ÉTICA EMPRESARIAL: Políticas de Responsabilidade Social em 5 Dimensões

ÉTICA EMPRESARIAL

FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS

ÉTICA EMPRESARIALPolíticas de responsabilidade

social em 5 dimensões:

• Sustentabilidade• Respeito à multicultura• Aprendizado contínuo• Inovação• Governança corporativa

SÃO PAULOEDITORA ATLAS S.A. – 2015

ABDR

© 2014 by Editora Atlas S.A.

Capa: Nilton MasoniComposição: Formato Serviços de Editoração Ltda.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Santos, Fernando de AlmeidaÉtica empresarial / Fernando de Almeida Santos.

– – São Paulo: Atlas, 2015.

Bibliografia.ISBN 978-85-224-9453-8

ISBN 978-85-224-9457-6 (PDF)

1. Empresas – Aspectos morais e éticos. I. Título.

14-10486CDD-174.4

Índice para catálogo sistemático:

1. Ética empresarial 174.4

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atlas.com.br

Apresentação, ix

Prefácio, xi

Introdução, 1

1 As 5 Dimensões da Ética Empresarial, 31.1 Conceito de ética, 41.2 Necessidade de desenvolver políticas corporativas éticas, sustentáveis e

multiculturais, 41.3 Desafios das instituições em relação à ética corporativa, 61.4 Formulação das 5 dimensões da ética, 8

1.4.1 Dimensão 1: Sustentabilidade, 91.4.1.1 Aspectos ambientais, 101.4.1.2 Aspectos econômicos, 111.4.1.3 Aspectos sociais, 12

1.4.2 Dimensão 2: Respeito à multicultura, 131.4.3 Dimensão 3: Aprendizado contínuo, 141.4.4 Dimensão 4: Inovação, 141.4.5 Dimensão 5: Governança corporativa, 15

Considerações sobre o capítulo, 15Exercícios, 16Atividades, 18Referências, 18

2 Desenvolvimento e Implantação de Código de Conduta Empresarial, 192.1 A ética deve ser integrada a todo o processo, 202.2 Como desenvolver e implantar um código de conduta empresarial, 212.3 Princípios empresariais, missão, valores e objetivos, 222.4 A relevância da informação no ambiente corporativo, 252.5 Código de conduta e a governança corporativa, 26

SUMÁRIO

vi ÉTICA EMPRESARIAL • Santos

2.6 Abrangência do código de conduta, 26

2.6.1 Pessoas abrangidas, 27

2.6.2 Assuntos abordados, 27

2.7 A conduta dos stakeholders, 34

2.7.1 Normas de conduta ao público interno, 35

2.7.2 Relação com o público externo, 36

Considerações sobre o capítulo, 38

Estudo de caso, 38

Exercícios, 39

Atividades, 41

Referências, 42

3 Informações de Natureza Social, Ambiental e a Dimensão Contábil Financeira – do Balanço Social ao Relato Integrado, 43

3.1 Demonstrativos de natureza social e ambiental, 44

3.1.1 Balanço social, 45

3.2 DVA (Demonstração do Valor Adicionado), 47

3.3 NBC T (Norma Brasileira de Contabilidade Técnica) – 15 – Informações de natureza social e ambiental, 48

3.4 Relato integrado, 52

3.5 Demonstrativos para micro, pequenas e médias empresas, 53

Considerações sobre o capítulo, 54

Estudo de caso, 54

Exercícios, 55

Atividade, 57

Referências, 57

4 Sustentabilidade e a Preocupação com o Meio Ambiente, 58

4.1 Meio ambiente, 59

4.2 Agentes responsáveis pelas políticas sustentáveis, 61

4.2.1 Órgãos públicos, 61

4.2.2 Organismos internacionais, 63

4.2.3 Sócios e administradores de empresas privadas, 64

4.2.4 Colaboradores de instituições públicas e privadas, 64

4.2.5 Terceiro setor, 65

4.2.6 População em geral, 65

4.3 Estratégias para elaborar políticas de sustentabilidade corporativa, 65

Sumário vii

4.4 Exemplos de políticas sustentáveis, 664.4.1 Sistema de gerenciamentos de resíduos sólidos ou gestão de

logística reversa, 664.4.2 Certificações ambientais, 684.4.3 Desenvolvimento e implantação da contabilidade ambiental, 704.4.4 Criação e manutenção de RPPN (Reserva Particular do Patrimônio

Natural), 70Considerações sobre o capítulo, 71Exercícios, 72Atividades, 73Referências, 74

5 Governança Corporativa, 755.1 Conceito de governança corporativa, 765.2 Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, 775.3 Origem e conceito da governança corporativa, 775.4 Modelos de governança, 785.5 Natureza jurídica, estruturas de controle e tipos de controlador, 795.6 Estrutura da governança corporativa, 89

5.6.1 Classificação dos sócios, 895.6.2 Assembleias de sócios/reunião de sócios, 895.6.3 Estrutura das empresas com modelo corporativo, 90

5.7 O futuro da governança corporativa, 945.8 Governança corporativa para micro e pequenas empresas, 95Considerações sobre o capítulo, 95Exercícios, 96Atividades, 98Referências, 99

