Etanol e biodiesel, herói ou vilão

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Etanol e biodiesel, heris ou viles?At que ponto essa questo pertinente?

Com a crise dos alimentos em 2008, governantes e empresrios de vrias partes do mundo relacionaram a expanso dos biocombustveis com a alta no preo da comida. Como o mercado de energia abriga mltiplos interesses, d para desconfiar das crticas. Mas at que ponto elas so pertinentes? Em 2006, a produo mundial de etanol foi de 40 bilhes de litros e a de biodiesel, de 6,5 bilhes. Os EUA defendem seu etanol de milho ao afirmar que s 3% da inflao dos cereais causada pelos biocombustveis. Para a ONU, os biocombustveis respondem por 10% da alta de preo da comida, e, para o Banco Mundial, por 75%. Ao lado dessa polmica, cresce o consenso de que biocombustvel no sempre igual. O impacto sobre o preo dos alimentos bem diferente quando se considera o lcool combustvel brasileiro, feito da cana, o etanol norte-americano, fabricadocom milho, e o biodiesel europeu, feito de gros como o trigo. Nessa disputa, nosso pas est bem posicionado.

OS GIGANTES DO ETANOL Distribuio da produo mundial de etanol 2007

Produo concentrada Brasil e EUA concentram a produo de etanol. Os especialistas consideram que o etanol de cana, feito no Brasil, no ameaa a produo de alimentos. J o etanol de milho exige que se desvie parte do cereal que iria para a mesa de milhes de pessoas,nos EUA e no Mxico, onde o milho a base da alimentao popular.

A EUROPA DOMINA O BIODIESEL Distribuio da produo mundial de biodiesel, em 2006

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CRESCE A PRODUO DE ETANOL Milhares de toneladas equivalentes de petrleo Infografe

Acar versus gros

Compare este grfico com o dos preos dos grupos de alimentos, na matria O mundo vive rebelies por fome. Repare como so diferentes as dinmicas dos preos do acar e dos gros (veja os grficos na matria Por que sobe o preo dos cereais). Enquanto os gros subiram com os combustveis, o acar se comporta de maneira mais livre.

A INFLUNCIA DO PETRLEO Variao nominal da cotao do petrleo, em mdia, em dlar, e dos preos dos amimentos Infografe

Comida no prato ou no motor? A partir de 2005, os biocombustveis feitos com gros tornaram-se importantes para os pases ricos. Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, prev que daqui para a frente o preo da comida e o do petrleo estaro amarrados. Para ele, sempre que a cotao da comida for menor que a do combustvel, os gros e os recursos naturais seguiro para o setor energtico.

COMPARE OS ETANIS

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Vantagens da cana Para a ONG Oxfam, a poltica de biocombustveis dos pases ricos pouco tem a ver com questes ambientais ou de segurana alimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real proteger as prprias produes.

No existe tema mais universal que a questo dos recursos energticos. consenso entre estudiosos, autoridades, empresrios e consumidores que o contnuo suprimento de energia pode propiciar um maior crescimento econmico e melhor qualidade de vida. Na maior parte dos trabalhos acadmicos e relatrios governamentais a energia claramente relacionada segurana nacional e a estabilidade econmica global. O crescimento da demanda por energia tem pressionado o desenvolvimento de sistemas e tecnologias mais eficientes e a diversificao de fontes de suprimento, especialmente de energias limpas e renovveis. s tradicionais fontes energticas de

