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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ESTUDO PARA CRIAÇÃO DE MODELO DE OFICINA DE REPARAÇÃO AUTOMOTIVA BERNARDO NABRINK DIEGO FRISON SÃO PAULO 2011

ESTUDO PARA CRIAÇÃO DE MODELO DE OFICINA DE … · 5.1 TOYOTISMO O modelo implantado primeiramente na Toyota levando o nome de Toyotismo atualmente é um dos modelos mais eficazes,

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ESTUDO PARA CRIAÇÃO DE MODELO DE OFICINA DE REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

BERNARDO NABRINK DIEGO FRISON

SÃO PAULO 2011

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BERNARDO NABRINK

DIEGO FRISON

ESTUDO PARA CRIAÇÃO DE MODELO DE OFICINA DE REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

Trabalho de Curso apresentado Curso de Graduação em Engenharia de Produção da

Universidade Anhembi Morumbi, como parte dos requisitos necessários para a sua conclusão.

Nome do Orientador: Prof. José Ricardo Fiaminghi

SÃO PAULO 2011

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SÃO PAULO, 2011

BERNARDO NABRINK DIEGO FRISON

ESTUDO PARA CRIAÇÃO DE MODELO DE OFICINA DE REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________

PROFESSOR – AVALIADOR

______________________________________________________________

PROFESSOR – EXAMINADOR

______________________________________________________________

PROFESSOR – EXAMINADOR

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AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer á todos aqueles que nos auxiliaram em nossa

formação, principalmente á Universidade Anhembi Morumbi, que sempre acreditou

no potencial de seus alunos e proporcionou diversas didáticas diferentes de

aprendizado do conteúdo pertinente a nossa formação, conteúdo este que vêm

sendo ministrado de maneira contemporânea afim de manter seus alunos

competitivos no mercado de trabalho, através da aplicação de seus ensinamentos

no dia-a-dia, não se resumindo apenas ao conteúdo teórico. Esta diferença é a

responsável por nos capacitar almejar um futuro melhor para nós e

consequentemente para aqueles que venham a colaborar conosco.

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"A mente que se abre á uma nova idéia,

jamais retorna ao seu tamanho original".

(ALBERT EINSTEIN).

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RESUMO

Este estudo aborda a criação de uma Oficina Modelo no que diz respeito a adequações de normas técnicas ambientais visando mínima agressão no processo de descarte de resíduos; layout e disposição de estações de trabalho e equipamentos para aproveitamento máximo de espaço disponível e redução de tempos de processo; aplicação de inovações tecnológicas nas áreas de redução de consumo energético, processos de trabalho e gerenciamento. O ramo comercial da reparação automotiva é conhecido mundialmente como um mercado de baixa eficiência na utilização de recursos naturais e humanos, baixo grau de organização no descarte de resíduos e constante agressão ao meio-ambiente, indo totalmente de encontro às tendências contemporâneas de obtenção de máxima eficiência e mínimo impacto ambiental. Dessa forma, verifica-se que o presente trabalho será de grande valia, não só para as empresas avaliadas, mas, para tantas outras que consideram como uma alternativa viável, trabalhar a visão de preocupação com o meio ambiente, fato que até pode beneficiar o estabelecimento através da concessão de selos “verdes”, que são reconhecidos pelo publico.

Palavras chave: Meio Ambiente; Eficiência; Inovação.

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ABSTRACT

This study addresses the creation of a Model Shop regarding the adequacy of

environmental technical standards aimed at minimal aggression in the process of

waste disposal, provision and layout of workstations and equipment for maximum

utilization of available space and minimize lead times process, application of

technological innovations in the areas of reducing energy consumption, work

processes and management. The trading arm of automotive repair is known

worldwide as a market inefficiency in the use of natural and human resources, low

level of organization at the disposal of waste and constant aggression against the

environment, going completely against the contemporary trends of obtaining

maximum efficiency and minimal environmental impact. Thus, it appears that this

work will be of great value not only for the companies surveyed, but for many others

who consider it a viable alternative, work out a vision of concern for the

environment, a fact which may even benefit by granting establishment stamp

"green" that are recognized by the public .

Keywords: Environment, Efficiency, Innovation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – O 5s como um sistema 8

Figura 2: Frequência de Uso 11

Figura 3: Exemplo de um Processo Produtivo 17

Figura 4: Exemplos de Famílias de produtos: Morças e Chaves 18

Figura 5: Jardim Vertical 26

Fonte: Elaborada pelos autores (2011)

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análise SWOT: EMPRESA 1……..……………………….…………. 32

Tabela 2 - Análise SWOT: EMPRESA 2......……..……………………………… 36

Fonte: Elaborada pelos autores (2011)

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Sumário

1. INTRODUÇÃO 1

2. OBJETIVOS 2

2.1 Objetivo Geral.............................................................................................................. 2

2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 2

3. JUSTIFICATIVA 3

4. METODOLOGIA 4

5. REFERENCIAL TEÓRICO 5

5.1 TOYOTISMO ................................................................................................................. 5

5.1.1 Origem e Características 6

5.2 5S .........................................................................................................................................8

5.2.1 SEIRI – Senso de utilização 10

5.2.2 SEITON – Senso de ordenação 10

5.2.3 SEISO – Senso de limpeza 12

5.2.4 SEIKETSU – Senso de padronização 12

5.2.5 SHITSUKE – Senso da autodisciplina 13

5.3 MAPA DE FLUXO DE VALOR ................................................................................. 15

5.4 ESTUDO DE TEMPOS E MÉTODOS ...................................................................... 21

5.5 REAPROVEITAMENTO DE RECURSOS EM NOVAS CONSTRUÇÕES .......... 23

5.6 TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS DE CONSTRUÇÃO................................................. 25

5.6.1 Biodigestores Domésticos 25

5.6.2 Concreto Verde com adição de resíduos agrícolas 25

5.6.3 Jardins Verticais 26

5.7 MARKETING NO SETOR AUTOMOTIVO ......................................................... 27

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5.7.1 Inovação e Superação de Expectativas do Cliente 27

6 ESTUDO DE CASO 29

6.1 PESQUISA .................................................................................................................. 29

6.2 PLANEJAMENTO ...................................................................................................... 29

6.3 EXECUÇÃO ................................................................................................................ 29

6.4 INICIO DE ATIVIDADES ........................................................................................... 30

6.5 EXPANSÃO ................................................................................................................ 30

6.6 ESTUDO DE CASO 1 – SOLUÇÃO AUTOMOTIVA.............................................. 30

6.6.1 Caracterização da Empresa em Estudo 30

6.6.2 Índices mensurados 31

6.6.3 Analise de Serviços 31

6.6.4 Análise Swot 32

6.6.5 Inovações 33

6.6.6 Escolha da localização 33

6.6.7 Controle de qualidade / terceirização 33

6.6.8 Volume (médio) consumido (e de lixo gerado) 34

6.6.9 Forma como são recolhidos e descartados os resíduos (plásticos / metais /

tintas / fluídos) 34

6.6.10 Parceria com Fornecedores 34

6.6.11 Benefícios gerados 34

6.7 ESTUDO DE CASO 2 – FRISONTECH................................................................... 34

6.7.1 Caracterização da Empresa 34

6.7.2 Índices mensurados 35

6.7.3 Analise de Serviços 36

6.7.4 Análise Swot 36

6.7.5 Inovações 37

6.7.6 Escolha da localização 37

6.7.7 Controle de qualidade / terceirização 37

6.7.8 Volume (médio) consumido (e de lixo gerado) 37

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6.7.9 Forma como são recolhidos e descartados os resíduos (plásticos / metais /

tintas / fluídos) 38

6.7.10 Parceria com Fornecedores 38

6.7.11 Benefícios gerados 38

7. PROPOSTAS DE MELHORIA 39

7.1 MARKETING ......................................................................................................... 39

7.1.1 Como é Realizado Hoje 39

7.1.2 Definição do Publico Alvo 39

7.1.3 Destacar o Posicionamento 39

7.1.4 Elaborar um Plano de Serviço 39

7.1.5 Elaborar uma Política de Preços 40

7.1.6 Identidade visual 40

7.1.7 Meios de Divulgação 40

8 CONCLUSÃO 42

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44

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1. INTRODUÇÃO

O ramo comercial da reparação automotiva é conhecido mundialmente como

um mercado de baixa eficiência na utilização de recursos naturais e humanos, baixo

grau de organização no descarte de resíduos e constante agressão ao meio-

ambiente, indo totalmente de encontro às tendências contemporâneas de obtenção

de máxima eficiência e mínimo impacto ambiental.

