95
Exercícios para Bateristas Coordenação Inicial Muitas pessoas são naturalmente coordenadas. Algumas são mais coordenadas que outras. Algumas pessoas têm apenas que praticar um pouco mais. Mas não importa o quanto natural você é quando toca bateria, a coordenação entre mãos e pés é algo que você sempre terá que trabalhar (praticar). Vamos começar com alguns exercícios para as mãos antes de incluirmos os pés. Toque cada exercício 4 vezes e vá direto para o seguinte SEM PARAR Legenda: (D - mão direita) (E - mão esquerda) (P – pé). Exercício de coordenação nº 1 - repetir 4 vezes cada exercício. 1) D D D D D D D D E E 2) D D D D D D D D E E E E 3) D D D D D D D D E E E E 4) D D D D D D D D E E E E 5) D D D D D D D D E E E E 6) D D D D D D D D E E E E 7) D D D D D D D D E E E E 8) D D D D D D D D E E E E E E 9) D D D D D D D D E E E E E E 10) D D D D D D D D E E E E E E Quando você repete várias vezes um exercício, é possível que você perca a concentração. Talvez se esqueça quantas vezes repetiu o exercício. Talvez o próximo exercício exija uma maior coordenação que o anterior. Exercício de coordenação nº 2 - repetir 2 vezes cada exercício anterior, porém, mais rápido. Se você dominou os 10 exercícios sem nenhum erro, é hora de aprender algo sobre o bumbo./p> Os exercícios a seguir são do mesmo tipo dos anteriores, mas depois do quarto compasso eles ficam um pouco mais difíceis. Cada compasso possui um padrão diferente. Verifique que todos os exercícios estão em compassos quaternários (4 tempos). Procure contar os tempos em voz alta, isso ajuda saber em que tempo você está. Exercício de coordenação nº 3 - repetir 4 vezes cada exercício. 1) D D D D D D D D P P 2) D D D D D D D D P P 3) D D D D D D D D P P 4) D D D D D D D D P P 5) D D D D D D D D P P P 6) D D D D D D D D P P P

Estudos Para Baterista

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Estudos Para Baterista

Exercícios para Bateristas

Coordenação Inicial

Muitas pessoas são naturalmente coordenadas. Algumas são mais coordenadas que outras. Algumas pessoas têm apenas que praticar um pouco mais. Mas não importa o quanto natural você é quando toca bateria, a coordenação entre mãos e pés é algo que você sempre terá que trabalhar (praticar).

Vamos começar com alguns exercícios para as mãos antes de incluirmos os pés. Toque cada exercício 4 vezes e vá direto para o seguinte SEM PARAR

Legenda: (D - mão direita) (E - mão esquerda) (P – pé).

Exercício de coordenação nº 1 - repetir 4 vezes cada exercício.

1) D D D D D D D D

E E

2) D D D D D D D D

E E E E

3) D D D D D D D D

E E E E

4) D D D D D D D D

E E E E

5) D D D D D D D D

E E E E

6) D D D D D D D D

E E E E

7) D D D D D D D D

E E E E

8) D D D D D D D D

E E E E E E

9) D D D D D D D D

E E E E E E

10) D D D D D D D D

E E E E E E

Quando você repete várias vezes um exercício, é possível que você perca a concentração. Talvez se esqueça quantas vezes repetiu o exercício. Talvez o próximo exercício exija uma maior coordenação que o anterior.

Exercício de coordenação nº 2 - repetir 2 vezes cada exercício anterior, porém, mais rápido.

Se você dominou os 10 exercícios sem nenhum erro, é hora de aprender algo sobre o bumbo./p>

Os exercícios a seguir são do mesmo tipo dos anteriores, mas depois do quarto compasso eles ficam um pouco mais difíceis. Cada compasso possui um padrão diferente. Verifique que todos os exercícios estão em compassos quaternários (4 tempos). Procure contar os tempos em voz alta, isso ajuda saber em que tempo você está.

Exercício de coordenação nº 3 - repetir 4 vezes cada exercício.

1) D D D D D D D D

P P

2) D D D D D D D D

P P

3) D D D D D D D D

P P

4) D D D D D D D D

P P

5) D D D D D D D D

P P P

6) D D D D D D D D

P P P

Page 2: Estudos Para Baterista

7) D D D D D D D D

P P P

8) D D D D D D D D

P P P P

9) D D D D D D D D

P P P P

10) D D D D D D D D

P P P P P

Você está pronto para tentar num andamento mais rápido? Não se preocupe se você não conseguir fazer o exercício todo na primeira vez que tentar. Concentre-se no exercício, persista. Se você não consegue hoje, esteja certo de que conseguirá na próxima semana.

Exercício de coordenação nº 4 - repetir 2 vezes cada exercício anterior, porém, mais rápido.

Daqui para frente começaremos a ler MÚSICA! Isso realmente não é muito difícil de se fazer, mas por algumas razões, metade dos bateristas que tocam por aí não dão atenção para a leitura. É muito mais fácil aprender lendo os exercícios e vir a entender o que realmente está "havendo" na música, do que tocando de "ouvido".

Nesta lição veremos alguns ritmos de Rock usando o CHIMBAL, CAIXA e BUMBO, mas antes de começar com os ritmos, vamos fazer alguns exercícios preparatórios.

Faça estes exercícios várias vezes prestando atenção no andamento e procurando aplicar a mesma força para todas as notas. Não se esqueça de usar as manulações pedidas.

Antes de entrarmos no exercício, vamos aprender um pouco mais sobre os termos musicais. No começo do exercício (ou de uma música), há um símbolo que nos informa quantos tempos há em um compasso e qual nota vai em cada tempo. Este símbolo é chamado de FRAÇÃO ou FÓRMULA DE COMPASSO.

Page 3: Estudos Para Baterista

Por que a fórmula de compasso é tão importante? Nem todas as músicas têm quatro tempos, ou quatro semínimas por tempo. Você já ouviu um tipo de música chamada "Valsa"? A Valsa possui 3 tempos por compasso (1 2 3 - 1 2 3). O "Samba" possui 2 tempos por compasso (1 2 - 1 2).

Muitos tipos de música de várias culturas possuem 6 ou 7 tempos por compasso. Podemos também usar várias fórmulas de compasso na mesma música. Por exemplo: 12 compassos de 4 tempos, depois 8 compassos de 6 tempos, novamente 12 compassos de 4 tempos, etc.

Por enquanto ficaremos com o compasso quaternário, onde a semínima vale um tempo. Portanto, nossa primeira fórmula de compasso será 4/4, que quer dizer:

Faremos agora alguns exercícios usando CAIXA, BUMBO e CHIMBAL. Note que o chimbal deve ser tocado simultaneamente, ora com a caixa, ora com o bumbo.

Page 4: Estudos Para Baterista

Rudimentos

Introdução aos Rudimentos

Ser bom em alguma coisa (especialmente em Bateria), geralmente não é fácil. Isso pode, às vezes, ser frustrante porque sua cabeça quer tocar coisas que seus músculos não conseguem. É aí que entra a paciência e a dedicação. Às vezes, você precisa repetir exaustivamente um exercício até que ele fique correto. Se você quer ficar bom, tem que PRATICAR!