carvo, petrleo e gs gradativamente somam-se outras como a nuclear, a eltrica, a elica e a dos biocombustveis. Alm de melhores tecnologias e sistemas de gerao energtica so crescentes tambm as preocupaes com a infra-estrutura de distribuio e regulamentao comercial das novas descobertas e do crescente aumento da demanda e oferta de novas solues energticas. Grande parte do aumento da demanda energtica est atrelada expanso econmica da China e da ndia. Estes dois pases vm desenvolvendo suas economias de forma mais acentuada que os demais e tornaramse grandes consumidores de energia. Seus processos de desenvolvimento econmico somam-se s presses para a busca de energias substitutas ao petrleo e, nesse sentido, os biocombustveis na forma de etanol e de biodiesel vm despertando o interesse de todos os agentes econmicos. Vrias polticas governamentais vm incentivando sua maior presena na matriz energtica de diferentes pases. No maior consumidor energtico do mundo, nos Estados Unidos, por exemplo, est demandando uma reduo de 20% do consumo de gasolina nos prximos 10 anos e o Senado daquele pas, por sua vez, tem legislado em favor da produo de biocombustveis, especialmente do etanol produzido a partir do milho. De acordo com o Institute for 21st Century Energy e variados artigos acadmicos e jornalsticos, o combustvel de etanol (etil lcool) resulta da fermentao e destilao de aucares derivados de vrias plantas como o milho e a cana de acar, sendo o cultivo desta ltima comum na faixa tropical do mundo onde o Brasil se destaca como grande produtor. Tradicionalmente o etanol produzido em praticamente todos os pases, no como combustvel, mas como o principal componente das bebidas alcolicas. Como combustvel, empregado na mistura com a gasolina, sendo comum adicionar E10 (10% de etanol em 90% de gasolina). Na sua forma pura, E100 (100% etanol), utilizado principalmente no Brasil de forma crescente desde os anos 70. Nos Estados Unidos, com base na cultura do milho, o estado de Iowa, secundado por Illinois, Minnesota, Nebraska e South Dakota, produz aproximadamente 75% do etanol do pas. No Brasil, o fenmeno da concentrao produtiva, com base na cultura da cana de acar, se repete sendo o estado de So Paulo o maior produtor (58%), seguido pelos estados do Paran, Minas Gerais, Alagoas e Pernambuco. A ndia segue sendo o maior produtor de cana de acar do mundo, mas sua utilizao como biocombustvel ainda pequena se contrastada com a produo brasileira. O grfico 1 ilustra o ranking de pases produtores de etanol combustvel no ano de 2005.

Nos Estados Unidos, a mistura do etanol na gasolina representou no ano de 2006 aproximadamente 3,6% de seu consumo total, ou seja, cinco bilhes de gales. Neste mesmo ano, segundo o Institute for 21st Century Energy existiam 120 refinarias em funcionamento e outras 80 estavam sendo construdas visando alcanar uma expanso adicional de sete bilhes de gales. O Energy Policy Act de 2005 estabeleceu o requisito nacional de utilizao de 7,5 bilhes de gales de combustveis renovveis at 2012 sendo que a maior parte deles ser de etanol. Em 2007, em sua fala nao, o Presidente Bush indicou a necessidade de o pas utilizar 35 bilhes de gales de combustveis renovveis at 2017. Nesse caso toda a atual produo de milho do pas seria utilizada para a produo de etanol. Ao longo de trs dcadas o Brasil liderou a produo de etanol combustvel perdendo sua posio para os Estados Unidos aps a compulsoriedade de sua utilizao exigida pelo Energy Policy Act de 2005. Antes desta lei, segundo Swanson, Madden e Ghio o estabelecimento do American Jobs Creation Act em 2004 foi um marco na produo de biocombustveis nos Estados Unidos. No centro dessa lei encontra-se a proviso de incentivos que permitem aos distribuidores de biodiesel receber crditos tributrios que levaram segundo os autores a um crescimento de 300% da produo somente no ano de 2005. Medidas de incentivo produo de etanol adotadas pelos Estados Unidos ou outros pases tm contribudo para uma vertiginosa expanso da produo mundial de etanol como representado no grfico 2.