6 Gestão Corporativa Inclusiva, 1006.1 A importância do desenvolvimento de políticas para inclusão social, 1016.2 As limitações de recursos e a exclusão social, 1026.3 Tipos de exclusão social, 1036.4 Pessoas com deficiência, 1066.5 Desenvolvimento de políticas inclusivas corporativas, 1086.6 Projetos que buscam a inclusão social, 109Considerações sobre o capítulo, 110Estudo de caso, 110Exercícios, 111

viii ÉTICA EMPRESARIAL • Santos

Atividades, 113Referências, 113

7 A Ética e a Multicultura Corporativa – Aspectos Multiculturais da Formação do Povo Brasileiro, 1157.1 Ética e multicultura, 1167.2 Formação étnico-racial do povo brasileiro, 1167.3 As políticas de ação afirmativa como valorização da multicultura, 1187.4 A Constituição Federal e os direitos relacionados à multicultura, 1217.5 A importância de conhecer a multicultura e as políticas afirmativas, 1247.6 Ações necessárias das empresas, 1247.7 Projetos que buscam a inclusão étnico-racial, 125Considerações sobre o capítulo, 125Exercícios, 126Atividades, 128Referências, 128

Respostas dos exercícios, 130

Este livro representa mais uma excelente contribuição, por sinal extremamente didática, do Prof. Fernando de Almeida Santos, para uma área de grande relevância e atualidade, como a da Governança Corporativa, concreta e prática, visando, entre outras dimensões, as da Responsabilidade Social e Ambiental.

Prof. Dr. Arnoldo José de Hoyos Guevara

Doutor em Estatística pela University of California – Berkeley, USA

Representante no Brasil da World Future Society e do Projeto Milênio, rede internacional de pesquisadores que analisa prospectivamente

o futuro em relação a 15 grandes desafios globais.

Fundador e diretor do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP, Professor e Pesquisador da PUC-SP.

APRESENTAÇÃO

O debate sobre a participação das empresas em questões públicas não é novo.

Desde o século XVII, líderes empresariais tornaram-se grandes doadores de recur-sos nos Estados Unidos; contudo, essa prática não era relacionada aos objetivos das empresas. Somente a partir do século XX, defensores da Ética e da Responsabilidade Social Corporativa passaram a argumentar que, se a filantropia era uma ação legítima da corporação, então outras ações que dão prioridade a objetivos não relacionados aos retornos financeiros dos acionistas seriam de igual legitimidade.

Dessa forma, a empresa, que originalmente centrava suas preocupações nos acio-nistas, estendeu as mesmas para um número maior de stakeholders (partes interessa-das). Essa ideia ganhou peso quando, em 1996, o então líder do Partido Trabalhista Britânico – Tony Blair – defendeu uma economia caracterizada pelo capitalismo de stakeholders, ao invés do tradicional capitalismo de shareholders (acionistas), evidenciando a visão europeia em que as empresas aceitam obrigações mais abrangentes, voltadas para o equilíbrio dos interesses dos acionistas e dos demais envolvidos nas práticas empresariais, dos quais destacamos os funcionários, os fornecedores, os clientes e a comunidade; em seu sentido mais amplo.

Apesar de o debate não constituir numa novidade, a incorporação dessa abordagem no processo de gestão das empresas passou a representar um grande desafio durante as duas últimas décadas. Por um lado, a proliferação de conceitos, instrumentos e práticas empresariais é tão vasta que tem contribuído mais para a paralisia das organizações, e seus profissionais, frente à miríade de opções, do que para a efetiva utilização desses recursos. Por outro, as áreas de aplicação dessa abordagem atingem praticamente todos os departamentos que compõem a empresa. Dentre outras, essa nova visão implica transformar os relatórios financeiros em relatórios integrados; o processo de inovação passa a considerar questões ambientais e sociais antes ignoradas; a contratação de pessoas deixa de focar exclusivamente na educação formal dos indivíduos para ado-tar variáveis pessoais que possibilitem ter um público interno que retrate diferentes segmentos da sociedade; o transporte de produtos deixa de ter como pilares apenas a maximização de rotas e gestão de estoques, mas passa a incorporar novas questões, como logística reversa. Em resumo, a complexidade e a amplitude das ações dificultam sobremaneira a implantação das mesmas.

PREFÁCIO

xii ÉTICA EMPRESARIAL • Santos

Nesse contexto, este livro assume a importante função de contribuir para a efetiva incorporação desse desafio na gestão empresarial.

Inicialmente, o autor categoriza e divide o conteúdo em cinco dimensões distintas, estabelecendo as inter-relações e dinâmicas existentes entre as mesmas. Dentro de cada dimensão é apresentado um mapeamento das principais iniciativas e ferramentas. Na conclusão de cada unidade são sugeridas atividades de pesquisa e reflexão, com base na teoria discutida na unidade.

Por último, ao ordenar os conceitos, instrumentos e iniciativas de forma didática e prática, o autor possibilita a inserção desses elementos na formação dos profissionais encarregados da gestão das empresas, em todos os níveis e áreas.

Estou certo de que a leitura desta publicação garantirá o desenvolvimento de ha-bilidades fundamentais para a gestão de empresas da sociedade moderna.

Roberto Carvalho Cardoso

Presidente do Sindicato dos Administradores no Estado de São Paulo.

Presidente da FENAD – Federação Nacional dos Administradores.

Este livro é resultante de pesquisa e de uma vida profissional e acadêmica construída com muito trabalho e, certamente, muito apoio. Este apoio de familiares, de amigos, de outros professores e de alunos realmente faz a diferença. Agradeço a todos, em especial à minha esposa, Kerly, aos meus pais, Assumpção e Alcides, e ao meu filho, Filipe de Almeida Santos, que criou as figuras internas do livro.