Postura - você deve gastar algum tempo para ajustar o banco e a caixa numa posição confortável, que permita que você mantenha os braços e ombros completamente relaxados e a coluna reta. Na hora de comprar seu banquinho, não economize dinheiro. Escolha um modelo que ofereça maiores opções de regulagem. Não use cadeiras! As cadeiras são geralmente muito baixas e não permitem uma posição confortável da coluna (evite lesões e esforços desnecessários!).

Rebote - vamos começar com o conceito de rebote (Rebound Strokes). Se você jogar uma bola de "ping-pong" numa mesa, ela vai completar uma série de "pulos", até que perca a força. Para sustentar o movimento da bola, temos que golpeá-la novamente. Na bateria, a "pele" do instrumento se encarrega de fazer o rebote (retorno da baqueta). Quanto mais forte você golpear a pele, mais alto será o retorno da baqueta.

Vamos fazer uma experiência - mantenha sua mão direita aberta e com os músculos relaxados. Agora faça um movimento para os lados como se estivesse dando "tchau". Faça o mesmo movimento, porém, com a mão fechada. Perceba como o movimento ficou "duro", tenso. Quanto mais tensão você aplicar, mais lentos serão os movimentos e consequentemente as batidas (notas). Permaneça relaxado e use os movimentos dos pulsos e dedos, não dos braços. Estudaremos esses movimentos mais adiante.

Posição correta dos dedos para segurar a baqueta

É importante uma posição correta dos dedos, pulsos, antebraços e braços ao segurar a baqueta; para conseguirmos controlar o rebote e aplicarmos os movimentos de upstroke, downstroke e tap, assim como o flam e todos os outros movimentos usados na execução da bateria.

1º passo - segure a baqueta com o polegar e o indicador. Cada modelo de baqueta possui peso e dimensões diferentes. Por isso você deve descobrir o "ponto de equilíbrio" da baqueta, tocando na caixa e procurando obter o maior número de rebotes possível.

2º passo - agora feche a mão, fazendo com que os três dedos restantes encostem na baqueta sem agarrá-la. Apertar demasiadamente a baqueta apenas provoca tensão, o que trará dificuldades ao tocar os rulos e notas fantasma.

3º passo - para a mão esquerda simplesmente repita os mesmos conceitos da mão direita.

Agora, coloque a ponta das duas baquetas no centro da pele. Deixe a palma das mãos para baixo. Assim, as baquetas formarão um ângulo de 90°. Lembre-se de deixar os pulsos, braços e ombros totalmente relaxados.

Page 5: Estudos Para Baterista

Procure tocar todas as notas no centro da pele, isso fará com que as duas mãos "tirem" o mesmo som do instrumento. Note que cada ponto da pele produz um som diferente - quanto mais próximo ao aro, mais fraco é o som.

Verifique a "pegada" em vários ângulos:

Pratique o exercício abaixo, chamado de "8 por mão". Nele, você vai isolar 8 batidas para cada mão e poderá se concentrar nos Rebotes. Use um movimento completo do pulso para cada batida, mas lembre-se de deixar a pele do instrumento fazer o retorno da baqueta. Permaneça o mais relaxado possível!

D D D D D D D D E E E E E E E E

Exercícios de manulação - faremos agora alguns exercícios para desenvolver uma coordenação entre as mãos. Usaremos D para a mão direita e E para a mão equerda. O propósito dos exercícios é de manter uma "qualidade de som", isto é, equilíbrio entre as notas, não importando se estamos tocando rápido ou devagar.

Algumas coisas que devemos observar:

• Use um movimento completo do pulso para cada batida (o braço somente se move em reação ao pulso);

• Seu braço deve estar paralelo ao chão quando você toca na caixa; • O antebraço e o ombro devem estar relaxados e próximos ao corpo; • A ponta da baqueta deve bater no centro da pele; • Trabalhe para manter uma firmeza de andamento (velocidade).

Manulações:

1. Oito toques com a mão direita e oito toques com a mão esquerda D D D D D D D D E E E E E E E E

2. Quatro toques para cada mão D D D D E E E E D D D D E E E E

3. Dois toques para cada mão D D E E D D E E D D E E D D E E

4. Um toque para cada mão D E D E D E D E D E D E D E D E

5. Combinação de mãos 1 D E D D E D E E D E D D E D E E

6. Combinação de mãos 2 D E E D E D D E D E E D E D D E

7. Combinação de mãos 3 D D E D E E D E D D E D E E D E

8. Combinação de mãos 4 D E D E E D E D D E D E E D E D

Você conseguiu fazer o exercício todo duas vezes sem erro? Meus parabéns. Você prestou atenção nos movimentos dos pulsos e manteve um andamento constante? São em exercícios como estes que devemos desenvolver também a nossa paciência. Lembre-se: se você quer ser um grande músico, comece agora e

exija disciplina de você mesmo!

Page 6: Estudos Para Baterista

Rudimentos

É extremamente importante que o baterista tenha completo domínio sôbre as duas mãos, não importando se ele é canhoto ou destro. É o que chamamos de ambidestria. Além disso, do ponto de vista técnico, o estudante deve propor-se a desenvolver uma coordenação e equilíbrio entre as duas mãos; resistência e velocidade. Por isso, torna-se fundamental a prática dos rudimentos.

No dicionário, rudimento é descrito como; "Elemento inicial, Princípio, Condição...". Os rudimentos são os primeiros passos e fundamentos da percussão em todo mundo. Você deve começar, aprendendo os rudimentos, desde os primeiros dias que comprar as baquetas. Se você quer realmente dominar a arte da percussão, não importando se você vai tocar caixa numa Banda Militar ou bateria numa Banda de Rock'n'roll, deve praticar os rudimentos!

Os Rudimentos são divididos em "famílias":

• a família do Paradiddle • a família do Single Stroke (toque simples) • a família do Double Stroke (toque duplo) • a família do Flam • a família do Drag

Estudaremos primeiramente um ou dois exemplos de cada família, aos poucos iremos adicionando as outras variações.

Drag Rudiments

Os Drags vão exigir um ótimo controle sobre o REBOTE DUPLO. Se você desenvolver bem os primeiros exercícios de Drag, não terá problemas com suas variações, pois são bem similares na sua estrutura.

Alternating Ruff (Rufo Alternado)

Rufo Alternado (ou "Drag" como é geralmente chamado) é um rudimento de REBOTE, similar aos RULOS. O Drag é composto de dois rebotes e uma nota principal.

Antes de começarmos os estudos deste rudimentos, devemos ter dominado os conceitos dos rudimentos de toque duplo(Roll Rudiments).

