Estudo Turismo No Brasil 2011-2014

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    MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHONACIONAL DE TURISMO

    CONSELHO NACIONAL DE TURISMO

    FRUM NACIONAL DE SECRETRIOS EDIRIGENTES ESTADUAIS DE TURISMO

    APRESENTAO

    DIAGNSTICO

    1.1 Ambiente Econmico

    1.1.1 Ambiente Econmico Internacional

    1.1.2 Ambiente Econmico Nacional

    1.2 Turismo no Contexto Internacional

    1.3 Turismo no Brasil

    1.3.1 Mercado de Trabalho - Gerao de Emprego e Renda

    1.3.2 Mercado Interno - Fluxos Tursticos Domsticos1.3.3 Mercado Externo - Entrada de Divisas Estrangeiras

    1.3.4 Prestadores de Servios Tursticos

    1.3.5 Resultados Registrados pela Iniciativa Privada

    1.3.6 Oramento, Crdito e Investimentos

    1.3.7 Copa do Mundo e Compromissos Assumidos

    1.4 Situao Atual por Eixo Temtico

    1

    SUMRIO

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    CENRIOS E PROJEES

    2.1 Metodologia

    2.2 Premissas

    2.2.1 Condicionantes Externos

    2.2.1 Condicionantes Internos

    2.2.3 Hipteses das Premissas

    2.3 Cenrios

    2.3.1 Crescimento Acelerado com Ganhos de Competitividade

    2.3.2 Crescimento Moderado com Pequenos Ganhos de Competitividade

    2.3.3 Crescimento Inercial com Problemas de Competitividade

    PROPOSIES

    3.1 Planejamento e Gesto

    3.2 Informao

    3.3 Estruturao da Oferta Turstica3.4 Fomento

    3.5 Qualificao

    3.6 Infraestrutura

    3.7 Logstica de Transportes

    3.8 Promoo e Apoio Comercializao

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    FICHA TCNICA

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    Mensagem do Presidentedo Conselho Nacional

    de Turismo

    O Turismo vem apresentando resultados positivos nos ltimos anos e a atividade se consolidando

    no Pas como um importante vetor de desenvolvimento socioeconmico. N o obstante os impactos

    da crise financeira internacional, a expectativa para 2010 de otimismo, com um esperado aumen-to de faturamento, conforme Pesquisa Anual de Conjuntura Econmica realizada pela Fundao

    Getulio Vargas. Neste cenrio, a realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA, em 2014, e dos Jogos

    Olmpicos, no Rio de Janeiro, em 2016, constituem oportunidades para o Turismo nacional e para

    a imagem do Brasil no exterior. Estes eventos impem desafios importantes a serem enfrentados

    para que os investimentos pblicos e privados consolidem um legado para toda a populao.

    A Gesto Descentralizada do Turismo que tem permitido a obteno dos bons resultados nos lti-

    mos anos, sinaliza para uma ampla perspectiva de interlocuo para o enfrentamento dos desafios

    relacionados realizao dos grandes eventos citados. O Pas possui hoje uma rede de gesto des-

    centralizada e compartilhada do Turismo, que envolve o Governo Federal, os governos estaduais

    e municipais, o setor privado e as organizaes representativas da sociedade civil, que vem se or-

    ganizando para a implementao das polticas de Turismo nas diversas esferas de gesto. O Con-selho Nacional de Turismo e o Frum Nacional de Secretrios e Dirigentes Estaduais de Turismo, em

    permanente articulao com o Ministrio do Turismo, constituem instncias fundamentais neste

    processo de interlocuo no mbito nacional.

    A elaborao do Plano Nacional de Turismo em 2003 e em 2007 se deu no contexto desta proposta e

    a sua implementao vem sendo realizada com o acompanhamento desta rede de gesto integrada

    pelas instncias governamentais e pelos diversos colegiados nos mbitos nacional, estaduais, mu-

    nicipais, regionais e macrorregionais.

    neste contexto que foi elaborado o Documento Referencial Turismo no Brasil 2011/2014. As anli-

    ses, as reflexes, as projees e as proposies que integram o documento so fruto desse trabalho

    coletivo e traduzem as expectativas da diversidade de atores que integram e so impactados pelosetor, numa leitura que se sobrepe a governos e partidos.

    Trata-se, neste sentido, de um documento que consolida o pensamento das principais lideranas do

    Turismo no Brasil, constituindo uma referncia fundamental para o debate sobre as perspectivas

    de desenvolvimento da atividade, para a formulao de polticas pblicas e para os investimentos

    privados e a ao empresarial.

    Luiz Eduardo P. Barretto Filho

    Ministro de Estado do Turismo e

    Presidente do Conselho Nacional de Turismo

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    Conselho Nacionalde Turismo

    ABAV- Associao Brasileira deAgncias de Viagens

    ABBTUR - Associao Brasileirade Bacharis em Turismo

    ABCMI - Associao Brasileirade Clubes da Melhor Idade

    ABEOC- Associao Brasileirade Empresas de Eventos

    ABETA - Associao Brasileira dasEmpresas de Ecoturismo eTurismo de Aventura

    ABETAR - Associao Brasileiradas Empresas de Transportes

    Areo Regional

    ABIH - Associao Brasileira daIndstria de Hotis

    ABLA- Associao Brasileira dasLocadoras de Automveis

    ABOTtC- Associao Brasileiradas Operadoras de TrensTursticos Culturais

    ABR- Associao Brasileira deResorts

    ABRACAMPING- Associao

    Brasileira de Campismo

    ABRACCEF- Associao Brasileirade Centros de Convenes e Feiras

    ABRAJET - Associao Brasileirade Jornalistas de Turismo

    ABRASEL - Associao Brasileirade Bares e Restaurantes

    ABRASTUR - Associao Brasileirade Cooperativas e Clubes deTurismo Social

    Carlos Alberto AmorimFerreira

    Tnia Guimares Omena

    Genilda Cordeiro Baroni

    Myrna Aquila CorraHomem de Carvalho

    Jean-Claude Razel

    Apstole LazaroChryssafidis

    lvaro Brito Bezerra deMello

    Jos Adriano Donzelli

    Svio Lus FerreiraNeves Filho

    Rubens Augusto Rgis

    Luiz Edgar

    Pereira TostesMargareth Sobrinho

    Pizzatto

    Cludio MagnavitaCastro

    Paulo Solmucci Jnior

    Paulo de Brito Freitas

    Joo Quirino Jnior

    Rosana Barbosa Lima

    Decy Brum Vignoli deCacioli

    Maria Elisa Ordonesde Oliveira

    Gustavo Fraga Timo

    Renato Pascowitch

    Nelson Baeta Neves

    Alberto de CamargoVidigal

    Adonai AiresArruda Filho

    Ricardo Domingues

    Luiz Antnio Pinto

    Matheus

    Altamir Passos Batista

    Ricardo Guerra

    Fernando Cabral

    Luiz Carlos Nunes

    ENTIDADE TITULAR SUPLENTE

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 3

    ABRATURR- Associao Brasileirade Turismo Rural

    ABREMAR - Associao Brasileirade Representantes de EmpresasMartimas

    ABRESI-Associao Brasileira deGastronomia, Hospitalidade eTurismo

    AMPRO - Associao de MarketingPromocional

    ANAC - Agncia Nacional deAviao Civil

    ANSEDITUR - Associao Nacionaldos Secretrios e Dirigentes deTurismo das Capitais e DestinosIndutores

    ANTTUR - Associao Nacionalde Transportadores de Turismo,Fretamento e Agncias deViagens que Operam com VeculosPrprios

    Banco da Amaznia S.A.

    B.B - Banco do Brasil S.A.

    BITO - Associao Brasileira deTurismo Receptivo Internacional

    BNB - Banco do Nordeste do BrasilS.A.

    BNDES - Banco Nacional deDesenvolvimento Econmico eSocial

    BRAZTOA - Associao Brasileiradas Operadoras de Turismo

    CAIXA - Caixa Econmica FederalCasa Civil da Presidncia daRepblica

    CBC&VB - Confederao Brasileirade Convention & Visitors Bureaux

    CNC - Confederao Nacionaldo Comrcio de Bens, Servios eTurismo

    CNM - Confederao Nacional dosMunicpios

    Francisco deAndrade Garcez

    Ricardo Costa Nevesdo Amaral

    Estanislau EmlioBresolin

    Elza Tsumori

    Jos Carlos Ferreira

    Marco AntonioCastello Branco

    Martinho F. de Moura

    Abidias Jos de S. Jr.

    Srgio Ricardo M. Nazar

    Salvador Saladino

    Roberto Smith

    Luciane FernandesGorgulho

    Jos Eduardo Barbosa

    Fbio Lenza

    Sheila Ribeiro Ferreira

    Joo Luiz dos SantosMoreira

    Antnio Oliveira Santos

    Paulo Roberto Ziulkoski

    Sebastio CarlosGonalves Carias

    Andr de MoraesPousada

    Paulo Csar Pedrosa

    Jos Gaspar Brando

    Leonardo Borba Neira

    Luiz FernandoSchreiner Moraes

    Emerson Imbronizio

    Evandro Bessa deLima Filho

    Delano Valentimde Andrade

    Vera Joppert da Silva

    Jos Sydrio deAlencar Jnior

    Marcus ViniciusMacedo Alves

    Jos Zuquim

    Mrio Ferreira Neto

    Vincius Teixeira Sucena

    Paulo CsarBoechat Lemos

    Eraldo Alves da Cruz

    Igncio Jos Kornowski

    Cont.

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    CNTur - Confederao Nacional doTurismo

    CONTRATUH- ConfederaoNacional dos Trabalhadores emTurismo e Hospitalidade

    EMBRATUR - Instituto Brasileirode Turismo

    FBAJ - Federao Brasileira dosAlbergues da Juventude

    FENACTUR - Federao Nacionalde Turismo

    FENAGTUR - Federao Nacionaldos Guias de Turismo

    FNHRBS - Federao Nacionalde Hotis, Restaurantes, Bares eSimilares

    FOHB - Frum de OperadoresHoteleiros do Brasil

    FORNATUR - Frum Nacional dosSecretrios e Dirigentes Estaduaisde Turismo

    Frum Nacional dos CursosSuperiores de Turismo e Hotelaria

    INFRAERO - Empresa Brasileira deInfraestrutura Aeroporturia

    Ministrio da Defesa

    Ministrio do DesenvolvimentoAgrrio

    Ministrio do Desenvolvimento,Indstria e Comrcio Exterior

    Ministrio da Fazenda

    Ministrio da Integrao Nacional

    Ministrio da Cultura

    Ministrio da Justia

    Ministrio do Meio Ambiente

    Ministrio do Planejamento,Oramento e Gesto

    Ministrio das Relaes Exteriores

    Ministrio dos Transportes

    Nelson de Abreu Pinto

    Moacyr Roberto TeschAuersvald

    Jeanine Pires

    Carlos Augusto SilveiraAlves

    Michel Tuma Ness

    Cristina Baumgarten

    Norton Luiz Lenhart

    Rafael Guaspari

    Nilde Clara de SouzaBenites Brun

    Jurema MrciaD. da Silva

    Murilo Marques Barboza

    Fernando AntnioRibeiro Soares

    Arnoldo Anacleto deCampos

    Edson Lupatini Jnior

    Hbrida V. Moreira Fam

    Mrcia Regina S. Damo

    Adair Leonardo Rocha

    Inajara Ferreira

    Egon Krakhecke

    Bruno Csar Grosside Souza

    Norton A. Mello Rapesta

    Luiz Csar Brando Maia

    Carlos Alberto de S

    Maria RosalinaBarbosa Gonalves

    Fbio Manzini Camargo

    Maria Jos Giaretta

    Raimundo FonteneleMelo

    Luiz AugustoNascimento

    Alexandre Sampaiode Abreu

    Cyro Fidalgo

    Silvio Costa Filho

    Geraldo Moreira Neves

    Carlos EduardoPereira Duarte

    Bruna Neiva Gama

    Maurcio Lucena do Val

    Amazico Jos Rosa

    Morganna MendesPedroza de OliveiraMrcia Gensia de

    SantAnna

    Ricardo Morishita Wada

    Allan Milhomens

    Flvio Marclio M. Sapha

    Sabrina F. de Assis Vabo

    Cont.

