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ESTUDO SOBRE A PSICOPATIA ENTRE OS ANOS DE 1992 A 2012: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Fernanda Miranda Cavalcante 1 Abraão Roberto Fonseca² RESUMO: Este artigo tem por objetivo investigar os estudos realizados sobre a psicopatia ao longo dos últimos dez anos, através de uma revisão bibliográfica com diversos autores que buscam conceituar o que é esta patologia, o método mais eficaz para a avaliação e a busca pelo tratamento. Foram coletados 8 (oito) artigos da fonte Scielo (Scientific Electronic Library) e 1 (um) artigo do bireme. Os artigos obedeceram aos critérios de serem publicados nacionalmente, nos últimos dez anos (2002-2012), e com o descritor psicopatia. Conclui-se que ao longo desses dez últimos anos ainda não se chegou a uma definição universal da psicopatia. Percebe- se que houve avanços quanto a sua concepção e o que se pode definir com a leitura da maioria dos autores é que as causas da psicopatia envolvem não só um aspecto, mas vários, como o biológico, o afetivo, o histórico, o ambiente. Palavras-Chave: Psicopatia. Revisão. Padrão comportamental. 2 INTRODUÇÃO Esta pesquisa teve por objetivo investigar os estudos realizados sobre a psicopatia ao longo dos últimos dez anos, através de uma revisão bibliográfica com diversos autores que buscam conceituar o que é esta patologia, o método mais eficaz para a avaliação e a busca pelo tratamento. No decorrer do trabalho será apresentado o conceito de psicopatia de acordo com o DSM-IV e outros autores. Dessa forma, Soeiro e Gonçalves (2010) afirmam ser a psicopatia uma das perturbações da personalidade mais investigadas, pois as ¹ Possui graduação em Psicologia - Faculdades Integradas de Cacoal (2011). Especialista em Psicologia Organizacional com ênfase em Gestão Estratégica de Pessoas – Faculdades Associadas de Ariquemes (FAAR) – 2014. ² Mestre em Psicologia: Teoria e Pesquisa do Comportamento - Universidade Federal do Pará (UFPA) (2010).

ESTUDO SOBRE A PSICOPATIA ENTRE OS ANOS DE 1992 A 2012: … Saberes... · 2018-06-28 · ESTUDO SOBRE A PSICOPATIA ENTRE OS ANOS DE 1992 A 2012: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Fernanda Miranda

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ESTUDO SOBRE A PSICOPATIA ENTRE OS ANOS DE 1992 A 2012: REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

Fernanda Miranda Cavalcante1 Abraão Roberto Fonseca²

RESUMO: Este artigo tem por objetivo investigar os estudos realizados sobre a psicopatia ao longo dos últimos dez anos, através de uma revisão bibliográfica com diversos autores que buscam conceituar o que é esta patologia, o método mais eficaz para a avaliação e a busca pelo tratamento. Foram coletados 8 (oito) artigos da fonte Scielo (Scientific Electronic Library) e 1 (um) artigo do bireme. Os artigos obedeceram aos critérios de serem publicados nacionalmente, nos últimos dez anos (2002-2012), e com o descritor psicopatia. Conclui-se que ao longo desses dez últimos anos ainda não se chegou a uma definição universal da psicopatia. Percebe-se que houve avanços quanto a sua concepção e o que se pode definir com a leitura da maioria dos autores é que as causas da psicopatia envolvem não só um aspecto, mas vários, como o biológico, o afetivo, o histórico, o ambiente.

Palavras-Chave: Psicopatia. Revisão. Padrão comportamental. 2

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa teve por objetivo investigar os estudos realizados sobre a

psicopatia ao longo dos últimos dez anos, através de uma revisão bibliográfica com

diversos autores que buscam conceituar o que é esta patologia, o método mais

eficaz para a avaliação e a busca pelo tratamento.