Agradeço, ainda, à Editora Atlas, que apoiou e incentivou desde o primeiro mo-mento e que, com a sua equipe de alto nível, proporcionou um trabalho diferenciado.

Aos leitores agradeço antecipadamente e me coloco à disposição de todos para sugestões, críticas, elogios ou dúvidas.

Prof. Dr. Fernando de Almeida Santos

[email protected]

www.fernandoasantos.com.br

AGRADECIMENTOS

Após perceber que os Cursos de Graduação necessitavam de um livro sobre Ética que fosse aplicado ao ambiente corporativo e que abordasse de maneira didática e prática aspectos como meio ambiente, questões étnico-raciais, exclusão social e governança corporativa, surgiu a ideia de escrever este livro.

Portanto, este livro tem os seguintes diferenciais:

a) Abordagem de aspectos ambientais, pois, além de ser fundamental paraformação e para as empresas, é obrigatório a todos os cursos superiores,conforme a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, e Decreto no 4.281, de 25de junho de 2002.

b) Conteúdo relativo a aspectos étnico-raciais e à cultura afro-brasileira e indí-gena, aspectos que, conforme a Resolução CNE/CP (Conselho Nacional deEducação/Conselho Pleno) no 1, de 17 de junho de 2004, são obrigatóriospara todos os cursos superiores, sendo que a Resolução exige que essesconteúdos façam parte dos critérios avaliativos do INEP/MEC.

c) Abordagem relativa à Governança Corporativa e ao desenvolvimento eimplantação de Códigos de Conduta Empresarial.

d) Linguagem acessível e didática.

e) Exemplos e, sempre que possível, associação à prática empresarial, demons-trando inclusive as formas de desenvolvimento e aplicação das políticaséticas empresariais.

f) Estudos de caso, exercícios com respostas e propostas de atividades.

g) Slides prontos para as aulas, disponíveis para os professores no site da EditoraAtlas (<http://www.editoraatlas.com.br/>).

O livro, ainda, apresenta as 5 dimensões da ética empresarial, que consiste em uma teoria que apresento, que considera necessário para o desenvolvimento de políticas éticas corporativas: sustentabilidade, respeito à multicultura, aprendizado contínuo, inovação e governança corporativa.

INTRODUÇÃO

2 ÉTICA EMPRESARIAL • Santos

O livro, por abordar temas muito relevantes e obrigatórios, pode ser recomendado como livro-texto para a disciplina de Ética em Cursos Técnicos e de Graduação. Pode, ainda, ser utilizado em Programas de Pós-Graduação de diversas áreas.

Portanto, convido para leitura deste livro, que consiste em uma proposta atualizada e inovadora. Para finalizar, deixo o meu e-mail, pois sugestões para melhoria são sempre bem-vindas, assim como críticas e elogios.

Abraços,

O Autor

Fernando de Almeida Santos

[email protected]

“A medida do progresso de uma nação, assim como a medida do progresso de um indivíduo, deverá ser sempre sua disposição para aprender com a experiência alheia.”1

OBJETIVOS

O objetivo deste capítulo consiste em apresentar as 5 dimensões da ética empre-sarial, que são: sustentabilidade, respeito à multicultura, aprendizado contínuo, inovação e governança corporativa.

COMPETÊNCIAS ADQUIRIDAS

Z Compreender as dimensões da ética e das 5 dimensões que a compõem.

Z Ter clara a necessidade do desenvolvimento de políticas voltadas à ética em-presarial e às práticas corporativas sustentáveis e responsáveis.

Z Saber que as dimensões da ética são relacionadas e devem compor o cotidiano das empresas, de forma multicultural, respeitando as diferenças individuais, como: crenças, religiões, gêneros, origem e formas de participação e interação dos indivíduos na sociedade.

1 Autor: Paul Percy Harris foi fundador do Rotary. Fonte: <http://rotaryeclub4390.com.br/?p=309>. Disponível em: 23 jun. 2014.

1

AS 5 DIMENSÕES DA ÉTICA EMPRESARIAL


1.1 Conceito de ética

A ética consiste em algo que muda conforme a sociedade, a época, os conceitos e até conforme o grupo em que os indivíduos participam. No caso da ética corporativa, certamente, ela varia conforme a empresa ou o ambiente em que uma empresa está inserida, pois é reflexo da sociedade, dos produtos que comercializa, da cultura interna e de outros fatores que compõem este ambiente.

A área “Ciências Sociais” estuda a vida social de indivíduos e de grupos de pessoas, sendo que a filosofia é uma das suas áreas. A ética, porém, está inserida na filosofia.

O conceito “ética” tem origem grega, da palavra ethos, que significa modo de ser e re-presenta as características de um grupo, portanto representa a forma de agir de um coletivo, em relação à sua cultura e ao seu comportamento nessa sociedade. O concei-to de ética, porém, evoluiu na história, podendo ser considerado caráter ou conjunto de princípios e valores morais que norteiam a conduta humana na sociedade.

A ética possibilita uma melhor vida em grupo, a melhoria da sociedade e respeito dos indivíduos no contexto social.

A ética é reflexo da época, da sociedade, do avanço tecnológico, das relações e ações individuais, enfim, do desenvolvimento de toda a sociedade. Não é possível pensar em aspectos éticos, sem refletir sobre sustentabilidade, desenvolvimento e sobre as estruturas internas das organizações.

