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1 Curso: Técnico em Mecânica Módulo I – Introdutório Município: Nova Venécia ES PLANO DE ENSINO PROFESSOR (A) DISCIPLINA Desenho técnico CARGA HORÁRIA 80 horas SEMESTRE / ANO 2/2019 MÓDULO I DATA O desenho como instrumento de análise e observação das simbologias gráficas técnicas. Noções básicas e conceitos fundamentais, análise e interpretação de normas e projetos de eletricidade. Este curso tem como objetivo capacitar profissionais em formação, a desenvolver conhecimento e dominar as técnicas de representação gráfica com vistas a compreender e interpretar a leitura de projetos de elétrica. Desenvolver nos discentes as seguintes competências: Conhecer normas utilizadas em desenho técnico; EMENTA OBJETIVOS

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1

Curso: Técnico em Mecânica

Módulo I – Introdutório

Município: Nova Venécia ES

PLANO DE ENSINOPROFESSOR (A)

DISCIPLINA Desenho técnico

CARGA HORÁRIA 80 horas

SEMESTRE / ANO 2/2019

MÓDULO I

DATA

O desenho como instrumento de análise e observação das simbologias gráficas técnicas. Noções básicas e conceitos fundamentais, análise e interpretação de normas e projetos de eletricidade.

Este curso tem como objetivo capacitar profissionais em formação, a desenvolver conhecimento e dominar as técnicas de representação gráfica com vistas a compreender e interpretar a leitura de projetos de elétrica.

Desenvolver nos discentes as seguintes competências: Conhecer normas utilizadas em desenho técnico; Compreender as vistas ortográficas, cortes e secções de um objeto e sua

representação em perspectiva; Compreensão de um desenho técnico Elaborar desenhos técnicos;

EMENTA

OBJETIVOS

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Leitura de projeto de eletricidade;

Introdução ao estudo do desenho técnico Tipos de desenho Definição de desenho técnico Formas de elaboração e apresentação do desenho técnico Noções básicas de geometria Construções geométricas Escalas Regras para cotas Perspectiva isométrica Projeção ortogonal Corte Simbologia de elétrica Planta de projeto de eletricidade

O aluno precisa acessar o ambiente virtual diariamente; O aluno precisa dedicar 4h diárias para compor 20 horas semanais para a

disciplina; As pesquisas propostas necessitam envolvimento e comprometimento do

aluno; A participação nos fóruns é para o desenvolvimento da aprendizagem; O acompanhamento das atividades será realizado pelos tutores a distância

e presencial; A correção das atividades será realizada pelos tutores à distância.

O processo de avaliação compreenderá a distribuição de 100 pontos por componente curricular, onde será aprovado o aluno que alcançar o minimo de 60 pontos. Essa pontuação será distribuinda entre a prova presencial, atividades de multipla escolha e participação em foruns de debate.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

METODOLOGIA

AVALIAÇÃO

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Prova Presencial equivalente a 40% da pontuação total;

Atividades de Multipla escolha equivalentes a 30% da pontuação total;

Participação dos foruns de debate equivalente a 30% da pontuação total.

A recuperação paralela acontecerá durante o processo online em que o tutor estará disponível para esclarecimento de dúvidas sobre o conteúdo estudado.

A recuperação final ocorrerá nos momentos presenciais, para os alunos que, após o término do componente curricular não atingirem os 60 pontos para aprovação.

A prova de recuperação final abrangerá todo conteúdo estudado no componente curricular, terá o valor de 100 pontos e o aluno que atingir o minimo de 60 pontos estará aprovado.

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INTRODUÇÃO

A presente apostila tem por finalidade apresentar o estudo do desenho técnico,

que utiliza de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações

escritas normalizadas internacionalmente como linguagem gráfica universal

técnica.

Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a

interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento

específico, porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar

formas espaciais.

Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho técnico, é

possível entender e conceber o que uma ilustração técnica representa no

ambiente de trabalho.