A partir disto, torna-se evidente a necessidade e a oportunidade de criação de

um novo modelo de empresas para o ramo, capaz de agregar as mais recentes

inovações tecnológicas referentes à proteção ambiental, eficiência predial e

processual, mitigação de emissões e inserção socio-ambiental. Caminhando ao lado

deste quesito, temos o evidente apelo comercial de tal projeto, uma vez que o

pioneirismo na área de proteção socio-ambiental e introdução de empresas e

processos "verdes" há tempos é visto com bons olhos pela maioria dos mercados

consumidores. Este apelo viabilizaria sozinho grande parte do projeto e justificaria os

custos de investimento, garantindo rápida ascensão na visibilidade e credibilidade do

negócio e, consequentemente, retorno financeiro.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Criação de Modelo de Oficina de Reparação Automotiva através de melhorias

em todos os processos envolvidos.

2.2 Objetivos Específicos

O estudo visa à criação de um modelo de oficina de reparação automotiva, no

intuito de obter um melhor aproveitamento desde o espaço físico, levando-se em

consideração o terreno, prédio e layout do empreendimento até o estudo de

métodos para determinados procedimentos, melhoria em comunicação interna,

redução de custos fixos, tais como energia, água e telefonia, e prevenção á poluição

do meio-ambiente com métodos de descarte de resíduos sólidos e líquidos;

Eficiência no aproveitamento de recursos disponíveis;

Melhor aproveitamento de Espaço físico.

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3. JUSTIFICATIVA

Com o mercado cada vez mais competitivo atualmente, desenvolvem-se

tecnologias para aumentar a eficiência e lucratividade, porém à medida que os

métodos e processos são aperfeiçoados, diminui-se a abrangência de novos

aperfeiçoamentos, portanto, desta maneira, torna-se indispensável focar em áreas

não exploradas anteriormente, resultando desta maneira na melhoria de pontos os

quais poderiam ser considerados como incapazes de serem melhorados, gerando

um diferencial que afeta a competitividade com outras empresas do ramo,

principalmente nos pontos em que os concorrentes não julgam importantes, e

criando novos pontos, através de uma nova abordagem do serviço de reparo

automotivo.

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4. METODOLOGIA

Através de pesquisas em livros específicos, artigos de publicação jornalística

e sites relacionados, obtemos algumas importantes fontes teóricas para

determinados campos, porém é necessária uma análise e interpretação dos métodos

e melhorias a serem empregados, pois pontualmente cada item têm sua melhoria

declarada, porém esta não fica provada quando se fundem melhorias de itens

distintos, e assim após o estudo pontual, fica implícita uma pesquisa sobre os

impactos de cada melhoria, principalmente na melhoria de terceiros, sendo assim,

deve-se estudar de maneira mais específica tais impactos, afim de encaixa-los num

mesmo processo, combinar seus resultados, impactos e produtos com o intuito de

obter um equilíbrio na relação custo x benefício.

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5. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 TOYOTISMO

O modelo implantado primeiramente na Toyota levando o nome de Toyotismo

atualmente é um dos modelos mais eficazes, por se basear na relação de confiança

entre empresa e fornecedores, como também dos colaboradores e os chefes, sendo

um processo que se foca em flexibilizar o processo, não o produto.

Sobre o assunto, Castells (2006, p. 216) ressalta: O “toyotismo” é um sistema de gerenciamento mais destinado a reduzir incertezas que a estimular a adaptabilidade. (...) Dessa forma, alguns analistas sugeriram que esse método poderia ser considerado uma extensão do fordismo, mantendo os mesmos princípios de produção em massa, mas organizando o processo produtivo com base na iniciativa humana e na capacidade de feedback para eliminar desperdícios.

O Toyotismo surgiu numa época em que a estrutura o capital se encontrava

em crise, onde o capitalismo buscava mudanças no próprio processo produtivo.

Esse novo movimento político, denominado como neoliberalismo, traz postulados

como:

• Estado mínimo;

• Livre iniciativa;

• Todas as atividades são consideradas mercadorias;

De todos os setores, o que mais sofreu com as mudanças foi a classe

trabalhadora, tendo alterações em sua estrutura produtiva, sindical e política.

Na visão de Alves (2000, p. 190): A crise política (e ideológica) das estratégias de classe criou as condições “subjetivas” para a nova hegemonia do capital na produção. É uma variável política decisiva se considerarmos que, o que se procura constituir com o novo complexo de reestruturação produtiva, caracterizado pelo toyotismo sistêmico, é uma captura da subjetividade operária pela lógica do capital, um novo consentimento operário (ativo e propositivo), em especial no plano de suas organizações sindicais, compatível com as necessidades da produção capitalista.

Tais transformações são fortemente notadas a partir de 1973, onde o capital

busca reestruturar-se para restaurar seu domínio societal, quando as superpotências

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medem forças pela acumulação de capital, tendo como principal arma a

competitividade.

É quando podemos observar comportamentos que seguem o padrão de uma

empresa Japonesa que já se encontrava adaptada aos moldes que os demais

países estavam buscando: A Toyota com o seu modelo Toyotista.

Ao fim da década de 60, a empresa Japonesa já estava totalmente dentro do

modelo de produção flexível. Tal modelo era divulgado dentro e fora do Japão.

Segundo Dyer e Hatch (2003, p. 167): Utilizando dessa prática desde 1965 no Japão e desde 1989 nos Estados Unidos, o crescimento de produtividade da Toyota no período de 1965/1992 aumentou em cerca de 700%, enquanto a das montadoras americanas subiu somente 250%. Outras empresas como a Boeing e a Harley-Davidson instituíram o modelo da Toyota em suas fábricas.

A ideologia e os princípios organizacionais deste modelo passaram a

sustentar as práticas empresariais como modelo de administração, sendo que na

década de 80 o Toyotismo passou a ser a ideologia universal da produção sistêmica

do capital.

5.1.1 Origem e Características

O engenheiro Japonês Eiji Toyoda visitou uma indústria automotiva em

Detroit, dirigida pelo sistema Fordista, onde o fluxo normal era produzir primeiro e

vender depois. Foi então que, ao avaliar a estrutura desta empresa, Toyoda

percebeu que o Japão não teria condições de utilizar desta forma de produção.

Sobre o assunto, Wood Jr. (1992) completa: Toyoda relatou isso quando escreveu á sede de sua empresa dizendo que ia ser necessário uma nova forma de organização de trabalho, mais flexível e que exigisse menor concentração de estoques, pois sabia que o Japão possuía um mercado pequeno, capital e matéria prima escassos, sendo que a compra de tecnologia no exterior era impossível a e possibilidade de exportação era remota.

Sendo assim, foi necessário modificar o sistema americano de produção.

Buscando soluções para esse paradigma, Toyoda e seu especialista em produção

Taichi Ohno, iniciaram um processo de mudanças na produção. Entre as novas

técnicas implantadas, está a possibilidade de alterar as máquinas rapidamente

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durante a produção, ampliando assim a variedades de produtos ofertados. Essa

passou a ser a essência do modelo Japonês de produção.

A automatização, era considerada um dos principais elementos desse

modelo. Um trabalhador que por exemplo, era treinado para utilizar uma maquina,

poderia se responsabilizar por varias, o que diminuiria a quantidade de

trabalhadores necessários em uma linha de montagem, fato relatado por Ocada

(2004, p. 172) a seguir: É uma fabrica de maquinas copiadoras e a tarefa que é atribuída a autora consiste em prender inúmeros fios, fixar quatro mil parafusos por dia (45 em cada maquina, dependendo do modelo), alem de fixar gavetas laterais. O tempo exigido para a realização dessa atividade é de quatro a cinco minutos, dependendo do modelo. No interior da fabrica, robôs transitam pelo imenso espaço levando os esqueletos das maquinas, de um posto a outro. Um sensor faz que ele pare no local devido. Também são eles que repõem as peças solicitadas, pelos operários através de um painel eletrônico.

Algumas regras foram implantadas e constituem as características do

Toyotismo, partindo do princípio de que aqueles elementos que não agregassem

valor ao produto deveriam ser eliminados:

• Tempo que se perde para consertos ou refugo;

• Produção maior do que o necessário, ou antes, do tempo necessário;

• Operações desnecessárias no processo de manufatura;

• Transporte;

• Estoque;

• Movimento humano;

• Espera.

Baseando-se nos princípios acima, o modelo de produção foi planejado por:

• Automatização;

• Just-in-time;

• Trabalho em equipe;

• Administração por estresse;

• Flexibilização da mão-de-obra;

• Gestão participativa;

• Controle de qualidade;

• Subcontratação.

