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    Caros alunos. Antes de iniciarmos a aula de hoje, mais algumas questesrecentes de tica, cobradas pela ESAF, no concurso da ANEEL.

    18 - (ESAF/ANEEL/2006) tica no setor pblico pode ser qualificada como:

    I. o padro de comportamento que cada servidor estabelece como adequado sua conduta.

    II. o conjunto de valores e regras estabelecidos com a finalidade de orientar aconduta dos servidores pblicos.

    III. cumprimento dos deveres e finalidades para os quais o servio pblico foicriado.

    IV. cuidar para que os usurios do servio pblico sejam tratados com

    respeito, cortesia, honestidade e humanidade.V. no utilizar o cargo pblico para atendimento de interesses e sentimentospessoais.

    Esto corretas:

    a) as afirmativas I, II, III, IV e V.

    b) apenas as afirmativas I, II, III e IV.

    c) apenas as afirmativas II, III, IV e V.

    d) apenas as afirmativas II, III e IV.

    e) apenas as afirmativas IV e V.

    19 - (ESAF/ANEEL/2006) De acordo com o Cdigo de tica Profissional doServidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal, a moralidade daAdministrao Pblica no se limita distino entre o bem e o mal, devendoser acrescida da idia de que o fim sempre o bem comum. O equilbrio entrea legalidade e a finalidade, na conduta do servidor, que poder consolidar amoralidade do ato administrativo. Esse enunciado expressa:

    I. um valor tico destinado a orientar a prtica dos atos administrativos.

    II. uma regra de conduta consubstanciada num dever.

    III. a impossibilidade de um ato administrativo, praticado de acordo com a lei,

    ser impugnado sob o aspecto da moralidade.IV. que a finalidade do ato administrativo influencia a sua anlise sob oaspecto da moralidade.

    V. que todo ato legal tambm moral.

    Esto corretas:

    a) as afirmativas I, II, III, IV e V.

    b) apenas as afirmativas I, II, III e IV.

    c) apenas as afirmativas II, IV e V.

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    d) apenas as afirmativas II, III e IV.

    e) apenas as afirmativas I e IV.

    20 - (ESAF/ANEEL/2006) De acordo com o Cdigo de tica Profissional doServidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal, vedado ao servidorpblico:

    I. ser scio de empresa que explore atividade considerada ilegal ou imoral.

    II. sugerir ao usurio do servio pblico que d uma colaborao em dinheiropara as reunies de confraternizao da repartio.

    III. deixar de dar regular andamento a um processo administrativo porque ointeressado seu desafeto.

    IV. determinar a servidor subordinado que realize servios do seu interesseparticular (interesse do mandante).

    V. deixar de utilizar os avanos tcnicos e cientficos ao seu alcance ou do seuconhecimento para atendimento do seu mister.

    Esto corretas:

    a) as afirmativas I, II, III, IV e V.

    b) apenas as afirmativas I, II, III e IV.

    c) apenas as afirmativas II, III e IV.

    d) apenas as afirmativas II e IV.

    e) apenas as afirmativas III e IV.

    GABARITO

    18 C: da simples leitura das assertivas, verifica-se que tica nada tem com opadro de comportamento que cada servidor estabelece como adequado sua conduta.

    19 E: Captulo I, Seo I, item III, das Regras Deontolgicas.

    20 A: ainda que no se conhea o Cdigo, todas essas condutas,

    intuitivamente, so claramente vedadas. O item XV do Cdigo contm asvedaes ao servidor pblico. Entre outras, relacionam-se s assertivas, porexemplo: a) o uso do cargo ou funo, facilidades, amizades, tempo, posio einfluncias, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; d)usar de artifcios para procrastinar ou dificultar o exerccio regular de direitopor qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar deutilizar os avanos tcnicos e cientficos ao seu alcance ou do seuconhecimento para atendimento do seu mister; g) pleitear, solicitar, provocar,sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificao, prmio,comisso, doao ou vantagem de qualquer espcie, para si, familiares ouqualquer pessoa, para o cumprimento da sua misso ou para influenciar outro

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    servidor para o mesmo fim; j) desviar servidor pblico para atendimento ainteresse particular; o) dar o seu concurso a qualquer instituio que atente

    contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; p) exerceratividade profissional atica ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunhoduvidoso.

    AULA 2

    4. PROBIDADE NA ADMINISTRAO PBLICA - LEI N 8.429/92

    4.1. INTRODUO

    Esta lei tem seu fundamento constitucional no art. 37, 4:

    4 Os atos de improbidade administrativa importaro a suspensodos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidadedos bens e o ressarcimento ao errio1, na forma e gradao previstasem lei, sem prejuzo da ao penal cabvel.

    Promulgada em 1992, foi atualizada pela Medida Provisria 2.225-45/2001 epela Lei n 11.107/2005, dispe sobre sanes aplicveis aos agentes pblicosnos casos de enriquecimento ilcito no exerccio de mandato (eletivo), cargo

    (estatutrio), emprego (CLT) ou mesmo de funo (temporria ou deconfiana) na administrao pblica direta, indireta ou fundacional.

    Note que esta lei dispe sobre sanes, mas no se trata de sanes penais,mas apenas sanes cveis, aplicveis a todo aquele que pratica ato deimprobidade administrativa. No h ao penal, apenas ao cvel.

    Na anlise dos diversos dispositivos da Lei que fazem parte do edital doconcurso, procuraremos destacar as partes mais importantes, atravs denegritos no constantes do original.

    4.2. ABRANGNCIA DA LEI

    Esta lei alcana os atos de improbidade praticados por qualquer agentepblico, seja servidor estatutrio ocupante de cargo efetivo ou no. Assim foiredigido o art. 1:

    Art. 1 Os atos de improbidade praticados por qualqueragente pblico, servidor ou no, contra a administraodireta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes daUnio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de

    1=Cofres pblicos.

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    Territrio, de empresa incorporada ao patrimnio pblico oude entidade para cuja criao ou custeio o errio haja

    concorrido ou concorra com mais de cinqenta por cento dopatrimnio ou da receita anual, sero punidos na forma destalei.

    No pargrafo nico deste artigo a lei prev mais duas alternativas que sedestacam:

    Pargrafo nico. Esto tambm sujeitos s penalidades desta lei osatos de improbidade praticados contra o patrimnio deentidade que receba subveno, benefcio ou incentivo, fiscalou creditcio, de rgo pblico bem como daquelas para cujacriao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra commenos de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita

    anual, limitando-se, nestes casos, a sano patrimonial repercusso do ilcito sobre a contribuio dos cofres pblicos.

    As disposies desta lei abrangem os atos de improbidade administrativapraticados contra:

    I a administrao direta, indireta ou fundacional;

    II qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dosMunicpios, de Territrio;

    III empresa incorporada ao patrimnio pblico;

    IV entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorracom mais de cinqenta por centodo patrimnio ou da receita anual;

    V patrimnio de entidade que receba subveno, benefcio ou incentivo,fiscal ou creditcio, de rgo pblico;

    VI entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorracom menos de cinqenta por centodo patrimnio ou da receita anual.

    Importante destacar que, nos trs primeiros casos, a responsabilidade integral. No dois ltimos, a sano patrimonial limita-se repercusso do ilcitosobre a contribuio dos cofrespblicos, ou seja, o ressarcimento serlimitado ao prejuzo dos cofres pblicos.

    Ateno: esse o tipo de exceo regra que tem boas chances de ser

    cobrada em concurso!