No decorrer do trabalho será apresentado o conceito de psicopatia de acordo

com o DSM-IV e outros autores. Dessa forma, Soeiro e Gonçalves (2010) afirmam

ser a psicopatia uma das perturbações da personalidade mais investigadas, pois as

¹ Possui graduação em Psicologia - Faculdades Integradas de Cacoal (2011). Especialista em

Psicologia Organizacional com ênfase em Gestão Estratégica de Pessoas – Faculdades Associadas de Ariquemes (FAAR) – 2014. ² Mestre em Psicologia: Teoria e Pesquisa do Comportamento - Universidade Federal do Pará (UFPA) (2010).

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2

consequências dos atos destes indivíduos afetam negativamente a população

convivente com os mesmos. Gonçalves (1999b apud Soeiro e Gonçalves, 2010) diz

que a psicopatia está relacionada diretamente com o conceito de “loucos” e

“criminosos”.

Cleckley é um dos autores que mais contribuíram para os estudos da

psicopatia, já que seus conceitos perduram até os dias de hoje, pois ele considera

que a principal característica para a psicopatia é a falta de empatia, o que

esclareceria o fato de altas condutas antissociais nestes indivíduos (SOEIRO E

GONÇALVES, 2010).

Nos estudos de Hare (1970 apud Soeiro e Gonçalves, 2010) percebe-se uma

influência dos trabalhos de Cleckley, pois pra ele o psicopata é alguém com total

falta de empatia, que não se preocupa com os outros, que manipulam os outros para

assim alcançar seus objetivos, sem cunho social, correspondem a desenvolvimento

pessoal. Eles ainda possuem uma cordialidade ilusória que faz com que os outros

acreditem nas suas boas intenções e na sua pureza.

Ainda para Hare (1980, 1991; Harpur, Hasktian e Hare, 1988; Hart, Hare e

Harpur, 1992 apud Soeiro e Gonçalves, 2010) o constructo de psicopatia é

compreendido através de dois fatores interrelacionados, o clínico que define a

“perturbação da personalidade” e o outro mais comportamental que diz sobre o estilo

de vida antissocial do psicopata, comportamentos estes que, em geral, não são

apreendidos em uma rotina clínica, mas observacionalmente podem ser detectados

e mensurados.

Assim, após várias investigações do termo psicopatia, percebe-se que houve

muitas influências para a concepção do mesmo de acordo com suas características,

o que fez com que se originasse mais de um constructo. Entretanto, mesmo com

várias definições, observa-se relativamente uma evolução em relação a este

constructo (GONÇALVES, 2000; SOEIRO, 2006 apud SOEIRO E GONÇALVES,

2010).

O trabalho teve como proposta apresentar o conceito de psicopatia, para que

assim possa conhecer a evolução que este conceito teve ao longo dos anos e se já

há indicativos de avaliação e tratamento eficaz.

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3

1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foram coletados 8 (oito) artigos da fonte Scielo (Scientific Electronic Library) e

1 (um) artigo do bireme.

Os artigos obedeceram aos critérios de serem publicados nacionalmente, nos

últimos dez anos (2002-2012), e com o descritor psicopatia.

2 ANÁLISE DOS DADOS

A partir da leitura dos documentos selecionados foi criado o Quadro I -

Seleção e Organização de Artigos, com os seguintes elementos: Ano/fonte; Título;

Autor; Objetivos; Metodologia e Resultados. Segue o quadro abaixo.

Quadro I Seleção e organização dos artigos

Ano/Fonte Autor Título Objetivos Metodologia Resultados

2006/Scielo. MORANA, H. CP;

STONE, M. H;

ABDALLA-FILHO,

E.

Transtornos

de

Personalidade,

Psicopatia e

Serial Killers.

Apresentar as

características

básicas dos

diversos

transtornos

específicos de

personalidade, mas

centrando-se no

transtorno de

personalidade

antissocial, fazendo

sua diferenciação

com psicopatia.

Revisão

Bibliográfica.

Enquanto o

transtorno de

personalidade

antissocial é um

diagnóstico

médico, pode-se

entender o termo

“psicopatia”,

pertencente à

esfera psiquiátrico-

forense, como um

“diagnóstico legal”.