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5.2 5S

Uma ferramenta utilizada na produção enxuta muito eficiente e eficaz, que

gera excelentes resultados para a organização é o programa 5’s. Esse programa

segundo consta na literatura foi desenvolvido por Kaouru Ishikawa no Japão em

1950, o programa ganhou força possivelmente devido a necessidade de reorganizar

uma nação reduzida após a derrota na segunda guerra mundial. Neste período o

programa já demonstrava sua eficácia, tornando-o uma poderosa aliada de aumento

da produtividade. Segundo Silva (2001): O Programa 5Ss tem como objetivo básico a melhoria do ambiente de trabalho, nos sentidos físico (layout da organização) e mental (mudança de paradigmas das pessoas). O programa proporciona adequar, da melhor maneira possível, e de forma organizada, o espaço físico da empresa, otimizando espaços, melhorando o ambiente e evitando desperdícios. Além disso, auxilia na parte psicológica das pessoas, as quais se tornam mais comprometidas com o processo e com a empresa, deixando de lado velhos paradigmas.

O programa 5s pode ser entendido como um programa interligado

formando um sistema com os cinco sensos. Os sensos estão dispostos na Figura 1

de Silva (2001).

Figura 1 – O 5s como um sistema (SILVA, 2001)

Sendo de Utilização

(seiri)

Senso de

Organização (seiton) Senso de Limpeza

(seisou) Senso de

autodisciplina

(shitsuke)

Sendo de Saúde

(seiketsu)

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O programa 5s foi oficialmente lançado no Brasil em 1991 graças aos

esforços dos pesquisadores da escola de engenharia da Universidade Federal de

Minas Gerais.

Mas, mesmo com relatos históricos diversos trabalhos acadêmicos, livros,

periódicos, entre outros publicados sobre o tema e todo o seu potencial, muitas

empresas ainda relutam em utilizá-lo, acreditando que o 5s é apenas mais uma

“moda antiga” que não serve para o mundo ocidental, porém, a verdade é outra, o

que de fato ocorre é a má utilização ou implantação do programa o que acaba

gerando esse descrédito. Sendo assim “Difícil não é fazer, mas sim manter”

Imagine o seguinte, a empresa mantém:

Ferramentas desorganizadas, ambiente sujo, excesso de ferramentas e ou

material de trabalho, funcionários desmotivados, trabalho sem padrão, a alta direção

da empresa não mostra comprometimento e ou envolvimento com o trabalho.

Qual é a produtividade dessa empresa? Difícil responder em números, mas

com certeza é baixa.

Porém, na mesma organização é feito um trabalho que resulta em:

Manter apenas o necessário para que o trabalho seja feito, esse necessário

está sempre organizado, arrumado, limpo, a forma de trabalho está padronizada e

os funcionários da organização são disciplinados e ainda a alta direção da empresa

compromete-se em manter a organização dessa forma dando o maior exemplo.

Pergunta: Qual é a produtividade dessa empresa? Novamente é difícil

responder em números, mas com certeza é pelo menos 20% em média superior a

situação anterior, isso mesmo 20% em média e sem grandes esforços.

Mas vale a pena ressaltar que o programa 5s não é auto-sustentável, requer

disciplina e muita disciplina e para “criar” essa disciplina, nada melhor que auditorias

constantes e de surpresa.

Em pesquisa realizada por Silva et al (2001), são descritos alguns dos

motivos que conduzem ao fracasso do Programa 5Ss. Por exemplo: “os

funcionários, gradualmente, deixam de conversar, questionar sobre o tema; os

avaliadores de 5Ss deixam de realizar algumas auditorias, o que faz com que o

programa perca a credibilidade, ocorrendo falta de planejamento das ações para as

etapas seguintes”.

Dentre tantos benefícios do programa, é possível apontar alguns. Abaixo

segue um breve descritivo de cada “S” e seus benefícios.

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5.2.1 SEIRI – Senso de utilização

Separar o útil do desnecessário, mesmo que o desnecessário tenha um valor

significativo.

De acordo com Silva (1994), o primeiro senso é conhecido por denominações

como Utilização, Organização, Arrumação ou Seleção: O senso de utilização pode ser entendido sob dois sentidos, o sentido restrito como sendo “manter no ambiente considerado, somente os recursos necessários” e o sentido amplo como sendo “utilizar os recursos disponíveis, com bom senso e equilíbrio, evitando ociosidade e carências”.

Através disso é possível eliminar tudo que não possui utilidade e que

possivelmente acarretará em algum tipo de problema.

5.2.1.1 Benefícios do SEIRI

- Liberação de espaço;

- Eliminação de erros na utilização de peças e dispositivos;

- Redução no tempo de procura de materiais;

- Diminuição de acidentes.

5.2.2 SEITON – Senso de ordenação

“Um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar”. Este senso tem como

objetivo colocar ou dispor objetos de forma correta, ou seja, deve se definir um lugar

para as ferramentas de trabalho guardá-las e obedecer às regras, onde cada objeto

tem que ter nome. Portanto, o senso de arrumação ou ordenação permite a

localização dos objetos com maior facilidade, evitando perda de tempo com a

procura. Como ponto de partida para a aplicação deste senso, deve-se averiguar

com frequência a utilização dos objetos, definindo o que deve ser descartado, e o

que deve ser mantido como itens reservas, o que deve ser guardado em locais

distantes, o que deve ser guardado no local de trabalho e finalmente, o que deve ser

colocado sempre à disposição.

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“Ordenar é agrupar as coisas necessárias, de acordo com a facilidade de

acessa-las, levando em conta a frequência lógica já praticada, ou de fácil

assimilação. Quando se tenta ordenar coisas, necessariamente o ambiente fica mais

arrumado, mais agradável para o trabalho” (RIBEIRO, 1994). Desse modo, a Figura

2 apresenta um modelo de como podem ser guardados os materiais utilizados no

trabalho, levando em consideração a frequência do uso.

Figura 2: Frequência de Uso (RIBEIRO, 1994)

5.2.2.1 Benefícios do SEITON

- Ferramentas mais usadas ficam mais próximas do local de trabalho;

Frequencia de Uso Onde Guardar

No local

de

Trabalho

Próximo ao

local de

Trabalho

Deposito

Descartar

O TEMPO TODO

TODO DIA

TODA SEMANA

SEM USO

PREVISIVEL

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- Perde-se menos tempo procurando ferramentas;

- Facilidade de se identificar o desaparecimento de ferramentas;

- Ambiente de trabalho mais organizado.

5.2.3 SEISO – Senso de limpeza

De acordo com Ribeiro (1994, p. 17): Limpar é eliminar a sujeira, inspecionando para descobrir e atacar as fontes de problemas. A limpeza deve ser encarada como uma oportunidade de inspeção e de reconhecimento da estação de trabalho. Para tanto, é de fundamental importância que a limpeza seja realizada pelo próprio usuário dessa estação. Essa limpeza também pode ser entendida como o monitoramento da estação de trabalho, dos equipamentos e das pessoas.

Este senso significa ter um procedimento para manter o local de trabalho

sempre limpo através da identificação e neutralização das fontes de sujeira.

Para produzir com qualidade é fundamental que o ambiente de trabalho seja

agradável, para isso é de suma importância manter as máquinas e ferramentas

sempre limpas. Além do bem estar causado pela limpeza a impressão causada a

clientes e fornecedores será melhorada ocasionando uma boa impressão da

organização. Portanto, o programa encara a questão da limpeza, tanto no seu real

significado, como na questão da inspeção através dela.

5.2.3.1 Benefícios do SEISO

- Contribui para a saúde das pessoas;

- Auxilia na prevenção de acidentes;

- Ambiente menos propício a gerar desgastes de máquinas;

- Facilita a manutenção;

- Boa impressão a clientes e visitantes;

- Aumento da vida útil dos equipamentos.

5.2.4 SEIKETSU – Senso de padronização

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“Fazer a padronização é conservar a higiene, tendo o cuidado para que os

estágios de organização, ordem e limpeza, já alcançados, não retrocedam. Isso é

executado por meio da padronização de hábitos, normas e procedimentos”

(RIBEIRO, 1994, p. 17).

Significa ter um padrão visual de organização e distribuição de recursos pela

fábrica, de acordo com atributos-chave para a empresa. Basicamente, o objetivo

deste senso é manter os três sensos anteriores, utilização, ordenação e limpeza.

Este item inclui outras considerações, tais como cores, formas, iluminação,

ventilação, calor, vestuário, higiene pessoal e tudo o que causar a impressão de

limpeza. É destacado disso tudo, o gerenciamento das cores, desde as paredes do

ambiente até a cor dos uniformes dos funcionários. Além disso, o gerenciamento

visual, que consiste na análise crítica de tudo que é perceptível ao olho humano e a

criatividade para a implantação de técnicas que tornem o ambiente de trabalho mais

agradável, são fundamentais para a introdução deste senso.