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Sumário

CAPÍTULO I.....................................................................................................................................10

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DESENHO TÉCNICO....................................................10

2. TIPOS DE DESENHO..............................................................................................................11

2.1. DESENHO A MÃO LIVRE.................................................................................................11

2.2. DESENHO TÉCNICO..........................................................................................................11

3. DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO.................................................................................11

3.1. O QUE É VISÃO ESPACIAL..............................................................................................12

3.2. O DESENHO TÉCNICO E A ENGENHARIA....................................................................12

3.3. TIPOS DE DESENHO TÉCNICO........................................................................................13

4. FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO...............14

4.1. INSTRUMENTOS GRÁFICOS DE DESENHO.................................................................14

4.2. A PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS........................................................15

4.3. NORMAS GERAIS DO DESENHO TÉCNICO..................................................................15

4.3.1. Normas da ABNT..............................................................................................................15

4.4. FORMATOS, LEGENDA, DOBRAMENTO, TIPOS DE LINHA, ESCRITA...................17

4.4.1. Formatos............................................................................................................................17

4.4.2. Legenda.............................................................................................................................18

4.4.3. Dobramento.......................................................................................................................19

4.4.4. Tipos de linhas...................................................................................................................20

4.4.5. Escrita Normalizada..........................................................................................................23

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5. ESCALAS.................................................................................................................................245.1. ESCALA NUMÉRICA..........................................................................................................24

5.1.1. Escalas recomendadas........................................................................................................25

5.1.2. Escala Gráfica.....................................................................................................................26

5.1.3. Escalas Recomendadas pela ABNT...................................................................................26

5.2. MÉTODO DE LEITURA DOS ESCALÍMETROS..............................................................27

6. REGRAS PARA COTAS (NBR 10126)....................................................................................29

6.1. LINHAS EMPREGADAS NA COTAGEM..........................................................................32

6.2. POSICIONAMENTO DAS COTAS.....................................................................................32

6.2.1. Cotas agrupadas..................................................................................................................33

6.2.2. Grupos de cotas em dimensões paralelas...........................................................................34

6.2.3. Cotas em espaços limitados................................................................................................34

6.2.4. Cotas de ângulos e de raios................................................................................................34

6.2.5. Cotas de círculos................................................................................................................35

6.2.6. Uso de eixos de simetria.....................................................................................................36

6.2.7. Cotas em peças irregulares.................................................................................................36

6.2.8. Cotagem a partir de linha de referência..............................................................................37

6.2.9. Cotas de desenhos em perspectiva.....................................................................................38

6.2.10. Hábitos a serem evitados....................................................................................................38

7. PERSPECTIVA ISOMÉTRICA................................................................................................39

7.1. CONHECIMENTOS DOS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA EFETUAR UMA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

40

7.1.1. Ângulo................................................................................................................................40

7.1.2. Eixos isométricos...............................................................................................................40

7.1.3. Linha isométricas...............................................................................................................41

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8. PROJEÇÃO ORTOGONAL......................................................................................................42

8.1. PLANO DE VISTA SUPERIOR OU HORIZONTAL DE PROJEÇÃO (PVS OU PH).....42

8.2. PLANO DE VISTA FRONTAL OU VERTICAL DE PROJEÇÃO (PVF OU PF).............43

8.3. PLANO DE VISTA LATERAL OU DE PERFIL (PVL OU PP)........................................44

8.4. PLANO DE VISTA EM CORTE DE PROJEÇÃO (PVC OU PC)......................................44

9. CORTE (NBR12298)................................................................................................................47

9.1. CORTE TOTAL....................................................................................................................47

CAPÍTULO II....................................................................................................................................50

1. SIMBOLOGIA DE ELÉTRICA (NBR5444)...........................................................................50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................58

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Posição das folhas............................................................................................................17

Figura 2 - Folhas e formatos..............................................................................18

Figura 3 - Formatos com dimensões em milímetros................................................18

Figura 4 - Modelo de legenda.........................................................................................................18

Figura 5 - Modelos de legenda........................................................................................................19

Figura 6 – Dobramento de folha A3...................................................................19

Figura 7 – Dobramento de folha A2...................................................................20

Figura 8 – Dobramento de folha A1...................................................................20

Figura 11– Escalas recomendadas...........................................................................27

Figura 12 – Regras para cotas...........................................................................31

Figura 13 - Representações das cotas.....................................................................32

Figura 14 - Posicionamento das cotas.....................................................................33

Figura 15 – Cotas agrupadas.............................................................................33

Figura 16 - Cotas quando possível na parte externa da figura.................................34

Figura 17 – Grupos de cotas em dimensões paralelas.............................................34

Figura 18 - Cotas em espaços limitados............................................................34

Figura 19 – Cotagem de ângulos.......................................................................35

Figura 20 – Cotagem de raios............................................................................35

Figura 21 – Uso de eixos de simetria.................................................................35

Figura 22 - Uso de eixos de simetria..................................................................36

Figura 23 – Cotas em peças irregulares...................................................................37

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Figura 24 - Cotagem a partir de linha de referência.........................................37

Figura 25 – cotas de peças em perspectiva......................................................38

Figura 26 - Diferentes tipos de perspectivas.....................................................39

Figura 27 - Ângulos...........................................................................................40