Ok, vamos lá. Em andamentos mais lentos, as apogiaturas são tocadas como dois rebotes separados. Use um movimento de pulso curto e relaxado. Em andamentos mais rápidos use os dedos para controlar os toques duplos. Exemplo:

A dificuldade do Drag está em fazer o rebote duplo "soar" consistente e uniforme. Este exercício vai ajudar a isolar o Drag na mão direita e depois na esquerda. Às vezes, para efeito de estudo, é interessante exagerarmos na altura da baqueta ao tocar a nota principal. Isto solidifica o conceito de "duas alturas" (apogiaturas movimento baixo e nota principal movimento alto).

Outro problema comum é o de tocarmos a nota principal como um rebote. Isso é natural, porque a mão direita "quer" fazer a mesma coisa que a mão esquerda está fazendo e vice-versa.

Page 7: Estudos Para Baterista

Uma vez que você tenha dominado o exercício anterior, tente alternar o Drag entre as duas mãos. Lembre-se de fazer as apogiaturas próximas à pele e a nota principal mais alta.

Flam Rudiments

Vamos dar início ao estudo da família do mais difícil dos rudimentos. Os Flams exigem muita atenção e muita prática. Se você nunca praticou o Flam antes, há alguns conceitos fundamentais que você deve dominar primeiro. São eles: o UP STROKE, o DOWNSTROKE, o TAP e o REBOTE. se você já tem domínio sobre esses conceitos, vamos em frente.

Flam Alternado

O Flam Alternado é a base de todos os rudimentos da família dos Flams. Se você "gastar" um tempo agora desenvolvendo corretamente os fundamentos requeridos no Flam Alternado, todas as outras variações serão mais fáceis, mas se você negligenciar esses conceitos básicos agora, você terá problemas mais tarde com os outros Rudimentos derivados deste.

O Flam é composto de 2 notas - a apogiatura (nota pequena) e a nota principal. Exemplo:

Sempre toque a apogiatura levemente (cerca de 2 cm acima da pele), não importando a velocidade ou volume da nota principal.

Vamos começar com um exercício preparatório.

Page 8: Estudos Para Baterista

Exercícios de Rebote

Vamos começar relembrando o conceito de rebote. Se você jogar uma bola de tênis no chão, ela vai completar uma série de saltos (rebotes), até que perca a força. Para sustentar estes saltos, você deve aplicar uma nova força sobre a bola. No caso da bateria, a pele do tambor se encarrega de fazer o rebote da baqueta. Lembre-se de controlar a pressão dos dedos sobre a baqueta para "sentir" o rebote.

Para tocar o rebote adequadamente, você não deve manter tensão alguma sobre os dedos, pulsos ou antebraços. Use pressão suficiente apenas para segurar a baqueta. Para andamentos mais lentos, use um movimento completo do pulso. Andamentos mais rápidos requerem movimentos dos dedos.

Estes exercícios são combinações de 3, 6, 9 e 12 toques para cada mão. Pratique primeiro cada um separadamente, depois siga a sequência de 3 a 12 toques sem parar, pelo menos uns 8 compassos. Não comece muito rápido, não trabalhe além do seu limite.

Page 9: Estudos Para Baterista

Estar tenso quando você toca os exercícios de toques alternados é um problema comum. Quando você tocar o segundo compasso deste exercício, tente deixar a mão esquerda tão relaxada quanto no primeiro (idem para mão direita nos compassos 3 e 4).

Neste exercício vamos usar um movimento "longo" para a primeira nota, e então permitir que a baqueta rebata duas vezes, porém devemos controlar esse rebote com o pulso e os dedos.

Este é um exercício que vamos usar para reforçar a técnica do toque duplo, mas vamos fazê-lo aqui também porque ele vai nos ensinar a relaxar o pulso nos andamentos lentos e deixar a pele do tambor fazer o rebote.

Page 10: Estudos Para Baterista

Este exercício requer bastante atenção, procure se concentrar nos movimentos e, como sempre, comece num andamento lento.

Single Stroke Rudiments

Cada um destes rudimentos usa os toques alternados, que devem ser dominados mesmo que você seja um iniciante ou um "Super Star" de Rock'n'roll. Os rudimentos de toques alternados vão nos ajudar a desenvolver velocidade e destreza entre as duas mãos.

Single Stroke Roll

Os rudimentos de toques alternados são fáceis de se entender, mas como todo exercício, exigem paciência, dedicação e um estudo constante (se possível diário). O exemplo abaixo é apenas um gráfico de representação, não tente tocá-lo.

Vamos começar com conceito de que o Single Stroke Roll é um rudimento de REBOTE. Aqui vai um exemplo: se você jogar uma bola de tênis numa pele de caixa (ou de um tambor), ela vai rebater (voltar). Para sustentar um movimento constante da bola (para baixo e para cima), tudo o que temos a fazer é aplicar um novo golpe na bola. A pele se encarrega do retorno (rebote). Se você pegar uma baqueta e "batê-

Page 11: Estudos Para Baterista

la" na pele, ela também vai fazer o rebote - assumindo que você não usou nenhuma pressão ou tensão para impedir esse rebote. O quanto mais forte você bater na pele, mais alto será o rebote. Para tocar um rudimento de rebote, você não deve produzir tensão alguma nos dedos, pulsos ou antebraços. Use pressão suficiente apenas para segurar a baqueta e tocá-la na pele. No Single Stroke Roll, em andamentos mais lentos, use um movimento completo e relaxado do pulso. O antebraço somente se move em reação ao pulso - usar mais movimentos é perda de energia! Pratique este exercício para reforçar o conceito de rebote. Nele você trabalhará com 8 notas para cada mão e poderá se concentrar nos movimentos.

Este outro exercício ajuda a isolar o rebote de cada mão no Single Stroke Roll. Estar tenso quando tocamos os rudimentos de toques alternados é um problema comum. Quando você tocar o 2º compasso, esteja certo de que a mão esquerda está tão relaxada quanto no 1º compasso (idem para a mão direita nos compassos 3 e 4).

Este exercício é semelhante ao anterior, porém, usando tercinas. Procure prestar atenção aos movimentos e lembrando-se dos conceitos sobre rebote.

Page 12: Estudos Para Baterista

Exercícios de Acentos e Tap

Uma das mais importantes técnicas para percussão e bateria é a habilidade de controlar o rebote natural da baqueta. Quando fazemos os exercícios de acentos e tap, é importante tocarmos os acentos com um movimento completo e aí pressionar levemente a baqueta com os dedos na hora do impacto. Assim podemos controlar o rebote e tocar o tap mais suavemente.

Este exercício é usado para a aprendizagem do acento/tap num nível básico. Mantenha a mão relaxada ao tocar os dois taps. No começo, vamos exagerar na altura dos movimentos. Para os acentos, levante a baqueta uns 25 cm pele, e para o tap uns 2 cm. Deste modo ganharemos maior contrôle sobre as baquetas. Assim que você aumentar o andamento, diminua gradativamente a altura dos movimentos. Isto quer dizer que para movimentos rápidos temos uma menor distância entre a pele e as baquetas.

