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Estudo Propositivo para Dinamização Econômica do Território Rural de Nova Andradina 2 LISTA DE TABELAS 1. Períodos de criação dos municípios 2. Subdivisão da Unidade de Gerenciamento Hídrico do Baixo Tietê 3. Comportamento da População Urbana e Rural - Território Andradina (1980-2005) em % 4. Dados Demográficos 5. PIB dos municípios do território de Andradina, 2002 6. Valor Adicionado Fiscal Total e Participação dos Setores no Território de Andradina, 2002 7. Empregos Ocupados, 2003 8. IDH dos municípios do Território Andradina - 1991 9. IDH dos municípios do Território Andradina - 2000 10. Índice Paulista de responsabilidade Social -IPRS 2000/2002, Território Andradina 11. Renda e Rendimento Municipal, 2000 12. Situação de Pobreza 13. Saneamento Níveis de Atendimento, 2000 14. Vulnerabilidade Social – Distribuição da População no território de Andradina e Região Administrativa de Araçatuba 15. Programa de Microbacias 16. Distribuição percentual do IAP para fins de abastecimento público, 2003 e 2004 17. Distribuição percentual do IVA (Índice de Qualidade da Água para Proteção da Vida Aquática), 2003 e 2004. 18. Valor da Produção Agropecuária dos Pólos Regionais, 2002 19. Distribuição da Área Ocupada, em hectares, 2002. 20. Estabelecimentos Rurais, conforme a Área Ocupada em %, por município 21. Índices de rentabilidade da produção agropecuária. ( Território e Estado) 22. Crédito Rural no território Andradina, 2002 23. Evolução do Valor de Produção dos Principais Produtos, 2000-2004. 24. Produção de Culturas Temporárias (t) e participação no território (%), 2002

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LISTA DE TABELAS 1. Períodos de criação dos municípios 2. Subdivisão da Unidade de Gerenciamento Hídrico do Baixo Tietê 3. Comportamento da População Urbana e Rural - Território Andradina

(1980-2005) em % 4. Dados Demográficos 5. PIB dos municípios do território de Andradina, 2002 6. Valor Adicionado Fiscal Total e Participação dos Setores no Território de

Andradina, 2002 7. Empregos Ocupados, 2003 8. IDH dos municípios do Território Andradina - 1991 9. IDH dos municípios do Território Andradina - 2000 10. Índice Paulista de responsabilidade Social -IPRS 2000/2002, Território

Andradina 11. Renda e Rendimento Municipal, 2000 12. Situação de Pobreza 13. Saneamento Níveis de Atendimento, 2000 14. Vulnerabilidade Social – Distribuição da População no território de

Andradina e Região Administrativa de Araçatuba 15. Programa de Microbacias 16. Distribuição percentual do IAP para fins de abastecimento público, 2003

e 2004 17. Distribuição percentual do IVA (Índice de Qualidade da Água para

Proteção da Vida Aquática), 2003 e 2004. 18. Valor da Produção Agropecuária dos Pólos Regionais, 2002 19. Distribuição da Área Ocupada, em hectares, 2002. 20. Estabelecimentos Rurais, conforme a Área Ocupada em %, por município 21. Índices de rentabilidade da produção agropecuária. ( Território e Estado) 22. Crédito Rural no território Andradina, 2002 23. Evolução do Valor de Produção dos Principais Produtos, 2000-2004. 24. Produção de Culturas Temporárias (t) e participação no território (%),

2002

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25. Culturas Permanentes, 2002 26. Efeito-Substituição Atribuído aos Produtos que Incorporaram Área no

EDR Andradina, 1990-2001 (em hectare). 27. Produção de Leite C, 2000-2004 28. Rentabilidade da Agricultura Familiar 29. Desempenho da Agricultura Familiar 30. Compra Direta da Agricultura Familiar em 2004 31. Distribuição dos estabelecimentos familiares conforme renda obtida 32. Número de Assentamentos Território Andradina 33. Assentamentos Território Andradina 34. Distribuição da área, produção e valor de bruto de produção das

principais culturas dos assentamentos do território Andradina, Safra 99/00

35. Distribuição dos contratos PRONAF, conforme enquadramento 36. Contratos PRONAF Investimento 2004 – Nº e Montante Contratado 37. Compra Direta da Agricultura Familiar em 2004 38. Consumo Estimado de Alimentos per capita, por Ano em Kg

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LISTA DE FIGURAS 1. Localização do território 2. Regiões Administrativas do Estado de São Paulo. 3. Coordenações Regionais – Fundação ITESP 4. Região Administrativa de Araçatuba – Recursos Hídricos 5. Grupos de municípios, segundo o IPRS 6. Porcentagem de uso das águas subterrâneas para abastecimento

público nos municípios do Estado de São Paulo. 7. Dimensão da Agricultura Familiar no território Andradina 8. Projetos de Assentamento no Estado de São Paulo 9. Sistema de Produção Mandioca 10. Sistema de Produção Leite

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LISTA DE GRÁFICOS

1. Distribuição da População 1980 e 2005 2. Participação Percentual dos Setores Econômicos 2002 3. Evolução da Renda per capita (R$) no território Andradina, 1991-2000. 4. Ocupação do Solo território Andradina, 2001. 5. Distribuição das áreas, 2004 6. Evolução do Valor de Produção dos Principais Produtos, 2000-2004. 7. Evolução da Área Colhida (ha) de culturas temporárias, 1990-2002 8. Variação da Produção de Culturas Permanentes, 1990/2002, Território,

São Paulo, região Sudeste, Brasil. 9. Culturas Permanentes -Produção (mil t), Área (ha), Pés novos (mil), e

Pés em Produção (mil), 2000/2004. 10. Evolução Rebanho – região administrativa de Araçatuba (2000-2004) 11. Variação Anual do Número de Bovinos por Tipo, 2000/2004

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12. Participação do Rebanho no Total do Território, por município e Tipo de Rebanho, em % - 2004

13. Variação Anual da Área com Pastagem e Cana-de-açúcar para Forragem, em % 2000/04

14. Valor de Produção Anual Bruto por Trabalhador, 95/96. 15. Percentual do Valor de Produção Projetos de Assentamento – Safra

99/00 16. Número de Contratos PRONAF Investimento 2004

SIGLAS

1. ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2. AFCANA – Associação dos Fornecedores de Cana da Alta Noroeste 3. AGROESP – Associação dos Assistentes Agropecuários do Estado de

São Paulo 4. ASSEMAE – Associação Nacional dos Serviços Municipais de

Saneamento 5. CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral 6. CCA – Cooperativa Central da Reforma Agrária 7. CESP – Companhia de Energia Elétrica de São Paulo 8. CETEC – Centro de Tecnologia da Fundação Paulista de Tecnologia e

Educação 9. CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental 10. CIAT – Comissão de Instalação de Ações Territoriais

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11. CIESP – Centro das Indústrias de São Paulo 12. COAPAR – Cooperativa de produção Agropecuária dos Assentados e

Pequenos Produtores da Região Noroeste do Estado de São Paulo. 13. CODASP – Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo 14. COMDEMA – Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente 15. CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 16. DAEE – Departamento de Água e Energia Elétrica 17. DEPRN – Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais 18. ECONG – Organização não Governamental de defesa do Meio

Ambiente e do Patrimônio Cultural de Castilho 19. EDR – Escritório de Desenvolvimento Rural 20. FAF – Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Est. de

São Paulo 21. FETAESP – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

São Paulo 22. Flora/Tietê – Associação de recuperação Florestal do Médio Tietê 23. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 24. IEA – Instituto de Economia Agrícola 25. INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 26. ITESP – Fundação Instituto de Terras do Est. de São Paulo “José

Gomes da Silva” 27. MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário 28. MST – Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 29. PAEP – Pesquisa da Atividade Econômica Paulista 30. PANATHON/YC – Yatch Club 31. SAA – Secretaria de Agricultura e Abastecimento 32. SDT – Secretaria de Desenvolvimento Territorial 33. SEP – Secretaria de Economia e Planejamento 34. SET – Secretaria de Transportes 35. SINDUSCON – Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado

de São Paulo 36. SINTRAF – Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Agricultura

Familiar

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37. SS – Secretaria da Saúde 38. UDOP – Usinas e Destilarias do Oeste Paulista 39. UFSCar – Universidade Federal de São Carlos 40. UGRHI – Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos 41. UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO____________________________________________ 11 2. INTRODUÇÃO_______________________________________________ 12 3. DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL ______________________ 13

3.1. Caracterização Geral _____________________________________ 13 3.2. Processo Comissão de Instalação de Ações Territoriais - CIAT __ 15 3.3. Aspectos Administrativos _________________________________ 15 3.4. Estrutura do território_____________________________________ 17 3.5. Aspectos Físicos_________________________________________ 19 3.5.1. Geomorfologia/Relevo/Solos _____________________________ 20 3.5.2. Hidrografia ____________________________________________ 21 3.5.3. Clima _________________________________________________ 22

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3.5.4. Cobertura vegetal natural ________________________________ 23 3.6. População________________________________________________23 3.6.1. Dinâmica Populacional __________________________________ 24 3.6.2. Faixas Etárias __________________________________________ 26 3.7. Histórico_________________________________________________27

4. ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS ______________________________ 29 4.8. Indicadores Econômicos __________________________________ 30 4.8.1. Produto Interno Bruto (PIB) ______________________________ 30 4.8.2. Valor Adicionado Fiscal (VAF) ____________________________ 31 4.8.3. Indústria ______________________________________________ 34 4.8.4. Serviços ______________________________________________ 35 4.9. Indicadores Sociais ______________________________________ 37 4.9.3. Índice de Desenvolvimento Humano - IDH __________________ 37 4.9.4. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS ___________ 39 4.9.5. Educação _____________________________________________ 42 4.9.6. Renda ________________________________________________ 43 4.9.7. Saneamento ___________________________________________ 45 4.9.8. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social ___________________ 46 4.9.9. Indicadores Ambientais__________________________________ 47 4.9.10.Programa de Microbacias _______________________________ 48 4.9.11.Disponibilidade Hídrica _________________________________ 50 4.9.12.Controle Ambiental _____________________________________ 53

5. AGROPECUÁRIA ____________________________________________ 53 5.1. Uso do Solo _____________________________________________ 56 5.2. Estrutura Fundiária_______________________________________ 58 5.3. Condição do Produtor ____________________________________ 60 5.4. Propriedade da Terra e Pessoal Ocupado ____________________ 61 5.5. Crédito Rural ____________________________________________ 62 5.6. Valor da Produção _______________________________________ 63 5.7. Produção ________________________________________________64 5.7.1. Culturas Temporárias ___________________________________ 64 5.7.2. Culturas Permanentes ___________________________________ 68 5.7.3. Substituição de Culturas_________________________________ 65 5.7.4. Pecuária ______________________________________________ 66

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6. PÚBLICO ALVO PRIORITÁRIO DO MDA _________________________ 71 6.1. Dimensão da Agricultura Familiar___________________________ 71 6.2. Renda___________________________________________________75 6.3. Assentamentos __________________________________________ 75 6.3.1. Sistemas de Produção___________________________________ 78 6.3.2. Pecuária ______________________________________________ 80 6.3.3. Agricultura ____________________________________________ 81 6.3.4. Artesanato e Processados _______________________________ 82 6.3.5. Assistência Técnica_____________________________________ 82 6.4. Banco da Terra, Crédito Fundiário __________________________ 83 6.5. Sistemas e cadeias Produtivas _____________________________ 83 6.5.3. Mandioca______________________________________________ 84 6.5.4. Leite __________________________________________________ 86 6.6. PRONAF INFRAESTRUTURA_______________________________ 88

7. POLÍTICAS PÚBLICAS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL________________________________________________ 89

7.1. ATER___________________________________________________89 7.2. Crédito PRONAF _________________________________________ 90 7.3. CONAB__________________________________________________93 7.4. Programa Luz para Todos _________________________________ 93 7.5. Programas Especiais _____________________________________ 94

8. INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E CAPITAL SOCIAL _____________ 95

8.1. Instituições Governamentais_______________________________ 96 8.2. Instituições da Sociedade Civil _____________________________ 96 8.2.1. Redes_________________________________________________ 97 8.2.2. Instituições Ambientais__________________________________ 97 8.2.3. Conselhos Regionais de Desenvolvimento Rural, Consórcios e Fóruns ________________________________________________________97

9. DISCUSSÃO ________________________________________________ 98 10. PERSPECTIVAS ___________________________________________ 102 11. LISTA DE TABELAS__________________ Erro! Indicador não definido. 12. SIGLAS ____________________________ Erro! Indicador não definido. 13. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA_______________________________ 106 14. ANEXOS _________________________________________________ 109

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APRESENTAÇÃO Buscando enfrentar o desafio da inclusão social de grande parte da

população brasileira no processo de desenvolvimento do país, o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), propõe um novo padrão de desenvolvimento rural sustentável, através da formulação de políticas públicas adaptadas às diferentes regiões do país estimulando o desenvolvimento endógeno e a autogestão dessa população.

Para tanto, através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), este Ministério apresenta como estratégia o Desenvolvimento Rural Sustentável a partir da perspectiva territorial (SDT, 2005). Englobam-se aqui critérios ambientais, econômicos, sociais, culturais, políticos, institucionais

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onde se pode observar identidade e coesão da população que forma o território.

É preciso buscar investimentos públicos e privados focados nos territórios para estabelecer o processo de desenvolvimento centrado na inclusão e na justiça social, no crescimento com equidade, na reativação das economias locais e na gestão sustentável dos recursos naturais.

Por outro lado, as diferentes dinâmicas e formas de atuar do território e os conhecimentos gerados neste processo necessitam ser sistematizados e compartilhados para apoiar outras experiências e gerar novas sínteses metodológicas que auxiliem o território. Como proposta de ação para a Dinamização das Economias dos Territórios Rurais com a Agricultura Familiar como protagonista deste processo foram realizados Estudos Propositivos de Dinamização Territorial em todos os territórios estabelecidos no país, buscando-se mais que um diagnóstico, mas um fomento de espaço de discussão, de encontro dos diferentes atores para concertarem interesses sobre o Desenvolvimento Territorial que possa orientar a ação desses atores.

No Estado de São Paulo o Instituto Locus apresenta-se como responsável pelo Estudo Propositivo em dois territórios: Pontal do Paranapanema e Andradina.

INTRODUÇÃO

O presente relatório refere-se ao Projeto de Atividades apresentado pelo Instituto Locus à Secretaria de Desenvolvimento Territorial, para a implementação de ações básicas que auxiliem na elaboração dos planos de desenvolvimento do território rural de Andradina.

O Projeto de Atividades prevê o Estudo Propositivo que é ferramenta complementar de apoio à dinamização econômica dos territórios, buscando qualificar as demandas, estratégias de intervenção e projetos de

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desenvolvimento da população do território e apoiar a SDT em suas diretrizes e políticas.

O Estudo Propositivo de Dinamização das Economias Territoriais aqui apresentado parte da proposição de que para a SDT “enfoque territorial é uma visão essencialmente integradora de espaços, atores sociais, agentes, mercados e políticas públicas de intervenção”.

DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL

Caracterização Geral

O território de Andradina, localizado no Noroeste do Estado de São Paulo, Está inserido na região de Araçatuba conhecida como “a capital do boi gordo”. Com 7,6% da produção agropecuária do Estado trata-se de região com economia baseada na agropecuária, principalmente pecuária de corte e de leite e cana-de-açúcar, com as poucas indústrias baseadas nestas

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atividades: frigoríficos, laticínios e indústria do couro.

Com cerca de 560 mil habitantes a região é demograficamente pouco expressiva no estado, destacando-se Araçatuba e Birigui, localizados fora do território, como os municípios mais populosos.

O território ficou definido com os seguintes municípios:

1. Andradina

2. Castilho

3. Guaracaí

4. Ilha Solteira

5. Itapura

6. Mirandópolis

7. Murutinga do Sul

8. Nova Independência

9. Pereira Barreto

10. Sud Menucci

11. Suzanápolis.

Como Araçatuba, o município pólo da região que foi criado em 1921,

os municípios que compõem o território são também muito jovens (Tabela 1):

Tabela 1 – Períodos de criação dos municípios

PERÍODOS MUNICÍPIOS CRIADOS

1937 Andradina

1938 Pereira Barreto

1944 Mirandópolis

1948 Guaraçaí

1953 Castilho e Murutinga do Sul

Figura 1 – Localização do território

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1959 Sud Menucci

1964 Itapura e Nova Independência

1991 Suzanápolis e Ilha Solteira

Fonte: SEADE (2005), organizado pelo autor.

Processo Comissão de Instalação de Ações Territoriais - CIAT No território Andradina a primeira reunião para discussão do Território foi realizada em abril de 2005 no município de Andradina. Durante este as discussões dirigiram-se à composição do grupo, contratação do articulador regional e elaboração dos projetos de PRONAF Infra-estrutura, além da apresentação do Estudo Propositivo. A CIAT tem baixa participação de órgãos públicos, principalmente as prefeituras, havendo freqüência maior dos órgãos relacionados à assistência técnica como CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), ITESP (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) e INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Neste sentido as seguintes instituições não-governamentais se destacam: COAPAR (Cooperativa de produção Agropecuária dos Assentados e Pequenos Produtores da Região Noroeste do Estado de São Paulo), Sindicatos rurais (SERAESP), FAF/SINTRAF (Federação da Agricultura Familiar), MST através de sua Cooperativa Central (CCA), ECONG (ONG ambientalista do município de Castilho), FETAESP e Sindicato Rural de Mirandópolis.

A direção da CIAT foi exercida pela ECONG até o final do ano de 2005 quando foi escolhido o articulador regional: Eng. Agr. Ana Claudia Simões ligada à FAF. A baixa participação citada e a falta de um articulador foram cruciais para o desempenho e a consolidação da CIAT durante o ano, evidenciando um grupo frágil, mas com boas perspectivas de desenvolvimento a partir de 2.006 com a preocupação de implementar os projetos de PROINF aprovados.

Aspectos Administrativos

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O Estado de São Paulo possui várias divisões administrativas segundo suas secretarias de governo, que no caso do Território de Andradina são bem semelhantes entre si. Segundo a Secretaria de Planejamento os municípios deste território pertencem à Região Administrativa de Araçatuba (Figura 2) que possui 43 municípios (Anexo 1). Esta, por sua vez, é dividida em duas regiões de governo: Região de Araçatuba (31 municípios) e Região de Andradina (12 municípios). A Região de Governo de Andradina praticamente coincide com a disposição do Território definido pela SDT com exceção do município de Lavínia e Bento de Abreu.

Figura 2 – Regiões Administrativas do Estado de São Paulo.

Fonte - http://www.planejamento.sp.gov.br, em 02/07/2005

A composição do EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Andradina (Anexo1) não inclui o município de Sud Menucci e inclui, além de Bento de Abreu e Lavínia, que também fazem parte da Região de Governo, o município de Valparaíso.

A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania (SJDC), através da Fundação ITESP, tem atuação na região intimamente ligada à agricultura familiar, pois atende aos Projetos de Assentamento da região. A Regional que responde pelos municípios do Território de Andradina é a regional

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Noroeste (Figura 3) que se estende desde a região central do estado até as divisas com o Mato Grosso do Sul e Minas Gerais com dois Grupos Técnicos de Campo: Promissão e Andradina responsáveis por prestar assistência técnica às famílias.

Figura 3 – Coordenações Regionais – Fundação ITESP

Fonte: Fundação ITESP/2005

Pode-se perceber que as divisões das diversas secretarias estaduais e do território definido não apresentam divergências significativas o que poderia ser considerada uma vantagem já que as ações de Governo federais e estaduais têm maiores chances de ser complementares.

Estrutura do território Segundo a Secretaria de Planejamento (2004) a boa estrutura viária

torna a região do território de Andradina e seu entorno, uma importante rota de passagem do tráfego destinado ao centro-oeste do país. O transporte regional de longa distância, como já citado, é possibilitado pela Rodovia Marechal Rondon (SP-300), pela Ferrovia Novoeste S.A. - antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil da Rede Ferroviária Federal, privatizada em 1996

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que faz a ligação até São Paulo e o porto de Santos, pelo aeroporto em Araçatuba e pela Hidrovia Tietê-Paraná (porto fluvial). Além disso, a malha ferroviária possui integração com as malhas estadual e nacional. Sua estrutura é considerada portanto multimodal.

Esta é uma região privilegiada em relação aos recursos hídricos, apresentando-se como um pólo gerador de energia elétrica. A Hidrovia Tietê-Paraná começou sua operação regional em 1981 e a partir de 1991, com a abertura do Canal de Pereira Barreto, (ligação com o ramo norte do Rio Paraná) ampliou seu alcance. Por seu intermédio, a navegação chegou ao sul do Estado de Goiás e a oeste do Estado de Minas Gerais, através do rio Tietê. A conclusão da eclusa de Jupiá, em 1998, tornou possível a conexão do rio Tietê com o ramo sul do rio Paraná, estendendo a navegação até a Barragem de Itaipu e fazendo a interligação fluvial com os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná e com o Paraguai (Secretaria de Planejamento, 2004).

Segundo esta secretaria o município de Araçatuba constitui-se um dos pólos da Hidrovia Tietê-Paraná, possuindo um dos maiores terminais hidroviários, o Porto Fluvial Rio Prado. A operação da Hidrovia contribuiu para atrair novos empreendimentos voltados para armazenagem, comércio e alguns nichos da indústria naval, como o de reparo de barcos e barcaças.

Existem três Usinas Hidrelétricas no território: Usina Hidrelétrica de Jupiá, no município de Castilho, de Ilha Solteira, no município de Ilha Solteira, e de Três Irmãos, no município de Pereira Barreto (Figura 4).

Figura 4 – Região Administrativa de Araçatuba – Recursos Hídricos

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Outra estrutura importante da região é a presença do Gasoduto Brasil-Bolívia. No território ele atravessa os municípios de Castilho, Nova Independência, Andradina, Murutinga do Sul, Guaraçaí e Mirandópolis.

As principais rodovias que permitem acesso à região são: 1. Rodovia Marechal Rondon que liga Araçatuba à Capital

paulista e, no sentido inverso, ao Estado do Mato Grosso do Sul;

2. Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), liga Penápolis a Presidente Prudente e ao norte do Paraná, e no sentido oposto, a São José do Rio Preto e Barretos;

3. Rodovia Dr. Elyeser Montenegro Magalhães (SP-463) liga Araçatuba ao sul de Minas Gerais;

4. Rodovia Euclides de Oliveira Figueiredo (SP-563) liga Andradina ao norte do Paraná; e a Rodovia Péricles Bellini (SP-461) liga Birigüi ao norte do Estado.

Aspectos Físicos

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Geomorfologia/Relevo/Solos

Segundo o Comitê de Bacias Hidrográficas (1999) citando o CETEC (Centro Tecnológico da Fundação Paulista de tecnologia e Educação) a região do território, pertencente à Bacia Hidrográfica do baixo Tietê, é “caracterizada pela presença de formas de relevo levemente onduladas com longas encostas e baixas declividades, representadas fundamentalmente por colinas amplas e médias. O subnivelamento do relevo mostra um caimento para oeste em direção à calha do rio Paraná, formando uma extensa plataforma estrutural suavizada com cotas topográficas que oscilam próximo a 500 metros”.

Além destas estão registradas no Mapa Geomorfológico do IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) as Planícies Aluviais (nas calhas dos rios Tietê e Paraná) e os Terraços Fluviais. As Colinas Amplas, que ocupam a maior área, constituem formas de relevo subniveladas de grandes dimensões, perfil de vertente retilíneo e topos aplainados, presença de drenagem com padrão subdendrítico, densidade baixa e vales erosivos abertos. As Colinas Médias são semelhantes, porém tem interflúvios menores e densidade de drenagem maior (média a baixa).

Os solos principais, segundo o CETEC, são: Solos com B textural - Solos podzolizados de Lins e Marília –variedade Lins e Marília Solos com B latossólico – Latossolo vermelho escuro (fase arenosa), Latossolo roxo. Na Bacia do Baixo Tietê são encontradas pequenas extensões de terras férteis favoráveis ao cultivo de lavouras de ciclo curto, sendo que a maior parte das terras possuem limitações em relação a fertilidade e média susceptibilidade à erosão e os solos encontram-se em estágio avançado de degradação (CETEC,1999).

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Hidrografia Para gestão dos recursos hídricos no estado de São Paulo foi criado o

Conselho Estadual de Recursos Hídricos, sendo um dos seus objetivos a “proposição de formas de gestão descentralizada dos recursos hídricos, em nível regional e municipal, adotando-se as bacias hidrográficas como Unidades de Gestão, de forma compatibilizada com as divisões político-administrativas” (Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2005).

A partir desta proposta foram criadas 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs), classificadas de acordo com sua vocação. O território de Andradina situa-se, em sua maior porção, na UGRHI do Baixo Tietê que compreende 15.588Km² e assenta-se sobre os aqüíferos Bauru e Serra Geral. Pequenas partes do território pertencem às UGRHIs do Aguapeí e São José dos Dourados. Importante destacar que segundo o uso de solo predominante a UGRHI do Baixo Tietê é classificada como Agropecuária.

Esta com área de drenagem de 36.961 Km² tem como seus cursos d´água principais o Rio Paraná e o Rio Tietê e apresenta as seguintes subbacias:

Tabela 2. Subdivisão da Unidade de Gerenciamento Hídrico do Baixo Tietê

Fonte: CETEC, 1999.

