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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium PEDAGOGIA Beatriz Bertolucci Pereira Rafaela Fernanda Pires Martinez dos Santos ETRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL LINS SP 2013

ETRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA NO 2º ANO DO …unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/56196.pdf · Beatriz Bertolucci Pereira Rafaela Fernanda Pires Martinez dos Santos

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

PEDAGOGIA

Beatriz Bertolucci Pereira

Rafaela Fernanda Pires Martinez dos Santos

ETRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA NO

2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

LINS – SP

2013

Beatriz Bertolucci Pereira

Rafaela Fernanda Pires Martinez dos Santos

ETRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA NO 2º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação da Profª Dr Adriana Monteiro Piromali Guarizo e orientação técnica da Profª Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo

LINS – SP

2013

Beatriz Bertolucci Pereira

Rafaela Fernanda Pires Martinez dos Santos

ETRATÉGIAS PARA O ENSINO DE LEITURA NO 2º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso (TCC) apresentado ao Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do titulo de graduação do curso de

Pedagogia.

Aprovada em: ____/ ____/ ____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Drª. Adriana Monteiro Piromali Guarizo

Titulação: Doutor em Letras pelo IBILCE/UNESP, Câmpus de São José do Rio

Preto

Assinatura: ____________________________________

1º Prof(a): Ma. Kátia de Moura Graça Paixão

Titulação: Graduação em Pedagogia, Mestrado em Psicologia.

Assinatura: ____________________________________

2ª Prof(a): Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo

Titulação: Mestre em Odontologia – Saúde Coletiva pela Universidade Sagrado

Coração (USC) Bauru

Assinatura: ____________________________________

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho, primeiramente, a toda nossa família, pois confiaram

em nós e nos deram esta oportunidade de concretizar e encerrar mais esta

etapa de nossas vidas. Sei que não mediram esforços para que este sonho se

realizasse. Sem a compreensão, a ajuda e a confiança deles, nada disso seria

possível hoje. A nós que também não medimos esforços, lutamos contra todas

as dificuldades que passamos para chegar até aqui. Aos nossos amigos, que

nos apoiaram sempre quando preciso, com quem, muitas vezes,

compartilhamos momentos de tristezas, alegrias, angústias e ansiedades.

Dedicamos também às nossas orientadoras, Profª. Drª. Adriana Monteiro

Piromali Guarizo e Profª. Ma Fátima Eliana Frigatto Bozzo, que dedicaram seu

tempo, auxiliando-nos a superar os desafios e compartilhando de suas

experiências para que nossa formação fosse também um aprendizado de vida.

A todos, nosso carinho.

AGRADECIMENTO

Agradecemos a Deus por sempre iluminar nossos caminhos, dar-nos forças,

paciência, discernimento e por fazer com que mais esse sonho se realizasse. À

nossa família, base de nossas vidas, sinônimo de amor, compreensão e

dedicação.

A VOCÊS, QUERIDOS PAIS, o nosso agradecimento. Vocês são responsáveis

por este momento tão marcante em nossas vidas. Por sua dedicação, pelo

amor que nos faz mais fortes, fazendo-nos entender que nós somos capazes

de ir mais além. A vocês que, desde o começo, acreditaram, incentivando-nos

sempre à busca de novos conhecimentos, dando-nos conselhos, contribuindo

para o nosso crescimento na vida acadêmica. Esta vitória também é de vocês.

A todos os professores da Instituição, ligados ao curso de Pedagogia, que

contribuíram com sua sabedoria, transmitindo e compartilhando seus

conhecimentos. Por toda paciência, com que nos atenderam, quando

necessitamos. A todos os nossos amigos de sala e do trabalho, que estiveram

presentes na alegria e também nos ouviam, em momentos difíceis, e aos que

também não tinham tempo para ouvir. Aos professores que participaram da

nossa pesquisa, obrigada pela atenção. Vocês contribuíram enormemente para

que ela fosse realizada. Enfim, a todos os que acreditaram na nossa

capacidade e contribuíram diretamente ou indiretamente para essa realização.

Deixamos o nosso muito Obrigada!!!

O PRAZER DE LER

Mais do que palavras, ler é saborear Histórias tristes e belas, cenários de encantar

Mais do que ciência, ler é experimentar Ler é sobretudo prazer... prazer de ler

Ler é não ter medo, ler é liberdade, Ler é ser honrado, ser nobre, ser elevado

Ler é viajar, por terra, por rio e mar Ler é sobretudo prazer... prazer de ler

Ler é ser capaz, ler é ser audaz Ler é arriscado, por isso tem cuidado

Ler é vaguear de dia ou ao luar Ler é sobretudo prazer... prazer de ler

Ler é mais que tudo o que possas imaginar Ler é ser alguém, alguém que tem para dar

Dar e receber, dar para viver Ler é sobretudo prazer... prazer de ler

Eliseu Alves

RESUMO A leitura, além de conhecimento de mundo, possibilita prazeres, saberes, reflexões e ações, por isso, tornou-se essencial na vida do ser humano. O presente trabalho tem como objetivos analisar como os professores estão trabalhando a leitura em salas de aula; apontar quais estratégias utilizadas por eles têm maior aproveitamento com os alunos; discutir sobre diversidades de gêneros textuais, tendo em vista dirimir o fracasso escolar, ainda presente em nossa sociedade. A pesquisa foi elaborada a partir de referencial teórico que aborda a leitura e suas estratégias, no processo de alfabetização, bem como por meio de questionário, aplicado a professores alfabetizadores. Pode-se constatar que, quanto mais a leitura for apresentada aos alunos de forma significativa, maior o aproveitamento tanto deles quanto dos professores, à medida que essa prática deve ser vivenciada a partir dos diversos tipos de materiais textuais, presentes no contexto social, ou seja, com materiais diversificados, estratégias eficientes, para que os alunos se aproximem cada vez mais da leitura e possam tornar essa prática presente no seu dia a dia. Contudo, para que seja realizada com sucesso essa prática, é necessário o conhecimento, por parte dos professores, tanto de conteúdos adequados, quanto das necessidades de cada aluno, para que saibam como atuar perante as dificuldades encontradas. Conclui-se que, para que seja desenvolvido o interesse e o hábito pela leitura, é imprescindível que o educador esteja apto a renovar seus conhecimentos, sempre que necessário, buscando novas estratégias de ensino, com o propósito de educar com prazer o ensino da leitura. Assim, as condições necessárias ao desenvolvimento de hábitos positivos de leitura, incluem oportunidades para ler de todas as formas possíveis.

Palavras – chave: Estratégias de leitura. Ensino aprendizagem. Professor.

ABSTRACT

Reading, and world knowledge, enables pleasures, knowledge, thoughts and actions, so it has become essential in human life. This study aims to examine how teachers are working reading in classrooms; indicate which strategies they have used for better use with students; discuss diversity of genres in order to settle school failure, still present in our society. The survey was developed from the theoretical framework that emphasizes reading strategies and, in the process of literacy, as well as by means of a questionnaire applied to literacy teachers. It can be seen that the more reading is presented to students in a significant way, the greater the use both of them as teachers, as this practice should be experienced from many kinds of textual materials, the present social context, or is, with diverse materials, efficient strategies for students to come closer and closer reading and can make the practice present in your everyday life. However , that is successfully performed this practice , it is necessary to know , by teachers , both appropriate content , as the needs of each student , so they know how to act in the face of difficulties . We conclude that, to be developed interest and habit of reading, it is essential that the educator is able to renew their knowledge, whenever necessary, seeking new teaching strategies with the purpose of educating gladly teach reading. Thus, the conditions necessary for the development of positive reading habits include opportunities to read all possible ways. Key - words: Reading strategies. Teaching Learning. Teacher.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sociedade Ilimitada ...................................................................... 18 Figura 2: Leitura no pátio ............................................................................ 19 Figura 3: A leitura ........................................................................................ 21 Figura 4: Leitura pelo professor .................................................................. 25 Figura 5: Momento da leitura ...................................................................... 30 Figura 6: O carteiro ..................................................................................... 35 Figura 7: Poema ......................................................................................... 36 Figura 8: livros escolares ............................................................................ 38 Figura 9: Formação acadêmica .................................................................. 41 Figura 10: Tempo de atuação profissional .................................................. 42 Figura 11: Frequência de trabalho de leitura com alunos ........................... 43 Figura 12: Estratégias de leitura ................................................................. 44 Figura 13: Reação das crianças aos estímulos de leitura ........................... 45 Figura 14: Gêneros textuais mais utilizados ............................................... 46 Figura 15: Incentivo da leitura fora do ambiente escolar ............................ 47 Figura 16: Projetos escolares ..................................................................... 48 Figura 17: Estratégias de leitura com alunos com dificuldades .................. 49 Figura 18: Habilidades desenvolvidas no aluno leitor ................................. 50

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resposta número 1 do questionário feito aos professores ......... 58

Tabela 2: Resposta número 2 do questionário feito aos professores ......... 58

Tabela 3: Resposta número 3 do questionário feito aos professores ......... 58

Tabela 4: Resposta número 4 do questionário feito aos professores ......... 58

Tabela 5: Resposta número 5 do questionário feito aos professores ......... 58

Tabela 6: Resposta número 6 do questionário feito aos professores ......... 59

Tabela 7: Resposta número 7 do questionário feito aos professores ......... 59

Tabela 8: Resposta número 8 do questionário feito aos professores ......... 59

Tabela 9: Resposta número 9 do questionário feito aos professores ......... 59

Tabela 10: Resposta número 10 do questionário feito aos professores ..... 60

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A.E.E: Atendimento educacional especializado.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

