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ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA REGIÃO DO DISTRITO DE ROLIM DE MOURA DO GUAPORÉ RO 1 Gisele Sguissardi 2 Reginaldo de Oliveira Nunes 3 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento das espécies de aves conhecidas pelos moradores do distrito de Rolim de Moura do Guaporé. O distrito pertence ao município de Alta Floresta d’ Oeste – RO. As pesquisas aconteceram no mês de Maio de 2009, através da coleta de dados de maneira aleatória e com questionário semi-estruturado. Os aspectos abordados foram: nome popular das aves, características, utilização na alimentação e possíveis mitos. Foram realizadas cinquenta entrevistas, gerando um resultado com quatrocentos e cinquenta e duas citações, destas oitenta e sete espécies, citadas pelo nome popular, e distribuídas em quarenta famílias. Trinta por cento dos entrevistados disseram que utilizam aves para alimentação, sendo que a mais citada foi o Mutum; dezesseis por cento dos entrevistados contaram algum mito envolvendo as aves. Notou-se que a população entrevistada possui grande conhecimento sobre os nomes populares de aves e suas características, o que é possível de ser explicado pela convivência com ambientes que proporcionam observação constante. Palavras-chave: Etnoconhecimento; Avifauna; Rolim de Moura do Guaporé; Rio Mequens. ABSTRACT The present work aims to survey the bird species known by the Rolim de Moura do Guaporé district inhabitants. This district belongs to the Alta Floresta d'Oeste - RO city. The research happened in May 2009, through data collection from random, and semi-structured, questionnaire. The addressed points were: birds’ popular name, characteristics, alimentation use and possible myths. Fifty interviews were conducted, generating a four hundred and fifty- two citations result, eighty-seven species, listed by popular name and distributed in forty families. Thirty percent of interviewed persons said that birds are used for alimentation purpose, and the Mutum was the most cited one; sixteen percent of interviewed related some myth involving the birds. It was noted that the interviewed population has great knowledge of the birds’ popular names and their characteristics, which can be explained by familiarity with environments that provides constant observation. Key-Works: Ethnoknowledge; Avifauna; Guaporé of Rolim de Moura, Mequens Rivier. 1- Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED) para finalização do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas. 2 Acadêmica do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da FACIMED. E-mail: [email protected] 3 Professor Orientador do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da FACIMED. E-mail: [email protected]

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ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA REGIÃO DO DISTRITO DE ROLIM DE MOURA DO GUAPORÉ – RO1

Gisele Sguissardi

2

Reginaldo de Oliveira Nunes3

RESUMO O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento das espécies de aves conhecidas pelos moradores do distrito de Rolim de Moura do Guaporé. O distrito pertence ao município de Alta Floresta d’ Oeste – RO. As pesquisas aconteceram no mês de Maio de 2009, através da coleta de dados de maneira aleatória e com questionário semi-estruturado. Os aspectos abordados foram: nome popular das aves, características, utilização na alimentação e possíveis mitos. Foram realizadas cinquenta entrevistas, gerando um resultado com quatrocentos e cinquenta e duas citações, destas oitenta e sete espécies, citadas pelo nome popular, e distribuídas em quarenta famílias. Trinta por cento dos entrevistados disseram que utilizam aves para alimentação, sendo que a mais citada foi o Mutum; dezesseis por cento dos entrevistados contaram algum mito envolvendo as aves. Notou-se que a população entrevistada possui grande conhecimento sobre os nomes populares de aves e suas características, o que é possível de ser explicado pela convivência com ambientes que proporcionam observação constante.

Palavras-chave: Etnoconhecimento; Avifauna; Rolim de Moura do Guaporé; Rio Mequens.

ABSTRACT The present work aims to survey the bird species known by the Rolim de Moura do Guaporé district inhabitants. This district belongs to the Alta Floresta d'Oeste - RO city. The research happened in May 2009, through data collection from random, and semi-structured, questionnaire. The addressed points were: birds’ popular name, characteristics, alimentation use and possible myths. Fifty interviews were conducted, generating a four hundred and fifty-two citations result, eighty-seven species, listed by popular name and distributed in forty families. Thirty percent of interviewed persons said that birds are used for alimentation purpose, and the Mutum was the most cited one; sixteen percent of interviewed related some myth involving the birds. It was noted that the interviewed population has great knowledge of the birds’ popular names and their characteristics, which can be explained by familiarity with environments that provides constant observation.

Key-Works: Ethnoknowledge; Avifauna; Guaporé of Rolim de Moura, Mequens Rivier.

1- Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED) para finalização do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas. 2 – Acadêmica do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da FACIMED. E-mail: [email protected] 3 – Professor Orientador do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas da FACIMED. E-mail: [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

O conhecimento empírico, também denominado senso comum, não é menos

importante que o científico, a diferença entre os dois é o modo de conhecer. O

conhecimento popular é valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível e

inexato (MARCONI e LAKATOS, 2007, p. 76).

A aprendizagem, nestes casos, acontece por meio do contato diário com

outras pessoas e até mesmo no contato com a natureza, isto é, através da

observação direta do meio ambiente, todavia, em todas as situações não há uma

teoria que comprove organicamente, o que se estabelece como verdade; o crédito

que se dá às verdades que são estabelecidas não cobra uma teoria explicativa e

elucidativa, sendo que os efeitos se bastam para explicar as causas que os

instauram (DELGADO e LIMA, 2005, p. 10).

A área de estudo, conhecida como etnociência, ganhou impulso a partir dos

anos cinquenta com alguns autores norte-americanos que começaram a

desenvolver pesquisas, principalmente, junto a populações autóctones da América

Latina. “Inicialmente, os estudos da etnociência voltaram-se para análises de

aspectos lexicográficos das classificações de folk ou etnoclassificações e sobre

categorias de cores, plantas e parentesco, próprias de diferentes sociedades”

(DIEGUES, 1996, p. 73).

Para o mesmo autor, “... a etnociência parte da lingüística para estudar o

conhecimento de diferentes sociedades sobre os processos naturais, buscando

entender a lógica subjacente ao conhecimento humano sobre a natureza, as

taxonomias e classificações totais”.