5.2.4.1 Benefícios do SEIKETSU

- Melhoria visual;

- Padronização dos processos;

- Melhoria do ambiente;

- Mudança no comportamento de hábitos;

- Incremento de eficiência;

5.2.5 SHITSUKE – Senso da autodisciplina

“Ser disciplinado é cumprir rigorosamente as normas e tudo que o que for

estabelecido pela organização”. (RIBEIRO, 1994, p. 18)

Significa seguir a disciplina dos 4 primeiros S´s. Significa também seguir as

ordens, e ter ética no trabalho.

Este senso é o mais difícil de ser implantado, pois requer uma mudança

comportamental de todos na organização.

A execução das tarefas deve ser da maneira como realmente foram

determinadas. Este senso destaca a criação de um ambiente de trabalho agradável

e que todos os funcionários desenvolvam bons hábitos. Disciplina não é punição ou

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submissão às regras existentes, e sim atitudes que irão ajudar as pessoas a

tornarem-se melhor.

5.2.5.1 Benefícios do SHITSUKE

- Todos assumem a responsabilidade;

- Detecção precoce das anormalidades;

- Motivação profissional;

- Delegação de autoridade e responsabilidade;

- Respeito ao ser humano;

- Respeito à hierarquia.

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5.3 MAPA DE FLUXO DE VALOR

As empresas que desejam iniciar a implantação do sistema lean e

consequentemente a filosofia da mentalidade enxuta devem antes de qualquer coisa

entender o que é valor para seu cliente.

Devemos lembrar que o valor sempre é definido pelo cliente e nunca pela

empresa que está fornecendo o produto, pois, valor é a percepção do grau de

satisfação do cliente ou as partes interessadas em um determinado produto.

A produção de valor para o cliente segue uma série de etapas até ser

concluído, podemos entender essa série de etapas como cadeia produtiva, nessa

cadeia é possível identificar três tipos de tarefas: tarefas que agregam valor, tarefas

que não agregam valor e tarefas que não agregam valor, mas são necessárias.

Quando visitamos uma empresa nos deparamos com tecnologia de ponta,

engenheiros de processo ou técnicos de processo tentando eliminar segundos na

produção de um determinado item, a fim de aumentar a produtividade ou "reduzir" os

custos de produção e no mesmo instante que nos deparamos com tal situação,

podemos perceber com um simples olhar "enxuto" uma quantidade significativa de

materiais em processo, peças "estocadas" em processo aguardando a próxima

operação, ou seja, um W.I.P (work in process) elevado, que sugere uma série de

desperdícios. Não sendo suficiente o esforço contínuo dos processistas para reduzir

os custos, as empresas realizam investimentos com uma ordem de grandeza

significativa, que geralmente são equipamentos de alta tecnologia e que com certeza

melhoram os processos individuais, reduzindo o tempo de produção (tempo em que

há agregação de valor), ou até mesmo redução no quadro de funcionários devido a

automação do processo. A melhoria dos processos individuais é importante também,

mas as empresas devem atentar-se as atividades que não agregam valor. A redução

nos tempos de produção melhoram de certa forma o desempenho das organizações

e promovem uma "certa redução de custos", mas não o suficiente para satisfazer

suas necessidades e a de seus clientes. Essas reduções tímidas não são nada

comparadas as reduções obtidas quando as atividades que não agregam valor são

eliminadas ou minimizadas, o importante é atacar essas atividades, mas para isso, é

necessário identificar onde estão essas atividades.

Dessa forma, entende-se que mapear o Fluxo de Valor é

acompanhar a trajetória da produção de um produto desde o início até o final

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fazendo uma representação visual do fluxo de material e de informação. O

mapeamento é uma ferramenta essencial para enxergar o sistema, Shook (1999)

aponta as principais vantagens: Ajuda a visualizar mais do que os processos individuais. Possibilita enxergar o fluxo; Ajuda a identificar os desperdícios e suas fontes dentro do fluxo; Fornece uma linguagem comum para tratar os processos de manufatura, sendo entendido por todos (utiliza ícones padronizados de fácil compreensão); Torna as decisões sobre o fluxo visíveis e passíveis de discussão; Junta conceitos e técnicas enxutas, propiciando a sua implementação de forma estruturada e integrada e não de forma isolada; Forma uma base para o plano de implantação da Mentalidade Enxuta, sendo comparado a uma planta no processo de construção de uma casa; Evidencia a relação entre o fluxo de informação e o fluxo de material; É uma ferramenta qualitativa que descreve, em detalhes, qual é o caminho para a unidade produtiva operar em fluxo.

No livro "A mentalidade enxuta nas empresas" de Womack e Jones são

citadas 5 etapas para a transformação enxuta de uma organização, sendo elas:

Encontrar um agente de mudança e um sensei, aproveitar ou criar uma crise

que faça com que motive a ação na organização, escolher algo que chame a

atenção, algo que seja uma vitrine para começar eliminar de forma rápida o

desperdício (atividades que não agregam valor), dessa forma fica mais fácil mostrar

que se pode ganhar muito em um curto espaço de tempo e consequentemente

torna-se motivador, mas a etapa mais importante segundo Womak e Jones é o

mapeamento do fluxo de valor. Não existe ferramenta mais simples e objetiva do que

o mapeamento do fluxo de valor. Somente pelo mapeamento do fluxo de valor é

possível enxergar o processo do produto de maneira mais ampla e dessa forma

identificar os desperdícios que deverão ser eliminados no mapa futuro. Um dado

estatístico mostra que em média, 95% das atividades na produção de um produto

não agregam valor!

No livro "O modelo Toyota - manual prático de aplicação", Liker e Meier citam

a ferramenta na sua origem, ou seja, na própria Toyota onde Ohno criou a uma

divisão a OMCD (Operation management consulting division) para disseminar os

princípios do STP em toda a fábrica e nos fornecedores da Toyota. Nessa divisão os

funcionários aprendiam na prática e é isso que sugerem os autores, assim como

Rother, Shook e outros.

Para a elaboração do mapa do fluxo de valor, não existe uma forma mágica, é

trabalho puro mesmo é mão na massa!

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Pois bem, mas por onde começar?

Um ponto que requer muita atenção no processo de mapeamento do fluxo de

valor, ressaltado na literatura e que realmente faz a diferença é nunca imaginar que

atrás de um computador com um software específico (Visio, Igrafx, entre outros) é

possível mapear o fluxo de valor de qualquer produto, o software não ajudará em

nada no momento da elaboração do mapa.

Antes de iniciar o mapeamento é necessário compreender e conhecer alguns

dados básicos do processo :

O tempo de ciclo, lead time, disponibilidade efetiva do(s) equipamento(s),

tamanho dos lotes de produção, número de operadores disponíveis e variações do

produto.

Um erro muito comum ao iniciar o mapeamento do fluxo de valor é querer

mapear todo o processo produtivo da empresa, o profissional pode até conseguir,

mas com certeza o mapeamento não sairá do papel. O ideal é separar as famílias de

produto e iniciar o mapeamento pela família que é “o carro chefe da empresa”.

Shook (2003) recomenda, como primeiro passo do mapeamento, a seleção

das famílias de produtos. “Família é um grupo de produtos que passam por

processos ou equipamentos comuns e que possuem uma “quantidade de trabalho”

(work content) semelhante, embora não seja preciso que os produtos sigam

exatamente as mesmas etapas do processo”. Por exemplo, um processo que tenha:

Fundição, Afiação e Montagem, figura 3, por onde passam 6 produtos distintos,

pode-se agrupar os produtos semelhantes em 2 famílias: morças e chaves. Torna a

linha mais flexível à demanda do cliente e facilita o nivelamento pela melhoria dos

tempos de set-up.

FUNDIÇÃO AFIAÇÃO MONTAGEM

Figura 3: Exemplo de um Processo Produtivo

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Figura 4: Exemplos de Famílias de produtos: Morças e Chaves

Feito a análise da família do produto “best seller” é hora de ir ao chão de

fábrica equipado com a papel, prancheta, lápis, borracha e cronometro (nunca se

basear no tempo padrão das operações). O início do processo de mapeamento do

fluxo de valor se da na expedição do produto passando ponto a ponto até chegar ao

início da produção do produto, isso mesmo, o processo é iniciado do fim para o

começo, dessa forma conseguimos “enxergar” o fluxo em uma visão mais próxima

do que o cliente enxergaria.

Shook (2003) ressalta que a segunda etapa do mapeamento de

fluxo consiste em desenhar o estado atual e o estado futuro, o que é feito a partir da

Coleta de informações no chão de fábrica: As setas entre os dois estados têm duplo sentido, pois indica que o desenvolvimento de ambos são esforços superpostos, onde as idéias do estado futuro surgirão enquanto se estiver mapeando o estado atual; assim como desenhar o estado futuro mostrará importantes informações sobre o estado atual que passaram despercebidas anteriormente.