    4.3. DEFINIO LEGAL DE AGENTE PBLICO

    Para os fins desta Lei, o art. 2 cuidou de discriminar quem consideradoagente pblico:

    Art. 2 Reputa-se agente pblico, para os efeitos desta lei, todoaquele que exerce, ainda que transitoriamente ou semremunerao, por eleio, nomeao, designao, contrataoou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato,

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    cargo, emprego ou funo nas entidades mencionadas no artigoanterior.

    Perceba que bastante abrangente o campo de incidncia desta Lei.O gnero agentes pblicos inclui todas as pessoas que, de uma forma ou deoutra, mesmo que transitoriamente e sem remunerao, prestam algum tipode servio ao Estado.

    Entre os agentes, encontram-se trs espcies principais, quais sejam, osagentes polticos, os agentes em delegao e os servidores pblicos.

    Assim, agentes polticos so os que compem os altos escales do Governo,como Presidente da Repblica, Governador, Prefeito, Senador, Deputado,Vereador, Magistrado e membro do Ministrio Pblico, com caractersticas,prerrogativas e privilgios prprios, em geral estabelecidos pela Constituio

    Federal.J os agentes em delegao so aqueles particulares que recebem do Estadoa competncia para executar determinada atividade pblica, ou prestao deservio pblico ou, ainda, construo de obra pblica. Citem-se os leiloeiros,peritos, tradutores, concessionrios, permissionrios e autorizatrios.

    Servidores pblicos, em sentido amplo, so todos os que prestam serviosao Estado, incluindo a Administrao Pblica Indireta, tendo vnculoempregatcio e sendo pagos pelos cofres pblicos. So tambm chamados deagentes administrativos. Nessa classificao esto tanto os servidoresestatutrios, sujeitos ao regime legal, quanto os empregados pblicos, doregime contratual, alm dos temporrios, nos termos do art. 37, IX, da

    CF/88.Os servidores estatutrios, tambm chamados de funcionrios pblicos(como na CF/67), so os titulares de cargos pblicos e esto sujeitos aoregime legal, ou estatutrio, pois lei de cada ente da Federao (Unio,Estados-membros, Distrito Federal e Municpios) que estabelece as regras derelacionamento entre os servidores e a Administrao Pblica.

    Empregados pblicos so aqueles contratados, seguindo o regimetrabalhista, prprio da iniciativa privada. Assim, devem obedecer Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), bem assim as regras impostas pelaCF/88 (art. 37).

    Por sua vez, os temporrios so aqueles contratados para atividadestransitrias, emergenciais, submetidos a um regime jurdico especial2. Essaclasse est prevista no art. 37, IX, da CF/88.

    Seguindo outra classificao, de Celso Antnio Bandeira de Mello, seriamagentes pblicos os agentes polticos, os funcionrios pblicos e os particularesem colaborao com o Poder Pblico. Embora com uma diviso um poucodiferente, esta tambm inclui todos os retro citados.

    Assim, independente da classificao que se use, todos eles esto submetidos

    2Na esfera federal, disciplinado pela Lei n 8.745/93, com alteraes posteriores, emespecial pela Lei n 10.667/2003 e pelo Decreto n 4.748/2003, que a regulamenta.

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    s prescries da Lei de Improbidade.

    E mais! Mesmo aquele que no agente pblico pode ser alcanado, no que

    couber, pelas sanes da lei de improbidade administrativa. isso quedetermina o art. 3:

    Art. 3 As disposies desta lei so aplicveis, no que couber,quele que, mesmo no sendo agente pblico, induza ou concorrapara a prtica do ato de improbidade ou dele se beneficiesobqualquer forma direta ou indireta.

    Ou seja, mesmo aquele que NO agente pblico, se:

    I induzir;

    II concorrer, ou;

    III se beneficiar;

    de ato de improbidade administrativa, estar sujeito s disposies desta Lei.

    4.4. OBSERVAO DOS PRINCPIOS

    Como vimos na Aula 1, item 2.2., os princpios constituem o fundamento, oalicerce, a base de um sistema, e que condicionam as estruturassubseqentes, garantindo-lhe validade.

    Assim, fundamental sua importncia no estudo do Direito. Tanto assim que aLei de Improbidade previu a obrigatoriedade na observao de diversosprincpios, nos termos seguintes:

    Art. 4 Os agentes pblicos de qualquer nvel ou hierarquia soobrigados a velar pela estrita observncia dos princpios delegalidade, impessoalidade, moralidade e publicidadeno tratodos assuntos que lhe so afetos.

    Ressalte-se que esses so os mesmos quatro princpios constantes da redaooriginal do caput do art. 37 da Constituio. No entanto, convm relembrarque o princpio da eficincia3 foi nele inserido pela Emenda Constitucional n19, de 1998.

    Assim, os agentes pblicos de qualquer nvel ou hierarquia so obrigados a

    velar pela estrita observncia do princpio da eficincia? Nos termos da CF/88,sim!

    Mas, ateno na hora da prova. claro que os agentes pblicos devemobedecer a todos os cinco princpios constitucionais da Administrao Pblica(art. 37, CF/88). No entanto, se uma questo de prova cobrar quais osprincpios, nos termos da Lei n 8.429/1992, a resposta dever serlegalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.

    Ademais, importante tambm saber esses princpios, pois um dos casos de

    3Item 4.5., aula 1.

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    atos de improbidade administrativa justamente refere-se queles que atentamcontra os princpios da Administrao Pblica, visto a seguir.

    4.5. RESSARCIMENTO AO PATRIMNIO PBLICO

    Em havendo dano ao patrimnio pblico, haver o integral ressarcimento aoerrio. Essa a previso constitucional, inserta nos 4 e 5 do art. 37:

    4 Os atos de improbidade administrativa importaro a suspensodos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidadedos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstasem lei, sem prejuzo da ao penal cabvel.

    5 A lei estabelecer os prazos de prescrio para ilcitos praticadospor qualquer agente, servidor ou no, que causem prejuzos aoerrio, ressalvadas as respectivas aes de ressarcimento.

    Destaque-se que as aes de ressarcimento so imprescritveis(parte final do 5, art. 37, CF/88), ou seja, podem ser propostas e cobrado oprejuzo a qualquer tempo4.

    Por sua vez, o art. 5 da Lei assim fixou:

    Art. 5 Ocorrendo leso ao patrimnio pblico por ao ou omisso,dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se- o integralressarcimento do dano.

    Desse comando, podemos destacar:I o ressarcimento do dano dever ser integral;

    II a leso pode advir de ao ou omisso;

    III a leso pode ser dolosa ou culposa.

    Diz-se que a conduta (ao ou omisso) dolosa quando praticada com avontade de produzir o resultado (dolo direto), ou assumindo o risco produzi-lo(dolo eventual), ou seja, o agente prev que ser possvel a concretizao doresultado e a ele indiferente (art. 18, I5, Cdigo Penal).

    Por sua vez, serculposaa conduta quando o agente d causa ao resultadopor imprudncia, negligncia ou impercia (art. 18, II6, Cdigo Penal). Neste

    caso, ele no quer o resultado, tampouco assume o risco de produzi-lo, mas aele d causa.

    A Lei n 8.112/90, Estatuto dos Servidores Pblicos Federais, contm regrasemelhante:

    4STJ, RESP 328.391/DF, relator Ministro Paulo Medina, publicao DJ 02/12/2002.5Art. 18 Diz-se o crime: I doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu orisco de produzi-lo;6Art. 18 Diz-se o crime: (...) II culposo, quando o agente deu causa ao resultado porimprudncia, negligncia ou impercia.