Figura 28 – Eixos isométricos............................................................................41

Figura 29 – Retas isométricas e não isométrica................................................41

Figura 30 - Vista Superior..................................................................................43

Figura 31 – Vista frontal....................................................................................43

Figura 32 – Exemplo de projeção......................................................................45

Figura 33 – Projeção ortogonal..........................................................................45

Figura 34 – Projeção ortogonal..........................................................................47

Figura 35 – Figura em corte..............................................................................47

Figura 36 – Figura em corte..............................................................................48

Figura 37 – Hachura da projeção em corte.......................................................48

Figura 38 – Representação dos materiais em corte..........................................48

Figura 39 – Corte na vista frontal......................................................................48

Figura 40 – Corte na vista superior...................................................................49

Figura 41 – Corte na vista lateral esquerda......................................................49

Figura 42 – Layout, comando elétrico em execução.........................................56

Figura 43 – Planta baixa de circuitos e tomadas...............................................57

Figura 44 – Planta baixa de circuitos e tomadas...............................................57

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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DESENHO TÉCNICO

A expressão gráfica talvez seja uma das mais antigas e universais atividades desenvolvidas pelo homem, na tentativa descrever as suas aventuras e contar a sua história. A expressão gráfica foi para o homem antigo uma necessidade como a caça, suas crenças e a guerra. Através de seus desenhos representou o que vivenciava, utilizando as paredes das cavernas, o couro dos animais, o papiro e muitos outros materiais.

Em todos os tipos de expressão gráfica seja na pintura, na escrita ou nos desenhos, existe uma característica que é comum a todas elas: a necessidade de que aquela representação seja entendida por outras pessoas, mesmo aquelas artes mais abstratas. Este deve ser o nosso principal objetivo quando se redige um desenho: ele deve ser entendido por outras pessoas.

O desenho técnico é a linguagem dos Engenheiros e Técnicos, ele está para estes profissionais como o nosso idioma está para as pessoas em geral.

Um desenho pode ser compreendido apenas pela sua forma, ou na maioria das vezes é interpretado utilizando as duas formas anteriores.

Deste modo, ao se redigir um desenho técnico, deve-se verificar, se as vistas, os cortes, as cotas e as indicações, são suficientes para que desenho alcance a finalidade a que se destina.

Deve-se ter sempre em mente ao se redigir um desenho técnico, seja com instrumento convencional (esquadros, compasso, etc.), esboço a mão livre ou com o auxílio do computador, que será apenas através da leitura e interpretação correta do desenho, que o elemento será construído, daí a necessidade de se ter conhecimento e o domínio das normas técnicas para que se possa redigir e interpretar os desenhos corretamente.

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2. TIPOS DE DESENHO

O desenho está dividido em dois grupos: O desenho a mão livre (sem o uso do material de desenho) e o desenho técnico (com o uso do material de desenho).

2.1. DESENHO A MÃO LIVRE

É o desenho executado sem o auxílio do material de desenho. Neste tipo de desenho podemos Citar o desenho artístico, onde o desenhista expressa seu poder criativo, através de quadros, telas, pinturas; o Desenho Figurativo, que é a maneira de reproduzir as coisas como elas se apresentam, dando uma idéia real do original. O desenho figurativo pode ser executado ao natural. Ex: reprodução de um objeto visto.

2.2. DESENHO TÉCNICO

É o desenho executado com instrumentos de precisão, o qual dividimos em Desenho Básico e Desenho profissional (ou técnico). No Desenho Básico o aluno irá aprender a técnica e o uso do material, denominação das figuras, morfologia, construções gráficas, convenções técnicas padronizadas, letras e algarismos técnicos e enquadramento das formas. No Desenho Técnico Profissional, o aluno se especializará nos ramos do desenho por ele escolhido.

3. DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação e forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura.

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Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura.

Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é chamada visão espacial.

3.1. O QUE É VISÃO ESPACIAL

Visão espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto.

Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um determinado carro, da sua casa etc... Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos.

Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm, algumas pessoas têm mais facilidade para entender as formas espaciais a partir das figuras planas.

3.2. O DESENHO TÉCNICO E A ENGENHARIA

Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a viabilização de boas idéias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos, análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos.

O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções gráficas que podem substituir cálculos complicados. Desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de organização. Assim, o aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá depender, de uma forma ou de outra, do desenho técnico.

