relacionar a cultura escolar e a clientela do Ginásio

Diocesano, localizado em Lages, cidade-polo do Planalto Serrano Catarinense e dirigido por

freis franciscanos alemães. Trata-se de um educandário localizado em uma região de

latifundiários e, por isso, marcado por fortes desigualdades sociais e escolares. Nesta direção,

no ano seguinte, Tridapalli (2006) produziu o trabalho de conclusão de Curso “Bons cristãos

e virtuosos cidadãos: cultura escolar marista no Ginásio Aurora (1938-1945)”, que procurou

compreender o funcionamento interno de um colégio dirigido pela Congregação dos Irmãos

Maristas em um cidade menor do Planalto Serrano Catarinense. A cultura escolar

diagnosticada nessa escola era de timbre marista e, por isso, afrancesada, mas não menos

rigorosa que a dos franciscanos alemães.

Também em meados da primeira década do século XXI, a cultura escolar foi analisada

a partir da variável gênero, colocando o foco sobre as alunas de colégios católicos, que

estavam em sintonia com a emergência dos estudos da mulheres. Com a dissertação de

mestrado “A inserção das mulheres no Colégio Catarinense, 1967-1973”, Marçal (2005)

procura compreender a introdução das mulheres como professoras, alunas e funcionárias no

Colégio Catarinense, que, até 1966, era dirigido e frequentado somente por homens. Trata-se

do principal educandário formador de elites, localizado em Florianópolis e dirigido por

jesuítas alemães. De outra parte, com o trabalho de conclusão de curso “Sobre mulheres

distintas e disciplinadas: práticas escolares e relações de gênero no Ginásio Feminino do

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Colégio Coração de Jesus (1935-1945)”, Garcia (2006) estuda a cultura escolar no primeiro

ginásio feminino do Estado de Santa Catarina, parte integrante do Colégio Coração de Jesus,

também localizado na capital catarinense e gestionado pela Congregação das Irmãs da Divina

Providência, cujas freiras também eram de ascendência alemã. Aqui a atenção é colocada

sobre a generificação das práticas escolares, de sorte que as adolescentes alunas eram

submetidas a uma cultura escolar com conhecimentos menos intelectualizados e com

exercícios físicos mais amenos, visando a preparação da futura mulher burguesa que se

dedicava preferencialmente à esfera privada como esposa, mãe, sogra. Esse mesmo

educandário foi investigado por Martini (2008) na dissertação de mestrado “Curso Científico

do Colégio Coração de Jesus: cultura escolar e socialização das elites femininas em Santa

Catarina (1947-1961)”, mas no segundo ciclo do ensino secundário e na conjuntura da

redemocratização da sociedade brasileira iniciada em meados da década de 1940. As moças

que concluíram o científico não tinham a mesma perspectiva social daquelas que fizeram o

curso ginasial nos anos 1930, mas flertavam com o ingresso no ensino superior.

A cultura escolar também foi analisada a partir do disciplinamento do corpo discente

como é o caso da dissertação de mestrado “Sólida instrução e educação esmerada: as

estratégias disciplinares no Colégio Santo Antônio - Blumenau - SC (1932-1942)”, de Rogéria

Rebello Diegoli (2006). Os dispositivos disciplinares flagrados no cotidiano do Colégio Santo

Antônio, também dirigido por franciscanos alemães e voltados às elites regionais, são

fundamentados no conceito de disciplina e de resistência de Michel Foucault. As estratégias

disciplinares como o controle do tempo, o esquadrinhamento do espaço, a avaliação regular e

espetacularizada que gera o trabalho regular, a organização das forças escolares e as punições

morais, voltadas para adolescentes homens, são analisadas com a seleção e organização dos

saberes escolares. Procurando ler as diferenças e desigualdades de gênero, Martins (2009)

produziu a dissertação de mestrado “Coeducação, cultura escolar e seus limites: Ginásio

Barão de Antonina (1942-1952)”. O Ginásio Barão de Antonina era uma instituição privada

de ensino secundário, localizado em Mafra, ao norte do Estado de Santa Catarina, mantida

por uma associação privada e laica chamada Associação Mafrense de Ensino, que oferecia o

curso ginasial para adolescente homens e mulheres. A coeducação é analisada nas práticas

escolares no Ginásio Barão de Antonina, mas as diferenças mais marcantes foram

constatadas nas disciplinas-saber Educação Física, Trabalhos Manuais e Economia

Doméstica, segregadas por gênero, de sorte que os alunos eram preparados para atividades

públicas, enquanto as alunas eram formadas para atividades domésticas. Deve-se levar em

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conta que a própria Lei Orgânica do Ensino Secundário (1942), prescrevia explicitamente a

segregação entre alunos e alunas nos dois ciclos do ensino secundário.