Não se pode falar

ainda de

tratamento eficaz

para os chamados

“serial killers”.

2006/Scielo AMBIEL, R. A. M. Diagnóstico de

psicopatia: a

Apresentar o

manual escala

Revisão

Bibliográfica.

Em virtude da

importância social

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4

avaliação

psicológica no

âmbito judicial.

Hare PCL: critérios

para pontuação de

psicopatia –

revisados na

versão brasileira

por Hilda Morana.

que os

instrumentos de

avaliação

psicológica têm, a

disponibilização

desse instrumento

para os

profissionais das

áreas de psicologia

e psiquiatria

forense se faz de

grande utilidade

para avaliação da

personalidade de

criminosos, área

em que a

psicologia tem

tanto a contribuir e

a crescer.

2006/Bireme. SCHMITT, R;

PINTO, T. P;

GOMES, K. M;

QUEVEDO, J;

STEIN, A.

Personalidade

Psicopática

em uma

amostra de

adolescentes

infratores

brasileiros.

Comparar a

psicopatia, a

reincidência

criminal e a história

de maus-tratos

entre adolescentes

infratores versus a

vida e outros

adolescentes

infratores.

Estudo

transversal,

controlado,

utilizando a

escala Hare’s

Psychopathy

Checklist

Revised (PCL

– R) para

avaliação de

psicopatia em

uma amostra

de

adolescentes

cumprindo

medida

socioeducativa

em

decorrência da

prática de ato

infracional.

Os adolescentes

que cometeram

crimes contra a

vida apresentaram

prevalência de

psicopatia maior do

que outros

adolescentes

infratores – RP =

2,86 (IC95% 1,49 –

5,47). A

reincidência

criminal foi mais

prevalente entre os

adolescentes que

possuíam

psicopatia e

história de crimes

contra a vida – RP

= 2,96 (IC95% 1,32

– 6,60). O estudo

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5

não conseguiu

demonstrar

prevalência

significativa de

história de abuso

na infância entre os

adolescentes com

psicopatia em

comparação ao

grupo-controle –

RP = 0,88 (IC95%

0,66 – 1,15).

2009/Scielo. HAUCK FILHO, N;

TEIXEIRA, M. A.

P; DIAS, A. C. G.

Psicopatia: O

construto e

sua avaliação.

Revisão seletiva da

literatura da

psicopatia

enfocando algumas

dificuldades

relacionadas ao

conceito e sua

avaliação.

Revisão

Bibliográfica.

A psicopatia é

apresentada como

um construto

resultante de

décadas de

pesquisas clínicas

e empíricas cuja

possibilidade de

avaliação na

população geral se

justifica por sua

natureza

dimensional.

Argumenta-se que

a psicopatia e

Transtorno de

Personalidade

Antissocial são

construtos

diversos, embora

correlacionados.

2009/Scielo HENRIQUES, R.

P.

De H. Cleckley

ao DSM – IV –

TR: a

evolução do

conceito de

psicopatia

rumo à

Discutir os manuais

nosográficos CID –

10 e DSM – IV –

TR entre si quanto

aos critérios

diagnósticos

propostos para a

Revisão

Bibliográfica.

A psicopatia

certamente é uma

das anomalias da

personalidade que

apresenta

consequências

sociais mais

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6

medicalização

da

delinquência.

psicopatia,

assinalando as

consequências de

sua

operacionalização,

promovida,

sobretudo pelo

DSM.

graves, dadas as

condutas

antissociais dos

psicopatas,

associadas ao

delito e ao crime.

Nesse sentido,

pode-se questionar

se a medicalização

desta condição não

refletiria um esforço

do Estado

republicano de

reforçar o seu

controle por outros

meios, para além

daquele já exercido

pelo direito

positivo? Um misto

de psiquiatria e

Poder Judiciário,

tratamento e

punição,

certamente

mostrar-se-ia mais

eficaz em sua

função de controle

social desses

desviantes.