Conforme Di Stasi (1996, p. 08), “... ao analisar as origens da ciência, afirma

que todos os historiadores admitem que a ciência tenha se desenvolvido de

investigações e experimentos elaborados e executados pelo homem comum, e

depois, pelos especialistas de cada época”.

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Segundo informações de Posey (1987 apud Nunes, 2002, p. 09):

A etnobiologia é essencialmente o estudo do conhecimento e das conceituações desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito da biologia. Em outras palavras, é o estudo do papel da natureza no sistema de crenças e de adaptação do homem a determinados ambientes. Neste sentido, a etnobiologia relaciona-se com a ecologia humana, mas enfatiza as categorias e conceitos cognitivos utilizados pelos povos em estudo... dentro da etnobiologia, vários campos podem ser definidos, partindo da visão compartimentada da ciência sobre o mundo natural, tais como a etnozoologia, etnobotânica, etnoecologia, etnoentomologia e assim por diante, da mesma forma como podemos estudar diferentes sociedades a partir de uma abordagem da etnomedicina, etnofarmacologia etc.

Conforme Ribeiro (1987, p. 23), no Brasil, pesquisas etnobiológicas começam

a ser mais frequentes nos anos oitenta, embora muitos trabalhos anteriores, desde o

século passado, possam ser considerados etnobiológicos. Entretanto, mesmo sendo

realizada no Brasil, a maioria dos trabalhos nessa área são de autoria de

estrangeiros.

As comunidades tradicionais possuem um conhecimento aprofundado do

ambiente em que vivem. Este conhecimento pode ser aliado no processo de

conservação de áreas protegidas (DIEGUES, 2001 apud ZAPPES, 2007, p. 01).

O conhecimento tradicional foi subestimado por muito tempo pelos cientistas.

Os etnobiólogos e etnoecólogos estão invertendo está situação com pesquisas que

demonstram que esses conhecimentos são importantes para o conhecimento

científico (POSEY, 1987 apud SILVA, 2002, p. 25 -26).

As comunidades tradicionais que habitam a região amazônica são

constituídas de caboclos, ribeirinhos, quilombolas, pescadores, essas comunidades

representam uma grande fonte de informações (POSEY, 1992 apud SILVA, 2002, p.

24).

Comunidades quilombolas são constituídas de descendentes de escravos

negros. A constituição de quilombos se deu de diversas formas, como fugas,

heranças, doações. (ANDRADE, 2009). Estas comunidades estão presentes em

todo o Brasil, com exceção dos estados do Acre, Roraima e a capital do Brasil,

Distrito Federal (Agencia Brasil, 2009). Algumas comunidades encontram-se em

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regiões bastante isoladas no interior da Amazônia outras em regiões bastante

desenvolvidas (ANDRADE, 2009).

Na beira dos rios Mequéns e Guaporé, o distrito de Rolim de Moura do

Guaporé, a presença humana é secular, há grande variedade de aves neste local.

As margens do rio abrigam as residências. Nestes locais estão estabelecidas as

famílias, cuja geração de renda este centrada na atividade de pesca, lavoura e

turismo.

As aves são os animais mais conhecidos pelos seres humanos, por suas

plumagens e cantos serem bem vistos e seu hábito diurno contribui para esse

conhecimento. São os únicos animais existentes atualmente que possuem penas,

que auxiliam tanto para o vôo como para a regularização da temperatura corpórea

(STORER et al, 2002, p. 668).

De acordo com Sick (1997, p. 111), as aves possuem vários hábitos

alimentares que as classificam em: onívoras, carnívoras, piscívoras, necrófagas;

insetívoras, malacófagas, frugívoras, fitófagas, nectarívoras e granívoras. A maioria

apresenta uma dieta mista. As aves quase não utilizam o faro para procura de

alimento.

Atualmente, o número de espécies de aves brasileiras é de 1.822, distribuídas

em 26 ordens e 96 famílias, destas 232 são endêmicas (CBRO – Comitê Brasileiro

de Registros Ornitológicos, 2009). Segundo Sick (1993, apud MARINI e GARCIA,

2005, p. 96), a Amazônia e a Mata Atlântica são os dois biomas com a maior

diversidade de espécies e endemismo. O MMA - Ministério do Meio Ambiente (2006,

p. 84), indica para o bioma Amazônia, que o grau de coleta e conhecimento são

ruins, o número de espécies é de 1.300, as espécies endêmicas são 236 e as

ameaçadas são 20 espécies.

Segundo Sick (1997, p. 23-26), existem duas categorias maiores de

vegetação que também classificam a avifauna terrestre, mata e campo. Uma

categoria a parte são as aves aquáticas. A floresta amazônica é a maior do planeta,

onde encontramos várias formações como matas de terra firme, matas de várzea,

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várzeas de buritizais, caatingas, campos, savanas e pequenas serras com matas

secas.

As aves são ótimas indicadoras da qualidade ambiental, pois onde existem

aves há uma grande diversidade de outros animais. Pesquisas revelam que há

depósitos de metais pesados em aves, são depósitos de chumbo e cádmio nas

penas de vôo, uma vez que as aves estão em constante contado com o ar. As aves

também são elos finais de cadeia alimentar, onde foram encontradas concentrações

de mercúrio e zinco incorporados nos tecidos musculares (SICK, 1997, p. 72).

O objetivo deste trabalho foi coletar dados da avifauna existente na região

do distrito de Rolim de Moura do Guaporé, RO, baseado em dados do

etnoconhecimento.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo foi realizado no distrito de Rolim de Moura do Guaporé

(Figura 01), conhecido popularmente por Porto Rolim, município de Alta Floresta

D’Oeste, RO, tendo como coordenadas S 13°05’17” e W 62°16’29”. Alta Floresta

D’Oeste possui uma área de unidade territorial de 7.067 km², abriga uma população

de aproximadamente 23.857 habitantes. Apresenta clima equatorial úmido, com 03

meses de seca e temperaturas médias > 18° em todos os meses (IBGE, 2009).

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FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009).

2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 157), pesquisa é um “procedimento

reflexivo, sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou

dados, relações ou leis, em qualquer campo de conhecimento”.

Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes para

reconhecer informações prévias sobre o campo de interesse, portanto, a presente

pesquisa foi de cunho bibliográfico primeiramente, buscando informações a respeito

da avifauna, etnoconhecimento e comunidades tradicionais.