O autor (op. cit) completa dizendo que na terceira etapa, é

necessário preparar um plano de implementação:

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Que descreva, em uma página, como se deseja chegar ao estado futuro, e colocá-lo em prática o mais breve possível; entretanto, quando este estado futuro tornar-se realidade, um novo mapa deverá ser desenhado, formando um ciclo de melhoria contínua no nível de fluxo de valor; assim, sempre deverá haver um mapa do estado futuro em implementação, pois, um mapa do estado atual e todo o esforço para desenhá-lo não terão sentido se não for utilizado rapidamente para criar e implementar um mapa do estado futuro que elimine as fontes de desperdício e agregue valor ao cliente; por ser de suma importância, o desenho do estado futuro aparece em destaque na Figura 2 (ROTHER; SHOOK, 2003).

O objetivo aqui não é ensinar a "fazer" um mapa do fluxo de valor, mesmo

porque para aprender a mapear o fluxo de valor, como dito, não há outra forma, é

fazer! Mas, algumas dicas retiradas da literatura e que realmente funcionam servem

como base para o início do trabalho.

1- A regra no mapeamento do fluxo de valor é que o mapa do estado futuro

deve ser facilitado por alguém com bons conhecimentos no sistema enxuto.

2- O mapa do estado atual serve somente como base para o mapa do estado

futuro. Não devemos nos entusiasmar quando enxergamos as perdas, pois assim

tendemos a atacá-las imediatamente esquecendo o verdadeiro propósito do mapa

que é a representação do que se tenta idealizar para o processo.

3- Não devemos exagerar nos detalhes do mapa, querer enriquecer o mapa

com detalhes em demasia, pode acarretar num trabalho de baixa qualidade.

4- O maior objetivo do mapeamento do fluxo de valor, é colocar em prática o

que foi proposto no mapa futuro, no livro "aprendendo a enxergar" , fala da

importância do desenvolvimento de um plano de ação para colocar em prática o

proposto, mas muitas vezes isso é ignorado e então o mapa vira apenas mais um

quadro de parede!

5- Outro erro muito comum, é o profissional mapear o fluxo de valor e

"engaveta-lo" isso ocorre por exemplo quando concluímos um treinamento e

estamos ansiosos para por em prática o que aprendemos. O momento ideal para

mapear o fluxo de valor é quando vamos realmente utiliza-lo.

6- Faça um mapa e implante as melhorias, faça o outro e trabalhe na sua

implantação e assim sucessivamente.

7- O mapeamento deve ser liderado pelo gerente da planta ou diretor e esse

deve se dedicar integralmente ao processo de transformação enxuta da empresa

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8- Não acredite que depois de implantado as melhorias propostas no mapa

futuro o trabalho terminou, esse é apenas o início do trabalho, caso não tenha uma

sequencia o trabalho iniciado, logo o processo voltará a ser um "foco" de desperdício

e tudo que foi feito será perdido.

Um excelente livro para quem quer se aprodundar no assunto é o

Aprendendo a enxergar, nesse pequeno, porém rico livro é possível entender com

um pouco mais de profundidade o assunto.

Outra fonte que pode ser consultada é o youtube, tente pesquisar por value

stream mapping e não por mapeamento do fluxo de valor, pois infelizmente no Brasil

ainda não temos muito material disponível.

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5.4 ESTUDO DE TEMPOS E MÉTODOS

Segundo Barnes (1997), “Frederick Taylor foi o introdutor do estudo

de tempos que teve início em 1881, o qual esperava de seus homens uma

produtividade justa e adequada”. O autor ainda ressalta que: O estudo de movimento e de tempo é o estudo sistemático dos sistemas de trabalho com os seguintes objetivos: (1) desenvolver o sistema e o método preferido usualmente aquele de menor custo; (2) padronizar esse sistema e método; (3) determinar o tempo gasto por uma pessoa qualificada e devidamente treinada, trabalhando num ritmo normal, para executar uma tarefa ou operação específica e (4) orientar o treinamento do trabalhador no método preferido. (BARNES, 1997).

O estudo de tempos e métodos torna-se cada dia mais importante nas

organizações, sejam elas de qualquer natureza. Qualquer trabalho realizado

necessariamente demanda certo tempo e um método formal para executá-lo.

Quando um trabalho é executado com um método informal, corre-se o risco

de não ser o melhor método, ou supondo que seja, dificilmente será executado da

mesma forma uma segunda vez, o que pode demandar maior de tempo de execução

acarretando diversos inconvenientes para a organização como: aumento de custos,

atrasos na produção, compras indevidas, perda de qualidade no produto,

desperdício e assim sucessivamente.

O estudo de tempos e métodos pode ser definido como o estudo de um

sistema que possui pontos identificáveis de entrada – transformação – saída,

estabelecendo padrões que facilitam as tomadas de decisões, favorecendo o

incremento da produtividade e ainda prove informações de tempos, para analisar e

decidir sobre qual o melhor método a ser utilizado nos trabalhos de produção.

De acordo com Barnes (1997) os passos a serem seguidos na execução do

estudo de tempos são:

1. Discutir a operação a ser cronometrada com o mestre do departamento. 2. Certifique-se que o operador foi informado sobre o que vai ser feito. 3. Obtenha a cooperação do operador. Explique a ele o que vai ser feito. 4. Certifique-se que a operação esta preparada para o estudo de tempos. 5. Obtenha todas as informações necessárias e registre-as na folha de observações. 6. Faça um esquema da peça e do local de trabalho. 7. Divida a operação em seus elementos e registre-os na folha de observações. Se necessário descreva o método de forma mais completa em folhas separadas, indicando o inicio e o término de cada elemento. 8.

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Estime o número de ciclos a ser cronometrado. 9. Registre a hora no inicio do estudo de tempos. 10. Acione o cronômetro no início do primeiro elemento do ciclo. Leia e registre o tempo para cada elemento da operação. 11. Ao se completar o estudo de tempos, quando for lido o cronômetro no fim do último elemento registre a hora na folha de observações. 12. Avalie o ritmo do operador e registre as avaliações na folha de observações. 13. Coloque a data do estudo e assine a folha de observações. 14. Verifique se um número suficiente foi cronometrado. 15. Coloque os dados em um gráfico controle.

O estudo de tempo-padrão, definido como o processo de determinação do

tempo necessário para a execução, em condições padronizadas dos trabalhos

produtivos, necessita sempre de especificações prévia do método empregado para

essa execução, o qual deve ter sido submetido a um estudo de métodos.

Os princípios e técnicas do estudo de métodos são universais, valendo para

qualquer atividades que envolva o trabalho humano, assim, podem ser estudados,

como realmente já o tem sido, os serviços de lavoura, lojas, bancos, hotéis, hospitais

etc.

Esta diversidade e grande extensão do campo de aplicação do estudo de

métodos se explica: Há sempre variação de matérias primas, equipamentos, local de

trabalho, etc, no entanto, o trabalho humano é sempre composto de combinações

diversas dos mesmos movimentos fundamentais.

Portanto, a forma de estudar este trabalho humano, através de sua

decomposição de elementos fundamentais, poderá ser sempre a mesma,

independente do objetivo do trabalho ou do produto que está sendo produzido. O

conceito de "melhor método" depende de cada trabalho em cada situação particular.

Não significa obrigatoriamente "o mais econômico", podendo fatores não

econômicos intervir consideravelmente na decisão sobre qual é a melhor entre

diversas alternativas de execução de um trabalho.

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5.5 REAPROVEITAMENTO DE RECURSOS EM NOVAS CONSTRUÇÕES

Devido aos anos de intenso desenvolvimento tecnológico onde as questões

ambientais foram sempre ignoradas, começamos agora a sofrer as conseqüências

deste longo período de irresponsabilidade ambiental. Questões como o efeito estufa,

chuvas ácidas, destruição da camada de ozônio, que hoje fazem parte de nosso

cotidiano são, de acordo com estudiosos, provas concretas da incapacidade da

natureza de recompor-se dos danos causados pela ação humana.

Diante deste quadro surge a questão: como aliar desenvolvimento e

sustentabilidade? Impedir o desenvolvimento do país é inviável, no entanto, mantê-

lo com os atuais custos ambientais inviabilizará em pouco nossa própria existência.

Fica claro então que a única saída é alterar as formas de produção e consumo de

modo a minimizar os impactos sobre a natureza.

Dentro deste contexto, a construção civil, cuja essência é a transformação do

ambiente natural em ambiente construído, exerce papel de destaque. Consome de

15 a 50% de todos os recursos naturais (SJÖSTRÖM, 1992), produz mais resíduos

que as cidades propriamente ditas (lixo urbano) e os edifícios por ela produzidos

consomem mais de 45% do montante total de energia consumida pela sociedade

(LIPPIATT, 1998).

