Upload
manuel-guilherme
View
21
Download
3
Embed Size (px)
Citation preview
CONTEDO
AOS LEITORES 2
XLIII OLIMPADA INTERNACIONAL DE MATEMTICA 3Enunciados, Solues e Resultado Brasileiro
XVII OLIMPADA IBEROAMERICANA DE MATEMTICA 15Enunciados, Solues e Resultado Brasileiro
ARTIGOS
A FRMULA DE CARDANO ALM DAS CBICAS 24Jos Cloves Verde Saraiva, So Luis - MA
RECIPROCIDADE QUADRTICA 27Carlos Gustavo T. de A. Moreira & Nicolau Coro Saldanha, Rio de Janeiro - RJ
APLICAES DE PLANOS PROJETIVOS EM TEORIA DOS NMEROS E COMBINATRIA 31Carlos Yuzo Shine, So Paulo - SP
OLIMPADAS AO REDOR DO MUNDO 43
SOLUES DE PROBLEMAS PROPOSTOS 54
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
COORDENADORES REGIONAIS 61
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
2
AOS LEITORES
Chegamos a esta ltima edio do ano 2002 muito contentes com odesempenho olmpico do Brasil: Pelo segundo ano consecutivo todos os integrantesda equipe brasileira ganharam medalha na Olimpada Internacional de Matemtica, ealm disso tivemos excelentes resultados na Olimpada de Matemtica do Cone Sul ena Olimpada Iberoamericana de Matemtica, onde ganhamos a maioria dasmedalhas de ouro em disputa. Publicamos aqui as solues dos problemas da IMO eda Ibero, sendo a maioria delas dos membros das equipes brasileiras.
Agradecemos mais uma vez a crescente colaborao dos leitores, enviandoproblemas propostos e solues, e pedindo que publiquemos solues de problemasde vrias fontes, como das Olimpadas ao Redor do Mundo.
Esse intercmbio fundamental para ns, e ajuda a manter a revista Eureka!viva e interessante.
Abraos e feliz 2003 para todos!
Os editores.
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
3
XLIII OLIMPADA INTERNACIONAL DE MATEMTICAEnunciados, Solues e Resultado Brasileiro
A XLIII Olimpada Internacional de Matemtica foi realizada na cidade deGlasgow, Reino Unido no perodo de 18 a 31 de julho de 2002.
A equipe brasileira foi liderada pelos professores Edmilson Motta (SoPaulo SP) e Ralph Costa Teixeira (Niteri RJ).
O Resultado da Equipe Brasileira
BRA 1 Alex Corra Abreu BronzeBRA 2 Larissa Cavalcante Queiroz de Lima PrataBRA 3 Guilherme Issao Camarinha Fujiwara BronzeBRA 4 Yuri Gomes Lima BronzeBRA 5 Davi Mximo Alexandrino Nogueira BronzeBRA 6 Thiago da Silva Sobral Bronze
PRIMEIRO DIADURAO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 1Seja n um inteiro positivo. Seja T o conjunto de pontos (x; y) no plano onde x e y sointeiros no negativos e x + y < n. Cada ponto de T pintado de vermelho ou azul.Se um ponto (x; y) vermelho, ento todos os pontos (x'; y') com x' x e y' ytambm so. Um conjunto X um conjunto de n pontos azuis com abcissas todasdistintas, e um conjunto Y um conjunto de n pontos azuis com ordenadas todasdistintas. Prove que o nmero de conjuntos X igual ao nmero de conjuntos Y.SOLUO DE GUILHERME FUJIWARA (SO PAULO SP)Primeiramente, seja x(i) o nmero de pontos azuis cuja ordenada i, e y(i) o nmerode pontos azuis de abscissa i.
Veja que o nmero de X-conjuntos
=
1
0)(
n
i
iy , e o nmero de Y-conjuntos
=
1
0)(
n
i
ix .
Para provar que o nmero de X-conjuntos igual ao nmero de Y-conjuntos, suficiente provar que os nmeros x(0), x(1), x(2),...,x(n 1) so uma permutao dosnmeros y(0), y(1), y(2),..., y(n 1). Provaremos este lema por induo no n.Se n = 1, temos que x(0) = y(0) = 1 ou 0 dependendo se (0; 0) azul ou no.Suponhamos que o lema verdadeiro para n < k, provaremos para n = k.Vamos olhar para a ltima diagonal de T (reta x + y = k 1):Se nela no houver pontos vermelhos, ento tome T' como os conjuntos de pontos de
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
4
T que no esto na ltima diagonal. Temos que o lema vale para os x'(i) e y'(i) de T',e como x(i) = x'(i) + 1 e y(i) = y'(i) + 1, ento x'(a) = y'(b) x(a) = y(b), e almdisso x(k 1) = y(k 1) = 1, portanto o lema vale para T (vide fig. 1).