CAPÍTULO I - A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO PROCESSO DA

ALFABETIZAÇÃO ........................................................................................... 15

1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL ............... 15

1.2 Objetivos da Leitura .................................................................................... 21

1.2.1 Ler para obter uma informação precisa ................................................... 22

1.2.2 Ler para seguir instruções........................................................................ 22

1.2.3 Ler para obter uma informação de caráter geral ...................................... 22

1.2.4 Ler para aprender .................................................................................... 22

1.2.5 Ler para revisar um escrito próprio .......................................................... 23

1.2.6. Ler por prazer ......................................................................................... 23

1.2.7 Ler para comunicar um texto a um auditório ............................................ 23

1.2.8 Ler para praticar a leitura em voz alta ...................................................... 23

1.2.9 Ler para verificar o que se compreendeu ................................................ 23

1.3 O Papel do professor no processo ensino aprendizagem da leitura ........... 24

CAPÍTULO II - ESTRATÉGIAS DE LEITURA .................................................. 27

2. MOTIVAÇÃO ................................................................................................ 27

2.1 As etapas da leitura .................................................................................... 28

2.1.2 A decodificação ........................................................................................ 28

2.1.3 A compreensão ........................................................................................ 29

2.1.4 A interpretação ......................................................................................... 29

2.1.5 A retenção ................................................................................................ 29

2.2 A função das estratégias de leitura ............................................................. 30

2.3 Modalidades de leitura: tipos e finalidade. .................................................. 32

2.3.1 A leitura diária ou semanal ....................................................................... 32

2.3.2 A leitura colaborativa ............................................................................... 33

2.3.3 A leitura programada ............................................................................... 33

2.3.4 Leitura feita pelo professor ....................................................................... 33

2.3.5 Leitura de escolha pessoal ...................................................................... 33

2.3.6 Roda de leitura ......................................................................................... 33

2.4 Diversidades dos tipos e gêneros textuais .................................................. 34

2.4.1 Tipo de texto: Informativo ......................................................................... 35

2.4.2 Tipo de texto: Literários ........................................................................... 36

2.4.3 Tipo de texto: Expositivo .......................................................................... 37

CAPITULO III - ANÁLISE DE DADOS DA PESQUISA DE CAMPO ............... 40

3 A METODOLOGIA ...................................................................................... 40

CONCLUSÃO ................................................................................................... 51

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 53

APÊNDICES ..................................................................................................... 55

13

INTRODUÇÃO

A leitura possui um papel de extrema importância, para a apropriação de

conhecimentos da criança em vários aspectos. A partir do momento em que o

indivíduo entra em contato com o mundo social, necessita dominar tal

conhecimento, para adquirir as capacidades necessárias para tornar-se um

leitor.

O processo de ensino e aprendizagem da leitura é, sem dúvida,

desafiador para todos os envolvidos, aluno/professor. Torna-se instigante para

os alunos compreenderem um mundo em que se encontram inseridos.

Os objetivos da pesquisa foram analisar como os professores estão

trabalhando a leitura em sala de aula, quais estratégias utilizadas por eles têm

maior aproveitamento para os alunos E, por fim, propor aos profissionais que

conheçam mais sobre a diversidade de gêneros textuais, para que possam

contribuir para que o aluno vivencie a prática social da escrita e da leitura.

No momento em o professor consegue transmitir ao aluno que a leitura é

muito mais do que uma decodificação de códigos e passa a ter pleno

conhecimento sobre a importância e a necessidade da leitura, pode vê-la como

algo prazeroso e sentir-se motivado a ler diariamente e espontaneamente.

A leitura realizada de forma significativa permite internalizar informações

de uma forma mais estruturada e adquirir a capacidade de ver as coisas com

novos sentidos, novas perspectivas. No entanto, existem ferramentas

essências, para que tal processo saia como previsto.

Para a realização dessa pesquisa, foi levantado o seguinte

questionamento: Como estão sendo utilizadas estratégias de leitura, pelos

docentes, nas salas de aula? A partir da pergunta levantada, apresenta-se a

hipótese sobre as dificuldades encontradas em professores de alfabetização

sobre estratégias de leitura, como transmiti-las de forma clara e simplificada ao

aluno.

As estratégias utilizadas para a realização da leitura podem ser

diversificadas, dependendo da realidade e do contexto em que se está inserido,

porém, sua utilização se torna extremamente importante, pois não basta

decodificar códigos, é necessário interpretar, compreender, estabelecer

relações entre o que se lê e o que se é revelado na leitura. As estratégias de

leitura são habilidades empregadas para promover a compreensão, em

diversas situações. É essencial que os professores saibam como utilizar as

estratégias de leitura, de modo a facilitar a inserção do aluno no mundo letrado.

Os benefícios que a leitura proporciona foi o maior impulso para a

criação do título, despertar os verdadeiros interesses para os educadores e

educandos, a fim de mostrar-lhes estratégias adequadas para serem

trabalhadas em sala de aula. Pode-se afirmar que a leitura: desenvolve o

repertório; amplia o senso crítico; amplia o conhecimento de mundo; aumenta o

vocabulário; estimula a criatividade; facilita a escrita e a compreensão dos

estudos. Ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê

mais, escreve melhor.

A metodologia utilizada para a pesquisa foi a de pesquisa bibliográfica,

de materiais existentes, constituídos principalmente de livros didáticos e artigos

científicos.

Para a pesquisa de campo, foi utilizado um questionário, com perguntas

elaboradas pelas autoras desse trabalho, para 10 (dez) professores do sexo

feminino, do 2º e 3º ano do ensino fundamental de três escolas diferentes,

sendo uma em Lins, uma em Guaiçara e uma em Promissão.

No primeiro capítulo, intitulado “A importância da leitura no processo da

alfabetização”, serão abordadas as intervenções e a importância do professor

como mediador nesse processo de ensino e aprendizagem de leitura.

O segundo capítulo, “Estratégias de leitura”, objetiva demonstrar, de

maneira sucinta e explicativa, modalidades de leitura: tipos e finalidade. Desse

modo, descreve alguns tipos de textos e gêneros textuais, apontando suas

funções e características, pois gêneros textuais são os conceitos que se

aplicam aos diversos textos com características comuns, em relação à

linguagem e ao conteúdo propriamente dito.

O terceiro e último capítulo, “Análise de dados da pesquisa de campo”,

objetiva analisar qualitativamente a pesquisa realizada com professores

atuantes no ciclo de alfabetização, a fim de explicitar quais as estratégias

utilizadas em salas de aula e com quais destas os alunos mais se identificam.

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO

1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL

Uma abordagem breve dos avanços na compreensão da alfabetização

mostra um panorama do desenvolvimento deste conceito. A história da Leitura

inicia-se com muita discriminação. De acordo com Conceição (2011) somente

aos senhores portugueses era assegurado o direito da alfabetização, em nome

da superioridade da raça, permanecendo, assim, por longo período. Até

meados do século XIX, praticamente, não existiam livros.

O que servia como manuais de leitura nas escolas eram textos autobiografados, relatos de viajantes, textos escritos manualmente como cartas, documentos de cartório, e a primeira constituição do império de 1.827, especifica sobre a instrução pública, o código criminal e a bíblia também servia como manual de leitura nas raras escolas que existiam. As escolas primárias praticamente não existiam, pois eram excluídos os escravos e, à mulher era ministrado um tipo de educação conhecida apenas por educação geral, para cumprir as atividades domésticas. (2011, p 1).

Entende-se, portanto, que, naquela época, os materiais didáticos eram

escassos, nas poucas escolas que existiam. Até mesmo documentos pessoais

eram utilizados como conteúdos para alfabetização. Ressalta-se, também, que

esta prática era assegurada somente aos senhores de engenho, a eles eram

garantindo o direito aos estudos. Os escravos e mulheres eram excluídos

dessa prática.

Para Conceição (2011) a História da Alfabetização, em nosso país, foi

centrada na História dos Métodos de Alfabetizar. A disputa entre esses

métodos, que objetivavam efetivamente garantir aos educandos a inserção no

mundo da cultura letrada, produziu uma gama de teorizações e tematizações

acerca de estudos e de pesquisas, a fim de investigar essa problemática.

A dificuldade das crianças para aprender a ler e a escrever incitou

debates e reflexões buscando explicar e resolver esses entraves. As práticas

de leitura e de escrita ganharam mais força, no final século XIX, principalmente

a partir da Proclamação da República.

Para Mortatti (2000), houve momentos cruciais, com as respectivas

disputas pela hegemonia de determinados métodos de alfabetização e, dentre

os aspectos, mencionava-se o papel desempenhado pelas cartilhas, dada sua

condição de instrumento privilegiado de concretização dos métodos e

conteúdos de ensino.

Escolas na verdade não existiam, segundo Mortatti (2000), e sim, salas

adaptadas para o processo da alfabetização. Pôde-se analisar que, neste

período, o ensino começa a passar por transformações, porém, ainda com

condições muito precárias. A partir desses anseios e iniciativas, o ensino da

leitura é tomado como problema estratégico, tornando-se um importante índice

para medir a eficácia da escola em relação ao cumprimento da promessa com

que acena às novas gerações e que a caracteriza e justifica o acesso ao

mundo público da cultura letrada.

Em meados de 1986, surge um método revolucionário, para o ensino da

leitura, o método analítico que, diferentemente dos métodos de marcha

sintética, orientava que o ensino da leitura deveria ser iniciado pelo “todo” para

depois se analisar as partes que constituem as palavras. No final da década de

1920, o termo “alfabetização” passou a ser usado para se referir ao ensino

inicial da leitura e da escrita. Nesse aspecto, Mortatti (2000) coloca que:

A partir da segunda metade da década, passou-se a utilizar métodos mistos, chamados de analítico - sintético. Esses métodos se estendem até aproximadamente o final da década de 1970. Visando à ruptura com seu passado, determinados sujeitos produziram, em cada momento histórico, determinados sentidos que consideravam modernos e fundadores do novo em relação ao ensino da leitura e escrita. Entretanto, no momento seguinte, esses sentidos acabaram por ser paradoxalmente configurados, pelos pósteros imediatos, como um conjunto de semelhanças indicadoras da continuidade do antigo, devendo ser combatido como tradicional e substituído por um novo sentido para o moderno. (2000, p. 23)

Quando analisada a história dos métodos de alfabetização, um aspecto

que se destaca é a relatividade das relações entre o antigo e o moderno. A

consciência dessa relatividade nos leva a uma visão diferenciada do que hoje

consideramos como tradicional. Mais à frente, está claro que o aparecimento

do novo não se dá sem conflitos, questionamentos ou resistências, o que tem

sido fundamental para o progresso do conhecimento a respeito da

alfabetização.