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    Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo oucomissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuzo ao errio ou a

    terceiros.Naturalmente que, se no h prova de que o agente teve inteno ou culpa etampouco comprovao do dano da conduta, no h como imputar ao agentepblico ato de improbidade administrativa, ou pretender puni-lo com as penasprevistas para tal conduta, como o ressarcimento dos supostos danos.7

    Por fim, para atingir o objetivo de ver-se ressarcido do prejuzo, o PoderPblico pode lanar mo, entre outros, da indisponibilidades, do seqestro oudo perdimento de bens.

    4.6. PERDIMENTO DOS BENS

    Todos os bens ou valores acrescidos ao patrimnio do agente pblico ou doterceiro beneficirio, em casos de enriquecimento ilcito, sero perdidos.

    Assim, se, por ato de improbidade, houver acrscimo ilcito no patrimnio dosenvolvidos, ser decretada a pena de perdimento de tais bens ou valores.

    Note que pouco importa se houve ou no leso ao errio. Aqui tratadoapenas do enriquecimento ilcito do agente ou terceiro. Ento, ainda que nohaja leso ao errio, pode haver perdimento.

    A diferena entre perdimento de bens e outras penalidades sobre o patrimniodo agente pblico sero analisadas adiante.

    Assim foi redigido o art. 6:

    Art. 6 No caso de enriquecimento ilcito, perder o agente pblico outerceiro beneficirio os bens ou valores acrescidos ao seu patrimnio.

    4.7. INDISPONIBILIDADE DOS BENS

    A indisponibilidade de bens do indiciado tem a funo prpria de assegurarbases patrimoniais sobre as quais incidir, se for o caso, a futura execuoforada da sentena condenatria decorrente de atos de improbidade

    administrativa8.Em outras palavras, tem o objetivo de limitar os direitos sobre a propriedadedo indiciado, de tal forma que no possa se desfazer de seu patrimnio semgarantir o pagamento integral de eventual condenao futura. Os benscontinuam sendo do indiciado, mas no tem todos os poderes sobre eles. Aofinal, se condenado e no adimplir seu dbito, tais bens sero usados para tal.

    7STJ, RESP 621.415/MG, relatora Ministra Eliana Calmon, julgamento 16/02/2006.8 TRF 4 Regio, AI 1999.04.01.095390-1/RS, relator Juiz Teori Albino Zavascki,publicao DJ 17.05.2000.

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    Isso o que dispe o art. 7:

    Art. 7 Quando o ato de improbidade causar leso ao

    patrimnio pblico ou ensejar enriquecimento ilcito, caber autoridade administrativa responsvel pelo inqurito representar aoMinistrio Pblico, para a indisponibilidade dos bens doindiciado.

    Pargrafo nico. A indisponibilidade a que se refere o caput desteartigo recair sobre bens que assegurem o integralressarcimento do dano, ou sobre o acrscimo patrimonialresultante do enriquecimento ilcito.

    Essa matria est sob reserva de jurisdio, dizer, a indisponibilidade dosbens declarada pelo juiz, e no pela Administrao. A autoridadeadministrativa representa (indica os elementos de fato, a necessidade) aoMinistrio Pblico, que peticiona junto ao Poder Judicirio.

    Importante destacar as diferenas entre as medidas seguintes:

    Indisponibilidade:medida cautelar sobre a coisa de que no se pode dispor(vender, dar, ceder, permutar). O proprietrio pode continuar utilizando obem, mas no pode dele dispor. Permanece a propriedade e a posse domesmo.

    Seqestro:medida cautelar que visa garantir o bem atravs da apreenso ouo depsito judicial de certa coisa, sobre a qual pesa um litgio, ou sujeita adeterminados encargos, a fim de que seja entregue, quando solucionada apendncia, a quem de direito. Assim, o seqestro dirigido contra

    determinada coisa, ou coisa especificada, sobre que se litiga. E tem afinalidade de retirar essa coisa da posse de quem a tem, para traz-la econserv-la em segurana perante o juzo, onde se intenta, ou onde sepretende intentar a ao. Perde a posse, mas permanece a propriedade.O seqestro uma medida de segurana, que tanto se pode promover comopreparatria, como preventivamente.

    Perdimento:o perdimento medida definitiva que retira do apenado apropriedade do bem, o qual deixa de lhe pertencer.

    4.8. ALCANCE AOS SUCESSORES

    O ressarcimento ao errio e a perda dos bens ilicitamente acrescidos aopatrimnio do agente pblico no perdem seu objeto em funo de sua morte.

    Veja o que diz o art. 8 da Lei:

    Art. 8 O sucessor daquele que causar leso ao patrimnio pblico ouse enriquecer ilicitamente est sujeito s cominaes desta lei at olimite do valor da herana.

    Esta Lei segue o mesmo sentido de outra regra constitucional, a saber:

    Art. 5. (...) XLV - nenhuma pena passar da pessoa do condenado,

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    podendo a obrigao de reparar o dano e a decretao doperdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos

    sucessores e contra eles executadas, at o limite do valor dopatrimnio transferido;

    De igual forma o Estatuto dos Servidores Pblicos Federais, Lei n 8.112/90:

    Art. 122. (...) 3 A obrigao de reparar o dano estende-se aossucessores e contra eles ser executada, at o limite do valor daherana recebida.

    Ento, se falecer o devedor, a obrigao de reparar o dano estende-se aossucessores e, contra eles ser executada, at o limite do valor da heranarecebida.

    Assim, se a dvida for de $ 50, podem advir trs possibilidades, para

    exemplificar:I herana de $ 20. O Estado recebe $ 20 do esplio, nada restando aosherdeiros. O Estado fica com o prejuzo de $ 30, no podendo cobrar maisnada dos sucessores;

    II herana de $ 50. O Estado recebe os $ 50 do esplio, nada restando aosherdeiros;

    III herana de $ 90. O Estado recebe $ 50 do esplio, e os herdeirosdistribuem os restantes $ 40.

    4.9. CLASSIFICAO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

    Os atos de improbidade administrativa foram classificados pela Lei em trsgrupos, com caractersticas e sanes em diferentes graus. Assim, so atosque:

    I importam enriquecimento ilcito;

    II causam prejuzo ao errio;

    III atentam contra os princpios da Administrao Pblica.

    A seguir, analisamos cada um desses tipos.

    4.9.1. DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAMENRIQUECIMENTO ILCITO

    Nesse tipo de conduta, a mais grave entre as trs espcies, portanto, com aspenalidades mais severas (art. 12), h ato de improbidade administrativa emque fica configurado que o agente pblico enriqueceu ilicitamente. Para facilitara percepo deste enriquecimento note a presena de verbos de ao tpicos,como receber, utilizar, adquirir, aceitar, incorporar etc.

    necessria a leitura atenta a todos os incisos do art. 9, sem, no entanto, ser

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    necessria sua memorizao. Da simples observao de cada uma dassituaes, percebe-se nitidamente que houve acrscimo patrimonial, seja na

    forma de incremente no seu patrimnio (ex. incisos I a III), seja na forma deno reduo do mesmo (ex. incisos IV, XI, XII), ou seja, no gasta seusvalores para obter a vantagem indevida.