Na maior parte dos pases produtores de etanol combustvel e em relatrios de agncias oficiais como o The Global Biofuels Outlook 2007 os proponentes da expanso da produo argumentam que o mesmo possibilita uma maior diversidade da matriz energtica e maior independncia das fontes de energias fsseis. Argumentam que seu uso reduz a poluio e que propiciaria um maior desenvolvimento de regies agrcolas. Uma maior utilizao do etanol tambm contribuiria para a reduo das emisses de gs carbnico na atmosfera. A National Corn Growers Association, por exemplo, informa que 4,9 bilhes de gales de etanol combustvel consumidos em 2006 reduziram 8 milhes de toneladas de emisses de CO2, o que equivaleria a remover 1,2 milhes de veculos das estradas. Parte considervel da literatura sobre a expanso da produo de biocombustveis ressalta, porm, vrios aspectos negativos da mesma. O principal deles, como salienta os professores Runge e Senauer em artigo recente na Foreign Affairs, o aumento dos preos dos produtos agrcolas e o seu impacto na alimentao da parcela mais pobre da populao mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, o preo do milho no mercado de futuros cresceu de US$ 2,50 ao bushel (um bushel corresponde a 2,2 sacas de 60 quilos) em setembro de 2006 para US$ 4,16 por bushel em janeiro de 2007. O aumento nos preos dos produtos utilizados para a produo de etanol e biodiesel provoca um deslocamento da produo agrcola de outras culturas ou mesmo de suas funes originais ocasionando elevaes de preos em outros produtos e indiretamente na produo animal. Vrios estudiosos e organizaes no governamentais chamam a ateno para a limitada poupana de energia e de ganhos ambientais com a expanso da produo dos biocombustveis. Segundo eles, o impacto pode at mesmo ser negativo, pois o

cultivo em larga escala de vegetais para a produo de bioenergia requer grandes quantidades de gua, fertilizantes e pesticidas. Se o manejo no for adequado o plantio extensivo e intensivo pode tambm degradar o solo e destruir ecossistemas. Outro aspecto negativo e que gradativamente vem sendo superado pelos avanos tecnolgicos a baixa taxa de retorno energtico de algumas plantas utilizadas no processo de produo de etanol e biodiesel. Enquanto o etanol de cana-de-acar possui uma taxa de aproximadamente 8 e o biodiesel de leo de dend aproximadamente 9, o etanol de milho apresenta uma taxa de retorno energtica de 1,5 e 3 para o biodiesel de soja. Nos clculos das taxas de retorno energtico dos biocombustveis o rendimento das diferentes culturas por hectare de terra cultivada uma das variveis mais importantes. Fulton et al,7 contrastaram o rendimento das culturas mais utilizadas para a produo de etanol com as utilizadas para o processamento de biodiesel como apresentado no grfico 3. Dado o baixo rendimento por hectare de grande parte das culturas utilizadas na produo de biocombustveis a necessidade de significativas extenses de terra agricultveis indispensvel para seu cultivo. Desmatamentos, queimadas e utilizao dos solos com base em critrios econmicos de curto prazo visando a um rpido aumento da produo dos biocombustveis tm se apresentado urgentes desafios a serem controlados e superados.

Outro problema relacionado produo em larga escala de biocombustveis est associado a necessidade de expanso da infra-estrutura de produo e de distribuio. Em vrias regies o etanol e o biodiesel continuam sendo mais caros que os combustveis fsseis sendo subsidiados direta ou indiretamente para viabilizar sua produo. Nos Estados Unidos, por exemplo, os produtores de etanol recebem subsdios diretos de US$ 0,51 por galo e na Unio Europia, segundo Jank et al. os subsdios indiretos, em 2004, foram da ordem de US$ 1,6 bilho para os produtores de azeites e US$ 15 bilhes para os produtores de cereais. A figura 1 sintetiza a diversidade de subsdios destinados cadeia produtiva dos biocombustveis.

Enquanto j existem centenas de usinas produtoras de etanol combustvel principalmente nos Estados Unidos e no Brasil ainda so poucas as que se dedicam produo de biodiesel. O crescimento do nmero de usinas produtoras de biodiesel vem expandindo a taxas superiores as produtoras de etanol. Nos primeiros cinco anos deste sculo o nmero de usinas produtoras de etanol praticamente dobrou enquanto as produtoras de biodiesel, partindo de uma base menor, quadruplicaram. A produo mundial de biodiesel ainda embrionria se comparada com a produo de etanol. O grfico 4 demonstra o crescimento da produo de biodiesel de 1991 a 2005.