Este exercício é muito simples de se entender e tem grande efeito tanto para bateristas iniciantes quanto para os avançados. Ao mesmo tempo que é fácil memorizá-lo, sua execução é um pouco difícil, porque para fazê-lo rápido, é preciso ter um movimento relaxado da mão logo após o acento.

Este exercício permite uma melhor visualização da altura da baqueta nas notas internas (não acentuadas). Pratique em andamento moderado, prestando atenção nos movimentos.

Page 13: Estudos Para Baterista

Double Strokes

Correção do Papa-Mama

Quando começamos a estudar o papa mama, é muito comum acentuarmos a primeira nota, o que ocasiona uma desigualdade entre as batidas. Para corrigir isso, vamos praticar um exercício chamado de correção do papa mama. Neste exercício não acentuaremos nenhuma nota, mas o simples fato de termos o chimbal tocando simultaneamente na segunda mão direita, ou na segunda mão esquerda, faz com que a segunda nota tenha uma certa ênfase. Lembre-se de começar o estudo num andamento confortável, onde você possa observar os movimentos que está executando. Use sempre o metrônomo para controlar e "medir" o seu desenvolvimento.

Page 14: Estudos Para Baterista

Long Roll

Este rudimento (chamado também de Double Stroke Roll), é de extrema importância para todo baterista. Ele desenvolve a coordenação e a força dos pulsos e dedos.

Para desenvolver um Rulo com qualidade, é importante desenvolver um toque duplo com movimentos relaxados. Se você entendeu os conceitos relacionados aos rudimentos de batida dupla, vamos aos exercícios. Quando tocá-lo num andamento mais lento, você vai usar 2 movimentos (relaxados) de pulso. Por enquanto não use o rebote, primeiro é importante desenvolver um controle do pulso. Assim que você aumentar o andamento tente controlar as duas batidas com os dedos. Na segunda batida aperte levemente a baqueta para dar um pouco mas de volume do que na primeira.

É interessante praticar esse exercício numa superfície que não provoque o rebote da baqueta, como uma lista de telefones. Isso vai requerer um relaxamento do pulso e atenção aos movimentos. Primeiro pratique cada compasso como um exercício separado. Depois de dominá-los, pratique do começo ao fim sem parar.

Este exercício é similar ao anterior, só que desta vez usaremos 2 grupos de notas duplas (DDEE e EEDD). Mantenha um movimento relaxado e suave das mãos.

Page 15: Estudos Para Baterista

Este exercício possui combinações de 3 e 4 grupos de batida dupla (DDEEDD e DDEE DDEE). É importante mencionar que você não acentue a batida simples.

Depois que você combinou todos os exercícios anteriores de batida dupla, é hora de colocarmos todos juntos. Isso requer uma boa concentração e que não haja dúvida em nenhum dos exercícios anteriores. Novamente, pratique cada compasso separado e depois de dominá-los junte todos os exercícios.

Pratique esses exercícios acentuando a segunda batida; fechando a mão e aplicando uma rápida pressão sobre os dedos.

Page 16: Estudos Para Baterista

Aqui, usaremos o sinal de abreviatura para executarmos os rulos. Comece devagar, à medida que você aumentar o andamento, procure se concentrar na pressão dos dedos sobre as baquetas. Se as baquetas estiverem muito soltas, o rebote sairá bem "aberto" e se as baquetas estiverem muito presas, as notas soarão como um "buzz".

Page 17: Estudos Para Baterista
Page 18: Estudos Para Baterista

Paradiddles

Single Paradiddle

O Single Paradiddle - os primeiros três toques que você vai aprender no Single Paradiddle serão aplicados a todos os rudimentos e técnicas que você vai usar quando tocar um instrumento de percussão. Trabalhe duro para dominar cada conceito. Não "corra" simplesmente através dos exercícios. Vamos manter a cabeça aberta para aprendermos novos conceitos.

O Single Paradiddle é uma combinação de três tipos de técnicas: o downstroke, o upstroke e o tap. Se você conhece o Paradiddle simplesmente como uma combinação de mãos, veremos aqui, alguns conceitos preparatórios:

Downstroke - toda vez que você bate (toca) num tambor, a baqueta sobe, em reação à força aplicada. Aprender a controlar a pressão da baqueta antes dela tocar na pele, é um dos aspectos mais importantes para se tocar bateria. Para se tocar o downstroke ou toque acentuado corretamente, você deve apertar levemente a mão na hora do impacto para controlar o rebote natural (sem esmagar a baqueta na pele). Levante a baqueta na altura do ombro mas mantenha o antebraço próximo ao corpo. Agora toque na caixa, apertando um pouco a baqueta na hora do impacto. A baqueta deve parar não mais que 2 centímetros acima da pele. Enquanto você pratica esse exercício, pense em dois movimentos separados: o downstroke e o movimento de levantar a baqueta.

Nota: segure firmemente a baqueta no momento em que ela toca na pele, mas relaxe imediatamente após o impacto.

Upstroke - o upstroke é responsável pela fluência natural dos braços e pulsos quando tocamos os acentos. Para tocar o upstroke, comece com a baqueta mais ou menos 2 centímetros acima da pele. Quando você toca uma nota suave, o pulso desce levemente. Continue o movimento do braço e traga a baqueta na altura do ombro, este é o upstroke completo.

Up e Downstroke no paradiddle - vamos agora dar uma "parada" no movimento do upstroke. Esta "parada" se refere ao movimento do pulso quando toca a nota não acentuada.

É importante que você veja o paradiddle como uma combinação de diferentes movimentos, não apenas como uma combinação de toques simples e duplos. Lembre-se que o downstroke deve ser tocado com um movimento relaxado do braço, parando a baqueta

Page 19: Estudos Para Baterista

mais ou menos 2 cm acima da pele depois do impacto. Fique o mais relaxado possível no upstroke e toque-o bem suave.

Finalizando o Paradiddle

Finalmente chegamos ao Single Paradiddle completo. Antes de iniciá-lo, esteja certo de que você não tem nenhuma dúvida sôbre os conceitos anteriores (up e downstroke).

Resta agora adicionar os Taps que no caso do paradiddle, são as duas notas "suaves" tocadas com a mesma mão. Para os taps, levante a baqueta uns 2 centímetros da pele, mantendo o pulso livre de qualquer tensão.

Assim temos o paradiddle completo:

Double Paradiddle

O Double Paradiddle é similar ao Single Paradiddle, adicionado de dois TAPS (ou um acento e um TAP, dependendo de como você tocá-lo). A outra diferença é que o Double Paradiddle possui um "feeling" de três batidas e o Single Paradiddle possui um "feeling" de duas batidas.

Antes de começar a estudar esse rudimento você precisa estar apto a tocar o Single Paradiddle e ter dominado as técnicas de UPSTROKE, DOWNSTROKE e TAP.

Oficialmente, o Double Paradiddle tem apenas um acento, mas você também vai encontrá-lo escrito com dois acentos. É importante você aprender as duas versões porque elas têm uma diferença fundamental na maneira como são tocadas. Vamos começar com a versão de um acento.