Já no início da década de 1980, foi introduzido no Brasil o pensamento

construtivista de alfabetização, fruto das pesquisas de Emilia Ferreiro e Ana

Teberosky sobre a Psicogênese da Língua Escrita. Através do construtivismo,

propõe-se uma nova forma de ver a alfabetização, como um mecanismo

processual e construtivo, com etapas sucessivas e hipotéticas.

De acordo com Ferreiro e Teberosky (1986), a partir desta época, foi

constatado um razoável número de pessoas “alfabetizadas”, mas consideradas

como analfabetos funcionais, que são as pessoas que decodificam os signos,

mas não conseguem compreender o que leram. A partir dessas dificuldades,

surge o termo “letramento”. O conhecimento das letras é apenas um meio para

o letramento, que é o uso social da leitura e da escrita. Para formar cidadãos

atuantes perante a sociedade, é preciso que os mesmos conheçam a

importância da informação sobre letramento. Pode-se dizer então que “Letrar”

significa colocar a criança no mundo letrado, trabalhando com os distintos usos

de escrita na sociedade e começa muito antes da alfabetização, quando a

criança começa a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu

mundo social. Estar letrado seria, então, a capacidade de ler, escrever e fazer

uso desses conhecimentos, em situações reais do cotidiano. Alfabetizar

letrando é de fundamental importância, pois garante uma aprendizagem

significativa. Sendo assim, Soares (1998) afirma que o letramento é:

Resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita; o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. (1998, p. 39).

Através desse pressuposto, pode-se afirmar que a leitura e a escrita

trazem consequências sociais, culturais, linguísticas, políticas e cognitivas para

o indivíduo, na sociedade no qual está inserido. Ao entrar em contato com a

prática da leitura e da escrita, o aluno recebe formas de inserção cultural, que

lhe possibilitam assumir outra condição social, cultural, cognitiva e política.

Figura1: Sociedade Ilimitada

Fonte: Zelmar.blogspot.com

Ao pensar que o aprendizado da leitura se estende para além do

domínio de códigos, e que o sujeito que aprende a ler e escrever aprende

também a fazer uso desse conhecimento, percebe-se uma extensão do

conceito de alfabetização, em direção ao conceito do letramento.

Portanto, é importante lembrar que, embora sejam conceitos

relacionados, não se deve fundi-los em um só. Cada um deve ter suas

especificidades garantidas, dentro do processo de ensino aprendizagem.

1.2 1.2 A importância da leitura para a sociedade

Em pleno século XXI, ainda temos muito que caminhar e conquistar, em

relação à educação. Embora o acesso à escola seja um direito garantido na lei

nacional, muitas pessoas passam pela escola e saem sem saber ler e escrever

como deveriam. Isso tudo por uma série de fatores socioculturais e

econômicos, que interferem diretamente no processo de escolarização.

O incentivo à prática da leitura é um tema frequentemente abordado, e

tem sido apontado como imprescindível para o desenvolvimento do educando

em todos os aspectos: social, pessoal, emocional e escolar. Sobre isso,

Carvalho (2006) salienta que esta:

[...] é uma atividade que se realiza individualmente, mas que se insere num contexto social, envolvendo disposições atitudinais e a capacidades que vão desde a decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a produção de sentido para o texto lido. Abrange, pois, desde as capacidades desenvolvidas no processo de alfabetização “stricto sensu” até capacidades que habilitam à

participação ativa nas práticas sociais letradas que contribuem para o seu letramento. (2006, p.21)

Partindo da linha de pensamento do autor, que afirma que a leitura é de

extrema necessidade para o aspecto social, percebe-se que a competência

leitora é a condição primordial para que o indivíduo consiga se estabelecer

socialmente, de forma ativa, no atual contexto. Considerando, ainda, que a

aprendizagem da leitura proporciona a formação integral do sujeito, o leitor

passa a ter um papel atuante, em meio a seu grupo social.

O processo de alfabetização inclui muitos fatores e, quanto mais ciente

estiver o educador de como se dá o processo de aquisição de conhecimento,

mais produtivo e satisfatório se dará esse momento, na vida do educando.

As descobertas na alfabetização são, sem dúvida, o momento mais

importante na formação escolar de um educando. Todos os envolvidos nesse

processo devem agir como agentes transformadores e mediadores, buscando

sempre identificar e atender as dificuldades encontradas pelas crianças. A

escola deve oferecer condições favoráveis, satisfatórias e ambiente adequado,

para que o aluno possa se sentir disposto ao estilo em que a escola ensina.

Figura 2: Leitura no pátio

Fonte: http://www.nopatio.com.br

A leitura fornece subsídios para que o ser humano seja inserido na

sociedade, de forma consciente e crítica, e, assim, exercendo seu papel de

cidadão participativo. Pode-se perceber que, a leitura é a base do processo de

alfabetização e também da formação da cidadania. Para Silva (1987, p.45):

“Ler é, em última instância, não só uma tomada de consciência, mas também

um modo de existir, no qual o indivíduo compreende e interpreta a expressão

registrada pela escrita e passa a compreender‐se no mundo”.

Portanto, o relacionamento social é determinado pela comunicação.

Pode-se dizer que os gêneros discursivos produzidos e utilizados pelos

indivíduos determinam esse relacionamento.

De acordo com Solé (1998), o processo de aprendizagem da leitura

restringia‐se à codificação e à decodificação de palavras, ou seja, a um

processo mecânico e que, atualmente, concentra‐se em expressões bem mais

amplas.

Criar oportunidades para que a leitura seja trabalhada de maneira

prazerosa e estimular o aluno a torná-la uma ação constante em seu dia a dia é

dever do professor e da sociedade e esta prática é considerada como uma

indispensável ferramenta de construção de conhecimento, porém, é á partir do

habito prazeroso que esta se torna possível torna-la habito.

Concomitantemente, devemos valorizar o conhecimento de mundo que o aluno

traz consigo, pois este conhecimento é valioso e contribuirá para a construção

de novas leituras e descobertas.

A criança, ao ter contato com as diferentes linguagens e ao compreendê-

las e utilizá-las, apropria-se dos recursos de textualidade que lhe permite

expressar-se com maior clareza e criatividade. Quando se lê, segundo Orlandi

(2003, p. 11), “considera-se não apenas o que está dito, mas também o que

está implícito: aquilo que não está dito e que também está significando. E o que

não está dito pode ser de várias naturezas”.

Pode-se afirmar que, quanto maior a interação do aluno com a

diversidade cultural, maior suas possibilidades de conhecimento para a leitura

do mundo. Pensando assim, a alfabetização numa perspectiva de letramento

significa vivenciar situações que envolvam as diferentes concepções de leitura

e escrita, de forma crítica e dialógica, sendo os professores os mediadores

dessa proposta.

Portanto, pode-se compreender que a leitura engloba, não só

metodologias no âmbito escolar, mas faz parte do universo social na vida da

criança, que irá ocupar seu espaço na sociedade, de forma autônoma e crítica

diante da realidade.

1.2 Objetivos da Leitura

A leitura é um ato que, geralmente, inicia-se antes da alfabetização,

porém, é só á partir de práticas pedagógicas, no princípio da escolarização que

é trabalhado dando ênfase dando a verdadeira importância desse ato. É

configurada como essencial instrumento libertário, para a sobrevivência do

homem.

Segundo Solé (1998), mostrar aos alunos antes do ato de ler, os

benefícios que a leitura lhes traz e oferecer objetivos específicos durante a

leitura de um texto é proporcionar que os educandos possam aprofundar-se e

compreender melhor o texto, independente de suas variações de gêneros

textuais. Serve também para que o aluno comece a reconhecer suas

preferências textuais e suas necessidades de leitura.

Figura 3: A leitura

Fonte: http://nevesalvaro.blogspotcom

Os objetivos da leitura, com relação a um texto, podem ser muito

variados. A leitura sem um propósito não é necessariamente uma leitura.

Quando se lê sem objetividade, o leitor apenas exerce uma atividade

mecânica, que pouco tem a ver com o significado real da palavra e o sentido

em que encontra-se no texto. Quando se resolve ler algo, o leitor deve

estabelecer um objetivo, ou seja, o que ele deseja saber sobre o assunto. Para

Solé (1998), a leitura ocorre a partir de objetivos, que são classificados, como:

Ler para obter uma informação precisa, ler para seguir instruções, ler para

obter uma informação de caráter geral, ler para aprender, ler para revisar um

escrito próprio, ler por prazer, ler para comunicar um texto a um auditório, ler

para praticar a leitura em voz alta, ler para verificar o que se compreendeu,

dentro outros. Conforme Solé (1998) aborda em Estratégias de leitura, há

diferentes objetivos para se ler. Pode-se:

1.2.1 Ler para obter uma informação precisa

Neste caso é quando realiza a leitura de um texto para localizar uma

informação que interessa em determinados momentos. O restante do texto

torna-se inútil nesta situação.

1.2.2 Ler para seguir instruções

Ler para saber como fazer ou agir em determinadas situações, a

necessidade de realizar algo concreto que depende de leitura para que seja

realizado com sucesso, implica nesse objetivo.

1.2.3 Ler para obter uma informação de caráter geral

É quando realiza leituras de textos para saber do que se trata, a leitura

é feita superficialmente, e caso interesse o assunto, continua a ler o texto ou

não, como: jornal, revistas etc.

1.2.4 Ler para aprender

É o mais utilizado por educandos, é ler com a finalidade de adquirir ou

ampliar conhecimentos sobre um assunto. É estudar um texto para aprender

sobre o mesmo. Na fase escolar ler é essencial para atingir os objetivos das

atividades propostas pelo professor.

1.2.5 Ler para revisar um escrito próprio

É quando o autor lê o texto que escreveu para revisão de seus

conceitos, quando a escrita passa a ser a principal ferramenta de trabalho ou

faz parte do seu cotidiano, o autor revisa tudo que foi produzido e será utilizado

com outras pessoas para adequar quando necessário.