A dissertação de mestrado “Cultura escolar no Ginásio de Aplicação da Universidade

Federal de Santa Catarina na década de 1960” (ANDRADE, 2009) investiga experiências

pedagogicamente inovadoras no curso ginasial do Colégio de Aplicação da universidade

federal localizada em Florianópolis. Apoiando-se em teóricos como Dominique Julia, André

Chervel, Jean-Claude Forquin e Antônio Vinão Frago, esse trabalho explora as seguintes

estratégias renovadoras do ensino: desenvolvimento da pesquisa, experimentação de

integração de disciplinas, formação regular de professores e ensaios de autogoverno dos

alunos. Essas novas práticas educativas circulavam nos colégios de aplicação das

universidades federais inspiradas nas chamadas classes secundárias experimentais que foram

colocadas em marcha no Brasil desde a década de 1950. As fontes utilizadas foram

documentos escritos e iconográficos, mas também foram usados depoimentos de ex-alunos e

ex-professores que vivenciaram essas experiências ginasiais de vanguarda. A dissertação de

mestrado “No compasso do moderno: o Curso Normal do Instituto de Educação de Santa

Catarina (anos 1960)”, Karin Sewald Vieira (2014) tem o mesmo recorte temporal que o

trabalho de Andrade (2009). Depois de fazer considerações sobre o prédio escolar do

Instituto Estadual de Educação, esta pesquisa debruça-se sobre os aspectos da sua cultura

escolar como “a emergência de diferentes protagonismos como elementos constitutivos da

configuração do Curso Normal, tais como a autonomia administrativa, didática e financeira,

instituída em 1964, os rituais de formatura e a organização do concurso A mais bela

normalista” (VIEIRA, 2014, p.5). Ademais, reflete sobre o estágio do curso normal em

articulação com a criação e instalação do curso primário de aplicação, como uma escola

laboratório. Por fim, o trabalho de conclusão de curso de Will (2013) sob o título “O ensino

secundário no internato do Ginásio e Colégio Catarinense de Florianópolis: a prática jesuítica

alemã do Colégio Catarinense na 1ª Era Vargas” discute a excelência do ensino ginasial e

colegial – este a partir de 1943 – no colégio dos jesuítas da capital de Santa Catarina, bem

como os seus arranjos nacionalistas de 1930 a 1945, particularmente no seu internato.

Os estudos de cultura escolar se pulverizaram e, forjaram um novo subcampo de

investigações – as disciplinas-saber. Nesta direção, dois trabalhos acadêmicos foram

produzidos no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC.

No primeiro, sob o título “História da Disciplina Escolar Química: o caso de uma instituição

de ensino secundário de Santa Catarina 1909-1942”, Joanez (2006) estuda a disciplina-saber

Química ministrada no Ginásio Catarinense. Vinculada na chamada História das Disciplinas

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Escolares (HDE) e estribada nos trabalhos curriculares de Ivor Goodson, ela conclui que na

primeira metade do século XX, estudos químicos secundaristas nesse educandário tinham

excelente atualização europeia devido à formação científica consistente de seus professores,

padres jesuítas de ascendência alemã. Na dissertação de mestrado “Práticas e discursos:

análise histórica dos materiais didáticos no ensino de geometria”, de Rocco (2010) investiga o

ensino de Geometria, nos anos 1960 e 1970, a partir dos tipos de materiais utilizados, os

conteúdos programáticos e as orientações teórico-metodológicas. Para tanto, constata o

impacto do Movimento da Matemática Moderna (MMM) na didática do ensino ginasial de

matemática, sendo mais acentuado na metodologia do ensino de Geometria. Esses trabalhos

acadêmicos trataram das disciplinas de Química e Matemática (Geometria) no curso ginasial,

analisando a cultura escolar de forma mais específica e pontual.