Municípios Sub Bacia Área de Drenagem (Km²)

Castilho Córrego Pendenga 214,89Murutinga do Sul, Guaraçaí, Mirandópolis e Castilho Ribeirão do Moinho 749,3

Castilho Córrego do Abrigo 391,04Itapura Córrego da Onça 215,41Andradina e Itapura Córrego Timboré 364,75Guaraçaí e Andradina Ribeirão Três Irmãos 529,67Andradina e Pereira Barreto Córrego Macaé 320,14Mirandópolis e Pereira Barreto Ribeirão Travessa Grande 32416Pereira Barreto Córrego Santista 373,15Mirandópolis Ribeirão do Cotovelo 209,37Sud Menucci e Pereira Barreto Córrego do Osório 591,87Mirandópolis e Lavínia Ribeirão Água Fria 585,7Total 36.961,29

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Clima

Do ponto de vista da classificação climática, segundo o modelo de KÖPEN, das seis modalidades climáticas ocorrentes no estado de São Paulo, duas predominam no Planalto. O tipo Aw, tropical, subúmido com chuvas de verão e invernos secos,caracteriza a maior parte do Planalto Ocidental, cobrindo a parte setentrional (norte) e faixas ao longo do Rio Paraná e baixos cursos de seus afluentes Aguapeí e Peixe. Nas porções sul e central da província, a latitude mais alta acarreta temperaturas mais baixas, sobretudo no inverno, o que impede a inclusão dessa região da província no tipo Aw. Simplificadamente, essa modalidade climática pode ser descrita como Clima Tropical, com inverno seco e estação chuvosa no verão. O índice pluviométrico varia entre 1.100 e 1.300mm anuais, com estação seca ocorrendo entre os meses de maio a setembro. A temperatura do mês mais frio ultrapassa 18°C. De modo geral, esse tipo climático ocorre no extremo norte e noroeste do estado, abrangendo as margens do Rio Paraná (a montante do Porto Tibiriçá); as margens do Rio Tietê (a jusante de Avanhandava), incluindo quase inteiramente os municípios de Araçatuba, Pereira Barreto, Castilho, Nova Independência, Itapura, Ilha Solteira e Susanópolis.

A segunda modalidade climática a ocorrer nessa unidade geomorfológica é o tipo Cwa, mesotérmico com verões quentes e chuvosos e invernos secos. O índice pluviométrico desse tipo climático varia entre 1.100 e 1.700mm anuais, diminuindo de oeste para leste, com a média anual situando-se em torno de 1.250mm. A estação seca ocorre entre os meses de Abril a Setembro, e a temperatura do mês mais frio é inferior a18°C, enquanto a do mês mais quente ultrapassa os 22 °C. Em porções mais elevadas da área, espacialmente pouco representativas, esse tipo climático passa a Cwb, isto é, clima com verões frescos. O tipo climático Cwa abrange, entre outros, partes dos municípios de Andradina e Murutinga do Sul.

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Cobertura vegetal natural

Conforme Mapa de Vegetação do Brasil ( IBGE 1993, escala 1: 5.000.000), a região situa-se onde a cobertura florestal natural classifica-se como Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Semicaducifólia). Tal formação florestal se insere no domínio Mata Atlântica, conforme Decreto Federal 750/93.

Este tipo de vegetação está condicionado a dupla estacionalidade climática, uma tropical com época de intensas chuvas de verão, com temperaturas médias em torno de 22°C, seguida por estiagem acentuada, e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno com temperaturas médias em torno de 15°C. Esses climas determinam uma estacionalidade foliar dos elementos arbóreos dominantes, os quais tem adaptação ora à deficiência hídrica, ora a queda da temperatura nos meses frios. A percentagem das árvores caducifólias, no conjunto florestal e não das espécies que perdem as folhas individualmente, situa-se entre 20% e 50% na época desfavorável. Nesta região florestal predominam os gêneros Tabebuia, Cariniana,

Parapiptadenia, Lecythis, Astronium, Peltophorum e Copaifera.

População

A população total dos municípios do território é de cerca de 173.000 habitantes (0,45% da população do estado) distribuídos em área de 6.558 Km², sendo que 32% da população (56.000) concentra-se em Andradina. Mas, apesar de menor escala, outras três cidades também são concentradoras: Mirandópolis, Ilha Solteira e Pereira Barreto com

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populações superiores a 20.000 habitantes, aproximadamente 15% da população cada um.

Ao longo dos anos a população apresentou a tendência a migrar para a zona urbana (Tabela 3): em 1980 a população urbana era 78% da população total do território e atualmente este grupo representa cerca de 90%. Atualmente o município com menor taxa de urbanização é Murutinga do Sul que apresenta cerca de 70% de sua população na zona urbana.

Tabela 3 Comportamento da População Urbana e Rural - Território Andradina (1980-2005) em %

Fonte: SEADE, 2005.

Podemos destacar também Castilho e Guaraçaí que tinham população

urbana em proporções aproximadas à população rural em 1980 e que em 2005 apresentam a população urbana até 3 vezes maior. O município de Sud Menucci, entretanto é o que chama mais atenção quanto ao êxodo rural, pois sua população rural era maior que a urbana em 1980 representando 62% da população total do município. Em 1995 passou para 23% e atualmente representa apenas 12% da população total.

Em termos absolutos a maior queda no número de habitantes da zona rural foi Mirandópolis com 4.354 pessoas (Anexo 2).

Dinâmica Populacional

Urbana Rural Urbana Rural Urbana RuralAndradina 88,23 11,77 90,68 9,32 93,36 6,64 Castilho 65,97 34,03 74,06 25,94 82,94 17,06 Guaraçai 46,24 53,76 63,38 36,62 79,19 20,81 Ilha Solteira 91,41 8,59 97,32 2,68 Itapura 82,90 17,10 86,61 13,39 88,67 11,33 Mirandópolis 64,91 35,09 79,53 20,47 88,24 11,76 Nova Independência 52,44 47,56 64,16 35,84 76,96 23,04 Pereira Barreto 87,95 12,05 93,96 6,04 93,42 6,58 Sud Mennucci 37,87 62,13 76,96 23,04 87,74 12,26 Suzanápolis 65,09 34,91 74,92 25,08 Total 78,04 21,96 85,33 14,67 90,64 9,36 Região Governo Andradina 76,34 23,66 84,32 15,68 90,82 9,18

Municípios 1980 1995 2005

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Segundo o IBGE com as mudanças no padrão de fecundidade feminina brasileira houve forte desaceleração na taxa de crescimento demográfico do país principalmente nas décadas de 70 e 80, tornando-se moderada na década de 90.

A maioria dos municípios do território apresenta taxas de crescimento inferiores à 1% ao ano e dentre todas as Regiões de Governo do Estado de São Paulo, o território de Andradina apresentou a 4ª menor taxa de crescimento ficando atrás de municípios de regiões próximas (Anexo 3). Ao compararmos as taxas de crescimento populacional em 1991 e 2005 podemos afirmar que, salvo raras exceções, os municípios deste território apresentaram diminuição no crescimento de sua população.

Além disso, as baixas Taxas Geométricas de Crescimento Anual da população aliadas à queda das Taxas de Mortalidade, refletem o envelhecimento deste grupo de habitantes (Tabela 4). De forma geral o território apresenta a tendência do interior oeste paulista: evasão de população.

Tabela 4. Dados Demográficos

Municípios População Taxa de

Urbanização (em %)

Taxa Geom. Cresc. Anual População

(2000/2005 em %aa)

Área (em Km²) Densidade

Demográfica (hab/Km²)

Andradina 56.921 93,36 0,64 967 58 Mirandópolis 27.090 88,24 0,89 919 29 Ilha Solteira 25.369 97,32 4,77 639 40 Pereira Barreto 25.056 93,42 0,02 1.004 25 Castilho 15.302 82,94 0,47 1.094 14 Guaraçaí 9.277 79,19 0,86 571 16 Sud Menucci 7.498 87,74 0,36 595 13 Murutinga do Sul 4.112 70,77 0,71 249 17 Itapura 3.901 88,67 0,33 311 13 Suzanápolis 2.963 74,92 1,24 305 10 Nova Independência 2.118 76,96 0,54 270 8 Reg. Gov. 184.690 89,98 0,62 7.462 25 Estado 39.949.487 93,65 1,72 248.600 161 Fonte: SEADE/Perfil Municipal 2005

Trata-se, portanto, de uma região de baixa densidade demográfica,

sendo que os municípios de população mais adensada são Andradina (58 habitantes/km²), Mirandópolis (29 habitantes/km²) e Pereira Barreto (25

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habitantes/km²). Ao considerarmos apenas os 11 municípios do território observamos que a Densidade Demográfica média é baixíssima (22 habitantes/Km²) principalmente em relação à média estadual de 161 habitantes/Km².

Faixas Etárias A população do território de Andradina era em 1980 bem jovem, pois os habitantes até 14 anos representavam 38% da população total. A população de 65 anos ou mais era apenas 4%. Após 25 anos, em 2005, observamos que o maior grupo de população neste território encontra-se na faixa de população economicamente ativa: a faixa de 15 a 49 anos representa 55% da população que envelheceu contando com 21% de pessoas até 14 anos e dobrando a quantidade de pessoas com mais de 65 anos, em relação ao levantamento de 1980 (Gráfico 1).

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Gráfico 1. Distribuição da População 1980 e 2005

Fonte: SEADE, 2005 preparado pelo autor.

Em relação ao Gênero não houve mudanças entre 1980 e 2005, a

divisão entre homens e mulheres é pouco mais de 49% de pessoas do sexo feminino e pouco menos que 51% para o masculino.

Histórico Segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (1994) a

ocupação da região foi estreitamente vinculada ao modelo da exploração cafeeira no estado, ou seja, predatória buscando terras novas e mais férteis.

1980

56.270

6.29412.744

42.949

32.658

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

0 a 14 15 a 29 30 a 49 50 a 64 65 oumais

Faixas Etárias

Nº d

e P

esso

as

2005

38.800

15.590

52.88547.011

25.321

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

0 a 14 15 a 29 30 a 49 50 a 64 65 oumais

Faixas Etárias

Nº d

e Pe

ssoa

s

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O café trouxe consigo a movimentação de capital nessas novas áreas e grande afluxo de população para trabalhar na lavoura.

Apoiando este processo a ferrovia contribuiu na fixação desta mão-de-obra em vários núcleos. Importante para o desenvolvimento regional a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil iniciou-se em 1906 ligando Bauru a Porto Esperança:

“A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil foi aberta

em 1906, seguindo a partir de Bauru, onde a Sorocabana

havia chegado em 1905, até Presidente Alves, em setembro

de 1906. Em janeiro de 1907 atingia Lauro Müller, em 1908

Araçatuba e em 1910 atingia as margens do rio Paraná, em

Jupiá, de onde atravessaria o rio, de início com balsas, para

chegar a Corumbá, na divisa com a Bolívia, anos depois. O

trecho entre Araçatuba e Jupiá, que até 1937 costeava o rio

Tietê em região infestada de malária, foi substituído nesse

ano por uma variante que passou a ser parte do tronco

principal, enquanto a linha velha se tornava o ramal de

Lussanvira. Em 1957, a Noroeste passou a fazer parte da

Refesa. Transportou passageiros até cerca de 1995, quando

esse transporte foi suprimido. Em 1996, a Refesa deu a

concessão da linha para a Novoeste, que transporta cargas

até hoje”. (www.estacoesferroviarias.com.br)

A partir da lavoura do café e do contingente populacional alocado

abriu-se caminho para instalação de novas culturas na região como o algodão e outras para suprir a produção de alimentos necessários a uma região distante com altos custos de importação destes produtos. Com a queda do café a opção econômica adotada foi a pecuária de corte que afetou marcadamente a estrutura fundiária da região. O modelo adotado não teve problemas para se estabelecer uma vez que o vizinho Mato Grosso do Sul já possuía a criação extensiva de gado de corte.

Para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (1994) o desenvolvimento experimentado pela bovinocultura na região, deveu-se, em grande parte, à sua localização em relação aos estados de Goiás e Mato

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Grosso aliada às facilidades locais de transporte, com acessos facilitados para os mercados consumidores nacionais, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. A região especializou-se na fase final de engorda com a instalação de frigoríficos e de pastagens extensas. Outra indústria que se instalou na região foi a do couro com ênfase na fabricação de calçados.

A partir da década de 1960 começa a se instalar na região grandes Usinas hidrelétricas (Ilha Solteira, Três Irmãos e Jupiá) e desenvolver-se a Hidrovia Tietê-Paraná a partir de 1981. Para HESPANHOL in BERNARDES 2002, mesmo com empreendimentos do porte de ferrovias e hidrovias a região de Andradina não se desenvolveu da forma esperada e frustraram as expectativas. O primeiro não provocou o desencadeamento da ocupação e a segunda não adotou planos de ação que amenizassem o impacto negativo do fim das obras como a demissão em massa de operários e a migração da população para outras regiões.

O comércio local, assim como a indústria, obviamente vinculou-se às atividades agropecuárias da região e ambos não foram forças suficientes para impulsionar o crescimento dos centros urbanos. Estes também não absorveram de forma adequada a população de trabalhadores rurais que, trazidos pela cafeicultura e cotonicultura, se viu obrigada a migrar para os centros urbanos quando da expansão da bovinocultura de corte.

ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS

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Indicadores Econômicos Analisando-se cada um dos municípios pode-se observar que em relação a todos os indicadores destacam-se Andradina e Ilha Solteira. O primeiro é o maior e mais populoso, aglutinando serviços e, conseqüentemente riquezas, enquanto Ilha Solteira é sem dúvida o município de melhor qualidade de vida do território, posicionando-se bem mesmo quando comparado a outros municípios paulistas. A região desenvolveu-se baseada na agropecuária (café, algodão e pecuária) e atualmente tem sua economia firmada na pecuária, principalmente a de corte sendo que a indústria tem pouca participação na economia local.

Em relação aos serviços torna-se efetiva a constatação da PAEP (Pesquisa de Atividade Econômica Paulista): “à medida que se afasta do núcleo metropolitano de São Paulo, ganham participação os segmentos de serviços ligados ao atendimento das necessidades dos consumidores, como os de saúde, educação e infra-estrutura sanitária, e os de apoio à agricultura, perdendo importância os de apoio à atividade econômica”.

Porém, de maneira geral, podemos afirmar que apesar do desenvolvimento da economia local sempre estar atrelado ao comportamento de sua agropecuária a indústria e os serviços contribuem significativamente em maior parte com a riqueza gerada na região apoiada principalmente nas Usinas Hidrelétricas do Território.

Produto Interno Bruto (PIB) Podemos dizer que o território de Andradina tem baixa

representatividade na economia paulista e de maneira geral sua participação não chega a 1% dos patamares estaduais em índices como o PIB e o ICMS (0,72%).

Em 2002 destacaram-se quatro municípios de maior PIB: Andradina (529 milhões de reais), Ilha Solteira (922 milhões de reais), Castilho (513 milhões de reais) e, em um patamar um pouco mais abaixo, Pereira Barreto

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(298 milhões de reais), conforme Tabela 5. Ilha Solteira, apesar de ter pequena participação no PIB estadual (021%) é o município melhor colocado do território estando bem acima dos demais e juntamente com Castilho e Pereira Barreto têm na geração de energia elétrica sua principal riqueza, sendo que este último tem menor capacidade instalada.

No caso de Andradina a formação do PIB está apoiada principalmente nos Serviços e na Indústria, uma vez que este município é a cidade pólo do território e concentra os setores de comércio, transporte, comunicação, financeiro etc.

Praticamente metade dos municípios apresentou PIB menor que 100 milhões de reais neste mesmo período, mas os piores colocados foram Suzanápolis (32 milhões de reais), Nova Independência (27 milhões de reais) e Itapura (27 milhões de reais). Estes municípios têm como principal atividade a produção agropecuária de poucos produtos.

Tabela 5 - PIB dos municípios do território de Andradina, 2002

Valor Adicionado Fiscal (VAF)

O Valor Adicionado é a riqueza criada na economia e, através deste índice, o Governo do Estado distribui os recursos do ICMS (Imposto sobre

Município PIB per capita (em reais correntes)

PIB (milhões de reais correntes)

Participação no Estado (em %)

Andradina 9.466,69 529,67 0,12Castilho 34.141,72 513,7 0,12Guaraçaí 14.567,31 132,07 0,03Ilha Solteira 37.435,92 922,83 0,21Itapura 7.106,34 27,44 0,01Mirandópolis 6.662,60 175,67 0,04Murutinga do Sul 10.176,21 40,96 0,01Nova Independência 13.353,51 27,82 0,01Pereira Barreto 12.006,60 298,59 0,07Sud Menucci 9.910,30 73,45 0,02Suzanápolis 11.554,23 32,74 0,01Região Administrativa 15.672,37 2.839,96 0,65Estado 11.352,67 438.148,30 100Fonte: SEADE/Pefil Municipal 2005

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Circulação de Mercadorias). Assim, do montante arrecadado cabe aos municípios 25% e aquele que gerar mais Valor Adicionado receberá mais ICMS que é a maior fonte de receita das prefeituras.

Este índice é o componente de maior peso na composição do índice de participação dos municípios representando 76% do total e corresponde, para cada município, ao valor das mercadorias saídas, acrescido do valor das prestações de serviços no seu território, deduzido o valor das mercadorias saídas. Desde 1994 a apuração do ICMS ficou da seguinte forma, sempre considerando a relação entre o município e o Estado: 76% com base no VAF, 13% com base na população, 5% com base no valor da Receita Tributária, 3% com base na área cultivada, 0,5% em relação aos reservatórios e 0,5% sobre as áreas de mananciais. Além disso, foi determinado um valor fixo de 2% para todos os municípios. Segundo GIMENES in Livremercado (2005) “o desequilíbrio existente não decorre somente da guerra fiscal entre os municípios, mas preponderantemente das alterações introduzidas pela Constituição Federal de 1988, que ao transformar o ICM em ICMS, trouxe novos fatos geradores desse imposto que anteriormente se submetiam à legislação federal (impostos únicos sobre minerais, lubrificantes, e combustíveis e energia elétrica e sobre serviços de transporte e de comunicações)”.

Na formação do VAF do território (Anexo 4) aquele adicionado pela Indústria é o que mais contribui, sendo que Ilha Solteira, Castilho, Pereira Barreto e Andradina foram em 2002 os municípios de maior Valor Adicionado Fiscal (VAF) neste setor (Tabela 6).

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Tabela 6. Valor Adicionado Fiscal Total e Participação dos Setores no Território de Andradina, 2002

Neste mesmo ano o VAF do Território foi de 2.815 milhões de reais, 0,68 % do Estado, a contribuição da Agropecuária foi de 15%, o do Setor de Serviços 22% e a Indústria contribui com 61% (Gráfico 2).

Gráfico 2. Participação Percentual dos Setores Econômicos 2002

Fonte: SEADE/2005

100

61,32

15,89

22,79

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Total Indústria Agropecuária Serviços

Agropecuária Indústria ServiçosIlha Solteira 929,55 1,89 87,68 10,43 Andradina 541,39 14,15 43,72 42,13 Castilho 514,96 4,90 86,56 8,54 Pereira Barreto 306,89 16,75 55,71 27,54 Mirandópolis 185,69 47,20 6,61 46,19 Guaraçaí 134,73 71,07 2,35 26,57 Sud Menucci 72,53 41,42 24,62 33,96 Murutinga do Sul 41,42 63,69 4,66 31,65 Suzanápolis 32,71 46,90 25,13 27,94 Nova Independência 27,81 55,92 16,94 27,15 Itapura 27,72 21,36 35,28 43,36 Reg. Gov. 16,67 60,40 22,93 Estado 7,83 40,71 51,46 Fonte: SEADE/Perfil Municipal 2005, preparado pelo autor

Valor Adicionado (%)Município Valor Adicionado

(milhões de Reais)

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Em vários municípios porém, o Valor Adicionado pela agropecuária suplantou o da indústria e o de serviços: Guaraçaí, Murutinga, Nova Independência, Mirandópolis, Sud Menucci e Suzanápolis. Em Itapura a diferença entre a participação dos três setores foi pequena.

É importante notar que os municípios que apresentaram maior VAF foram os mesmos que os setores da indústria e dos serviços são mais fortes mostrando a fragilidade do setor agropecuário sobre o qual assenta-se a economia local. Porém vale a pena lembrar que “se Valor Adicionado é o total das saídas, menos as entradas em valores em reais, podemos ter Valor Adicionado Alto sem gerar riquezas ou um Valor Adicionado baixo com aumento de riqueza” (BUENO in Livremercado,2005).

O componente que se mostrou fundamental no estabelecimento do VAF é a presença das Usinas Hidrelétricas de Castilho, Ilha Solteira e Pereira Barreto. Andradina concentra suas riquezas no setor de serviços haja vista que este é o maior município do território.

Indústria A Indústria na Região Administrativa de Araçatuba sempre foi

historicamente uma das menos desenvolvidas do Estado e os municípios mais industrializados são os localizados ao longo do eixo viário que se dirige ao Mato Grosso do Sul.

Segundo CARVALHO et alii, 1992 in Coordenadoria de Abastecimento (1994) o setor secundário da região de Araçatuba vincula-se ao setor primário, base econômica da região, com os insumos daquele setor constituindo-se em seus principais produtos agropecuários. A transformação industrial da área se processou utilizando técnicas de produção rudimentares, onde o impacto das alterações tecnológicas ainda não se fez sentir, não ocorrendo mudanças de natureza qualitativa, inexistindo economias externas e aspectos mercadológicos favoráveis. Tais características definem uma fase industrial incipiente e inexpressiva.

Destacam-se indústrias ligadas à agropecuária tais como frigoríficos, laticínios, alimentícias e de bebidas. Na mesma região administrativa ainda

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encontramos a forte indústria de calçados principalmente no município de Birigui.

No ramo da agroindústria o setor que mais cresce é o sucroalcooleiro. Segundo NOGUEIRA (2005) a região de Araçatuba acumulou perto de R$ 1 bilhão de investimentos, no período de janeiro de 2004 até hoje.

Ainda segundo Nogueira embora não tenha atrativo fiscal como os municípios sul-mato-grossenses, Araçatuba tem chamado a atenção de empresários de várias partes do país. O que projetou a cidade no cenário nacional e impulsionou o município foi principalmente a instalação de 28 usinas no Oeste Paulista. Com o investimento de R$ 5,5 bilhões Araçatuba atraiu empresas que atuam nas áreas de energia e automação industrial.

Próximo ao território e ligada à cana-de-açúcar existe a Ajinomoto em Valparaíso que ampliou sua produção de lisina utilizada em fabricação de ração de aves e suínos. Em Andradina a FBA (Franco Brasileiro de Açúcar) mantém uma unidade de produção de açúcar: a Gaza.

Outras indústrias de destaques na região são Coopercitrus (Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo) com investimentos de R$ 1,5 milhão em Araçatuba e a Nestlé que irá abrir sua segunda unidade no mesmo município com investimento de R$ 120 milhões para produção de leite em pó e fórmulas infantis e que tem aproximação com os produtores de leite da região nos quais se enquadram os assentados. Com a instalação da Tilápia do Brasil (produz e abate tilápias) no município de Buritama o governo federal programa investir na implantação de parques aquícolas em Ilha Solteira para criação e engorda desta espécie.

Para a agricultura familiar, segundo a FAF (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar), também têm importância as agroindústrias de Andradina e Tupi – frutas desidratadas, derivados de mandioca, frangos defumados, tomate seco e polpa e Fernadópolis – derivados de frutas, derivados de leite.

Serviços

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De modo geral o Setor de Serviços está concentrado em Andradina, mas apresenta importância também em Ilha Solteira pela presença da Universidade Estadual Paulista.

Como já foi citado a atividade de geração de energia elétrica do complexo hidrelétrico do Rio Paraná marca profundamente o perfil econômico da região, com a presença das hidrelétricas de Jupiá, Ilha Solteira e de Três Irmãos.

Para a Secretaria do Planejamento a ampla oferta de energia ao lado da viabilidade de exploração das atividades turísticas da Hidrovia Tietê-Paraná, dos lagos, rios e paisagens privilegiadas são os destaques do setor terciário regional, com possibilidade de auxiliar a dinamização de sua economia:

“Com lagos, rios e paisagens privilegiadas, existe

um grande potencial turístico, na região, especialmente para

esportes náuticos. Tanto as hidrelétricas e seus entornos

como a Hidrovia Tietê-Paraná, com suas 10 eclusas e seus

2.400 quilômetros de extensão, podem ser explorados para

fins turísticos. Itapura é exemplo disso: inundado, em boa

parte de suas terras, pela usina hidrelétrica de Jupiá, o

município, em função da beleza da paisagem local, possui

grande potencial para a prática do turismo ecológico

(Secretaria do Planejamento, 2004)”.

Em termos de empregos ocupados o setor de Serviços era o que mais

contribuía para absorção de mão-de-obra:

Tabela 7 – Empregos Ocupados, 2003

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Indicadores Sociais Índice de Desenvolvimento Humano - IDH O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, largamente utilizado

considera as variáveis renda, longevidade e educação. Segundo o PNUD, ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.

Considerando-se o último IDH estabelecido em 2.000 os municípios do território Andradina apresentavam IDH médio (0,500-0799) com exceção de Ilha Solteira com classificação alta (acima de 0,800). O primeiro grupo encontrava-se abaixo da média estadual de 0,820, situação que se repete quando observamos as variáveis componentes do IDH. Como na maioria dos municípios brasileiros a dimensão mais desenvolvida é a Educação e a mais defasada é a Renda, panorama que se repete também no levantamento mais antigo realizado em 1991, conforme Tabelas 8 e 9.

Total % Total % Total % Total %Andradina 10.230 3.497 34 2.548 25 3.343 33 842 8Sud Mennucci 1.510 320 21 43 3 399 26 748 50Castilho 1.804 369 20 212 12 819 45 404 22Suzanápolis 326 59 18 22 7 148 45 97 30Pereira Barreto 3.149 459 15 705 22 1.439 46 546 17Mirandópolis 2.887 365 13 691 24 1.292 45 539 19Guaraçai 1.214 100 8 100 8 575 47 439 36Ilha Solteira 5.331 136 3 837 16 4.230 79 128 2Murutinga do Sul 420 5 1 28 7 276 66 111 26Nova Independência 280 2 1 8 3 176 63 94 34Itapura 474 0 0 60 13 275 58 139 29Total 27.625 5.312 5.254 12.972 4.087Fonte: SEADE/Perfil Municpal 2005, preparado pelo autor

Serviços DemaisMunicípios Total Indústria Comércio

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Tabela 8 – IDH dos municípios do Território Andradina - 1991

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

No ranking estadual 3 municípios estão entre os 100 piores:

Suzanápolis, Itapura e Nova Independência. Em contrapartida Ilha Solteira é o 10º colocado entre os 645 municípios paulistas.

Tabela 9 – IDH dos municípios do Território Andradina - 20001

Fonte: SEADE, 2005.

A Educação apresenta boa performance com o aumento das taxas de

freqüência escolar. Em 2.000 todos os municípios estavam na faixa acima de 0,800, mas só Ilha Solteira estava acima da média estadual (0,901).