1.2.6. Ler por prazer

Geralmente, quando não existe a necessidade formal para a realização

de uma leitura, lê-se um texto pelo prazer de ler, porque gosta daquele

determinado tipo de texto. Através da leitura realizada com prazer, é possível

desenvolver a imaginação, embrenhando no mundo da imaginação,

desenvolvendo a escuta, enriquecendo o vocabulário e envolvendo linguagens

diferenciadas. É uma das melhores formas de aumentar e enriquecer o

conhecimento.

1.2.7 Ler para comunicar um texto a um auditório

Quando é realizada a prática da leitura para certo grupo de pessoas,

com objetivos e finalidades diferenciadas. Lê-se com o objetivo de transmitir

informações precisas aos outros.

1.2.8 Ler para praticar a leitura em voz alta

É uma prática bastante utilizada para correção de erros ortográficos,

para aprender normas e entonação de voz em sinais de pontuação, ser

rápidos, claros, fluentes etc.

1.2.9 Ler para verificar o que se compreendeu

É o ato de ler e analisar se o texto foi compreendido pelo leitor. É

conseguir responder perguntas frequentes em relação ao texto lido.

Solé (1998) ressalta ainda que existem outros objetivos para a leitura,

assim como há várias modalidades existentes de textos.

Portanto, vale lembrar aos professores que, ao propor atividades de

leitura, em salas de aula, torna-se interessante preparar os alunos, mostrando-

lhes quais objetivos querem alcançar com tal atividade. É conveniente que o

professor dê conhecimento do assunto a ser discutido, previamente, instigando,

assim, o prazer do aluno pela leitura.

1.3 O Papel do professor no processo ensino aprendizagem da leitura

O aluno, para aprender, precisa realizar um importante trabalho

cognitivo, de análise e revisão de seus conhecimentos, é necessário para que

seus novos conhecimentos adquiridos se tornem realmente significativos. O

fato de dar importância a atividades individuais do aluno, não significa que o

mesmo possa realizar somente em interação com objetos de seu

conhecimento. Acredita-se que a intervenção pedagógica por parte do

professor é o que faz da atividade do aluno ser auto-estruturante ou não. Para

Freire (1992):

É na fala do educador, no ensinar (intervir, devolver, encaminhar), expressão do seu desejo, casado com o desejo que foi lido, compreendido pelo educando, que ele tece seu ensinar. Ensinar e aprender são movidos pelo desejo e pela paixão. (1992, p. 11)

A partir dessa concepção, afirma-se que o papel do professor é fundamental para o processo de ensino aprendizagem, pois este deve ter com uma ação transformadora e elaborar meios diferenciados; deve agir com conhecimento naquilo que está sendo passado aos alunos, para despertar o interesse dos educandos pela leitura. Somente desta forma poderá contribuir para a construção de uma sociedade leitora. Ainda para Freire (1992):

[...] o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito. O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do educador, anular a sua criatividade e a sua responsabilidade na construção de sua linguagem escrita e na leitura desta linguagem. (1992, p.28,29)

Partindo desse pressuposto, o professor pode atuar desenvolvendo, ao

decorrer de suas aulas, várias estratégias de leitura, não descartando, assim, a

criatividade de seus educandos. O educador deve sempre buscar inserir

diversas modalidades de leitura, para que essas crianças sintam-se motivadas

e consigam construir o hábito de leitura, com prazer, através de textos que os

agradem.

Analisando as situações de algumas escolas no contexto atual pode-se

dizer é que ainda há um grande número de alunos que, embora frequentem

regularmente a escola, não se apropriam das técnicas de leitura ou não fazem

uso dela.

Diante de vários fatores que causam o fracasso escolar, é lançado um

desafio que se coloca para a escola que vem a ser o letramento, isto é, fazer

com que a criança se aproprie do sistema alfabético e ortográfico da língua,

garantindo-lhe, ao mesmo tempo, plenas condições de usar essa língua nas

práticas sociais de leitura e de escrita.

Figura 4: Leitura pelo Professor

Fonte: http://portatrilhas.org.br

O professor deve apresentar, ao aluno, conteúdos facilitadores e

diversificados, auxiliando-o, assim, no início do processo da aprendizagem.

Deve realizar as atividades com elaborações significativas, de acordo com a

necessidade de cada aluno. Para isso, é necessária uma prática pedagógica

flexível e adaptada às características e conhecimento dos alunos, utilizando

todos os meios possíveis, ao seu alcance, que favoreçam o processo ensino

aprendizagem do aluno.

O desafio lançado, hoje, nas escolas, passa fundamentalmente pela

mudança da práxis educativa, pela forma de planejar, interagir e agir nos

espaços. O primeiro passo é a leitura do contexto e o olhar sobre a realidade

dos educandos, suas necessidades e possibilidades de se posicionar e intervir

no mundo.

Para Magda Soares (2003), letramento é:

O resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e de escrita. É o estado ou a condição que adquire um grupo social, ou um indivíduo, como consequência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. Apropriar-se da escrita é torná-la própria, ou seja, assumi-la como propriedade. Um indivíduo alfabetizado, não é necessariamente um indivíduo letrado, pois ser letrado implica em usar socialmente a leitura e a escritura e responder às demandas sociais de leitura e de escrita. (2003, p.16),

Como se pode observar, o letramento não é apenas uma abstração,

uma reflexão sobre o processo de alfabetização. Os estudos das teorias são

válidos e necessários, mas é na prática que podemos alcançar as mudanças, e

o letramento é considerado, hoje, como um conjunto de práticas pedagógicas

significativas, em relação à alfabetização de nossos alunos.

Segundo Soares (2003), afirma-se que o indivíduo, quando sabe ler,

mas, não compreende sequer textos curtos, subentende-se que tem um nível

baixo de letramento e pode ser apenas alfabetizado. À medida que ele aprende

a lidar com diferentes materiais de leitura e de escrita, mais letrado ele se

torna. Quando se torna capaz de ler, por exemplo: bula de remédio, rótulo de

embalagens, tirinhas, ou produzir bilhetes, então, possui um nível de

letramento suficiente para seu dia a dia.

Portanto, não basta saber ler e escrever, é preciso, também, saber fazer

uso dessas habilidades, saber responder às exigências de leitura e de escrita,

perante a sociedade. E, para que se torne possível, é necessário aumentar o

contato das crianças com livros diversificados, dentro e fora do ambiente

escolar, tornando-os como uma prática diária.

CAPÍTULO II

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

2. MOTIVAÇÃO

A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento

durante toda a vida, e exerce influências na aprendizagem da leitura e,

consequentemente, no desempenho escolar de uma forma geral.

O educador, em seu papel, deve contribuir para que seus alunos

construam o gosto pelo ato de ler com prazer, além de mostrar-lhes sua

importância, como já foi citado.

O estímulo contínuo para o contato com a leitura, por parte do professor,

torna-se indispensável. Segundo Cunha (2008):

A sala de aula ao revestir-se da sua humanidade, com laços de compreensão e entendimento, com atividades dinâmicas e desejastes, com participação ativa do aluno e nutrida por seu interesse, poderá tornar o aprendizado surpreendente. (2008,p.85)

Partindo desse pressuposto, pode-se observar que o professor, quanto

mais interagir e tiver afetividade com seu aluno, mais contribuirá para o seu

desempenho, no processo de ensino aprendizagem. Deve despertar, nos

alunos, o prazer pela leitura, que é um trabalho contínuo e árduo. Para que

alcance esse objetivo, é preciso que existam estratégias variadas e

encorajadoras, para provocar nos alunos uma viagem à fantasia e aos sonhos,

onde somente um bom livro pode levar, abrindo a mente para a ficção e a

realidade.

Para que exista uma motivação nas salas de aula, primeiramente o

professor deve estar motivado, pois a desmotivação do professor não o deixa

encontrar iniciativas criativas e inovadoras dentro do contexto educação. Os

alunos, quando motivados, despertam mais interesse para o desenvolvimento

educacional.

2.1 As etapas da leitura

Quando o indivíduo torna-se leitor desenvolve um olhar crítico, amplia seus horizontes, melhora o vocabulário e adquire mais conhecimento sobre o mundo.

Segundo Solé (1998), “a leitura é um processo de interação entre o leitor

e o texto”. Como se pode observar, este processo torna-se importante pelo fato

de constituir o mecanismo que promoverá a compreensão e a interpretação

textual. Ainda para Solé (1998):

[...] para ler, é necessário dominar as habilidades de decodificação e aprender as distintas estratégias que levam à compreensão. Também se supõe que o leitor seja um processador ativo do texto, e que a leitura seja um processo constante de emissão e verificação de hipóteses que levam à construção da compreensão do texto e do controle desta compreensão – de comprovação de que a compreensão realmente ocorre. (1998, p. 24).

Partindo do pressuposto de que a aprendizagem da leitura, por meio do

processo de interação entre o leitor, a obra e o contexto no qual estão

inseridos, constata-se que dominar a leitura significa uma aprendizagem de

decodificação e aprendizagem de estratégias de leitura, passando por

processos que o leva à compreensão do texto.

Pode-se dizer que a leitura é separada por etapas. Para Cabral (1986),

“No processo de leitura, ocorrem, pelo menos, quatro etapas, segundo uma

visão psicolinguística: decodificação, compreensão, interpretação e retenção”.

(CABRAL 1986 apud MENEGASSI, 1995). Diante do exposto, para o autor são

estas as etapas:

2.1.2 A decodificação

Entende-se que a decodificação é a primeira etapa do processo, pois ela

é resultante do reconhecimento dos símbolos escritos, e de sua ligação com os

significados. É uma leitura superficial que, apesar de incompleta, é essencial

fazê-la mais de uma vez, num mesmo texto, para que se possa alcançar a

próxima fase com êxito.