Embora deva ter forte influência na construção das normas e leis, a ética não deve ser confundida com elas, pois, também, são reflexo da sociedade em que estão inseridas e servem para melhorar o ambiente, inclusive em relação aos aspectos éticos.

1.2 Necessidade de desenvolver políticas corporativas éticas, sustentáveis e multiculturais

A globalização mundial e as diferenças individuais são aspectos que se desenvolvem de maneira combinada e paralela, de forma que as pessoas, as empresas e o estado devem se unir com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, solidária, ética, sustentável e com responsabilidade social.

As diferenças individuais citadas existem devido às desigualdades sociais, econô-micas, culturais, religiosas, raciais e até comportamentais ou históricas.

Não é possível continuar o desenvolvimentismo e a construção da sociedade sen-do indiferente a essas questões, portanto é necessária a criação de políticas públicas e institucionais que contemplem o terceiro setor, as entidades governamentais, as empresas, as pessoas físicas, enfim, toda a sociedade.

As 5 Dimensões da Ética Empresarial 5

Este livro tem o propósito de abordar um dos componentes dessa sociedade que se constitui das políticas éticas corporativas.

Nesta abordagem, inicialmente será enfocado o conceito de ética e as suas 5 di-mensões da ética empresarial, que são: Sustentabilidade; Respeito à Multicultura, Aprendizado Contínuo, Inovação e Governança Corporativa, conforme demonstrado na Figura 1.1. Observe que a sustentabilidade é composta por três elementos que são: sustentabilidade econômica e os aspectos sociais e ambientais, conforme o Triple Botton Line (linha de três pilastras) criado em 1990, pelo inglês John Elkington.

As 5 dimensões da ética empresarial são resultantes das experiências corporativas, da vivência e de pesquisas, com o objetivo de elaborar e implantar políticas institucionais.

Figura 1.1 – 5 dimensões da Ética Empresarial

Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.

As dimensões podem ser:

• Para definir a abordagem: Servem para definir os limites da ética corporati-va, portanto são as dimensões: Sustentabilidade e Respeito à multicultura.

• Operacionais e de desenvolvimento: São utilizadas para conseguir ope-racionalizar as políticas de ética corporativa com acompanhamento dodesenvolvimento da sociedade que está inserida e do mundo globalizado.São elas: Governança Corporativa, Aprendizado Contínuo e Inovação.


Quadro 1.1 – Classificação das dimensões da ética corporativa

Classificação da dimensão Dimensões

Para abordagemSustentabilidade

Respeito à Multicultura

Operacionais e de desenvolvimento

Aprendizado Contínuo

Inovação

Governança Corporativa

Fonte: Elaborado pelo autor.

1.3 Desafios das instituições em relação à ética corporativa

O grande desafio das instituições públicas ou privadas, nacionais ou internacionais é atualizar as suas políticas e práticas de forma tão rápida que consigam atender à sociedade atual, que está sofrendo profundas e rápidas transformações. Essas mudan-ças impactam diariamente em questões éticas e, consequentemente, nas legislações, normas, ações e demandas.

Como exemplo, pode-se citar o fato de países desenvolverem ou revisarem as leis sobre temas muito atuais como plágio, pirataria industrial, ações discriminatórias, meio ambiente ou responsabilidade social. Mas, também, há a necessidade de revisão da regulamentação de aspectos comportamentais relativos a crimes comuns, direitos sociais e outros. Essa necessidade legal de revisão é fruto desse desenvolvimento social, uma sociedade muito mais ágil, com muita rapidez de comunicações e transportes, muitas influências e trocas culturais, com alta tecnologia e com uma busca desenfreada de alguns pelo lucro e pelo poder.

Essa preocupação reflete nas empresas, que devem rever diversos aspectos, como:

• Políticas internas.

• Códigos de Conduta Empresarial.

• Processos produtivos, certificações e formas de preservar o meio ambiente.

• Formas de avaliações dos profissionais.

• Estratégias de marketing e a forma de se relacionar com a sociedade, in-clusive interna.

• Meios de comunicação.

• Relatórios e demonstrativos para divulgação das práticas éticas.

• Ações sociais.


O desenvolvimento e a revisão destes aspectos não podem ser algo apenas formal, mas devem representar mudanças e desenvolvimento efetivos, para tal; é fundamental ter claro três fatores:

Fator 1 – Com o desenvolvimento social e a evolução da comunicação, nos de-paramos em muitas situações novas, sendo que as leis e a sociedade nem sempre estão preparadas para elas, pois, muitas vezes nem consideram a hipótese de que pode ocorrer o evento (Santos, 2009, p. 484).

Como citado, a sociedade está em constante evolução e a ética é resultante dessa sociedade, portanto é comum surgirem novas demandas e devemos nos adaptar a elas. Como exemplo, a empresa precisa ter políticas para:

• Utilização de computadores da empresa para atividades pessoais. Deve seraceita? Quais os limites? Como regular?

• Utilização de computadores da empresa para olhar figuras ou ter relaçõesconsideradas imorais. Como a empresa deve agir? Qual a política internaque a empresa deve desenvolver? O que é considerado imoral?

• Fraudes pela Internet. Qual o amparo legal? Qual o comprometimento daempresa? Como é caracterizado esse comprometimento?

• Plágio na Internet. Como caracterizá-lo? Em qual situação a empresa podeser responsabilizada?