1 IDH –M do território foi calculado pela média dos IDHs dos municípios.

Longevidade Educação RendaIlha Solteira 0,850 0,847 0,934 0,769 10Andradina 0,798 0,763 0,786 0,754 185Mirandópolis 0,797 0,795 0,884 0,711 192Pereira Barreto 0,788 0,795 0,871 0,699 258Sud Menucci 0,779 0,795 0,852 0,691 322Murutinga do Sul 0,780 0,795 0,865 0,679 361Guaraçaí 0,771 0,763 0,856 0,696 393Castilho 0,760 0,788 0,844 0,648 469Suzanápolis 0,743 0,763 0,817 0,648 568Itapura 0,739 0,763 0,827 0,627 581Nova Independência 0,737 0,763 0,813 0,635 590Território 0,777 0,780 0,870 0,720Estado 0,820 0,770 0,901 0,790País 0,766 0,727 0,849 0,723

Ranking EstadualIDH-MMunicípio

IDH-M por componente

IDH -M Longevidade Educação RendaIlha Solteira 0,744 0,757 0,796 0,68Andradina 0,747 0,735 0,816 0,689Mirandópolis 0,813 0,772 0,922 0,746Pereira Barreto 0,724 0,751 0,759 0,663Sud Menucci 0,693 0,732 0,742 0,605Murutinga do Sul 0,726 0,721 0,784 0,673Guaraçaí 0,747 0,768 0,787 0,685Castilho 0,687 0,721 0,712 0,627Suzanápolis 0,659 0,631 0,753 0,593Itapura 0,74 0,772 0,809 0,638Nova Independência 0,718 0,721 0,77 0,662

IDH por componenteMunicípio

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Em relação à Longevidade, o território apresentou em média melhor performance (0,780) que a média estadual que é de 0,770. Mas, praticamente metade dos municípios está abaixo desta: Andradina, Guaraçaí, Itapura, Nova Independência e Suzanápolis (0,763). A discrepância surge em decorrência do excelente índice apresentado por Ilha Solteira neste quesito (0,847) elevando a média do território.

Quanto ao quesito Renda o território apresenta sua pior performance uma vez que todos os municípios situaram-se abaixo da média estadual (0,790) e apenas Andradina e Ilha Solteira ficaram acima da média nacional (0,723).

Segundo o Atlas dos Territórios Rurais todos os componentes do IDH apresentaram acréscimo no território de Andradina. No âmbito geral a diferença foi de 0,05, no IDH Renda 0,04, no IDH Longevidade 0,06 e no IDH Educação 0,07. Porém, este crescimento não acompanhou o Estado havendo um pequeno declínio em relação ao levantamento de 1991, pois Itapura e Nova Independência estavam entre os 100 piores colocados do Estado no quesito Renda e, em 2000, além destes municípios foram acrescentados ao grupo Suzanápolis e Castilho.

Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS

O Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS foi criado pela

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), para avaliar o grau de desenvolvimento socioeconômico dos municípios paulistas e já teve duas edições, em 2000 e 2003 com dados um pouco mais atualizados que o IDH.

Em 2000, foram apresentados os resultados para os anos de 1992 e 1997 e, em 2003, para o ano de 2000. Na edição de 2004, em que se apresentam os resultados de 2002, foram incorporadas algumas mudanças ao IPRS, visando ao seu aprimoramento como um instrumento eficaz de avaliação e monitoramento de políticas públicas.

Este Índice divide os municípios nos estágios alto, médio e baixo segundo os indicadores riqueza, longevidade e escolaridade (Figura 5):

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Grupo 1: Municípios que se caracterizam por um nível elevado de riqueza com bons níveis nos indicadores sociais Grupo 2: Municípios que, embora com níveis de riqueza elevados, não são capazes de atingir bons indicadores sociais. Grupo 3: Municípios com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores sociais. Grupo 4: Municípios que apresentam baixos níveis de riqueza e níveis intermediários de longevidade e/ou escolaridade. Grupo 5: Este grupo concentra os municípios mais desfavorecidos do Estado, tanto em riqueza como nos indicadores sociais.

Figura 5 Grupos de municípios, segundo o IPRS

Os indicadores combinam variáveis que expressam resultados em escala de 0 a 100, no qual 100 representa a melhor situação e zero, a pior. Os municípios do Território Andradina tiveram desempenho apenas

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razoável, pois a maioria situou-se nos Grupos 3 (não tem indicador de riqueza elevado, mas tem níveis sociais satisfatórios) e 4 (baixa riqueza e níveis sociais intermediários) – Tabela 10.

O comportamento de forma geral, como no IDH, foi de elevação das variáveis relacionadas à educação e longevidade que melhoraram em quase todos os municípios e queda do componente renda em todos eles. Porém, o índice de Longevidade é o mais preocupante, pois alguns municípios apresentaram crescimento das taxas de mortalidade, como por exemplo, Suzanápolis que teve aumento das taxas de mortalidade perinatal, de pessoas entre 15 e 39 anos e daquelas com mais de 60 anos, e Itapura com aumento nas taxas de mortalidade perinatal e da população com mais de 60 anos.

Tabela 10 Índice Paulista de responsabilidade Social -IPRS 2000/2002, Território Andradina

Entre aqueles que melhoraram suas posições destaca-se Castilho que passou do Grupo 3 para o Grupo 1, composto por municípios com bons indicadores de riqueza, longevidade e escolaridade. O movimento deveu-se à dimensão riqueza, cujo indicador sintético apresentou redução menos acentuada que a do conjunto do Estado e foi calculado, em 2002, em patamar elevado. A longevidade e a escolaridade também melhoraram e ficaram acima da média estadual.

Riqueza Longevidade Escolaridade Grupo Riqueza Longevidade Escolaridade GrupoAndradina 43 65 57 3 36 66 69 4Castilho 48 65 47 3 42 73 57 1Guaraçaí 36 72 56 3 29 75 55 3Ilha Solteira 61 71 53 1 51 72 64 1Itapura 42 66 49 3 39 65 62 4Mirandópolis 41 64 55 4 32 68 67 3Murutinga do Sul 34 78 50 3 24 76 63 3Nova Independência 28 76 54 3 23 72 68 3Pereira Barreto 48 65 52 3 41 59 64 2Sud Menucci 61 65 44 3 60 67 52 3Suzanópolis 30 75 44 3 26 62 54 4Fonte: SEADE/2005

Municípios20022000

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Nas edições de 2000 e 2002 do IPRS, Ilha Solteira manteve-se no Grupo 1 do IPRS, que reúne os municípios com bons indicadores de riqueza, escolaridade e longevidade. O indicador sintético de riqueza apresentou movimento praticamente idêntico ao do conjunto do Estado. Já o de longevidade e, especialmente, o de escolaridade apresentaram valores acima das respectivas médias estaduais.

Outro fato importante a se notar é que o maior município do território Andradina, passou do Grupo 3 em 2000 para o Grupo 4 em 2002. No indicador de escolaridade, o município continuou bem acima da média estadual, sendo que a mudança de grupo deveu-se à relativa estabilidade observada em longevidade, cujo indicador não acompanhou o bom desempenho registrado no Estado (Fundação SEADE,2005).

De maneira geral os municípios desse seguiram a tendência dos municípios paulistas que apresentam índices baixos de riqueza e índices sociais médios ou bons.

Educação Analisando-se a Educação em números absolutos podemos dizer que a Taxa de analfabetismo do território (10,6), considerando-se maiores de 15 anos, é alta em relação ao Estado de São Paulo (6,6). O destaque negativo é para os municípios de Itapura, Suzanápolis e Nova Independência com índices maiores que 15% de analfabetos. Como nos outros índices Ilha Solteira é o melhor colocado em termos de população analfabeta apresentando índice de 5,2% . Em relação ao acesso à escola os índices não apresentam problemas mantendo-se a média de 94% das crianças matriculadas chegando à 100% em vários deles e preocupando apenas em Sud Menucci e Suzanápolis com cerca de 90% das crianças matriculadas. A escolarização dos responsáveis por domicílios no território é mais baixa que a média estadual (23%). Os municípios apresentavam em 2003 a taxa de 32% de responsáveis de domicílios com escolaridade abaixo de 4 anos de freqüência à escola (Anexo 5).

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Renda

No território dois municípios se destacam em relação à renda:

Andradina e Ilha Solteira. A renda per capita nos municípios da região em 2000 concentrava-se abaixo de R$300,00 mensais. Apenas Ilha Solteira e Andradina ultrapassavam este patamar com R$ 390,05 e R$ 358,05 respectivamente.

No período entre 1991 e 2000, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, houve acréscimo de renda per capita em todos os municípios com exceção de Castilho, cujo decréscimo foi de 7%. O município com melhor incremento foi Andradina com 48% de aumento (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Evolução da Renda per capita (R$) no território Andradina, 1991-2000.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

050

100150200250300350400

Ren

da p

er c

apita

(R$)

Ilha

Solte

iraA

ndra

dina

Pere

ira B

arre

to

Sud

Men

ucci

Cas

tilho

Mur

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ga d

o Su

l

Itapu

ra

Municípios

1991 2000

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Relativamente, porém, a porcentagem de domicílios com renda per capita até meio salário mínimo demonstra que alguns municípios com melhor PIB tem uma parte significativa de sua população sobrevivendo com menos de 25% do salário mínimo, como é o caso de Castilho, Nova Independência e Suzanápolis. Novamente a pior colocação é do município de Itapura que apresentava 20% de sua população nestas condições (Tabela 11).

Tabela 11. Renda e Rendimento Municipal, 2000

Fonte: Fundação SEADE, 2000, adaptado pelo autor. Apesar de não ser a região mais pobre do Estado a região do Território de Andradina apresentava um número de domicílios em situação de pobreza duas vezes maior que a média estadual (3%). Novamente Ilha Solteira mostra-se abaixo da média com 1,6% dos municípios em situação de pobreza no qual são considerados o saneamento inadequado e domicílios que apresentam responsáveis com renda de até 1 salário mínimo por mês e freqüentaram a escola por menos de 4 anos. Suzanápolis e Itapura chegam a ter até 20% e Nova Independência com 1/3 de seus domicílios nesta situação (Tabela 12).

Município Renda per capita em reais

Domicílios com Renda per capita até 1/4 do

Salário mínimo em %

Domicílios com Renda per capita até 1/2 do Salário

mínimo em %Ilha Solteira 390,05 2,41 6,42Andradina 358,05 5,11 13,15Mirandópolis 276,42 3,03 12,89Pereira Barreto 257,14 8,41 20,11Guaraçaí 248,56 4,42 15,94Sud Mennucci 245,37 3,19 12,84Murutinga do Sul 228,55 4,61 13,58Castilho 189,69 12,74 27,43Suzanápolis 189,69 11,51 19,52Nova Independência 175,36 15 26,61Itapura 167,04 20,13 36,07

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Tabela 12. Situação de Pobreza2

Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Saneamento A qualidade de vida população é fortemente afetada pelas péssimas condições de saneamento básico. Quanto ao abastecimento de água não havia problemas, pois em 2000 praticamente toda a população urbana tinha acesso a este serviço. Porém o mesmo não ocorria quanto ao Esgoto Sanitário havendo defasagem grave em Suzanápolis onde apenas 29% da população era beneficiada em Itapura e Nova Independência que praticamente não apresentavam este serviço (Tabela 13).

2 Saneamento inadequado, responsáveis com renda menor que 1 Salário Mínimo e freqüência escolar menor que 4 anos.

DomiciliosTotais Q %

( 1 ) ( 2 ) (2/1)Andralina 17.200 1.049 6,1Castilho 4.346 421 9,7Guaraçaí 2.614 97 3,7Ilha Solteira 6.534 104 1,6Itapura 1.099 222 20,2Mirandópolis 9.224 590 6,4Murutinga do Sul 1.228 128 10,4Nova Independência 620 201 32,4Pereira Barreto 7.264 203 2,8Sud Mennucci 2.072 89 4,3Suzanópolis 800 173 21,6a) Território 53.001 3.277 6,2b) Estado 10.564.745 316.942 3,00c) % de a/b 0,5 1,0

MunicipiosDomicilios Pobres

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Tabela 13. Saneamento Níveis de Atendimento, 2000

Fonte: SEADE, 2000

Índice Paulista de Vulnerabilidade Social

A Fundação SEADE ligada ao Governo do estado de São Paulo criou um Índice de Vulnerabilidade Social para melhor averiguar a dimensão da pobreza nos municípios paulistas, buscando identificar nuances mesmo nas localidades mais abastadas.

O Índice considera os seguintes indicadores (Anexo 6):

• População Total

• Domicílios Particulares

• Tamanho Médio do Domicílio em pessoas

• Escolaridade do Responsável pelo Domicílio (Alfabetizados, com ensino fundamental completo e anos de estudo)

• Renda do Responsável pelo Domicílio (até 3 salários Mínimos e Rendimento Nominal)

• Idade do Responsável pelo Domicílio (entre 10 e 29 anos)

• Mulheres responsáveis pelo Domicílio

• Crianças de 0 a 4 anos no total de residentes

Município Abastecimento de Água Esgoto Sanitário (%)Andradina 98,6 82,98Castilho 95,27 86,35Guaraçaí 99,9 99,18Ilha Solteira 99,58 95,9Itapura 100 0,85Mirandópolis 99,19 90,11Murutinga do Sul 99,88 98,17Nova Independência 99,78 0,65Pereira Barreto 99,11 97,06Sud Mennucci 99,44 78,84Suzanápolis 99,82 29,4

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A partir destes dados classifica a população em seis grupos de Vulnerabilidade Social em que variam a situação econômica, níveis de renda e escolaridade, idade do grupo familiar, sendo que o Grupo 1 é o grupo mais estável e os Grupos 5 e 6 são os de Vulnerabilidade Alta e Muito Alta, respectivamente.

Na região administrativa de Araçatuba, cerca de 62% da população encontra-se nos grupos de Alta e Muito Alta Vulnerabilidade e dentro do território os municípios em pior situação são Itapura, Murutinga do Sul, Nova Independência, Sud Menucci e Suzanápolis com praticamente toda sua população nestas faixas mais precárias (Tabela 14).

Tabela 14 Vulnerabilidade Social – Distribuição da População no território de Andradina e Região Administrativa de Araçatuba

Fonte: SEADE, 2005.

Podemos afirmar, portanto, que a grande maioria encontra-se com a

maior parte de sua população nos grupo onde há predominância de níveis baixos de renda e escolaridade e concentração de famílias jovens com presença significativa de crianças. Novamente Ilha Solteira tem melhores índices, sendo o único município com uma parte da população no Grupo 1 e com quase metade de seus habitantes no Grupo 2.

Indicadores Ambientais

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6Nenhuma Muito baixa Média Média Alta Muito Alta

Andradina - 25,6 8,5 10 53,1 2,8 55,9Castilho - - 6,3 - 82,6 11,1 93,7Guaraçaí - 8 2,2 7,8 80,3 1,7 82Ilha Solteira 6,6 49,6 16,4 14,6 11,9 0,8 12,7Itapura - - - - 100 0 100Mirandópolis - 22,2 10,4 - 67 0,4 67,4Murutinga do Sul - - - - 100 0 100Nova Independência - - - - 100 0 100Pereira Barreto - 22,5 2,4 7,2 64,5 3,5 68Sud Menucci - - - 20,3 78,5 1,2 79,7Suzanápolis - - - - 100 0 100Região Administrativa 0,9 21,24 7,28 7,72 60,22 2,64 62,86

Município Grupos 5 e 6

Vulnerabilidade

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Em estudo sobre Industrialização do Interior Paulista realizado pela Secretaria do Meio Ambiente destacava-se o fato de que a região de Araçatuba, bem como de todo o Centro Oeste paulista, mostrava uma industrialização dispersa no território e caracterizada pelo desenvolvimento da agroindústria e bens de consumo não-duráveis. Os problemas ambientais eram vistos sob a ótica da agroindústria, em particular das usinas de cana e álcool. Outro problema estava ligado à localização das cidades em relação aos recursos hídricos, pois os municípios cresceram em torno das ferrovias e rodovias que foram construídas sobre os divisores de bacias hidrográficas afetando o curso principal, os afluentes e suas cabeceiras (GUARIBA NETO, 1989).

Programa de Microbacias

Lançado em 1987, o programa de Microbacias é gerenciado pela CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e objetiva a conservação do meio ambiente, recursos hídricos e solos ligados a atividades econômicas sustentáveis com a participação dos produtores rurais. Segundo a SAA trinta e três mil produtores participam do programa que dispõe no estado de linha de crédito financiada pelo Banco Mundial com subvenção de 50% do valor investido para cada projeto aprovado e executado.

Para participar do Programa é necessário que os municípios tenham Conselho de Desenvolvimento Rural e manifestem seu interesse sendo priorizados os municípios com maiores níveis de degradação do meio ambiente e pobreza rural.

No caso do território Andradina todos os municípios aderiram ao Programa e têm seus Planos de ação aprovados com a exceção de Itapura que não possui Convênio celebrado com a SAA (Anexo 7).

Dentre as atividades previstas nos Planos estão adequação de estradas, controle de voçorocas, aquisição de máquinas, adubação verde, capacitação de monitores e a recuperação de mais de 150 hectares de área

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de preservação contando com a participação de cerca de 700 propriedades conforme tabela abaixo:

Tabela 15. Programa de Microbacias

Município Microbacia Nº de Propriedades Rurais

Andradina Córrego Pau D´Alho 166

Castilho Guatapará 51

Guaraçaí Córrego Iguatemi 117

Ilha Solteira Cinturão Verde 102

Mirandópolis Luis Miranda 87

Murutinga do Sul Salto Alegre 75

Nova Independência Independência I 75

Suzanápolis Córrego da Perdida 56

Fonte: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral/2003

O Programa de microbacias além da importância do tema permite a

discussão em grupo dos municípios vizinhos na mesma bacia proporcionando mais uma oportunidade de integração para solução de problemas. A Bacia do Baixo Tietê, à qual pertence a maioria dos municípios do território é composta por 10 representantes dos segmentos do Estado, do Município e da Sociedade Civil:

Estado: DAEE, CETESB, SABESP, CESP, CODASP, DEPRN, SAA, SS, SET, SEP. Município: Penápolis/Glicério, Birigüi/Mirandópolis, José Bonifácio/Andradina, Avanhandava/Pereira Barreto, Araçatuba/Guararapes, Barbosa/Santo Antônio do Aracanguá, Valparaíso/Braúna, Buritama/Promissão, Turiúba/Coroados, Zacarias/ Guaraçaí. Soc.Civil: ASSEMAE, AFCANA/SR-Penápolis, UDOP/CIESP, UNESP, UFSCAR, APRA/ CONDEMA-Araçatuba, FLORA TIETÊ/AGROESP,

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ABES/SINDUSCON-Oeste Paulista, ASSENAB/ASSENARP, PANATHLON/YC-Araçatuba.

Disponibilidade Hídrica

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente desenvolveu metodologia para avaliar a disponibilidade das bacias hidrográficas paulistas. Os estudos são baseados em totais anuais precipitados, descargas mensais e séries históricas de vazões diárias, permitindo visualizar o Balanço Hídrico e disponibilidades superficiais de cada região.

No caso das águas superficiais a UGRHI do Baixo Tietê apresenta vazões média e mínima de 113 e 27 m³/s, respectivamente. Em relação às águas subterrâneas a disponibilidade da UGRHI, baseada no escoamento da bacia, na fração da bacia no aqüífero e no índice de utilização de volumes estocados, é de 12 m³/s.

A demanda global de água superficial desta unidade demonstra seu caráter essencialmente agrícola, pois se concentra na irrigação e sua demanda industrial está entre as mais baixas do estado.

Além desta utilização é também considerável a geração hidrelétrica muito importante no território, destacando-se como já citado as hidrelétricas de Ilha Solteira, com 3.230 MW de capacidade instalada, a de Jupiá com 1.411 MW de capacidade instalada e a de Três Irmãos com 1.292 MW de capacidade instalada.

Para o abastecimento público os municípios de Murutinga do Sul e Sud Menucci não utilizam águas subterrâneas, 50% das águas de Mirandópolis vem deste tipo de abastecimento e os demais municípios apresentam entre 75 e 100% de seu abastecimento de água desta fonte. Isto indica um risco de rebaixamento do lenço freático e exige medidas de conservação destas fontes de água.

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Figura 6 Porcentagem de uso das águas subterrâneas para abastecimento público nos municípios do Estado de São Paulo.

Fonte: Secretaria do Meio Ambiente/CETESB, 2004.

Segundo o Plano Estadual de recursos Hídricos, de maneira geral os

municípios da UGRHI do Baixo Tietê apresentam relação crítica entre a disponibilidade e a demanda de água (64% da vazão mínima), semelhante a outras UGRHIs que têm maior intensidade de atividades industriais e são classificadas como “em industrialização” ou “industrial”.

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Para avaliação da qualidade da água distribuída à população utiliza-se o IAP (Índice de Qualidade da Água) desenvolvido pela CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Segundo este órgão em levantamento realizado em 2005 na UGRHI do Baixo Tietê, a qualidade da água utilizada para fins de abastecimento público apresentava-se da seguinte forma:

Tabela 16. Distribuição percentual do IAP para fins de abastecimento público, 2003 e 2004

Classificação 2003 2004

Ótima 43 50 Boa 14 50 Regular 29 - Ruim - - Péssima 14 -

Fonte: CETESB, 2005

Observa-se melhora na qualidade da água demonstrando que a região

não encontra problemas em seu abastecimento, em relação à qualidade das águas utilizadas.

A situação é ligeiramente diferente quando analisamos as águas dos cursos d´água da região. Segundo o IVA (Índice de Qualidade da Água para Proteção da Vida Aquática) alguns cursos apresentam-se com classificação ruim:

Tabela 17. Distribuição percentual do IVA (Índice de Qualidade da

Água para Proteção da Vida Aquática), 2003 e 2004

Classificação 2003 2004

Ótima 14 14 Boa 14 43

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Regular 43 29 Ruim - 14 Péssima -

Fonte: CETESB, 2005 Apesar da qualidade da água existente na UGRHI ser boa, alguns

pontos de contaminação foram encontrados e merecem maior atenção. Nos municípios de Nova Independência e Andradina há a contaminação de poços tubulares profundo por Nitrato e em Murutinga do Sul surgiu a contaminação por Cromo.

Controle Ambiental Segundo relatório do DEPRN (Departamento estadual de Proteção aos Recursos Naturais) na área florestal dos municípios da UGRHI do Baixo Tietê haviam em 2003 apenas 18,25 hectares averbados, 138 hectares eram licenciados, 13,96 estavam recuperados e cerca de 970 hectares eram compromissados. Considerando-se a extensão do território podemos dizer que a região apresenta situação precária quanto ao licenciamento ambiental e atendimento às resoluções do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

AGROPECUÁRIA A região do Território de Andradina, a exemplo de todo o oeste do

Estado de São Paulo teve sua ocupação resultante da expansão da lavoura cafeeira que procurava novas áreas que proporcionassem maior produtividade e lucro. A ferrovia construída para o transporte do café trouxe também população das “zonas velhas” do café, o nordeste paulista, para a chamada “zona nova” que formaram núcleos urbanos na esteira da ferrovia. Esta forma de ocupação determinou a trajetória econômica da região ao longo do século XX. Depois da crise nos anos 20, o café foi substituído pela

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pecuária intensiva de gado de corte, influenciada, pela proximidade, da criação extensiva que ocorria no Mato Grosso. Os dados que produção agropecuária do Território de Andradina que apresentaremos a seguir confirmam o predomínio, existente até os dias de hoje, da pecuária sobre as demais atividades econômicas da região.

Por empregar mão de obra em quantidade muito menor que o café a pecuária liberou grandes contingentes populacionais que se deslocaram para os centros urbanos ou para novas frentes agrícolas do país levando a região à estagnação.

Em busca de novas propostas para alteração desta estrutura o Governo do Estado de São Paulo fez uma divisão regional criando 15 Pólos Regionais de Pesquisa que compõem a APTA Regional (Agência Paulista de tecnologia dos Agronegócios) da

Secretaria de Agricultura e Abastecimento para realizar pesquisas adaptadas à realidade agroecológica e regional do estado, utilizando-se das diversas instituições de pesquisa tais como o IZ (Instituto de Zootecnia), o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), o Instituto Biológico, o Instituto de Pesca, o IEA (Instituto de Economia Agrícola) e o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos). Para definir as prioridades de ação é levado em conta o Valor da Produção Agropecuária das atividades que totalizem 80% do Valor de Produção Agropecuária de cada Pólo. O Pólo denominado Extremo Oeste (mapa) tem sede em Andradina e Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Araçatuba.

Pode-se observar na tabela abaixo que o Pólo de Andradina (que

Font

e: IE

A, 2

002

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abrange mais municípios que o Território) contribuía em 2002 com cerca de 5,28% do Valor de Produção do estado:

Tabela 18 Valor da Produção Agropecuária dos Pólos Regionais, 2002

Pólos Regionais Valor da Produção (R$) % Estado

Centro Norte 2.258.721.528,83 10,78

Alta Mogiana 2.150.572.865,26 10,26

Centro Leste 2.101.820.566,32 10,03

Centro Oeste 1.773.270.933,88 8,46

Nordeste Paulista 1.737.963.829,34 8,29

Centro Sul 1.601.090.646,86 7,64

Médio Paranapanema 1.457.668.456,79 6,96

Noroeste Paulista 1.422.256.191,09 6,79

Sudoeste Paulista 1.334.211.319,76 6,37

Extremo Oeste 1.106.754.722,45 5,28

Sedes 904.657.678,91 4,32

Leste Paulista 869.443.573,79 4,15

Alta Sorocabana 848.946.746,04 4,05

Alta Paulista 826.912.831,74 3,95

Vale do Ribeira 306.163.606,73 1,46

Vale do Paraíba 252.054.860,97 1,20

Total 20.952.510.358,76 100,00 Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2002

Nesta região, segundo a classificação do IEA, há preponderância da combinação cana-de-açúcar e carne bovina com 33,56% e 34,08% do Valor da Produção, respectivamente (Anexo 8) e nas regiões do Estado de São Paulo onde a pecuária é a maior fonte de renda, os indicadores sociais mostram certa estagnação, população decrescente e baixo nível de oportunidade de emprego.

O Pólo Regional Extremo Oeste apresenta cerca de 71% de suas áreas com pastagens, 13% com Culturas Semiperenes, 9% com Culturas Anuais, pouco mais de 1% com Culturas Perenes e 3,95% com Cobertura Vegetal.