Y (ordenada)
X (abscissa)S pontos azuis na reta y + x = k 1
Fig. 1
Se nela houver algum ponto vermelho, digamos (a; k 1 a), ento aplicamos ahiptese de induo nos dois conjuntos T' formados acima e direita de T, que somenores que T, e assim demonstramos o lema para T (vide fig. 2).Provamos ento o nosso lema e, como j foi visto anteriormente, segue o que pedido no enunciado.
Y (ordenada)
X (abscissa)
2 conjuntos T' menores que T, noqual aplicamos a hiptese deinduo.
Fig. 2
PROBLEMA 2
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
5
Seja BC um dimetro do crculo de centro O. Seja A um ponto de tal que.1200 00
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
6
(pois ))(|)( xPxQ mas +== + 1)(1),1()),(( 12 nmnmnn xxxQxxmdcxxQmdcpor raciocnio anlogo ao anterior, ).(121 Imnnnm ++Agora, como 1)0( =Q , 101)1(
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
7
Prova:De fato, sendo ikd +1 o (k + 1 i)-simo divisor de n, temos ikd ik ++ 11 , esegue o resultado pelo lema.Pelo corolrio,
221
1
2
1
1
213221
111
11
111
12211
nk
njjn
jjnnn
kn
kn
kn
knddddddD
k
j
k
jkk
++=+++=
Veja ento que 22
nDp
n
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
8
Se ,0)0( f ento 21)0( =f e = xxf ,
21)( (o que uma soluo).
Suponha ento 0)0( =f[ ] )()()()(; 222 yxfxyxyfyfxfxtyz ++=+
[ ] 22222 )()()(2)()()()( yfyfxfxfyxfyfxf ++=+=+)()())(2))((2(; xyxyfxyxyfyfxfytxz ++=
)2()()(4 xyfyfxf =)00()0())0()())(0()((0, ++=++ fxyffyffxfzt
)()()( xyfyfxf = f multiplicativa.)2()(4 xyfxyf =
)()())()())(()((; tzxyfzyxtfyftfzfxfytty ++=++)()()()( ztxyfzyxtftzxyfzyxtf ++=++
Suponhamos que f no seja identicamente nula (note que f(x) 0 uma soluo).Suponha 0)(
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
9
= nnnf ,)( 2 .como );()( nfnf = temos = zzzf ,)( 2 .Tome r ; 0,,;1),(, == qqpqpmdc
qp
r
22
2)()(
)()()1()(1)()( r
qp
qfpf
qffpf
qfpf
qpfrf ====
=
=
= rrrf ,)( 2 .)()()(2))()(( 22 rrxfrrxfrfrfxf ++=+
)()()(2)()(2 222 rxrfrrxfrfrfxf ++=+)()(2)(2 224 rxrfrxrfrxrf ++=+ x ,
.,),()(2)(2 224 ++=+ ryryfryfryfrSuponha que ry, tais que 0y , r > 0 e
)()( 2 yfryf + fy crescente em +.Vamos mostrar que f contnua em +: note que se y, r 0, f(y +r2) f(y) =
),)(2())()(2)(()()()()(2)( 2222 ryfrrfyfrfyfrfrfyfyf +=+=++se r . Assim, dado 0> , para 0r suficientemente pequeno, temos
.)()( 20
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
10
1) 0>Temos que 00 >r tal que
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
11
suficiente, portanto, provar que 4
)1(1
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
12
Hummmm... quase! De fato, este resultado j assintoticamente equivalente aodesejado. Apesar de que conseguir um n 1 no lugar daquele n a parte difcil desteproblema, voc vai perceber que se trata apenas de ir adaptando esta primeira idia.
Intuitivamente, o que acabamos de fazer foi girar uma reta 180o em torno de cadaponto Oi, sabendo que neste percurso ela cortar todas as outras circunferncias, masnunca duas ao mesmo tempo. Para melhorar a estimativa, precisamos encontrar umaforma de girar menos que 180o e, ainda assim, encontrar todas as demaiscircunferncias. Isto no possvel para todos os Oi, mas podemos faz-lo com osmais afastados.
Mais precisamente, nossa idia trabalhar com o fecho convexo do conjunto {O1,O2, ..., On}, ou seja, o menor conjunto convexo que contm {O1, O2, ..., On}. Semperda de generalidade, podemos supor que esse fecho convexo o polgonoO1O2O3... Om )( nm . Desta forma, os pontos Om+1, Om+2, ..., On so interiores aopolgono.Vamos separar a soma
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
13
distncia de O1 a r maior que 2. Isto significa que a bissetriz de P1O2O1 exterior
a 1, do que conclumos que 2)( 121
12OOPm
Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N15, 2002
14
Para concluir, seja Oi um ponto interior ao polgono, ou seja, i > m. J provamos adesigualdade (1): 24
1
ijnj
ij .
Somando essas desigualdades para todos os pontos Oi interiores temos