    Ressalte-se, ainda, que tal rol meramente exemplificativo. Constitui ato deimprobidade administrativa importando enriquecimento ilcito auferirqualquer tipo de vantagem patrimonial indevidaem razo do exerccio decargo, mandato, funo, emprego ou atividade nas entidades j mencionadas.O que a Lei faz apenas ilustrar com alguns casos.

    Aqui pode ou no haver dano ao errio. O incisos II e III, por exemplo,tambm causam prejuzo ao errio. Guarde que, nos casos a seguirrelacionados, o foco principal est no enriquecimento ilcito.

    A seguir, o art. 9:

    Art. 9 Constitui ato de improbidade administrativa importandoenriquecimento ilcito auferir qualquer tipo de vantagempatrimonial indevida em razo do exerccio de cargo,mandato, funo, emprego ou atividade nas entidadesmencionadas no art. 1 desta lei, e notadamente:

    I - Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mvel ou imvel,ou qualquer outra vantagem econmica, direta ou indireta, a ttulode comisso, percentagem, gratificao ou presente de quem tenhainteresse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou

    amparado por ao ou omisso decorrente das atribuies doagente pblico;

    II - Perceber vantagem econmica, direta ou indireta, parafacilitara aquisio, permuta ou locao de bem mvel ou imvel,ou a contratao de servios pelas entidades referidas no art. 1 porpreo superior ao valor de mercado;

    III - Perceber vantagem econmica, direta ou indireta, parafacilitar a alienao, permuta ou locao de bem pblico ou ofornecimento de servio por ente estatal por preo inferior aovalor de mercado;

    IV - Utilizar, em obra ou servio particular, veculos, mquinas,equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 destalei, bem como o trabalho de servidores pblicos, empregados outerceiros contratados por essas entidades;

    V - Receber vantagem econmicade qualquer natureza, direta ouindireta, para tolerar a explorao ou a prticade jogos de azar,de lenocnio, de narcotrfico, de contrabando, de usura ou dequalquer outra atividade ilcita, ou aceitar promessa de talvantagem;

    VI - Receber vantagem econmica de qualquer natureza, direta

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    ou indireta, para fazer declarao falsa sobre medio ouavaliao em obras pblicas ou qualquer outro servio, ou sobre

    quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterstica demercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidadesmencionadas no art. 1 desta lei;

    VII - Adquirir, para si ou para outrem, no exerccio de mandato,cargo, emprego ou funo pblica, bens de qualquer naturezacujo valor seja desproporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico;

    VIII - Aceitar emprego, comisso ou exercer atividade deconsultoria ou assessoramento para pessoa fsica ou jurdica quetenha interesse suscetvel de ser atingido ou amparado porao ou omisso decorrente das atribuies do agente

    pblico, durante a atividade;IX - Perceber vantagem econmica para intermediar aliberao ou aplicao de verba pblicade qualquer natureza;

    X - Receber vantagem econmicade qualquer natureza, direta ouindiretamente, para omitir ato de ofcio, providncia ou declaraoa que esteja obrigado;

    XI - Incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimnio bens,rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonialdas entidadesmencionadas no art. 1 desta lei;

    XII - Usar, em proveito prprio, bens, rendas, verbas ou

    valores integrantes do acervo patrimonial das entidadesmencionadas no art. 1 desta lei.

    4.9.2. DOS ATOS DE IMPROBIDADE QUE CAUSAM PREJUZO AO ERRIO

    Nesse segundo tipo de ato de improbidade, o foco principal est no dano aoerrio, independente do enriquecimento ilcito do agente.

    Assim, constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errioqualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,

    desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres dasentidades mencionadas.

    Repetindo o anterior, o rol aqui tambm exemplificativo. Faa a leiturapercebendo que, em cada um dos itens, h prejuzo aos cofres pblicos.Vejamos:

    Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causaleso ao errioqualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, queenseje perda patrimonial, desvio, apropriao, malbaratamentoou dilapidao dos bens ou haveres das entidades referidasno art. 1 desta lei, e notadamente:

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    I - Facilitar ou concorrer por qualquer forma para aincorporao ao patrimnio particular, de pessoa fsica ou

    jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervopatrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei;

    II - Permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou jurdicaprivada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes doacervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei,sem a observncia das formalidades legais ou regulamentaresaplicveis espcie;

    III - Doar pessoa fsica ou jurdica bem como ao entedespersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistenciais,bens, rendas, verbas ou valores do patrimnio de qualquer dasentidades mencionadas no art. 1 desta lei, sem observncia das

    formalidadeslegais e regulamentares aplicveis espcie;IV - Permitir ou facilitar a alienao, permuta ou locao de bemintegrante do patrimnio de qualquer das entidades referidas no art.1 desta lei, ou ainda a prestao de servio por parte delas, porpreo inferior ao de mercado;

    V - Permitir ou facilitar a aquisio, permuta ou locao de bemou servio por preo superior ao de mercado;

    VI - Realizar operao financeira sem observncia das normaslegais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ouinidnea;

    VII - Conceder benefcio administrativo ou fiscal sem aobservncia das formalidadeslegais ou regulamentares aplicveis espcie;

    VIII - Frustrar a licitude de processo licitatrio ou dispens-loindevidamente;

    IX - Ordenar ou permitir a realizao de despesas noautorizadasem lei ou regulamento;

    X - Agir negligentemente na arrecadao de tributo ou renda,bem como no que diz respeito conservao do patrimniopblico;

    XI - Liberar verba pblica sem a estrita observncia dasnormas pertinentes ou influir de qualquer forma para a suaaplicao irregular;

    XII - Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro seenriquea ilicitamente;

    XIII - Permitir que se utilize, em obra ou servio particular,veculos, mquinas, equipamentos ou material de qualquernatureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidadesmencionadas no art. 1 desta lei, bem como o trabalho deservidor pblico, empregados ou terceiros contratados por essas

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    entidades;

    XIV - Celebrar contratoou outro instrumento que tenha por objeto

    a prestao de servios pblicos por meio da gesto associadasem observar as formalidades previstas na lei; (inciso acrescidopela Lei n 11.107/2005)

    XV - Celebrar contrato de rateio de consrcio pblico semsuficiente e prvia dotao oramentria, ou sem observar asformalidades previstas na lei. (inciso acrescido pela Lei n11.107/2005)

    Como se disse, aqui o foco principal est no prejuzo ao errio, independentedo enriquecimento ilcito do agente. Eventualmente, se concorrer essa hiptese(enriquecimento ilcito), tambm haver perda dos bens ou valores acrescidos(art. 12, II).

    Note os incisos II e III do artigo anterior (9), e os incisos IV e V deste (10). Aconduta a mesma, porm, naqueles, h enriquecimento ilcito e prejuzo aoerrio, nestes, o foco est apenas no prejuzo ao errio.

    Na prtica, pode haver certa dificuldade ao enquadrar o ato no art. 9 ou noart. 10, se houver a um s tempo enriquecimento ilcito e prejuzo ao errio.Mas, para fins de prova, isso parece no ter importncia.

    Destaque-se, por fim, que os dois ltimos incisos foram acrescidos pela Lei n11.107/2005. Assim, como de costume, ateno a eles, pois as bancas tmforte tendncia a cobrar novidades!!

    4.9.3. DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRAOS PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

    A ltima espcie de ato de improbidade administrativa a dos que atentamcontra os princpios da Administrao Pblica. o tipo menos grave,correspondendo, portanto, s penalidade menos severas do art. 12.