Após pesquisa bibliográfica, realizou-se uma pesquisa de campo. Segundo

Marconi e Lakatos (2007, p. 188), a pesquisa de campo é “aquela utilizada com o

objetivo de conseguir informações e/ou conhecimento acerca de um problema, para

o qual se procura uma resposta”. No caso do presente trabalho buscou-se conhecer

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a avifauna da região de Rolim de Moura do Guaporé, portanto também foi utilizada a

pesquisa descritiva.

O desenvolver deste trabalho ocorreu no distrito de Rolim de Moura do

Guaporé – Alta Floresta D’Oeste, Rondônia, Brasil. Residem no distrito

aproximadamente 500 pessoas (Prefeitura Municipal de Alta Floresta D’Oeste,

2009), desse universo foram realizadas o total de cinquenta (50) entrevistas,

totalizando uma amostra de 10%. Estas entrevistas ocorreram no mês de maio de

2009 e, atingiram pessoas maiores de idade de ambos os sexos.

A metodologia de coleta de dados foi aleatória. O público alvo respondeu a

um questionário semi-estruturado (Apêndice 01) que buscou traçar o seu perfil, bem

como as espécies conhecidas, além de dados sobre estes espécimes como:

alimentação, características do animal, finalidade destes exemplares, entre outras

características.

Os questionários foram organizados de acordo com a sequência das

entrevistas e os dados dispostos em forma de gráficos ou tabelas para uma melhor

compreensão do leitor.

Como critério de inclusão foram adotadas as entrevistas com a amostra de 50

pessoas e disponibilidade de participação na pesquisa. O critério de exclusão incluiu

a não obrigatoriedade de participação na pesquisa.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ENVOLVIDO NA PESQUISA

O público envolvido na pesquisa é residente do distrito de Rolim de Moura do

Guaporé – RO. Vivem à margem do Rio Mequéns, um lugar isolado que só é

possível chegar através de vias fluviais ou aéreas, está comunidade é denominada

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ribeirinha. Segundo a Fundação Cultural Palmares (2009), o distrito de Rolim de

Moura do Guaporé, foi certificado em 20/01/2006 como comunidade quilombola.

Através de entrevistas com o público envolvido, foram analisados os

seguintes aspectos: idade, sexo, profissões, escolaridade, naturalidade e tempo que

residem no distrito; além do conhecimento popular sobre os nomes, características,

utilização na alimentação e possíveis mitos. Esses dados foram utilizados com o

intuito de traçar um perfil dos moradores envolvidos na pesquisa e realizar um

levantamento das espécies e suas respectivas famílias.

3.1.2 Perfil da população entrevistada

A população entrevistada é heterogênea, há pessoas vindas de vários

estados brasileiros, sendo que 32% (16 pessoas) nasceram no distrito de Rolim de

Moura do Guaporé. A maioria dos entrevistados, 64% (32 pessoas) são do sexo

feminino e 36% (18 pessoas) do sexo masculino. A faixa etária mais representativa

foi de 18 – 27 anos com 32% (16 pessoas) (TABELA 01).

TABELA 01: Intervalo de idade dos entrevistados.

Intervalo de Idade Porcentagem (%) Entrevistados

18 – 27 anos 32% 16

28 – 37 anos 18% 09

38 – 47 anos 24% 12

48 – 57 anos 12% 06

58 – 67 anos 06% 03

68 – 77 anos 08% 04

TOTAL 100% 50

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Na Tabela 02, está representado o tempo que os entrevistados residem no

distrito. Os dados mais representativos compreendem os entrevistados que moram

no período entre 01 a 10 anos com 52% (26 pessoas).

TABELA 02: Tempo que os entrevistados residem no distrito.

Tempo que residem Porcentagem (%) Entrevistados

Menos de 01 ano 04% 02

De 01 a 10 anos 52% 26

De 11 a 20 anos 08% 04

De 21 a 30 anos 06% 03

De 31 a 40 anos 06% 03

De 41 a 50 anos 06% 03

De 51 a 60 anos 12% 06

De 61 a 70 anos 04% 02

De 71 a 80 anos 02% 01

TOTAL 100% 50

Na figura 02, foram registrados os dados sobre a origem dos 50 (cinquenta)

entrevistados, onde o principal estado é Rondônia, com 66% (33 pessoas); Goiás

com 10% (05 pessoas); Paraná, com 10% (05 pessoas); Minas Gerais, com 06% (03

pessoas); Espírito Santo, com 04% (02 pessoas); Mato Grosso com 02% (01

pessoa) e Mato Grosso do Sul, com 02% (01 pessoa), do universo amostral da

pesquisa.

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FIGURA 02: Mapa da naturalidade da população entrevistada. Fonte: Artecinco, 2009.

A Figura 03 mostra que do total de 50 entrevistados, 50% (25 pessoas), é

representada por pessoas que possuem o ensino fundamental incompleto. A outra

metade é dividida em: ensino médio completo 16% (08 pessoas); ensino

fundamental completo 14% (07 pessoas); não estudou 08% (04 pessoas); ensino

médio incompleto, superior incompleto e ensino superior completo com 04% (02

pessoas).

10% 05 pessoas

06% 03 pessoas

04% 02 pessoas

10% 05 pessoas

02% 01 pessoa

02% 01 pessoa

66% 33 pessoas

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FIGURA 03: Escolaridade dos entrevistados.

A profissão mais citada nesta pesquisa foi: do lar 26% (13 pessoas); lavrador

24% (12 pessoas); aposentado e estudante 10% (05 pessoas); policial militar 08%

(04 pessoas); professor 06% (03 pessoas); pescador 04% (02 pessoas); doméstica,

funcionária pública, carpinteiro, agente de fiscalização ambiental, operador e

mantenedor de usina e servente de pedreiro 02% (01 pessoa).

Como o meio de sustento deste distrito é agricultura, uma vez que no rio

mequéns é proibido a pesca comercial, a maioria dos entrevistados é do lar ou

lavrador.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA REGIÃO DO DISTRITO

DE ROLIM DE MOURA DO GUAPORÉ

A pesquisa desenvolvida no distrito de Rolim de Moura do Guaporé, resultou

em uma lista (TABELA 3) com 87 aves, citadas pelo nome popular, distribuídas em

40 famílias. As aves citadas foram descritas quando a coloração, formatos de bico e

corpo (TABELA 04 - APÊNDICE 01).