2010/Scielo. GOMES, C. C;

ALMEIDA, R. M.

M. DE.

Psicopatia em

Homens e

Mulheres

Discutir as

características da

psicopatia e de

forma específica,

buscar identificar

as diferenças

existentes entre os

sexos.

Revisão

Bibliográfica.

Esse transtorno ocorre tanto em homens quanto em mulheres, mas cada sexo apresenta peculiaridades, principalmente em relação à forma do comportamento manifesto. Os principais

norteadores desta

pesquisa foram à

violência e a

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7

criminalidade, que

sempre estiveram

presentes nas mais

diferentes

sociedades, mas

que, atualmente,

vem apresentando

ocorrências

progressivamente

mais numerosas.

Suas repercussões

atingem cada vez

mais o convívio

social. Quando a

psicopatia ocorre

em mulheres, a sua

identificação

parece ser mais

difícil, pois existem

diferenças na

apresentação

clínica dos

comportamentos

antissociais,

principalmente

quando se trata da

agressividade,

característica mais

visível e mais

presente nos

homens que nas

mulheres.

2011/Scielo. DAVOGLIO, T. R;

GAUER, G. J. C;

VASCONCELLOS,

S. J. L; LÜHRING,

G.

Medida

Interpessoal

de Psicopatia

(IM –P):

estudo

preliminar no

contexto

brasileiro.

Descrever

resultados

preliminares sobre

a investigação de

aspectos

interpessoais da

psicopatia

mediante a

Estudo

transversal,

descritivo e

correlacional.

Os resultados

estatísticos, obtidos

através do

coeficiente de

concordância de

Kendall, revelaram

grau de

concordância

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8

utilização da IM –

P, incluindo as

etapas de

tradução/adaptação

e avaliação de

confiabilidade

interavaliadores da

IM – P, em uma

amostra de

adolescentes

brasileiros.

interavaliadores

elevado e

satisfatório para os

escores totais da

IM – P (W = 0,84; p

< 0,001). Alguns

itens da escala que

apresentaram

resultados

discrepantes foram

discutidos e

avaliados

isoladamente.

2011/Scielo. NUNES, L. M. Sobre a

psicopatia e

sua avaliação.

Explorar as

variadas

abordagens ao

conceito de

psicopatia e

conciliar diferentes

pontos de vista,

visando à

apresentação de

uma proposta de

avaliação

integrada.

Revisão

Bibliográfica.

Poder-se-á

compreender

suficientemente o

sujeito, em uma

avaliação que

integre as

informações

fornecidas pela

vertente clínica,

sem perda dos

aspectos mais

objetivos facultados

pela análise

forense. Apenas

com essa

complementaridade

das duas análises,

a clínica e a

padronizada, se

poderá alcançar a

compreensão do

indivíduo portador

de psicopatia.

Para a análise pormenorizada dos resultados contidos no quadro anterior, foi

criado o Quadro II – Análise de Artigos por Categorias, com os seguintes elementos:

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9

Categoria; Subcategoria; Pesquisa/autor/ano; Resultados e Discussão. Segue o

quadro abaixo.

Quadro de análise dos artigos por categorias

Categoria 1 – Explicação Intrínseca – Biológica Pesquisa / Autor / Ano Resultados Discussão Psicopatia em homens e mulheres. GOMES, C. C; ALMEIDA, R. M. M. DE. 2010.

Esse transtorno ocorre tanto em homens quanto em mulheres, mas cada sexo apresenta peculiaridades, principalmente em relação à forma do comportamento manifesto. Os principais norteadores desta pesquisa foram à violência e a criminalidade, que sempre estiveram presentes nas mais diferentes sociedades, mas que, atualmente, vem apresentando ocorrências progressivamente mais numerosas. Suas repercussões atingem cada vez mais o convívio social. Quando a psicopatia ocorre em mulheres, a sua identificação parece ser mais difícil, pois existem diferenças na apresentação clínica dos comportamentos antissociais, principalmente quando se trata da agressividade, característica mais visível e mais presente nos homens que nas mulheres.