Ao longo de todo o sculo XX, o biodiesel sempre foi um potencial combustvel e utilizado em pequena escala em vrias experincias desenvolvidas em diferentes ocasies histricas. Quando da inveno dos motores combusto no incio do sculo passado Rudolph Diesel j o empregava em seus experimentos e considerava vivel sua utilizao. Durante a Segunda Guerra Mundial e mais tarde quando das duas grandes crises do petrleo de 1973 e 1976 a utilizao de biocombustveis para transporte proliferaram e desde ento o interesse em seu aproveitamento como substituto dos combustveis fsseis tem sido crescente. O biodiesel pode ser produzido a partir de leos vegetais ou animais. Entre os vegetais mais comuns utilizados na produo desta renovvel fonte energtica encontra-se a canola, o girassol, a soja e o leo de palma produzido em grande escala na Malsia e na Indonsia. A Alemanha em 2005 processou 1.920 milhes de litros o maior produtor mundial de biodiesel extrado basicamente da beterraba. Naquele ano, a Frana, o segundo maior produtor, beneficiou 511 milhes e os Estados Unidos, 290 milhes. Embora a Malsia e a Indonsia sejam os maiores produtores do insumo de maior rendimento na produo de biodiesel seu processamento nesses dois paises ainda encontra-se em fase experimental. Em 2005, Estados Unidos, Unio Europia e o Brasil foram responsveis por 95% da produo mundial de biocombustveis sendo na seqncia o Canad, a China e a ndia os maiores produtores.

Por motivos ambientais e tecnolgicos o Brasil apontado, na maioria dos estudos, como o pas que lidera o setor de bioenergia. Em pases to diferentes como Argentina, Colmbia e Peru os governos esto procurando instituir forte infra-estrutura regulatria para servir de base para essa nova indstria sendo na maior parte dos casos adaptaes da experincia brasileira. A participao do setor privado heterognea, sendo a Argentina e a Colmbia os pases que recebem dele o maior nmero de investimentos. A cooperao entre Argentina e Brasil ocorre principalmente por meio de negociaes no mbito do Mercosul e entre o Brasil e o maior pas latinoamericano produtor de petrleo conduzida por meio de suas grandes empresas exploradoras de recursos fsseis, a PDVSA e a Petrobras. O Brasil possui diversas parcerias na rea dos biocombustveis com a maioria dos pases da Amrica Latina. O Chile e o Equador no formalizaram um relacionamento com o Brasil, mas j existem negociaes informais para que isso ocorra. Com o Peru o pas tem um programa de pesquisa cooperativo na rea de biotecnologia e biocombustveis. Recentemente os dois pases assinaram um acordo para desenvolver conjuntamente insumos alternativos para biocombustveis. As companhias estatais de petrleo do Brasil e da Colmbia tm um acordo tcnico de cooperao e formam uma espcie de joint venture onde os negcios predominantes so os relacionados aos biocombustveis. Praticamente todas as empresas latinoamericanas envolvidas com a explorao dos combustveis fsseis esto se envolvendo com a produo e comercializao de biocombustveis.