O território de Andradina reproduz estas características e apresenta-se como área exportadora de matéria prima e de êxodo da população, estando sua economia baseada na agropecuária, principalmente Pecuária de corte com avanço significativo da Cana-de-açúcar nos últimos anos.

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Uso do Solo É possível observarmos que, em relação à área, as principais

atividades agropecuárias no território eram a pastagem e a Cana-de-açúcar. A área de pastagens era consideravelmente superior àquela destinada às outras atividades, pois ocupavam 81% da área em 2001. Na área restante a predominância era da cana-de-açúcar que ocupava 9% desta área chamando-se a atenção para a ausência quase completa de culturas permanentes (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Ocupação do Solo território Andradina, 2001.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola/2001.

Em 2004 pouca coisa mudou, pois, as pastagens cultivadas e naturais

alcançaram 532 mil hectares, enquanto as temporárias ocuparam 160 mil hectares, sendo 53% tomado pela cana-de-açúcar, mostrando a importância da exploração pecuária na região, conforme o gráfico a seguir:

Pastagem81%

Cana9%

Grãos e Cereais5%

Mata Natural3%

Reflorestamento0,2%

Outros2%

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Gráfico 5. Distribuição das áreas, 2004

Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2005. Reforçando a tendência da pecuária no território observamos que no

ano de 2002 em relação à área, as Pastagens ocupavam a maior porção de áreas agricultáveis (81%), enquanto as Temporárias possuíam 18% e as temporárias apenas 1% (Tabela 19). Tabela 19 Distribuição da Área Ocupada, em hectares, 2002.

Fonte: IEA, 2002

Em todos os municípios as pastagens superam largamente a área destinada às culturas, destacando-se as Temporárias em Andradina e as

Pastagem Cultivada

71%

Mata Natural4% Permanentes

1%

Outros1%

Temporárias22%

Pastagem Natural1%

Município Permanentes Temporárias PastagensAndradina 475 15.116 70.000Castilho 266 3.060 65.000Guaraçaí 1.114 4.125 44.000Ilha Solteira 598 2.264 31.900Itapura 15 1.618 23.000Mirandópolis 1.808 6.493 58.109Murutinga do Sul 375 2.105 17.000Nova Independência 84 4.048 18.000Pereira Barreto 628 5.675 70.000Sud Mennucci 593 6.050 38.000Suzanápolis 305 3.210 22.000Total do Território 6.261 53.764 457.009

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Culturas Permanentes em Guaraçaí e Mirandópolis. Estrutura Fundiária Em primeiro lugar é preciso afirmar que os dados disponíveis sobre a

estrutura fundiária do país são antigos e datam de 1995 quando houve o último Censo Agropecuário realizado pelo IBGE. Baseado nestes levantamentos pode-se dizer que o território era uma região concentradora de terras.

A maioria dos estabelecimentos (70%) estava em faixas menores que 50 hectares, dados que se repetem para todos os municípios (Anexo 9 e 10), à exceção de Sud Menucci que tinha cerca de 59% de seus estabelecimentos nesta faixa. Outro grupo importante era aquele dos estabelecimentos entre 50 e 100 hectares que representavam 10% dos 4.532 totais.

Como em várias outras regiões do país a concentração de terra era gritante: os estabelecimentos que representavam até 70% das propriedades ocupavam apenas 11% da área (Tabela 20).

Aqueles estabelecimentos com mais de 500 hectares ocupavam cerca de 57% da área conforme a tabela abaixo. Pode-se observar também que apenas em Murutinga do Sul, Nova Independência e Mirandópolis o grupo acima de 500 hectares não atingia 50% da área ocupada.

Tabela 20. Estabelecimentos Rurais, conforme a Área Ocupada em %, por município

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Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Ao considerarmos os estabelecimentos até 100 hectares observamos

que eles representavam 80% do total, ocupavam 75% do pessoal, mas detinha apenas 17% da área e seu Valor de Produção era 28% do total do território (Anexo 11). Podemos observar que sem exceções a distribuição de terras neste território era muito ruim. Os municípios de Andradina e Guaraçaí, juntamente com os outros três já citados apresentavam quadro com distribuição de terras ligeiramente melhor que os demais.

O Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO (95/96) demonstra que a renda agropecuária era concentrada no território, principalmente se comparada ao Estado, como pode ser visto na Tabela abaixo:

Tabela 21 Índices de rentabilidade da produção agropecuária. (Território e Estado)

Andradina 1,39 6,49 10,25 8,35 8,89 10,07 13,88 40,68 100,00 Castilho 0,46 3,73 4,43 3,30 6,23 16,37 19,83 46,04 100,00 Guaraçaí 1,34 4,29 4,83 7,85 8,24 16,23 21,26 34,85 100,00 Ilha Solteira 0,46 0,27 0,15 1,03 2,56 14,92 13,73 66,67 100,00 Itapura 0,19 0,42 0,60 3,23 7,83 16,74 23,30 46,32 100,00 Mirandópolis 3,61 6,01 9,72 9,43 12,08 22,98 10,84 19,95 100,00 Murutinga do Sul 1,18 2,63 9,38 10,61 15,68 20,18 17,36 22,13 100,00 Nova Independência 2,38 5,29 2,40 12,28 12,44 17,32 8,29 33,39 100,00 Pereira Barreto 0,46 1,08 1,30 4,13 4,60 14,89 14,70 56,64 100,00 Sud Mennucci 0,33 1,85 2,63 6,53 7,53 17,83 8,67 54,51 100,00 Suzanópolis 0,49 1,23 3,06 5,50 7,96 15,87 26,17 37,24 100,00

Área total (ha)

Municípios

Área ocupada (ha)

Até 10 ha Mais de 10 a 20 ha

Mais de 20 a 50 ha

Mais de 50 a 100

ha

Mais de 100 a 200

ha

Mais de 200 a 500

ha

Mais de 500 a 1000

ha

Mais de 1000 ha

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Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO, 1995/1996.

Neste levantamento observa-se que o território tinha maior Valor de

Produção por estabelecimento (60% a mais que a média do estado), mas este valor distribuído por área ou por trabalhador era 28% menor que a média estadual. Apesar da área média ser bem próximas nos dois parâmetros e o Valor de Produção do território ser bem maior que o do estado, quando dividido pela área é apenas metade da média estadual, indicando a concentração da renda influenciada pela concentração de terras no território.

Condição do Produtor

Os proprietários formavam o maior grupo de produtores no Território Andradina quando da realização do Censo do IBGE. Este grupo detinha cerca de 92% da área agrícola. O restante era dividido pelos agricultores, normalmente pequenos, que se classificavam como arrendatários, parceiros e ocupantes, sendo que estes dois últimos tinham participação irrisória na distribuição das terras.

Dentre os municípios destacava-se Itapura com 20 % de arrendatários e Ilha Solteira com 23% de ocupantes. Além disso, os municípios com mais estabelecimentos pequenos apresentavam cerca de 10% de arrendatários,

1. Dados absolutos 1.1 - Estabelecimentos Agropecuários 1.2 - Área ocupada 1.3 - Pessoal ocupado 1.4 - VABP ( R$ 1.000,00 )2. Indicadores de Desempenho 2.1 - Área média (ha/Estab) 2.2 - Pessoal ocupado 2.2.a - por estabelecimento 2.2.b - por hectare

2.3.a - por estabelecimento 2.3.b - por hectare 2.3.c - por trabalhador ocupado

2.3 - Valor anual bruto da produção animal e vegetal ( R$ 1,00 )

6.577,89 9.196,23

Dados absolutos e índicesTerritório Estado

Localidade

8.692

828.995

195.212

914.523

235,48 484,20

17.369.203

8.410.16829.677 914.523

19,095,4

22.458,81 9.196,23

3,410,04

1,000,05

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mas em todos, indistintamente predominava o grupo de proprietários que abarcava a maior fatia de terra (Anexo 12).

Propriedade da Terra e Pessoal Ocupado Os dados do Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO indicam que

das 16.508 pessoas que trabalhavam em propriedades agrícolas em 1995 no território de Andradina, 60% representava os proprietários e familiares não remunerados (Anexo 13) que detinham 90% da área destes estabelecimentos. Apenas 0,9% eram parceiros e arrendatários que eram responsáveis por 11% dos estabelecimentos agrícolas do território.

A ocupação de mão-de-obra nos estabelecimentos rurais do território era maior naqueles com menor área, uma vez que estes são em maior número e correspondem a propriedades familiares que ocupam mais mão-de-obra que os grandes latifúndios ligados à pecuária de corte. Outra indicação que reforça esta afirmação é que a maior parte do pessoal ocupado (68%) residia nas propriedades em que trabalhavam, número acima da média do Estado.

Do pessoal ocupado nos estabelecimentos rurais do território 74% eram homens e pouco mais de 25% eram mulheres, proporções bem semelhantes ao estado de São Paulo, exceção feita à Andradina que apresentava cerca de 37% de mulheres como pessoal ocupado.

A simples observação destes dados nem sempre trazem uma idéia fiel da realidade. Segundo ANDRADE (2004) a região do território de Andradina possui várias propriedades de um só dono, ou seja, grandes latifúndios são divididos em propriedades menores entre herdeiros, mas que são administradas por poucos e como são áreas contíguas tornam-se na prática o latifúndio original, mesmo que no papel representem vários pequenas e médias propriedades.

Em 2001 a Fundação ITESP realizou vistorias em toda a região. Cerca de 30% das propriedades foram consideradas improdutivas o que representava aproximadamente 80.000 hectares em 50 fazendas da região. As vistorias foram iniciadas após uma pré-seleção em áreas acima de 500

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hectares (15 módulos rurais) detectando 411 fazendas que somavam 464 mil hectares. Segundo ANDRADE, 2004, 166 destas propriedades apresentavam área média de 1.355 hectares, confirmando a concentração de terras na região.

Crédito Rural

O Crédito rural contratado reforça o direcionamento do território para

a Pecuária. Segundo dados do SEADE, em 2002, 60% do crédito agrícola de todo o território foi destinado a este setor. Porém, ao analisarmos cada um dos municípios vemos que a busca por financiamento de atividades ligadas à agricultura foi maior em vários deles. O diferencial está em Andradina, pois este município financiou cerca de 45% de todo o montante de recurso e 90% dele foi destinado à pecuária, conforme tabela 22. Entre os demais, Mirandópolis conseguiu 16% do total do recurso e aplicou mais em Agricultura (57%). Do montante destinado apenas à Agricultura (R$ 22.818,00) Guaraçaí, Mirandópolis e Pereira Barreto ficaram com a maior parte, cerca de 48%.

Tabela 22. Crédito Rural no território Andradina, 2002

Fonte: SEADE/2002

Agricultura Pecuária Agricultura Pecuária

Andradina 25.743.041 2.502.273 23.240.769 10 90Castilho 3.737.663 1.924.979 1.812.684 52 48Guaraçaí 4.870.038 4.084.523 785.515 84 16Ilha Solteira 2.483.733 2.008.091 475.642 81 19Itapura 1.591.700 1.199.247 392.453 75 25Mirandópolis 6.231.617 3.558.838 2.672.779 57 43Murutinga do Sul 2.462.045 1.696.008 766.037 69 31Nova Independência 1.507.970 848.108 659.862 56 44Pereira Barreto 5.175.605 3.286.479 1.889.126 63 37Sud Mennucci 2.366.539 808.168 1.558.371 34 66Suzanápolis 1.595.436 901.290 694.146 56 44Total 57.765.387 22.818.004 34.947.384 40 60

R$ %Municípios Total

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Valor da Produção Na safra de 2001 a região de Andradina (Pólo Regional Extremo Oeste)

teve seu Valor de Produção composto principalmente por Produtos Animais (46,99% do Valor de Produção), Produtos para Indústrias (36,82%), Grãos e Fibras (8,66%), Frutas Frescas (6,5%) e Olerícolas (1,03%).

Ao considerarmos os principais produtos do EDR de Andradina veremos que no período entre 2000 e 2004 o produto que teve maior aumento relativo do Valor de Produção foi o Abacaxi. Este aumentou 122%, seguido pela cana-de-açúcar em 97%, conforme tabela abaixo:

Tabela 23 Evolução do Valor de Produção dos Principais Produtos, 2000-2004.

Fonte: IEA,2005, elaborado pelo autor.

Apesar do crescimento do abacaxi e da cana, a Carne Bovina, produto

de altos preços no mercado, continua sendo o que mais contribui para o Valor da Produção em termos absolutos (Gráfico 6).

No mesmo período foi observado que o crescimento do abacaxi deveu-se em parte pelo preço que melhorou ao longo dos anos (cerca de 68%), enquanto a produção cresceu 32%. A cana aumentou sua produção, principalmente por incorporar área, mas o preço aumentou menos que o do abacaxi: 28%.

A carne bovina e o leite melhoraram de preço, porém a produção caiu apesar de não ser suficiente para derrubar a curva de crescimento do Valor de Produção destes dois produtos (Gráfico 6).

Ano Carne Bovina Abacaxi Cana-de-açúcar Leite C2000 215.888.588,58 24.767.003,39 100.518.890,30 13.623.360,002001 197.951.074,08 28.173.108,01 130.721.108,00 10.209.300,002002 237.627.653,76 26.789.641,18 153.857.126,20 14.794.560,002003 290.731.519,23 45.414.067,21 172.517.818,56 21.674.400,002004 312.207.609,50 55.068.007,52 197.948.800,00 17.076.040,00

Crescimento (%) 45 122 97 25

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Gráfico 6. Evolução do Valor de Produção dos Principais Produtos, 2000-

2004. Fonte: IEA, 2005, elaborado pelo autor.

Produção

Culturas Temporárias O Estado de São Paulo respondeu, em 2002, por 46% da produção

nacional das lavouras temporárias que tiveram sua produção levantada pelo IBGE. Esta participação deveu-se principalmente à produção de cana-de-açúcar que representou 58% da produção brasileira, do tomate (21%) e do milho (11%). Nos anos de 1990, 1996 e 2002 a cana e o milho tiveram participação estável na produção e na área e o tomate apresentou aumento em 1996 voltando a cair em 2002. O feijão e o algodão tiveram queda de mais de 10% na participação da produção nacional de 1996 para 2002 embora o feijão tenha mantido estável sua participação no valor de produção do país, variando de 10 a 11%.

0,00

50.000.000,00

100.000.000,00

150.000.000,00

200.000.000,00

250.000.000,00

300.000.000,00

350.000.000,00

2000 2001 2002 2003 2004

Ano

R$

Carne Bovina Abacaxi Cana-de-açúcar Leite C

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Na comparação entre os anos de 1990 e 2002 a cana-de-açúcar aumentou 11% da produção, 6% da área plantada e 38% do seu valor de produção. Em relação às demais culturas temporárias do estado sua participação na área variou de 37% para 54%, a produção de 95,6% para 96% e o valor de produção de 58,5% para 64,5% indicando que a expansão da área não refletiu proporcionalmente na participação da produção e valor de produção.

No território a produção de temporárias teve aumento de 202% de 1990 para 2002. A região de Andradina não foge à regra do interior paulista e tem na cana-de-açúcar seu principal produto que na safra 2002 era cultivada em 8 dos 11 municípios do território. Além da cana o milho, o abacaxi e a mandioca para indústria eram os principais produtos agrícolas da região em volume colhido.

As temporárias produziram cerca de 2 milhões de toneladas (Anexo 14), sendo pouco mais da metade cana-de-açúcar, principalmente nos municípios de Andradina, Sud Menucci e Mirandópolis. As olerícolas produziram cerca 12 mil toneladas com o cultivo de 31 produtos (Anexo 15). Dentre estas se destacam o tomate rasteiro e a mandioca de mesa com metade da produção total deste grupo (Tabela 24). Em 2004 a concentração da produção agravou-se sendo a cana-de-açúcar responsável por 94% do volume das seis milhões de toneladas produzido no EDR de Andradina.

Tabela 24 Produção de Culturas Temporárias (t) e participação no território (%), 2002

Produto Produção (t) Participação (%)Cana Indústria 1.912.346 90,60 Milho 78.915 3,74 Abacaxi 59.563 2,82 Mandioca indústria 14.160 0,67 Rami 5.350 0,25 Feijão seca 5.151 0,24 Soja 4.380 0,21 Feijão inverno s/ irrig 4.105 0,19 Alfafa 3.900 0,18 Tomate rasteiro 3.315 0,16 Mandioca mesa 2.955 0,14 Soja irrigada 2.822 0,13 Outros 13826,88 0,66 Total 2.110.789

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Fonte: Instituto de Economia Agrícola/2002

A cana-de-açúcar aumentou sua área plantada em 200% entre 1990 e

2002, no território enquanto sua produção aumentou 242% e o valor de produção 270%. Andradina é o município com maior produção do território com participação de 43%, seguido de Murutinga do Sul e Mirandópolis com 18% cada um. Em Murutinga do Sul a cana representou 36% da produção com temporários, nos demais esta participação varia de 60% a 90%. Itapura, Ilha Solteira e Nova Independência eram os únicos municípios que, até 2002, não apresentavam área ocupada com esta cultura.

Outra cultura de relevância é o abacaxi. Sua área plantada passou de 29 ha em 1990 para 1986 ha em 2002. Embora tenha representado apenas 4% da área e 3,5% da produção de temporários do território em 2002, o valor da produção representou 18,5%. Apesar de ser cultivado apenas em alguns municípios do território a fruta produzida nesta região ganha maior expressão quando observada em relação ao Estado e ao Brasil. A produção representou 89,6% da produção estadual e 3,6% da nacional, repetindo este comportamento em relação à área plantada e ao valor de produção.

Destaca-se o município de Guaraçaí com 53% da área total de abacaxi do território e com o valor de produção da fruta alcançando mais de 60% do valor de produção do município. São importantes também os municípios de Andradina com 18% e Mirandópolis com 17% da área ocupada com esta cultura que, demonstrando avanço na última safra ocupou 54% da área das culturas temporárias.

Outro aspecto importante do abacaxi é o fato do cultivo ser realizado principalmente por pequenos produtores com significativa participação dos assentados da região.

Além destes produtos é importante citar o milho cultivado em todos os municípios e que, juntamente com o feijão, ocupava extensões

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importantes da área agricultável destacando-se Pereira Barreto e Ilha Solteira.

Gráfico 7. Evolução da Área Colhida (ha) de culturas temporárias, 1990-2002

Fonte, Instituto de Economia Agrícola 90/02

A mandioca, uma das culturas mais importantes da agricultura

familiar, aumentou sua área em 98%, a produção em 95% e o valor de produção em 27%. Porém, sua participação e a evolução no quadro geral do território é insignificante, passando de 0,5% em 1990 para 1,2% da área de culturas temporárias em 2002. O município de Castilho é o que mais se dedica a esta cultura com 45% da área plantada no território. Preocupante é a situação dos pequenos e mais pobres municípios como Suzanápolis, Sud

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

1990 1996 2002

Áre

a C

olhi

da (h

a)

Cana-de-açúcar Milho Feijão Abacaxi Algodão

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Menucci, Nova Independência e Itapura nos quais não foram registrados plantios de Mandioca na safra 2002.

As informações de produção de lavouras temporárias por município fornecidas pelo IEA para os anos de 2000/04 abrangem dados de culturas que não são apresentadas no Levantamento da Produção Municipal do IBGE. Assim, analisando os dados do IEA verificamos que alguns produtos como a mandioca, mesmo sem terem relevância em relação ao total de temporários do território possuem participação na produção total do Estado que não pode ser desprezada, além de serem produtos característicos da produção da agricultura familiar.

Neste sentido podemos citar o desempenho em 2004 das seguintes anuais: o feijão de inverno sem irrigação que apresentou crescimento representou 38% da área e 43% da produção, o girassol da seca representou 4,5%, a mamona 1,6%, a soja safrinha, 17%, o sorgo granífero da seca 2,4% e o das águas 6,5%, apesar de terem apresentado uma produção irregular no período de 2000 a 2004.

Entre as olerícolas destacaram-se a abóbora seca e abobrinha representando 1% da área e da produção, o alho 3% da área e 2% da produção, a berinjela 2% da produção e o quiabo 2,3% da produção.

A atual tendência do território é de forte crescimento da cana-de-açúcar devido ao seu alto valor de produção, apresentando também leve aumento da área de abacaxi, feijão e olerícolas, porém o milho está em franco declínio.

Culturas Permanentes Tomando-se por base os dados de levantamento da produção

agrícola municipal do IBGE, o Estado de São Paulo é o maior produtor de lavouras permanentes do país. Esta classificação deve-se principalmente à produção de laranja que em 2002 representou 67% do total produzido deste grupo de culturas, seguido do café e banana com 9% cada um. Quando comparamos a produção de permanentes do Estado de São Paulo de 2002 com a de 1990 verificamos que houve um acréscimo de 35% e sua

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participação na produção brasileira que no mesmo período cresceu 6%. No gráfico a seguir podemos visualizar o comportamento das lavouras permanentes no Território, Estado, Região Sudeste e Brasil. O Estado de 1996 para 2002 diminuiu a área plantada, aumentou a produção e o valor de produção (valores inflacionados para 2005).

Esta performance do Estado de São Paulo com os produtos perenes não se apresenta de forma homogênea para todas as regiões. As culturas permanentes não possuem praticamente nenhuma representatividade no território de Andradina. Sua participação na área ocupada, como já foi visto, é diminuta.

Embora a produção apresente crescimento de 58% de 1990 para 2002 a participação no Estado está próxima de 0,5% com o mesmo índice para área plantada. O valor de produção representa apenas 0,01% do valor do Estado. Em 2002 Andradina produziu 85 mil toneladas em uma área de 7 mil ha de permanentes, esse desempenho embora pouco significativo em relação a magnitude da produção do Estado foi melhor do que o apresentado pelo Território do Pontal que teve, no mesmo período, produção de 17 mil t para uma área de 3 mil ha.

Ainda segundo o IBGE os principais produtos cultivados no território são a laranja, representando, em 2002, 38% da produção total de perenes, seguida da manga com 15,5%, limão com 15% e goiaba 14%.

O valor de produção das culturas perenes no território em 2002 foi de 374 mil reais com valores atualizados para junho de 2005, a goiaba foi o produto que mais contribuiu para alcançar este valor participando com 30%, seguida da laranja com 27%. A participação da manga foi de 8,5%, o limão 7%, banana 6% e a borracha 5,5%.

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Gráfico 8. Variação da Produção de Culturas Permanentes, 1990/2002, Território, São Paulo, região Sudeste, Brasil.

Fonte: IBGE, Levantamento da Produção Municipal 1990/1996/2002

-80,00-60,00-40,00-20,00

0,0020,0040,0060,0080,00

100,00120,00140,00

Á r ea P l antada P r odução V al or P r odução

1996/ 1990 2002/ 1990 2002/ 1996 1996/ 1990 2002/ 1990 2002/ 1996 1996/ 1990 2002/ 1990 2002/ 1996

P e r ío d o s

Tota l Territó rio S ão P aulo S udes te B ras il

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Entre 1990 e 2002 a área plantada caiu 11% no geral, sendo que o café e a laranja foram as culturas de maior queda. É interessante notar que a manga teve um grande crescimento no meio do período, mas que sofre agora leve declínio (Anexos 16 e 17). Segundo o IEA as áreas novas apresentaram queda em 2001 e 2002 com pequena recuperação em 2004, as áreas em produção apresentaram aumento em 2001 e 2002 e leve queda em 2003 e 2004. O número de pés em produção apresentou uma redução de 700 mil unidades de 2000 para 2001, sendo a laranja e o limão os produtos responsáveis por esta diminuição. A queda nos pés em produção e a ausência de plantio dos cítricos podem ser creditadas à presença do cancro cítrico na região.

Os dados apresentados no gráfico 9 mostram que a produção apresentou queda consecutiva no período de 2000 a 2003 com diminuição de 20 mil toneladas e pequena recuperação em 2004.

Gráfico 9 Culturas Permanentes -Produção (mil t) , Área (ha), Pés novos (mil), e Pés em Produção (mil), 2000/2004

Fonte: IEA, Levantamento da Produção Agrícola Por Município, 2000/2004

0100200300400500600700800900

1000110012001300140015001600

2.000 2.001 2.002 2.003 2.004

Território

Produção Áreas Novas Áreas Prod. Pés Novos Pés Prod.

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A manga foi o único produto que apresentou crescimento contínuo

passando de 11 mil toneladas produzidas em 2000 (170 mil pés) para 19 mil toneladas em 2004 (266 mil pés). Houve uma queda drástica do plantio de pés novos que podemos inferir que ocorreu por reflexo à excessiva produção do nordeste que provocou queda nos preços.

A laranja apresentou queda de mais de 250 mil unidades de pés em produção de 2000 para 2003 tendo leve recuperação em 2004. O plantio de novos pés que foi quase nulo em 2000 e 2001 voltou a crescer nos anos seguintes.

O limão embora com menor produção teve o mesmo comportamento da laranja com queda no número de pés em produção e novos plantios reduzidos em 2000 e 2001 com retomada em 2003 e 2004.

O plantio de aproximadamente 100 mil pés/ano de seringueira no período de 2000/04 além dos 300 mil em produção mostra que têm produtores apostando no látex como alternativa de renda.

Os municípios que possuem maior área plantada com culturas permanentes são aqueles que possuem maior área plantada de manga: Guaraçaí e Mirandópolis. Estes municípios, juntamente com Pereira Barreto são responsáveis por 60% da área plantada de culturas permanentes no território. Aqueles com menor participação são Itapura e Nova Independência, conforme tabela abaixo.

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Tabela 25 Culturas Permanentes, 2002.

Fonte: IBGE, adaptado pelo autor

Segundo o IEA dentre aqueles produtos com baixa participação no

Estado, mas que são importantes na dinâmica do território e, principalmente na estratégia dos pequenos produtores está a banana que apresentou crescimento progressivo de área e produção entre 2000 e 2004, representando 5% da área e 1% da produção do Estado neste último ano.

Substituição de Culturas

Em estudo feito pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento a cana-de-açúcar vem se mostrando muito agressiva na ocupação de áreas agrícolas na EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Andradina, crescendo até 6 vezes mais do que a pastagem entre o período de 1991 e 2000.