Transtornos de Personalidade, Psicopatia e Serial Killers. MORANA, H. CP; STONE, M. H; ABDALLA-FILHO, E. 2006.

Enquanto o transtorno de personalidade antissocial é um diagnóstico médico, pode-se entender o termo “psicopatia”, pertencente à esfera psiquiátrico-forense, como um “diagnóstico legal”. Não se pode falar ainda de tratamento eficaz para os chamados “serial killers”.

Categoria 1 – Explicação Intrínseca – Inconsciente Pesquisa / Autor / Ano Resultados Discussão Personalidade psicopática em uma amostra de adolescentes infratores brasileiros. SCHMITT, R; PINTO, T. P; GOMES, K. M; QUEVEDO, J; STEIN, A. 2006.

Os adolescentes que cometeram crimes contra a vida apresentaram prevalência de psicopatia maior do que outros adolescentes infratores – RP = 2,86 (IC95% 1,49 – 5,47). A reincidência criminal foi mais prevalente entre os adolescentes que possuíam psicopatia e história de crimes contra a vida – RP = 2,96 (IC95% 1,32 – 6,60). O estudo não conseguiu demonstrar prevalência significativa de história de abuso na infância entre os adolescentes com psicopatia em comparação ao grupo-controle – RP = 0,88 (IC95% 0,66 – 1,15).

De H. Cleckley ao DSM – IV – TR: a evolução do conceito de psicopatia rumo à medicalização da delinquência. HENRIQUES, R. P. 2009.

A psicopatia certamente é uma das anomalias da personalidade que apresenta conseqüências sociais mais graves, dadas as condutas antissociais dos psicopatas, associadas ao delito e ao crime. Nesse sentido, pode-se questionar se a medicalização desta condição não refletiria um esforço do Estado republicano de reforçar o seu controle por outros meios, para além daquele já exercido pelo direito positivo? Um misto de psiquiatria e Poder Judiciário, tratamento e punição, certamente mostrar-se-

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10

ia mais eficaz em sua função de controle social desses desviantes.

Psicopatia: O Construto e sua Avaliação. HAUCK FILHO, N; TEIXEIRA, M. A. P; DIAS, A. C. G. 2009.

A psicopatia é apresentada como um construto resultante de décadas de pesquisas clínicas e empíricas cuja possibilidade de avaliação na população geral se justifica por sua natureza dimensional. Argumenta-se que a psicopatia e Transtorno de Personalidade Antissocial são construtos diversos, embora correlacionados.

Categoria 2 – Explicação Extrínseca – Histórico Pesquisa / Autor / Ano Resultados Discussão Sobre a Psicopatia e sua Avaliação. NUNES, L. M. 2011.

Poder-se-á compreender suficientemente o sujeito, em uma avaliação que integre as informações fornecidas pela vertente clínica, sem perda dos aspectos mais objetivos facultados pela análise forense. Apenas com essa complementaridade das duas análises, a clínica e a padronizada, se poderá alcançar a compreensão do indivíduo portador de psicopatia.

Categoria 2 – Explicação Extrínseca – Interpessoal Pesquisa / Autor / Ano Resultados Discussão Medida Interpessoal de Psicopatia (IM – P): estudo preliminar no contexto brasileiro. DAVOGLIO, T. R; GAUER, G. J. C; VASCONCELLOS, S. J. L; LÜHRING, G. 2011.

Os resultados estatísticos, obtidos através do coeficiente de concordância de Kendall, revelaram grau de concordância interavaliadores elevado e satisfatório para os escores totais da IM – P (W = 0,84; p < 0,001). Alguns itens da escala que apresentaram resultados discrepantes foram discutidos e avaliados isoladamente.

Diagnóstico de Psicopatia: A Avaliação Psicológica no Âmbito Judicial. AMBIEL, R. A. M. 2006.