Em segundo lugar, o ensino secundário catarinense foi estudado a partir das clientelas

de alguns de seus ginásios e colégios e de trajetórias sociais de uma ex-professora e de

alunos/as egressos/as, fundamentados nas sociologias de Pierre Bourdieu e de Bernand

Lahire. A dissertação de mestrado “O Ginásio Estadual Pedro II e o ensino secundário para as

classes médias (1946-1956)”, de Degelane Córdova Duarte (2007), estudou a formação social

dos alunos/as de um curso ginasial localizado na cidade de Blumenau. Ela conclui que o

Ginásio Estadual Pedro II escolarizava, sobremaneira, frações das classes médias, já que as

elites regionais dividiam-se entre entre o Colégio Santo Antônio (para homens) e o Colégio

Sagrada Família (para mulheres). O foco no estudo do perfil discente também foi realizado

por Luciano Júnior (2008), na dissertação de mestrado intitulada “O Colégio de Aplicação da

UFSC e diferenças sociais e escolares”. A partir do uso dos conceitos bourdieusianos de

capital cultural, capital social e habitus e de aplicação de questionário com ex-alunos, esse

trabalho diagnostica que a clientela do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de

Santa Catarina nos anos 1970 era formada sobretudo por filhos de professores universitários,

que tem uma atmosfera familiar favorável à cultura escolar e geralmente reforça o

aprendizado sugerido e cobrado pela escola. Neste sentido, esse trabalho constatou uma

clientela bastante homogênea no Colégio de Aplicação da UFSC, diferente daquelas dos

últimos anos em que a vaga nessa escola pública de excelência é feita por meio de sorteio

público.

De outra parte, três trabalhos acadêmicos investigam trajetórias de ex-alunos de

colégios católicos de elite e de uma professora de colégio público, considerando as suas

origens sócio-familiares, o percurso escolar e a carreira profissional. Na dissertação de

mestrado “Mulheres destinadas ao êxito: trajetórias escolares e profissionais de ex-alunos do

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Curso Científico do Colégio Coração de Jesus de Florianópolis (1949-1960)”, Martini (2011)

estuda a trajetória de três egressas do colégio das Irmãs da Divina Providência de

Florianópolis, sendo duas de classe abastada e uma bolsista de origem popular. Em

“Herdeiros da Escola: trajetórias sociais de egressos do Colégio Catarinense (1951-1960)”,

Melo (2012) investiga a trajetória social de três alunos bolsistas do colégio dos jesuítas da

capital catarinense dos anos 1950, que têm diferentes origens sociais desfavorecidas. No

léxico bourdieusiano, esses alunos egressos são considerados trânsfugas porque fogem da sua

condição de fração de classe social imposta pelo pertencimento familiar mediante esforço

redobrado, particularmente na escolarização. Na dissertação de mestrado “Rompendo

normas: trajetória social e prática docente de Eglê Malheiros no Colégio Estadual Dias Velho

(Florianópolis, 1947-1964)”, Rosa (2013) estuda o percurso escolar e as práticas educacionais

de uma professora de história do Instituto de Educação de Florianópolis a partir da sua

ideologia comunista e, literariamente, modernista, que era oriundas de uma família abastada.

Nesses trabalhos de corte sociológico, portanto, pode-se constatar o efeito da origem social

privilegiada na suas vidas profissionais, bem como a conclusão do ensino secundário para os

alunos/a trânsfugas.

Ademais, constata-se a existência de dois trabalhos que lançam um olhar mais externo

sobre o ensino secundário catarinense de 1931 a 1971. O primeiro é a dissertação de mestrado

”A democratização do acesso ao ensino secundário pela expansão do ciclo normal em Santa

Catarina (1946-1969)”, de Juliete Schneider (2008), que explora o crescimento significativo

do curso normal ginasial conformado na Lei Orgânica do Ensino Normal (1946) até a

instituição do Plano Estadual de Educação de Santa Catarina (1969). Constatando a

dualidade estrutural do curso normal materializada nos nível ginasial e colegial, afirma que

“reconstituimos o processo de ampliação das oportunidades educacionais, particularmente

em relação ao Ensino Normal, através do mapeamento do número de estabelecimentos que

ofereciam estes cursos e o movimento de matrículas” (SCHNEIDER, 2008, p.vi). Já Cobério

(2009) na dissertação “A racionalização das carências: estado desenvolvimentista e o ensino

secundário da rede estadual em Santa Catarina (1961-1965)” explora o ensino secundário no

1º Plano de Metas do Governo, implantado na Gestão Estadual de Celso Ramos na primeira

metade da década de 1960 (AURAS, 1998). Trata-se da discussão sobre o lugar do ensino

secundário na rede pública catarinense numa época de grande expansão de prédios escolares

viabilizada pelo Governo Celso Ramos e que respondia ao crescimento expressivo do número

de matrículas. O ensino secundário é entendido neste trabalho como um ramo do ensino

médio, de acordo com a definição ampla dada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação

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Nacional (1961). Os dois trabalhos exploram a democratização quantitativa do ensino

secundário catarinense.