Este exercício divide o Double Paradiddle em alguns "passos" para que possamos nos concentrar nos movimentos das mãos. Comece com sua mão levantada, e toque o acento (downstroke), lembrando-se de pressionar a baqueta com os dedos no momento do impacto para anular o rebote natural dela.

As notas entre os acentos (chamadas de notas internas) devem ser o mais suaves possível. Quanto menos

tensão você aplicar sobre os músculos, mais rápidos serão seus movimentos.

Deixe o acento fluir de uma mão para outra - o UPSTROKE se encarrega dessa fluência. Não hesite em usar um pequeno movimento do antebraço se ele ajudar na "fluência" dos movimentos, mas lembre-se de manter as batidas internas com um movimento relaxado do pulso.

Page 20: Estudos Para Baterista

Lembre-se de se manter o mais relaxado possível nas notas internas, mas controle o acento com uma leve pressão dos dedos.

Veremos agora, a versão de dois acentos do Double Paradiddle. Às vezes esta é uma maneira mais fácil dos principiante aprenderem o Double Paradiddle porque ela é similar ao Single Paradiddle.

Há uma diferença básica entre tocar o Double Paradiddle com um acento e com dois acentos: toda vez que você toca dois acentos em sequência com a mesma mão, ele se torna um REBOTE. É comum ver bateristas que não conseguem tocar o Double Paradiddle de dois acentos rápido, porque eles estão pensando nos dois acentos como DOWNSTROKE, pressionando a baqueta entre um acento e outro.

Neste exemplo, use um REBOTE e um DOWNSTROKE com um TAP suave entre eles. Lembre-se: apenas pressione a baqueta no segundo acento, deixe o volume do acento a cargo da altura da baqueta.

Page 21: Estudos Para Baterista

Triple Paradiddle

O Triple Paradiddle também é similar ao Single Paradidle, adicionado de quatro TAPS (ou dois acentos e dois taps, dependendo de como você tocá-lo).

Se você praticou bem o Single Paradiddle é só adicionar os quatro TAPS. Não haverá grande dificuldade, apenas preste atenção para a quantidade de notas que compõe este rudimento.

Oficialmente, o Triple Paradiddle possui apenas um acento, mas você também poderá vê-lo escrito com três acentos. Vamos começar estudando o Triple Pradiddle com três acentos, porque ele é mais fácil de se compreender.

Neste exercício toque 3 acentos com uma mão e os Taps, entre os acentos, com a outra mão. em>Lembre-se que toda vez que você toca dois ou mais acentos com a mesma mão, eles se tornam REBOTES.

Depois que você dominar o exercício 1a, adicione um Single Paradiddle no lugar da semínima (1b). lembre-se de manter as notas internas o mais relaxadas possível e deixe o acento fluir de um compasso para outro com o Upstroke.

Quando tocamos o Triple Paradiddle com um acento, devemos nos lembrar que o acento é tocado como um Downstroke - quer dizer que vamos ter que pressionar levemente a baqueta na hora do impacto, para anular a reação natural da pele.

Neste exercício, ouça cuidadosamente as 3ª, 5ª e 7ª notas para estar certo de que não estão sendo tocadas mais alto(forte) que as 2ª, 4ª e 6ª notas. Essa desigualdade ocorre quando não controlamos o acento (Downstroke) no começo do rudimento. Lembre-se: temos duas alturas da baqueta - uma para as notas

acentuadas e outra para as notas internas.

Page 22: Estudos Para Baterista

Paradiddle-diddle

Antes de estudar esse rudimento, esteja certo de que você tenha dominado os conceitos de UPSTROKE, DOWNSTROKE e TAP.

O Paradiddle-diddle começa da mesma maneira que o Single Paradiddle. A diferença é que não vamos usar um UPSTROKE na segunda nota, a segunda nota vai ser um Tap suave seguido de dois REBOTES. Quando um baterista tem problemas ao tocar esse rudimento rápido, é porque ele não mantém as notas internas relaxadas e não toca as batidas duplas como REBOTES. Não estar relaxado quer dizer gastar mais energia

que o necessário!

Sabendo da importância de fazer um movimento relaxado nas notas internas, pratique o exercício abaixo. Lembre-se de pressionar levemente a baqueta na hora do acento, mas relaxe imediatamente nas notas seguintes. Fique atento para não erguer muito a baqueta nas notas internas. Assim que você aumentar o

andamento, permita que os TOQUES DUPLOS se tornem REBOTES DUPLOS. Aplicar pressão demais sobre os dedos faz com que as batidas internas fiquem desiguais.

Page 23: Estudos Para Baterista

Agora, se quisermos desenvolver a velocidade no Paradiddle-diddle, precisamos primeiro ter controle sobre o REBOTE do acento.

O importante conceito desenvolvido através desse exercício é o relaxamento da "pegada" nas notas internas. Quando tocamos um REBOTE DUPLO com a pegada relaxada, REBOTE será mais aberto (mais espaço entre as duas notas). Se a pegada estiver tensa o REBOTE sairá tenso também. Assim que aumentarmos o andamento devemos ter o cuidado de não deixarmos o REBOTE se tornar um "buzz", ao invés de um REBOTE DUPLO. Procure aplicar esse conceito no exercício abaixo. Basicamente o mesmo que o exercício anterior, só que um pouco mais rápido que o primeiro e sem as pausas (2c).

Page 24: Estudos Para Baterista

Paradiddle-groove

O Paradiddle Groove é a combinação do Single Paradiddle com alguns padrões de bumbo. Vamos dividir este estudo em 2 partes. Na primeira, estudaremos alguns ritmos com bumbo em colcheias. Na segunda parte teremos o bumbo em semicolcheias.

É importante ter um controle total sobre qualquer rudimento antes de aplicá-lo na bateria. Caso você já tenha domínio sobre o Single Paradiddle, veja à seguir as variações que serão aplicadas a ele:

a. as duas mãos no chimbal:

Page 25: Estudos Para Baterista

b. mão direita no prato de condução e mão esquerda no chimbal:

c. mão direita no chimbal e mão esquerda na caixa em notas fantasma:

d. mão direita no prato de condução, mão esquerda na caixa em notas fantasma e pé esquerdo no chimbal, na cabeça dos tempos:

e. mão direita no prato de condução, mão esquerda na caixa em notas fantasma e pé esquerdo no chimbal, nos contra-tempos:

Procure estudar cada exercício separadamente com bastante atenção. Depois que você tiver domínio sobre eles, aplique-os no arquivo

Page 26: Estudos Para Baterista
Page 27: Estudos Para Baterista
Page 28: Estudos Para Baterista
Page 29: Estudos Para Baterista

Paradiddle-groove em 7/8

O Paradiddle Groove não é novidade para ninguém, já foi visto e revisto em vários livros e vídeos. Porém, vamos estudá-lo aqui com uma variação na sua fórmula de compasso e, conseqüentemente, na sua manulação.

Inicialmente, vamos fazer algumas considerações e alguns exercícios para compreendermos como interpretar um compasso de 7/8. Vamos caminhar passo a passo até chegarmos no Paradiddle Groove em 7/8.