• Participações em redes sociais. A empresa deve proibir, deve regular oudeve se omitir? Como proibir ou regular?

• Espionagem industrial ou competição desleal de concorrentes. Como pre-venir ou proibir? Quais as ações que devem ser tomadas para prevenção?

• O descarte de produtos eletrônicos e outros que agridem a natureza. Comoagir? Qual a política para regulamentar?

• Código de Defesa do Consumidor. O que o Código impacta nas políticasinternas da empresa? Como realizar ações preventivas?

• Realização e divulgação das ações sociais ou de cidadania. Como instituir?Como incentivar? Qual o grau de comprometimento da empresa e dos seuscolaboradores?

• Assédio moral, assédio sexual, discriminação racial ou social. Como regularinternamente de forma preventiva? O que fazer após a ocorrência?

São diversos os exemplos que podem ser citados e as instituições devem ter políticas preventivas, acompanhar tendências sociais e ser ágeis para ações eficazes e no tempo necessário. Uma falta de postura ou de ação da empresa pode levar até a uma crise ou desgaste na imagem do produto ou da instituição.


Fator 2 – A ética e a responsabilidade social devem ser práticas cotidianas (San-tos, 2009, p. 485).

As empresas, por meio de suas políticas, devem ter ações cotidianas. Não adianta a empresa possuir um rígido código de ética, se não é aplicado ou se na prática não reflete a sua realidade. Um exemplo é uma empresa que, em sua missão, afirma ter responsabilidade social, mas que cotidianamente realiza ações que desrespeitam o seu quadro de funcionários ou que não realiza ações preventivas para evitar a produção de resíduos. As posturas éticas devem ser uma prática de todos, principalmente, dos gestores.

Fator 3 – Há a necessidade não apenas de tolerância, mas de aceitar, respeitar, conviver e saber que há muito para aprender com a multicultura (Santos, 2009, p. 485).

O convívio entre pessoas é algo às vezes difícil de gerenciar e as práticas e políti-cas éticas podem contribuir muito para o relacionamento harmônico e respeitável. As pessoas são diferentes por motivos culturais, raciais, sociais e até pelas suas próprias experiências internas e externas à empresa. As instituições devem promover que todos aceitem, convivam, respeitem e, sempre que possível, aprendam com o próximo. A riqueza das diferenças pode ser algo muito rico para o desenvolvimento institucional, além de que a sua promoção pode gerar um ambiente mais agradável, humano e, sem dúvida, até com melhores resultados. Se limitar a apenas tolerar o outro é algo muito limitador e que impacta de forma negativa para o ambiente.

1.4 Formulação das 5 dimensões da ética

A ética empresarial não é implantada de forma imediata em uma empresa ou por meio de uma determinação legal ou norma interna. Ela é construída por meio da evolução histórica da Instituição. Inclusive, pequenas empresas familiares devem ser construídas de forma ética, para quando crescerem passarem esses valores para os seus sucessores. Mudar a postura de uma empresa transformando-a em ética e responsável é muito mais difícil, podendo gerar demissões e até problemas legais se o processo não for conduzido de maneira adequada.

Há empresas e até governos que consideram necessário para crescer e se desen-volver agir de maneira antiética, sem sustentabilidade e sem responsabilidade social, pois “crescendo o bolo” é possível dividir depois e contribuir com a sociedade. Esse pensamento, além de destrutivo, não representa a realidade. No Brasil mesmo, há várias gestões corporativas que são exemplos de comprometimento com a sociedade. Este livro demonstrará algumas dessas gestões.

Portanto, é importante deixar claro que a construção de políticas éticas corporativas é um processo contínuo, que requer o desenvolvimento da prática cotidiana, devendo


ser subsidiado por normatizações e avaliações internas. A sua manutenção, por sua vez, depende efetivamente do exemplo dos gestores, dos controles internos, das práticas institucionais e da participação efetiva dos colaboradores.

Possuir um ambiente ético, colaborativo e com compromisso social é algo que reflete na autoestima dos colaboradores e na efetividade de uma sociedade mais justa.

As 5 dimensões da ética foram desenvolvidas para que as pessoas compreendam que não é possível refletir sobre ética analisando o contexto de maneira fragmentada, pois devemos ter claro todas essas dimensões para desenvolver políticas éticas.

É importante destacar, também, que as dimensões não possuem uma relação hie-rárquica, nem uma classificação por nível de importância, sendo numeradas apenas para facilitar a sistematização e análise. As dimensões devem estar integradas e serem desenvolvidas de forma conjunta.

Refletindo sobre estes aspectos e conforme as experiências corporativas foram criadas as 5 dimensões da ética empresarial citadas a seguir.

1.4.1 Dimensão 1: Sustentabilidade

A ética, como citado, representa o conjunto de princípios e valores morais que norteiam a conduta humana na sociedade. Portanto, para uma sociedade permanecer existindo, um dos fatores relevantes é a sua sustentabilidade.

A sustentabilidade consiste em criar condições para um processo ser realizado ou para alguém ou algo existir.

Analisando de maneira simples pode-se afirmar que para existir basta uma empresa reunir recursos humanos, materiais tecnológicos e mercadológicos que possibilitem a sua produção de produtos ou serviços. Essa visão é bem limitada, pois a empresa con-siste em um microssistema, que está inserido na sociedade que, por sua vez, compõe o macrossistema. Logo, uma empresa sustentável não se limita a produzir e a captarrecursos para a sua subsistência, mas a pertencer a um planeta que possui condiçõespara o seu desenvolvimento.