2.1.3 A compreensão

É a etapa na qual os alunos começam a compreender a estrutura

temática do texto, reconhecem os tópicos principais e conhecem as regras,

passam também a compreender a proposta do autor. Nessa etapa, o aluno

começa a fazer inferências sobre o sentido do texto, e a partir daí, passa a

ampliar seus conhecimentos.

2.1.4 A interpretação

Nessa etapa da leitura, avalia-se a capacidade de utilizar o julgamento

crítico. O aluno deve interpretar a sequência de ideias ou acontecimentos que

estão implícitos no texto. Esta capacidade pode ser ampliada, mediante os

conhecimentos de mundo, e, através deles, o leitor pode reformular seus

conceitos sobre o tema abordado. O texto só será compreendido a partir do

momento em que o leitor realizar um paralelo entre seus conhecimentos e as

conclusões retiradas do texto. Orienta-se, também, reler o texto, a partir das

inferências realizadas.

2.1.5 A retenção

A retenção é a última fase desse processo. Nessa etapa, o aluno deve

ser capaz de armazenar as informações, trabalhadas nas etapas anteriores, e

aplicá-las, refletindo sobre a importância do que foi lido, traçando um paralelo

com seu cotidiano, aprendendo, com isso, a fazer suas próprias análises

críticas. A retenção é resultante da interpretação, ocorre logo após a

compreensão, no momento em que ocorre a observação da temática do texto,

ou ocorre após a interpretação em caráter mais profundo, considerando a

maior exigência no processo de retenção.

Analisando a linha de pensamento de Menegassi (1995), pode-se

concluir que as etapas dos processos referentes à leitura são diferentes, porém

interligadas. Implica em: identificação da temática, reconhecimento das

estruturas textuais e significação dos sentidos que pode ser compreendida

quando o leitor se detém, exclusivamente, ao que está posto no texto ou

quando o leitor faz incursões no texto e dele retira as informações que nem

sempre estão explícitos. Através das inferências, o leitor permite elos entre o

texto lido e seus conhecimentos.

Figura 5: Momento da leitura

Fonte: http://cultura.culturamix.com.br

2.2 A função das estratégias de leitura

As estratégias de leitura servem para o professor obter resultados

positivos, no processo de ensino aprendizagem. Nesse processo, pode-se

afirmar que existe uma série dessas estratégias que podem ser aplicadas. Para

Solé (1998), assim como os demais procedimentos, as estratégias de leitura

visam regular a atividade das pessoas, à medida que sua aplicação permite

selecionar, avaliar, persistir ou abandonar determinadas ações, para conseguir

atingir a meta que é proposta pelo professor. Estas devem ser flexíveis e

adaptáveis às diferentes situações e com diferentes educandos.

Compreendendo de forma mais clara a respeito da decodificação e das

estratégias de leitura, pode-se afirmar que, durante o ato da leitura, a mente do

leitor ativa previsões, como seleção, antecipação inferência e verificação,

tornando a leitura eficaz. Solé (1998, p. 46) afirma que [...] “quando lemos para

aprender, colocamos em funcionamento uma série de estratégias, cuja função

é assegurar esse objetivo”. Para que as estratégias supracitadas não passem

apenas de um procedimento e que, sem tais estratégias, o leitor não alcançará

seus objetivos, faz-se necessário apontá-las, para um melhor esclarecimento.

Estratégias de seleção: permitem que o leitor se atenha apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes. Ao ler, fazemos isso o tempo todo: nosso cérebro “sabe”, por exemplo, que não precisa se deter na letra que vem após o “q”, pois certamente será “u”; ou que nem sempre é o caso de se fixar nos artigos, pois o gênero está definido pelo substantivo. Estratégias de antecipação: tornam possível prever o que ainda está por vir, com base em informações explícitas e em suposições. Se a linguagem não for muito rebuscada e o conteúdo não for muito novo, nem muito difícil, é possível eliminar letras em cada uma das palavras escritas em um texto, e até mesmo uma palavra a cada cinco outras, sem que a falta de informações prejudique a compreensão. Além de letras, sílabas e palavras, antecipamos significados. O gênero, o autor, o título e muitos outros índices nos informam o que é possível que encontremos em um texto. Assim, se formos ler uma história de Monteiro Lobato chamada “Viagem ao céu”, é previsível que encontraremos determinados personagens, certas palavras do campo da astronomia e que, certamente, alguma travessura acontecerá. Estratégias de inferência: permitem captar o que não está dito no texto de forma explícita. A inferência é aquilo que “lemos”, mas não está escrito. São adivinhações baseadas tanto em pistas dadas pelo próprio texto como em conhecimentos que o leitor possui. Às vezes essas inferências se confirmam, e às vezes não; de qualquer forma, não são adivinhações aleatórias. Além do significado, inferimos também palavras, sílabas ou letras. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser antecipada ou inferida em função do contexto: portadores, circunstâncias de aparição ou propriedades do texto. O contexto, na verdade, contribui decisivamente para a interpretação do texto e, com frequência, até mesmo para inferir a intenção do autor. Estratégias de verificação: tornam possível o controle da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as especulações realizadas. Esse tipo de checagem para confirmar – ou não – a compreensão é inerente à leitura. (BRASIL, 1999, p. 67)

De acordo com Solé (1998), o aluno, para desenvolver a habilidade de

leitura, juntamente com o professor, depende de uma série de estratégias, que

são os procedimentos realizados antes, durante e após a leitura e que facilitam

a compreensão dos textos. Portanto, estratégias são mecanismos utilizados

como ação facilitadora no ato da leitura, dando clareza e coerência ao

conteúdo. É importante ressaltar que essas estratégias variam em função dos

leitores, operações cognitivas e dos aspectos textuais, por exemplo, a estrutura

do texto, a organização interna do texto, o tipo e o gênero textual.

2.3 Modalidades de leitura: tipos e finalidade.

O aluno busca a compreensão do que tem de ler e para que ler. Não

basta o professor deixar a proposta aleatoriamente à compreensão, o que não

acontecerá, mas sim conduzir o leitor para a importância desta e sua

funcionalidade, dentro de seu contexto social. Para que o processo de ensino

aprendizagem se efetive de forma compreensiva e prazerosa, ao aluno, este

deve estar motivado, dentro de seus conhecimentos. A partir dessa concepção,

Solé (1998) afirma:

Aproveitar os conhecimentos que a criança já possui e que costumam envolver o reconhecimento global de algumas palavras – caso contrário, a primeira tarefa da escola será a de proporcionar oportunidades para esse conhecimento e outros que já mencionamos. Aproveitar e aumentar seus conhecimentos prévios em geral, para que possam utilizar o contexto e aventurar-se no significado de palavras desconhecidas. Utilizar integrada e simultaneamente todas essas estratégias em atividades que tenham sentido ao serem realizadas, só desta maneira e meninos e meninas poderão se beneficiar da instrução recebida. (1998, p. 62)

Como se pode observar, o papel do professor é de extrema importância,

nesse processo. Ele é quem deve planejar as atividades de leitura, de acordo

com as necessidades encontradas, em cada aluno, na sala de aula,

respeitando sua diversidade e os conhecimentos já adquiridos por eles,

podendo, então, aproveitar e oportunizar a criação de situações de

aprendizagens.

Dos apontamentos de Solé (1998), sobre as diferentes estratégias de

leitura, faz-se imprescindível mencionar alguns tipos de leitura realizada em

sala de aula que devem ser planejados pelo professor.

2.3.1 A leitura diária ou semanal

Nasce com a constituição da necessidade de ler regularmente, com

diferentes finalidades e informar a respeito de atualidades e temas relevantes

para a vida cidadã ou assuntos em desenvolvimento e estudo em aula. Trata-

se de instituir um dia fixo na semana, no qual se leia em determinado horário.

Os leitores podem ser tanto o professor quanto os alunos com tema socializado

e combinado previamente.

2.3.2 A leitura colaborativa

É uma atividade em que o professor lê um texto com a classe e, durante

a leitura, questiona os alunos com pistas e levanta questionamentos. Estuda o

texto coletivamente, por meio de estratégias de leitura que mobilizem, nos

alunos, capacidades de leitura necessárias para a construção da sua

proficiência. A ideia é que a explicitação dos modos de obter informação para

responder as perguntas torne observáveis as estratégias que cada um utiliza

para significar o texto, possibilitando a apropriação dessas estratégias por

quem ainda não as construiu.

2.3.3 A leitura programada

Na leitura programada, o professor subdivide o texto, para que seja lido

em partes. Promove as discussões coletivas, ensinando procedimentos de

recuperação da parte lida anteriormente.

2.3.4 Leitura feita pelo professor

Essa modalidade é a leitura recomendada, sobretudo, para as classes

de alunos não alfabetizados, como possibilidade de aprendizagem da

linguagem escrita, antes mesmos que tenham compreendido o sistema de

escrita. Possibilita aos alunos que não leem o contato com textos em que não

escolheriam de maneira independente; ajuda na ampliação do repertório oral e

escrito.

2.3.5 Leitura de escolha pessoal

Modalidade muitas vezes preferida pelos alunos, pois possibilita a

escolha de obras que contemplem suas preferências pessoais, permitindo que

o professor tenha uma referência do tipo de leitura que já é da competência

autônoma dos alunos.

2.3.6 Roda de leitura

Possibilitar a socialização das leituras realizadas de maneira

independente, com a finalidade de observar comportamentos leitores já

construídos pelos alunos e, ao mesmo tempo, ampliar seu repertório por meio

da explicitação dos comportamentos de todos. Os alunos têm a oportunidade

de expor suas impressões sobre o livro lido.

Pode-se observar que, para Solé (1998), o papel do educador, nesse

processo de ensino aprendizagem da leitura, surge como interventor dos

avanços inerentes ao processo de construção de conhecimento. Pois, no caso

da leitura, não basta oferecer apenas livros em quantidades. Professores e

alunos precisam estar juntos nesse processo que envolve redescobertas e

possibilidades e precisam perceber e sentir a verdadeira importância da leitura,

como elemento essencial para a vida.