    Aqui no se cogita do enriquecimento ilcito, mas sim apenas da mera violaoaos princpios.

    Perceba que neste art. 11, alm de mencionar os princpios, seu caputprev

    como ato de improbidade qualquer ao ou omisso que viole os deveresde honestidade, imparcialidade, lealdade s instituies e legalidade.

    O rol, tambm exemplificativo, o seguinte:

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atentacontra os princpios da administrao pblica qualquer aoou omisso que viole os deveres de honestidade,imparcialidade, legalidade e lealdade s instituies, enotadamente:

    I Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento oudiverso daquele previsto, na regra de competncia;

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    II Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato deofcio;

    III Revelar fatoou circunstncia de que tem cincia em razodas atribuies e que deva permanecer em segredo;

    IV Negar publicidadeaos atos oficiais;

    V Frustrar a licitude de concurso pblico;

    VI Deixar de prestar contasquando esteja obrigado a faz-lo;

    VII Revelarou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro,antes da respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica oueconmica capaz de afetar o preo de mercadoria, bem ouservio.

    Por fim, veja o que determina a Lei n 9.504, de 30 de setembro de 1997, queestabelece normas para as eleies, em seu art. 73, com grifos nossos:

    Art. 73. So proibidas aos agentes pblicos, servidores ou no,as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade deoportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

    I - ceder ou usar, em benefcio de candidato, partido poltico oucoligao, bens mveis ou imveis pertencentes administrao direta ou indireta da Unio, dos Estados, do DistritoFederal, dos Territrios e dos Municpios, ressalvada a realizao deconveno partidria;

    II - usar materiais ou servios, custeados pelos Governos ou

    Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nosregimentos e normas dos rgos que integram;

    III - ceder servidor pblico ou empregado da administrao diretaou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ouusar de seus servios, para comits de campanha eleitoral decandidato, partido poltico ou coligao, durante o horrio deexpediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiverlicenciado;

    IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato,partido poltico ou coligao, de distribuio gratuita de bens e

    servios de carter social custeados ou subvencionados pelo PoderPblico;

    V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitirsem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou poroutros meios dificultar ou impedir o exerccio funcional e,ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidorpblico, na circunscrio do pleito, nos trs meses que oantecedem e at a posse dos eleitos, sob pena de nulidade depleno direito, ressalvados:

    a) a nomeao ou exonerao de cargos em comisso edesignao ou dispensa de funes de confiana;

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    b) a nomeao para cargos do Poder Judicirio, do MinistrioPblico, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos rgos

    da Presidncia da Repblica;c) a nomeao dos aprovados em concursos pblicoshomologados at o incio daquele prazo;

    d) a nomeao ou contratao necessria instalao ou aofuncionamento inadivel de servios pblicos essenciais, comprvia e expressa autorizao do Chefe do Poder Executivo;

    e) a transferncia ou remoo ex officio de militares, policiais civise de agentes penitencirios;

    VI - nos trs meses que antecedem o pleito:

    a) realizar transferncia voluntria de recursos da Unio aos

    Estados e Municpios, e dos Estados aos Municpios, sob pena denulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados acumprir obrigao formal preexistente para execuo de obra ouservio em andamento e com cronograma prefixado, e os destinadosa atender situaes de emergncia e de calamidade pblica;

    b) com exceo da propaganda de produtos e servios que tenhamconcorrncia no mercado, autorizar publicidade institucional dosatos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicosfederais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades daadministrao indireta, salvo em caso de grave e urgentenecessidade pblica, assim reconhecida pela Justia Eleitoral;

    c) fazer pronunciamento em cadeia de rdio e televiso, forado horrio eleitoral gratuito, salvo quando, a critrio da JustiaEleitoral, tratar-se de matria urgente, relevante e caracterstica dasfunes de governo;

    VII - realizar, em ano de eleio, antes do prazo fixado no incisoanterior, despesas com publicidade dos rgos pblicos federais,estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades daadministrao indireta, que excedam a mdia dos gastos nos trsltimos anos que antecedem o pleito ou do ltimo anoimediatamente anterior eleio.

    VIII - fazer, na circunscrio do pleito, reviso geral daremunerao dos servidores pblicos que exceda a recomposioda perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleio, a partirdo incio do prazo estabelecido no art. 7 desta Lei e at a posse doseleitos.

    (...)

    7 As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda,atos de improbidade administrativa, a que se refere o art. 11,inciso I, da Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se

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    s disposies daquele diploma legal, em especial scominaes do art. 12, inciso III.

    5.10. SANES DECORRENTES DA IMPROBIDADE

    Aqui o objetivo principal desta Lei. As sanes aplicveis aos agentes eterceiros que se enquadrarem nas suas previses.

    Foram tambm divididas em trs grupos, cada um deles aplicvel a um dostipos de atos que vimos anteriormente, do mais grave (enriquecimento ilcito)ao menos grave (violao aos princpios).

    Art. 12. Independentemente das sanes penais, civis eadministrativas, previstas na legislao especfica, est oresponsvel pelo ato de improbidade sujeito s seguintescominaes:

    Estas sanes no tm natureza penal, e so aplicadas em mbito de aocivil. Alm disso, so aplicadas independentemente de outras sanes penais,administrativas, ou mesmo de outras sanes civis.

    idntica a regra inserta no Estatuto dos Servidores Pblicos Federais, Lei n8.112/90:

    Art. 125. As sanes civis, penais e administrativas poderocumular-se, sendo independentes entre si.

    Assim, um mesmo ato poder redundar em ressarcimento de prejuzos,privao de liberdade e demisso ao servidor, por exemplo.

    Porm, seguindo ainda as regras do Estatuto Federal, no absoluto oprincpio da independncia das instncias, visto que h caso de intervenoentre a deciso de uma esfera, a penal, nas demais.

    O processo penal, que pode envolver limitao a um direito de maiorrelevncia social, qual seja, a liberdade, tem como corolrio a busca daverdade real, diferente da esfera civil, que leva em conta a verdade formal, ouseja, provas que constam do processo. Ento, pode/deve o juiz determinar aproduo de provas no processo penal, buscando sempre se aproximar daverdade dos fatos (art. 156 do CPP9).

    Em face desse maior rigor que envolve a deciso penal, afasta-se aresponsabilidade administrativa do servidor no caso de absolvio criminal quenegue a existncia do fato ou sua autoria (art. 126, Lei n 8.112/90)10:

    Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor serafastada no caso de absolvio criminal que negue a existncia dofato ou sua autoria.

    9Art. 156. A prova da alegao incumbir a quem a fizer; mas o juiz poder, no cursoda instruo ou antes de proferir sentena, determinar, de ofcio, diligncias paradirimir dvida sobre ponto relevante.10STF, MS 22.476/AL, relator Ministro Marco Aurlio, publicao DJ 03/10/1997.

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    A Lei menciona expressamente a responsabilidade administrativa, mas o art.935 do Cdigo Civil (CC) estende essa vinculao esfera a civil:

    Art. 935. A responsabilidade civil independente da criminal, no sepodendo questionar mais sobre a existncia do fato, ou sobre quemseja o seu autor, quando estas questes se acharem decididas no

    juzo criminal.

    Ento, as trs esferas so independentes, mas, se houver declarao expressa,na esfera penal, negando o fato ou sua autoria, no poder haver punio doru nas demais instncias, inclusive esta da Lei n 8.429/92.