Num compasso de 4/4, a semínima é a unidade de tempo. Isso quer dizer que temos:

4 semínimas em cada compasso:

Page 30: Estudos Para Baterista

ou 8 colcheias:

ou ainda 16 semicolcheias:

Agora, temos as semicolcheias com as mãos alternadas no chimbal. Isto faz com que a mão direita "saia" do chimbal e se desloque para a caixa nos tempos 2 e 4.

Muito bem. Vamos considerar agora o compasso de 7/8. Aqui a colcheia é a unidade de tempo. Assim, temos:

7 colcheias em cada compasso:

ou 14 semicolcheias:

Podemos ainda pensar no compasso de 7/8 como um 4/4 sem a última colcheia ou sem as duas últimas semicolcheias:

Page 31: Estudos Para Baterista

Para o chimbal com mãos alternadas temos:

Pratique as variações de bumbo abaixo para se familiarizar com o "feeling" do compasso em 7/8. Mais adiante veremos a aplicação do Paradiddle Groove nesta fórmula de compasso.

Page 32: Estudos Para Baterista

Improvisação

Improvisação - Substituições de Bumbo de Buddy

Rich

Tiger Bill

BA-di-di-di-di-BA di-di-di BA-di-di / BOOM-di-di-di-di-BOOM di-di-di BOOM-di-di… Alguns o adoravam, e outros o odiavam, mas ninguém pode dizer que a maneira de tocar de Buddy Rich não era excitante. Embora eu o tenha encontrado várias vezes, nunca tive a oportunidade de praticar com ele. Entretanto, eu estudei tudo o que ele fez. E uma de suas técnicas favoritas (julgando pela freqüência com que ele a usava) era as substituições de bumbo. Se você já viu ou ouviu Buddy tocar, tenho certeza que você concorda comigo. Ele era um verdadeiro mestre nesta técnica, a qual é obtida substituindo o acento da mão direita pelo bumbo. Buddy usava isso tanto em solos longos como em fills curtos. Embora outros bateristas tenham copiado esta técnica, ninguém esteve apto a executa-la como Buddy Rich. Neste artigo vou mostrar como desenvolver esta técnica. Quem sabe um dia você poderá executá-la melhor do que Buddy Rich. Nada é impossível.

Vamos começar nossos exercícios usando padrões de tercina porque era o que Buddy mais usava. Se você não está familiarizado com o som da tercina, clique no ícone para ouvir os exercícios.

Para começar estes exercícios, você precisa de uma bateria que tenha somente o bumbo e a caixa. Pratique somente os dois primeiros compassos. Na primeira vez, toque todos os "D" com a mão direita na caixa e esteja certo de que você executa cada acento como está escrito. Toque todos os "E" com a mão esquerda sem os acentos. Uma vez que você consiga fazer os dois compassos sem nenhum erro, volte ao início, só que desta vez toque os "D" com o pé direito ao invés da mão direita. Os "E" continuam na mão esquerda. Isso permite com que você pratique os exercícios de substituição de bumbo como Buddy fazia. Pratique cada exercício (de 2 compassos) separadamente até que fique confortável.

Page 33: Estudos Para Baterista

Uma vez que os exercícios estiverem fáceis, pratique-os sem interrupção, do primeiro ao último.

De início, você deve ter problemas para manter ao tercinas constantes, principalmente entre o pé direito e a mão esquerda. Mas com prática, estes exercícios se tornarão naturais. Embora você deva executar os exercícios numa boa velocidade, aproximadamente 160 bpm, comece com 60 bpm. A jogada é você desenvolver um som constante entre o pé e a mão direita, como se o pé fosse uma outra mão.

Page 34: Estudos Para Baterista

Notas-Fantasma

Introdução às notas fantasmas

Introdução

Há três tipos de "sons" na bateria contemporânea - a caixa, o bumbo e o chimbal. Estes componentes da bateria requerem muita atenção porque a maior parte da música moderna é baseada nestas três vozes. Os exemplos que daremos aqui são baseados em bumbo, caixa, chimbal e prato de condução, mas você pode expandir as possibilidades de cada exercício, aplicando outros timbres como cowbells, ton tons, blocks, pandeiros, etc. O objetivo principal é desenvolver dois níveis de som - as notas acentuadas e as não acentuadas. Na execução da bateria há mais que dois níveis de som, mas para os propósitos do nosso estudo, usaremos apenas dois níveis.

Page 35: Estudos Para Baterista

Não se trata somente do que tocamos, mas também de onde tocamos, visto que os instrumentos acústicos oferecem diferentes timbres dependendo do ponto onde se percute(toca).

Caixa Notas acentuadas - você pode usar o rimshot para acentuar a caixa. Toque no centro caixa com a ponta da baqueta e, ao mesmo tempo, no aro com o corpo da baqueta. Essa técnica produz um som mais forte e mais "encorpado" da caixa.

Notas não acentuadas - tocadas com extrema suavidade, chamadas também de notas fantasma. Para executá-las, os dedos, pulsos e braços devem estar livres de qualquer tensão. São tocadas geralmente no centro da pele.

Chimbal Notas acentuadas - toque na borda do chimbal com o corpo da baqueta.

Notas não acentuadas - toque no "corpo" do chimbal (não na cúpula) com a ponta da baqueta.

Bumbo Para o bumbo esse conceito de dois níveis de dinâmica não será um problema porque a maior parte do tempo ele é solicitado a tocar notas acentuadas. A distância entre os níveis de dinâmica usados no bumbo são menores que os requeridos pela caixa e outras vozes. Estamos falando aqui dos bumbos aplicados aos grooves. Para outros estudos, de improvisação por exemplo, serão aplicados todos os níveis de dinâmica no bumbo. Por isso não devemos negligenciar esse instrumento tão importante que é o coração da bateria.

Prato de Condução Notas acentuadas - toque no prato uns 25 cm abaixo da cúpula. Isso produz um som mais controlado e evita que o prato "abra" demais. Para destacar ainda mais as acentuações no prato de condução, você pode tocá-las com o corpo da baqueta na sua cúpula.

Notas não acentuadas - toque com a ponta da baqueta no corpo do prato, uns 25 cm abaixo da cúpula.

Notas fantasmas - Equilíbrio entre os dois níveis de

dinâmica

Manter um equilíbrio entre os dois níveis de dinâmica é muito importante. Como vimos anteriormente, há três sons básicos na bateria contemporânea. É interessante observar nos discos como a bateria é mixada e verificar os volumes de cada voz. É claro que isso varia de acordo com o estilo que está sendo tocado, mas de uma maneira geral temos a caixa num nível mais alto, seguida pelo bumbo e depois pelo chimbal. Quando executar um groove pense nesse conceito e procure manter uma boa constância no nível de volume da caixa, bumbo e chimbal. Toque o groove por completo, mas concentre-se em cada voz separadamente para verificar se não há variação de uma nota para outra.