ESCOLARIDADE

164%4%4%8%

14%

50%

0

10

20

30

40

50

60

Não E

studo

u

Ens. F

und. Com

pleto

Ens. F

und. Inc

omp.

Ens. M

édio

Com

p.

Ens. M

édio

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mp.

Ens. S

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p.

Ens. S

up. Inco

mp.

Nível de Ensino

Po

rce

nta

ge

m

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TABELA 3: Relação das espécies citadas e suas respectivas famílias.

Família* Espécies citadas (Frequência - %)

Accipitridae Gavião (2,65); Gavião-real (0,66).

Alcedinidae Martim-pescador (1,11).

Anatidae Pato-do-mato (1,77); Marreca (0,44); Paturi (0,22).

Anhimidae Alencor (1,33); Anhuma / Tapacaré (0,66).

Aramidae Carão (0,88).

Ardeidae Garça (3,54); Socó-boi (1,99); Garça-real (0,22).

Caprimulgidae Bacurau (0,44).

Cathartidae Urubu (1,33).

Charadriidae Quero-quero (0,88).

Ciconiidae Jaburu (3,54); Maguari (1,11); Cabeça-seca (0,66).

Columbidae Rolinha (4,20); Juriti (1,33); Pomba-galega (0,44); Pomba-

amargosa (0,22).

Cotingidae Biscateiro (0,22).

Cracidae Mutum (4,65); Cujubi (0,66); Jacutinga** (0,44); Jacupemba

(0,22).

Cuculidae Jacu (1,11); Anu-preto (0,66); Anu-coroca (0,44); Anu-branco

(0,22).

Emberizidae

Cardeal (2,43); Sanhaçu (1,99); Curió (1,77); Pássaro-preto

(1,55); Corrupião (1,33); Gaturamo (0,88); Bicudo (0,66); Pipira

(0,66); Tiziu (0,44); Japu (0,44); Japiim / Xexéu (0,44).

Eurypygidae Pavãozinho (0,66).

Falconidae Caracacá (0,66).

Fringillidae Pintassilgo (0,22).

Hirundinidae Andorinha (0,66).

Jacanidae Jaçanã (0,66).

Laridae Gaivota (1,77).

Opisthocomidae Cigana (1,99).

Phalacrocoracidae Biguá (3,10).

Picidae Pipa-pau (0,44); Pica-pau-de-cabeça-vermelha (0,44).

Pipiidae Tangará (0,44).

Ploceidae Pardal (0,22).

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Família* Espécies citadas (Frequência - %)

Podicipedidae Mergulhão (1,33).

Psittacidae Arara (8,19); Papagaio (5,53); Periquito (1,77); Jandaia (0,44);

Tiriba / Maritaca (0,44); Arara-azul (0,22); Arara-canindé (0,22).

Rallidae Frango-d’água (0,44); Saracura (0,22); Saracura-do-brejo (0,22)

Ramphastidae Tucano (1,99).

Rheidae Ema (0,22).

Scolopacidae Maçarico (0,44).

Strigidae Coruja (1,33).

Thamnophilidae Uirapuru (0,22).

Threskiornithidae Curicaca (0,44); Colhereiro** (0,44).

Tinamidae Inhambu (1,77); Jaó (1,33); Macuco (1,11).

Trochilidae Beija-flor (1,77).

Troglodytidae Corruíra (1,33).

Turdidae Sabiá (1,11).

Tyrannidae Bentevi (1,77); Primavera (0,22).

-

Garça-rosa (1,11); Taiamã (0,44); Ararinha (0,22); Coroquinha

(0,22); Garça-amarela (0,22); Papagaio-urubu (0,22); Tabuaia

(0,22)***.

TOTAL 87 Espécies e 40 Famílias

* Família identificada através de SOUZA, 2004. ** Família identificada através de SICK, 1997. ***Espécies não identificadas.

Segundo Sick (1997, p. 139), a nomenclatura científica das aves está

estabelecida há mais de 200 anos, já na denominação popular não há

sistematização, é apenas resultado da convivência e imaginação da população. Ao

dar nome a uma ave, o povo procura relacioná-la com o seu colorido, a forma do

bico, a alimentação, o modo de caçar, manifestações sonoras, vários hábitos,

nidificação, relação ao tempo, relação à hora que cantam, ocupações humanas e

lendas. Um nome popular antigo, enraizado, passa de pai para filho, não muda

nunca.

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Muitas designações são regionais ou locais; o problema é que o mesmo nome

pode ser dado a espécies diferentes. Para Ihering (1899, apud SICK, 1997, p. 139) é

dever dos naturalistas contribuir para a verificação e apuração do nome popular das

aves mais conhecidas.

As famílias mais representativas quanto à riqueza de indivíduos foram:

Emberizidae com 13,75% (n=11); Psittacidae com 8,75% (n=07); Columbidae,

Cracidae e Cuculidae com 5% (n=04); Anatidae, Ardeidae, Ciconiidae, Rallidae e

Tinamidae com 3,75% (n=03). (FIGURA 4).

Figura 4: Representação gráfica das espécies por Famílias de aves citadas pelos entrevistados.

Segundo Sick, (1997, p. 25), a família constitui a entidade mais alta

reconhecida pelas leis da nomenclatura. Os indivíduos de uma família precisam ser

monofiléticos. No Brasil há registros de 96 famílias (CBRO, 2009).

A Família Emberizidae é dividida em várias sub-famílias: Parulinae, Icterinae,

Coerebinae, Thraupinae, Cardinalinae e Emberizinae. No Brasil, 11 espécies desta

família são residentes e 08 espécies que não se reproduzem aqui. São pouco

3,75%

5,00%

8,75%

13,75%

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

Emberiz

idae

Psitta

cida

e

Col

umbid

ae

Cra

cidae

Cuc

ulidae

Anatid

ae

Ardeid

ae

Cico

niidae

Ral

lidae

Tinam

idae

Famílias mais representativas

Po

rcen

tag

em

Page 15: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

15

populares. No colorido dominam o verde e o amarelo, havendo algum desenho

marcante na cabeça. Bico fino, mas forte, às vezes largo e cercado de cerdas. Asas

de bom tamanho e cauda relativamente longa. Sexos semelhantes. (SICK, 1997, p.