    Veja a seguinte deciso do Superior Tribunal de Justia11:

    Os atos de improbidade administrativa definidos nos arts. 9, 10 e 11da Lei n 8.429/92 acarretam a imposio de sanes previstas no

    art. 12 do mesmo diploma legal, as quais so aplicadasindependentemente das sanes penais, civis e administrativas. Taissanes, embora no tenham natureza penal, revelam-se de sumagravidade, pois importam perda de bens e de funo pblica, ou empagamento de multa e suspenso de direitos polticos, todosaplicados no mbito de uma ao civil. (...) Recurso especial no-conhecido.

    A seguir, cada uma das trs gradaes das sanes.

    ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTOILCITO

    I N a h i p t e s e d o a r t . 9 , p e r d a d o s b e n s o u v a l o r e s

    a c r e s ci d o s i l i c i t a m e n t e a o p a t r i m n i o , r e ss a r c i m e n t o i n t e g r a l

    d o d a n o , q u a n d o h o u v e r , p e r d a d a f u no p b l i c a , s u sp e n so

    d o s d i r e i t o s p o l t i c o s d e o i t o a d e z a n o s , p a g am e n t o d e m u l t a

    c i v i l d e a t t r s ve ze s o v a l o r d o a c rsc im o p a t r im o n i a l e

    p r o i b io d e c o n t r a t a r c om o P o d e r Pb l i c o o u r e c e b e r

    b e n e fc i o s o u i n c e n t i v o s f i s c a i s o u c r e d i tc i o s , d i r e t a o u

    i n d i r e t am e n t e , a i n d a q u e p o r i n t e rm d i o d e p e s s o a j u rd i c a d a

    q u a l s e j a s ci o m a j o r i t r i o , p e l o p r a z o d e d e z a n o s ;

    ATOS DE IMPROBIDADE QUE CAUSAM PREJUZO AO ERRIO

    I I N a h i p t e s e d o a r t . 1 0 , r e s sa r c i m e n t o i n t e g r a l d o d a n o ,

    p e r d a d o s b e n s o u v a l o r e s a c r e s ci d o s i l i c i t a m e n t e a o

    p a t r i m n i o , s e c o n c o r r e r e s t a c i r c u n s t n c i a , p e r d a d a f u n o

    pb l i c a , s u sp e n so d o s d i r e i t o s p o lt i c o s d e c i n c o a o i t o a n o s ,

    p a g am e n t o d e m u l t a c i v i l d e a td u a s v e z e s o v a l o r d o d a n o e

    11STJ, RESP 150.329/RS, relator Ministro Vicente Leal, publicao DJ 05/04/1999.

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    p r o i b io d e c o n t r a t a r c om o P o d e r Pb l i c o o u r e c e b e r

    b e n e fc i o s o u i n c e n t i v o s f i s c a i s o u c r e d i tc i o s , d i r e t a o u

    i n d i r e t am e n t e , a i n d a q u e p o r i n t e rm d i o d e p e s s o a j u rd i c a d aq u a l s e j a s ci o m a j o r i t r i o , p e l o p r a z o d e c i n c o a n o s ;

    ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA OSPRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

    I I I N a h i p t e s e d o a r t . 1 1 , r e s sa r c im e n t o i n t e g r a l d o d a n o ,

    s e h o u ve r , p e r d a d a f u no p b l i c a , s u sp e n so d o s d i r e i t o s

    p o lt i c o s d e t r s a c i n c o a n o s , p a g am e n t o d e m u l t a c i v i l d e a t

    cem v e z e s o v a l o r d a r em u n e r ao p e r c e b i d a p e l o a g e n t e e

    p r o i b io d e c o n t r a t a r c om o P o d e r Pb l i c o o u r e c e b e rb e n e fc i o s o u i n c e n t i v o s f i s c a i s o u c r e d i tc i o s , d i r e t a o u

    i n d i r e t am e n t e , a i n d a q u e p o r i n t e rm d i o d e p e s s o a j u rd i c a d a

    q u a l s e j a s c i o m a j o r i t r i o , p e l o p r a z o d e t r s a n o s .

    P a rg r a f o n i c o . Na f i x ao d a s p e n a s p r e v i s t a s n e s t a l e i o

    j u i z l e v a r em co n t a a e x t e n so d o d a n o c a u sa d o , a s s im co m o

    o p r o v e i t o p a t r i m o n i a l o b t i d o p e lo a g e n t e .

    Eis um quadro que resume as penalidades aplicveis:

    Enriquecimentoilcito

    Prejuzo aoerrio

    Violao dosprincpios

    ressarcimento integraldo dano SIM SIM SIM

    perda dos bens ouvalores acrescidosilicitamente aopatrimnio

    SIM SIM NO

    perda da funo pblica SIM SIM SIM

    suspenso dos direitospolticos

    8 a 10 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos

    pagamento de multa

    civil

    At 3 x

    enriquecimento

    At 2 x

    prejuzo

    At 100 x

    remuneraodo agente

    proibio de contratarcom o Poder Pblico oureceber benefcios ouincentivos fiscais oucreditcios

    10 anos 5 anos 3 anos

    5.11. APLICABILIDADE DAS SANES

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    Com base no princpio da moralidade, as sanes previstas na lei de

    improbidade administrativa tm objetivo maior que o simples ressarcimento dodano aos cofres pblicos. Tem um efeito preventivo de novas infraes, erepressivo de condutas danosas Administrao, ainda que no haja efetivaocorrncia de dano ao patrimnio pblico ou que o Tribunal de Contas, aoexaminar as contas pblicas, avalie que no h irregularidade nas mesmas.

    Art. 21. A aplicao das sanes previstas nesta lei independe:

    I da efetiva ocorrncia de danoao patrimnio pblico;

    II da aprovao ou rejeio das contaspelo rgo de controleinterno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

    Sobre a independncia entre as sanes por improbidade administrativa e as

    decises dos Tribunais de Contas, colacionamos parte de um julgado doTribunal Regional Federal da 3 Regio12:

    Ao Poder Judicirio que cabe dizer sobre a ocorrncia ou no de atode improbidade administrativa. Nada impede que o Poder Judiciriodecida sobre infraes administrativas, mesmo que o TCU tenha-semanifestado pela inexistncia de prejuzo.

    Com isso, fica afastada qualquer possibilidade de no punio, por exemplo,nos casos de tentativa de improbidade, ou do arrependimento eficaz. Almdisso, ainda que o dano seja reparado antes de apurado, as demaispenalidades, como perda da funo ou suspenso de direitos polticos,continuam cabveis.

    5.12. PRESCRIO DAS SANES

    Em linhas gerais, chama-se prescrio a perda do direito de punir do Estado,pelo decurso de certo tempo.

    Nesse rumo, o art. 23 estabelece regras quanto prescrio da ao punitivado Estado quanto aos atos de improbidade administrativa.

    Dentro dos prazos nele previstos, pode/deve a Administrao agir, sob pena deprescrio.

    A Lei prev duas hipteses diferentes, mas fixa apenas um prazo, qual seja, 5(cinco) anosaps o trmino do exerccio de mandato, de cargo em comissoou de funo de confiana. No outro caso (exerccio de cargo efetivo ouemprego), remete legislao especfica sobre servidores ou empregadospblicos.