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3.3. TIPOS DE DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico é dividido em três grupos:

a) Esboço - representação expedita, aplicado habitualmente aos estágios iniciais da elaboração de um projeto podendo, entretanto, servir ainda à representação de elementos existentes ou à execução de obras;

b) Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas etc...

c) Os desenhos não-projetivos são utilizados para representação das diversas formas de gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas etc..

d) Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas

O desenho projetivo é utilizado em todas as modalidades da engenharia e pela arquitetura. Como resultado das especificidades das diferentes modalidades de engenharia, o desenho projetivo aparece com vários nomes que correspondem a alguma utilização específica:

• Desenho Mecânico

• Desenho de Máquinas

• Desenho de Estruturas

• Desenho Arquitetônico

• Desenho Elétrico/Eletrônico

• Desenho de Tubulações

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4. FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO

Atualmente, na maioria dos casos, os desenhos são elaborados por computadores, pois existem vários softwares que facilitam a elaboração e apresentação de desenhos técnicos.

Nas áreas de atuação das diversas especialidades de engenharias, os primeiros desenhos que darão início à viabilização das idéias são desenhos elaborados à mão livre, chamados de esboços.

A partir dos esboços, já utilizando computadores, são elaborados os desenhos preliminares que correspondem ao estágio intermediário dos estudos que são chamados de anteprojeto.

Finalmente, a partir dos anteprojetos devidamente modificados e corrigidos são elaborados os desenhos definitivos que servirão para execução dos estudos feitos.

Os desenhos definitivos são completos, elaborados de acordo com a normalização envolvida, e contêm todas as informações necessárias à execução do projeto.

4.1. INSTRUMENTOS GRÁFICOS DE DESENHO

Para registrar algumas informações no papel são necessários instrumentos e equipamentos, tais como:

Prancheta: confeccionadas em madeira, são isentas de juntas e com as faces laterais lisas para o uso da régua T;

Régua T: adaptada à prancheta, são utilizadas para traçar as linhas horizontais e para apoiar o esquadro no traçado de linhas verticais;

Régua paralela: tem a mesma função da régua T, mas é fixada à prancheta;

Esquadro: os esquadros de 45 ° e 60° são em vários tamanhos, sendo utilizados ou não com a régua T ou paralela;

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Escala: são réguas graduadas para marcar as dimensões nos desenhos. São graduadas em milímetro;

Lápis ou lapiseira: as durezas das grafites variam entre duro, médio e mole. Os médios são mais utilizados para desenho em esboços;

Compasso: é um instrumento que realiza o traçado de arcos e circunferências;

Acessórios: transferidor, borracha, fita adesiva;

Gabaritos específicos: gabarito de círculos, curva francesa, etc.;

Papel para desenho: milimetrado, sulfite, vegetal, etc..

4.2. A PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS

Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.

A representação gráfica do desenho em si corresponde a uma norma internacional (sob a supervisão da ISO – International Organization for Standardization). Porém, geralmente, cada país costuma ter suas próprias normas, adaptadas por diversos motivos.

No Brasil, as normas são editadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Para desenho técnico, a principal norma é a NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura. As recomendações dos próximos capítulos são baseadas nesta norma.

4.3. NORMAS GERAIS DO DESENHO TÉCNICO

4.3.1. Normas da ABNT

NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS

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TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13),

NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL,

NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO,

NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS

NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS

NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS – LARGURAS DAS LINHAS

NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO

NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS

NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO

NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO • NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS TÉCNICOS

NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES

NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM DESENHO TÉCNICO

NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES

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4.4. FORMATOS, LEGENDA, DOBRAMENTO, TIPOS DE LINHA, ESCRITA

4.4.1. Formatos

Os formatos devem ser representados com sua maior dimensão na horizontal, com exceção do formato A4.

A legenda deve vir sempre no canto inferior direito do formato.

A lista de peças deve vir ou acima da legenda, ou à sua esquerda.

Todos os formatos com exceção dos menores que o A4 (A5, A6), devem ser dobrados de forma que fique com as dimensões do formato A4, com exceção do formato A2 que é permitido ficar um pouco maior.

Desenhos em papel vegetal não são dobrados, mas sim enrolados.

As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal;

Os tamanhos das folhas seguem os Formatos da série “A”, e o desenho deve ser executado no menor formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação.

Figura 1- Posição das folhas

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Figura 2 - Folhas e formatos

Figura 3 - Formatos com dimensões em milímetros

4.4.2. Legenda

A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem, título, executor etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha, conforme mostra a Figura abaixo, que normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho etc.. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda logo acima da margem inferior.

Figura 4 - Modelo de legenda

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Figura 5 - Modelos de legenda

4.4.3. Dobramento

As cópias dos projetos podem ser arquivadas dobradas, ocupando menor espaço e sendo mais fácil seu manejo. O formato final deve ser o A4, para arquivamento.