Desempenhando o papel de grande vilão ambiental é natural que a indústria

da construção civil seja também o setor mais cobrado para tornar-se sustentável.

Para a construção civil, sustentabilidade significa promover o bom uso e a economia

de recursos naturais finitos, a redução da poluição e o conforto do usuário, o que em

termos práticos significa minimizar o consumo de recursos e a produção de

resíduos, maximizar a reutilização de componentes e/ou materiais, optar pela

utilização de recursos renováveis e recicláveis, evitar o uso de materiais cuja

extração de matéria prima cause danos ambientais, aproveitar os recursos naturais

para iluminação e ventilação, reusar águas servidas, captar e utilizar águas

pluviais,etc.

De acordo com Manetti (2009): A Construção Sustentável faz uso de materiais e de soluções tecnológicas visando o bom aproveitamento, conforto e a economia de recursos finitos (água e energia elétrica), a redução da poluição e a melhoria da qualidade do ar no ambiente interno de seus moradores e usuários. Esse tipo de interação, o uso de materiais com baixo impacto ambiental e bom aproveitamento das construções

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gera o que podemos chamar de uma construção sustentável. Mesmo quando emprega produtos ou processos artesanais, o faz conscientemente, buscando o sucesso ambiental integral da obra.

Visando atingir os objetivos acima mencionados, uma série de metodologias

de produção estão sendo estudadas e aplicadas na indústria da construção, sendo

algumas já bastante conhecidas, como por exemplo, a Lean Construction ou

Construção Enxuta, e outras ainda muito recentes como a Desconstrução ou

demolição seletiva, que é o tema deste trabalho.

De forma resumida pode-se dizer que a desconstrução, ou demolição

seletiva, é uma metodologia de demolição voltada para a recuperação de materiais e

componentes para reuso e reciclagem e que, contribui para diminuir o volume de

resíduos produzidos e enviados para aterros, além de reduzir o consumo de

matérias primas, uma vez que prorroga a vida útil dos componentes.

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5.6 TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS DE CONSTRUÇÃO

5.6.1 Biodigestores Domésticos

O aproveitamento de restos de natureza orgânica (animal e vegetal) é

feito geralmente por meio de estrumeiras e câmaras de fermentação. “O Biodigestor

dará melhor destino a estes materiais, não só para a obtenção de gás de forma

bastante econômica como também para a produção de adubo orgânico de real valor

para a fertilização do solo” (SEIXAS et. al, 1980).

O AIDG (Appropriate Infrastructure Development Group), através da

educação e do desenvolvimento de negócios, promove o uso de tecnologias

sustentáveis que melhoram a qualidade de vida em países em desenvolvimento. O

grupo tem identificados diversas tecnologias sustentáveis que podem ser feitas

localmente, com “eco-engenherios” locais. Uma das tecnologias que o AIDG está

promovendo na Guatemala é o uso de Biodigestores. Os biodigestores fazem uso da

energia que está naturalmente presente nos resíduos gerados por animais e lixo

doméstico. Pode-se usar para esse tipo de fermentação, dejeto humano, esterco bovino, suíno, eqüino, caprino, de aves, esgoto doméstico, vinhoto, plantas herbáceas, rejeitos agrícolas e capim em geral. Nesse sentido as bactérias agem em silêncio em favor do progresso e conforto da humanidade produzindo energia, fertilizando o solo e evitando a contaminação da água e do solo. (ALVES & PAULA, 1996).

Quando esses produtos se degradam, eles geram metano, um

poderoso gás que pode ser aproveitado para a geração de energia. Os biodigestores

capturam o metano antes que ele se torne um problema e o armazena para posterior

aproveitamento, como o uso em aquecimento de ambientes ou como gás de

cozinha.

5.6.2 Concreto Verde com adição de resíduos agrícolas

As cinzas do bagaço de cana, da casca de arroz e os resíduos da indústria

cerâmica são candidatos para entrar na preparação do concreto e diminuir a

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presença do cimento na elaboração desse produto1.

A indústria cimenteira é responsável por 7% das emissões de CO2 no mundo.

5.6.3 Jardins Verticais

As “paredes verdes”, ou jardins verticais, são paredes cobertas por vegetação

semelhantes aos “tetos verdes“. Entre as vantagens apontadas pelo uso desse

recurso arquitetônico-ecológico estão a diminuição da temperatura interna durante o

verão e a não necessidade de repintura.

Figura 5: Jardim Vertical (Área Verde – Google, 2011)

1 Concreto verde – aproveitamento das cinzas da queima do bagaço de cana que sobram das caldeiras e geradores para a produção de energia elétrica para abastecimento das usinas. O concreto de desenvolvimento sustentável é fruto das preocupações mostradas pelo IPCC e Protocolo de Kyoto, no que tange ao aquecimento global e principalmente para atender a demanda das indústrias cimenteiras que produzem grandes quantidades de gás carbônico.

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5.7 MARKETING NO SETOR AUTOMOTIVO

Primeiramente é preciso ressaltar que a velocidade com que o mundo

se transforma hoje é infinitamente maior do que há algumas décadas. As mudanças

ocorrem tão depressa e, são tantas as novidades, que não há tempo hábil para

aprender sobre tudo. Muitas vezes, temos a sensação de que nada mais é feito para

durar, tudo parece efêmero. Para Kotler (1972, p. 17): O conceito de marketing postula que, para alcançar os objetivos organizacionais, é necessário determinar as necessidades e desejos dos mercados alvo e proporcionar as satisfações desejadas de maneira mais efetiva do que seus concorrentes. Ele começa com um mercado bem definido, centrado nas necessidades dos consumidores, coordena todas as atividades de marketing que afetam os consumidores e lucra criando a satisfação do consumidor. Sob o conceito de marketing, as empresas produzem o que os consumidores desejam, satisfazendo-os e obtendo lucro.

Normalmente vários anos de trabalho são necessários para transformar

uma empresa orientada para vendas em uma empresa orientada para marketing.

De acordo com Czinkota (2001): A necessidade de planejamento de marketing do setor automotivo assim como em qualquer setor, faz necessário que o público alvo saiba do que é necessário, de quais as atitudes que se terá para um possível sucesso. Deve-se ter em mente uma clareza de idéias, traçando objetivos, metas e formando-se equipes, grupos de trabalhos a fim de se lograr o êxito.

5.7.1 Inovação e Superação de Expectativas do Cliente

Atualmente, com o aquecimento da economia e o mercado globalizado,

é preciso que as empresas estejam sempre um passo a frente dos concorrentes. É

necessário rever modelos antigos, investir no atendimento, apresentando um

“diferencial” ao cliente que pode influenciar diretamente em sua decisão de compra.

O compromisso com a qualidade no atendimento, sempre superando

as expectativas do cliente no que se diz respeito ao serviço executado, constitui o

desafio de qualquer empresa que pactue com as novas diretrizes organizacionais.

O profissional nas organizações são peça-chave nas empresas

comprometidas com seus clientes e seu desempenho será mais eficaz se tomar

consciência de que ser bem atendido é um direito do cliente e não um privilégio.

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Em uma empresa de reparos automotivos por exemplo, a inovação é

um fato necessário para a empresa se manter competitiva, requerendo do

administrador habilidade e responsabilidade. Ser “ousado” oferecendo aos clientes

um novo tipo de serviço por exemplo, requer planejamento antes.

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6 ESTUDO DE CASO

6.1 PESQUISA

Visita a Oficinas e Concessionárias;

Coleta de dados estatísticos;

Área ocupada por veículo;

Área percentual alocada por sessão da empresa;

Consumo médio de recursos e insumos;

Tempo médio de serviço por veículo;

Produtividade total da empresa e média por setor;

Disposição dos setores e equipamentos;

Média de geração e descarte de resíduos de cada setor;

Número médio de funcionários por sessão.

6.2 PLANEJAMENTO

Escolha do Terreno;

Escolha do Layout;

Definição dos setores;

Alocação dos setores;

Planejamento Operacional;

Insumos;

Recursos básicos;

Recursos Humanos.

6.3 EXECUÇÃO

Cronograma;

Terraplenagem;

Fundações;

Estrutura;

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Acabamento.

6.4 INICIO DE ATIVIDADES

Contato com Fornecedores;

Parcerias com empresas terceirizadas;

Atendimento ao Publico;

Feedback por Índices;

Feedback por Pesquisas de Satisfação.

6.5 EXPANSÃO

Adequação de oferta em relação a demanda;

Manutenção dos valores;

Manutenção dos princípios;

Relação de espaço x serviços simultâneos (Quanto espaço um carro precisa

para ser consertado);

Tempo médio de reparo.