Esta cultura incorporou 71% de área dos produtos que mais incorporaram, sendo que os demais estiveram na faixa abaixo de 10% da área. Dentre os produtos que perderam estão o milho (31% de toda a área substituída) e o algodão (10%), mas o que mais chama atenção é que a atividade que mais perdeu área foi a Pastagem cultivada (32%), perdendo espaço principalmente para a cana-de-açúcar (Tabela 26).

Município Área Colhida (ha) Área Plantada (ha) Produção (t) Valor de Produção (R$)

Andradina 475 475 2.698,00 11.601Castilho 266 266 3.791,00 18.386Guaraçaí 1.114 1.114 8.600,00 40.953Ilha Solteira 598 635 9.238,00 32.047Itapura 15 15 224,00 1.227Mirandópolis 1.808 1.808 20.472,00 122.722Murutinga do Sul 375 375 7.400,00 34.168Nova Independência 84 84 580,00 1.378Pereira Barreto 628 1.108 17.794,00 57.113Sud Mennucci 593 647 11.635,00 41.165Suzanápolis 305 354 2.849,00 13.192Total do Território 6.261 6.881 85.281,00 373.952

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Tabela 26. Efeito-Substituição Atribuído aos Produtos que Incorporaram Área no EDR Andradina, 1990-2001 (em hectare).

Como pode ser observado entre as culturas que perderam mais área

estão aquelas ligadas ao pequeno produtor rural: milho, algodão, arroz e feijão, mostrando que acima de tudo a cana e a pecuária vêm tomando espaço das culturas agrícolas diminuindo também a diversidade de culturas da região, enfraquecendo a pequena propriedade.

Pecuária

A pecuária ainda é o principal pilar da economia da macroregião de Araçatuba, mas, a atividade sofreu um decréscimo de 3% em seu rebanho entre 2000 e 2004 (Gráfico 10).

O fenômeno é interessante, pois o rebanho caiu de maneira geral, mas o rebanho destinado ao corte teve leve decréscimo, enquanto aquele destinado à produção de leite (principal produto da agricultura familiar) foi reduzido pela metade. O gado misto, alternativa questionável que o produtor busca para manter sua sobrevivência, segue uma tendência de crescimento nos últimos anos, passando de 608 mil para 694 mil cabeças (Anexo 18). Este comportamento de queda é importante para uma região que é conhecida pelo gado de corte, principalmente porque as outras regiões do

Pastagem Tomatecultivada rasteiro

Cana-de-açúcar 11.688 11.461 6.958 2.081 1.211 895 635 433 693 36.055Pastagem 1.479 1.450 880 263 153 113 80 55 88 4.562Soja 1.012 992 602 180 105 77 55 37 60 3.121Mandioca 765 751 456 136 79 59 42 28 45 2.361Sorgo granífero 390 383 232 69 40 30 21 14 23 1.203Cana para indústria 347 340 207 62 36 27 19 13 21 1.071Abacaxi 305 299 181 54 32 23 17 11 18 940Banana 226 221 134 40 23 17 12 8 13 696Limão 32 31 19 6 3 2 2 1 2 99Abobrinha 14 14 9 3 1 1 1 1 1 45Goiaba para mesa 12 12 7 2 1 1 1 0 1 38Goiaba para ind 11 11 7 2 1 1 1 0 1 34Pimentão 7 6 4 1 1 1 0 0 0 20Beterraba 4 4 3 1 0 0 0 0 0 13Tangerina 3 3 2 1 0 0 0 0 0 10Uva 3 3 2 0 0 0 0 0 0 8Melancia 2 2 1 0 0 0 0 0 0 5Total 16.300 15.983 9.704 2.902 1.689 1.248 885 604 966 50.2811Estão incluídos manga, cebola, abóbora, amendoim, maracujá, abacate, cenoura, batata-doce, alface e repolho.Fonte: IEA

Produtos que cederam áreaProdutos que Incorporaram Área Milho Algodão Arroz Feijão Café Laranja Outros1 Total

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Estado que são concorrentes na produção pecuária (Presidente Prudente e São José do Rio Preto) tiveram crescimento de seus rebanhos no mesmo período tanto no gado de corte como no misto e apresentaram leve queda no gado de leite.

Gráfico 10. Evolução Rebanho – região administrativa de Araçatuba (2000-

2004)

Fonte:Instituto de Economia Agrícola/2005

A produção de carne é o principal produto da pecuária com elevação

de preço constante desde 2000, saindo de R$ 39,53/@ neste ano até chegar em 2.004 com R$58,09/@. Em relação à produção, no mesmo período houve o crescimento de 5%.

No território a queda do número do rebanho abatido foi de 14% de 2000 para 2001, mas como voltou a crescer nos anos seguintes a queda observada no período 2004/2000 ficou em apenas 0,3%. Andradina especificamente teve uma queda de 62% no rebanho de período de 2001/2000, voltou a crescer, mas não alcançou os patamares de 2000 apresentando perda de 41% no período 2000/2004.

O gráfico abaixo mostra a variação anual no período de 2000/04 dos três tipos de rebanho no território e deixa explícitos a queda acentuada do

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

2.000 2.001 2.002 2.003 2.004

Ano

Nº d

e C

abeç

as

Corte Leite Misto

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rebanho leiteiro, a pequena queda do rebanho de corte e o aumento do rebanho misto.

Gráfico 11. Variação Anual do Número de Bovinos por Tipo, 2000/2004

Fonte: IEA, Levantamento da Produção Agropecuária, 2000/04

O gráfico seguinte mostra a participação do número de cabeças,

segundo sua função, em relação ao rebanho ressaltando insignificante produção de gado de leite na região.

-110,00-100,00-90,00-80,00-70,00-60,00-50,00-40,00-30,00-20,00-10,00

0,0010,0020,0030,0040,0050,0060,0070,0080,0090,00

Tota

l

Cor

te

Leite

Mis

to

Tota

l

Cor

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Leite

Mis

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Tota

l

Cor

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Leite

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Cor

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Leite

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Tota

l

Cor

te

Leite

Mis

to

2001/2000 2002/2001 2003/2002 2004/2003 2004/2000

2001/2000 Total 2001/2000 Corte 2001/2000 Leite 2001/2000 Misto 2002/2001 Total2002/2001 Corte 2002/2001 Leite 2002/2001 Misto 2003/2002 Total 2003/2002 Corte2003/2002 Leite 2003/2002 Misto 2004/2003 Total 2004/2003 Corte 2004/2003 Leite2004/2003 Misto 2004/2000 Total 2004/2000 Corte 2004/2000 Leite 2004/2000 Misto

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Gráfico 12 – Participação do Rebanho no Total do Território, por município e Tipo de Rebanho, em % - 2004

Fonte: IEA, Levantamento da Produção Agropecuária, 2000/04

A área destinada às pastagens e aquelas de cana para forragem,

milho para silagem etc, são indicadores do uso do solo e do nível de manejo utilizado pelos produtores. Podemos observar que houve queda significativa da área com cana para forragem e da pastagem cultivada de 2003 para 2004, mas no período mais longo de 2000/04 houve queda apenas da pastagem natural (Gráfico 13).

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

Andrad

ina

Castilh

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Ilha S

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Itapu

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Sul

Pereira

Barr

eto

Sud M

ennu

cci

Municípios

Part

icip

ação

(%)

2004 Corte 2004 Leite 2004 Misto

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Gráfico 13 – Variação Anual da Área com Pastagem e Cana-de-açúcar para Forragem, em % 2000/04

Fonte: IEA, Levantamento da Produção Agropecuária, 2000/04

Em relação à Pecuária de Leite o produto mais importante é o Leite C,

que requer tecnologia menos especializada que o Leite B (Anexo 19). Esta última categoria é produzida apenas nos municípios de Andradina, Castilho, Murutinga do Sul e Nova Independência.

O Leite tipo C, que é produzido em todos os municípios do território, sofreu forte queda entre os anos de 2003 e 2004, principalmente em Ilha Solteira, mesmo assim, é produzido cerca de 40 milhões de litros de leite C por ano em todos os municípios do território (Tabela 27), com destaque para Andradina que alcançou 43% da produção em 2004, após praticamente dobrar sua produção de 2002.

O sistema de produção excludente com a instalação de produção extensiva de gado de corte no Território de Andradina e em todo o noroeste paulista está sendo agravado pela entrada da produção de cana na região. A tabela 26 elaborada pelo IEA que demonstra a substituição de lavouras é

-15,00

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

2001/2000 2002/2001 2003/2002 2004/2003 2004/2000

Anos

Varia

ção

(%)

Cana para forragem Pastagem cultivada Pastagem natural Total

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importante porque consolida e comprova as informações dos sistemas de produção agropecuária do território até agora descritos e comentados.

Tabela 27 – Produção de Leite C, 2000-2004

Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2005

PÚBLICO ALVO PRIORITÁRIO DO MDA Dimensão da Agricultura Familiar

Dos 4.532 estabelecimentos rurais do território Andradina, cerca de

70% era classificado pelo Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO como pertencentes à agricultura familiar. Era visível a concentração de terras, pois essas propriedades ocupavam apenas 92.840 hectares cerca de 16% da área total, demonstrando novamente, a dominância da grande propriedade na região.

O território, com cerca de 2% dos agricultores familiares do estado, apresentava índices um pouco menores que este, mas que eram superiores à média da Região Sudeste e do Brasil (Tabela 28).

Município 2000 2001 2002 2003 2004Andradina 14.580,00 9.800,00 9.800,00 16.000,00 16.000,00Castilho 5.000,00 5.010,00 6.500,00 5.600,00 3.190,00Guaraçaí 2.800,00 2.800,00 2.800,00 2.800,00 2.800,00Ilha Solteira 513,00 531,00 14.500,00 11.500,00 2.200,00Itapura 210,00 210,00 210,00 210,00 210,00Mirandópolis 3.650,00 2.600,00 2.340,00 1.800,00 1.800,00Murutinga do Sul 2.600,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00Nova Independência 1.200,00 1.150,00 120,00 1.000,00 800,00Pereira Barreto 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00Sud Menucci 2.550,00 2.400,00 2.300,00 2.300,00 2.500,00Suzanápolis 125,00 3.500,00 312,00 1.500,00 1.440,00Total 37.228,00 33.801,00 44.682,00 48.510,00 36.740,00

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Tabela 28. Rentabilidade da Agricultura Familiar

Fonte: PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INCRA/FAO 95/96

Observamos, por exemplo, que o território ocupava menos mão-de-

obra que o estado e sua exploração gerava renda por hectare inferior à média estadual acarretando uma remuneração mais baixa por trabalhador.

No levantamento do Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO de 95/96 os municípios de Andradina, Guaraçaí, Castilho e Mirandópolis eram aqueles de maior número de estabelecimentos familiares (70% do total do território). Os três primeiros são aqueles que concentram também os Projetos de Assentamento, distribuição que se reflete na produção destes municípios principais produtores de leite, mandioca e abacaxi.

Os municípios em que a agricultura familiar tinha menor representatividade, mas não menos importância, eram Ilha Solteira e Itapura

Território Estado Região Sudeste Brasil SC

1 - Estab. Familiares (nº) 3.206 150.200 633.620 4.139.369 191.760

2 - Área Ocupada (ha) 92.840 4.251.934 18.744.730 107.768.450 3.965.843

3 - Pessoal Ocupado (trab) 9.557 412.537 2.036.990 13.780.201 645.247

4 - Valor Anual da Produção (R$ Mil) 27.387 1.639.061 4.039.483 18.117.725 2.330.103

5 - Área Média (Ha / Estab.) 29,0 28,3 29,6 26,0 20,7

6 - Área / Trabalhador (Ha/Trab) 9,7 10,3 9,2 7,8 6,1

7 - VABP / Estab. (R$ 1,00) 8.542,42 10.912,52 6.375,25 4.376,93 12.151,14

8 - VABP / Hectare (R$ 1,00) 294,99 385,49 215,50 168,12 587,54

9 - VABP / Trabalhador (R$ 1,00) 2.865,65 3.973,12 1.983,06 1.314,76 3.611,18

Indicadores

Localidades

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que possuíam mais de 90% da área destinada ao setor patronal. O setor familiar gerava menos de 10% do Valor de Produção destas populações (Anexo 20).

Figura 7 Dimensão da Agricultura Familiar no território Andradina

Patronal Familiar

Fonte: PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INCRA/FAO 95/96

Outra fragilidade dos pequenos produtores é que os estabelecimentos

familiares contribuíam com 18% do Valor de Produção Anual, fato influenciado pelo principal produto da agropecuária patronal ser a carne bovina que alcança maiores preços de mercado.

Os municípios que tinham maior Valor de Produção advindos da agricultura familiar eram Murutinga do Sul (37%), Andradina (29%), Guaraçaí e Mirandópolis, ambos com 23%.

Os estabelecimentos da Agricultura Familiar apresentavam área média de 31ha, mas metade dos municípios tinham menos que 25 hectares de média para esta categoria. Além disso, não existe relação aparente entre aqueles com maior média e os que detinham maior Valor de Produção por trabalhador, conforme a tabela abaixo:

Estabelecimentos na Agricultura

71%

29%

Pessoal Ocupado

58%

42%

Área (ha) dos estabelecimentos

16%

84%

Valor Agropecuário Bruto de Produção

19%

81%

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Tabela 29. Desempenho da Agricultura Familiar

Fonte: PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INCRA/FAO 95/96

Os três municípios que geravam maior VABP/ha eram Guaraçaí,

Mirandópolis e Muruutinga do Sul que se destacam pela produção de culturas permanentes e abacaxi. O município de Itapura tem no milho sua principal, e quase exclusiva, cultura, assim seu VABP/ha e VABP/trabalhador eram os menores do território (Gráfico 14).

Em vários municípios esta tendência de diminuição de culturas vem aumentando devido à expansão da pecuária de corte e da cana-de-açúcar o que tende a agravar estes valores de produção por trabalhador, principalmente (Anexo 21).

Gráfico 14 Valor de Produção Anual Bruto por Trabalhador, 95/96.

Andradina 25,14 0,15 7.375,15 293,41 1.962,09Castilho 22,97 0,14 5.264,85 229,20 1.650,12Guaraçaí 25,32 0,09 8.754,07 345,72 3.725,78Ilha Solteira 31,54 0,09 9.166,67 290,62 3.235,29Itapura 47,20 0,07 9.085,71 192,49 2.864,86Mirandópolis 35,85 0,08 12.664,86 353,29 4.312,77Murutinga do Sul 25,64 0,12 8.734,69 340,60 2.733,08Nova Independência 30,57 0,07 9.684,78 316,86 4.764,71Pereira Barreto 39,69 0,06 10.784,75 271,72 4.333,33Sud Mennucci 41,58 0,05 7.989,01 192,15 3.599,01Suzanópolis 20,26 0,11 3.522,06 173,87 1.612,79

VABP / Ha (R$)

VABP / Trab. (R$)

Índice de Desempenho da Agricultura FamiliarMunicípios Área Média

(ha/Est.) Trab / Ha VABP / Estab (R$)

0500

1.0001.5002.0002.5003.0003.5004.0004.5005.000

R$

Andr

adin

aC

astil

ho

Ilha

Solte

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Mur

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ga d

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Fonte: PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INCRA/FAO 95/96

Renda

Em relação à renda dos agricultores familiares do Território podemos dizer que eram em sua maioria produtores com baixa renda, pois os considerados de renda alta eram apenas 14% e os classificado em Quase sem renda e Renda Baixa eram 63% do grupo de pequenos produtores.

A distribuição dos agricultores familiares nas categorias Quase sem Renda, Renda Baixa, Renda Média e Maiores Rendas no território repete o comportamento da agricultura familiar no Estado, conforme pode ser observado na tabela abaixo:

Tabela 30 Distribuição dos estabelecimentos familiares conforme renda obtida

Fonte: PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INCRA/FAO 95/96

Por possuir maior número de agricultores os municípios de

Andradina, Guaraçaí e Mirandópolis possuíam a maior quantidade de produtores familiares nas faixas de menores rendas em números absolutos. Juntos representavam 57% dos produtores mais pobres do território (Anexo 22).

Assentamentos

Nº % Nº %Quase sem Renda 1.512 47 72.973 49Renda Baixa 493 15 20.709 14Renda Média 739 23 33.454 22Maiores Rendas 462 14 23.064 15Total 3.206 150.200

São PauloCategoria

Território

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A região possui 1.330 famílias assentadas distribuídas em 16 assentamentos. A característica mais importante é o fato de não existir assentamentos estaduais, apenas federais, ou seja, a aquisição de todas as áreas foi fruto de desapropriação e nenhuma foi tomada por terra devoluta. Em 2000 a Fundação Instituto de Terras, órgão do governo de estado, através de convênio assinado com o INCRA, realizou grandes vistorias na região, buscando desapropriação. Após 5 anos deste processo o quadro de número de famílias assentadas pouco mudou.

Figura 8 – Projetos de Assentamento no Estado de São Paulo

Fonte: Fundação ITESP, 2005 Dos 11 municípios que compõem o território apenas 4 não possuem

assentamentos: Mirandópolis, Nova Independência, Sud Menucci e Suzanápolis. Andradina é o município que mais concentra famílias assentadas (460), seguido por Castilho (291) e Ilha Solteira (234).

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Tabela 32 Assentamentos Território Andradina 3

Fonte: ITESP e INCRA/2005

Tabela 31 Número de Assentamentos Território Andradina

Reforma Agrária Municípios PA Famílias

Andradina 3 460 Castilho 5 291 Guaraçaí 3 129 Ilha Solteira 2 234 Itapura 1 54 Mirandópolis Murutinga do Sul 1 77 Nova Independência Pereira Barreto 1 85 Sud Menucci Suzanópolis Total 16 1.330

Fonte: Fundação ITESP e INCRA/2005

3 PAs 12 a 16: Números Provisórios, pois estes assentamentos foram recém instalados e não estão parcelados.

Nº de ordem Projeto de Assentamento Município Início No. De

Lotes Área Total

(ha) Domínio da Terra

1 Primavera Andradina 1981 210 3.676,74 Federal2 Timboré Andradina set/92 176 3.364,71 Federal3 Belo Monte (São Sebastião) Andradina 2002 74 1.534,48 Federal4 Rio Paraná Castilho set/90 92 2.208,66 Federal5 Anhumas Castilho abr/02 63 1.350,86 Federal6 São Joaquim Castilho jan/05 41 606,00 Federal7 Terra Livre Castilho jan/05 41 628,32 Federal8 Aroeira Guaraçaí ago/87 40 873,32 Federal9 São José 2 Guaraçaí dez/87 39 877,60 Federal

10 Orlando Molina Muritinga do Sul jul/99 77 1.529,00 Federal11 Esmeralda Pereira Barreto jul/87 85 2.096,29 Federal12 N. Senhora Aparecida 2 * Castilho 54 Federal13 Nova Vila* Guaraçaí 50 Federal14 Santa Maria da Lagoa* Ilha Solteira 71 Federal15 São José da Barra* Ilha Solteira 163 Federal16 Progresso* Itapura 54 Federal

Totais 16 1.330 18.745,98 ha

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Alguns assentamentos são muito jovens, mas é em Andradina que se encontra o mais antigo Projeto de Assentamento do Estado: Fazenda Primavera com 210 famílias. Este PA já foi emancipado pelo INCRA, porém algumas famílias continuam recebendo assistência técnica do ITESP.

Sistemas de Produção

Nos projetos de assentamento, segundo o ITESP, na safra 1999/200 havia grande diversidade de produtos entre culturas anuais, olerícolas e permanentes (Anexo 23). As principais anuais eram o milho, a soja e a mandioca de indústria ocupando 68% das áreas ocupadas com agricultura. O Valor Bruto de Produção maior também era gerado por estas culturas, mas destacava-se como a 2ª mais rentável a cultura da mamona (22% do valor bruto de produção total da agricultura).

As permanentes ocupavam menor área e seus destaques eram as culturas da manga, do abacaxi e da laranja, que apresentava maior valor de produção entre esta categoria.

Entre as olerícolas o produto de maior destaque era, sem dúvidas, o quiabo, com maior área plantada e maior valor bruto de produção. Destacavam-se ainda a melancia, o tomate, o pepino e a alface.

Tabela 33 Distribuição da área, produção e valor de bruto de produção das principais culturas dos assentamentos do território Andradina, Safra 99/00

Fonte: Fundação ITESP, Safra 99/00

Cultura - unidade Área total (ha) Produção Final

Valor Bruto da Produção (R$)

Milho sc 60 Kg 927,91 28.212,72 316.475,74 Soja sc 60 Kg 295,56 11.897,00 200.286,10 Mandioca indústria ton 232,29 2.942,90 193.275,50 Feijão sc 60 Kg 173,93 1.938,00 69.119,00 Feijão adzuki Kg 160,04 1.065,00 40.215,00 Mamona sc 50 Kg 97,4 19.882,00 302.134,00 Manga cx 8 Kg 31,37 16.265,00 13.813,00 Abacaxi cx 17 Kg 14,45 11.481,00 32.870,25 Quiabo cx 15 Kg 9,23 2.310,00 18.623,00 Laranja cx 40,8 Kg 9,02 8.620,00 45.800,00

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A agricultura, juntamente com a pecuária leiteira, gerou a maior parte do Valor de Produção dos produtores assentados conforme demonstrado no gráfico abaixo. A produção de pequenos animais (aves, suínos, derivados de leite, venda de bezerros e bicho da seda) complementou a renda do agricultor (Gráfico 15).

Gráfico 15 Percentual do Valor de Produção Projetos de Assentamento – Safra 99/00

Fonte: Fundação ITESP, Safra 99/00

O INCRA realizou em 2005 um estudo sobre os Sistemas de Produção

de alguns assentamentos do Território. Entre eles estão: Orlando Molina, Rio Paraná, Timboré, Anhumas, Aroeira, São José II e Esmeralda.

Com base nos dados apresentados podemos dizer que os Projetos de Assentamento estão baseados principalmente na Pecuária Leiteira, mas os produtores complementam sua renda com culturas anuais (milho, algodão, feijão e mandioca de mesa), olericultura (quiabo), fruticultura (abacaxi, pinha, coco e manga), mel e produção de autoconsumo.

As combinações mais freqüentes variam entre os Assentamentos, mas podem ser resumidas em:

1. Pecuária + Subsistência 2. Pecuária + Cultura Anual + Subsistência 3. Pecuária + Grãos e/ou Algodão + Subsistência 4. Pecuária + Grãos e/ou Algodão + Olerícolas + Subsistência 5. Pecuária + Cultura Anual e abacaxi + Subsistência

40%

11%

49%

Produção agrícola Produção leiteira Produção animal

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6. Pecuária + Cultura Anual + Fruticultura e/ou Olerícolas + Subsistência

7. Pecuária + Cultura Anual + Fruticultura e/ou Olerícolas + Subsistência

8. Cultura Anual + Fruticultura e/ou Olerícolas + Subsistência

Apesar de muitas, as combinações não oferecem grande diversificação da produção e a mão-de-obra absorvida por estas atividades restringe-se, principalmente, ao núcleo familiar e é complementada com mão-de-obra de temporários em épocas de maior demanda, como a colheita de algodão.

Pecuária

Nos assentamentos estudados o número de produtores que se

dedicam à Pecuária Leiteira é normalmente maior que 80%, chegando à 90% no PA Rio Paraná, por exemplo. Mas, em todos eles, pelo menos metades destes produtores se dedicam exclusivamente a esta atividade.

O plantel varia de 25 a 40 cabeças em média por produtor e a atividade é explorada de forma extensiva, com animais, quase sempre, de baixo potencial genético que fornecem leite e carne. Esta técnica “mista” geralmente leva a baixos índices de produtividade. A produção também é variável em torno de 50 a 200 litros de leite por dia.

Em relação ao manejo A EMBRAPA e o ITESP instalaram vários campos demonstrativos de pastejo rotacionado nos lotes dos assentados para melhorar a produtividade e uma parcela significativa de produtores faz a reforma dos pastos – quase sempre na proporção de 1 alqueire por ano.

A produção é normalmente entregue nos laticínios da região (Guaraçaí) ou de fora do território (Tupi Paulista), depois de recolhidos em tanques de resfriamento:

1. PA Orlando Molina – COOPLAN (35 assentados associados) vende para o laticínio de Tupi Paulista e outra parte é recolhida em tambores.

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2. PA Rio Paraná – Cooperativa Rio Paraná (3 tanques), COAPAR (1) e da Associação da Agricultura Familiar do PA Rio Paraná (1).

3. PA Timboré – O leite é entregue em 4 tanques de resfriamento (expansão), sendo que 2 deles pertencem a uma associação de assentados (Associação 19 de Agosto).

4. PAs Aroeira e São José II – Cooperativa Agropecuária de Guaraçaí mantém 2 tanques no assentamento e recolhe o leite nos lotes. Alguns produtores são fornecedores do laticínio de Guaraçaí que também tem linha de coleta.

5. PA Anhumas – a produção é entregue pelos produtores em 2 tanques de resfriamento, sendo 1 da associação dos assentados e outro da COAPAR, onde é coletado.

6. PA Esmeralda – o Assentamento que tem os maiores rebanhos (alguns com mais de 70 animais) entregue o leite nos tanques de resfriamento por produtores reunidos em grupos de 6 a 10: a COAPAR mantém 5 tanques no PA e outro 2 são mantidos por grupos informais de produtores.

Agricultura As culturas mais importantes nos assentamentos estudados são

milho, feijão, algodão, mandioca de mesa, frutas (principalmente o abacaxi) e olerícolas cultivadas em estufas ou campo aberto (quiabo, pepino, abobrinha, folhosas etc). Destaca-se ainda o café no PA Rio Paraná e a mamona no PA Anhumas.

Os produtores assentados normalmente tentam seguir o pacote tecnológico da Revolução Verde, mas com a descapitalização e o baixo acesso aos insumos e serviços a produção é comprometida. São reservados recursos para compra de sementes selecionadas, adubo e agrotóxicos no controle de doenças e pragas, principalmente nas culturas de algodão e milho. Com a dificuldade de acesso ao crédito o assentado

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busca parcerias com os compradores, como no caso da cultura do algodão ou compra a prazo no comércio local.

A comercialização é feita individualmente e os produtos entregues a atravessadores ou cerealistas/ algodoeira e diretamente ao consumidor nas cidades, como é o caso do excedente da produção de autoconsumo. A exceção foi a venda direta do feijão e do milho à CONAB, através dos Programas de Compra Direta e Compra Antecipada.