719).

3.2.1 Utilização das aves como alimento

Na pesquisa desenvolvida foi questionado quanto à utilização das aves para

alimentação. Do total de entrevistados 30% (15 pessoas) disserem que utilizam

algum tipo de ave como alimento, mas não freqüentemente; 70 % (35 pessoas) não

utilizam aves como alimento.

As aves mais utilizadas como alimento, apresentam um porte maior, e

consequentemente, maior quantidade de carne. Foram 34 citações de aves como

alimento, sendo que 01 citação foi de ovo de frango d’água, portanto não está

representada no gráfico; das citações mutum é o mais representativo com 21,21%

(n=7) (FIGURA 5).

Aves utilizadas como alimento

3,03%6,06%

9,09%

21,21%

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

Mutu

m

Cuju

bi

Inham

bu

Pato

-do-m

ato

Ara

ra

Jaó

Jacu

Big

Cig

ana

Gaviã

o

Jacupem

ba

Juriti

Maguari

Pom

ba-g

ale

ga

Rolin

ha

Socó-b

oi

Tabuaia

Tucano

Aves

Po

rcen

tag

em

FIGURA 5: Representação gráfica das aves utilizadas como alimento.

Page 16: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

16

3.2.2 Mitos sobre as aves

Os resultados indicam um baixo conhecimento com relação a mitos

relacionados a aves, apenas 16% (08 pessoas) dos entrevistados conhecem algum

tipo de mito; 84% (42 pessoas) disseram não se conhecer ou lembrar de mitos. Com

este resultado nota-se pouca influência no comportamento humano local. Foram

relatados mitos com diferentes aves tais como: anu, beija-flor, cigana, coruja, gavião,

gavião-real e pássaros diversos (TABELA 5).

TABELA 5: Descrição dos mitos citados na pesquisa.

Aves Mito

Anu “Quando o anu chora, morre alguém”.

“Se cagar na gente dá má sorte”.

“Não pode matar, porque a pessoa morre atrás da porta”.

Beija-flor “Quando vê um beija-flor bem cedo trás coisas boas”.

Cigana “Bom para asma. Assada e sem sal”.

Coruja “Quando faz cruz em cima de casa, alguém morre”.

“Quando a coruja pousa perto, traz má sorte”.

“Quando canta por cima da casa alguém pode morrer. Para

quebrar o feitiço, corta um pano 07 vezes”.

Gavião “São bruxos, se tentar matar não consegue”.

Gavião-real “Pegava criança”.

Pássaros em

geral

“Quando entram em casa trás visita”.

TOTAL 07 aves e 11 mitos.

Os animais personificam algumas qualidades humanas. Buscar nos animais

características necessárias a um guerreiro era costume em povos primitivos. Na

região Norte muitos mitos ancestrais são preservados (PEREIRA, 2001, p. 27).

Page 17: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

17

Segundo Pereira (2001, p. 63), “Dizem que se alguém abater um Anu-coroca

a arma ficará imprestável para atingir outros alvos, pois tal fica azarada, que a mira

jamais estará correta, por melhor que seja o atirador”.

O imaginário popular é rico em explicar a cor das plumagens, seus hábitos,

seu canto repleto de bons e maus presságios. Essas explicações fazem parte do

conhecimento característico da comunidade que é o etnoconhecimento (SATO,

2005, p. 04).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho foi de grande relevância, tanto para a formação

profissional quanto para perceber a importância do estudo com comunidades

tradicionais.

Notou-se que a população entrevistada possui grande conhecimento sobre os

nomes populares de aves e suas características, o que é possível de ser explicado

pela convivência com ambientes que proporcionam observação constante.

Este estudo poderá ser aprimorado aumentando o número de entrevistados e

de tempo disponível para a entrevista, é interessante também a utilização de

imagens de aves para confirmação das espécies citadas. Há necessidades de

estudos de etnoconhecimento em todas as áreas do conhecimento, porque é uma

forma de mostrar à população o quanto são importantes para o meio em que vivem

e que por isso devem ajudar a preservá-lo.

Page 18: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

18

REFERÊNCIAS

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CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Número de espécies de aves brasileiras. Disponível em: http://cbro.org.br/CBRO/num.htm. Acesso em: 11/03/2009.

DELGADO, Evaldo Inácio e LIMA, Teófilo Lourenço de. Metodologia da pesquisa científica: orientações para apresentação de trabalhos acadêmicos (teoria e prática). Canoas: Ed. ULBRA, 2005. 119p. (Caderno Universitário; 305p).

DIEGUES, Antônio Carlos. Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. São Paulo: HUCITEC (USP), 1996. 290p.

DI STASI, Luis Cláudio. Plantas Medicinais: Arte e ciência – um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: UNESP, 1996. 230p.

Fundação Cultural Palmares – Ministério da Cultura. Certidões atualizadas em Rondônia. Disponível em: http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=86. Acesso em: 16/03/2009.

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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em: http://www.ibge.com.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em 15/03/2009.

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19

MARCONI, Marina Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 315p. MMA - LEWINSOHN, Thomas Michael (org.). Avaliação do estado do conhecimento da biodiversidade brasileira. Biodiversidade 15, volume 01. Brasília, 2006. 520p. MARINI, Miguel Ângelo e GARCIA, Frederico I. Conservação de aves no Brasil. Megadiversidade, volume 01, nº 01, 2005.

NUNES, Reginaldo de Oliveira. O conhecimento da população ribeirinha de Cáceres, MT sobre a utilização medicinal de plantas aquáticas. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Biológicas) – Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, 2002. 59p.

PEREIRA, Frankz Kreüther. Painel de lendas & mitos da Amazônia. Belém – PA, 2001. 92p.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTA FLORESTA D’OESTE – RO. Avenida Nilo Peçanha, 4513 – CEP 76954-000 TEL. (69) 3641-2463.

RIBEIRO, B. SUMA Etnológica Brasileira, vol. 1 (Etnobiologia). Petrópolis: Vozes, 1987. 151-158p.

SATO, Michele. Fascículos de educação Ambiental. Mato Grosso, 2005. 08p.