A NBR 6492 mostra uma sequência de dobramento, para os tamanhos-padrão de papel.

Efetua-se o dobramento a partir do lado direito em dobras verticais de 185mm.

Figura 6 – Dobramento de folha A3

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Figura 7 – Dobramento de folha A2

Figura 8 – Dobramento de folha A1

4.4.4. Tipos de linhas

Em desenho técnico existe a necessidade de utilizar tipos de linhas diferentes de acordo com o elemento representado.

As linhas são os principais elementos do desenho arquitetônico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas, objetos e etc, determinam as dimensões e informam as características de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho.

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As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As linhas em primeiro plano – mais próximo – serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados – mais afastados – serão menos intensas.

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Tabela 1 - Tipos de linhas e espessuras – NBR 8403

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4.4.5. Escrita Normalizada

Escrita Normalizada A norma ISO 3098 é a que rege as características da escrita normalizada. A utilização de escrita normalizada tem como objetivos básicos a uniformidade, a legibilidade e a reprodução de desenhos sem perda de qualidade, tanto em estilo quanto em espaçamento.

Obs.: A dimensão das entrelinhas não deve ser inferior a 2mm. As letras e cifras das coordenadas devem ter altura de 3mm.

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5. ESCALAS

É a razão existente entre as medidas no papel de desenho e as medidas reais do objeto.

Sempre que possível, as peças devem ser representadas em escala real. Porém na prática, isto normalmente não é possível. A NBR 8195 define as escalas a serem usadas.

As escalas são classificadas em dois tipos:

Um dos fatores que determina a escala de um desenho é a necessidade de detalhe da informação. Normalmente, na etapa de projeto executivo, quando elementos menores e cheios de detalhes da construção estão sendo desenhados para serem executados, como por exemplo as esquadrias (portas, janelas, etc), normalmente as desenhamos em escalas mais próximas do tamanho real (1:20 ou 1:25). Outro fator que influencia a escolha da escala é o tamanho do projeto.

Prédios muito longos ou grandes extensões urbanizadas em geral são desenhados nas escalas de 1:500 ou 1:1000. Isto visando não fragmentar o projeto, o que quando ocorre, dificulta às vezes a sua compreensão. A escolha da escala geralmente determina também o tamanho da prancha que se vai utilizar.

5.1. ESCALA NUMÉRICA

Temos três tipos de escalas numéricas:

Escala real: o objeto é representado com dimensões reais;

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Escala de redução: quando a dimensão do objeto no desenho é menor que a sua dimensão real. Escala 1:X, com X>1. Exemplo: 1:25, 1:50, 1:100;

Escala de ampliação: quando a dimensão do objeto no desenho é maior que a sua dimensão real. Escala X:1, com X>1. Exemplo: 3:1, 5:1, 10:1.

A escala numérica é dada pela expressão:

5.1.1. Escalas recomendadas:

Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;

Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos;

Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos;

Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra – maior dificuldade de proporção.

Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50; plantas de situação e paisagismo; também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes;

Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano;

Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia;

Escala 1:2000 e 1:5000 – Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e zoneamento.

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5.1.2. Escala Gráfica

É a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. É utilizada quando for necessário reduzir ou ampliar o desenho por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplicá-la sobre a figura.

Ex.: A escala gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 1 metro/50= 0,02 = 2cm.

Condições básicas na escolha da escala

O tamanho do objeto a representar

As dimensões do papel disponível

A clareza e a precisão do desenho

5.1.3. Escalas Recomendadas pela ABNT

Veja, a seguir, as escalas recomendadas pela ABNT, através da norma técnica NBR 8196/1983.

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Figura 9– Escalas recomendadas

5.2. MÉTODO DE LEITURA DOS ESCALÍMETROS

Escala 1/100 e 1/125 – Método de leitura iguais

Escala 1/50 e 1/75 – Método de leitura iguais

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Escala 1/20 e 1/25 – Método de leitura iguais

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6. REGRAS PARA COTAS (NBR 10126)

Cotas são os números que correspondem às medidas reais no desenho.

As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc. A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de saná-las, normalmente o responsável pela obra, extrai do desenho, a informação, medindo com o metro, a distância desejada. É a forma pela qual passamos nos desenhos, as informações referentes às dimensões de projeto. São normalmente dadas em centímetros. Isso porque nas obras, os operários trabalham com o "metro" (trena dobrável com 2 metros de comprimento), que apresenta as dimensões em centímetros. Assim, para quem executa a obra, usuário do "metro", a visualização e aplicação das dimensões se torna mais clara e direta. Isso não impede que seja utilizada outra unidade, desde que mantida em todo o desenho a mesma unidade.