Em maro de 2007, quando da visita do presidente George Bush ao Brasil, foi assinado um memorando de cooperao na rea dos biocombustveis. Brasil e Estados Unidos so responsveis por 70% da produo mundial desse combustvel e este fato tem sido constantemente evidenciado. O acordo expressa a inteno dos dois pases cooperarem no desenvolvimento e difuso dos biocombustveis numa estratgia de trs nveis (bilateral, com terceiros pases e global). Paralelamente a assinatura do memorando, Brasil, frica do Sul, China, Estados Unidos, ndia e a Unio Europia anunciaram a criao do Frum Internacional de Biocombustveis na sede da Organizao das Naes Unidas (ONU). O principal objetivo do frum discutir o aumento da eficincia na produo, na distribuio e no consumo dos biocombustveis em escala mundial; preservando o meio ambiente e a produo de alimentos. Os interesses de grandes produtores e ao mesmo tempo grandes consumidores de biocombustveis esto representados nesse frum que poder impulsionar o desenvolvimento de um mercado global dessa fonte energtica renovvel. Esse mercado pode ser impulsionado com a especializao latino-americana de produo de etanol e biocombustvel e sua exportao para os pases asiticos com restries de terra e tecnologias para o seu desenvolvimento. Alm das restries de reas agricultveis a maior parte dos pases asiticos apresenta grande densidade demogrfica e insegurana alimentar pode-se se somar segurana energtica. Os acordos de cooperao entre esses pases e os latino-americanos, principalmente os produtores dos mesmos insumos bsicos para a produo de etanol ou biodiesel devem ser estimulados. ndia e Brasil, por exemplo, so os dois maiores produtores mundiais de cana-de-acar e desde 2003 possuem um memorando para cooperao no desenvolvimento tecnolgico do uso de etanol como combustvel. Entre esses dois paises existem tambm variadas joint ventures como a da Dedini e o Grupo Uttan e a da Petrobras e a Oil and Natural Gs Corporation (ONGC). A Petrobras tambm possui uma joint venture com a Nippon Alcohol Hanbai que comercializar etanol brasileiro no Japo a partir de 2008. O ministrio da agricultura brasileiro desde 2005 possui um acordo de cooperao com o Japan Bank for International Cooperation (JBIC) e um grupo de trabalho sobre biomassa vem discutindo oportunidades de maior cooperao bilateral. Com a Tailndia existe um memorando para troca de informaes e exportao de etanol brasileiro para aquele pas. Esses acordos devem ser incentivados e ampliados para que a indstria dos biocombustveis ganhe escala global de produo e comercializao. Como em qualquer indstria em expanso crescente o nmero de entusiastas por mudanas e de crticos conservadores ou proponentes de alternativas. Entre os entusiastas encontram-se praticamente todos os relatrios governamentais e de bancos de investimentos internacionais ou locais. O relatrio do Banco Interamericano de Desenvolvimento mencionado anteriormente, por exemplo, diz que o desenvolvimento dos biocombustveis benfico para os pases, pois ao se estimular uma indstria tecnologicamente avanada se melhorar a renda e a qualidade de vida de populaes que vivem nas zonas rurais. Alm disso, enfatiza a reduo vulnerabilidade energtica de pequenas economias que so na sua totalidade dependentes da importao de petrleo.

Os crticos, por sua vez, enfatizam questes ambientais, de segurana alimentar e explorao do trabalho em extensas produes de monoculturas. Eles chamam a ateno para o desmatamento e explorao irracional dos solos e a pouca contribuio dos biocombustveis para a diversificao das matrizes energticas dos diferentes pases ou mesmo sua contribuio para a reduo de gs carbnico na atmosfera. Eles apontam com freqncia o aumento dos preos dos produtos agrcolas que no mais sero produzidos para o consumo humano e animal e direcionados para a produo de combustvel. Como alternativas muitos apontam para uma maior racionalizao dos atuais recursos energticos, maiores investimentos no desenvolvimento da energia elica, nas pesquisas que buscam a utilizao do nitrognio como combustvel etc. Para aproveitar o potencial real da bioenergia necessria uma mudana importante nas expectativas e nas polticas atuais. Deve ser dada uma maior prioridade pesquisa, no somente de tecnologias, mas tambm do custo e disponibilidade dos insumos. Maior esforo necessita ser dispendido para avaliar a importncia dos biocombustveis enquanto mais uma commodity comercializada internacionalmente para o aumento do emprego, da renda e do desenvolvimento dos pases. Sem os subsdios, os biocombustveis no podem competir com o petrleo e seus derivados na maioria dos pases. Alm disso, a quantidade de terra cultivvel requerida para a produo dos mesmos um recurso limitado na maioria dos pases e pode prejudicar o fornecimento de alimentos ou mesmo de gua que vem se tornando um recurso escasso em vrias regies do planeta. Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292008000200005&script=sci_arttext