Uma empresa que se considera ética deve, portanto, contribuir para a construção de um planeta sustentável, iniciando na construção do seu microssistema e ampliando para uma concepção global.

Ao ser criada, a empresa já deve ter essa concepção e se estruturar de forma sus-tentável, pois realizar correções posteriores é mais difícil, além de que, desde a sua criação, já pode trazer consequências negativas para a sociedade.

Logo, como citado anteriormente, a sustentabilidade é composta pelo Triple Botton Line (linha de três pilastras), formado por aspectos ambientais, sociais e econômicos.

Da sustentabilidade, composta pelo Triple Botton Line ou “Tripé da Sustentabilidade”, resultam três intersecções, que são Socioambiental, Ecoeficiência e Socioeconômico, como pode ser observado no Quadro 1.2 e na Figura 1.2.


Quadro 1.2 – Intersecções do triple bottom line

AMPLITUDE DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL

INTERSECÇÃO

Ambiental e Social Socioambiental

Social e Econômica Socioeconômica

Econômica e Ambiental Ecoeficiência

Ambiental, Social e Econômica Sustentabilidade Organizacional

Fonte: Elaborado pelo Autor. 2014. Baseado em: Savitz e Weber (2007); Dyllick e Hockerts (2002) e El-kington (1999).

Figura 1.2 – Sustentabilidade organizacional

Fonte: Elaborada por Filipe de Almeida Santos. Baseado em: Savitz e Weber (2007); Dyllick e Hockerts (2002) e Elkington (1999).

1.4.1.1 Aspectos ambientais

A empresa deve se preocupar com o impacto ambiental do seu processo produtivo, da utilização de recursos por seus colaboradores, do impacto das suas instalações, da forma como a comunidade em que está inserida está se desenvolvendo, enfim, com um conjunto em que está relacionada.

Por exemplo, uma empresa se preocupa em desenvolver ou utilizar um método considerado muito adequado de produção, que polui pouco e que não gera ou gera uma quantidade mínima de detritos. O fato de agir dessa forma não significa que as


suas instalações não têm impacto ambiental. Houve uma preocupação com o sistema de produção, mas não com o todo das instalações, e a empresa gera lixo do escritório, dos fornecedores, do restaurante que fornece alimento para a empresa (inclusive que foi aberto para atendê-los) e dos clientes. Observe que a empresa se preocupou com o processo produtivo, mas não com a sua relação global com o meio ambiente.

É importante deixar claro que os impactos ambientais podem ser vários, portanto são necessárias ações das empresas como:

• Verificar se os insumos e outros materiais utilizados têm impacto ambiental.

• Verificar a forma de produção dos insumos e outros materiais utilizados,evitando inclusive produtos elaborados por profissionais em condiçõesinadequadas.

• Analisar forma de reaproveitamento do lixo ou da perda.

• Buscar melhorias de processo e certificações.

• Criar métodos para calcular o impacto ambiental e buscar anulá-los, ou, senão for possível, minimizá-los ou compensá-los.

• Elaborar políticas com o objetivo de orientar os colaboradores, com pro-postas preventivas ou corretivas.

Portanto, o impacto ambiental das empresas deve ser um aspecto a ser refletido na elaboração das políticas éticas.

1.4.1.2 Aspectos econômicos

Há vários erros que podem ocorrer ao analisar os aspectos econômicos. Mas há dois erros de concepção da instituição que merecem ser mencionados e evitados:

1. A empresa ter direcionado a sua missão voltada para a sustentabilidadeeconômica e não ter a visão dos outros aspectos que envolvem o negócio,entre eles, as questões éticas de forma geral. Essa visão limitada dos gestorespode, inclusive, impactar na imagem institucional, na gestão estratégica enos resultados econômicos em médio e longo prazo.

2. A instituição pode não se preocupar adequadamente com os aspectoseconômicos e desperdiçar recursos, perder oportunidades de alavancagemfinanceira ou até encerrar as atividades. O fato de uma instituição ser fi-lantrópica ou sem fins lucrativos, por exemplo, não significa que não devater lucro, mas que a finalidade central não é o lucro. Todas as instituiçõesnecessitam do lucro para a sua manutenção.

Um estudo adequado dos recursos, realizar projeções econômico-financeiras ou mercadológicas, conhecer aspectos básicos da empresa, da tributação, do compor-tamento do mercado e outros são fundamentais para os gestores. Observa-se que a


diminuição de tamanho de uma instituição, assim como o encerramento de atividades, têm um impacto muito significativo, inclusive, em relação aos aspectos sociais, que é o próximo aspecto que será apresentado. Entre os aspectos sociais, é possível citar, desde demissões e reduções salariais, até o impacto econômico pelo fato de a empresa e os funcionários adquirirem menos produtos ou serviços.

Uma empresa ao abrir ou expandir suas atividades, deve refletir sobre as suas ações, pois uma futura redução de suas operações é muito representativa para os envolvidos, de forma direta ou indireta.

1.4.1.3 Aspectos sociais

Para as empresas desenvolverem ações com sustentabilidade em relação aos as-pectos sociais, além das ações possíveis citadas em relação aos aspectos econômicos, podem-se mencionar outras, como:

• Criar e promover política interna e externa justas, com transparência eética, englobando crescimento profissional, remuneração e outros aspectos.