As áreas podem e devem ser dadas em metros quadrados. Assim, procurar sempre informar através de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em centímetros" e "áreas em metros quadrados".

As cotas podem ser divididas em:

Cotas Totais: Definem a maior área do polígono dentro do qual a peça se encontra (figura A);

Cotas de Dimensão dos Detalhes: São as cotas que definem a forma de cada detalhe individualmente (figura B);

Cotas de Posição dos Detalhes: Os detalhes que se encontram nos limites das dimensões totais, tem sua posição definida pelas cotas dimensionais (figura C);

Cotas Racionais Completas: São as cotas de dimensão e as cotas de posição num único desenho (figura C).

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Figura - A Figura - B

Figura - C Figura - D

Quando se indicam as cotas de um desenho, deve-se ter um mente o seguinte:

Boa disposição, distribuindo de maneira clara, as cotas pelos desenhos;

Usar linhas de chamada das cotas com traços mais finos do que os do desenho;

As linhas de cota são paralelas às linhas cuja medida elas definem e indicas fora dos limites do desenho evitando tanto quanto possível cotas no interior das figuras;

As linhas de chamada são perpendiculares à cotas lineares;

Pode-se cotar usando as linhas do desenho como linhas de chamada;

Não repetir cotas já indicadas, quando forem as mesmas;

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Nos casos de cotas em seqüência, indicá-las de tal modo que a cota menor é marcada antes da maior, para evitar cruzamentos de linhas;

O número que representa a medida real do objeto é posicionado no meio da linha de cota e acima desta;

A linha de cota é terminada em suas extremidades por setas. Conforme a área de engenharia pode-se usar outros símbolos no lugar da seta;

O comprimento da seta e a altura do número que representa a cota devem ser iguais – para desenho em papel A4 adotar 3 mm.

Figura 10 – Regras para cotas

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6.1. LINHAS EMPREGADAS NA COTAGEM

A figura abaixo mostra que as linha de cotas são traços mais finos do que o desenho do objeto e indicadas de tal modo que, as linhas de chamadas não tocam no desenho.

As cotas verticais ficam sempre indicadas para que sejam lidas pelo lado esquerdo do desenhista.

Figura 11 - Representações das cotas

6.2. POSICIONAMENTO DAS COTAS

Não devem ficar nem muito próximos nem muito afastados do desenho.

Usar espaço suficiente para escrever o valor da cota.

Se várias cotas dever ser indicadas, dar espaçamento igual entre as linhas de cotas.

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Figura 12 - Posicionamento das cotas.

6.2.1. Cotas agrupadas

Não usar várias linhas, mas procurar indicar as cotas sobre a mesma direção.

Indicar a cota menor antes da maior.

Indicar as cotas tanto quanto possível na parte externa da figura Cotas internas em último caso, para evitar linha de chamadas longas.

Figura 13 – Cotas agrupadas

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Figura 14 - Cotas quando possível na parte externa da figura.

6.2.2. Grupos de cotas em dimensões paralelas

Convém indicá-las, quando um grupo de cotas em dimensões paralelas, defasadas e não uma sobre a outra.

Figura 15 – Grupos de cotas em dimensões paralelas.

6.2.3. Cotas em espaços limitados

A figura abaixo exemplifica os casos de cotas pequenas.

Figura 16 - Cotas em espaços limitados

6.2.4. Cotas de ângulos e de raios

Os ângulos (círculos incompletos) são indicados ou por 2 dimensões lineares ou por uma medida linear com o valor do ângulo.

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Figura 17 – Cotagem de ângulos

Os arcos são cotados pelo valor do seu raio, podendo ou não constar a letra “R” junto com a cota.

Figura 18 – Cotagem de raios.

6.2.5. Cotas de círculos

Quando a forma geométrica não define o círculo diretamente, a cota do diâmetro leva símbolo “ᴓ” e quadrado o símbolo “”.

Figura 19 – Uso de eixos de simetria.

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6.2.6. Uso de eixos de simetria

Toda figura simétrica leva uma linha de traço e ponto feito com traço fino e que quando necessária pode ser usada como linha de cota.

Figura 20 - Uso de eixos de simetria.

6.2.7. Cotas em peças irregulares

Se a peça tiver apenas contornos definidos por retas, indicar as cotas conforme figura abaixo. Se a peça tem a forma de curvas irregulares, uma cotagem por coordenadas é de boa prática.

Peças de formas irregulares compostas por arcos de círculos, são cotadas também pelos raios dos arcos e suas coordenadas.