Em virtude da importância social que os instrumentos de avaliação psicológica têm, a disponibilização desse instrumento para os profissionais das áreas de psicologia e psiquiatria forense se faz de grande utilidade para avaliação da personalidade de criminosos, área em que a psicologia tem tanto a contribuir e a crescer.

A coluna ‘Discussão’ deste quadro será desenvolvida de forma detalhada na

seção Resultados e Discussão.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao analisar os artigos e de acordo com os seus significados, encontraram-se

as seguintes categorias que serão apresentadas de acordo com a categorização e

seus argumentos apresentados a seguir.

Em relação à categoria explicação intrínseca – biológica

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11

Como resultado, observa-se que os ditos psicopatas demonstraram indícios

de traços psicopáticos, iniciando-se na infância e alcançando os 18 anos, durante

este tempo os indicativos são nomeados como transtorno de conduta, pois não se

deve diagnosticar a psicopatia antes dos 18 anos. (DSM – IV, 2002). Esses dados

comprovam o que o Manual da APA (2002; KAPLAN; SADOCK; GREBB, 2003 apud

GOMES E ALMEIDA 2010) diz sobre estes desvios, que vão se estruturando ao

longo da infância. Na maior parte das vezes alguns dos sinais podem ser analisados

na infância e na adolescência, através de condutas agressivas, que durante esta

fase é caracterizado como transtornos de conduta.

Ao caracterizar a categoria como uma das explicações da psicopatia a

condição intrínseca, caracterizada como biológica Gomes e Almeida (2010)

confirmam os dados dizendo que a psicopatia é uma condição mental patológica,

que se caracteriza por desvios, especialmente, de “caráter que desencadeiam

comportamentos antissociais”. Além destes estudos, Brenan e Raine (1997; YANG

et. al., 2005 apud GOMES e ALMEIDA, 2010) encontraram uma ligação entre

“lesões pré-frontais e comportamentos impulsivos, agressividade e inadequação

social”.O que permite afirmar que esses comportamentos são característicos dos

ditos psicopatas. Um exemplo desta situação é quando um indivíduo se mostra

dentro dos padrões considerados normais e após o acidente corrompendo o córtex

começa a demonstrar inadequação social (DEL–BEM, 2005 apud GOMES E

ALMEIDA, 2010). Contudo, de acordo com esta pesquisa percebe-se que a

psicopatia se apresenta em uma explicação extrínseca e biológica ao mesmo tempo.

Desta forma, pode-se dizer que há um “componente cerebral” submergido as

condutas dos psicopatas (RAINE et al., 1994; SOUZA et al., 2008 apud GOMES E

ALMEIDA, 2010).

Ainda contextualizando a psicopatia como um dos fatores de suas causas, a

biologia, em um estudo realizado com a neuroimagem e com o objetivo de entender

quais os fatores cerebrais estariam envolvidos com a psicopatia, obteve como

resultado a redução da “matéria cinzenta na região pré-frontal”, uma redução do

“volume do hipocampo posterior” e um acréscimo da “matéria branca do corpo

caloso”, pendências estas, que segundo os autores facilitaram a manifestação de

condutas mais agressivas (MOLL; ESLINGER; SOUZA, 2001; PRIDMORE;

CHAMBERS; MC ARTHUR, 2005 apud GOMES E ALMEIDA, 2010).

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12

Há uma condição biologicamente comum relacionada às pré- disposições dos

comportamentos dos psicopatas, isso explicaria o fato de serem extrovertidos,

impulsivos e caçadores de emoções, demonstrando um sistema nervoso

relativamente indiferente a baixos níveis de estímulos (EYSENCK E

GUDJOHNSSON, 1989 apud MORANA, STONE, ABDALLA-FILHO, 2006), como

não há determinação experimental ou informação acerca de acidentes que levaram

ao lesionamento ou aumento de uma determinada região do cérebro, pode-se

considerar os estudos acima como de base intrínseca e biológica.