• Desenvolver ações que incentivem o convívio harmonioso entre os funcio-nários, fornecedores, clientes e outros membros da comunidade internaou externa.

• Divulgar ações que valorizem todos os agentes que direta ou indiretamenteestão envolvidos com a gestão empresarial.

Remunerações e benefícios justos não são os únicos aspectos que garantem qua-lidade em relação às questões sociais, sendo considerados importantes componentes, mas é necessário ter políticas mais amplas.

É importante observar que o fato de uma empresa ter preocupação em relação ao seu impacto social não assegura que ela tenha uma política de responsabilidade social. A responsabilidade social em relação à sustentabilidade não pode estar reduzida aos limites que a empresa atinge. Hoje, a conjuntura mundial exige que as organizações públicas e privadas tenham responsabilidade social, ou seja, também contribuam para a melhoria e para o desenvolvimento humano e do meio ambiente.

A responsabilidade social consiste no fato de as pessoas ou empresas, por meio de ações, buscarem garantir a inclusão social, a sustentabilidade e o respeito ao indivíduo.

Portanto, os conceitos de Responsabilidade Social e Sustentabilidade são muito integrados. A responsabilidade, por sua vez, é ampla, pois busca garantir uma socie-dade melhor.

A responsabilidade social pode ser desenvolvida por meio de projetos ou programas, mas não pode se limitar a ações isoladas e deve fazer parte da política institucional.

Em relação aos aspectos sociais, podem-se mencionar algumas situações específicas como cita Lopes (2010, p. 358), de propostas oferecidas no mercado de trabalho, como:


• Estágio não remunerado.

• Contrato como free-lancer ou obrigar a abrir empresas, para evitar encargostrabalhistas.

Lopes (2010, p. 358) cita ainda que há empresas que vendem notas fiscais e que esse procedimento é de ladrões e estelionatários.

É interessante, mas esse procedimento de não emissão de notas fiscais, de emissão parcial ou até venda, para parte da população pode não parecer algo negativo, porém causa impactos como:

• Sonegação fiscal, que retira dinheiro de hospitais, escolas, enfim do Estadopara a realização das políticas públicas.

• Lavagem de dinheiro, que pode ser oriundo de prostituição, drogas, pro-dutos sem fiscalização, inclusive, sem aprovação de vigilância sanitária eórgãos da saúde.

• Destruição ou redução de lucro de parte das empresas nacionais, pois nãoconseguem ter preços competitivos para disputar mercado com empresasque sonegam.

Esses são, portanto, alguns procedimentos que demonstram a irresponsabilidade social de algumas empresas.

1.4.2 Dimensão 2: Respeito à multicultura

Para desenvolver as políticas éticas, é relevante o envolvimento dos colaboradores e o respeito à multicultura e às diferenças. Uma empresa, ao desenvolver um Código de Ética, composto por direitos, deveres e outras políticas, dificilmente terá eficácia se não tiver participação dos funcionários e de outros agentes envolvidos. É necessária, portanto, a participação, ainda que por representação e mecanismos que envolvam a comunidade.

O respeito à multicultura e as políticas que consideram as diferenças individuais devem permear todas as práticas éticas corporativas.

As pessoas que formam a empresa devem ter um olhar e agir de forma sustentável, do ponto de vista social, ambiental e econômico. Considerando a multicultura, certa-mente estarão respeitando aspectos como:

• A vida.

• A valorização do indivíduo.

• O ecossistema.

• As diferenças culturais, religiosas, étnico-raciais e outras.


Este olhar deve ser abrangente, sistêmico, ou seja, considerar que a sociedade é globalizada e que está em constante evolução, logo deve ser construído por meio de políticas sempre revistas e disseminadas.

As empresas devem ter formas de rever estas políticas e a comunicação deve ser efetiva e aliada às práticas.

1.4.3 Dimensão 3: Aprendizado contínuo

A educação e o aprendizado contínuo, inclusive intensa atualização, são necessá-rios para acompanhar as novas realidades sociais e até os possíveis impactos sociais. A inclusão dessa dimensão se deve aos seguintes fatores:

1. Como em um mundo em constante transformação e com drásticas mudanças,inclusive com novas tecnologias, é comum surgirem diferentes impactossociais e ambientais, que necessitam de profissionais qualificados.

2. A manutenção de uma gestão ética, com uma adequada governança corpo-rativa só é possível com profissionais qualificados e atualizados.

3. A descoberta ou a adoção de novas tecnologias e novos processos pode serfundamental para desenvolvimento da sustentabilidade e responsabilidadesocial.

4. É necessário acompanhar as tendências e utilizar instrumentos de gestãoe governança corporativa para elaboração e implantação.

Ao analisar esses fatores, observa-se que o conhecimento é fundamental para o desenvolvimento com ética, possibilitando atender as 5 dimensões citadas.

1.4.4 Dimensão 4: Inovação

Com a dimensão anterior que contempla a Educação e o Aprendizado Contínuo, a Inovação deve ser uma consequência, mas tem que ser incentivada pelas organiza-ções. A inovação deve ser considerada uma das dimensões da ética empresarial, pois é necessária para desenvolver novas tecnologias e processos éticos capazes de contribuir com a sociedade.

A inovação possibilita, ainda, o desenvolvimento de políticas capazes de considerar as necessidades e realidades institucionais, respeitando as diferenças individuais e as limitações do grupo.