    Art. 23. As aes destinadas a levar a efeito as sanes previstasnesta lei podem ser propostas:

    12 TRF 4 Regio, AC 97.04.53004-8/SC, relatora Desembargadora Marga BarthTessler, julgamento 17/06/1999.

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    I at cinco anos aps o trmino do exerccio de mandato, de cargoem comisso ou de funo de confiana;

    II dentro do prazo prescricional previsto em lei especfica parafaltas disciplinares punveis com demisso a bem do servio pblico,nos casos de exerccio de cargo efetivo ou emprego.

    No caso dos servidores federais estatutrios, a Lei n 8.112/90 prev tambmo prazo de 5 (cinco) anos:

    Art. 142. A ao disciplinar prescrever:

    I em 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com demisso,cassao de aposentadoria ou disponibilidade e destituio de cargoem comisso;

    1 O prazo de prescrio comea a correr da data em que o fato se

    tornou conhecido.Relembre-se que, nos termos do 5 do art. 37 j mencionado, o prazoprescricional no se aplica s penalidades de ressarcimento do prejuzo aoscofres pblicos, vez que tal ao de ressarcimento imprescritvel.

    Sobre tal regra, assim se manifestou o Tribunal de Justia mineiro13:

    PREFEITO. EX-PREFEITO. INDISPONIBILIDADE DE BENS. ATOSLESIVOS AO ERRIO. LEI N 8.429/92. CONSTITUCIONALIDADE.PRESCRIO. AO CIVIL PBLICA. A constitucionalidade da Lei n8.429/92 deriva das disposies do art. 37, 4, da Constituio daRepblica, sendo meio legal para coibir atos lesivos dos agentes da

    Administrao Pblica nos nveis federal, estadual e municipal. Oprazo prescricional definido na Lei n 8.429/92 no se aplica s aesde ressarcimento dos cofres pblicos, oriundas de ilcitosadministrativos, em face da ressalva contida no 5 do art. 37 daConstituio Federal. A ao civil pblica instrumento vlido aosfins de impor ao agente poltico o ressarcimento dos cofres pblicospela prtica de eventuais ilcitos administrativos no seu mandato(...).

    5.13. PARA GUARDAR

    Os atos de improbidade administrativa importaro a suspenso dosdireitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e oressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo daao penal cabvel.

    No h ao penal, apenas ao cvel.

    A Lei alcana os atos de improbidade praticados por qualquer agentepblico, seja servidor estatutrio ocupante de cargo efetivo ou no.

    13 TJMG, AG 172.076-2/00, relator Desembargador Lucas Svio Gomes, publicaoDJMG 09/03/2001.

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    As disposies lei abrangem os atos de improbidade administrativa

    praticados contra:

    I a administrao direta, indireta ou fundacional; II qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal,dos Municpios, de Territrio;

    III empresa incorporada ao patrimnio pblico;

    IV entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ouconcorra com mais de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual;

    V patrimnio de entidade que receba subveno, benefcio ouincentivo, fiscal ou creditcio, de rgo pblico;

    VI entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ouconcorra com menos de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual.

    agente pblico, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao,designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo,mandato, cargo, emprego ou funo nas entidades mencionadas.

    Mesmo aquele que no agente pblico pode ser alcanado, no quecouber, pelas sanes da lei de improbidade administrativa.

    Princpios de observncia obrigatria: legalidade, impessoalidade,moralidade e publicidade, nos termos da Lei.

    Nos termos da CF/88, art. 37, inclui-se tambm a eficincia.

    Em havendo dano ao patrimnio pblico, haver o integralressarcimento ao errio.

    Destaque-se que as aes de ressarcimento so imprescritveis (partefinal do 5, art. 37, CF/88).

    Ocorrendo leso ao patrimnio pblico por ao ou omisso, dolosa ouculposa, do agente ou de terceiro, dar-se- o integral ressarcimento do dano.

    No caso de enriquecimento ilcito, perder o agente pblico ou terceirobeneficirio os bens ou valores acrescidos ao seu patrimnio.

    Ainda que no haja leso ao errio, pode haver perdimento.

    Quando o ato de improbidade causar leso ao patrimnio pblico ouensejar enriquecimento ilcito, caber autoridade administrativa responsvelpelo inqurito representar ao Ministrio Pblico, para a indisponibilidade dosbens do indiciado. A indisponibilidade recair sobre bens que assegurem ointegral ressarcimento do dano, ou sobre o acrscimo patrimonial resultante doenriquecimento ilcito. declarada pelo juiz, e no pela Administrao. Aautoridade administrativa representa (indica os elementos de fato, anecessidade) ao Ministrio Pblico, que peticiona junto ao Poder Judicirio.

    O sucessor daquele que causar leso ao patrimnio pblico ou seenriquecer ilicitamente est sujeito s cominaes desta lei at o limite dovalor da herana.

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    Classificao dos atos de improbidade administrativa: so atos que: I

    importam enriquecimento ilcito; II causam prejuzo ao errio; III atentam

    contra os princpios da Administrao Pblica. Atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilcito:receber, utilizar, adquirir, aceitar, incorporar etc. Auferir qualquer tipo devantagem patrimonial indevida em razo do exerccio de cargo, mandato,funo, emprego ou atividade.

    Atos de improbidade que causam prejuzo ao errio: qualquer ao ouomisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriao,malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres das entidadesmencionadas.

    Atos de improbidade administrativa que atentam contra os princpios daadministrao pblica: qualquer ao ou omisso que viole os deveres dehonestidade, imparcialidade, lealdade s instituies e legalidade.

    Sanes: independentemente das sanes penais, civis e

    administrativas, previstas na legislao especfica, est o responsvel pelo atode improbidade sujeito s seguintes cominaes:

    Enriquecimentoilcito

    Prejuzo aoerrio

    Violao dosprincpios

    ressarcimento integraldo dano

    SIM SIM SIM

    perda dos bens ou

    valores acrescidosilicitamente aopatrimnio

    SIM SIM NO

    perda da funo pblica SIM SIM SIM

    suspenso dos direitospolticos

    8 a 10 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos

    pagamento de multacivil

    At 3 x

    enriquecimento

    At 2 x

    prejuzo

    At 100 xremunerao

    do agente

    proibio de contratar

    com o Poder Pblico oureceber benefcios ouincentivos fiscais oucreditcios

    10 anos 5 anos 3 anos

    A aplicao das sanes independe: I da efetiva ocorrncia de dano aopatrimnio pblico; II da aprovao ou rejeio das contas pelo rgo decontrole interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

    Prescrio das sanes: I em cinco anos aps o trmino do exercciode mandato, de cargo em comisso ou de funo de confiana; II dentro doprazo prescricional previsto em lei especfica para faltas disciplinares punveis

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    com demisso a bem do servio pblico, nos casos de exerccio de cargoefetivo ou emprego.

    5.14. QUESTES DE CONCURSOS PBLICOS

    1. (Analista/TRF5/2003) A ao de responsabilidade civil contra oservidor que haja causado danos ao errio, mediante comportamentoilcito:

    a) prescreve em cinco anos.

    b) caduca em dois anos.

    c) prescreve em trs anos.

    d) caduca em dez anos.e) imprescritvel.

    2. (Controlador de arrecadao/RJ/2002) Os atos de improbidadeadministrativa importam:

    a) indisponibilidade dos bens at que haja ressarcimento ao errio.

    b) perda da funo pblica, se no houver ressarcimento ao errio.

    c) perda da funo pblica, indisponibilidade dos bens e ressarcimento aoerrio.

    d) ressarcimento ao errio e suspenso temporria do exerccio da funopblica.