Em relação à categoria explicação intrínseca - inconsciente

A categoria explana um conceito de psicopatia em que o ambiente não faz

parte da constituição de tal transtorno. Assim, estudos propõem que a psicopatia

surge já na infância, de forma que independe do ambiente o qual o indivíduo está

inserido (WOOTTON et al., 1997; STEVENSON E GOODMAN, 2001 apud

SCHMITT, PINTO, GOMES, QUEVEDO E STEIN, 2006).

Ao analisar o conceito dos “maníacos instintivos”, descrito por Morel (1860)

percebe-se que há uma semelhança com o conceito da psicopatia moderna, de

forma que ele considera que as tendências inatas voltadas para o mal fizeram com

que este autor designasse do ponto de vista da medicina legal, o nome de maníacos

instintivos (MOREL, 1860 apud HENRIQUES, 2009).

Outro autor importante para a constituição do conceito da psicopatia foi Pinel

(1801), que criou o termo “mania sem delírio” que descrevia comportamentos de

alguns pacientes que se envolviam em violência severas tanto para com os outros,

como para si mesmo, assim, compreendiam perfeitamente o caráter irracional de

suas atitudes e dessa forma não podiam ser delirantes (ARRIGO E SHIPLEY, 2001

apud HAUCK FILHO, TEIXEIRA E DIAS, 2009). Pode-se refletir com este argumento

até onde os atos dos psicopatas são considerados conscientes e até onde atuam de

maneira inconsciente, pois eles possuem a noção do que está fazendo, mas não

possuem a capacidade de impedir suas ações.

Em relação à categoria explicação extrínseca - histórica

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13

Esta categoria se baseia na explicação de que a psicopatia possui também

como base o aspecto extrínseco, que decorrerá da história de vida do indivíduo.

Assim, um dos fatores a ser considerados no diagnóstico para a psicopatia é em

relação “às dinâmicas familiares” (HOEVE et al., 2008 apud NUNES, 2011). É certo

afirmar que há o predomínio das características individuais do sujeito, mas

principalmente aquelas relacionadas ao padrão relacional do sujeito, o baixo lado

afetivo e emocional, e os seus costumes (NUNES, 2011).

Em relação à avaliação da psicopatia é importante dar uma atenção especial

às informações que permitem acessar a história de vida do indivíduo. O fato é que a

história de vida do sujeito vai interferir na manifestação de comportamentos

problemáticos e no desenvolvimento de distúrbios, como a psicopatia (NUNES,

2011).

Tratando-se ainda da avaliação da psicopatia, em termos clínicos, a

anamnese é uma ferramenta indispensável para fornecer os dados sobre a história

de vida do sujeito, o seu desenvolvimento, os problemas os quais ele enfrentou, a

história de saúde mental do mesmo e familiar, a maneira como enfrentou as diversas

fases de desenvolvimento e como foram superadas (ABDALLA-FILHO, 2004a apud

NUNES, 2011). Com esta afirmação dos autores, percebe-se que o histórico de vida

do sujeito influencia em muito na constituição do quadro da psicopatia.

Em relação à categoria explicação extrínseca - interpessoal

Ao tentar compreender as faces da psicopatia deve-se levar em consideração

também o aspecto interpessoal, como se dá a interação do indivíduo com psicopatia

com os demais sujeitos. Dessa forma, Kosson, Forth, Kirkhart (1997 apud

DAVOGLIO, GAUER, VASCONCELLOS, LÜHRING, 2011) expõe que o ponto

principal deste transtorno se revela fundamentalmente nas relações interpessoais

disfuncionais. A conduta interpessoal é um ponto essencial na descrição e no

diagnóstico de todas as perturbações da personalidade (DSM – IV, 2002 apud

DAVOGLIO et al., 2011), inclusive a psicopatia (KOSSON et al., apud DAVOGLIO et

al., 2011).

O psicopata apresenta um estilo interpessoal trapaceiro, audacioso,

desinibido, egoísta e de autoengrandecimento, fazendo com que ele minta, engane

e manipule com facilidade os outros (HARE, 2003 apud DAVOGLIO et al., 2011).