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Figura 21 – Cotas em peças irregulares.

6.2.8. Cotagem a partir de linha de referência

Quando necessário as cotas são marcadas a partir de uma “Linha Base” ou então de uma “Linha Central” que é marcada ¢. A figura abaixo mostra exemplos com linha base e linha central ¢.

Figura 22 - Cotagem a partir de linha de referência.

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6.2.9. Cotas de desenhos em perspectiva

Quando representamos uma peça em perspectiva isométrica, cavaleira ou outra qualquer, a colocação da cota fica mais difícil que a cotagem em vistas. A regra geral a se observar é fazer as linhas de extensão e as linhas de cotas também em perspectiva. A colocação dos números deve ser feita de tal forma que pareçam estar situados sobre o plano da face que contém a parte cotada. Para isso, é preciso que os números sejam desenhados em perspectiva e representem algarismos do tipo vertical.

Figura 23 – cotas de peças em perspectiva

6.2.10. Hábitos a serem evitados:

Não repetir cotas, salvo em casos especiais;

Não usar qualquer linha do desenho como linha de cota;

Evitar que uma linha de cota corte uma linha auxiliar;

Não esperar de quem for ler o desenho que faça somas e subtrações: cotar todas as medidas e as dimensões totais;

Evitar cotar linhas ocultas;

Evitar cotas dentro de hachuras.

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7. PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

Quando olhamos para um objeto, temos a sensação de profundidade e relevo. As partes que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes mais distantes aparentam ser menores.

A fotografia mostra um objeto do mesmo modo como ele é visto pelo olho humano, pois transmite a idéia de três dimensões: comprimento, largura e altura.

O desenho, para transmitir essa mesma idéia, precisa recorrer a um modo especial de representação gráfica: a perspectiva. Ela representa graficamente as três dimensões de um objeto em um único plano, de maneira a transmitir a idéia de profundidade e relevo.

Existem diferentes tipos de perspectiva. Veja como fica a representação de um cubo em três tipos diferentes de perspectiva na figura abaixo:

Figura 24 - Diferentes tipos de perspectivas

Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando as três formas de representação, você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá a idéia menos deformada do objeto.

“ISO” quer dizer mesma; métrica quer dizer medida. A perspectiva isométrica mantém as mesmas proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto representado. Além disso, o traçado da perspectiva isométrica é relativamente simples. Por essas razões, neste curso, você estudará esse tipo de perspectiva.

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Figura 25 - Ângulos

7.1. CONHECIMENTOS DOS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA EFETUAR UMA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

7.1.1. Ângulo

Para estudar a perspectiva isométrica, precisamos saber o que é um ângulo e a maneira como ele é representado.

Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas de mesma origem. A medida do ângulo é dada pela abertura entre seus lados.

Uma das formas para se medir o ângulo consiste em dividir a circunferência em 360 partes iguais. Cada uma dessas partes corresponde a 1 grau (1º).

A medida em graus é indicada pelo numeral seguido do símbolo de grau.

7.1.2. Eixos isométricos

O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°, conforme figura 6.3.

O traçado de qualquer perspectiva isométrica parte sempre dos eixo isométricos.

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Figura 26 – Eixos isométricos

7.1.3. Linha isométricas

Agora você vai conhecer outro elemento muito importante para o traçado da perspectiva isométrica: as linhas isométricas. Qualquer reta paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica.

As retas r, s, t e u são linhas isométricas. A reta v não é linha isométrica.

Figura 27 – Retas isométricas e não isométrica

r e s são linhas isométricas porque são paralelas ao eixo y; t é isométrica porque é paralela ao eixo z; u é isométrica porque é paralela ao eixo x. v não é linha isométrica porque não é paralela aos eixos x, y, z.

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8. PROJEÇÃO ORTOGONAL

É tarefa dos engenheiros elaborar projetos e dirigir suas construções. Para desenhar e transmitir cada detalhe é necessário preparar descrições que mostrem os aspectos construtivos das “formas e das dimensões” do objeto. A expressão gráfica é o método fundamental de comunicação entre os projetistas e o construtor.

Os métodos projetivos empregados para facilitar os entendimentos entre o projetista e o construtor são as projeções ortogonais, as perspectivas e a visão tridimensional.

Projeção ortogonal consiste em uma ou mais vistas, separadas e tomadas de posições diferentes (vistas), geralmente em ângulos retos entre si, dadas por perpendiculares do objeto ao plano de projeção. Cada vista mostra a forma do objeto a partir de um plano de visão.