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 5

    Ministrio do Trabalho e Emprego

    Ministrio do Turismo

    SEBRAE - Servio Brasileiro deApoio s Micro e Pequenas Empresas

    SENAC- Servio Nacional deAprendizagem Comercial

    Secretaria Especial de Portos

    SINDEPAT- Sindicato Nacional deParques e Atraes Tursticas

    SNEA - Sindicato Nacional dasEmpresas Aerovirias

    SUFRAMA- Superintendncia daZona Franca de Manaus

    UBRAFE - Unio Brasileira dosPromotores de Feiras

    Indicao da Presidncia daRepblica

    Indicao da Presidncia daRepblica

    Ezequiel S. do Nascimento

    Luiz Eduardo PereiraBarretto Filho

    Carlos Albertodos Santos

    Sidney da Silva Cunha

    Jorge Luiz de Mello

    Alain Jean PierreBaldacci

    Jos Mrcio MonsoMollo

    Ana Maria Oliveira deSouza

    Armando Arruda Pereirade Campos Mello

    Guilherme Paulus

    Mrio Carlos Beni

    Carlo Roberto Simi

    Mario Augusto LopesMoyses

    Jos Ricardo MendesGuedes

    Antnio HenriqueBorges de Paula

    Antnio Maurcio F. Netto

    Armando Pereira Filho

    Flavio Schegerin Ribeiro

    Izabela Figueira Benoliel

    Drcio Bertocco

    Cont.

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    Frum Nacional deSecretrios e Dirigentes

    Estaduais de Turismo

    Secretaria de Estado de Esporte,Turismo e Lazer do Acre

    Empresa Estadual de Turismo doAmazonas - Amazonastur

    Secretaria de Estado do Turismo doAmap

    Companhia Paraense de Turismo -Paratur

    Superintendncia Estadual de Turismode Rondnia

    Secretaria de DesenvolvimentoEconmico de Roraima

    Agncia de Desenvolvimento Tursticodo Estado de Tocantins

    Secretaria de Turismo do Estado deAlagoas

    Secretaria de Turismo do Estado daBahia

    Secretaria do Turismo do Estado doCear

    Secretaria de Estado do Turismo doMaranho

    Secretaria de Turismo eDesenvolvimento Econmico doEstado da Paraba

    Secretaria de Turismo de Pernambuco

    Secretaria de Turismo do Estado doPiau

    Secretaria de Estado do Turismo doRio Grande do Norte

    Cassiano Marques de Oliveira

    Oreni Camplo Braga da Silva

    Ana Clia Melo Brazo do Nascimento

    Luiz Antnio da Silva Souto

    Thais Pereira Vargas

    Aroldo Amora dos Santos

    Wylkson Gomes de Sousa

    Danielle Novis

    Antnio Carlos Tramm

    Bismarck Pinheiro Maia

    Tadeu Palcio

    Mrcio Diego Tavares de Albuquerque

    Paulo Cmara

    Slvio Roberto Costa Leite

    Mcio Gurgel de S

    RGO ESTADUAL DE TURISMO TITULAR

    6 |

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 7

    Secretaria de Estado doDesenvolvimento Econmico, daCincia e Tecnologia e do Turismo deSergipe

    Empresa Brasiliense de Turismo -BrasiliaTur

    Gois Turismo - Agncia Estadual deTurismo

    Fundao de Turismo de Mato Grossodo Sul - Fundtur/MS

    Secretaria de Desenvolvimento doTurismo do Mato Grosso

    Secretaria de Estado de Turismo doEsprito Santo

    Secretaria de Estado do Turismo deMinas Gerais

    Secretaria de Estado de Turismo,Esporte e Lazer do Rio de Janeiro

    Secretaria de Esporte, Lazer e Turismode So Paulo

    Secretaria de Estado do Turismo doParan

    Secretaria de Estado do Turismo,Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul

    Secretaria de Estado da Cultura,Turismo e Esporte de Santa Catarina

    Jorge Santana de Oliveira

    Joo Oliveira

    Durval Fernandes Mota

    Nilde Clara de Souza Benites Brun

    Vanice Marques

    Joo Felcio Scardua

    rica Campos Drumond

    Mrcia Beatriz Lins Izidoro

    Flvio Brizida

    Celso de Souza Caron

    Jos Heitor de Souza Goularte

    Valdir Walendowsky

    Cont.

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    Apresentao

    A elaborao do Documento Referencial Turismo no Brasil 2011/2014 d incio a um pro-

    cesso de reflexo sobre as perspectivas de desenvolvimento do Turismo brasileiro para

    os prximos anos. Consolida a ao conjunta do Ministrio do Turismo, do Conselho Na-

    cional de Turismo e do Frum Nacional de Secretrios e Dirigentes Estaduais de Turismo,

    tal como ocorreu na elaborao da primeira verso do Documento Referencial em 2006, e

    constitui importante subsdio para a reviso do Plano Nacional de Turismo.

    O desenvolvimento deste documento se d no mbito da Gesto Descentralizada e Com-

    partilhada do Turismo, que vem norteando o processo de implementao da Poltica Na-

    cional de Turismo, no qual os setores governamentais e as representaes da sociedade

    civil interagem num processo permanente de discusso e atuao, alinhando objetivos e

    potencializando os resultados do desenvolvimento da atividade no Pas.

    No momento atual, que antecede a eleio peridica dos gestores nas esferas estadual

    e federal, e que a realizao da Copa do Mundo de Futebol constituir um importantemarco para o desenvolvimento da atividade no Pas, ao mesmo tempo em que impe um

    desafio cujo enfrentamento deve-se dar de forma articulada, verifica-se a necessidade

    de elaborar um documento que formalize as conquistas, desafios e expectativas do se-

    tor, que sirva de marco de passagem e de ponto de partida para os futuros atores deste

    processo.

    O objetivo deste trabalho sobrepor-se s questes poltico-partidrias, por ser a ex-

    presso de um frum democrtico e representativo, cuja funo garantir a continuidade

    das conquistas obtidas e buscar o aprofundamento e aprimoramento das polticas e pro-

    gramas para o desenvolvimento do Turismo no Brasil.

    O presente documento est estruturado em trs partes principais:

    (i) Diagnstico,

    (ii) Cenrios e Projees e

    (iii) Proposies.

    O Diagnstico faz a anlise do desenvolvimento da atividade nos ltimos anos, inician-

    do por uma contextualizao do ambiente econmico, uma avaliao das perspectivas

    de evoluo do Turismo no contexto internacional, e um retrato do Turismo no Brasil,

    8 |

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 9

    construdo com base na apresentao dos principais resultados registrados. Conclui com

    uma anlise dos principais desafios, organizados por eixos temticos que sistematizam

    e problematizam as principais questes relacionadas ao desenvolvimento da atividade

    no Pas. A elaborao do Diagnstico constitui uma etapa fundamental do processo de

    reflexo sobre o futuro, indicando as potencialidades e os entraves que devem ser con-

    siderados, por meio de uma ao articulada entre os setores governamentais relaciona-

    dos atividade e os setores de mercado envolvidos na produo e comercializao do Tu-

    rismo.

    Os Cenrios e Projees referem-se s perspectivas que se abrem para o desenvolvimento

    do Turismo no Brasil, contextualizadas ao ambiente econmico, social e poltico, do Pas e

    do mundo. So construdas trs alternativas de cenrios futuros, tomando como refern-

    cia as expectativas de comportamento de variveis estratgicas, apoiadas em reflexes e

    anlises de instituies de reconhecido mrito, alm da considerao dos impactos decor-

    rentes da realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014 e dos Jogos Olmpicos

    em 2016. Estes cenrios orientam as projees dos indicadores, e sinalizam as alternati-

    vas de desenvolvimento da atividade para o perodo 2011/2014.

    As Proposies compem a terceira parte do documento e sistematizam o conjunto de

    recomendaes e orientaes que devem ser promovidas e seguidas pelos diversos atores

    que interagem de forma articulada na gesto e promoo do Turismo no Brasil, de modo

    a alcanar os ideais projetados. Estas proposies esto tambm organizadas por eixos

    temticos, conforme os desafios apontados no Diagnstico.

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    As perspectivas em relao atividade econmica mundial so de recuperao gradual.

    Um indicador de grande relevncia, que demonstra o nvel de atividade da economia a

    Corrente de Comrcio. Segundo dados da Organizao Mundial de Comrcio OMC, refe-

    rentes ao primeiro semestre de 2009, a China superou a Alemanha e os EUA, no volume de

    negcios, e ajudou a reverter a queda no comrcio mundial. Uma das heranas deixadas

    pela crise foi transformar o pas asitico no maior exportador do mundo, superando a

    Alemanha, lder desde 2003, e ultrapassando os EUA, que era o principal fornecedor de

    mercadorias Europa.

    As exportaes brasileiras vm apresentando, desde 2003, uma taxa de crescimento su-

    perior a das importaes mundiais, resultando num aumento da participao do Pas no

    comrcio mundial. A partir de 2007, com o aquecimento do mercado interno, observa-seuma diminuio no saldo positivo da balana comercial. O grfico a seguir mostra o sig-

    nificativo incremento dos saldos da balana comercial (cerca de 350%) ocorrido entre

    2002 e 2006, conforme divulgado pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comr-

    cio Exterior MDIC. Em 2007, a valorizao do real em relao ao dlar e o aquecimento

    do mercado domstico e das importaes influenciaram sobremaneira a diminuio do

    saldo. Em 2008, a crise financeira internacional contribuiu para uma reduo ainda mais

    acentuada.