As seguintes observações irão nos ajudar a desenvolver o conceito de dois níveis de dinâmica:

• os acentos devem ser tocados aproximadamente uns 25 cm da pele, e as notas não acentuadas uns 2 cm da pele;

• combine o som do chimbal e da caixa nas notas não acentuadas; • a diferença de volume entre os dois níveis deve ser o mesma - do forte (f) ao pianíssimo (pp). O

volume geral da bateria é determinado pelo estilo que está sendo tocado, porém a distância relativa entre os dois níveis de volume será a mesma.

Vamos fazer uma outra consideração antes de começarmos os exercícios. Analise os dois exemplos abaixo:

Page 36: Estudos Para Baterista

Temos o "velho" paradiddle, na primeira versão sem nenhum acento e na segunda com alguns acentos. Toque as duas versões e observe a diferença de som. O exemplo sem os acentos é interessante, mas um tanto monótono. Já o segundo exemplo, possui um "feeling" bem mais musical. Com isso, notamos que a diferença de dinâmica é que produz o "molho" e o "feeling" do groove. Portanto vamos estudá-los com muita dedicação!

Notas fantasmas - Exercício preparatórios

Vamos fazer alguns exercícios preparatórios para a aplicação das notas fantasmas. Para isso, começaremos com os grooves de mãos alternadas no chimbal. Note que para cada padrão de bumbo temos cinco variações das mãos. São elas:

1. alternando o chimbal com as mãos DEDE; 2. passando a mão direita para o prato de condução e mantendo a mão esquerda no chimbal; 3. passando a mão direita para o chimbal e a mão esquerda na a caixa com notas fantasma; 4. passando a mão direita para o condução, a mão esquerda na caixa com notas fantasma e o chimbal

com o pé esquerdo na cabeça dos tempos; 5. idem ao 4 com o chimbal no pé esquerdo nos contra tempos.

Estes exercícios requerem muita paciência e disciplina. Só após ter dominado um exemplo passe para o outro. Note que nestes exercício precisamos deslocar sempre a mão direita para a caixa para fazermos os acentos. Mais tarde, veremos outros exercícios para evitar isso, portanto domine esses exemplos primeiro.

Page 37: Estudos Para Baterista

1

Seguir com a manulação DEDE em todos os exercícios.

2

Page 38: Estudos Para Baterista

3

4

5

Page 39: Estudos Para Baterista

6

7

Page 40: Estudos Para Baterista

8

9

10

Page 41: Estudos Para Baterista

11

12

13

Page 42: Estudos Para Baterista

14

15

16

Page 43: Estudos Para Baterista

Tercinas

Tercinas em bumbo e caixa

Estes exercícios vão nos ajudar a desenvolver uma coordenação entre as mãos e pés, usando as tercinas. Repita cada exercício quantas vezes for necessário, até obter contrôle sobre ele. Trabalhe inicialmente num andamento moderado e tente manter as duas vozes (bumbo e caixa) equilibradas. Esteja certo de que o bumbo não está nem mais alto (forte), nem mais baixo (fraco) que a caixa.

Acentuando as Tercinas

Temos aqui, alguns exemplos de acentuações em tercinas. Note que o chimbal está marcando a cabeça dos tempos. Preste atenção nas manulações, e procure manter um equilíbrio entre as notas. Estes exercícios são usados para o desenvolvimento de fills e improvisação, e proporcionam uma "limpeza" na técnica.

Page 44: Estudos Para Baterista

Pratique estes exercícios prestando atenção nas manulações e procurando "tirar" o mesmo som das duas mãos, tanto nas notas acentuadas como nas notas não acentuadas.

Page 45: Estudos Para Baterista

Bumbo

Bumbo com pedal simples

Faremos aqui alguns exercícios para o desenvolvimento do bumbo, com variações de semicolcheias. Na segunda parte temos uns exercícios em 12/8. Procure praticá-los com bastante atenção verificando se o bumbo e a caixa estão no mesmo volume. Comece lento, dando prioridade para o equilíbrio entre as notas e não a velocidade.

Parte 1

Page 46: Estudos Para Baterista

Parte 2

Page 47: Estudos Para Baterista
Page 48: Estudos Para Baterista

Bumbo com pedal duplo

Antes de começarmos os exercícios, vamos pensar em alguns conceitos básicos. Primeiro você pode fazer os exercícios de rudimentos com os pés. Mas você pode dizer - "Eu não tenho pedal duplo". Bem, mas você pode usar o seu chimbal. Isso pode ajudar você a desenvolver grande habilidade com os pés e te dará algumas idéias para diferentes variações rítmicas.

Ok, vamos começar com alguns exemplos de aplicação dos rudimentos nos pedais. Procure fazer os exercícios num andamento lento, com o acompanhamento do metrônomo.

Page 49: Estudos Para Baterista

Obs: Para não congestionar a partitura não utilizaremos as indicações D e E nos bumbo. Ao invés disto, utilizaremos o primeiro espaço do pentagrama para o pé direito e a primeira linha para o pé esquerdo.

Page 50: Estudos Para Baterista

Sugestões - comece praticando cada padrão de pedais até que você possa tocá-los sem dificuldades. Depois pratique cada padrão de mãos da seção 1 com cada padrão de bumbo da seção 1. Comece devagar. Esteja certo de que os membros estão em sincronismo uns com os outros antes de aumentar o andamento. Algumas combinações de mãos e pés serão mais difíceis que outras, e vão exigir muita prática e paciência. Siga o mesmo procedimento com as seções 2 e 3.

O próximo passo é tocar todos os padrões de mãos sem interrupção, repetindo 8 vezes cada um, enquanto toca uns dos padrões de pedais. Os vários padrões de mão e cada seção vão ajudar não somente na coordenação, mas vão dar a impressão de diferentes "feels" de Rock, tornando os exercícios mais práticos e musicais. Para ajudar na resistência, pratique cada exercício o máximo que puder sem interrompê-lo. Use o metrônomo para verificar sua precisão e progresso. Nunca pratique além dos seus limites, comece devagar. Se possível procure gravar sua prática para uma melhor análise do seu desenvolvimento.

Seção 1

Padrões de bumbo

Padrões de mãos

Seção 2

Padrões de bumbo

Page 51: Estudos Para Baterista

Padrões de mãos

Seção 3

Padrões de bumbo

Page 52: Estudos Para Baterista

Padrões de mãos

Abertura de Chimbal

Conceitos de abertura de chimbal

Quando é colocado um "O" acima da nota do chimbal, indica que ele deve ser tocado com a baqueta enquanto o pé esquerdo é um pouco levantado, fazendo com que os pratos do chimbal vibrem entre si. Entretanto, se abrirmos demais o chimbal, o som ficará "sujo" e se não abrirmos o suficiente, o som ficará fraco. Por isso devemos praticar bastante até encontrarmos a abertura ideal para cada som desejado.

Lembre-se:

O - indica abrir chimbal + - indica fechar chimbal

Page 53: Estudos Para Baterista

Nota: mantenha o chimbal firmemente fechado com o pé esquerdo em todas as notas sem o "O".