    3. (Promotor de justia/MPSP/2002) Assinale a assertiva correta:

    a) S o agente pblico passvel de sanes da Lei de ImprobidadeAdministrativa.

    b) A indisponibilidade de bens de que trata a Lei de ImprobidadeAdministrativa tem carter punitivo.

    c) Constitui ato de improbidade o uso de bem pblico por particular.

    d) Todo enriquecimento ilcito do agente acarreta um prejuzo ao errio.e) Procedente a ao de improbidade, poder o juiz, dentre as cominaes,aplicar as penas que entender, isolada ou cumulativamente.

    4. (TCE/PR/2003) Em relao Lei de Improbidade (Lei n8.429/92) pode-se afirmar que:

    a) os agentes pblicos de qualquer nvel no so obrigados a velar pelaestrita observncia dos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade epublicidade no tratamento de assuntos que lhes so afetos.

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    b) o sucessor daquele que causar leso ao patrimnio pblico est sujeitos cominaes dessa Lei, ainda que alm do limite do valor da herana.

    c) reputa-se agente pblico, para efeitos dessa Lei, todo aquele queexerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio,nomeao, designao, ou contratao, mandato, cargo, emprego ou funona administrao direta ou indireta dos Poderes da Unio.

    d) ocorrendo leso ao patrimnio por omisso, dolosa ou culposa, doagente, o ressarcimento do dano no se dar integral.

    e) no se considera ato de improbidade administrativa o recebimento devantagem econmica indireta, para facilitar a aquisio de bem mvel ouimvel por preo superior ao de mercado.

    5. (AFRF/2000) Os atos de improbidade administrativa importaro,para o servidor pblico, as seguintes conseqncias, exceto:

    a) Perda dos direitos polticos.

    b) Responder ao penal cabvel.

    c) Indisponibilidade dos bens.

    d) Perda da funo pblica.

    e) Ressarcimento do errio.

    6. (AFRF/2000) Tratando-se de atos de improbidade administrativaque causam prejuzo ao errio, a pena prevista de suspenso dosdireitos polticos est fixada:

    a) de oito a dez anos.

    b) de seis a oito anos.

    c) de dois a trs anos.

    d) de trs a cinco anos.

    e) de cinco a oito anos.

    7. (AFRF/2002-1) Considerando a legislao sobre improbidadeadministrativa, Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992, assinale a opoincorreta.

    a) Constitui crime a representao por ato de improbidade contra agentepblico ou terceiro beneficirio quando o autor da denncia o sabe inocente.

    b) A perda da funo pblica s se efetiva com o trnsito em julgado dasentena condenatria.

    c) A autoridade administrativa ou judicial competente pode determinar oafastamento do agente pblico de seu cargo, sem direito a remunerao,quando a medida for necessria instruo processual.

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    d) A aplicao das sanes decorrentes desta legislao independe daefetiva ocorrncia de dano ao patrimnio pblico.

    e) A prescrio para as aes destinadas a efetivar as sanes destalegislao ocorre em at cinco anos aps o trmino do mandato eletivo.

    8. (AFRF/2002-2) O fato de um servidor pblico federal, investidoem cargo que lhe confere competncia legal para concederdeterminado benefcio fiscal e no exerccio dessa sua funo,deliberadamente, concede esse benefcio a algum, mas sem aobservncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie, causando com isso leso ao Errio

    a) comete ato de improbidade administrativa, como tal previsto em lei (Lei

    no 8.429/92, art. 10).b) comete apenas infrao administrativa, punvel com a penalidade desuspenso (Lei no 8.112/90, arts. 117, IX, e 130).

    c) comete infrao capitulada como crime funcional contra a ordemtributria (Lei no 8.137/90, art. 3o).

    d) no comete nenhuma infrao prevista em lei como passvel de punio.

    e) viola o Cdigo de tica (Decreto no 1.171/94), mas isso no tipificadocomo ato de improbidade nem como crime funcional contra a ordem tributria.

    9. (AFRF/2002-2) Quanto ao procedimento administrativo e aoprocesso judicial relativos Lei de Improbidade Administrativa, falsoafirmar:

    a) havendo fundados indcios de responsabilidade, a Comisso Processantepoder requerer ao Ministrio Pblico que solicite ao Judicirio o seqestro debens do agente.

    b) a ao principal, com rito ordinrio, ser proposta pelo Ministrio Pblicono prazo de at 30 dias da efetivao da medida cautelar.

    c) caso o acusado reponha o prejuzo causado ao errio, possvel aconciliao nos autos da ao de improbidade.

    d) a sentena que julgar procedente a ao civil de reparao de danodeterminar o pagamento do dano ou a reverso de bens a favor da pessoajurdica prejudicada pelo ato ilcito.

    e) a representao que solicitar a investigao destinada a apurar a prticade ato de improbidade no poder ser verbal, sendo escrita ou reduzida atermo e assinada.

    10. (Fiscal do Estado/Par/2002) O ato de perceber vantagemeconmica, direta ou indireta, para facilitar a alienao, permuta oulocao de bem pblico ou o fornecimento de servio por ente estatal

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    por preo inferior ao valor de mercado importa em pena de:

    a) suspenso dos direitos polticos por at dez anos.

    b) pagamento de multa civil de at duas vezes o valor do dano.

    c) suspenso da funo pblica.

    d) proibio de contratar com o Poder Pblico pelo prazo de cinco anos.

    e) perda da nacionalidade brasileira.

    11. (Fiscal do Estado/Par/2002) Em relao legislao referente improbidade administrativa, assinale a opo incorreta.

    a) O sucessor do agente pblico que tiver obtido enriquecimento ilcitoresponder pelo ressarcimento do dano, integralmente.

    b) Os bens do indiciado como responsvel pela leso ao patrimnio pblicoficaro indisponveis, ainda que no tenha havido enriquecimento ilcito.

    c) Ocorrendo leso ao patrimnio pblico, ainda que por ato culposo,haver o integral ressarcimento do dano.

    d) Comprovado o enriquecimento ilcito, o terceiro beneficirio perder osbens acrescidos ao seu patrimnio.

    e) As disposies desta legislao podem se aplicar mesmo s pessoas queno sejam agentes pblicos.

    12. (Fiscal do Estado/MS/2002) Em relao legislao que pune osatos de improbidade administrativa, assinale a afirmativa verdadeira.

    a) Pode ocorrer ato de improbidade administrativa mesmo se no houverdano ao patrimnio pblico.

    b) A aprovao, pelo competente Tribunal de Contas, do ato impugnadoexclui a aplicao de sanes por improbidade.

    c) As aes relativas improbidade prescrevem em cinco anos contados dofato, quando o acusado for servidor pblico efetivo.

    d) permitida a representao por autor annimo para a instaurao doprocedimento administrativo destinado a apurar denncias de improbidade.

    e) A perda da funo pblica ocorre quando da deciso condenatria, aindaque no definitiva.

    13. (Auditor do INSS/2002) A representao por ato de improbidadecontra agente pblico ou terceiro beneficirio, quando o autor dadenncia o sabe inocente, crime punvel com a pena de:

    a) deteno de seis meses a 10 meses e multa.

    b) recluso de trs meses a ano e multa.

    c) deteno de seis meses a dois anos ou multa.

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    d) deteno de seis meses a dois anos e multa.

    e) recluso de seis meses a um ano e multa.

    GABARITO

    1. E

    2. C

    3. E

    4. C

    5. A

    6. E

    7. C8. A

    9. C

    10. A

    11. A

    12. A

    13. A