8.1. PLANO DE VISTA SUPERIOR OU HORIZONTAL DE PROJEÇÃO (PVS OU PH).

Esta projeção produz a “vista superior” do objeto ou a de “cima”. O observador se posiciona acima do objeto e tem uma visão das dimensões do objeto (largura e comprimento).

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Figura 28 - Vista Superior

8.2. PLANO DE VISTA FRONTAL OU VERTICAL DE PROJEÇÃO (PVF OU PF)

Produz a “vista de frente” do objeto O observador se posiciona frontalmente ao objeto e tem a visão das alturas do objeto. Também é denominada de “fachada” ou “elevação”

Figura 29 – Vista frontal

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ais:

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8.3. PLANO DE VISTA LATERAL OU DE PERFIL (PVL OU PP)

Nesta projeção tem-se a “vista lateral” do objeto. O observador se posiciona ao lado do objeto (à direita ou à esquerda) e tem também a visão das alturas.

8.4. PLANO DE VISTA EM CORTE DE PROJEÇÃO (PVC OU PC)

Esta projeção produz a “vista vertical”. O observador se posiciona internamente e tem uma visão frontal do detalhamento interno (construções), podendo este estar em qualquer lugar de visão, tanto no comprimento quanto na largura, normalmente sempre onde há o maior detalhamento de informações.

Exemplos de projeções ortogon

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Figura 30 – Exemplo de projeção

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Figura 31 – Projeção ortogonal

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Figura 32 – Projeção ortogonal

9. CORTE (NBR12298)

O corte é um recurso utilizado em desenho técnico, para melhor representar a parte interna de peça, em que está peça foi supostamente cortada por um plano secante, imaginário, e a parte anterior a este plano removida, deixando à mostra o interior da peça.

Figura 33 – Figura em corte

9.1. CORTE TOTAL

Corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão. Os cortes são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar elementos internos da peça ou elementos que não estejam visíveis na posição em que se encontra o observador.

Você deve considerar o corte realizado por um plano de corte, também imaginário. No caso de corte total, o plano de corte atravessa completamente a peça, atingindo suas partes maciças, como mostra a figura a seguir.

Peça em corte

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Figura 34 – Figura em corte

Na projeção em corte, a superfície imaginaria cortada é preenchida com hachuras.

Figura 35 – Hachura da projeção em corte

Hachuras são linhas estreitas que além de representarem a superfície imaginária cortada, mostram também os tipos de materiais. A peça hachurada é normalmente representada por linhas a 45°.

Figura 36 – Representação dos materiais em corte

Figura 37 – Corte na vista frontal

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Figura 38 – Corte na vista superior

Figura 39 – Corte na vista lateral esquerda

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CAPÍTULO II

1. SIMBOLOGIA DE ELÉTRICA (NBR5444)

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Figura 40 – Layout, comando elétrico em execução

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Figura 41 – Planta baixa de circuitos e tomadas

Figura 42 – Planta baixa de circuitos e tomadas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Baseada na apostila de Denise Schuler, Heitor Othelo Jorge Filho, José Aloísio Meulam Filho – FAG.

BRAGA, Theodoro. Desenho Linear Geométrico. São Paulo : Ícone. 13° ed. 230 p.

MELLO E CUNHA, G. N. de. Curso de Desenho Geométrico e Elementar. São Paulo: Livraria Francisco Alves, 460p, 1951.

RIVERA, Félix ; NEVES, Juarenze; GONÇALVES, Dinei (1986). Traçados em Desenho Geométrico. Rio Grande: editora da Furg, 389 p.

BACHMANN, A. e FORBERG, R. - DESENHO TÉCNICO - Porto Alegre – Editora Globo

CYRILLO, L. F. e SAFADI, R. S. - COLETÂNEA PROJETOS DE 100 a 200 m2, Casa Dois Editora - São Paulo

FERLINI, P. de B. - NORMAS PARA O DESENHO TÉCNICO - Rio de Janeiro - Ed. Globo

FRENCH, T.E. - DESENHO TÉCNICO - Porto Alegre - Editora Globo

MACHADO, A. - O DESENHO NA PRÁTICA DA ENGENHAIRA - SP - Ed. - Cupolo Ltda

POLETI, E. R. - DESENHO TÉCNICO - Apostila Técnica - CESET - Unicamp

Apostila de Desenho Técnico – Teoria e Exercícios - Antonio Dozzi e Daniel Francisco

Leitura e Interpretação de desenho técnico mecânico (publicação SENAI-SP)

Lauro Annanias Pires e Regina Maria Silva, Geometria Descritiva – Volume 1

Cavalin, Gerald; Cervelin, Severino. Instalações elétricas prediais 5.ed. São Paulo, 1998.