SICK, Helmut. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 912p.

SILVA, Raullyan Borja Lima e. A etnobotânica de plantas medicinais da comunidade quilombola de Curiaú, Macapá – AP, Brasil. Dissertação (Mestrado em agronomia / biologia vegetal tropical). Universidade Federal Rural da Amazônia. Belém, PA, 2002. 172p.

SOUZA, Deodato Guilherme Santos. Todas as aves do Brasil. Feira de Santana – BA, 2004. 350p.

STORER, Tracy Irwin et al. Zoologia geral. São Paulo: Nacional, 2002. 816p.

Page 20: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

20

ZAPPES, Camilah Antunes. Estudo etnobiológico comparativo do conhecimento popular de pescadores em diferentes regiões do litoral brasileiro e implicações para a conservação do boto-cinza Sotalia guianensis (Van Bénéden, 1864) (CETACEA, DELPHINIDAE). Dissertação (Mestrado em ciências biológicas, comportamento e biologia animal). Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, 2007. 140p.

Page 21: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

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APÊNDICE 1: Tabela 04: Características das aves citadas pelos entrevistados.

NOME POPULAR (Nome encontrado no livro)

CARACTERÍSTICAS CITADAS

PELOS ENTREVISTADOS

CARACTERÍSTICAS DE SOUZA (2004)

Alencor (Tachã) Grande. Igual a um peru. Preto; preto nas costas e peito branco; marrom. Bico encarnado. Penacho. Canta.

80 cm. Colar preto e branco. Barriga escura.

Andorinha (Andorinha-de-rio)

Branca; costa preta e peito branco.

13,5 cm. Por cima verde a verde azulado; marcas na rabadilha e por baixo, até ao crisso.

Anhuma / Tapacaré Grande. Escuro. 80 cm. Desenho escamado nas penas arrepiadas do pescoço.

Anu-branco Marrom claro. 38 cm. Pardacento e branco por cima; branco por baixo.

Anu-coroca Preto azulado. 46 cm. Preto. Bico mais longo que o anu-preto. Plumagem tem brilhos verde, azul e roxo. Íris branca.

Anu-preto Todo preto. 36 cm. Preto. Bico com corcova.

Arara (Arara-vermelha) Grande. Vermelha. 90 cm. Linhas finas de penas na face.

Arara-azul (Arara-azul-grande)***

Azul e amarela. 93 cm. Azul cobalto; parece preta à distância. Pele em torno dos olhos e da base da mandíbula amarela.

Arara-canindé*** Vermelha. 80 cm. Azul por cima, amarela por baixo. Padrão na face / garganta em preto e branco.

Ararinha* Verde e vermelha. -

Bacurau (Curiando-comum)

Cinzento; carijó. Olho vermelho. Costuma ficar sentado no chão de noite.

30 cm. Pardo acinzentado. Face e “queixo” ruivos. Tem arruivado por baixo. Penas exteriores da cauda escuras.

Beija-flor (Beija-flor-besourão)

Pequeno. Preto; lilás; amarelo e preto; amarelo; verde; azul.

13 cm. Robusto. Penas centrais da cauda verdes, faixa preta subterminal, pontas brancas.

Bentevi Pequeno. Cinzento com amarelo; marrom em cima e peito amarelo.

22,5 cm. Bico longo e forte; grande sobrancelha branca. “Peneira” bem, pesca em águas rasas.

Bicudo Preto; Preto azulado. Bico meio gordo, branco ou prata.

15 cm. Bico muito pesado, com “dente”.

Biguá Todo preto. Mergulhador. 75 cm. Nada meio submerso, voa em filas ou em V.

Biscateiro (Cricrió) Pequeno. Marrom. 24 cm. Cinza-escuro, porte de sabiá, cauda longa; vários indivíduos separados alternam o canto.

Cabeça-seca Grande. Preto e branco. Sem pena na cabeça. Bico comprido.

95 cm. Penas de vôo e cauda pretas. Bico curvo para baixo; pescoço e cabeça sem penas.

Page 22: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

22

NOME POPULAR (Nome encontrado no livro)

CARACTERÍSTICAS CITADAS

PELOS ENTREVISTADOS

CARACTERÍSTICAS DE SOUZA (2004)

Caracacá Médio. Cinza; carijó. Come pinto.

56 cm. Cabeça grande. Barriga preta. Faixa branca próxima à ponta da asa. Muito terrestre. Aproxima-se de instalações humanas.

Carão Pequeno. Igual a galinha. Cinzento; preto. Bico fino e comprido.

70 cm. Pardo escuro; rajas brancas no pescoço (quase ausentes). Bico quase reto.

Cardeal (Cardeal-da-amazônia)

Preto e branco com cabeça vermelha.

16 cm. Capuz vermelho; garganta e centro do peito pretos.

Cigana Marrom com penacho na cabeça.

62 cm. Vistosa. Penacho ereto. Vôo pesado e ruidoso.

Colhereiro** Cinza. Perna comprida. Bico igual a uma colher.

87 cm. Único pela forma do bico. Plumagem rosea; seu colorido é intenso apenas durante a época de reprodução. O macho é maior.

Coroquinha* Pedrês. Igual a angola. -

Corruíra Avermelhada; marrom. Anda pulando. Faz ninho em casa.

12 cm. Pardo-canela; barras finas na asa e cauda. Pula no solo; entra em casa.

Corrupião Peito preto, asa preta e amarela, costa amarela. Bico preto.

20,5 cm. Amarelo, com garganta, asa e cauda negra. Branco na asa. Pequena máscara.

Coruja (Coruja-buraqueira)

Cinzenta e escura; marrom; branca. Cabeça chata.

23 cm. Terrestre. Pernas compridas. Ativa de dia.

Cujubi Pequeno. Preto com pena branca, cabeça azul. Perna vermelha.

74 cm. Parte alta da cabeça, face e nuca brancas. Barbela preta ou azul, triangular.

Curicaca (Curicaca-comum)

Branquicento ou preto. Bico grande curvado.

69 cm. Cabeça, pescoço e peito amarelado; branco na asa.

Curió Macho: escuro. Fêmea: Parda.

13 cm. O macho tem barriga castanha (preto em alguns indivíduos). O branco da asa pode faltar.