2.4 Diversidades dos tipos e gêneros textuais

Atualmente, pode-se contar com grandes variedades de gêneros

textuais que circulam na sociedade. Baseado na proposta de Marcuschi (1995),

os estudos dos gêneros sempre conduzem estudiosos a descobrirem

mudanças, já que suas alterações estão relacionadas às transformações que

ocorrem na sociedade, levando em consideração os avanços tecnológicos.

Dessa maneira, o trabalho com gêneros textuais exige muito conhecimento do

professor, para poder proporcionar ao aluno o contato com tal diversidade e

que poderão servir de ferramenta para enfrentarem situações no processo de

ensino aprendizagem. Para Marcuschi (1995):

O estudo dos gêneros é uma área produtiva para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais. Em geral, os gêneros se desenvolvem de maneira dinâmica e novos surgem com o desmembramento de outros, como, a televisão, o rádio e a Internet. (1995, p 19).

Como se pode observar, os gêneros textuais circulam em toda

sociedade, dentro e fora do ambiente escolar, pois são instrumentos de

comunicação indispensáveis, tornaram-se formas interativas e reflexivas de

organização social e de produção de sentidos. Coloca-se em questão, em

relação a gêneros textuais, estabelecer com clareza as diferenças entre os

procedimentos a serem usados para escrever ou ler um texto ou outro, já que

as estratégias para a realização de um texto são distintas.

Para Marcuschi (2003), existem diversas sequencias tipológicas de

textos (injuntiva, descritiva, narrativa, argumentativa, expositiva) e também

diversos gêneros textuais ( carta, conto, receita, bula, manual de instruções,

resenha). Como o objetivo deste trabalho não é o de abordar com profundidade

os gêneros e as tipologias textuais, mas apenas o de apontá-los como mais

uma das estratégias para o ensino de leitura, será realizada a seguir uma breve

exposição sobre essa temática.

Para Jolibert (1994), a leitura é feita de acordo com a necessidade de

cada um. Para o autor supracitado, os textos apresentam características

diferentes e é necessária a utilização de procedimentos específicos para cada

um. De modo a propor um critério concreto e mais preciso, seguindo a linha de

pensamento do referido autor, será exposta uma classificação que identifica

alguns modelos de tipos e gêneros textuais.

2.4.1 Tipo de texto: Informativo

Alguns dos gêneros textuais informativos são os textos didáticos;

manuais técnicos; artigos e reportagens de revistas; jornais, convites e livros.

Figura 6: o carteiro

Fonte: http://blogs.educared.org

O texto informativo determina um tipo de texto que tem como principal

característica “saber fazer”, isso quer dizer que independente do gênero em

que esse tipo de texto está inserido, o texto informativo visa informar o seu

leitor e é colocado em cena em uma situação de comunicação, na qual o autor

do texto tem um saber que deve ser passado ao seu leitor. Para a produção de

um texto informativo, levam-se em conta algumas características precisas no

texto como: ater-se aos fatos; explicitar as fontes; ser objetivo; evitar

ambiguidades; evitar uso de gírias preferindo a linguagem formal, dentre

outros. Portanto, o texto Informativo tem como função transmitir explicações e

informações de caráter geral.

2.4.2 Tipo de texto: Literários

Alguns dos gêneros textuais Literários são: os contos; as poesias; as

canções; as histórias em quadrinhos e os gibis.

O texto para ser literário precisa ter uma elaboração especial ao referir-

se aos fatos presentes no texto. Para ser chamado de literário, o texto precisa

ter uma linguagem bem elaborada, e o universo descrito até então é

desconhecido do leitor, pois faz parte apenas do universo imaginário,

entretanto, sem perder sua interação com o mundo real, que ocorre por meio

de vários recursos, como: pontuação diferenciada, figuras de linguagem e

vocabulário bem selecionado para transmitir o que se pretende ao leitor.

Figura 7: Poema

Fonte: http://ibahia.com

Viajar pela leitura (Clarice Pacheco)

Viajar pela leitura

sem rumo, sem intenção. Só para viver a aventura

que é ter um livro nas mãos. É uma pena que só saiba disso

quem gosta de ler. Experimente!

Assim sem compromisso, você vai me entender. Mergulhe de cabeça

na imaginação!

Fonte: http://opensador.uol.com.br

2.4.3 Tipo de texto: Expositivo

Alguns dos gêneros textuais expositivos são: os livros escolares; artigos

científicos; biografias; resenhas; monografias.

O texto expositivo remete para a ideia de explicar um assunto, tema,

coisa, situação ou acontecimento, que se pretende desenvolver ou apresentar,

com o objetivo de informar, definir, explicar, aclarar, discutir, provar e

recomendar alguma coisa, recorrendo à razão e ao entendimento, por meio de

argumentos.

Independentemente da realização comunicativa, é possível encontrar

marcas distintivas na exposição oral e na exposição escrita. Na exposição oral,

a apresentação do assunto deve ser consequente e lógica, com articulação

apropriada de partes relevantes; e os argumentos apresentados devem ser

pertinentes e eficazes. Não só necessitam de possuir clareza e precisão, mas

têm de estar de acordo com o que se quer transmitir para que produzam efeito.

A exposição escrita surge, com frequência, sob as formas de texto informativo-

expositivo ou expositivo-argumentativo.

O informativo-expositivo tem por finalidade a transmissão de

informações e indicações que digam respeito a fatos concretos e referências

reais; o expositivo-argumentativo procura defender uma tese, apresentando

dados e observações que a confirmem. Deve expor com clareza e precisão as

razões que levam à defesa de uma opinião sobre o tema.

Figura 8: livros escolares

Fonte: http://brincandoeconstruindo.com.br

Diante do exposto, o gênero textual tem existência concreta expressa

em designações diversas, constituindo, em princípio, conjuntos abertos. São

formas textuais estabilizadas e socialmente situadas. Ao decorrer da vida, os

indivíduos se deparam com situações nas quais precisam saber como agir, em

diferentes âmbitos sociais. Isso significa que, através do conhecimento, é

desenvolvida uma competência, que torna possível ao aluno caracterizar os

gêneros textuais, no cotidiano. Seus estilos e funções, bem como seu plano

composicional. Seguindo essa linha de pensamento, para Koch (2008) é

desenvolvida com o conhecimento dos gêneros textuais, uma coerência no

fazer escrito ou nas interações face a face, isto é, que de acordo com as

situações vividas e com os conhecimentos passam a serem compreendidos.

Como em um velório, onde não se pode contar piadas, do mesmo modo que

não se pode defender uma tese numa mesa de bar.

Portanto, diante da fala dos autores, percebe-se que o trabalho com

gêneros textuais propicia, além do conhecimento, momentos de prazer e

criatividade, isto não só através do domínio dos elementos essenciais inerentes

a cada gênero, mas pela utilização da ludicidade, enquanto ferramenta e

metodologia facilitadora da aprendizagem, desta forma instigando o gosto pela

leitura.

CAPITULO III

ANÁLISE DE DADOS DA PESQUISA DE CAMPO

3 A METODOLOGIA

Este trabalho consistiu em pesquisa bibliográfica e questionário de

sondagem, entregue a 10 (dez) professores do ensino fundamental.

O questionário foi preparado com 10 (dez) questões dissertativas,

referentes às concepções de leitura que norteiam a prática-pedagógica dos

professores.

Participaram dessa pesquisa apenas profissional do sexo feminino, entre

28 e 42 anos, sendo que, das 10 (dez) professoras que responderam ao

questionário, apenas 2 (duas) estão concluindo a graduação do curso de

Pedagogia, 2 (duas) são graduadas em pedagogia, 4 (quatro) pós-graduadas

em educação especial e as outras 2 (duas) possuem formação em letras. O

tempo de atuação profissional na área entre as participantes da pesquisa varia

de 6 (seis) a 28 (vinte e oito) anos. As professoras escolhidas para responder

o questionário foram do 2º e 3º ano do ensino fundamental de três escolas

diferentes, sendo uma na cidade de Lins, uma em Guaiçara e uma em

Promissão.

Quanto ao questionário, a primeira pergunta aos professores foi “Qual

sua formação acadêmica”, a figura 9 ilustra as respostas obtidas. Duas

professoras que responderam ter apenas pedagogia, afirmaram que, no

próximo ano, devem começar uma pós-graduação de psicopedagogia, com

inintuito de ampliarem seus conhecimentos; as professoras que estão

concluindo o curso de pedagogia e já possuem magistério também irão fazer

pós-graduação; e as demais estão satisfeitas apenas com a graduação.

“O estudo nunca é demais, quando se escolhe a profissão que ama”. “O profissional deve estar atento aos novos conceitos. E para isso a

formação continuada é fundamental para nossa profissão”.

“O mundo em que vivemos é um mundo letrado, toda informação nova

que pudermos obter através de capacitações é muito bem vinda à nossa área”.

Figura 9- resposta da pergunta nº. 1

Fonte: gráfico elaborado pelas pesquisadoras

As mudanças e as inovações na área da educação acontecem

constantemente, o modo de ensino passou a não mais atender as

necessidades da sociedade. Busca-se, agora, uma educação que forme o

aluno por completo, intelectualmente e socialmente, ou seja, que leve em

consideração as novas tecnologias. Assim, para Libâneo (2001):

O professorado diante das novas realidades e da complexidade de saberes envolvidos presentemente na sua formação profissional precisaria de formação teórica mais aprofundada, capacidade operativa nas exigências da profissão, propósitos éticos para lidar com a diversidade cultural e a diferença, além, obviamente, da indispensável correção nos salários, nas condições de trabalho e de exercício profissional. (2001, p. 77)

A partir dessa afirmação, pode-se constatar que, para o profissional da

área da educação trabalhar com as singularidades de cada criança, deve estar

sempre à procura de meios para garantir que suas metodologias não fiquem

ultrapassadas, ou que seus conhecimentos não se ampliem. Pois, a cada dia, o

mundo lhe exige coisas novas e é somente buscando novas práticas que se

pode interiorizar e aperfeiçoar conhecimentos.