    Tabela 1.1Evoluo da Economia Mundial. PIB (%) 2002-2009

    Fonte: World Economic Outlook, October 2009 - IMF e IBGE

    REGIO

    Mundo

    Economias Avanadas

    Estados Unidos

    Zona do Euro

    Japo

    Economias Emergentes

    China

    ndia

    Rssia

    Brasil

    Amrica Latina

    2002

    2,9

    1,7

    1,8

    0,9

    0,3

    4,8

    9,1

    4,6

    4,7

    2,7

    0,6

    2005

    4,5

    2,6

    3,1

    1,7

    1,9

    7,1

    10,4

    9,2

    6,4

    3,2

    4,7

    2003

    3,6

    1,9

    2,5

    0,8

    1,4

    6,2

    10,0

    6,9

    7,3

    1,1

    2,2

    2006

    5,1

    3,0

    2,7

    2,9

    2,0

    7,9

    11,6

    9,8

    7,7

    4,0

    5,7

    2008

    3,0

    0,6

    0,4

    0,7

    -0,7

    6,0

    9,0

    7,3

    5,6

    5,1

    4,2

    2004

    4,9

    3,2

    3,6

    2,2

    2,7

    7,5

    10,1

    7,9

    7,2

    5,7

    6,0

    2007

    5,2

    2,7

    2,1

    2,7

    2,3

    8,3

    13,0

    9,4

    8,1

    5,7

    5,7

    2009

    -0,8

    -3,4

    -2,4

    -4,1

    -5,0

    1,7

    8,7

    6,5

    -7,9

    -0,2

    -2,5

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 13

    A projeo do saldo comercial do mercado interno de equilbrio com o mercado externo.

    O fim da recesso principalmente nos pases da zona do euro e EUA e o contnuo aqueci-

    mento da demanda interna projetam um animador aumento da corrente de comrcio, que

    registrou em 2009 a nica queda dos ltimos sete anos (-26,54%). Segundo os dados divul-

    gados pelo MDIC, em 2009 a China consolidou-se como a principal parceira comercial do

    Pas, com um volume de negcios de US$ 36,1 bilhes. O pas asitico superou os Estados

    Unidos, importando principalmente soja e minrio de ferro.

    Existem, porm, pontos condicionantes recuperao econmica internacional. A ele-

    vao dos dficits pblicos e a emergncia de uma crise de pagamento em pases da

    zona do Euro so fatores de instabilidade. Outra grande preocupao a volatilidade

    do preo do petrleo. Conforme se pode observar no grfico 1.2, de 2002 a 2006, as co-taes do petrleo apresentaram majorao, registrando um valor mnimo de US$ 18,17,

    em 18/01/2002, e mximo de US$ 78,26, em 09/08/2006, declinando posteriormente at o

    final daquele ano. Entretanto, contrariando, as previses dos analistas de mercado, em

    2007 iniciaram uma trajetria de significativo crescimento at atingir seu preo mximo

    em meados de 2008, elevando-se em mais de 46,3% entre os meses de maro e setembro.

    Posteriormente, observou-se uma forte queda, ocasionada pela crise financeira interna-

    cional.

    Grfico 1.1Saldos Comerciais - US$ bilhes FOB (2002 - 2009)

    Fonte: Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Com rcio Exterior (MDIC)

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    14 |

    Dados divulgados pela Energy Information Administration EIA mostram uma nova ma-

    jorao dos preos a partir de 2009. Inicialmente cotado a US$ 42,94, terminou o ano em

    US$ 76,65, um incremento de 78,50%. Um aumento no preo do petrleo tende a causar

    presses inflacionrias, o que pode gerar aumento na taxa de juros e, consequentemente,

    diminuir o ritmo de crescimento da economia global.

    1.1.2 Ambiente Econmico Nacional

    Com uma combinao positiva entre inflao controlada, reduo da taxa de juros e ba-

    lana de pagamentos equilibrada, o Brasil tem registrado crescimentos do produto inter-

    no bruto superiores aos observados em nveis mundiais. A perspectiva do Banco Central

    BC para o perodo ps-crise de reaquecimento, alimentado no s pelo consumo inter-

    no, mas tambm pela retomada dos investimentos. O grfico a seguir mostra a evoluo

    do PIB mundial e brasileiro desde o ano de 2002. Destaca-se a perspectiva de retorno do

    crescimento da economia a patamares observados antes da crise financeira mundial.

    Grfico 1.2Petrleo Bruto Tipo Brent - Cotao Mdia Anual/Barril - 2202-2009

    Fonte: EIA

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 15

    Observando a evoluo do Risco-Pas, considerado o termmetro que mede o nvel de

    confiana dos investidores globais em relao economia, no perodo de seis anos com-

    preendido entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009, percebe-se que em maio de 2004

    este atingiu o nvel mximo de 723,16 pontos, apresentando a seguir acentuada queda at

    junho de 2007, quando atingiu o nvel de 147,21 pontos. Depois o Risco-Pas mostrou vola-

    tilidade, saltando de 282,64 para 481,65 pontos, no auge da crise financeira internacional.

    Grfico 1.3Crescimento Econmico Brasileiro x Mundial PIB (%) - 2002 a 2009

    Fonte: World Economic Outlook, October 2009 - IMF e IBGE

    Grfico 1.4Risco Pas (em pontos) - Mdias das Cotaes Dirias Mensais - Jan 2004 a out 2009

    Fonte: JP Morgan

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    16 |

    Em 2009, o Risco Brasil flutuou no intervalo de 230,91 pontos (mdia das cotaes dirias

    de maro) a 204,55 pontos (mdia de dezembro), com amplitude de 26,36 pontos. No dia

    31 de dezembro, o Risco-Pas atingiu 196 pontos. Ressalta-se que, em setembro de 2009, o

    Pas recebeu a classificao de investment grade pela Moodys, a ltima das trs maiores

    agncias de classificao de risco do mercado financeiro (juntamente com a Fitch e a

    Standard & Poors), fato histrico para a economia brasileira, comprovando a solidez de

    seus fundamentos econmicos e a reduo da vulnerabilidade externa.

    O regime de cmbio flutuante, vigente desde 1999, permitiu o ajuste das contas externas,

    reduzindo de forma sistemtica a vulnerabilidade do pas. O grfico a seguir mostra a evo-

    luo das cotaes da moeda norte-americana em relao ao real no perodo de 2002 a

    2009, representadas pelas mdias mensais das taxas dirias. Aps alta vertiginosa (64,22%)

    ocorrida em 2002 de R$2,32/US$ em abril para R$3,81/US$ em outubro constatou-se

    tendncia de queda at atingir a cotao mnima em julho de 2008 (R$ 1,59/US$). A partir

    de ento, tal tendncia foi revertida at alcanar o mximo daquele ano em dezembro (R$

    2,40/US$).

    Em 2009, o dlar apresentou forte depreciao em relao moeda nacional, iniciando o

    ms de janeiro cotado a R$2,38/US$ e finalizando dezembro em R$1,74/US$ (desvaloriza-

    o de 26,84%). A cotao mxima foi registrada no dia 2 de maro (R$ 2,44/US$), e a mni-

    ma, no dia 15 de outubro (R$ 1,70/US$). Efetivamente, a melhora nas condies financeiras

    internacionais observadas principalmente nos ltimos meses de 2009, aliada rpida re-

    cuperao da economia brasileira, foram fatores que propiciaram o aumento da entrada

    de capital externo, acarretando, consequentemente, a apreciao da moeda nacional.

    Grfico 1.5Taxa de Cmbio - Dlar Comercial Venda - Mdias Mensais das Cotaes Dirias - 2002 a 2009

    Fonte: Banco Central

    R$/US$

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 17

    A taxa Selic, que apresentou significativo crescimento em 2002, ano em que o ndice Na-

    cional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA) alcanou 12,53%, seguiu desde ento uma

    tendncia de declnio. Com cortes sucessivos, alcanou em 2009 o menor nvel desde o in-

    cio da srie histrica. Esta medida, combinada com outros instrumentos de poltica fiscal,

    fez com que houvesse um aumento do crdito, e um consequente aumento no consumo

    das famlias, provocando reao da demanda interna.

    Considerando as perspectivas para a inflao em relao trajetria de metas, o Comit

    de Poltica Monetria decidiu manter a taxa Selic em 8,75% a.a, nas reunies realizadas no

    segundo semestre de 2009, ressaltando que tal patamar contribuiu para manter a inflao

    sob controle e para a recuperao da atividade econmica.

    O IPCA, indicador oficial da inflao divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-

    tatstica (IBGE), situou-se, no binio 2002-2003, acima dos limites superiores estabeleci-

    dos pelo governo, e em 2004-2005 pouco abaixo do teto da meta. Nos anos seguintes, ainflao situou-se mais prxima do centro da meta fixada, tendo inclusive, em trs anos

    (2006, 2007 e 2009), ficado abaixo da meta. Em 2009, detectou-se resultado de 1,59 ponto

    percentual abaixo da taxa apurada em 2008 (5,90%), que havia sido a mais elevada regis-

    trada desde 2004 (7,60%).

    Grfico 1.6Taxa de Juros Selic - 2002 a 2009

    Fonte: Banco Central

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    J o ndice Geral de Preos Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela FGV, revelou

    declnio de 1,43% em 2009. Foi a primeira vez na histria que o ndice, apurado desde 1944,

    encerrou um ano registrando deflao. Entre os componentes do IGP-DI, o ndice de Preos

    por Atacado (IPA) acusou reduo de 4,08%, o ndice de Preos ao Consumidor (IPC) aumen-

    tou 3,95%, enquanto o ndice Nacional de Custo da Construo (INCC) cresceu 3,25%.

    De acordo com os resultados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) realizada pelo IBGE,

    em dezembro de 2009, a taxa de desemprego nas seis regies metropolitanas (Belo Hori-

    zonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e So Paulo) igualou-se a dezembro de

    2008, 6,8%, a menor da srie histrica iniciada em maro de 2002. O contingente de deso-

    cupados (1,6 milho) teve uma queda de 7,1% em dezembro de 2009, quando comparado

    ao ms anterior (reduo de 122 mil pessoas).

    Grfico 1.7Inao IPCA (% a.a) - 2002 a 2009

    Fonte: IBGE

    Grfico 1.8Taxa de Desemprego (% a.m) - Maro 2008 a Dezembro 2009

    Fonte: IBGE

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    J os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministrio

    do Trabalho e Emprego MTE, mostram que, em 2009, foram gerados quase um milho

    de empregos (+995.110 postos de trabalho), o que representa um crescimento de 3,11%

    em relao ao estoque de assalariados formais de dezembro de 2008, resultado bastante

    favorvel, em virtude das adversidades impostas pela crise financeira internacional. No

    perodo de 2002 a 2009, foram criados 9.478.496 postos de trabalhos formais. Devido di-

    minuio do desemprego, houve aumento do acesso ao crdito, e uma consequente ex-

    panso do consumo das famlias.