Conclusões

Este estudo historiográfico sobre o ensino secundário em Santa Catarina, tendo como

corpus documental os trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de

doutorado defendidos na UFSC e na UDESC, da década de 1970 até 2015, indicam

inicialmente que a história “tradicional” é representada por duas dissertações de mestrado

vinculadas ao Curso de Mestrado em História da UFSC. Esses dois trabalhos acadêmicos

produzem uma história panorâmica, lineal e cronológica de colégios católicos e têm um

caráter oficioso porque usam precipuamente documentos institucionais e tecem elogios à

escolarização desses educandários. Todavia, além das fontes escritas, coligidas em

abundância, as dissertações de mestrado de Pick (1979) e de Areco (1993) usam depoimentos

de ex-professores/diretores e de alunos/as egressos/as produzidos a partir da metodologia da

história oral em voga no Curso de Mestrado em História da UFSC livro ao trabalho pioneiro

de Carlos Humberto Corrêa. Deve-se considerar que os depoimentos colhidos são de agentes

educativos que tem uma relação de afeto com o colégio investigado – o Colégio Catarinense e

o Colégio Sagrado Coração de Jesus. Desta forma, esses estudos são importantes mais pelo

volume expressivo de documentos – escritos e orais – do que pela capacidade de

interpretação das instituições educativas elegidas. São, portanto, considerados uma

modalidade de história tradicional do ensino secundário catarinense.

De outra parte, no limiar do século XXI emergem os primeiros trabalhos históricos

sobre o ensino secundário catarinense que estão ligados às chamadas novas tendências

historiográficas. Em primeiro lugar, colocam-se trabalhos de conclusão de cursos e

dissertações de mestrado que focalizam o interior dos colégios a partir do conceito de cultura

escolar de Dominique Julia e de outros autores franceses e espanhóis. A maioria desses

estudos investigam a apropriação dos saberes escolares nas culturas escolares específicas,

mas, particularmente, dois destoam porque um trata de disciplinamento corporal dos alunos

e outro da coeducação. Em segundo lugar, há um conjunto de trabalhos acadêmicos que

lançam um olhar sociológico de perspectiva bourdieusiana, que estuda clientelas de

educandário secundaristas, levando em conta os marcadores sociais de gênero, etnia, fração

de classe social e idade. Este conjunto divide-se em aqueles que pesquisam o perfil do corpo

discente de turmas do curso ginasial, usando questionários para coleta de dados, e os que se

debruçam sobre trajetórias de ex-alunos/as e uma professora a partir de realização de

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entrevistas. Em terceiro lugar, radiografou-se a existência de uma tese de doutorado e uma

dissertação de mestrado que investigam disciplinas-saber. Por fim, identificou-se duas

dissertações de mestrado que fazem uma análise externa do ensino secundário porque

estudam a expansão de um dos seus ciclos, especialmente o curso ginasial da rede pública de

ensino.

Em relação à vinculação dos trabalhos acadêmicos levantados e estudados, verifica-se

que o grupo que investiga a cultura escolar e os perfis sociológicos de ex-alunos e ex-

professora concentram-se no Programa de Pós-Graduação em Educação da UDESC. Os dois

trabalhos que se concentram na análise de disciplinas-saber foram defendidos no Pós-

Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC. E, tanto o PPGH da UDESC como

o PPGE da UFSC têm apenas um trabalho que versa sobre o ensino secundário, indicando

que esses dois programas de pós-graduação promovem pouco a pesquisa desse nível de

ensino. Ademais, acredita-se que este primeiro levantamento historiográfico, restrito à UFSC

e à UDESC, oferece a sinalização de tendências, mas precisa ser desdobrado e aprofundado

com dados de outras instituições de ensino superior, bem como por publicação de trabalho

históricos sobre o ensino secundário catarinense, particularmente em momentos de

celebração como centenários e cinquentenários.

Referências

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