Para analisar o tempo de experiência prática de cada profissional

entrevistado, foi perguntado às professoras “qual o tempo de atuação

profissional”, obteve-se como respostas, de acordo com a Figura 10, de 6 (seis)

a 28 (vinte e oito) anos.

Figura10 - resposta da pergunta nº. 2 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

A experiência é construída a partir de contato prático com a realidade. O

trabalho do educador deve enfatizar, não somente saberes pedagógicos, pois o

mesmo, ao estar em contato com seus alunos, passa a ter contato, também,

com suas famílias e com suas diversidades sociais. Segundo Giesta (2001):

A bipolaridade apresentada pelo conceito de teoria e prática coloca sempre presentes os dois elementos fundamentais da ação humana: o pensamento, teoria que informa o conhecimento, a paixão, a experiência; e a ação, prática sem a qual não se dá o ato educativo. (2001, p. 76):

Portanto, à proporção que se vai construindo a prática pedagógica,

novos conhecimentos, novas experiências aliam-se a ela, desse modo, se

incorporando e se transformando em trabalho docente, em experiência

profissional. Partindo desses dados, foi questionado aos entrevistados “qual a

frequência com que eles trabalham a leitura com seus alunos”. Como resposta,

como se pode verificar na Figura 11, obteve-se que a maioria foi clara ao

responder que é necessário trabalhar a leitura diariamente. Uma professora

relatou que apenas três vezes na semana trabalha a leitura, por meio “da hora

do conto”, esse momento é reservado exclusivamente para essa prática.

“Optei em não fazer a leitura todos os dias para não ficar chato, foi uma

estratégia que usei e esta dando certo. Os alunos esperam ansiosos pelo

momento do conto, cobram-me a todo o momento”.

Figura 11 - resposta da pergunta nº. 3 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

Durante todo o trabalho, foi enfatizada qual a importância da leitura na

vida do cidadão e conclui-se que é fundamental, para a formação social,

intelectual e cognitiva da criança. De acordo com Sandroni e Machado (1998,

p. 15), “os livros aumentam muito o prazer de imaginar coisas. A partir de

histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar sua experiência

da vida real”.

A partir desses dados coletados, pode-se destacar que o contato diário

com os mais diversificados livros aumenta significamente o conhecimento da

criança. Ao ser perguntado aos professores sobre as “estratégias que mais

utilizam em sala de aula”, obteve-se como resposta, uma variedade de

estratégias, como se pode observar na Figura 12:das quais a que mais chamou

a atenção foi a leitura individual, que a maioria a considera uma estratégia já

um pouco ultrapassada, não levam mais em consideração se a criança

consegue realmente dominar a leitura, e sim se a mesma está compreendendo

o que está sendo transmitido.

Figura12 - resposta da pergunta nº. 4 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

Estratégias de leitura são ferramentas utilizadas por professores para

facilitar o processo ensino aprendizagem da leitura. São inúmeras as

estratégias utilizadas. Procurou-se demonstrar, de uma maneira simplificada,

as mais frequentes, hoje em dia. O professor exerce um papel de grande

importância, ao propiciar, não somente a aprendizagem em leitura, mas

também ao propor estratégias eficientes, que proporcionem a compreensão da

leitura. O processo de ensinar seria uma forma de possibilitar ao estudante

desenvolver estruturas conceituais e procedimentais que ajudem no seu

desempenho. A partir das estratégias, foi perguntado aos educadores “como

era a reação das crianças”, a partir das estrategias que eles mais utilizam. As

respostas encontram-se expostas na Figura 13.

Figura 13 - resposta da pergunta nº. 5 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

Como se pode verificar, apenas uma professora relatou que as crianças

estão focadas em tecnologias, não se preocupam muito com livros.

Quando levantada essa questão, foi surpresa a resposta de uma das

entrevistadas que afirmou que as crianças hoje estão desmotivadas, devido

aos avanços tecnologicos. Propos-se a essa mesma professora que

experimentasse estratégias diferenciadas das que está acostumada a

trabalhar. O restante das professoras relatou que seus alunos sentem muito

prazer quando estão em contato com a leitura, seja ela feita pelo professor ou

por eles mesmos.

“quando pensamos que já ouvimos de tudo, estamos enganados, a

imaginação das crianças vai muito além do que achamos. Não existe prazer

maior do que ve-lôs viajando em seus próprios pensamentos”.

Sem dúvida, a leitura proporciona momentos de prazer e satisfação, às

crianças. A partir dessas respostas, questiou-se, aos entrevistados “quais

gêneros textuais mais trabalham com os alunos”. A maioria não teve dúvidas

ao responder contos de fadas, como se pode verificar na Figura 14. Estes

afirmam que, na fase inicial da alfabetização é importante trabalhar com

histórias conhecidas, como “Chapeuzinho Vermelho e Os três porquinhos”.

Figura 14 - resposta da pergunta nº. 6 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

O ensino da leitura na escola pode ser de forma que os alunos possam

apropriar-se e usar diversos gêneros textuais.

Textos os diversificados textos é um excelente material, que deve ser

oferecido à criança, durante todo o processo de alfabetização.

A variedade é necessária para que a criança perceba os diferentes

objetivos de um texto escrito e seu uso no dia a dia, de acordo com nossas

necessidades e oportunidades. Pode-se perceber que o conto é um gênero

textual bastante usado com crianças nessa fase de alfabetização (2º ano).

Para que o trabalho com gêneros textuais seja realizado com eficácia, é

importante que o professor tenha o cuidado de escolher os textos a serem

lidos, considerando-se não apenas os gêneros a que pertencem, mas,

sobretudo, o seu conteúdo, em relação aos temas trabalhados. O objetivo é

que as crianças aprendam a ler e escrever, mas também aprendam, por meio

da leitura e da escrita, propor situações de leitura e produção de textos com

finalidades claras e diversificadas, enfocando os processos de interação e não

apenas as reflexões sobre aspectos formais. Para Bakhtin (2003):

Quanto melhor dominamos os gêneros tanto mais livremente os

empregamos, tanto mais plena e nitidamente descobrimos neles a

nossa individualidade (onde isso é possível e necessário), refletimos

de modo mais flexível e sutil a situação singular da comunicação; em

suma, realizamos de modo mais acabado o nosso livre projeto de

discurso. (2003, p. 285)

Segundo o autor, é necessário o contato com diversos gêneros textuais,

para melhor conhecimento de mundo. Faz-se necessário, atualmente,

familiarizar-se com as diversidades textuais, para saber como reagir, perante

todas as situações impostas pela sociedade.

Ainda perguntou-se aos profissionais se “costuma incentivar a leitura

fora do ambiente escolar”. A maioria dos entrevistados afirmou, como se pode

observar na Figura 15, que, pelo menos uma vez na semana, proporcionam

aos alunos um momento no qual possam adquirir livros emprestados da

biblioteca da escola, para levarem para casa. Afirmaram, também, que não é

uma “leitura obrigatória”, mas que utilizam estratégias para que todos realizem

a leitura.

Figura 15 - resposta da pergunta nº. 7 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

É importante que os professores incentivem seus alunos a frequentarem

bibliotecas, seja na escola ou não, e a levarem livros e realizarem leituras em

casa, no período contrário da escola, contribuindo para que esses pequenos

cidadãos tornem-se leitores assíduos. Como a escola tem o principal papel,

nesse processo de ensino aprendizagem do aluno, foi perguntado aos

entrevistados sobre projetos de leitura desenvolvidos pela escola. Como a

maioria das profissionais pertence a uma mesma escola, obteve-se a resposta

de maior quantidade para o mesmo projeto, apenas uma entrevistada disse

que a escola não desenvolveu nenhum trabalho relacionado a leitura, como se

pode verificar na Figura 16.

Figura 16 - resposta da pergunta nº. 8 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

Os projetos realizados nas escolas podem ser de vários tipos, como:

roda de leitura, teatro, contação de histórias, dentre outros. Porém, todos os

tipos com a mesma finalidade: formar leitores competentes. Os entrevistados

relataram que os projetos trazem: maior interesse dos alunos pela leitura;

aumento na quantidade de leitura realizada pelos alunos por meio do rodízio;

troca de informações entre os alunos sobre os livros lidos; melhoria na

qualidade de interpretação por parte dos alunos e aumento da família no

processo ensino aprendizagem.

Após falarem sobre os projetos, os professores foram questionados a

respeito de dificuldades de aprendizagem. Perguntou-se a eles o que fazem

quando descobrem alunos com esse perfil. Pode-se verificar as respostas

fornecidas, na Figura 17.

Figura 17 - resposta da pergunta nº. 9 dos professores

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

Quando levantada essa pergunta, a maioria dos professores, como se

pode observar no gráfico, afirma dar atenção individual ao aluno que apresenta

dificuldade e mudar as estratégias utilizadas com as outras crianças, buscando

adaptar conteúdos a suas necessidades. Outra parte dos entrevistados relatou

existirem salas de Atendimento Educacional Especializado (A.E.E) na escola,

para as quais são encaminhados alunos com alguma dificuldade agravante,

para que seja realizada uma avaliação e, caso se faça necessário, este

começa a fazer parte da sala de recurso. O restante dos entrevistados afirmou

que muda as estatégias, porém em grupos.

Para finalizar a pesquisa realizada com os profissionais, foram

perguntadas quais as principais habilidades que os alunos desenvolvem depois

que se tornam leitor. As respostas para essa questão podem ser observadas

na Figura 18.

Figura 18 - resposta da pergunta nº. 10 dos professores

40%

40%

20%

10 - Em sua opinião, quais as principais habilidades que o aluno quando leitor desenvolve?

Compreensão das atividadespropostas

Melhora do vocabulário oral eescrito

Desenvolvimento da criatividade

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras

A leitura é um processo de contínuo aprendizado, desenvolve o espírito

crítico e é fonte inesgotável de temas, para melhor compreender a si e ao

mundo. Alguém acostumado a ler sabe onde buscar respostas para suas

dúvidas e como se atualizar. O ato de interpretar as atividades propostas ajuda

a formar seres pensantes, preparados para a vida. A partir da pesquisa

realizada com os profissionais, pode-se afirmar que o hábito da

leitura desenvolve diversas aptidões, como: ampliação do conhecimento das

palavras e da estrutura da língua; aprimoramento no uso de estratégias de

leitura; desenvolvimento da criatividade; fluência na leitura; prazer e

informação; construção de conhecimento; antecipação de conteúdos;

descoberta das convenções da escrita e das características estruturais de um

texto; Desenvolvimento da autorreflexão; estabelecimento de relações entre

vários textos.