    Observando o PIB pela tica da demanda, o grande destaque das divulgaes das contas

    nacionais tem sido o consumo domstico. Com o vigsimo quarto aumento consecutivo,

    na comparao com o trimestre do ano anterior, o consumo aquecido foi fundamental

    para a recuperao do PIB aps os impactos causados pela crise. De acordo com o IBGE,

    um dos fatores que contriburam para este resultado foi a elevao de 2,5% da massa sala-rial real, com o aumento de ocupao e do rendimento mdio real do trabalho.

    Grfico 1.9Evoluo do Emprego - Criao de Postos de Trabalho - 2002 a 2009

    Fonte: MTE (Caged)

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    De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego realizada pelo IBGE, de 2002 a 2009, houve

    um crescimento mdio de 57,6% na renda mdia mensal do trabalhador. O rendimento m-

    dio real domiciliar subiu 4,4% quando comparado a dezembro/2008. Segundo o governo,

    o aumento da massa salarial ocorreu em funo da expanso do emprego, do salrio e da

    transferncia de renda para o trabalhador atravs de programas sociais. Estima-se que

    a massa salarial crescer cerca de 6% em 2010, o que proporcionar maior expanso do

    consumo.

    A atual carga tributria, ao mesmo tempo em que tem sido apontada como uma das res-

    ponsveis pela capacidade do governo em adotar instrumentos anticclicos, por mui-

    tos considerada excessiva e a vil do crescimento, uma vez que aumenta os custos de

    produo, diminuindo a competitividade dos produtos nacionais frente aos estrangeiros.

    Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributrio IBPT, a carga tribu-

    tria (somatrio dos tributos federais, estaduais e municipais arrecadados), em relao

    ao PIB, atingiu 35,02% em 2009, representando queda de 0,14 ponto percentual em relao

    aos 35,16% apurados em 2008.

    20 |

    Grfico 1.10Consumo das Famlias (% a.a.)

    Fonte: IBGE

    Grfico 1.11Renda Mdia - Variao (%) - 2003 a 2009

    Fonte: IBGE/PME

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    A arrecadao de tributos em 2009 totalizou R$ 1.092,66 bilhes contra R$ 1.056,65 bi-

    lhes em 2008, o que corresponde a um crescimento nominal de R$ 36,01 bilhes, ou seja,

    de 2008 para 2009,.apesar do declnio percentual, houve um aumento nominal da arre-

    cadao tributria

    Ainda segundo o IBPT, os tributos federais cresceram 2,73% em 2009 (R$ 20,19 bilhes),

    os estaduais 4,67% (R$ 12,61 bilhes) e os municipais 6,84% (R$ 3,21 bilhes). Os tributos

    federais representam 69,54% do total arrecadado, enquanto os estaduais correspondem a

    25,88%, e os municipais a 4,58%. O tributo que registrou o maior crescimento nominal foi

    o relativo ao INSS (R$ 20,26 bilhes), seguido do FGTS (R$ 7,42 bilhes), enquanto a maior

    queda nominal foi do IPI, com R$ 8,71 bilhes, seguida da COFINS (R$ 2,91bilhes).

    Em relao poltica fiscal, o Brasil vem apresentando avano nos ltimos anos, tanto

    com a instituio da Lei de Responsabilidade Fiscal quanto com a adoo de metas de

    supervit primrio. Este, por sua vez, vem registrando declnio, refletindo o efeito da crise

    financeira internacional sobre o nvel de atividade e, consequentemente, sobre a arre-

    cadao. Em 2009, o resultado primrio foi superavitrio em torno de 2,25% do PIB.

    A dvida lquida do setor pblico, aps alcanar pouco mais da metade do PIB no binio

    2002-2003, declinou progressivamente at o ano de 2008, quando atingiu o percentual

    mnimo dos ltimos oito anos (37,3%). Porm, a necessidade de adoo de medidas antic-

    clicas em face a crise internacional impediu a continuidade da reduo em 2009. O endivi-

    damento pblico voltou a crescer atingindo 43% do PIB, retornando ao patamar de 2007,

    como mostra o grfico a seguir. Cabe destacar que se trata de dados referentes posio

    em dezembro de cada ano.

    Grfico 1.12Carga Tributria do Brasil (% do PIB) - 2002 a 2009

    Fonte: IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributrio)

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    22 |

    Dos pases afetados pela crise financeira internacional, o Brasil foi um dos ltimos a en-

    trar em recesso e um dos primeiros a super-la. Para muitos especialistas, a crise no

    Brasil durou apenas seis meses e foi o grande teste de estresse da economia nacional,

    que vinha se comportando de forma adequada na histria recente. As rpidas medidas

    anticclicas adotadas pelo governo, como a reduo do IPI para os setores automotivo, de

    eletrodomsticos e moveleiro foram responsveis pela recuperao da economia, susten-

    tada principalmente pelo mercado interno.

    preciso destacar ainda que o aumento dos investimentos, sendo estes com nfase em

    infraestrutura, programados para os prximos anos, em decorrncia dos compromissos

    assumidos para a realizao da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e do Programa

    de Acelerao do Crescimento, alm de atenderem as crescentes demandas do mercado

    interno, impactaro de forma positiva a competitividade brasileira no mercado interna-

    cional.

    O ambiente econmico e o Turismo tambm so impactados de forma significativa pelas

    melhorias sociais que vm sendo registradas nos ltimos anos. Cerca de 31 milhes de bra-

    sileiros ascenderam de classe social entre os anos de 2003 e 20081 , sendo que 19,4 milhes

    deixaram a classe E (que traa a linha da pobreza no pas) e 1,5 milho migraram da classe

    D para classes superiores. Com isso, nesse perodo, ocorreu uma queda acumulada de 43%

    na classe E. No mesmo perodo, a classe AB (grupo com renda domiciliar mais elevada,

    superior a R$4.807,00) ganhou 6 milhes de pessoas, totalizando 19,4 milhes em 2008.

    Grfico 1.13Dvida Pblica Lquida (% do PIB) - 2002 a 2009

    Fonte: Banco Central

    1 Estudo Consumidores, Produtores e a Nova Classe Mdia: Misria, Desigualdade e Determinantes das Classes

    elaborado pelo economista Marcelo Nri da FGV em 2009, baseando-se nos dados de 2008 da Pesquisa Nacional porAmostra de Domiclios (PNAD) do IBGE.

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    A classe C, dominante pelo percentual populacional, recebeu 25,9 milhes de brasileiros

    entre 2003 e 2008, passando a constituir 49,22% da populao. J a classe D representava

    24,35% dos brasileiros, enquanto a classe E abrangia 16,02% da populao em 2008. Os 29,9

    milhes de brasileiros desta classe seriam aproximadamente 50 milhes de pessoas, se a

    misria no houvesse diminudo entre 2003 e 2008. Como consequncia, as classes mdia

    e alta ganharam maior representatividade populacional. Esses indicadores traduzem me-

    lhorias importantes na composio social do Pas, abrindo perspectivas promissoras para

    o desenvolvimento sustentvel e equilibrado com benefcios para todos.

    O Brasil vem avanando, tambm, em relao aos Objetivos do Desenvolvimento do

    Milnio ODM2. Dentre estes objetivos, destaca-se o fato de o Pas j haver ultrapassado

    a meta de reduzir pela metade a proporo da populao que vive com renda inferior a

    um dlar por dia3 . Enquanto em 1990, 8,8% dos brasileiros viviam na pobreza extrema,

    em 2005 o percentual caiu para 4,2%, o que representa um resultado superior ao estabe-

    lecido pela ONU. Um outro importante objetivo refere-se ao comprometimento do Pas

    com a construo de um sistema multilateral mais justo e equitativo, em que a busca da

    paz e da segurana mundial e a promoo do desenvolvimento se reforcem mutuamente,

    contribuindo com o estabelecimento de uma rede global de cooperao entre as quais se

    destaca a cooperao Sul-Sul.

    2 Pacto internacional pela eliminao da pobreza rmado por dignitrios de 191 pases, em 2000, onde a Organizaodas Naes Unidas (ONU) deu incio ao delineamento dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milnio, a seremalcanados at 2015, por meio de aes de combate pobreza e fome, promoo da educao, da igualdade degnero, de polticas de sade, saneamento, habitao e meio ambiente.3 Objetivos de Desenvolvimento do Milnio: Relatrio Nacional de Acompanhamento. Coordenao: Instituto de

    Pesquisa Econmica Aplicada e Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratgicos; Superviso: Grupo Tcnicopara o acompanhamento dos ODM. Braslia: IPEA: MP, SPI, 2007.

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    24 |

    Existe uma forte correlao entre o ambiente econmico e a expanso da atividade turs-

    tica. Quando a economia cresce, o nvel da receita disponvel aumenta e parte desta re-

    ceita gasta com atividades afetas ao Turismo. Por outro lado, a reduo do ritmo de

    crescimento da economia frequentemente resultar na diminuio do gasto turstico.

    Historicamente, o crescimento da chegada de turistas internacionais tem superado o

    crescimento da economia. No perodo de 1975 a 2000, o Turismo teve um crescimento m-

    dio de 4,6% ao ano, enquanto o crescimento econmico mundial mdio, medido pelo PIB,

    foi de 3,5% ao ano.

    Conforme divulgado pela Organizao Mundial de Turismo OMT no documento Pano-

    rama do Turismo Internacional Edio 2009, atualmente, o mercado de viagens represen-

    ta 30% das exportaes mundiais de servios e 6% das exportaes mundiais totais. Como

    categoria de exportao, o Turismo se situa em 4 lugar, depois apenas dos combustveis,

    produtos qumicos e automveis. Para muitos pases, a atividade turstica uma das prin-

    cipais fontes de receita e imprescindvel para a gerao de emprego e renda. Apesar da

    previso de que a receita do Turismo internacional no mundo tenha sido 6% menor em

    2009, esse nmero ainda representa algo em torno de U$ 900 bilhes.

    O fluxo internacional de turistas vem aumentando continuamente de 25 milhes em

    1950; 277 milhes em 1980; 438 milhes em 1990; 682 milhes em 2000, tendo atingido a

    cifra de 920 milhes em 2008. Em 2009, a chegada de turistas internacionais reduziu-se a

    880 milhes, 40 milhes a menos do que em 2008, resultado do desaquecimento da econo-

    mia mundial ocasionada pela crise financeira. A OMT estima que a chegada de turistas

    internacionais chegue a 1,6 bilhes em 2020.

    1.2 Turismo no ContextoInternacional

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    26 |

    Grfico 2.3Chegada de Turistas Internacionais por continente em 2008 (percentual)

    Fonte:Organizao Mundial de Turismo (OMT)

    Ao longo dos ltimos sessenta anos, o Turismo tem experimentado uma desconcentrao

    contnua. A Europa declinou sua fatia de mercado cerca de 10 pontos percentuais desde

    1950, ao passo que a Amrica do Norte perdeu 13 pontos percentuais. Ainda assim, am-bas as regies mantm-se como as principais receptoras de turistas (representavam, con-

    juntamente, cerca de 95% da fatia de mercado em 1950, 82% quarenta anos depois, 76% em

    2000, e 69% em 2008). A participao da chegada de turistas internacionais nos pases em

    desenvolvimento tem aumentado paulatinamente, de 31% em 1990 para 45% em 2008.