O parque de máquinas é pequeno em todos os assentamentos e o fornecimento deste tipo de serviço também funciona como fonte de renda para alguns assentados. Em alguns casos os agricultores recorrem ao arrendamento ou a prestação de serviços das Prefeituras, mas de maneira geral nem sempre acontecem no período apropriado.

Artesanato e Processados Os produtores assentados complementam sua renda com a produção

de derivados de leite como o queijo e o doce de leite e no PA Esmeralda funciona uma fábrica de farinha de mandioca que absorve parte da produção do assentamento. Além disso, existe a produção de pães, doces, cestaria crochê e vassouras que ocupam vários produtores do PA Esmeralda.

As receitas advindas do trabalho eventual no PA, do trabalho assalariado de membro da família fora do PA, da prestação de serviços de preparo de solo para aqueles que possuem máquinas e as aposentadorias reforçam a renda e asseguram a manutenção de algumas famílias. Outra saída existente para aumentar a renda é o arrendamento da terra dentro de um planejamento de produção (rotação de cultura para a reforma de pastagens) e, em casos extremos, de forma continuada pela incapacidade do assentado de explorar todo o seu lote.

Assistência Técnica

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O Território de Andradina faz parte da Coordenação Regional Noroeste da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo - ITESP, como já citado. Porém, como todos os assentamentos são federais, o responsável por estas famílias é o INCRA. Assim, nesta região o ITESP presta assistência técnica às famílias assentadas e as atende com alguns dos seus vários programas de empréstimo ou doação de insumos (sementes, calcário, mudas etc) e implantação de infra-estrutura (poços, motomecanização, escola etc). O número de técnicos do ITESP é de 14 profissionais o que corresponde à relação de 95 família para cada técnico, entre engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Além disto o quadro do ITESP conta com 1 médico veterinário, 1 assistente social e 1 técnico em sócioeconomia. A atuação do INCRA vem se ampliando ultimamente. Este órgão atua na região, mantendo 5 técnicos e implantando o PRA – Plano de Recuperação de Assentamentos, abrangendo 8 projetos de assentamento.

Banco da Terra, Crédito Fundiário

Não existem projetos do Programa Banco da Terra no Território de Andradina. Em relação ao Crédito Fundiário, o programa coordenado no estado pela Fundação ITESP foi apresentado no município de Araçatuba para várias prefeituras da região no início de 2005. Até o momento o Consórcio de municípios (AMA – Associação dos municípios da Araraquarense) responsável pela área não apresentou projetos de financiamento através do Programa Crédito Fundiário.

Além disso, não há previsão de compra de áreas através do Programa Crédito Fundiário uma vez que o preço das áreas no território é alto em relação ao valor que pode ser financiado pelo programa.

Sistemas e cadeias Produtivas

As principais cadeias produtivas ligadas à agricultura familiar são a Mandioca e Leite. Em oficina realizada junto à CIAT a discussão mostrou

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que estas são as principais cadeias apesar de existir outras alternativas entre os produtores familiares. Destacam-se as culturas do abacaxi (concentrada em algumas áreas) e a do quiabo (sem expressão em termos regionais).

Mandioca

Sistema de Produção O plantio pode ser mecanizado ou manual e as manivas normalmente

são próprias do produtor. Apenas em plantio feitos pela primeira vez o produtor compra a maniva. A mão-de-obra é familiar, mas nos momentos de maior demanda (plantio e colheita) contrata-se “bóias-frias” para ajudar nas tarefas.

Muito pouco do que se produz é transformado dentro da propriedade em farinheiras. A mandioca é em quase sua totalidade comercializada em forma de raiz.

Os insumos tais como adubos e herbicida são adquiridos nas sedes dos municípios, mas não é descartada a compra de produtos fora do território. Para as atividades mecanizadas normalmente aluga-se máquinas da prefeitura ou de vizinhos (hora-máquina).

Sistema de Comercialização Pequena parte da produção de mandioca é vendida “in natura” nas pequenas feiras dos municípios e para a CEAGESP localizada fora do território. A raiz ainda pode ser vendida para farinheiras artesanais existentes no território, mas que não absorvem grande parte da produção.

O grande canal de comercialização para o pequeno produtor de mandioca é a Fecularia Fadel existente no município de Castilho. A venda é realizada diretamente com a fecularia, mas já existe a presença de atravessador neste mercado.

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A compra é baseada na % de fécula que pode 1 tonelada de raiz pode oferecer. A medida exata é dada pelo comprador ficando o produtor à mercê desta negociação. Em todos os casos (farinha, fécula e “in natura”) a venda é realizada de forma individualizada. Sistema de Transformação Existem pequenas farinheiras artesanais que vendem seus produtos para fora do território. A farinha de mandioca consumida no território é importada do Nordeste do país. Com maior importância e impacto na economia regional está a fecularia Fadel que vende a raiz transformada em fécula para grandes empresas de medicamentos. Esta fecularia monopoliza o mercado regional e funciona na época de produção da mandioca empregando cerca de 7 funcionários nos momentos de pico de produção. Figura 9 – Sistema de Produção Mandioca

PRODUÇÃO

MO Maniva

Raiz Farinha

COMERCIALIZAÇÃO

Feira

Atravessador

TRANSFORMAÇÃO

Farinheiras Artesanais Fecularia FADEL (Castilho)

MO (bóia-fria) – Plantio e Colheita

Máqunas

Insumos

Insumos

CEAGESP

Empresas de medicameRemédios

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Leite Sistema de Produção

O leite é sem dúvida o produto mais importante para os pequenos agricultores familiares do território de Andradina.

A produção é realizada com mão-de-obra familiar e em poucos casos o produtor divide o trabalho com meeiros. É comum a utilização de ordenhadeiras mecânicas próprias.

Os insumos como sal, ração, medicamentos e adubo são comprados no território ou fora dele conforme os preços praticados pelo mercado regional e local. Outra forma de aquisição destes insumos é através dos laticínios que fornecem os produtos e assistência técnica para os produtores.

O maquinário necessário é normalmente alugado através da Prefeitura e das Associações de produtores. Sistema de Comercialização O leite produzido é acondicionado em tanques de resfriamento para ser entregue aos laticínios. Os tanques normalmente são de propriedade das Associações e Cooperativas de produtores. Como exemplo foi citado o tanque coletivo da COAPAR adquirido pelo projeto do PROINF e o tanque de resfriamento do laticínio Tânia. Os laticínios atuantes no território são a CACRE (Tupi Paulista), a Nestlé (Araçatuba), a Leite Suíço e o Tânia com sede no território (município de Guaraçaí). Este último chega a repassar o excedente do leite que adquire dos produtores para a Nestlé.

O pagamento é realizado às Cooperativas e Associações e de forma individual aos produtores no caso do laticínio Tânia, mensalmente com defasagem de 15 dias da coleta. É pago o correspondente a 2 litros por dia pelo transporte e R$0,02 a R$0,03 por litro para manutenção da cooperativa.

A venda institucional é descartada, pois não há processamento do leite que deve ser pasteurizado.

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Sistema deTransformação

Os laticínios absorvem praticamente toda a produção leiteira do território transformando-a em todos os tipos de derivados que são vendidos também na própria região. Foi destacada a venda do próprio leite empacotado da CACRE para a Prefeitura de Andradina.

A transformação (doces e queijos) dentro das propriedades é inexpressiva.

Figura 10 – Sistema de Produção Leite

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PRONAF INFRAESTRUTURA Existem, no território de Andradina, apenas dois municípios

financiaram projetos pelo PRONAF Infra-estrutura: Castilho e Murutinga do Sul, ambos no ano de 2004. Em Castilho o financiamento alcançou o valor de R$133.900,00 para implantação de Agroindústria do Leite com aquisição de tanque de resfriamento, ATER, eletrificação e equipamentos para viveiro de leguminosas. No município de Murutinga do Sul financiou 4 poços semi-artesianos para servir a agroindústrias no valor de R$ 28.840,00.

PRODUÇÃO

MO Maquinas

Leite

COMERCIALIZAÇÃO

Tânia

CACRE

Nestlé

Leite Suíço

TRANSFORMAÇÃO

Tânia

CACRE

Nestlé

Leite Suíço

Tanques Resfriamento

Insumos e Assit. Técnica

Máquinas e Insumos

Comércio Local

Comércio Regional

Insumos

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL ATER Ligados diretamente à agricultura familiar atuam na região a

Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e Universidade Estadual Paulista (UNESP).

A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), ligado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania é responsável pela política agrária no estado, incluindo a regularização fundiária e a assistência técnica em áreas de assentamento. O ITESP possui grande capilaridade e forte atuação na região com um escritório em Andradina prestando assistência técnica em 11 assentamentos e 946 famílias assentadas. O INCRA, órgão do governo federal ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, instalou recentemente um escritório regional no município de Pereira Barreto e ampliou sua equipe para prestação de assistência técnica e extensão rural aos assentados, através de convênios com fundações e cooperativa. O processo de vistoria nas áreas passíveis de desapropriação tem sido realizado sempre em parceria com o ITESP que possui maior corpo técnico. Entre os desafios colocados a estas duas instituições está o estabelecimento de programa de ATER nos assentamentos coordenado, de forma a potencializar e melhorar a eficácia deste serviço. Dentro desta perspectiva e ampliando a discussão de ATER para os agricultores familiares não são assentados também é importante o papel da CATI, órgão de assistência técnica e extensão rural ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA). Com sede em Campinas, a CATI mantém um Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) em Andradina. É a responsável por coordenar o Programa estadual de Microbacias e

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coordenar e treinar técnicos das Casas de Agricultura dos municípios. Normalmente estes técnicos são municipalizados, ou seja, a prestação de serviços está agora descentralizada.

Este sistema vem sendo intensamente criticado dentro e fora da instituição, pois tornou estes serviços completamente ineficientes e sujeitos aos interesses políticos de prefeitos provocando mudanças no corpo técnico a cada mudança de gestão. Outro ponto criticado é o esvaziamento e desmonte que este órgão vem passando nas últimas décadas comprometendo o apoio às Casas de Agricultura dos municípios.

A CATI possui ainda nos municípios de Mirandópolis e Pereira Barreto a Inspetoria de Defesa Agropecuária e nos municípios de Castilho, Guaraçaí, Murutinga do Sul e Nova Independência o Posto de Vigilância Fitozoosanitária.

Crédito PRONAF Em relação ao Crédito PRONAF, um dos mais importantes incentivos

à produção da agricultura familiar, o Território Noroeste apresentou muitos contratos nos Grupos “C” e “A/C”, conforme tabela abaixo, indicando que o crédito tem atendido agricultores com menos tempo de atividade ou que raramente tiveram acesso a este tipo de operação atingindo quase a metade das contratações (47%) do PRONAF na região.

Para contratar o PRONAF “A/C” os agricultores familiares devem ser egressos do Grupo "A", e não terem contraído financiamento de custeio nos Grupos "C", "D" ou "E". Além disto, devem ter sido contemplados com operação de investimento do Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (PROCERA) ou com o limite do crédito de investimento para estruturação no âmbito do PRONAF – e destinados exclusivamente aos beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária e Programa de Crédito Fundiário. Para contrair o PRONAF “C” os agricultores devem possuir renda bruta anual entre R$2.000,00 e R$ 14.000,00 entre outras exigências.

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Tabela 34 Distribuição dos contratos PRONAF, conforme enquadramento

Noroeste SP Brasil Enquadramento Nº % Nº % Nº %

Exigibilidade Bancária 27 4,43 5.757 18,41 94.787 6,35 Grupo A 91 14,92 993 3,18 33.684 2,26

Grupo A/C 126 20,66 572 1,83 18.325 1,23 Grupo B 207 0,66 324.275 41,59 Grupo C 170 27,87 3.848 12,30 621.026 23,44 Grupo D 194 31,80 17.433 55,74 324.275 3,41 Grupo E 2 0,33 2.463 7,88 50.986 21,72

Total 610 31.273 1.493.118

FONTE: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN E BNDES.

Porém, é representativo o número de agricultores que financiaram pelo PRONAF “D” (agricultores com renda anual entre R$ 14.000,00 e R$ 40.000,00), mesmo grupo da maioria do estado de São Paulo.

Em relação ao PRONAF Investimento, os 180 projetos contratados em 2004 distribuíram-se da seguinte forma entre os municípios do Território Andradina :

Gráfico16 Número de Contratos PRONAF Investimento 2004

17

90

3

14

2

14

12

27

1

Andradina

Castilho

Guaraçaí

Ilha Solteira

Itapura

Mirandópolis

Murutinga do Sul

Pereira Barreto

Sud Mennucci

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FONTE: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN E BNDES. O maior número de contratos de PRONAF Investimento realizado no

território concentrou-se no município de Castilho e corresponde ao PRONAF A – crédito para estruturação do lote com recurso do Tesouro. O recurso liberado foi de R$ 2.347.776,16, sendo que mais da metade destinou-se aos agricultores de Castilho, conforme tabela abaixo:

Tabela 35 Contratos PRONAF Investimento 2004 – Nº e Montante Contratado

Município Contratos Montante (R$ 1,00) Castilho 90 1.261.276,99

Mirandópolis 14 306.611,56 Pereira Barreto 27 268.163,56

Andradina 17 189.041,05 Ilha Solteira 14 139.154,30

Murutinga do Sul 12 77.417,85 Itapura 2 48.855,00

Guaraçaí 3 39.255,85 Sud Mennucci 1 18.000,00

Total 180 2.347.776,16 FONTE: BACEN (Somente Exigibilidade Bancária), BANCOOB, BANSICREDI, BASA, BB, BN E BNDES. O trabalho realizado pelo INCRA para recuperação dos Projetos de

Assentamento e o histórico de aplicação do Pronaf na região apontam que os assentados têm acessado apenas financiamentos destinados ao custeio das suas atividades o que representa contratações de valores baixos, curto prazo para reembolso e liberação nem sempre em tempo adequado.

Para o Agente Financeiro as operações realizadas com esse contingente de produtores rurais são consideradas de “alto risco”, pois os agricultores não conseguem atender as exigências de garantias. Essa realidade não tem contribuído para efetiva capitalização dos agricultores, restringindo cada vez mais suas possibilidades de alavancar seus negócios e gerar a renda necessária ao atendimento das necessidades das famílias, resultando no êxodo dos jovens e na frustração do próprio agricultor.

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CONAB Na safra de 2004 os municípios deste território participaram do

Programa Compra Antecipada da Agricultura Familiar (CAAF) da CONAB com 17 contratos de milho e mandioca no valor de R$42.500,00. O milho foi negociado em Andradina e a mandioca em Castilho.

No Programa Compra Direta da Agricultura Familiar a (CDAF) a única cultura negociada foi o feijão com 262 toneladas e o montante de R$262.441,00. A maior parte dos contratos foi de Castilho, conforme pode ser observado na tabela abaixo:

Tabela 37. Compra Direta da Agricultura Familiar em 2004

Feijão Municípios

Qde.(t) R$

Andradina 33,13 33.126,00 Castilho 150,73 150.727,00 Murutinga do Sul 39,64 39.638,00 Nova Independência 38,95 38.950,00

Total do Território 262,44 262.441,00 Fonte: CONAB/2005

A CONAB comprou feijão pagando 5 (cinco) diferentes valores, de R$

0,97 a R$ 1,03 por quilo, de acordo com a classificação do produto entregue. Ainda assim, 93% da produção vendida obteve o melhor preço de R$1,03/Kg.

Programa Luz para Todos

Segundo o responsável pelo programa “Luz para Todos”, Ministério de Minas e Energia , o estado de São Paulo não apresenta deficiência no

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atendimento de instalação de energia elétrica, sendo que toda demanda, quando solicitada é atendida dentro dos parâmetros do programa.

Programas Especiais

Além daqueles já citados também são desenvolvidas algumas ações e políticas públicas na região:

1. Políticas Sociais: a. Bolsa Escola b. Renda Mínima e renda cidadã c. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) d. Programa de Saúde da Família (PSF) e. Programa de Aposentadoria do Trabalhador Rural f. Assistência à maternidade à trabalhadora rural

2. Infra-estrutura à Agricultura familiar a. Programa Melhor Caminho (adequação de estradas realizada

pela CODASP – Governo do estado) b. Programa de telefonia rural c. Agroindústria regional d. Barracão de classificação de produtos

3. Pesquisa

Há diversas pesquisa em andamento que dizem respeito diretamente à agricultura familiar, entre as quais podemos destacar:

1. Estudo da degradação ambiental e matriz energética (banco genético de árvores ameaçadas de extinção nas florestas e nos cerrados, relações cobertura vegetal/condições edáficas);

2. Pesquisa sobre alternativas turísticas e de lazer para a região; 3. Desenvolvimento de esporte náutico; 4. Tecnologia para produção de pupunha no Oeste paulista; 5. Pastagem irrigada e rotacionada;

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6. Zoneamento do parque aqüífero para identificar potencial de pesca em tanques-redes e identificar população beneficiária.

Os agricultores participam de algumas destas ações como a Pesquisa de Pastagem rotacionada da EMBRAPA e também do Programa Geração de Renda cujo objetivo é apoiar os municípios na implantação de projetos que capacitam, geram renda e emprego. Os projetos são elaborados pelos Fundos municipais com base nas necessidades regionais. Os recursos, provenientes da venda de inservíveis do estado são repassados pelo Fundo Social de Solidariedade ao Fundos Municipais por convênios.

O recurso é destinado à compra de material permanente e implantação dos projetos. Segundo o Fundo Social do Estado (2005), todos os municípios participantes já receberam R$8.000,00 e serão repassados mais R$ 10.000,00. No território de Andradina todos os municípios participam do Programa no qual destacam-se os municípios de Sud Menucci (Cooperativa de costura), Castilho (Cozinha industrial em parceria com o ITESP no assentamento Timboré) e Mirandópolis (Cozinha industrial com 25 pessoas).

Muitos projetos são de Padarias Artesanais que busca a capacitação profissional, geração de emprego e renda com a fabricação de pães por processo caseiros sem utilização de conservantes. Os participantes (2 por entidade que se tornarão multiplicadores) são capacitados pelos Fundos Sociais e recebem os Kits de Padaria Artesanal com os equipamentos necessários como é o caso do município de Ilha Solteira.

A participação dos agricultores familiares nestas ações é pontual e individual, não havendo participação da CIAT enquanto instituição.

INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E CAPITAL SOCIAL

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Instituições Governamentais Além daquelas instituições citadas no item ATER (ITESP, INCRA e

CATI) a Universidade Estadual Paulista (UNESP) possui um campus em Ilha Solteira com cursos de engenharia e agronomia realizando pesquisas importantes para a agricultura familiar na região. A UNESP, especialmente o corpo docente de sócio-economia, tem demonstrado bastante interesse pelos problemas sociais da região e possui papel fundamental na elaboração, gestão e implementação do PTDRS do território.

Instituições da Sociedade Civil

Destacam-se no território os Sindicatos Rurais situados nos municípios de Pereira Barreto, Andradina e Castilho ligados à FAF4 – Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, agregando, entre outras, as Associações de Pescadores artesanais. Conta também com o Sindicato Rural de Mirandópolis ligado à FETAESP.

Os agricultores familiares que se dedicam à produção de leite formaram algumas cooperativas na região a fim de melhorar sua produção e comercialização do produto:

• Coop. Agropec. dos Produtores de Leite de Andradina Ltda – COOPROLEITE -Andradina

• Coop. Agropec. de Guaraçaí - Guaraçaí

• Coop. Agric. da Fazenda Aliança - Mirandópolis

• Coop. Agric. da Fazenda Tietê – Pereira Barreto

Em Andradina ainda existe a Associação dos Produtores Rurais do Córrego Timboré que trabalham no setor de citricultura.

4 Área de abrangência dos sindicatos ligados à FAF:ANDRADINA/TUPI PAULISTA: Tupi Paulista, Nova Guataporanga, Paulicéia, Santa Mercedes, Panorama, São João do Pau d´Alho, Monte Castelo, Andradina, Castilho, Murutinga do Sul, Nova Independência (11).

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Redes

Os sindicatos ligados à FAF fazem parte de duas redes organizadas pela própria instituição. Estas encontram-se ainda em construção:

a. Rede de Comercialização Solidária - utilizando num primeiro momento um ponto fixo de venda no CEAGESP-SP, e um na cidade de Registro/SP, resultados de projetos de parcerias das entidades FAF e PROTER com a SDT/MDA, abastecido pela produção familiar do estado organizada dentro da Federação.

b. Rede de Monitores de SAF’s – rede formada por agricultores e Agentes de Desenvolvimento Local capacitados através de metodologia específica, fortalecendo o conceito agricultor capacitando agricultor, e promovendo a articulação ATER-Pesquisa-Ensino.

Também tem atuação importante no território o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que agrega diversas associações de produção e cooperativas entre as quais se destaca a COAPAR.

Instituições Ambientais

Nos municípios de Andradina e Castilho as ONGs ANDRAONG e ECONG desempenham papel importante na defesas das questões ambientais no território. Esta última possui projeto em parceira com o INCRA e os assentamentos da região.

Além disto no município de São José do Rio Preto, próximo ao território, a Vital Flora desenvolve trabalhos relativos a reflorestamento da região Noroeste do estado.

Conselhos Regionais de Desenvolvimento Rural, Consórcios e Fóruns

Apenas em Andradina o Conselho de Desenvolvimento Rural se

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destaca, mas na região existe a atuação dos Conselhos dos municípios de Araçatuba e Fernandópolis.

Existe no território em estudo a formação da Associação de Municípios do Extremo Noroeste do Estado de São Paulo (AMENSP) que agremia, além daqueles que compõem o território, os municípios de Bento de Abreu, Guararapes, Lavínia, Rubiácea e Valparaíso. Sabe-se que esta associação tem sido aliada dos latifundiários da região em sua resitência ao intenso processo de desapropriação empreendido desde 2001pelo INCRA e ITESP. Desta forma a aglutinação da esfera municipal em um projeto de desenvolvimento que fortaleça a agricultura familiar e também os movimentos sociais de luta pela terra não se apresenta como tarefa simples e exigirá atividade adicional de convencimento aos prefeitos locais, assim como um esforço de abertura da sociedade civil para estabelecimento do diálogo.

Em 2001 houve também uma iniciativa de formação do “Fórum Regional Pró Reforma Agrária em Andradina” agregando diversas organizações da sociedade civil (movimentos de trabalhadores rurais, sindicatos rurais e urbanos, federações, associações de moradores, ONGS etc). Além destes agregou partidos políticos, parlamentares e a universidade local apoiadores da Agricultura Familiar.

Entre as ações deste Fórum destacaram-se as audiências públicas em que se reuniram políticos e trabalhadores para debater a questão agrária e solicitar transparência nas atividades relativas à Reforma Agrária e protestar contra a morosidade nos processo de desapropriação. Os atores locais, entretanto, não conseguiram manter a continuidade do Fórum cujas atividades terminaram em 2002.

DISCUSSÃO

O território de Andradina tem características marcantes promovidas principalmente por: sua ocupação recente, sua conformação física e o

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aproveitamento hidrelétrico. São municípios jovens baseados na pecuária de corte e na agricultura de poucos produtos. Além disso, possui grande estrutura apoiada na criação da hidrovia Tietê – Paraná e nas Usinas Hidrelétricas que, apesar de trazer desenvolvimento econômico, aumento do PIB, por exemplo, acabaram por acentuar as diferenças existentes entre os municípios mais ricos e os mais pobres.

A economia regional baseada inicialmente no café e no algodão e, mais recentemente, as obras de usinas hidrelétricas atraíram grandes contingentes populacionais que atualmente não conseguem ser absorvidos pela pecuária de corte que se tornou a alternativa econômica da grande propriedade. Como conseqüência as opções para esses trabalhadores foi a migração para as cidades que também não oferecem serviços adequados a seus habitantes, restando-lhes o trabalho insalubre nos canaviais que vêm crescendo absurdamente ou a migração para fora do território, transformando-o em região de grande vazio populacional.

Apesar dos municípios apresentarem razoáveis índices de desenvolvimento humano de maneira geral, alguns aspectos são preocupantes como os índices de mortalidade (em todas as faixas) que aumentaram em alguns municípios e condições precárias de saneamento nos municípios menores deixando a maior parte de sua população em grupos de alta vulnerabilidade.

Em relação à economia dos municípios é profunda a divisão entre aqueles que tem na agropecuária sua característica mais forte, com maiores Valores Adicionados neste setor e aqueles que sobrevivem da geração de energia e serviços (Andradina especificamente). Este grupo formado pelos municípios de Ilha Solteira, Andradina, Castilho e Pereira Barreto têm os maiores Valores Adicionados pela Indústria e seu setor agropecuário é mais representativo em Andradina (pecuária de corte, principalmente) sendo pouco expressivo em Ilha Solteira.

O município de Ilha Solteira destaca-se em todos os índices de desenvolvimento humano e econômico estando em um patamar muito acima dos demais municípios do território com PIB que chega a ser quase o

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dobro do 2º colocado (Andradina). Encontra-se em situação privilegiada pela existência da Usina Hidrelétrica de maior capacidade geradora da região e pela presença do campus da Universidade Estadual Paulista (UNESP) que fortalece o setor de serviços. Quanto ao IDH e aos demais indicadores (IPRS e IPVS) apresenta-se geralmente com índices maiores que a média estadual. Sua população em piores condições considerada vulnerável (IPVS) representa cerca de 12% do total, enquanto nos demais municípios do território a porcentagem nunca é menor que 56%.

O grupo de municípios que tem sua economia baseada na Agropecuária também não é homogêneo. Os municípios de Guaraçaí, Mirandópolis, Murutinga do Sul apresentaram PIBs intermediários e, de maneira geral, baixos níveis de riqueza e indicadores sociais satisfatórios. O município de Sud Menucci apresentou PIB também nesta faixa, mas não acompanha as demais características do grupo.

A agropecuária destes municípios apresentou distribuição de Valor de Produção mais igualitária entre agricultura e pecuária, inclusive Sud Menucci, sendo que a agricultura teve prioridade na aplicação do recurso do crédito rural. Segundo o levantamento do IBGE (95/96) eles estavam no grupo daqueles com menor concentração de terras, tinham os menores índices de estabelecimentos rurais no grupo acima de 500ha e os melhores no grupo de estabelecimentos até 100ha. Ao observarmos as características de produção destes municípios nota-se que são aqueles de maior importância na produção de culturas permanentes e do abacaxi que estão ligadas ao sistema de produção dos agricultores familiares da região.