A partir das respostas obtidas, pode-se afirmar que os profissionais

reconhecem a importância da leitura, na vida do ser humano, e preocupam-se

com o fato de os alunos tornarem-se leitores competentes, prontos para a vida

na sociedade, para isso o desenvolvimento da leitura depende de um contato

contínuo com diversos tipos textuais.

CONCLUSÃO

A partir da realização desse Trabalho de Conclusão de Curso, pode-se

constatar a importância de se refletir sobre as questões relacionadas à leitura.

O processo ensino aprendizagem da leitura percorre um longo caminho, pois

vai muito além do que uma simples decodificação de códigos e sim

compreensão e interpretação do texto lido. Constatou-se que a leitura é

responsável pela formação crítica e independente do cidadão, seja no aspecto

cognitivo ou social, proporciona uma base de conhecimentos que darão os

fundamentos para o aluno poder pensar com mais clareza e ter facilidade de

expressão. Constrói referencial, que, por sua vez, auxiliam a assimilar o

conhecimento mais facilmente. O desconhecimento sobre a importância e a

necessidade da leitura torna-se um entrave no processo de desenvolvimento

do aluno, uma vez que ele não a vê como algo prazeroso, não se sente

motivado a ler diariamente e espontaneamente.

Na pesquisa realizada com as professoras pode-se observar que, hoje, a

maioria das escolas tem plena consciência da importância de trabalhar com a

diversidade de estratégias de leitura. Proporcionar momentos direcionados a

leitura, instigar e provocar os alunos a serem leitores assíduos, com total

compreensão das atividades propostas são o que o professores vem

batalhando todos os dias, nas salas de aula.

A relação de confiança entre professor e aluno é de extrema

importância, nesse processo ensino aprendizagem, pois se constitui como um

estímulo, para que o aluno possa perceber-se como cidadão e como ser social.

Por sua vez, o professor precisa reconhecer e valorizar a diversidade cultural

de seus alunos, superar discriminações, trabalhar a autoestima cumprindo

assim uma tarefa essencial para a promoção da cidadania. Devem levar em

consideração que a ação educativa, em relação à leitura, deve-se utilizar de

estratégias eficientes, por meios que solidifiquem essa aprendizagem.

Por isso, constata-se o desafio dos professores para explorar desse

mecanismo de ensino-aprendizagem, favorecendo que o hábito de ler não seja

apenas obrigatório ou de cumprimento de regras, mas seja um ato espontâneo

e livre, a ler conscientemente, para que a leitura seja um fator transformador

em sua vida pessoal e em seu meio. Dessa forma, o contato sistêmico da

criança com variados gêneros textual, bem como com uma proposta

pedagógica que considere o contexto social da criança como um momento de

construção de habilidades e estratégias, possibilitará avanços positivos no

processo de desenvolvimento da leitura.

Portanto, pode-se concluir que, quanto mais cedo for introduzido o

incentivo da leitura para os alunos e quanto mais atividades com estratégias

facilitadoras, nesse processo, forem oferecidas, menor será o fracasso em

salas de aula, uma vez que, para se tornar uma realidade, em nossa

sociedade, e para que a leitura se torne um hábito, para os alunos, é preciso

dedicação e comprometimento de todos os envolvidos nesse processo.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Ática, 2003. CARVALHO, M. A. F. Prática de leitura e escrita. Brasília: Ministério da educação, 2006. CONCEIÇÃO, A. Um Breve Histórico da Alfabetização e Letramento no

Brasil. acessado em 10 de julho de 2013 às 14h 42min. Disponível em: < http:

//educandoeconversando.blogspot.com.br/2011/03/um-breve-historico-da-

alfabetizacao-e.html>

CUNHA, A. E. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e Saber na prática pedagógica Rio de Janeiro: Wak 2008. FERREIRO, E. TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Tradução de

Diana Myriam Lichtenstein et al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1992. GIESTA, N. C. Cotidiano escolar e formação reflexiva do professor: moda ou valorização do saber docente. Araraquara: JM Editora, 2001. JOLIBERT, J. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. KOCH, I.V. Ler e Compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2008. LIBÂNEO, J. C. Organização da Escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001. MARCUSCHI, L. A. Contextualização explicitude na fala e na escrita. São Paulo: Ática, 1995.

______. Gêneros textuais e ensino: definição e funcionalidade In: BEZARRA, M.A. et.al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. MENEGASSI, R. J. Compreensão e interpretação, processo de leitura, noções básicas do professor. Maringá: Revista UNIMAR, 1995. MORTATTI, M. R. L. Os Sentidos da Alfabetização: São Paulo-1876-1994. São Paulo: Unesp, 2000. ORLANDI, E. P. Discurso & Leitura. São Paulo: Cortez, 2003.

SILVA, E.T Da. O Ato de Ler. São Paulo: Cortez, 1987. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:

Autêntica, 1998.

______. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003.

SOLÉ, Isabel, Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

APÊNDICES

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES

Eu, Beatriz Bertolucci Pereira RG: 48.852.275-4 e Eu Rafaela Fernanda Pires

Martinez dos Santos RG: 40.046.048-8 alunas do Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium do curso Pedagogia solicitamos por meio deste solicitar que

participem da nossa pesquisa de campo para a realização do nosso trabalho

de conclusão de curso (TCC), que tem como Título “O processo ensino

aprendizagem de leitura com alunos do 2º ano do ensino fundamental”. Favor

responder as questões abaixo justificando as respostas, pois são de extrema

importância para a realização da pesquisa.

Desde já agradecemos a sua colaboração.

_______________________ e _____________________________________

Beatriz Bertolucci Pereira Rafaela Fernanda Pires Martinez dos Santos

QUESTIONÁRIO

1 - Qual sua formação acadêmica?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 - Há quanto tempo atua como professor (a)?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 - Com qual frequência trabalha a leitura com os alunos em sala de aula?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 - Quais estratégias de leitura costuma trabalhar para estimular o interesse dos alunos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 - Como as crianças reagem aos estímulos da leitura?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 - Quais gêneros textuais mais utilizam em sala de aula para incentivar a

leitura nos alunos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 - Costuma incentivar a leitura fora do ambiente escolar? Como?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8 - A escola em que atua desenvolveu algum projeto de leitura este ano? Qual?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9 - Quando descobre que algum aluno apresenta dificuldades de leitura qual

estratégia costuma utilizar?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

10- Em sua opinião, quais as principais habilidades que o aluno quando leitor

desenvolve?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

APÊNDICE B

TABELAS

Tabela 1: Resposta da pergunta nº 1 do questionário feito aos professores

1 - Qual sua formação acadêmica?

Respostas Quantidades Porcentagem

Pós-graduada 4 40%

Graduada em Pedagogia 2 20%

Graduada em letras 2 20%

Concluindo licenciatura em

Pedagogia

2 20%

Tabela 2: Resposta da pergunta nº 2 do questionário feito aos professores

2 - Há quanto tempo atua como professor (a)?

Respostas Quantidades Porcentagem

Menos de 10 anos 3 30%

Mais de 10 anos 4 40%

Mais de 20 anos 3 30%

Tabela 3: Resposta da pergunta nº 3 do questionário feito aos professores 3 - Com qual frequência trabalha a leitura com os alunos em sala de aula?

Respostas Quantidades Porcentagem

Diariamente 9 90%

Três vezes na semana 1 10%

Tabela 4: Resposta da pergunta nº 4 do questionário feito aos professores

4 - Quais estratégias de leitura costuma trabalhar para estimular o interesse dos alunos?

Respostas Quantidades Porcentagem

Leitura Individual 1 10%

Leitura em grupos 3 30%

Interpretação através de

desenhos

2 20%

Leitura feita pelo

professor

4 40%

Tabela 5: Resposta da pergunta nº 5 do questionário feito aos professores

5 - Como as crianças reagem aos estímulos da leitura?

Respostas Quantidades Porcentagem

Com prazer 9 90%

Desinteressados 1 10%

Tabela 6: Resposta da pergunta nº 6 do questionário feito aos professores 6 - Quais gêneros textuais mais utilizam em sala de aula para incentivar a leitura nos alunos?

Respostas Quantidades Porcentagem

Contos 6 60%

História em quadrinhos 2 20%

Canções 1 10%

Livros didáticos 1 10%

Tabela 7: Resposta da pergunta nº 7 do questionário feito aos professores

7 - Costuma incentivar a leitura fora do ambiente escolar? Como?

Respostas Quantidades Porcentagem

Sim, emprestando livros 7 70%

Sim, cadernos de leitura 2 20%

Sim, com tarefas

diversificadas

1 10%

Tabela 8: Resposta da pergunta nº 8 do questionário feito aos professores

8 - A escola em que atua desenvolveu algum projeto de leitura este ano? Qual?

Respostas Quantidades Porcentagem

Sim “Oque estou lendo” 5 50%

Sim, “A biblioteca” 3 30%

Sim, João e Maria” 1 10%

Não 1 10%

Tabela 9: Resposta da pergunta nº 9 do questionário feito aos professores

9 - Quando descobre que algum aluno apresenta dificuldades de leitura qual estratégia

costuma utilizar?

Respostas Quantidades Porcentagem

Atenção individual 4 40%

Encaminha A.E.E 2 20%

Mudança de estratégias 4 40%

Tabela 10: Resposta da pergunta nº 10 do questionário feito aos professores

10- Em sua opinião, quais as principais habilidades que o aluno quando leitor desenvolve?

Respostas Quantidades Porcentagem

Compreensão das

atividades

4 40%

Melhora o vocabulário

oral e escrito

4 40%

Desenvolve a

criatividade

2 20%