    Tabela 2.1

    Chegada de Turistas Internacionais por Destino (em milhes)

    Fonte: Embratur. Estatsticas Bsicas de Turismo, Brasil, 2009 e OMT. Barmetro Mundial do Turismo

    Europa

    sia e Pacfico

    Oriente Mdio

    Amricas

    frica

    REGIO

    Mundo

    Europa

    sia e Pacfico

    frica

    Oriente Mdio

    Amricas

    Amrica do Sul

    Brasil

    2002 20052003 2006 20082004 2007 2009%

    2002-09%

    2008-09

    702.6 697 765.5 802.5 847.3 904.3 920 880 25.25% -4.35%

    399.8 408.6 424.5 438.7 462.2 487.4 487.1 459.7 14.98% -5.63%

    122.4 114.2 145.4 155.3 167 181.9 184.1 180.5 47.47% -1.96%

    29.1 30.7 33.4 37.3 41.4 45.1 45.7 48.1 65.29% 5.25%

    27.6 30 36.3 38 40.9 47 55.6 52.5 90.22% -5.58%

    114.9 113.1 125.9 133.2 135.8 142.9 147.1 139.6 21.50% -5.10%

    12.5 13.7 16.2 18.2 18.7 20 20.8 20.1 60.80% -3.37%

    3.8 4.1 4.8 5.4 5 5 5.1 4.8 26.32% -5.88%

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 27

    A desconcentrao do Turismo mundial contribui para a reduo das desigualdades e

    para a promoo de um ambiente favorvel ao desenvolvimento mais equilibrado. Sig-

    nifica tambm uma via de incluso do Turismo na estratgia de luta contra a pobreza,

    vinculando a atividade aos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio. O quadro a seguir

    demonstra essa tendncia, comparando os cinco principais pases receptores com o grupo

    do 16 em diante.

    Grfico 2.4Chegada de Turistas Internacionais por grupo de pases (percentual)

    Fonte: Organizao Mundial do Turismo

    No entanto, os novos destinos sero beneficiados somente se o Turismo for baseado numa

    gesto responsvel, que busque o equilbrio entre os aspectos ambientais, econmicos e

    socioculturais. Sem isso, a atividade torna-se vulnervel e suscetvel aos problemas de

    degradao, massificao e fragmentao que, em ltima instncia, significam a sua au-

    todestruio. A gesto responsvel dever, tambm, reproduzir impactos positivos no que

    se refere ao Turismo interno, propiciando o desenvolvimento da atividade no mercado

    domstico, com benefcios por duas vias: (i) pela produo, com a criao de novos postos

    de trabalho, e consequente ampliao da renda; (ii) e pelo consumo, com a incluso de

    novas parcelas de consumidores no mercado turstico.

    Apesar das dificuldades, o Turismo continua sendo uma importante alavanca para a

    economia mundial, representando parte significativa dos empregos e do produto inter-

    no bruto global. Neste contexto, o relatrio do Frum Econmico Mundial The Travel &

    Tourism Competitiveness Report (TTCR), divulgado nos ltimos quatro anos, uma fer-

    ramenta estratgica para medir os fatores e as polticas de desenvolvimento do setor. O

    relatrio apresenta uma classificao dos pases quanto competitividade no Turismo,

    que abrange 133 economias mundiais. A tabela a seguir mostra o ranking global dos dez

    primeiros classificados em 2009 e a posio do Brasil. A Sua, ustria e Alemanha man-

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    tiveram-se, respectivamente, em 1, 2 e 3 lugares, nos trs anos consecutivos. O Brasil

    teve uma melhora significativa, passando de 59 em 2007 para 45 em 2009.

    Tabela 2.2

    Ranking de Competitividade no Setor de Viagens e Turismo

    Fonte: World Economic Forum, Genebra, Sua, 2009,

    http://www.weforum.org/pdf/TTCR09/TTCR09_FullReport.pdf, acessado em 26/02/2010.

    O desenvolvimento do Turismo impe muitos desafios que devem ser enfrentados em

    mbito nacional. Neste sentido, o ranking foi desenvolvido para medir os diversos itens

    identificados como alavancas para melhorar a competitividade nestes pases. Baseados

    na anlise detalhada de cada pilar do ndice, as empresas e os governos podem abordar os

    desafios para o crescimento do setor.

    A partir do esforo empreendido pelo governo federal em parceria com a iniciativa pri-

    vada, da prioridade dada ao setor e da implementao da Poltica Nacional de Turismo, a

    atividade vem alcanando nmeros crescentes nos ltimos anos. A execuo dos progra-

    mas e aes, aliada eficiente execuo oramentria, fizeram frente a conjunturas des-

    1.3 Turismo no Brasil

    Sua 1 5,66 1 5,63 1 5,68

    ustria 2 5,54 2 5,43 2 5,46

    Alemanha 3 5,48 3 5,41 3 5,41

    Frana 12 5,23 10 5,23 4 5,34

    Canad 7 5,31 9 5,26 5 5,32

    Espanha 15 5,18 5 5,3 6 5,29

    Sucia 17 5,13 8 5,27 7 5,28

    Estados Unidos 5 5,43 7 5,28 8 5,28

    Austrlia 13 5,21 4 5,34 9 5,24

    Singapura 8 5,31 16 5,06 10 5,24

    Brasil 59 4,20 49 4,29 45 4,35

    2007 2008 2009

    Posio Pontuao Posio Pontuao Posio Pontuao

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    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 29

    favorveis, a exemplo da falncia da empresa area Varig ou dos momentos mais graves

    da crise financeira internacional, propiciando condies favorveis de crescimento da

    atividade. Os resultados, medidos por meio de indicadores diretos e indiretos relaciona-

    dos gerao de empregos, fluxos tursticos domsticos e entrada de divisas estrangei-

    ras, registram os avanos do setor.

    Para tal, contribuiu a implementao do modelo de Gesto Descentralizada e Comparti-

    lhada, a estruturao da oferta turstica a partir do modelo proposto pelo Programa de

    Regionalizao, a realizao de cinco edies do Salo do Turismo, a reviso da legislao

    turstica com a promulgao da Lei do Turismo, a qualificao profissional e o desenvolvi-

    mento do novo sistema de cadastramento de prestadores de servios tursticos. Alm

    disso, o aumento do crdito para o setor, a ampliao das campanhas de incentivo s

    viagens domsticas, o redirecionamento das estratgias de promoo internacional com

    destaque para a diversidade natural e cultural do Pas e, mais recentemente, a captao

    dos dois principais megaeventos esportivos internacionais a Copa do Mundo FIFA 2014 e

    os Jogos Olmpicos de 2016 representam conquistas significativas.

    A seguir, so apresentados os principais resultados do Turismo no Brasil nos ltimos anos,

    com vistas a constituir um painel de referncias para as projees de comportamento da

    atividade no futuro e para as anlises dos diversos aspectos que demandam encaminha-

    mentos e intervenes que propiciaro o alcance dos objetivos estabelecidos.

    1.3.1 Mercado de Trabalho Gerao de Emprego e Renda

    Segundo a OMT4, o Turismo responsvel pela gerao de 6% a 8% do total de empregos

    no mundo. Alm disto, uma das atividades econmicas que demanda o menor investi-

    mento para a gerao de trabalho. Segundo pesquisa da Fundao Instituto de Pesquisa

    Econmica FIPE5 , a hotelaria, um segmento intensivo em mo de obra e com grande

    participao na atividade turstica, demanda cerca de R$ 16.198,60 do valor de produo

    da atividade para a gerao de uma unidade de emprego. Valor este bem menor do que o

    demandado por outros setores econmicos, tais como indstria txtil (R$ 27.435,20), cons-

    truo civil (R$ 28.033,00) e siderurgia (R$ 68.205,90).

    A dimenso econmica do Turismo pode ser avaliada por meio da metodologia de Con-

    tas Satlites do Turismo, conforme recomendao da OMT , que delimita os setores da

    economia relacionados ao setor. Estes setores, denominados Atividades Caractersticas

    do Turismo ACTs, constituem a base para a avaliao do mercado de trabalho do Turis-

    mo, a partir dos dados da Relao Anual de Informaes Sociais RAIS, do Ministrio do

    4 A denio das atividades econmicas que compem o Turismo segue as diretrizes da Organizao Mundial do Tur-

    ismo para a construo da Contas Satlites do Turismo. OMT, 20005 FIPE, Meios de Hospedagem: Estrutura de Consumo e Impactos na Economia, 2006.

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    Trabalho e Emprego, que registram as ocupaes formais no Pas.

    De acordo com metodologia da OMT e os dados da RAIS, o mercado formal de trabalho nas

    Atividades Caractersticas do Turismo ACTs, no Brasil, passou de 1,71 milhes de pessoas

    empregadas, em 2002, para 2,27 milhes de pessoas empregadas em 20086 , o que repre-

    senta um crescimento da ordem de 32,70% em seis anos. No ano de 2008, este nmero cor-

    respondeu a 5,76 % do total de empregos formais acumulados no Pas.

    Grfico 3.1Estoque de Ocupaes Formais nas

    Atividades Caractersticas do Turismo ACTs (em milhes)

    * Dado no disponvel na data de elaborao deste documento

    Fonte: RAIS/ MTE / Ministrio do Turismo

    Tomando como referncia o nmero de empregos gerados no mercado formal, pode-se

    chegar a uma aproximao para o nmero total de ocupaes formais e informais, consi-

    derando estudos que indicam uma relao de dois empregos informais para cada emprego

    formal7 . O nmero de ocupaes formais e informais nas ACTs refere-se meta dos Planos

    Nacionais de Turismo 2003/2007 e 2007/2010, relativa gerao de empregos e ocupaes

    no Turismo. Os nmeros do estoque das ocupaes formais e informais do Turismo esto

    apresentados no grfico a seguir.

    6 Os dados da RAIS de 2009 no estavam disponveis no momento da realizao deste trabalho.

    De acordo com estudo realizado pelo CET/UNB, segundo Pastore (2005), em 1985 havia um emprego formal para cada7 2,7 trabalhadores totais (formal + informal). Em 2002, essa proporo subiu de um emprego formal para trs trabal-hadores totais.

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    Grfico 3.2Estoque de Ocupaes Formais e Informais nas Atividades

    Caractersticas do Turismo ACTs (em milhes)

    * Dado no disponvel na data de elaborao deste documento

    Fonte: RAIS/ MTE / Ministrio do Turismo

    A meta do Plano Nacional de Turismo refere-se ao nmero de ocupaes formais e infor-

    mais geradas em cada ano, conforme os dados apresentados no grfico a seguir. Observa-

    se que no ano de 2008 foram geradas 457,41 mil ocupaes, formais e informais, nas Ativi-dades Caractersticas do Turismo em todo o Brasil.

