Etrs e Alterações Hidrotermais

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  • 8/16/2019 Etrs e Alterações Hidrotermais

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    ELEMENTOS TERRAS RARAS E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE DEPOSITOSHIDROTERMAIS

    Os elementos em terras raras (ETRs) são os mais úteis de todos elementos traços e seus estudos

    têm importantes aplicações na petrologia ígnea, sedimentar e metamórfica, pois são excelentes

    indicadores de processos geológicos. As terras raras (TR) ou lantanídios são um grupo de IS

    elementos (Lantânio, Cério, Praseodímio, Neodímio, Prornécio, Samário, Európio, Gadolínio,

    Térbio, Disprósio, Hólmio, Érbio, Túlio, Itérbio e Lutécio) com números atômicos variando de

    57 (La) a 71 (Lu). Dentro do grupo dos ETRs encontra-se o elemento Promécio (Pm), que devido

    a sua rápida desintegração de seus isótopos normalmente não ocorre na natureza e, portanto, tantovários autores como neste trabalho, não é considerado como um ETR. Usualmente os elementos

    de baixo número atômico da série são denominados ETRs leves, e aqueles com os números

    atômicos maiores, os ETRs pesados, e os membros intermediários. Alguns autores tem uma

    classificação intermediaria para os ETRs, incluindo o Sm ao Ho.

    As concentrações das rochas são geralmente normalizadas para um padrão de referência comum,

    normalmente compreendendo valores para meteoritos condríticos. Atualmente existem quatro

    normalizadores para os ETRS: NASC (North American Shale Composite), ES (European

    Paleozoic Shale Composite, PASS (Post-Archean Australian Shale) e YSAB (Younger Sediments

    in the Angola Basin). O objetivo desses padrões é eliminar a variação de abundância entre

    elementos de números atômicos par ou ímpar e permitir a identificação de qualquer fracionamento

    dos ETRs relativo aos meteoritos condríticos. Também é importante a normalização no momento

    de produzir diagramas de composição-abundancia, já que sem uma correta normalização o

    diagrama ficaria um padrão de distribuição em zig-zag.

    Os ETRs têm direta relação com a mineralogia das rochas, cristalização dos magmas e os

     processos hidrotermais posteriores que geraram e alteraram essas rochas. Eles podem se encontrarem inclusões de apatito, zircônio, allanita, e outros minerais acessórios. Por outro lado, minerais

    como feldspato, biotita, e apatito geralmente tendem a concentrar os LREE (terras raras leves),

    enquanto que os piroxênios, anfibólios e granadas, comumente concentram as HREE (terras raras

     pesadas). As composições de fluidos com ETR de soluções magmáticas primarias estão

    relacionados com a composição e propriedades físicas do magma de cristalização, que controla o

     particionamento dos REE para os fluidos em evolução, onde, fluidos hidrotermais derivados de

    um magma em cristalização ou produzidos por lixiviação das rochas em sistemas hidrotermais

    geralmente carregam teores baixos de ETR. A medida que o processo hidrotermal avança desde

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    os primeiros estágios, os ETRs tendem a aumentar com a diminuição das condições de pH, assim

    como também, eH, P y T.

    A mobilidade dos ETRs dentro do complexo hidrotermal está altamente ligada a fatores físico-

    químicos que levam aos elementos, que são primeiramente pensados em ser imóveis, gerar certa

    mobilidade no processo hidrotermal. O fator mais importante na hora de mobilizá-los são as

    soluções aquosas como complexos de Cl-, SO42-, CO32-. Estas soluções podem gerar um aumento

    ou esgotamento de ETRs. O segundo fator mais importante para mobilização de elementos em

    terras raras é associado à relação fluido-rocha durante o processo hidrotermal, já que os ETRs

     podem ser lixiviados, transportados e re-depositados num estágio mais avançado do processo

    hidrotermal. Os ETRs apresentam baixa ou alta mobilidade de acordo com o tipo de alteração

     produzida em os diferentes estágios magmáticos  –   hidrotermais, por exemplo, nos estágios

    iniciais de cristalização do magma e separação de fluidos hidrotermais, temos baixa mobilidadeassociada a alterações do tipo K-feldspatização, albitização, biotitização e cloritização e, por outro

    lado, quando os complexo hidrotermal avança, se gera uma mobilidade maior de elementos,

    associados a alterações de tipo sericitização, argilização, turmalinização, epidotização,

    silicificação e cloritização. Isto é, devido à maior interação fluido-rocha, mudanças nas condições

    de P-T, Ph e eH, os quais ajudam aos ETRs a serem transportados.