Os municípios de Itapura, Suzanápolis e Nova Independência representam cerca de 5% da população total do território, têm a totalidade de seus habitantes nos grupos de maior vulnerabilidade e apresentaram os piores índices de desenvolvimento humano. Sua economia está baseada na pecuária e sua agricultura está assentada em poucas culturas. No período compreendido entre 1990 e 2002 foi violenta a diminuição da área plantada de várias culturas, restando apenas algumas de baixa rentabilidade como o milho e o feijão. Em Itapura (o menor e mais concentrado PIB) ganha

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destaque a cana-de-açúcar que é praticamente a única cultura que surge nos levantamentos.

Outro ponto importante a se destacar é que a concentração de terras nestes municípios era a maior do território, sendo que a agricultura familiar possuía apenas 10% da área agricultável.

Esta situação pode agravar-se, pois é nítido o agressivo crescimento da cana-de-açúcar que, gerando maior valor de produção, tende a promover nos demais municípios o mesmo declínio das culturas ocorridas em Itapura, Suzanápolis e Nova Independência. As perspectivas não são favoráveis ao desenvolvimento da agricultura familiar, pois com o aumento das unidades de processamento de cana-de-açúcar conseqüentemente virão a degradação ambiental e o arrendamento de pequenas propriedades.

Além da cana os agricultores familiares que se mantiveram na região sofreram pressão da pecuária de corte o que acabou por concentrá-los em determinados nichos, representados principalmente pelos assentados. Além deste grupo de famílias assentadas existem aquelas que foram reassentadas pela CESP (Companhia Energética) por ocasião da construção das Usinas: Nossa Senhora de Fátima, Ilha Solteira e Jupiá.

Conclui-se, portanto que os agricultores familiares são muito frágeis na região, pois são poucos e concentrados assim como seus produtos que não têm grande representatividade no território. Alguns tiveram leve queda como no caso do leite e outros passam por situação de quase desaparecimento em muitos municípios como a mandioca que tem seu cultivo concentrado em Castilho. Outro exemplo de concentração é a importante cultura do abacaxi em Guaraçaí. Além disso, suas principais atividades estão em declínio quando encarados na perspectiva regional.

Neste sentido é sintomática a discussão do Plano Plurianual da região de Araçatuba no qual não houve, por exemplo, sugestões específicas sobre a cadeia do leite, mostrando que a agricultura familiar tem participação pouco efetiva nas discussões regionais.

Esta participação demonstra que o capital social existente, bem como

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suas estratégias de cooperação são incipientes. Surgem em grupos menores e específicos, mas ainda não tem amplitude para abranger o território. Esbarram nas divergências políticas e na inabilidade de condução dos processos terminando por ter dificuldades na discussão e pactuação de estratégias de desenvolvimento.

A formação e a participação das entidades da CIAT é excelente espelho desta situação: manteve-se na discussão um grupo pequeno de poucos municípios, representando principalmente os assentados e com uma articulação ainda precária. Porém é importante registrar que, apesar de sua dimensão, os participantes da CIAT demonstram envolvimento e têm a percepção destas dificuldades que enfrentam.

Baseado nas características do território e da situação oprimida em que se encontra a agricultura familiar na região a CIAT questionou o modelo de desenvolvimento, pois observando-se o desenho das duas cadeias principais (leite e mandioca) fica ressaltado que o produtor, e mesmo a população do território, não fica com quase nada do que é produzido dentro de sua abrangência, não recebendo retorno econômico ou de serviços que beneficiem esta população. A maioria dos laticínios encontra-se fora do território e a fecularia que está no município de Castilho quase não gera emprego.

Outros pontos ainda discutidos e levantados pela CIAT é a baixa participação dos componentes da CIAT e a não incorporação dos reassentamentos da CESP e das Associações de Pesca na discussão da Comissão.

PERSPECTIVAS

Observando-se o quadro geral apresentado até aqui foi possível concluir que a CIAT deve empreender ações que busquem reduzir as dificuldades apresentadas nas cadeias dos produtos principais e ampliar as

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opções de renda das famílias. Assim foram definidos os Eixos Econômicos que devem ser discutidos e trabalhados para o desenvolvimento do território:

1. Pecuária de Leite

2. Mandioca

3. Fruticultura

4. Olerícolas

A tabela cujo resumo apresentamos abaixo nos fornece o potencial de consumo da Região Administrativa de Araçatuba para produtos in natura e processados, a proposta é procurar alcançar inicialmente 20% deste mercado.

Tabela 38 Consumo Estimado de Alimentos per capita, por Ano em Kg

Produtos Total Região

Administrativa de Araçatuba

Região de Governo de Andradina

Região de Governo de Araçatuba

População 2005 704.527 184.690 519.837

Total Produtos in natura 325,09 229.031.159,80 60.039.948,65 168.991.211,15

Produtos indsutrializados 706,76 497.933.616,10 130.532.058,47 367.401.557,63

Total de Produtos 1.356,93 1.453.929.551,79 381.144.014,24 1.072.785.537,55

Fonte: IBGE, POF, 2002/03

Os produtores devem buscar a diversificação principalmente através da olericultura e fruticultura uma vez que são pouco desenvolvidas no território, mas podem e devem ser uma alternativa às duas atividades (leite e mandioca) que apresentam dificuldades de expansão. Está claro que o produtor de leite não tem força para enfrentar a transformação que os grandes laticínios realizam devendo-se, portanto buscar o fortalecimento da cadeia em outros pontos como adquirir seus próprios tanques de resfriamento, por exemplo.

Fruticultura

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Merece estudo o mercado de frutas tropicais e seleção de algumas variedades aptas às condições edafo-climáticas do território para produção comercial. O acesso do produtor a estas informações são fundamentais para desenvolver melhor produtos, conhecer melhor os mercados, diminuir perdas e aumentar ganhos.

São vários os fatores que indicam a fruticultura como viável economicamente:

- as frutas têm tendência natural de aumento de consumo pela diversificação e quantidade consumida quando aumenta a renda da população;

- a disseminação da importância do consumo de alimentos mais saudáveis tem estimulado ao aumento do consumo de hortaliças e frutas em geral.

- o consumo está principalmente no Estado de São Paulo que concentra 33,55% do potencial de consumo brasileiro.(Gazeta Mercantil, 2.000);

- os sucos de frutas tem aumentado muito o consumo nos últimos anos e estudos de mercados podem revelar quais as frutas poderiam ser plantadas para o fim específico de industrialização criando uma cadeia de produção que agregue mais valor à produção;

- outros tipos de agroindústrias como doces e frutas secas podem se desenvolver em função de descartes de frutos não aptos para as exigências de classificação de mercado para consumo in natura;

- o atacadista tem assumido funções que agregam valor como a classificação e embalagem que dever ser exercidas pelo produtor para obter margens maiores;

- o atacadista tem ainda conhecimento tácito da comercialização das frutas como o desempenho das variedades, competitividade das regiões e exigências dos diferentes nichos de mercado. Entre as culturas permanentes a seringueira também vem se

apresentando como nova opção econômica para a região e pode ser implantada visando uma sobrevivência digna para o agricultor familiar.

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Olericultura Assim como a fruticultura, a olericultura é uma atividade que exige

maior especialização e mão-de-obra e pode assegurar renda significativa ao produtor, desde que haja conhecimento do mercado, bom planejamento de produção, variedades e épocas adequadas ao mercado que se deseja alcançar.

A distância dos grandes centros consumidores, a pouca diversidade e quantidade produzida são obstáculos que poderão ser superados com organização reunindo a produção para ganhar volume e diversidade e otimizar custos de transporte. A organização pode também facilitar a produção de legumes embalados minimamente processados, que apresenta demanda em crescimento e agrega valor ao produto.

O preço recebido pelo produtor por legumes e hortaliças frescas, higienizadas e embaladas varia de 35% a 50% ao conseguido na venda do mesmo produto a granel.

Em relação às perspectivas destaca-se a proposta do MST que vai fazer um levantamento de produção nos assentamentos para subsidiar o projeto de Entreposto que deverá ser criado em Castilho aproveitando a infraestrutura já existente. Além disso, também existe pesquisa do ITESP junto aos supermercados sobre a aquisição de produtos dos assentamentos que mostra que não há restrição por parte dos comerciantes desde que haja regularidade e quantidade.

É preciso também ter a preocupação pelo aspecto ambiental e dentro deste tópico sugeriu-se ampliar informação sobre as questões ambientais destacando a atuação dos frigoríficos, a distribuição de terras para loteamentos de luxo, a pesca predatória, a ação das Associações de Pesca etc.

Foram apresentadas a partir da discussão com a CIAT as seguintes ações necessárias para enfrentamento destes problemas:

1. Implantar os Projetos PROINF que deverão ser assinados até dezembro de 2005, utilizando-os também como propaganda das atividades da CIAT;

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2. Ampliar a divulgação da CIAT e de seus trabalhos, melhorando a participação;

3. Buscar a participação e o apoio concreto das Prefeituras e Câmaras Municipais;

4. Detalhar e discutir os Eixos Econômicos eleitos para embasar a discussão de projetos e a busca de parcerias;

5. Promover um Encontro ou Seminário para discussão sobre a Assistência Técnica que os diversos órgãos oferecem no território com a participação de ITESP, INCRA, FAF, FETAESP etc.

6. A partir do Encontro de Assistência Técnica definir estratégias para a capacitação dos pequenos produtores do território.

Fica evidente que, através destas ações, busca-se o fortalecimento da

CIAT aumentando sua participação e representatividade. Um ponto importante nesta tarefa é a efetivação da contratação do articulador regional. Além disto é necessário mostrar ao restante do território a importância da agricultura familiar para economia e desenvolvimento dos municípios que se apóiam em poucas alternativas econômicas tornando-se muito frágeis e mostrando-se ineficientes na melhoria da qualidade de vida de sua população.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. CARVALHO et alii in Conjuntura Alimentos V6, n°2

Coordenadoria de Abastecimento, Abril/Junho 1994. 2. CBH – BT COMITÊ DA BACIA HIDRGORÁFICA DO BAIXO TIETÊ

- Situação dos Recursos Hídricos do Baixo Tietê _UGRH 19, Minuta preliminar do relatório Técnico Final, 1999.

3. HESPANHOL, Rosangela A de Medeiros; COSTA, V. M. H. M – A agricultura familiar na microrregião geográfica de Presidente Prudente, Anais do XV Encontro Nacional de Geografia Agrária, 2000, Goiânia, UFG.

4. HOFFMAN, J.C. Mauricio e outros - Caracterização regional Presidente Prudente, Secretaria de Economia e Planejamento, 2004.

5. KAGEYAMA, Angela – Os rurais e os agrícolas de São Paulo no

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Censo de 2000. Texto para Discussão, IE/UNICAMP, n 112, out 2003. 6. MDA/SDT – Orientações para a Prática no Apoio ao

Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais – Documento de Articulação interna, versão para discussão e aprimoramento. Julho/2004, 39 p.

7. NOGUEIRA, Alessandra, “Região recebe 1 bilhão de investimentos”, publicado em Folha da Região, Out/05.

8. PAEP – Distribuição regional da Atividade Econômica, Análise Regional 2001.

9. PNUD – Atlas de Desenvolvimento Humano, in www.pnud.org.br, acessado em 03/07/2005;

10. SECRETARIA DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO - Assessoria de Planejamento Regional – Plano Plurianual 2004-2007, Imprensa Oficial, 2004.

11. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, Relatório de Qualidade Ambiental do Estado de São Paulo, Diário Oficial Estado de São Paulo, Volume 15, nº 113, Imprensa Oficial, 2004.

SITES CONSULTADOS

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2. www.pnud.org.br

3. www.mma.gov.br, acessado em 30/06/05

4. www.ibge.gov.br

5. www.planejamento.sp.gov.br

6. www.itesp.sp.gov.br

7. www.agroportal.sp.gov.br

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8. www.bolsadearrendamento.com.br

9. www.ambiente.sp.gov.br

10. www.estacoesferroviarias.com.br

11. www.livremercado.com.br

12. www.gazetamercantil.com.br

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ANEXOS

Anexo 1 Municípios pertencentes à Região Administrativa e EDR de Andradina Alto Alegre Andradina Araçatuba Auriflama Avanhandava

Barbosa Bento de Abreu Bilac Birigui Braúna

Brejo Alegre Buritama Castilho Clementina Clementina

Coroados Gabriel Monteiro Gastão Vidigal General Salgado Glicério

Guaraçaí Guararapes Guzolândia Ilha Solteira Itapura

Lavínia Lourdes Luiziânia Mirandópolis Murutinga do Sul

Nova Castilho Nova Independência

Nova Lusitânia Penápolis Pereira Barreto

Piacatu Rubiácea Santo Antonio do Aracanguá

Santópolis do Aguapeí

São João do Iracema

Sud Mennucci Suzanápolis Turiuba Valparaíso.

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Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, 2005

Anexo 2 Comportamento da População Urbana e Rural - Território Andradina (1980-2005)

Fonte: SEADE, Informações Municipais, 2005

Urbana Rural Urbana Rural Urbana RuralAndradina 41.978 5.602 47.446 4.876 53.144 3.777Castilho 8.055 4.155 10.794 3.780 12.691 2.611Guaraçai 3.883 4.514 5.258 3.038 7.346 1.931Ilha Solteira 19.986 1.879 24.690 679Itapura 2.632 543 3.228 499 3.459 442Mirandópolis 13.945 7.540 19.399 4.992 23.904 3.186Nova Independência 978 887 1.278 714 1.630 488Pereira Barreto 40.726 5.578 24.084 1.548 23.408 1.648Sud Mennucci 2.019 3.313 5.526 1.654 6.579 919Suzanápolis 1.557 835 2.220 743Total 114.216 32.132 138.556 23.815 159.071 16.424Região de Governo de 119.885 37.157 144.709 26.908 156.626 15.824

1980 1995 2005Municípios

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Anexo 3 Taxa Geométrica - Crescimento Anual da População

Fonte: SEADE, Informações Municipais, 2005

Município Período Taxa2000/2005 0,641980/1991 0,862000/2005 0,471980/1991 1,622000/2005 0,861980/1991 -0,112000/2005 4,771980/1991 -2000/2005 0,331980/1991 1,462000/2005 0,891980/1991 1,162000/2005 0,711980/1991 -1,672000/2005 0,541980/1991 0,62000/2005 0,021980/1991 0,682000/2005 0,361980/1991 2,742000/2005 1,241980/1991 -

Andradina

Castilho

Guaraçai

Ilha Solteira

Pereira Barreto

Sud Mennucci

Suzanápolis

Itapura

Mirandópolis

Murutinga do Sul

Nova Independência

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112

Anexo 4 Gráfico Valor Adicionado Fiscal (VAF)

Fonte: SEADE, 2005.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

Milh

ões

de re

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a

Cast

ilho

Ilha

Solte

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l

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Sud

Men

ucci

Reg

. Gov

.

Esta

do

Municípios

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Anexo 5 Educação

Nº % Nº % Nº %Andradina 41.806 3.949 9,4 7.465 7.318 98,0 16.299 4.880 29,9Castilho 10.868 1.620 14,9 2.315 2.254 97,4 4.313 1.737 40,3Guaraçaí 6.740 821 12,2 1.223 1.227 100,3 2.578 948 36,8Ilha Solteira 18.261 955 5,2 3.253 3.263 100,3 6.468 1.234 19,1Itapura 2.736 465 17,0 593 615 103,7 1.058 450 42,5Mirandópolis 20.291 2.244 11,1 3.282 3.251 99,1 7.205 2.308 32,0Murutinga do Sul 3.102 360 11,6 484 477 98,6 1.216 459 37,7Nova Independência 1.531 275 18,0 301 314 104,3 618 272 44,0Pereira Barreto 18.373 2.136 11,6 3.805 3.699 97,2 7.170 2.480 34,6Sud Mennucci 5.313 747 14,1 1.120 102 9,1 2.064 766 37,1Suzanópolis 2.073 362 17,5 427 387 90,6 793 397 50,1

a) Totais do território 131.094 13.934 10,6 24.268 22.907 94,4 49.782 15.931 32,0b) Totais do Estado 27.288.622 1.810.618 6,6 5.256.464 5.093.737 96,9 10.364.152 2.390.505 23,1c) % (a/b) 0,5 0,8 - 0,5 0,4 - 0,5 0,7 -

Matric nas escolasResp. por domicilios

Total menos de 4 anos de freq à escolaMunicípios

AnalfabetismoPop. Com 15 anos e mais

Total Analfabetos

Escolarização de 7 a 14 anosPop. De 7 a 14 anos

Total

Escolarização dos resp. p/domicilios

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Anexo 6 Índice Paulista de Vulnerabilidade Social - IPVS

Informação Andradina Castilho Guaraçaí Ilha Solteira Itapura Mirandópolis Murutinga do Sul

Nova Independência

Pereira Barreto

Sud Menucci Suzanápolis

População Total 55.842 15.087 9.042 24.524 3.862 26.383 4.026 2.084 25.042 7.417 2.855

Grupos 5 e 6 do IPRS (%) 65,9 93,7 89,8 27,3 100 67,4 100 100 75,2 100 100Grupos 5 e 6 do IPRS (nº de habitantes) 36.800 14.137 8.120 6.695 3.862 17.782 4.026 2.084 18.832 7.417 2.855Responsáveis pelo domicílio alfabetizados (%) 88,8 81,2 85,2 94,5 78,6 86,2 78,5 76,3 85,8 82,8 76,7Responsáveis pelo domicílio com ensino fundamental completo (%) 38,2 25,9 25,7 50,3 22,7 36,1 28,8 22,9 33,4 27 17,8Anos médios de estudo do responsável pelo município (em anos) 6,1 4,8 4,9 7,6 4,5 5,8 5,1 4,5 5,6 5 3,9Rendimento nominal médio do responsável pelo domicílio (R$) 721 437 512 996 374 639 500 365 609 511 436Idade média do responsávelo pelo domicílio (anos) 48 47 48 46 47 48 50 49 47 45 49Mulheres responsáveis pelo domicílio (%) 24,1 20,9 15 18,6 18,1 19,5 15,5 20 24,1 14,8 16,4Crianças de 0 a 4 anos no total de residentes (%) 7,4 8 7,4 7,2 9,4 6,7 6,8 7,3 7,9 8,3 7,8Tamanho médio do domicílio (em nº de pessoas) 3,3 3,4 3,4 3,7 3,5 3,3 3,3 3,3 3,5 3,6 3,5Fonte: IBGE Censo demográfico 2000, Fundação SEADE

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Anexo 7 Programa de Microbacias 1. Município de Andradina MICROBACIA CóRREGO PAU D` ALHO Bacia Hidrográfica: Bacia do Baixo Tietê. Área da Microbacia: 3.700 ha. Número de propriedades rurais: 166. Principais culturas: Milho, feijão, manga, mandioca e algodão. Principais criações: Bovinoculturas de corte e leite. Período de execução: Junho de 2001 à Dezembro de 2003. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 6,0 Km; Adoção de adubação verde: 20 ha; Aquisição de máquinas e equipamentos: 01 Esparramadeira de calcário ; Capacitação de monitores ambientais: 01; Cessão de uso de equipamentos: 01 máquina de plantio direto; Construção de abastecedouro comunitário: 20 ha; Construção de Cerca: 05 Km; Controle de voçorocas: 10; Elaboração de Projeto de Empreendimento Comunitário (PEC): 02; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 166; Plantio Direto na Palha: 01 ha; Recomposição de mata ciliar: 12 ha; Treinamento: Conservação do solo, plantio direto, fertilidade do solo, importância da mata ciliar. Técnico Responsável: Eng. Agr. Cláudio Gotardo Filho. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Andradina. Endereço:Av. Barão do Rio Branco, nº 1990. CEP: 16901-270. Telefone: (18)3722-3940.Fax: (18)3722-3940. 2.Município de Castilho MICROBACIA CóRREGO DO GUATAPARÁ Bacia Hidrográfica: Baixo Tietê-Paraná. Área da Microbacia: 2.380 ha. Número de propriedades rurais: 51. Principais culturas: Pastagem, milho, mandioca e feijão. Principais criações: Bovinoculturas de corte e leite (mista). Período de execução: Abril de 2001 à Dezembro de 2003. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adoção de adubação verde: 10 ha; Aquisição de máquinas e equipamentos: 02 Roçadeiras, 01 escarificador e 02 distribuidores de calcário ; Cessão de uso de equipamentos: 01 Plantadeira de plantio direto e 01 triturador de palha; Construção de abastecedouro comunitário: 02; Fortalecimento de Associação de Produtores: 01; Introdução de técnicas para aumento da produtividade: 20%;

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Recomposição de áreas de preservação permanente: 60 ha; Técnico Responsável: Eng. Agr. Sineide Aparecida de Arruda. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Castilho. Endereço: Av. Samira Zahr, nº 418. CEP: 16920-000. Telefone: (18)3741-1194. 3. Município de Guaraçaí MICROBACIA CóRREGO IGUATEMI Bacia Hidrográfica: Bacia do Baixo Tiête. Área da Microbacia: 5.000 ha. Número de propriedades rurais: 117. Principais culturas: Abacaxi, milho, cana de açucar, manga e pastagem. Principais criações: Bovinoculturas de corte e leite. Período de execução: Junho/2001 à dezembro/2003. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 9 km; Adoção de adubação verde: 30 ha; Aquisição de máquinas e equipamentos: 01 distribuidor de calcário; 02 roçadeiras, 01 rolo faca ; Capacitação de monitores ambientais: 01; Capacitação de produtores rurais e seus familiares: 50; Cessão de uso de equipamentos: 01 máquina de plantio direto; 01 triturador de palha; Construção de Cerca: 5 km; Controle de voçorocas: 25; Elaboração de Projeto de Empreendimento Comunitário (PEC): 02; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 117; Formação de Associação de Produtores Rurais: 01; Implantação de terraceamento: 01; Recomposição de mata ciliar: 06 ha; Recomposição de áreas de preservação permanente: 30; Técnico Responsável: Eng. Agr. Marcelo Hissashi Shinohara. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Guaraçaí. Endereço: Rua Hideo Mori, nº 1197.CEP: 16980-000.Telefone: (18)3705-1228.Fax: (18)3705-1228. 4.Município de Ilha Solteira MICROBACIA BAIRRO CINTURãO VERDE Bacia Hidrográfica: Baixo Tietê. Área da Microbacia: 2.233 ha. Número de propriedades rurais: 102. Principais culturas: Pastagem, milho, feijão. Principais criações: Pecuária de corte. Período de execução: Dezembro de 2002 à Dezembro de 2005. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 04 Km; Adoção de adubação verde: 03 ha; Capacitação de monitores ambientais: 02; Capacitação de produtores rurais e seus familiares: 102; Cessão de uso de equipamentos: 01 maquina de plantio direto; Construção de abastecedouro comunitário: 01; Construção de Cerca: 08 Km;

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Faixas de retenção: 500 ha; Controle de voçorocas: 05; Elaboração de Projeto de Empreendimento Comunitário (PEC): 01; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 102; Fortalecimento de Associação de Produtores: 01; Recomposição de mata ciliar: 25 ha; Treinamento: Plantio direto, manejo do solo, fertilidade do solo, adubação verde. Técnico Responsável: Eng. Agr. Francisco Sérgio de Lima. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Ilha Solteira. Endereço: Passeio Niterói, nº 225.CEP: 15385-000. Telefone: (18)3743-6027. 5.Município de Mirandópolis MICROBACIA CóRREGO LUIS MIRANDA Bacia Hidrográfica: Baixo Tietê. Área da Microbacia: 2.800 ha. Número de propriedades rurais: 87. Principais culturas: Pastagem, goiaba, milho, manga, limão, abacaxi, abacate e outras. Principais criações: Bovinoculturas de corte e leite e avicultura. Período de execução: Junho de 2001 à Dezembro de 2003. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 06 Km; Adoção de adubação verde: 40 ha; Capacitação de monitores ambientais: 01; Capacitação de produtores rurais e seus familiares: 01 curso; Cessão de uso de equipamentos: 01 Semeadora de plantio direto; Construção de Cerca: 08 Km; Faixas de retenção: 40 ha; Controle de voçorocas: 08; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 87; Recomposição de mata ciliar: 08 ha; Recomposição de áreas de preservação permanente: 18; Treinamento: Capacitação rural. Técnico Responsável: Eng. Agr. Ricardo Clemente Sailer. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Mirandópolis. Endereço: Rua Seime Sadano, nº 1173.CEP: 16800-000.Telefone: (18)3701-1805.Fax: (18)3701-4455. 6. Município de Murutinga do Sul MICROBACIA CóRREGO SALTO ALEGRE Bacia Hidrográfica: Baixo Tietê. Área da Microbacia: 4.500 ha. Número de propriedades rurais: 121. Principais culturas: Milho, feijão, abacaxi, manga, goiaba, limão e laranja. Principais criações: Bovinoculturas de corte e leite. Período de execução: Junho de 2001 à Dezembro de 2003. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 04 Km; Adoção de adubação verde: 10 ha;

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Aquisição de máquinas e equipamentos: 01 Esparramadeira de calcário, ; Cessão de uso de equipamentos: 01 máquina de plantio direto; Construção de Cerca: 02 Km; Faixas de retenção: 200 ha; Controle de voçorocas: 10; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 121; Formação de Associação de Produtores Rurais: 01; Recomposição de mata ciliar: 10 ha; Recomposição de áreas de preservação permanente: 10.000 Mudas; Treinamento: Importância da conservação do solo, plantio direto, fertilidade do solo, manejo ecológico do solo, pragas e doença, reformas e manejo de pastagem e melhoramento genético do rebanho. Técnico Responsável: Eng. Agr. Atílio Batista Pacce. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Murutinga do Sul. Endereço: Rua Marechal Deodoro, nº 669.CEP: 16950-000.Telefone: (18)3788-1131. Fax: (18)3788-1131. 7. Município de Nova Independência MICROBACIA CóRREGO INDEPENDêNCIA I Bacia Hidrográfica: Rio Aguapeí (Rio Feio). Área da Microbacia: 4.850 ha. Número de propriedades rurais: 75. Principais culturas: Algodão, milho e feijão. Principais criações: Pecuárias mista e corte. Período de execução: Dezembro de 2002 à Dezembro de 2005. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 04 Km; Adoção de adubação verde: 50 ha; Aquisição de máquinas e equipamentos: 01 Distribuidor de Calcário ; Capacitação de monitores ambientais: 01; Capacitação de produtores rurais e seus familiares: 06 cursos; Cessão de uso de equipamentos: 01 Máquina de plantio direto; Construção de abastecedouro comunitário: 02; Construção de Cerca: 5,2 Km; Faixas de retenção: 1.500 ha; Controle de voçorocas: 05; Elaboração de Projeto de Empreendimento Comunitário (PEC): 05; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 75; Fortalecimento de Associação de Produtores: 01; Implantação de Infra-estrutura comunitária: Galeria para água pluvial, lagoa, torre de telefonia, coletores de lixo e usina de reciclagem de lixo; Plantio Direto na Palha: 01; Recomposição de áreas de preservação permanente: 75.540 Mudas; Treinamento: Conservação do solo, plantio direto, operador de máquinas e legislação ambiental. Técnico Responsável: Eng. Agr. Alexandre Hideaki Imada. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Nova Independência. Endereço: Av. Eurico Soares de Andrade, nº 891.CEP: 16940-000.Telefone:

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(18)3744-1181.Fax: (18)3744-1181. 8. Município de Pereira Barreto MICROBACIA CóRREGO PONTE PENSA E LARANJA AZEDA Bacia Hidrográfica: Baixo Tietê. Área da Microbacia: 3.613,12 ha. Número de propriedades rurais: 75. Principais culturas: Milho, feijão, manga e cana de açúcar. Principais criações: Pecuária de corte, leite e Avicultura. Período de execução: Dezembro de 2002 à Dezembro de 2005. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 04 Km; Adoção de adubação verde: 10 ha; Aquisição de máquinas e equipamentos: Calcariadeira e máquina para plantio direto ; Capacitação de monitores ambientais: 01; Construção de Cerca: 5,6 Km; Controle de voçorocas: 05; Elaboração de Projeto de Empreendimento Comunitário (PEC): 02; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 75; Plantio Direto na Palha: 01; Recomposição de áreas de preservação permanente: 10 ha; Treinamento: Conservação do solo, plantio direto, manejo de pastagem, correção e adubação do solo. Técnico Responsável: Eng. Agr. Wilson Garcia Júnior. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Pereira Barreto. Endereço: Rua Cyro Maia, nº 1119 CEP: 15370-000 Telefone: (18)3704-2328. 9. Município de Suzanápolis MICROBACIA CóRREGO DA PERDIDA Bacia Hidrográfica: Rio São João dos Dourados. Área da Microbacia: 1.587 ha. Número de propriedades rurais: 56. Principais culturas: Pastagem, cana-de-açúcar, milho e coco da baía. Principais criações: Bovinoculturas de corte e mista. Período de execução: Dezembro de 2002 à Dezembro de 2005. Principais ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Microbacia Adequação de estradas rurais: 1,8 Km; Adoção de adubação verde: 10 ha; Aquisição de máquinas e equipamentos: 01 Escarificador ; Capacitação de monitores ambientais: 01; Capacitação de produtores rurais e seus familiares: 11; Cessão de uso de equipamentos: 01 máquina de plantio direto; Construção de Cerca: 04 Km; Faixas de retenção: 300 ha; Elaboração de Projeto de Empreendimento Comunitário (PEC): 02; Elaboração de Projeto Individual de Propriedade (PIP): 56; Formação de Associação de Produtores Rurais: 01; Fortalecimento de Associação de Produtores: 01;

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Recomposição de mata ciliar: 05 ha; Recomposição de áreas de preservação permanente: 05 ha; Recuperação de Pastagens: Palestras e áreas de demonstração; Treinamento: Operadores de máquinas para conservação de estradas rurais, inseminação artificial, correção e adubação do solo, fruticultura, crédito rural, administração rural, tratamento de eucalipto, legislação ambiental e associativismo. Técnico Responsável: Eng. Agr. André Leite Jolvino. Unidade Responsável: Casa da Agricultura de Suzanápolis. Endereço: Rua 21 de Abril, nº 571. CEP: 15380-000. Telefone: (18)3706-1338.