    Grfico 3.3Ocupaes Criadas (empregos formais e informais) nas

    Atividades Caractersticas do Turismo ACTs (em milhares)

    * Dado no disponvel na data de elaborao deste documento

    Fonte: RAIS/ MTE / Ministrio do Turismo

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    A dimenso do mercado de trabalho do Turismo pode ser aferida, com maior preciso, por

    meio de estudos que vm sendo realizados pelo Instituto de Pesquisa Econmica Apli-

    cada IPEA, em parceria com o MTur. Com esses estudos, o Brasil tem se destacado nas

    discusses internacionais sobre a metodologia das contas satlites. No entanto, sua uti-

    lizao ainda limitada, em razo da falta de correspondncia com o clculo empregado

    em outros pases. Por este motivo, o conceito no adotado para a meta do PNT relativa

    gerao de ocupao no Turismo. A metodologia internacionalmente adotada, que cor-

    responde aos indicadores apresentados nos Grficos 3.1, 3.2 e 3.3 acima, identifica o to-

    tal de pessoas ocupadas nas ACTs, sem levar em considerao o percentual desses traba-

    lhadores que prestam servios somente a residentes e no a turistas.

    Por meio do referido estudo, a metodologia do IPEA adota o percentual de trabalhadores

    que atendem exclusivamente a turistas. Por sua especificidade, a metodologia acaba sen-

    do mais precisa para dimensionar a real evoluo do setor e a importncia socioeconmi-

    ca da atividade. As ACTs consideradas so Alojamento, Transportes, Alimentao, Agncia

    de Viagem, Aluguel de Transportes, Auxiliar de Transportes, Cultura e Lazer. A distoro

    mais evidente nas atividades Alimentao e Cultura e Lazer, nas quais apenas uma peque-

    na parcela do total de ocupados est associada demanda de turistas.

    Os estudos elaborados pelo IPEA, com o apoio do MTur, indicam, tambm, que a proporo

    da ocupao formal e informal varia sensivelmente nas ACTs e que, quando consideradas

    em seu conjunto, cada emprego formal corresponde a 1,3 ocupaes informais. Essa re-

    lao foi obtida com base nos dados da PNAD de 2008. Em decorrncia desta atualizao,

    e maior preciso da relao entre as ocupaes formais e informais do Turismo, prope-

    se, a partir do ano de 2010, um ajuste no conceito deste indicador utilizado como meta

    do PNT 2007/2010 e tambm para as projees respectivas dos cenrios neste trabalho.

    Assim, a partir deste ano, a relao entre empregos formais e empregos informais passa

    a ser de 1 para 1,38 . Espera-se que esta relao possa ser reduzida nos prximos anos,

    mas optou-se por mant-la neste patamar, considerando tambm que o aumento total de

    ocupaes ser equivalente, transferindo empregos informais para formais no decorrer

    do perodo.

    8 Neste caso, o multiplicador para o nmero total de empregos e ocupaes com base no nmero de empregos for-

    mais de 2,3 (empregos totais = 1emprego formal + 1, 3 empregos informais)

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    Grfico 3.4Ocupaes Criadas (empregos formais e informais) no

    Setor de Turismo / IPEA (em milhares)

    * Dado no disponvel na data de elaborao deste documento

    Nota: no houve levantamento no ano 2002.

    Fonte: IPEA / RAIS MTE / Ministrio do Turismo

    Uma das carncias relacionadas ao mercado de trabalho em Turismo est vinculada eficincia e efetividade da qualificao profissional, que tem grande impacto na quali-

    dade dos servios prestados e na ampliao e valorizao das ocupaes em Turismo. Essa

    carncia est relacionada limitao de informaes sobre a mo de obra de Turismo no

    Brasil, tanto no que se refere demanda, quanto oferta de qualificao. Neste sentido, o

    Ministrio do Turismo tem como desafio o mapeamento permanente destas informaes,

    de modo a atuar de forma integrada com as instituies que atuam no setor, com foco nas

    demandas do mercado.

    Os poucos dados disponveis sobre a qualificao profissional em Turismo no Brasil re-

    sultam dos registros das aes empreendidas pelo Ministrio do Turismo, por meio de

    parcerias com instituies especializadas e dos cursos oferecidos pelo Servio Nacional

    de Aprendizagem Comercial SENAC, apresentados nos quadros a seguir. importante

    considerar que este nmero no retrata a totalidade de qualificaes realizadas para o

    Turismo no Pas, considerando a existncia de outras instituies que atuam nesta rea,

    inclusive cursos superiores. Tambm no esto contabilizados os resultados do Programa

    Prximo Passo Plano Setorial de Qualificao PLANSEQ, realizado pelo Ministrio do

    Trabalho e Emprego com o apoio do MTur, que inclui o setor para a qualificao e pre-

    parao para insero no mercado de trabalho dos beneficirios do Programa Bolsa-

    Famlia.

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    Tabela 3.1Profissionais qualificados

    * Mdia calculada para o perodo 2003-2005

    Fonte: Servio Nacional de Aprendizagem Comercial SENAC e Departamento de Qualificao e Certifi-

    cao e de Produo Associada ao Turismo - Ministrio do Turismo

    Somados os nmeros dos quadros acima, foram qualificadas pelas duas instituies, ao

    longo de sete anos, 1.307.805 pessoas, o que corresponde a expressivos 57,61% do total

    de empregados formais nas Atividades Caractersticas do Turismo no Pas, em 2008. No

    obstante o montante e o crescimento do nmero de profissionais qualificados pelos pro-

    gramas referidos, ainda h muito a avanar frente carncia do setor, em termos da oferta

    de qualificao objetivamente demandada pelo mercado e adequada s suas condies.

    As instituies que atuam na qualificao para o Turismo carecem de um trabalho mais in-

    tegrado, de modo a potencializar os resultados das suas aes. Os agentes privados tam-

    bm tm uma importncia estratgica na efetividade desses resultados, no que se refere valorizao do profissional qualificado e no reconhecimento dessa qualificao como

    fator de competitividade. importante destacar ainda que aes implementadas para

    atenuar a sazonalidade dos fluxos tursticos, como investimentos em centros de con-

    venes, programas promocionais para perodos de baixa ocupao, etc., exercem, indi-

    retamente, impacto positivo na efetividade da qualificao profissional, por permitirem

    maior fixao da mo de obra.

    1.3.2 Mercado Interno - Fluxos Tursticos Domsticos

    O aumento da renda mdia e do consumo das famlias e a emergncia de uma nova classe

    mdia no Brasil constituem uma oportunidade mpar de fortalecimento deste mercado e

    de reconhecimento do Turismo como importante fator de desenvolvimento econmico e

    social. No momento em que novos produtos entram, a cada dia, na pauta de consumo dos

    brasileiros, as viagens podem e devem ser includas neste rol, potencializando o consumo

    domstico e aquecendo a economia.

    As informaes relativas s viagens domsticas so aferidas por meio de pesquisa amos-

    tral domiciliar realizada sob encomenda do Ministrio do Turismo. As viagens domsticas

    MTur 38.568* 38.568* 38.568* 15.940 101.632 122.434 355.712

    SENAC 105.399 99.559 115.663 140.636 160.539 155.616 174.681 952.093

    2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total

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    referem-se s viagens realizadas pelos brasileiros no Pas, individualmente ou em grupo,

    com pelo menos um pernoite no destino, excluindo deste nmero as viagens rotineiras,

    assim denominados aqueles deslocamentos realizados mais de dez vezes ao ano para um

    mesmo destino. Nas viagens domsticas so utilizados diferentes tipos de meios de hos-

    pedagem (hotis, pousadas, resorts, campings, casas de parentes e amigos, etc.), de trans-

    portes (avio, automvel, nibus, etc.) e por diferentes motivaes (lazer, negcios, visita

    a parentes, etc.).

    As viagens domsticas no Brasil vm crescendo nos ltimos anos. Os nmeros apresentam

    uma expanso de 12,5% de 2005 a 2007, quando foram realizadas em torno de 156 milhes

    de viagens domsticas9 . Considerando a taxa de permanncia mdia de 8,5 dias, conforme

    aferida pela pesquisa amostral domiciliar, foram gerados 1,33 bilhes de pernoites no ano

    de 2007, em todo o pas. Ainda de acordo com a referida pesquisa, o gasto mdio por dia

    realizado pelos turistas foi de R$58,60 em 2007, o que permite estimar um montante de R$

    9,14 bilhes mobilizados pelo mercado do Turismo domstico no Brasil naquele ano.

    Grfico 3.5Viagens Domsticas Realizadas (em milhes)

    * Estimativas

    Nota: No houve levantamento nos anos de 2002, 2003 e 2004.

    Fonte: FIPE DEPES/MTur

    A grande maioria dos turistas se utiliza de casas de parentes e amigos nos locais visitados

    (56,3%). No que se refere aos meios de hospedagem, a utilizao de servios tursticos

    (hotis, pousadas, campings e resorts) correspondem a 30,8% do total de viagens realiza-

    das. Quanto aos meios de transportes utilizados, do total de viagens domsticas realiza-

    das, 45,1% foram feitas em veculos particulares, 11,3% em avio, e 30,4% em nibus.

    9Nos domiclios com rendimento superior a 1 salrio mnimo.

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    O desempenho do setor areo no mercado domstico foi influenciado pela queda no

    preo dos bilhetes areos, o que propiciou a popularizao deste meio de transporte nos

    ltimos anos no Brasil. Pelo Yield Tarifa11 , que corresponde ao valor mdio que cada pas-

    sageiro paga por quilmetro voado nas companhias areas nacionais, em valores atuali-

    zados pelo IPCA, observa-se uma significativa reduo, ainda que se considere que esta

    tambm poderia ser resultado de uma maior quilometragem voada. Quando considerado

    o preo mdio do bilhete areo, observa-se uma reduo, entre os anos de 2002 a 2009, da

    ordem de 25,55%, conforme mostra o quadro a seguir.

    Grfico 3.7Preo Mdio do Bilhete Areo Yield Tarifa (R$)

    Fonte: www.anac.gov.br, Acessado em 11/02/2010

    Outro indicador relativo ao mercado domstico de viagens refere-se ao nmero de as-

    sentos-quilmetros oferecidos e assentos-quilmetros pagos12 , de acordo com os dados

    que so disponibilizados nos Anurios Estatsticos da Agncia Nacional da Aviao Civil

    Anac. Essas variveis representam, em linhas gerais, a oferta e a demanda por transporte

    areo de passageiros no pas. Comparado a 2008, em 2009 houve um crescimento de 15,9%

    no nmero de assentos oferecidos por quilmetro e de 17,39% no nmero de assentos

    pagos.

    Entre 2003 e 2009, houve um crescimento superior a 100% nos assentos-quilmetros pagos

    no trfego, o que reflete o bom desempenho do setor no perodo. Ainda de acordo com os

    nmeros apresentados, no houve reduo significativa na oferta de assentos entre 2005

    e 2006, o que revela que a sada da Varig em 2005 pouco impactou o mercado domstico,

    sendo a oferta substituda pelas demais empresas areas brasileiras.