Ema Tamanho do urubu com mancha branca.

170 cm. Inconfundível. Macho: base do pescoço preta.

Frango-d’água (Frango-d’água-pequeno)

Parecido com galinha. Cinzento.

27 cm. Bico e escudo verde-amarelado. Pardo.

Gaivota (Gaivota-alegre) No verão. Média. Branca com preto.

41 cm. Borda traseira da asa branca. Capuz todo preto, idem ponta das asas. No verão, cabeça e pescoço pretos com áreas cinza pardos.

Garça (Garça-branca-grande)

Branca. Perna comprida. 88 cm. Branca com bico amarelo, pernas e pés pretos.

Page 23: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

23

NOME POPULAR (Nome encontrado no livro)

CARACTERÍSTICAS CITADAS

PELOS ENTREVISTADOS

CARACTERÍSTICAS DE SOUZA (2004)

Garça-amarela* Amarela. -

Garça-real Branca com pena na cabeça.

51 cm. Branca com tom amarelado; coroa preta; bico e pele orbitral azulados; penas nupciais longas.

Garça-rosa* Rosa -

Gaturamo Pequeno. Macho: peito amarelo e costa marrom; ouro. Fêmea: marrom.

12,5 cm. Bico pesado. Garganta e partes inferiores amarelas. Fêmea olivácea, testa amarela.

Gavião (Gavião-de-cabeça-cinza)

Grande. Carijó; preto; avermelhado; cinzento.

54 cm. Cabeça cinza. Várias formas de imaturo.

Gavião-real Grande. Maior ave de rapina da região. Asas com 2 metros. Carijó.

105 cm. Até 2 metros de envergadura. Penacho duplo; peito preto.

Inhambu (Inhambu-galinha)

Pequeno. Parece frango. Suru (sem rabo). Marrom; cinzenta. Faz ninho no chão.

34 cm. Pardo avermelhado por cima; penas inferiores claras. Manchas amareladas nas asas e dorso, também no ventre. Geralmente aos pares.

Jaburu / Tuiuiú Quase 1m. Bico comprido vermelho; preto. Branco com pescoço preto e vermelho.

140 cm. Cabeça e pescoço pretos; base do pescoço vermelha. Bico curvo para cima.

Jaçanã Pequena. Vermelha com preto; marrom. Perna fina e amarela. Bico amarelo.

23 cm. Penas de vôo verde-amareladas. Castanha com preto na cabeça, pescoço e por baixo.

Jacu (Jacu-estalo-de-bico-vermelho)

Carijó (preto com vermelho); pedrês com papo vermelho; preto. Rabo comprido.

43 cm. Área arruivada na asa. Cabeça e pescoço azul-arroxeado muito escuro. Pele dos olhos vermelha. Bico preto com ponta esverdeada.

Jacupemba Preta. Pinta branca nas asas. Crista vermelha.

55 cm. Pequeno. Sobrancelha cinza-claro ou pardacento-claro. Desenho esbranquiçado no peito.

Jacutinga** Cinzenta; carijó; cabeça roxeada com 02 caroços embaixo, no pescoço.

74 cm. De 1,1 kg a 1,4 kg. Espécie típica do Sudeste, negra brilhante e branca; penas do píleo bastante alongadas, face emplumada de negro; base do bico azul-esbranquiçada reluzente, região perioftálmica nua e branco-gesso. Barbela presente.

Jandaia (Jandaia-aratinga)

Periquito verde. Cabeça amarela ou laranja.

31 cm. Raça do Norte é laranja intenso.

Page 24: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

24

NOME POPULAR (Nome encontrado no livro)

CARACTERÍSTICAS CITADAS

PELOS ENTREVISTADOS

CARACTERÍSTICAS DE SOUZA (2004)

Jaó Grande. Carijó; perdiz; marrom; cinza.

31 cm. Barrado nas partes superiores e pescoço variável. Pernas esverdeadas ou cinzas. Pouco branco na garganta.

Japiim / Xexéu Preto e amarelo. Faz ninho em árvore que tem marimbondo. Menor que o japu.

22 / 29 cm. Amarelo no baixo dorso, crisso, cauda (de ponta preta) e área da asa.

Japu (Japu-preto) Preto e amarelo. Maior que o japiim.

34 / 45 cm. Preto. Uropígio e crisso marrons. Bico brancacento.

Juriti (Juriti-pupu) Pequena. Marrom; branca com azul.

26,5 cm. Testa branca tingida de rosado, pele em torno do olho azul.

Maçarico Canelado; cinzento; branco. 18 cm. Pernas anegradas. Característico padrão de rabadilha-cauda.

Macuco Marrom; carijó; cinzento. 52 cm. Pardo-oliváceo por cima, barrado de preto; cinzento por baixo; branco na garganta. Faixa pardo-bronze do lado do pescoço.

Maguari Grande. Cinzento; branco; branco rajado de preto. Bico amarelo e grande. Pescoçudo e perna comprida.

140 cm. Bico reto. Penas de vôo pretas; a cauda parece branca (retrizes pretas escondidas).

Marreca (Marreca-de-bico-roxo)

Menor que o pato. Cinzento; branco com a perna roxa.

37 cm. Macho com parte da cabeça preta; Fêmea: 02 listras faciais. Mancha branca na asa.

Martim-pescador (Martim-pescador-grande)

Preto com bico vermelho ou branco; azulado com topete.

42 cm. Cinza ardósia por cima, colar branco; ventre castanho.

Mergulhão (Mergulhão-pompom)

Preto; branco; preto com cinza; amarelo com risca preta; carijó com coleira branca. Bico comprido e pés de pato.

23 cm. Pequeno. Garganta preta na época nupcial. Branco na asa.

Mutum (Mutum-cavalo) Grande. Preto com bico, crista e pés vermelhos. Ponta do rabo branca.

89 cm. Caroço alto no bico vermelho de ponta brancacenta. Ponta da cauda branca; barriga castanha.

Papagaio (Papagaio-campeiro)

Verde. Cabeça amarela. Ponta da asa vermelha. Pinta amarela na testa.

38 cm. Testa e coroa amarelas. Pode ter verde e azul misturados na cabeça. “Ombro”, espelho alar e manchas na cauda vermelhos.