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Referindo-se a avaliação, a observação direta da conduta interpessoal

(BORNSTEIN, 2003 apud DAVOGLIO et al., 2011) é assinalada como um ponto

importante na investigação dos transtornos de personalidade. A observação e

assimilação dos comportamentos em ocasiões acentuadas para o funcionamento

interpessoal adaptável pode contribuir para a compreensão das dificuldades

interpessoais que se reproduzem e que mantém estes transtornos (LEISING,

SPORBERG, REHBEIN, 2006 apud DAVOGLIO et al., 2011). Assim, é possível

fazer induções sobre a personalidade fundamentando-se na conduta interpessoal de

uma pessoa perante a observação de sua interação com os outros (KOSSON, et al.,

1997 apud DAVOGLIO, et al., 2011).

Já para Ambiel (2006), a psicopatia é recentemente percebida pelo meio

jurídico como uma série de traços ou alterações de comportamentos em indivíduos

com pré-disposição ativa nas condutas, as quais pode-se citar “avidez por estímulos,

delinquência juvenil”, comportamentos impulsivos, “reincidência juvenil, entre

outros”.

Em resposta ao segundo objetivo específico do trabalho os instrumentos

encontrados validados para o diagnóstico da psicopatia são o IM – P (Medida

Interpessoal de Psicopatia), e o PCL – R (Hare Psychopathy Checklist Revised),

recentemente validada no Brasil por Morana, nas suas diversas versões. Com os

adolescentes é utilizado o PCL: YV (Hare Psychopathy Checklist – Youth Version),

recentemente validada no Brasil por Morana (DAVOGLIO, et al., 2011).

Já em relação ao terceiro objetivo do trabalho, tratando-se do tratamento,

existe alguma evidência que sugere que os indivíduos que preenchem os critérios

para o diagnóstico de psicopatia não podem ser tratados por qualquer tipo de terapia

existente atualmente. O egoísmo e a aversão pela psiquiatria unicamente

atrapalham muito o tratamento (HARE, 1993 apud MORANA, STONE E ABDALLA-

FILHO, 2006).

Várias formas de intervenção psicoterápica estão sendo desenvolvidas. Os

melhores efeitos surgem naqueles tratamentos que propõe os sintomas específicos,

a terapia comportamental dialética está sendo internacionalmente reconhecida por

sua eficácia em Transtorno de Personalidade. A terapia cognitiva-comportamental

pode ser benéfica, mas ainda são precários os estudos que dedicam atenção a essa

modalidade terapêutica aplicada ao Transtorno de Personalidade (BECK,

FREEMAN, 1990 apud MORANA et. al., 2006).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que ao longo desses dez últimos anos ainda não se chegou a uma

definição universal da psicopatia. Percebe-se que houve avanços quanto a sua

concepção e o que se pode definir com a leitura da maioria dos autores é que as

causas da psicopatia envolvem não só um aspecto, mas vários, como o biológico, o

afetivo, o histórico, o ambiente. Esses foram os aspectos mais próximos para tentar

explicar todos os comportamentos destes indivíduos.

Ao investigar os sintomas da psicopatia, analisando todos estes autores,

chega-se ao consenso de que a psicopatia é compreendida como uma patologia que

apresenta uma série de comportamentos inadequados socialmente, sendo que suas

principais características são falta de empatia, remorso, falsidade, comportamento

mentiroso, manipulador, entre outros.

Os estudos de Hare e Cleckley são os mais conceitualmente reconhecidos

por terem abrangido os maiores sintomas da psicopatia. Percebe-se isso na leitura

dos outros textos que os citam como os precursores desta temática.

Quanto aos instrumentos, ainda são poucos os que podem ser utilizados no

diagnóstico, já que devem ser validados.

Em relação ao tratamento, ainda não se pode falar em um tratamento eficaz

para a psicopatia, pois os mesmos não respondem ao tratamento, desconsiderando

o processo terapêutico.

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