    Turismo no Brasil 2011 - 2014 | 37

    12O nmero de assentos ofertados refere-se soma dos produtos obtidos ao multiplicar-se o nmero de assentosdisponveis em cada etapa de vo pela distncia da etapa. Essa varivel conhecida internacionalmente pela siglaASK, do ingls Available Seat Kilometer. O nmero de assentos-quilmetro pagos refere-se soma dos produtos obti-dos ao multiplicar-se a quantidade de passageiros pagantes transportados em cada etapa de vo pela distncia em

    quilmetros da etapa. Os dados apresentados se referem s operaes de transporte areo, regulares e no regu-lares, realizadas pelas empresas brasileiras. Dados retirados do Anurio do Transporte Areo 2008 - ANAC.

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    Grfico 3.8Assentos-quilmetros Ofertados e Assentos-quilmetros Pagos

    Fonte: Anurio do Transporte Areo 2008 Dados Estatsticos, www.anac.gov.br em 08/02/2010.

    A relao entre os assentos-quilmetros ofertados e os assentos-quilmetros pagos

    traduz uma ocupao mdia das aeronaves. No trfego domstico, o aproveitamento teve

    um aumento de 2002 at 2006, passando de 56,80% para 71,1%, porm, diminuiu a partir de2007 para 68,0%. Em 2008, reduziu para 65,9%, esboando leve recuperao em 2009, com

    66,75%. Esta taxa mdia de ocupao indica um mercado interno aquecido para o trans-

    porte areo no Pas.

    Grfico 3.9Aproveitamento dos Assentos/Quilmetro Oferecidos / Vos Domsticos (%)

    Fonte: Anurio do Transporte Areo 2008

    Dados Estatsticos, extrado do site www.anac.gov.br em 08/02/2010.

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    Em relao ao transporte turstico, o setor opera hoje com uma demanda que corresponde

    a 20% da demanda registrada em 1985, de acordo com estudo realizado pela Cmara Bra-

    sileira de Turismo da Confederao Nacional de Comrcio. Estes dados sinalizam para a

    necessidade de especial ateno a este segmento dos transportes, que representam uma

    importante alternativa para as viagens domsticas, particularmente para as curtas dis-

    tncias e as viagens de mais baixo custo que, alm de constiturem uma parcela impor-

    tante do mercado de consumo, apresentam um grande potencial de crescimento com a

    entrada de novos grupos de consumidores no Turismo.

    No que se refere ao uso do transporte individual, de acordo com os dados da Associao

    Nacional de Fabricantes de Veculos Automotores Anfavea, apresentados no grfico

    abaixo, o licenciamento de veculos individuais cresceu 80% entre os anos de 2002 e 2008.

    O aumento da frota de veculos individuais contribui para o crescimento dos fluxos turs-

    ticos no mercado interno, particularmente para os deslocamentos curtos e as viagens

    rotineiras. Este dado revela um potencial de expanso das viagens domsticas por duas

    vias: pela maior mobilidade dos brasileiros, particularmente no que se refere s viagens

    de curta distncia, e pelo aumento de consumo da populao, que abre novos nichos de

    mercado para o Turismo interno.

    Grfico 3.11

    Veculos Licenciados Automveis (em milhes)

    Fonte: Anurio da Indstria Automobilstica Brasileira edio 2009 ANFAVEA.

    Os dados relativos ao crescimento dos desembarques domsticos j apresentados e os da-

    dos do grfico acima, relativos aos licenciamentos de veculos particulares (automveis),

    explicam, em parte, a perda de posio dos transportes coletivos rodovirios de passagei-

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    ros, um comportamento divergente ao crescimento do Turismo no Pas nos ltimos anos.

    Outro indicador relacionado aos uxos tursticos domsticos refere-se ao nmero de ve-

    culos alugados por turistas no pas. Este nmero aferido com base nos registros da Asso-

    ciao Brasileira de Locadoras de Automveis, que apura a parcela do perl do mercado de

    Turismo na frota do setor de locao de automveis (n total da frota x (% turismo de lazer

    + % turismo de negcios). Desde o ano de 2002 at 2008, observa-se o crescimento desse in-

    dicador em torno de 96,61%. Em 2008, houve um aumento de 12,44% no nmero de veculos

    alugados para turistas, quando comparado ao ano anterior, conforme grco a seguir.

    Grfico 3.12Veculos Locados para Turismo (unidade)

    Fonte: Anurio da Associao Brasileira das Locadoras de Automveis 2009.

    importante destacar que, exceo dos nmeros relativos ao transporte coletivo ro-

    dovirio de passageiros, todos os demais indicadores relacionados aos fluxos de turis-

    tas domsticos (viagens domsticas, desembarques areos, assentos ofertados e pagos,

    veculos licenciados e veculos locados para turismo) apresentam um excelente desem-

    penho. As viagens domsticas cresceram em torno de 12,5% entre 2005 e 2007, e os demais

    indicadores relacionados aos fluxos domsticos apontam para um crescimento igual ou

    superior a 10% ao ano, entre 2002 e 2008.

    Uma informao relacionada aos uxos tursticos domsticos refere-se aos investimentos

    realizados anualmente pelo Ministrio do Turismo em promoo interna. Estes recursos

    aumentaram 155,94%, nos ltimos cinco anos, atingindo a cifra de R$ 58 milhes, em 2009.

    Milhas

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    Grfico 3.13Investimento em Promoo Interna (milhes R$)

    Nota: No houve levantamento nos anos 2002 e 2003.

    Fonte: SIAFI/STN

    1.3.3 Mercado Externo Entrada de Divisas Estrangeiras

    O resultado da receita cambial turstica nos ltimos anos aponta para o fortalecimento da

    atividade no mercado internacional. De acordo com os dados do Banco Central, em 2009

    o Brasil registrou uma receita cambial turstica de US$ 5,30 bilhes. Apesar de inferior ao

    mximo histrico registrado em 2008, esse valor representa um crescimento de 165% se

    comparado ao ano de 2002 (US$ 2 bilhes). No mesmo perodo, o crescimento da receita

    turstica mundial foi de 66%.

    Grfico 3.14Receita Cambial Turstica (Bilhes US$)

    Fonte: Banco Central do Brasil.

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    Dos turistas estrangeiros que o Brasil recebeu em 2008, 73% chegaram ao pas por via a-

    rea. O Pas registrou cerca de 6,48 milhes de passageiros desembarcados de voos interna-

    cionais em 2009. Esses nmeros tm mantido, assim como a entrada de turistas estrangei-

    ros, certa estabilidade desde 2004. Se considerada a srie de 2002 a 2009, o crescimento

    de 39,95% no perodo. O ano de 2009 registrou uma pequena queda, inferior a 1%, em

    relao a 2008. importante esclarecer que estes desembarques internacionais incluem,

    alm dos turistas estrangeiros, tambm brasileiros voltando do exterior.

    Grfico 3.16Desembarques Internacionais (em milhes)

    Fonte: Infraero

    Outro indicador relativo ao mercado internacional do Turismo refere-se ao nmero de

    assentos-quilmetros oferecidos e assentos-quilmetros pagos, relativos s operaes

    internacionais de empresas areas brasileiras, de acordo com os dados disponibilizados

    nos Anurios Estatsticos da Anac, apresentados no grfico a seguir.

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    perodo que vai de 2002 a 2009, esta ocupao, de acordo com o grfico a seguir, oscilou de

    75,8% em 2005 a 65,0% em 2007 . Os anos de 2008 e 2009 apontam para uma melhora nesta

    ocupao, girando em torno do patamar de 70,0%. A exceo de 2007, nos demais anos o

    setor apresenta um desempenho operacional melhor do que o mercado domstico, com

    uma taxa de ocupao bastante competitiva.

    Grfico 3.18Aproveitamento dos Assentos-Quilmetros Oferecidos Internacionais (%)

    Fonte: Anurio do Transporte Areo 2008 Dados Estatsticos,

    extrado do site www.anac.gov.br em 08/02/2010.

    Um fator que influencia positivamente e sinaliza para a expanso do mercado interna-

    cional do Turismo no Brasil refere-se realizao de eventos internacionais no Pas. Nos

    ltimos anos, o Brasil galgou posies no ranking da International Congress and Conven-

    tion Association ICCA relativo aos maiores captadores de eventos no mundo. O Pas

    passou da 19 posio em 2003 para a 7 posio. Em 2009, foram realizados 293 eventos

    internacionais. Alm deste crescimento no nmero de eventos captados, importante

    destacar que, a cada ano, um nmero maior de cidades brasileiras se insere no rol de hos-

    pedeiras de eventos internacionais, indicando uma desconcentrao na oferta de desti-

    nos qualificados para o turismo de negcios. O pice desse processo de captao de even-

    tos internacionais se deu com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpada de 2016, alm de

    eventos conexos, que colocam o Pas em destaque no cenrio mundial e abrem grandes

    perspectivas para o desenvolvimento do Turismo brasileiro.

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    Tabela 3.3Ranking ICCA 2009 / Nmero de Eventos Internacionais

    Fonte: ICCA, Relatrio Estatstico 2009.

    Tambm pode ser observado, o crescimento nos investimentos em promoo externa, que

    visaram reposicionar a imagem do destino turstico Brasil no mercado internacional, a

    partir das diretrizes do plano de marketing internacional Plano Aquarela e do esforode inserir o Brasil dentre os maiores destinos de realizao de eventos internacionais. Em

    2009, foram investidos U$ 39,87 milhes em promoo externa do Turismo brasileiro, uma

    retrao se comparado aos anos anteriores. Esta retrao ocorreu em funo do maior

    contingenciamento de recursos oramentrios, uma consequncia da crise financeira in-

    ternacional. O oramento do ano de 2010 reverte essa queda e sinaliza com a disponibili-

    dade recorde de U$ 98 milhes.

    Grfico 3.19Investimentos em Promoo Externa (Milhes US$)

    Fonte: SIAFI/STN / Embratur

    1 595

    2 458

    3 360

    4 350

    5 345

    6 341

    7 293

    8 257

    9 245

    10 236

    Ranking ICCA 2009 - Pases

    Ranking Pas N de eventos

    EUA

    Alemanha

    Espanha

    Itlia

    Reino Unido

    Frana

    Brasil

    Japo

    China

    ustria

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    1.3.4 Prestadores de Servios Tursticos

    A prestao de servios tursticos no Brasil se desenvolveu de maneira informal em decor-

    rncia das dificuldades burocrticas inerentes ao processo de formalizao empresarial.

    Com uma grande parcela destes prestadores de servios composta por organizaes fa-

    miliares e de pequeno porte, o Turismo brasileiro ainda uma atividade que opera com

    grande participao do mercado informal. Um objetivo permanente, como parte do proc-

    esso de qualificao desses servios, a atrao de um nmero cada vez maior desses

    agentes tursticos para a formalidade. A anlise do processo de formalizao pode auxil-

    iar no diagnstico das dificuldades da atividade e contribuir para a proposio de aes

    que atuem no enfrentamento deste gargalo.