6.6 ESTUDO DE CASO 1 – SOLUÇÃO AUTOMOTIVA

6.6.1 Caracterização da Empresa em Estudo

Empresa que atua no mercado de Reparos automotivos há 20 anos, com

sede em Taboão da Serra- SP, conceituada pela qualidade de seu trabalho.

A empresa esta no mercado conquistando cada vez mais os seus clientes,

com a preocupação de estar sempre bem relacionado com seus clientes e amigos,

investe no seu pessoal de uma forma inovadora, preocupada sempre com o bem

estar de seus colaboradores e clientes.

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6.6.2 Índices mensurados

MÉTODO DE DIVULGAÇÃO

INSUMOS (ENERGIA /

AGUA)

NUMERO DE

COLABORADORES

/ FUNÇÃO

QUANTIDADE DE VEÍCULOS

ATENDIDOS / MÊS

Domínio virtual

(site);

Captação de

energia Solar

1 Montador

80 / mês + 120 em

agendamento

Patrocínio de

Academia;

Captação de

Água da Chuva

3 Pintores -

Mídia Impressa; - 1 Funileiro -

Acordos

comerciais;

- 3 Sócios -

Administração

-

6.6.2.1 Área Ocupada (Área total / Escritórios / Oficina/ Funilaria / Mecânica / Montagem / Pintura / Estacionamento)

800 m2 / 64 m2/ 80 m2 / 80 m2 / 200 m2 / 40 m2 / 300 m2

6.6.3 Analise de Serviços

Orçamento

Por peça; Estado que

ela se encontra.

Montagem

Funilaria e

Mecânica

Pintura

Montagem

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6.6.4 Análise Swot

A Análise SWOT é uma ferramenta de gestão muito utilizada por empresas

privadas como parte do planejamento estratégico dos negócios, a idéia central

SWOT é uma maneira bastante eficiente de identificar os pontos fortes e fracos de

uma organização, bem como examinar as oportunidades e as ameaças que poderão

ser enfrentadas no mercado de atuação.

O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrônimo de

Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e

Ameaças (Threats).

A SWOT tem por objetivo definir estratégias para manter pontos fortes,

reduzir a intensidade de pontos fracos, aproveitando oportunidades e protegendo-se

de ameaças.

Tabela 1 - Análise SWOT: EMPRESA 1

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Área em Expansão; Mercado para todos; Modernização dos carros (maior segurança, cria demanda de peças a serem trocadas); Cultura brasileira – paixão por carros; Abordagem como empresa; Atendimento a todos os gêneros, ambiente amistoso; Franqueza com o cliente no sentido de orientá-lo que nunca será novo novamente.

Tratamento com o publico (demanda expectativa a ser atendida) Agendamento Logística eficiente Equilíbrio entre qualidade x empresa enxuta Falta de mão de obra especializada Qualidade do serviço x reputação da empresa x remuneração de seguradoras Falta Know-how de Administrador para gerenciar, em geral são ex-funileiros Clientes são acostumados a palpitar no serviço, porém um paciente não chega no médico e pergunta se vai demorar muito, ele quer é que fique bom.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Mercados emergentes que poderão surgir futuramente; Migração de segmentos;

Alta concorrência no segmento; Novos produtos / serviços na concorrência;

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6.6.5 Inovações

Uniforme / Piso Claro / Padronização;

Pe direito alto, para refrigerar e favorecer a ventilação por corrente;

Iluminação Natural com telhas transparentes;

Utilização de poço artesiano para captação da água utilizada na

lavagem;

Exaustão da cabine de pintura – Obrigatório, porem foi melhorada;

Tratamento de efluentes antes do descarte no esgoto.

6.6.6 Escolha da localização

Melhor área (custo / m2);

Prédio Próprio;

Fidelidade dos Clientes;

Alto custo de locação – implicaria no ponto de equilíbrio financeiro.

6.6.7 Controle de qualidade / terceirização

Feito pelos sócios ou orçamentistas em todos os carros antes de devolver ao

cliente, pois mexem com a expectativa do mesmo e depende de acordo feito entre

empresa e cliente.

Terceirização:

No Local:

Martelinho de Ouro

Polimento

Higienização

Mecânica

Vidaraçaria

Fora:

Lavagem

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Através da fidelização do serviço terceirizado, garante-se a qualidade da mão

de obra, o que implica em menos trabalho para verificar o controle de qualidade dos

mesmos.

6.6.8 Volume (médio) consumido (e de lixo gerado)

- Materiais atrelados à pintura (tinta / papel para proteção / lixas / massas

plásticas / etc)

- Materiais atrelados à mecânica e montagem do veículo (sobras de plástico e

metais gerados por substituição de peças / geração de sucata)

6.6.9 Forma como são recolhidos e descartados os resíduos (plásticos / metais / tintas / fluídos)

Fluidos / Tintas: Empresa especializada – acordo comercial

Metais: Empresa de Sucata (regulamentação governamental)

Plásticos: Coleta seletiva para reciclagem

6.6.10 Parceria com Fornecedores

Acordo comercial para Fluidos, Tintas e Sucatas

6.6.11 Benefícios gerados

Beneficio para ambos os lados, de acordo com tratado comercial

Logística para retirada de material não útil para liberar espaço

6.7 ESTUDO DE CASO 2 – FRISONTECH 6.7.1 Caracterização da Empresa

Frisontech Serviços Automotivos Ltda

Empresa que atua no mercado de Reparos automotivos há mais de 30 anos,

com sede em São Paulo - SP, conceituada no mercado e atendendo às maiores

seguradoras do segmento.

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6.7.2 Índices mensurados

MÉTODO DE DIVULGAÇÃO

INSUMOS (ENERGIA /

AGUA)

NUMERO DE

COLABORADORES

/ FUNÇÃO

QUANTIDADE DE VEÍCULOS

ATENDIDOS / MÊS

Domínio virtual

(site);

Captação de

energia Solar;

3 Montadores

150 / mês + 100 em

agendamento

Mídia Impressa; Captação de

Água da

Chuva;

10 Pintores /

Preparadores

-

Acordos

comerciais;

- 4 Funileiros

-

- - 2 Sócios -

Administração

-

- - 5 Mecânicos -

- - 7 Aux. De Escritório /

Recepção

-

- - 11 Ajudantes gerais -

6.7.2.1 Área Ocupada (Área total / Escritórios / Oficina/ Funilaria / Mecânica / Montagem / Pintura / Estacionamento)

200 m2 / 1300 m2 / 200 m2 / 300 m2 / 100 m2 / 400 m2 / 700 m2

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6.7.3 Analise de Serviços

Seguradora: Fornece peças também aos veículos reparados. Lucratividade

maior nas peças, devido ao baixo valor de mão-de-obra pago pelas Seguradoras.

6.7.4 Análise Swot

Tabela 2 - Análise SWOT: EMPRESA 2

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Área em Expansão; Mercado para todos; Modernização dos carros (maior

segurança, cria demanda de peças a serem trocadas);

Cultura brasileira – paixão por carros;

Abordagem como empresa; Franqueza com o cliente no

sentido de orientá-lo que nunca será novo novamente.

Atendimento ao cliente (demanda expectativa a ser atendida);

Logística eficiente; Equilíbrio entre qualidade x

empresa enxuta; Falta de mão de obra

especializada; Qualidade do serviço x reputação

da empresa x remuneração das seguradoras.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS Mercados emergentes que poderão surgir futuramente; Migração de segmentos;

Alta concorrência no segmento; Novos produtos / serviços na concorrência;

Orçamento

Por peça; Estado que

ela se encontra.

Montagem

Funilaria e

Mecânica

Pintura

Montagem

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6.7.5 Inovações

Uniforme / Piso Claro / Padronização;

Pe direito alto, para refrigerar e favorecer a ventilação por corrente;

Iluminação Natural com telhas transparentes;

Utilização de poço artesiano para captação da água utilizada na

lavagem;

Exaustão da cabine de pintura – Obrigatório, porem foi melhorada;

Tratamento de efluentes antes do descarte no esgoto

6.7.6 Escolha da localização

Melhor área (custo / m2);

Prédio Alugado;

Fidelidade dos Clientes;

Localizado há mais de 20 anos no mesmo imóvel, conta com

benefícios no contrato de locação devido à extensão da parceria;

6.7.7 Controle de qualidade / terceirização

Feito pelos sócios ou orçamentistas em todos os carros antes de devolver ao

cliente, pois mexem com a expectativa do mesmo e depende de acordo feito entre

empresa e cliente

Terceirização: Nenhuma.