Programa de Microbacias

Regional

Município Casa da Agricultura

Adesão ao Programa

Convênios Celebrados

Planos Aprovados

Andradina S S S S

Castilho S S S S

Guaraçaí S S S S

Ilha Solteira S S S S

Itapura S S N N

Lavínia S S S S

Mirandópolis S S S S

Murutinga do Sul S S S S

Nova Independência S S S S

Pereira Barreto S S S S

Suzanápolis S S S S

13 11 11 10 10 Legendas: S = Sim N = Não S(2) = Sim (02 Planos) S(3) = Sim (03 Planos) s(4) = Sim (04 Planos) S* = Municípios que dividem o mesmo plano Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento

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Anexo 8 - Valor da Produção e Produção das Principais Atividades do Pólo Regional Extremo Oeste, 2002.

Valor da Produção Produção

Produto

R$ Pólo(%) Estado(

%) Produção Unidade

% do Pólo no Estado

CARNE BOVINA 377.177.962,32 34,08 1,80 8.038.746 15 kg 11,20

CANA-DE-AÇÚCAR 371.467.797,80 33,56 1,77 13.362.151 t 6,28

MILHO 72.887.895,50 6,59 0,35 4.535.650 sc.60 kg 6,67

OVO 50.223.581,15 4,54 0,24 1.947.407 cx.30 dz 7,70

LEITE C 45.036.090,00 4,07 0,21 136.473.000 litro 8,42

OUTRAS 189.961.395,68 17,16

TOTAL 1.106.754.722,45 100,00 5,28 Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2002

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Anexo 9 Estabelecimentos Rurais, conforme os Grupos de Área

Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Andradina 202 356 255 95 50 25 17 13 1.013Castilho 81 224 114 38 38 45 24 21 585Guaraçaí 188 192 127 69 40 32 20 10 678Ilha Solteira 43 8 3 5 5 15 7 15 101Itapura 8 7 13 11 12 12 7 7 77Mirandópolis 176 132 227 105 83 50 19 8 800Murutinga do Sul 105 83 60 39 19 13 2 3 324Nova Independência 31 23 32 17 10 12 6 8 139Pereira Barreto 53 89 67 39 41 42 13 18 362Sud Mennucci 38 38 75 33 25 22 15 8 254Suzanópolis 48 47 49 18 11 12 7 7 199

a) Total do Território 973 1.199 1.022 469 334 280 137 118 4.532

b) Total do Estado 175.612 123.027 167.856 103.858 87.052 94.107 50.826 112.185 914.523

c) % de a/b 0,55 0,97 0,61 0,45 0,38 0,30 0,27 0,11 0,50

Municípios

Estabelecimentos (nº)

Total de Estab.Até 10 ha Mais de 10 a

20 haMais de 20

a 50 haMais de 50 a

100 haMais de 100

a 200 haMais de 200 a

500 haMais de 500 a

1000 haMais de 1000 ha

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Anexo 10 Estabelecimentos Rurais, conforme os Grupos de Área

Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Nº % Nº % Nº %1. Até 10 hectares 973 21,5 175.612 19,2 72.462 35,72. Mais de 10 a 20 hectares 1.199 26,5 123.027 13,5 60.051 29,53. Mais de 20 a 50 hectares 1.022 22,6 167.856 18,4 49.865 24,54. Mais de 50 a 100 hectares 469 10,3 103.858 11,4 12.120 6,05. Mais de 100 a 200 hectares 334 7,4 87.052 9,5 4.585 2,36. Mais de 200 a 500 hectares 280 6,2 94.107 10,3 2.729 1,37. Mais de 500 a 1000 hectares 137 3,0 50.826 5,6 917 0,58. Mais de 1000 hectares 118 2,6 112.185 12,3 508 0,2

Total 4.532 100,0 914.523 100,0 203.237 100,0

Grupos de áreaDistribuição dos estabelecimentos rurais

Território Estado SC

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124

Anexo 11 Áreas ocupadas pelos estabelecimentos rurais, conforme os grupos de área (Território, Estado e SC ).

Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

ha % ha % ha %1. Até 10 hectares 6.473 1,1 307.645 1,8 364.673 5,52. Mais de 10 a 20 hectares 20.042 3,4 619.635 3,6 838.076 12,73. Mais de 20 a 50 hectares 39.244 6,6 1.675.280 9,6 1.481.570 22,44. Mais de 50 a 100 hectares 40.045 6,8 1.821.948 10,5 811.301 12,35. Mais de 100 a 200 hectares 52.103 8,8 2.284.805 13,2 617.638 9,36. Mais de 200 a 500 hectares 98.147 16,6 3.488.959 20,1 831.096 12,67. Mais de 500 a 1000 hectares 95.827 16,2 2.414.806 13,9 625.587 9,58. Mais de 1000 hectares 239.480 40,5 4.756.125 27,4 1.042.904 15,8

Total 591.361 100,0 17.369.203 100,0 6.612.845 100,0

Grupos de áreaÁrea ocupada pelos estabelecimentos rurais

Território Estado SC

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125

Anexo 12 Estabelecimentos Rurais Conforme a Condição do Produtor.

Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Nº Área Estabel. Área Estabel. Área Estabel. Área Estabel. ÁreaAndradina 1.014 80.516 907 74.263 66 4.185 10 1.793 31 275Castilho 587 88.124 507 84.443 28 1.746 23 1.407 29 528Guaraçaí 678 65.366 509 60.017 77 3.802 48 562 44 985Ilha Solteira 101 33.950 68 31.999 10 1.826 23 125Itapura 77 24.254 55 16.770 16 2.869 3 4.530 3 85Mirandópolis 800 73.744 663 68.524 81 4.873 45 313 11 34Murutinga do Sul 324 22.402 286 21.641 30 683 5 39 3 39Nova Independência 139 29.964 124 28.956 12 1.001 3 7Pereira Barreto 360 76.769 326 70.816 23 4.377 1 29 10 1.547Sud Mennucci 254 44.410 211 39.483 20 4.026 6 99 17 802Suzanópolis 199 30.451 188 29.086 10 1.364 1 1

a) Total do Território 4.533 569.950 3.844 525.998 373 30.752 141 8.772 175 4.428

b) Total do Estado 218.016 17.369.204 179.058 15.665.688 18.648 1.170.203 10.780 363.145 9.530 170.168

c) % de a/b 2,1 3,3 2,1 3,4 2,0 2,6 1,3 2,4 1,8 2,6

MunicípiosTotal dos Estabelec.

Rurais Proprietário

Condição do Produtor

OcupanteParceiroArrendatário

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126

Anexo 13 Pessoal ocupado conforme a categoria ( Território, Estado e SC ).

Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Nº % Nº % Nº %

1. Responsáveis e familiares não remunerados 10.135 61,4 438.660 47,9 618.552 86,1

2. Empregados permanentes 4.424 26,8 343.863 37,6 42.504 5,9

3. Empregados temporários 1.341 8,1 71.824 7,9 46.959 6,5

4. Parceiros 147 0,9 26.489 2,9 5.016 0,7

5. Outra condição 461 2,8 34.118 3,7 5.436 0,8

a) Total de ocupados 16.508 100,0 914.954 100,0 718.467 100,0

b) Residentes nos estabelecimentos rurais 11.213 - 520.959 - 616.275 -

c) % de b/a 67,92 - 56,9 - 85,8 -

Categoria do trabalhadorPessoal Ocupado

Território Estado SC

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127

Anexo 14 Desempenho das Culturas Temporárias, 2002.

Fonte:Instituto de Economia Agrícola, 2002

Município Área Colhida (ha) Produção (t) Valor de Produção (R$)Andradina 15.116 919.929,00 573.461Castilho 3.060 133.966,00 94.416Guaraçaí 4.125 126.493,50 261.665Ilha Solteira 2.264 13.122,00 50.752Itapura 1.618 5.440,00 22.218Mirandópolis 6.493 381.814,00 249.549Murutinga do Sul 2.105 19.384,00 66.245Nova Independência 4.048 13.663,50 94.734Pereira Barreto 5.675 81.079,00 139.988Sud Mennucci 6.050 361.680,00 173.868Suzanápolis 3.210 158.216,00 106.199Total do Território 53.764 2.214.787,00 1.833.094

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Anexo 15 Olerícolas cultivadas, 2000 e 2004

1 Abobora seca 17 Couve 2 Abobrinha 18 Couve-flor 3 Alface 19 Mandioquinha 4 Alho 20 Melancia 5 Batata da seca 21 Melancia 6 Batata das aguas 22 Melao 7 Batata de inverno 23 Moranga 8 Batata doce 24 Morango 9 Berinjela 25 Pepino 10 Beterraba 26 Pimentao 11 Brocolos 27 Quiabo 12 Cafe 28 Repolho 13 Cebola de muda 29 Tomate envarado 14 Cebola de soqueira 30 Tomate rasteiro 15 Cenoura 31 Vagem 16 Chuchu Fonte:Instituto de Economia Agrícola, 2002

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Anexo 16 Culturas permanentes, 2002.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2002.

Município Área Colhida (ha) Área Plantada (ha) Produção (t) Valor de Produção (R$)

Andradina 475 475 2.698,00 11.601Castilho 266 266 3.791,00 18.386Guaraçaí 1.114 1.114 8.600,00 40.953Ilha Solteira 598 635 9.238,00 32.047Itapura 15 15 224,00 1.227Mirandópolis 1.808 1.808 20.472,00 122.722Murutinga do Sul 375 375 7.400,00 34.168Nova Independência 84 84 580,00 1.378Pereira Barreto 628 1.108 17.794,00 57.113Sud Mennucci 593 647 11.635,00 41.165Suzanápolis 305 354 2.849,00 13.192Total do Território 6.261 6.881 85.281,00 373.952

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130

Anexo 17 Evolução das principais Culturas permanentes, 1990-2002.

Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2002.

Cultura 1990 1996 2002Goiaba 48.563,45 291.518,56 113.165,55 Laranja 125.346,38 85.459,22 101.382,52 Manga 349.285,26 151.210,86 31.911,11 Limão 22.934,48 103.170,44 27.246,36 Banana 2.881,50 1.791,60 23.369,17 Outros 36.461,15 11.670,98 23.354,02 Borracha (Látex coagulado) 5.514,40 26.464,46 20.809,62 Mamão 2.887,72 3.020,12 13.494,45 Tangerina 11.349,16 18.018,36 7.951,27 Abacate 38.886,69 8.266,94 7.724,09 Café (beneficiado) 44.263,80 13.641,74 3.544,00

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131

Anexo 18 Rebanho em nº de cabeças, 2000-2004

Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2004.

2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004ARAÇATUBA 1.175.151 1.130.765 1.161.442 1.148.114 1.094.713 102.947 111.990 74.005 54.269 44.219BAIXADA SANTISTA 399 190 170 180 178 881 290 262 295 290BARRETOS 112.843 118.720 117.911 105.107 109.798 40.173 40.930 49.783 59.456 43.896BAURU 761.603 786.042 808.871 846.597 895.013 114.328 111.341 82.160 104.443 105.503CAMPINAS 380.098 368.594 372.236 378.114 401.146 186.573 174.763 173.535 162.379 163.989CENTRAL 171.184 174.466 179.672 164.272 168.072 62.713 59.426 57.767 54.337 52.037FRANCA 133.077 144.535 144.339 159.400 158.190 75.951 60.359 57.532 48.220 47.520MARÍLIA 864.228 861.978 895.506 933.280 928.354 120.652 105.363 96.220 95.627 88.626PRESIDENTE PRUDENTE 1.394.916 1.475.430 1.520.504 1.577.377 1.589.589 233.261 223.294 227.145 226.199 207.020REGISTRO 39.807 42.522 42.690 55.680 57.213 10.193 14.892 14.200 11.971 16.690RIBEIRÃO PRETO 71.141 73.288 81.179 74.750 92.981 57.454 50.042 53.430 49.860 49.065SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 796.873 838.543 845.117 887.743 867.425 275.897 295.376 297.743 262.113 304.956SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 133.097 153.328 162.576 184.035 160.176 197.614 208.644 222.543 221.637 240.815SÃO PAULO 17.813 16.073 15.790 15.708 15.368 17.410 16.443 17.126 17.201 17.103SOROCABA 729.643 739.363 780.716 797.150 869.148 221.368 232.679 240.533 296.228 260.474Total 6.781.873 6.923.837 7.128.719 7.327.507 7.407.364 4.437.169 4.524.980 4.664.757 4.773.030 4.724.346

Região Administrativa Corte Leite

2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004ARAÇATUBA 608.313 576.038 600.186 621.059 694.239 1.886.411 1.818.793 1.835.633 1.823.442 1.833.171BAIXADA SANTISTA 1.425 965 935 985 975 2.705 1.445 1.367 1.460 1.443BARRETOS 136.734 134.375 135.190 179.342 131.583 289.750 294.025 302.884 343.905 285.277BAURU 215.476 211.945 210.908 195.328 196.273 1.091.407 1.109.328 1.101.939 1.146.368 1.196.789CAMPINAS 374.346 419.043 427.105 438.009 417.994 941.017 962.400 972.876 978.502 983.129CENTRAL 110.114 114.752 112.325 113.379 106.166 344.011 348.644 349.764 331.988 326.275FRANCA 171.581 169.012 173.791 142.446 139.651 380.609 373.906 375.662 350.066 345.361MARÍLIA 315.067 313.932 328.327 346.382 345.847 1.299.947 1.281.273 1.320.053 1.375.289 1.362.827PRESIDENTE PRUDENTE 649.423 689.204 726.603 712.488 782.104 2.277.600 2.387.928 2.474.252 2.516.064 2.578.713REGISTRO 34.866 34.588 33.203 32.063 32.578 84.866 92.002 90.093 99.714 106.481RIBEIRÃO PRETO 72.454 76.179 81.214 73.075 83.574 201.049 199.509 215.823 197.685 225.620SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 1.002.275 1.026.745 1.053.917 1.064.049 1.019.102 2.075.045 2.160.664 2.196.777 2.213.905 2.191.483SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 186.516 148.438 145.814 125.407 115.143 517.227 510.410 530.933 531.079 516.134SÃO PAULO 1.684 15.509 3.391 3.394 4.439 36.907 48.025 36.307 36.303 36.910SOROCABA 556.895 594.255 631.848 725.624 654.678 1.507.906 1.566.297 1.653.097 1.819.002 1.784.300

Região Administrativa Misto Total

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Anexo 19 Produção de Leite B em mil litros, 2000-2004

Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2004.

Município 2000 2001 2002 2003 2004

Andradina 612 550 550 2 2.000,00

Castilho 600 750 750 750

Murutinga do Sul 100 20 25

Nova Independência 65 54 55 75 60

Total 677 1204 1455 847 2835

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133

Anexo 20 Produção de Leite B em mil litros, 2000-2004

Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Abs % Abs % Trab. % R$ Mil %Andradina 1.014 80.515 4.311 20.448 821 81,0 20.637 25,6 3.086 71,6 6.055 29,6Castilho 587 88.124 2.033 12.832 404 68,8 9.280 10,5 1.289 63,4 2.127 16,6Guaraçaí 678 65.366 2.247 18.263 492 72,6 12.458 19,1 1.156 51,4 4.307 23,6Ilha Solteira 101 33.951 391 7.509 24 23,8 757 2,2 68 17,4 220 2,9Itapura 77 24.254 353 4.640 35 45,5 1.652 6,8 111 31,4 318 6,9Mirandópolis 800 73.743 2.815 30.343 552 69,0 19.788 26,8 1.621 57,6 6.991 23,0Murutinga do Sul 324 22.402 1.174 5.769 245 75,6 6.283 28,0 783 66,7 2.140 37,1Nova Independência 139 29.964 395 4.811 92 66,2 2.812 9,4 187 47,3 891 18,5Pereira Barreto 360 76.769 1.413 26.021 223 61,9 8.851 11,5 555 39,3 2.405 9,2Sud Mennucci 254 44.409 855 10.866 182 71,7 7.567 17,0 404 47,3 1.454 13,4Suzanópolis 199 30.451 521 4.793 136 68,3 2.755 9,0 297 57,0 479 10,0

a) Total do Território 4.533 569.948 16.508 146.295 3.206 70,7 92.840 16,3 9.557 57,9 27.387 18,7

b) Total do Estado 218.016 17.369.204 914.954 8.412.369 150.200 68,9 4.251.934 24,5 412.537 45,1 1.639.061 19,5

c) % de a/b 2,1 3,3 1,8 1,7 2,1 2,2 2,3 1,7

Número Área (ha) Pessoal VABPMunicípiosEstabelecimentos Rurais Totais Estabelecimentos Familiares

Nº Área Pessoal ocupado VABP

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Anexo 21 Área colhida das principais culturas temporárias,1990-2002

Cultura 1990 1996 2002

Cana-de-açúcar 8.469 13.891 25.371 Milho 30.011 25.140 17.970 Feijão 14.829 2.523 5.795 Abacaxi 29 1.266 1.986 Algodão 10.120 1.646 977 Outros 6.090 3.406 960 Mandioca 322 335 666 Tomate 540 - 39

Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2004.

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Anexo 22 Categorização dos estabelecimentos familiares, conforme a renda obtida.

Fonte: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/FAO 1995/1996

Nº % Nº % Nº % Nº %

Andradina 821 333 40,6 139 16,9 228 27,8 121 14,7

Castilho 404 204 50,5 73 18,1 95 23,5 32 7,9

Guaraçaí 492 269 54,7 57 11,6 88 17,9 78 15,9

Ilha Solteira 24 16 66,7 3 12,5 2 8,3 3 12,5

Itapura 35 16 45,7 3 8,6 10 28,6 6 17,1

Mirandópolis 552 266 48,2 63 11,4 128 23,2 95 17,2

Murutinga do Sul 245 122 49,8 37 15,1 49 20,0 37 15,1

Nova Independência 92 26 28,3 17 18,5 30 32,6 19 20,7

Pereira Barreto 223 101 45,3 45 20,2 36 16,1 41 18,4

Sud Mennucci 182 75 41,2 36 19,8 50 27,5 21 11,5

Suzanópolis 136 84 61,8 20 14,7 23 16,9 9 6,6

a) Total do Território 3.206 1.512 47,2 493 15,4 739 23,1 462 14,4

b) Total do Estado 150.200 72.973 48,6 20.709 13,8 33.454 22,3 23.064 15,4

c) % (a/b) 2,1 2,1 2,4 2,2 2,0

Municípios Nº de Estab. Familiares

Destino dos Estabelecimentos Familiares Conforme a Renda

Quase Sem Renda Renda Baixa Renda Média Maiores Rendas

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Anexo 23 Produção Agrícola nos Assentamentos, safra 99/00

Cultura - unidade Área total (ha) Produção Final

Valor Bruto da Produção (R$)

Abacate cx 22 Kg 4,00 1.375,00 3.120,00 Abacaxi cx 17 Kg 14,45 11.481,00 32.870,25 Abóbora seca ton 15,31 76,55 11.482,50 Abobrinha cx 20 Kg 45,23 8.110,60 41.363,92 Acerola Kg 1,21 320,00 3.200,00 Alface engrad. 10 Kg 16,86 4.260,00 9.090,00 Algodão arroba 138,74 14.243,66 124.405,94 Almeirão maço (150g) 0,20 310,00 140,00 Amendoim sc 25 Kg 50,60 1.220,00 20.060,00 Arroz sc 60 Kg 195,87 4.738,00 67.871,00 Banana ton 4,70 90,54 31.916,00 Batata doce cx 22 Kg 0,20 20,00 100,00 Beringela cx 15 Kg 3,01 5.960,00 16.915,00 Beterraba cx 25 Kg 0,02 16,00 320,00 Braquiária semente Kg 2,42 5.000,00 2.500,00 Café sc 40 Kg 165,47 4.625,79 201.362,55 Cana indústria ton 3,42 121,00 2.420,00 Cenoura cx 25 Kg 0,02 20,00 400,00 Coco anão ton 0,70 0,60 240,00 Couve-flor engrad. 12 Kg 5,00 160,00 48,00 Crotalária semente sc 50 Kg 31,62 126,00 869,80 Eucalipto spp Pés 3,00 7.736,00 - Feijão adzuki Kg 168,51 1.147,00 44.375,00 Feijão sc 60 Kg 553,20 5.011,00 188.412,00 Feijão de corda Kg 0,30 6.000,00 396,00 Feijão guandú semente sc 50 Kg 0,05 1,00 50,00 Goiaba indústria Kg 5,17 5.795,00 960,00 Goiaba mesa cx 3,5 Kg 2,50 5.280,00 15.430,00 Hortaliças diversas ton 0,02 1,03 1.740,00 Jiló cx 16 Kg 6,08 2.716,00 12.064,00 Laranja cx 40,8 Kg 10,82 8.780,00 46.280,00 Limão cx 40,8 Kg 21,07 3.825,00 12.171,50 Mamão formosa cx 21 Kg 0,80 200,00 1.200,00 Mamona sc 50 Kg 115,28 20.315,20 312.954,00 Mandioca indústria ton 366,22 4.990,90 293.975,50 Mandioca mesa cx 25 Kg 29,03 9.811,00 30.875,00 Manga cx 8 Kg 44,38 18.395,00 19.408,00 Maracujá azedo cx 16 Kg 2,80 690,00 3.870,00 Maxixe cx 20 Kg 7,13 870,00 7.710,00 Melancia ton 12,38 57,00 28.320,00 Milho sc 60 Kg 3.543,61 171.436,72 1.988.740,34 Morango cx 4 Kg 0,30 30,00 150,00 Pepino cx 25 Kg 4,48 3.430,00 30.211,00 Pimentão cx 12 Kg 3,42 2.662,00 5.954,00 Pinha cx 4 Kg 11,67 2.216,00 25.838,00 Ponkan cx 40,8 Kg 2,01 80,00 220,00 Quiabo cx 15 Kg 153,55 21.350,00 105.423,00 Repolho sc 30 Kg 0,83 1.105,00 3.890,00 Rúcula maço (150g) 0,10 150,00 90,00

Cultura - unidade Área total (ha) Produção Final

Valor Bruto da Produção (R$)

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Soja sc 60 Kg 295,56 11.897,00 200.286,10 Sorgo granífero da seca sc 60 Kg 2,42 - - Sorgo vassoura ton 9,41 16,62 7.786,00 Tomate cx. 25 kg 5,17 2.236,00 24.568,00 Vagem cx 17 Kg 1,12 390,00 4.120,00 Total geral 6.081,44 3.988.162,40 Fonte: ITESP, 2002.