Papagaio-urubu* Grande. Cinza. -

Pardal (Pardal-doméstico) Todo riscado e escuro. 15 cm. Macho: pardo no lado do pescoço; garganta e peito pretos. Fêmea: sobrancelha clara; uniforme por baixo.

Page 25: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

25

NOME POPULAR (Nome encontrado no livro)

CARACTERÍSTICAS CITADAS

PELOS ENTREVISTADOS

CARACTERÍSTICAS DE SOUZA (2004)

Pássaro-preto Pequeno. Todo preto. Canta bonito.

21,5 / 25,5 cm. Preto, mais ou menos brilhante; penas da cabeça estreitas e pontudas. Base do bico sulcada.

Pato-do-mato Preto; preto com detalhes brancos; preto e marrom. Quando voa tem penas brancas.

85 cm. Marca branca na asa (pode faltar na fêmea). Macho topetudo; com carúnculas vermelhas no bico e ao redor dos olhos.

Paturi (Paturi-preta) Cinzento. Menor que o marreco.

43 cm. Todo preto, de longe; bico azulado. Fêmea parda, marcas brancas na cabeça. Marcas brancas na asa não chega à ponta.

Pavãozinho (Pavãozinho-do-pará)

Pedrês; carijó. 45 cm. Inconfundível. Exibições frequentes com asas e caudas abertas.

Periquito (Periquito-de-asa-branca)

Pequeno. Verde. 21,5 cm. Verde, com penas de vôo (parte) e coberteiras alares amarelo-brancacento. Bico tem tom rosado claro.

Pica-pau-de-cabeça-vermelha (Pica-pau-de-faixa-branca)

Corpo preto e cabeça vermelha.

33 cm. Raja branca do bico ao peito. “Suspensório” pode faltar.

Pintassilgo Amarelo e preto. 11 cm. Capuz preto (fêmea: cabeça e lado inferior oliváceos). Faixa amarela na asa.

Pipa-pau (Pica-pau-de-coleira)

Marrom. Com topete. Bico comprido.

27 cm. Colar nucal, frente do pescoço e peito pretos. Cabeça pardo canela.

Pipira (pipira-vermelha) Preta; achocolatada com costa preta. Bico branco.

18 cm. Macho: preto; garganta e peito avermelhado escuro. Fêmea: pardo-escuro avermalhada por baixo.

Pomba-amargosa Grande. Marrom. 34 cm. Cauda maior e mais longa.

Pomba-galega Pombo do mato. Cinza do peito carijó.

32 cm. Garganta e crisso brancacentos. Roxo-rosado na coroa, pescoço manto e peito.

Primavera*** Preto e em cima das asas é amarelo.

22,5 cm. Desenho preto-e-branco na asa.

Quero-quero Pequeno. Perna comprida e cinza. Bico grande.

37 cm. Padrão em preto-branco-cinza na asa aberta. Penacho fino.

Rolinha (Rolinha-roxa) Pequena. Cinzenta; marrom; marrom com pinta preta; marrom com branco. Perna bege.

17 cm. Macho: castanho-rosado e cabeça cinza. Fêmea: pardo-oliváceo, penas externas da cauda pretas e cauda canela.

Page 26: ETNOCONHECIMENTO DA AVIFAUNA EXISTENTE NA … · 2016-10-26 · 6 FIGURA 01: Localização da área de estudo. Fonte: Googleearth (2009). 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo

26

NOME POPULAR (Nome encontrado no livro)

CARACTERÍSTICAS CITADAS

PELOS ENTREVISTADOS

CARACTERÍSTICAS DE SOUZA (2004)

Sabiá (sabiá-de-coleira) Pequeno. Cinzento com listra branca na testa; amarelo; marrom em cima e branco por baixo com 02 listras na cabeça. Cantador.

22 cm. Garganta densamente rajada de preto, base branca. Peito cinzento ou pardacento.

Sanhaçu (Sanhaçu-azul) Pequeno. Azul; cinza; verde claro; verde escuro.

16,5 cm. Todo azul; dorso tem tom acinzentado, “ombro” brancacento ou azul claro.

Saracura (Saracura-três-potes)

Peito amarelo e em cima amarronzado.

39 cm. Cabeça e pescoço cinza, barriga ferrugem.

Saracura-do-brejo Pequena. Vermelha. Espinho na ponta da asa.

34 cm. Cinza por baixo.

Socó-boi (Socó-boi-ferrugem)

Grande. Pedrês; carijó. 93 cm. Cabeça e pescoço castanhos.

Tabuaia* Grande. Branco com pescoço preto.

-

Taiamã* Médio. Preto; costa preta e peito branco. Bico fino e vermelho.

-

Tangará (Tangará-de-costa-azul)

Macho: costa preta e cabeça vermelha; Fêmea: peito branco.

12 cm. Coroa vermelha, costas azul-claro; Fêmea: olivácea por cima, mais clara embaixo.

Tiriba / Maritaca (Tiriba-pérola)

Tipo papagaio com detalhe azul ou amarelo.

24 cm. Barriga vermelho vivo. “Orelhas” manchadas de amarelo. Cauda vermelho-pardacento, azul na ponta (cinza por baixo).

Tiziu Preto; preto e amarelo. Quando canta, pula.

11,5 cm. Preto brilhante; no repouso nupcial, preto fulvo, com escamas brancacentas. Fêmea parda, rajada por baixo. Branco sob a asa; aparece em vôos de exibição verticais curtos, repetidos.

Tucano (Tucano-de-bico-preto)

Preto; preto com amarelo; amarelo; preto e branco; preto com costa vermelha. Bico preto; amarelo.

46 cm. Bico preto, diferentes raças tendo amarelo na base ou no culmen. Peito amarelo ou branco, seguido de faixa vermelha estreita ou larga. Supracaudais vermelhas e amarelas.

Uirapuru (Uirapuru-selado)***

Amarelo. 12 cm. Macho: tem mais preto na garganta. Área branca no dorso. Fêmea: parda.

Urubu (Urubu-preto) Grande. Preto. 62 cm. Cabeça e pescoço nus. Em vôo mostra marca branca na ponta das asas.

* Aves que não foram possíveis identificar através do nome popular. ** Características de SICK (1997) *** Aves que a característica citada pelos entrevistadas não confere com as referências.