6.7.8 Volume (médio) consumido (e de lixo gerado)

- Materiais atrelados à pintura (tinta / papel para proteção / lixas / massas

plásticas / etc);

- Materiais atrelados à mecânica e montagem do veículo (sobras de plástico e

metais gerados por substituição de peças / geração de sucata);

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6.7.9 Forma como são recolhidos e descartados os resíduos (plásticos /

metais / tintas / fluídos)

Fluidos / Tintas: Empresa especializada – acordo comercial;

Metais: Empresa de Sucata (regulamentação governamental);

Plásticos: Coleta seletiva para reciclagem.

6.7.10 Parceria com Fornecedores

Acordo comercial para Fluidos, Tintas e Sucatas.

6.7.11 Benefícios gerados

Beneficio para ambos os lados, de acordo com tratado comercial.

Logistica para retirada de material não útil para liberar espaço.

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7. PROPOSTAS DE MELHORIA 7.1 MARKETING 7.1.1 Como é Realizado Hoje

Com a realização do estudo de caso, podemos notar que não há variação

significativa nos meios de divulgação, de ambas as empresas. A divulgação é feita

por mídia impressa, acordos com o comercio e virtualmente.

7.1.2 Definição do Publico Alvo

Definir o público que a empresa deseja atingir, é um dos primeiros passos

para a implantação de um plano de marketing eficaz. O mercado para uma oficina

automotiva é amplo, porém, o ideal para uma empresa de pequeno porte é iniciar

suas atividades visando a fidelização de clientes de classe média, otimizando as

ações de comunicação, para os segmentos mais favoráveis a empresa.

7.1.3 Destacar o Posicionamento

Há a necessidade das empresas analisadas, se posicionarem no mercado

como alternativa viável em relação as grandes concessionárias, evitando a

comparação com oficinas automotivas mais tradicionais.

A idéia inicial, seria uma divulgação demonstrando o seu diferencial em

relação aos concorrentes, que é o preço. Ou seja, um serviço com a mesma

qualidade das grandes oficinas, porem com um custo menor.

7.1.4 Elaborar um Plano de Serviço

Definir o “carro chefe” de uma empresa é fundamental, ou seja, definir quais

são os principais serviços que ela vai oferecer. Geralmente, uma oficina oferece

serviços de manutenção e reparos de automóveis de passeio, utilitários ou

esportivos, movidos a gasolina ou álcool, desse modo, uma alternativa interessante

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seria oferecer esses reparos para veículos de grande porte, como caminhões e

ônibus.

7.1.5 Elaborar uma Política de Preços

Hoje, as empresas realizam o orçamento levando em consideração, somente

as peças a serem utilizadas. Uma alternativa interessante, seria realizar o orçamento

após o levantamento dos custos das peças a serem trocadas e levando em

consideração o tempo de serviço que o profissional irá dispensar para realizar o

reparo daquele veiculo.

7.1.6 Identidade visual

Grande parte das oficinas automotivas, ignoram a necessidade de uma

identidade visual, porem, há a necessidade real de criar uma imagem coorporativa,

até para melhor identificação da clientela. A contratação de um designer para

elaborar um logotipo próprio, ficha de preço, cartão de visitas e o uniforme dos

funcionários, seria uma idéia a ser trabalhada em ambas as empresas estudadas.

7.1.7 Meios de Divulgação

A análise sobre os meios de interação entre a oficina e os seus possíveis

clientes, é pouco eficiente. Atualmente, as empresas automotivas estão investindo

cada vez mais em anúncios mais abrangentes, como em canais de esportes na TV

ou no Rádio, onde há uma abrangência maior de público.

A divulgação por meio impresso, deveria ser melhor estruturada, de modo a

ressaltar os pontos positivos e o que a empresa tem a oferecer para o cliente.

7.2 DESCARTE DE MATERIAL

Verifica-se atualmente cada vez mais uma preocupação com o meio

ambiente, que vem proporcionando a sociedade acalorados debates. Hoje, o cliente

se preocupa cada vez mais em adquirir produtos e serviços de empresas

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ecologicamente corretas, se constituindo até um bom fator para se utilizar em um

plano de marketing.

Dentro de ambas oficinas, verifica-se uma preocupação com o descarte de

resíduos, porem, efetivamente pouco se faz. Dentro de uma oficina, a separação e

descarte correto de peças, começa com o treinamento de seus colaboradores,

sendo que os mecânicos precisam desenvolver esse conceito de preservação ao

meio ambiente. Muitas vezes a mistura de água e óleo que provem da lavagem de

um motor automotivo, vão diretamente pro esgoto, que diversas vezes é descartado

em rios e afluentes. Essa mistura portanto, seria mais prejudicial ainda para esse

ambiente. Muitas empresas vêm adotando por exemplo, caixas que realizam esse

trabalho de separação, jogando no esgoto somente a água limpa, e deixando em um

recipiente localizado no seu interior, o óleo, que pode ser vendido posteriormente.

7.3 APROVEITAMENTO DE RECURSOS

Construir uma oficina ideal, tanto no que se diz respeito a construção, quanto

nos recursos naturais utilizados e a preocupação em não poluir o meio ambiente, se

torna cada vez mais um item a ser discutido pelos empreendedores.

A compra de um decantador por exemplo, sairia em média pelo valor de R$

2.000,00 reais, porém, os benefícios para o meio ambiente seriam muitos. O

reaproveitamento da água da chuva, é uma alternativa já utilizada pelas empresas, e

seu aperfeiçoamento e expansão, seria uma alternativa interessante

economicamente.

Adquirir um “analisador de gases” também é imprescindível, para analisar os

gases emitidos durante a queima de combustível, garantindo que o veiculo reparado

volte às ruas em boas condições.

Outra alternativa a ser discutida é a implantação de uma máquina lavadora de

peças, que resultaria na economia de solvente, incidindo economicamente nos

custos da empresa.

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8 CONCLUSÃO

Após inúmeras pesquisas e estudos, foram encontradas muitas melhorias que

poderiam ser implantadas em qualquer Oficina de Reparação Automotiva, porém

como se trata de um modelo, nossa tarefa é combinar as melhores ideias, como já

relatado, muitas melhorias acabam se tornando um problema quando confrontadas

com o produto de outra melhoria, sendo assim, o modelo em si foi dividido em

setores, pois pontualmente cada setor possui suas características, características

estas que foram melhoradas e posteriormente, em uma macro-avaliação foram

confrontadas com os demais setores.

Chegamos a conclusão que o famoso “Jeitinho Brasileiro” está com seus dias

contados, pois o cliente tem uma expectativa de serviço mínima que deve ser

atendida para que o mesmo possa ser fidelizado, e esta expectativa mínima implica

no custo do serviço, portanto para quem já possui experiência no mercado, é comum

não utilizar métodos e matéria-prima de baixa qualidade, por mais que esta prática

possa distanciar o cliente, á longo prazo o mesmo acaba sendo conquistado, pois

percebe tais diferenciais que influenciam diretamente na qualidade do serviço, o qual

geralmente possui uma alta demanda de expectativa.

Nosso Modelo de Oficina de Reparação Automotiva visa ter um alto esforço

no quesito Marketing, pois o mesmo é responsável pela imagem percebida pelo

cliente, sem que o mesmo seja iludido para negociar com a Oficina. Utilizando-se da

franqueza o cliente se sente mais próximo do estabelecimento, o que o deixa mais

propício á realização do serviço.

A essência do Marketing é o fluxo de bens e serviços do produtor para o

consumidor, bem como no estudo do trabalho realizado, tais valores se traduzem em

organização, prazo, qualidade do serviço, relacionamento com fornecedores, entre

outros, isto é o que constitui a qualidade percebida pelo cliente, e na medida em que

sua expectativa é superada, utilizando-se de conceitos inovadores, o fluxo de bens

captado pelo cliente cresce, tornando-se um serviço mais completo.

A realização de um plano de marketing, com o objetivo de auxiliar a empresa

a desenvolver um ambiente que estimule o seu desenvolvimento em um mercado

cada vez mais competitivo, se constitui um fator de destaque, posicionando-a como

uma alternativa melhor em relação aos concorrentes.

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Dessa forma, verifica-se que o presente trabalho será de grande valia, não só

para as empresas avaliadas, mas, para tantas outras que consideram como uma

alternativa viável, trabalhar a visão de preocupação com o meio ambiente, fato que

até pode beneficiar o estabelecimento através da concessão de selos “verdes”, que

são reconhecidos pelo público.

Nesse contexto, para finalizar o trabalho, cabe ressaltar que o objetivo inicial

que era elaborar algumas propostas de melhorias foi alcançado, sendo que o

embasamento teórico constituído ao longo do curso foi essencial para uma

concepção mais aprofundada a respeito do tema.

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