Exercícios de abertura de chimbal

Pratique devagar no começo. Procure tocar todas as notas no mesmo volume.

Primeiro pratique os exercícios sem o bumbo, depois de dominá-los, coloque o bumbo em semínimas.

Agora coloque a caixa nos tempos 2 e 4.

Page 54: Estudos Para Baterista

As mesmas aberturas de chimbal com o bumbo nos tempos 1 e 3, e a caixa no 2 e 4.

Nos próximos exercícios, temos a abertura de chimbal e o bumbo tocados ao mesmo tempo.

Page 55: Estudos Para Baterista

Fills

Fills - Conceitos

O fill é uma pequena combinação de notas usadas para enfatizar as diferentes partes de uma peça musical. Ele pode variar de meio tempo até dois compassos completos.

Inicialmente, há uma tendência de se acelerar o andamento quando se usa o fill. Para corrigir isso, é necessário praticá-lo com ajuda de um metrônomo e contando os tempos em voz alta.

Page 56: Estudos Para Baterista

Fortalecendo o Groove

Fortalecendo o groove - Introdução

Manter um groove sólido é o elemento mais importante para a execução da bateria, não importando se é um padrão rítmico simples ou complexo, e nem o andamento que está sendo executado.

A maneira pela qual o tempo é percebido, é muito importante. Ed Soph, um grande baterista e professor, diz que "um andamento consistente é produzido por notas e pausas colocadas exatamente cada uma nos seus respectivos lugares. As pausas ou silêncios entre as notas devem ser percebidas, assim como as notas que são tocadas". Isto é uma questão de treino, aprender a perceber os intervalos existentes entre as notas.

Trabalhar com um metrônomo ou um sequenciador pode ser de grande benefício neste processo de aprendizagem. Tocar os padrões rítmicos até obter um bom "feel" pode ser um tanto tedioso, mas é compensador. Gravar a si mesmo para observar os erros de andamento é também muito útil. A falta de concentração também é um fator que influencia na variação do andamento. Vejamos agora, algumas sugestões para a prática dos exercícios:

• pratique com um metrônomo ou sequenciador; • esteja certo de que cada exercício foi praticado lentamente no começo. Comece com 60 bpm, então

aumente gradativamente o andamento; • pratique cada exercício por 5 minutos sem interrupção, mantendo um groove constante. Enquanto

toca, focalize cada membro e relaxe, lembrando-se que a tensão inibe a execução.

Page 57: Estudos Para Baterista

• sem tocar nenhuma nota, mentalize o que cada membro tem que fazer, esteja certo da função de cada um e como eles irão contribuir para a formação do groove completo.

Isto é uma das coisas mais importantes a fazer para o desenvolvimento da coordenação. Se você está tendo problemas para coordenar suas mãos e pés, uma ótima coisa a se lembrar é que coordenação é basicamente organização.

Pratique cada exercício prestando atenção às notas acentuadas e às não acentuadas. Quando houver exercícios com manulações que você nunca viu, procure dominá-las primeiro, depois você as aplica aos ritmos.

Fortalecendo o groove - Acentuando a condução

Estes exercícios são bem simples mas ajudam a desenvolver um equilíbrio entre as mãos e pés, e também a "limpar" o som do prato de condução. Faça os acentos na cúpula do condução destacando bem as cabeças de tempo e os contra tempos. Lembre-se de focalizar cada membro separadamente para obter a melhor qualidade de som possível.

Page 58: Estudos Para Baterista
Page 59: Estudos Para Baterista
Page 60: Estudos Para Baterista
Page 61: Estudos Para Baterista

Fortalecendo o groove - Acentuando a condução

Page 62: Estudos Para Baterista
Page 63: Estudos Para Baterista
Page 64: Estudos Para Baterista
Page 65: Estudos Para Baterista

Fortalecendo o groove - Exercícios combinatórios

Para manter um groove "forte" é preciso ter um bom equilíbrio entre os membros. Nos exercícios abaixo temos algumas variações de bumbo aplicadas às seguintes combinações:

1. condução e chimbal na cabeça dos tempos; 2. condução na cabeça dos tempos e chimbal nos contra tempos; 3. condução nos contra tempos e chimbal na cabeça dos tempos; 4. condução e chimbal nos contra tempos.

Pratique cada variação separadamente e depois passe de uma variação para outra sem interrupção. Comece lento (60 bpm) e concentre-se em cada membro separadamente, verificando a igualdade de uma nota para a outra e mantendo um equilíbrio no groove como um todo. Primeiramente temos oito variações de bumbo em colcheias e depois oito variações em semicolcheias. Não "corra" simplesmente através dos exercícios, pratique cada um com bastante atenção e disciplina.

Page 66: Estudos Para Baterista
Page 67: Estudos Para Baterista
Page 68: Estudos Para Baterista
Page 69: Estudos Para Baterista
Page 70: Estudos Para Baterista

Fortalecendo o groove - Independência da mão

direita

Estes exercícios tem como objetivo permitir a execução de várias figuras rítmicas com a condução (mão direita para os destros) enquanto mantemos um padrão de bumbo e caixa. Antes de começarmos os exercícios, vamos ver algumas aplicações interessantes que esse estudo permite:

1. Podemos manter um padrão simples de bumbo e caixa e fazer variações na condução.

2. Podemos fazer os fills sem interromper o rítmo.

3. Podemos fazer uma linha de percussão com a mão direita enquanto mantemos o padrão rítmico com o bumbo e caixa.

1A

Page 71: Estudos Para Baterista

1B

1C

Page 72: Estudos Para Baterista

2A

2B

Page 73: Estudos Para Baterista

2C

3A

Page 74: Estudos Para Baterista

3B

Fortalecendo o groove - Independência da mão

direita

3C

Page 75: Estudos Para Baterista

4A

4B

Page 76: Estudos Para Baterista

4C

5A

Page 77: Estudos Para Baterista

5B

5C

Page 78: Estudos Para Baterista

6A

6B

Page 79: Estudos Para Baterista

6C

Fortalecendo o groove - Independência da mão

direita

7A

Page 80: Estudos Para Baterista

7B

7C

Page 81: Estudos Para Baterista

8A

8B

Page 82: Estudos Para Baterista

8C

9A

Page 83: Estudos Para Baterista

9B

9C

Page 84: Estudos Para Baterista

10A

Fortalecendo o groove - Independência da mão

direita

10B

Page 85: Estudos Para Baterista

10C

11A

Page 86: Estudos Para Baterista

11B

11C

Page 87: Estudos Para Baterista

12A

12B

Page 88: Estudos Para Baterista

12C

13A

Page 89: Estudos Para Baterista

13B

Fortalecendo o groove - Independência da mão

direita

13C

Page 90: Estudos Para Baterista

14A

14B

Page 91: Estudos Para Baterista

14C

15A

Page 92: Estudos Para Baterista

15B

15C

Page 93: Estudos Para Baterista

16A

16B

Page 94: Estudos Para Baterista

16C

Page 95: Estudos Para Baterista