    Em face das limitaes de informaes sistematizadas sobre o mercado turstico no Brasil,

    buscou-se trabalhar com os dados de registros do Sistema de Cadastro de Prestadores de

    Servios Tursticos Cadastur, do Ministrio do Turismo, alm dos registros da Relao An-

    ual de Informaes Sociais Rais, do Ministrio do Trabalho e Emprego relativos a hotis

    e agncias de viagem. Estes registros traduzem uma expanso e maior formalizao da

    atividade nos ltimos anos. O cadastro no Ministrio do Turismo se tornou obrigatrio

    com a aprovao da Lei do Turismo, Lei n 11.771/08, constituindo-se num forte indutor ao

    processo de formalizao.

    Os nmeros retratam a quantidade de cadastros em situao regular no Cadastur no

    encerramento de cada ano. So regulares aqueles em situaes de cadastro inicial,

    renovao e anlise de alterao. Em 2009, existiam 36.846 prestadores de servios ca-

    dastrados em situao regular, o que representa um aumento de 6,1% comparado a 2008.

    Grfico 3.20Prestadores de Servios Tursticos cadastrados (unidade)

    Nota: O CADASTUR foi criado em 2006.

    Fonte: Ministrio do Turismo CADASTUR

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    Uma informao relevante sobre o processo de formalizao da atividade refere-se ao

    nmero de novos cadastros regulares dos prestadores de servios tursticos por ano, ou

    seja, cadastros oriundos somente da situao cadastro inicial. Conforme observa-se no

    grfico a seguir, em mdia oito mil novos cadastros a cada ano so somados ao Siste-

    ma13.

    Grfico 3.21Novos Cadastros de Prestadores de Servios Tursticos (unidade)

    Nota: O CADASTUR foi criado em 2006.

    Fonte: Ministrio do Turismo - CADASTUR

    O universo de registros da Rais abrange todas as atividades regulares, tendo, neste sen-

    tido, uma cobertura maior que o Cadastur. Na sequncia, so apresentados os registros da

    Rais relativos a duas importantes categorias de prestadores de servios que atendem pre-

    dominantemente a turistas: alojamentos e agentes de viagem. A partir dos registros da

    Rais (grupo 551 da CNAE), possvel observar, como mostra o quadro a seguir, um contnuo

    aumento do nmero de estabelecimentos hoteleiros e outros tipos de alojamentos tem-

    porrios formalizados no Brasil. No perodo de 2002 a 2008, o crescimento foi de 31,01%.

    13 Os prestadores que se tornaram regulares nos anos anteriores podem ou no estar em situao regular. Os valores

    mostram apenas os novos cadastros iniciais que se tornaram regulares a cada ano.

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    Grfico 3.22Estabelecimentos Hoteleiros e outros tipos de Alojamento Temporrio (unidade)

    * Dado no disponvel na data de elaborao deste documento.

    Fonte: RAIS / MTE

    As agncias de viagem formam um enorme contingente de micro e pequenas empresas

    que, segundo o Sebrae, movimenta mais de R$ 60 bilhes por ano no Brasil. De 2003 a 2008,

    foram criadas 2.927 agncias de viagem em todo o Pas, de acordo com os dados da Rais.

    Grfico 3.23Agncias de Viagem e Operadores de Turismo (unidade)

    * Dado no disponvel na data de elaborao deste documento.

    Fonte: RAIS / MTE

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    A formalizao das atividades um caminho eficiente para se avanar no processo de

    qualificao dos servios tursticos. Isso pode ser estimulado, no s por meio de cam-

    panhas de sensibilizao junto aos agentes tursticos, mas tambm por meio de aes de

    incentivo relacionadas simplificao dos procedimentos normativos e regulamentares,

    para os quais so particularmente sensveis as pequenas e mdias empresas, que pre-

    dominam no universo de prestadores de servios tursticos no Pas.

    1.3.5 Resultados registrados pela Iniciativa Privada

    Os estudos realizados junto iniciativa privada confirmam que o setor de Turismo no

    Brasil comea a atingir a maturidade econmica, com a ampliao da participao no mer-

    cado internacional e um crescimento setorial acima das taxas de crescimento geral da

    economia.

    As empresas relacionadas ao Turismo vm, de modo geral, registrando desempenho satis-

    fatrio nos ltimos anos. Estes resultados, apresentados a seguir, revelam que, para estes

    ramos e para o universo que eles representam, a atividade turstica no Pas vem se for-

    talecendo e se consolidando como um importante segmento gerador de negcios e de

    empregos diretos e indiretos.

    Tabela 3.4Faturamento da iniciativa privada (% em relao ao ano anterior)

    Fonte: FGV / MTur

    AGNCIA DE VIAGENS 20,1 2,8 17,7 -1,8 25,6 -4,7

    MEIOS DE HOSPEDAGEM 17,5 23,5 12,0 12,9 19,9 2,9

    OPERADORAS 47,0 17,3 18,5 18,1 47,1 2,9

    FEIRAS E EVENTOS 5,7 13,9 27,3 19,5 13,5 11,8

    LOCADORAS DE AUTOMVEIS 23,3 33,0 42,9 24.1 47,0 1,7

    COMPANHIAS AREAS 21,5 22,8 22,8 30,1 1,2

    TRANSPORTES RODOVIRIOS 2,0 12,6 2,6

    TURISMO RECEPTIVO 13,5 15,0 -4,2 22,1 13,3 -29,4

    Faturamento da iniciativa privada (% em relao ao ano anterior)

    CATEGORIA/ANO 2004 2005 2006 2007 2008 2009

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    Tabela 3.5Postos de trabalho criados na iniciativa privada (% em relao ao ano anterior)

    Fonte: FGV / MTur

    A Pesquisa Anual de Conjuntura Econmica do Turismo Pacet14 , realizada pela Fundao

    Getulio Vargas (FGV), mostra que desde 2004, ano em que a pesquisa foi iniciada, os re-

    sultados foram positivos para as atividades relacionadas ao Turismo, conforme apresen-

    tado a seguir, por segmento pesquisado:

    Agncias de Viagens

    As mais elevadas variaes mdias do faturamento foram verificadas em anos alternados,

    ou seja, 2004, 2006, 2008 e 2010 (neste caso, previso). Os dois percentuais mais elevados

    ocorreram em 2008 e 2004 (25,6% e 20,1%, respectivamente), enquanto que os menores

    crescimentos (em realidade, quedas do faturamento) foram detectados em 2009 e 2007

    (-4,7% e -1,8%, respectivamente). No que concerne aos postos de trabalho, verificou-se

    igualmente alternncia, apresentando maiores aumentos nos anos pares e menores nos

    mpares, acompanhando o desempenho do faturamento apurado pelas Pacet. Cabe desta-

    car que com relao a emprego, as variaes so menos amplas, sendo observado apenas

    um declnio na srie histrica, ainda que nfimo (-1,6% em 2009).

    Feiras e Eventos

    A srie de variao mdia do faturamento iniciou em 2004 com crescimento mnimo de

    5,7%, o qual foi registrando incremento at atingir o mximo de 27,3% em 2006; a partir de

    ento, constataram-se aumentos menos amplos, embora positivos. As variaes mdias

    dos postos de trabalho foram menos intensas, acusando tnues declnios (-1,0%) em 2005

    e 2007 e percentual mximo em 2006 (+19,6%).

    AGNCIA DE VIAGENS 6,1 5,6 13,1 4,4 7,4 -1,6

    MEIOS DE HOSPEDAGEM 11,6 10,3 6,7 2,5 3,9 -2,7

    OPERADORAS 28,5 21,4 10,7 10,8 14,2 12,3

    FEIRAS E EVENTOS 7,0 -1,0 19,6 -1,0 9,2 7,4

    LOCADORAS DE AUTOMVEIS 9,3 21,0 19,8 15,4 22,7 1,7

    COMPANHIAS AREAS 16,4 34,9 59,3 15,9 17,9

    TRANSPORTES RODOVIRIOS 0,4 3,5 -0,2

    TURISMO RECEPTIVO 9,2 7,1 2,8 -4,3 2,9 -24,1

    Postos de trabalho criados na iniciativa privada (% em relao ao ano anterior)

    CATEGORIA/ANO 2004 2005 2006 2007 2008 2009

    14A amostra pesquisada formada pelas 80 maiores empresas, cujos segmentos relacionam-se ao Turismo. Em 2009,

    estas empresas faturaram 35,3 bilhes de reais.

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    Locadoras de Automveis

    Tal ramo tem apresentado evoluo anual bastante satisfatria, com elevados percen-

    tuais apurados principalmente no quinqunio 2004/2008. Ainda que o ano de 2009 tenha

    sido influenciado negativamente pela crise financeira internacional, ainda assim consta-

    tou-se ligeiro crescimento (1,7%), antevendo-se alguma recuperao para o corrente ano.

    Quanto ao contingente de pessoal, verificaram-se tambm resultados satisfatrios, em-

    bora as variaes mdias sejam de menor proporo.

    Meios de Hospedagem

    Mais um ramo cujo desempenho tem sido considerado bastante favorvel, registrando ele-

    vao do faturamento na faixa compreendida entre 12,0% e 23,5% no perodo 2004/2008.

    Em relao ao observado em 2009 e ao vislumbrado para 2010, os incrementos so menos

    amplos, mas igualmente positivos (2,9% e 7,6%, respectivamente). Acompanhando o com-

    portamento geral, as variaes do quadro de pessoal so menos intensas, tendo acusado

    maiores percentuais no binio 2004/2005 (pouco mais de 10,0%) e decrscimo somente em

    2009 (-2,7%).

    Operadoras

    A expanso do montante auferido em 2004 e 2008 (+47,0% e +47,1% do que nos anos imedi-

    atamente anteriores, respectivamente) superou os prognsticos mais otimistas, sendo

    que exceo de 2009 (+2,9%) os demais anos apresentaram variao mdia entre 11,1% e18,5%. O aquecimento dos negcios estimulou os empresrios em geral a realizarem con-

    trataes adicionais de pessoal ao longo de todos esses anos, mais fortemente no binio

    2004/2005 (+28,5% e +21,4%, respectivamente).

    Transporte Areo

    Mais um ramo do Turismo a apresentar notvel evoluo tanto em termos de faturamento

    quanto a postos de trabalho. A srie histrica iniciada em 2005 revelou crescimento at

    2008 (desde 21,5% at atingir 30,1%), declinando drasticamente em 2009 (ainda assim posi-

    tivo em 1,2%), detectando-se perspectiva de expanso de 21,2% no ano em curso. No que

    se refere a emprego, observaram-se maiores elevaes percentuais nos anos de 2006 e2007 (34,9% e 59,3%, respectivamente), bastante superiores s do faturamento (22,8% em

    cada um desses anos).

    Transporte Rodovirio

    Trata-se do segmento que apresenta a srie mais curta, iniciada em 2007, cujos incremen-

    tos percentuais so os mais modestos: no que diz respeito ao faturamento, a variao m-

    dia atingiu um mximo em 2008 (+12,6%) e um mnimo em 2009 (+2,6%); q