Drucker (1999, p. 60) afirma que cada organização terá de aprender a inovar de forma organizada, sendo um processo sistemático.

Se as empresas necessitam inovar sempre na sociedade moderna, devem também utilizar a inovação para o desenvolvimento, implantação e acompanhamento de políticas e processos éticos corporativos.


1.4.5 Dimensão 5: Governança corporativa

Para a implantação das políticas éticas é necessário o desenvolvimento de políticas de Governança Corporativa, portanto a empresa deve criar, aplicar e desenvolver o seu modelo de gestão. É fundamental ter clara essa necessidade, considerando-se o porte e as características de cada instituição. O desenvolvimento consiste na atualização constante, considerando os rumos e as tendências internas e externas.

Conforme o IBGC (2013, p. 19):

Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo as práticas e os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em recomen-dações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para asua longevidade.

Ainda, segundo o IBGC (2013, p. 19), os princípios básicos de Governança Cor-porativa são:

• Transparência.

• Equidade.

• Prestação de Contas (accountability).

• Responsabilidade Corporativa.

Observa-se novamente uma integração entre o conceito de governança Corporativa e as dimensões anteriores, de forma a complementá-las.

Considerações sobre o capítulo

Conforme pode-se observar, é necessário desenvolver políticas corporativas, éticas, sustentáveis e com responsabilidade social. Para desenvolvê-las, as instituições devem pensar de maneira sistêmica e global, que aborde as 5 dimensões da ética.

5 dimensões da Ética Empresarial

Dimensão 1: Sustentabilidade

Dimensão 2: Respeito à Multicultura

Dimensão 3: Aprendizado Contínuo

Dimensão 4: Inovação

Dimensão 5: Governança Corporativa


Implantar e desenvolver estas políticas, principalmente em um mundo de profundas e rápidas mudanças, é um grande desafio para o ambiente corporativo.

Exercícios

1) Em relação à Ética, é correto afirmar:

a) Consiste em um conceito estático.

b) Cada pessoa deve possuir a sua ética, portanto não tem que se preocupar comas outras pessoas.

c) Consiste em algo que muda conforme a sociedade e o tempo.

d) Não varia conforme o ambiente.

e) A ética não possibilita uma melhor vida em grupo.

2) Qual a origem da palavra ética?

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3) Assinale a frase falsa:

a) A área de “Ciências Sociais” estuda a vida social de indivíduos e de grupos depessoas.

b) A ética não tem relação com a filosofia.

c) O conceito de ética evoluiu na história e pode ser considerado caráter.

d) A ética é reflexo da época, da sociedade, do avanço tecnológico, das relações eações individuais, enfim, do desenvolvimento de toda a sociedade.

e) A ética influencia na legislação.

4) Quais são as cinco dimensões da ética corporativa?

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5) Quais são as dimensões em relação à abordagem da ética corporativa?

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6) Quais são as dimensões operacionais e de desenvolvimento da ética corporativa?

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7) Cite exemplos de desafios das empresas em relação à ética.

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8) Cite possíveis situações novas que exigem reflexão sobre ética, podendo impactarem medidas corporativas internas ou mudanças legais.

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9) Assinale a alternativa falsa:

a) A sociedade não cria novas situações, logo a ética é estática.

b) A ética deve ser uma prática cotidiana.

c) Não basta ser tolerante em relação ao próximo, mas devemos respeitá-lo esaber que é possível aprender com as diferenças.

d) As novas situações impactam diretamente nas políticas e práticas éticas cor-porativas.

e) A postura ética não pode ser implantada de forma imediata em uma empresa,mas deve ser construída em toda a sua história.

10) Quais os três aspectos do tripé da sustentabilidade?

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11) Quais as intersecções do tripé da sustentabilidade?

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12) Quais os princípios básicos da governança Corporativa?

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Atividades

Não se esqueça de citar as fontes das informações.

1) Pesquise o conceito de ética segundo três autores diferentes.

2) Entreviste cinco pessoas e pergunte:

Qual o conceito de ética? Compare as respostas e verifique se os conceitos sãoiguais. Compare os conceitos encontrados na Questão 1.

3) Exemplifique uma atitude antiética em uma empresa.

4) Pesquise os conceitos:

a) Sustentabilidade

b) Multicultura

c) Inovação

d) Governança Corporativa.

Referências

DRUCKER, Peter Ferdinand. Administrando em tempos de grandes mudanças. São Paulo: Pioneira; São Paulo: Publifolha, 1999.

DYLLICK, T.; HOCKERTS, K. Beyound the business case for corporate sustentability: business Strategy and the environment, v. 11, 2002.

ELKINGTON, J. Cannibals with forks: the triple bottom line of 21st century business. Oxford: Capstone, 1999.

IBGC (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA). Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 4. ed. São Paulo: IBGC, 2009. Disponível em: <http://www.ibgc.org.br/CodigoMelhoresPraticas.aspx>.

LOPES, Antonio Paraguassú. Ética na propaganda. São Paulo: Baraúna, 2010.

SANTOS, F. A. Ética e responsabilidade social: uma prática cotidiana In: BARROS NETO, J. P. Administração de organizações complexas: liderando e simplificando a gestão para criar valor emaximizar resultados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. p. 483-507.

SAVITZ, A. W.; WEBER, K. The triple bottom line: how today’s best-run companies are achieving. San Francisco: John Wiley, 2007.

Documents

ÉTICA EMPRESARIAL: Políticas de Responsabilidade Social em 5 Dimensões