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AES ELETROPAULO Ampliação da Capacidade de Transformação da ETD Gomes Cardim, no Município de São Paulo, SP Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) Julho de 2016

EVA ETD Gomes Cardim Rev Final - prefeitura.sp.gov.br · os acessórios, serão transportados para unidade de serviços da AES Eletropaulo, onde serão disponibilizados para aplicação

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  • AES ELETROPAULO Ampliao da Capacidade de Transformao da ETD Gomes Cardim, no Municpio de So Paulo, SP Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) Julho de 2016

  • Ampliao da Capacidade de Transformao da ETD Gomes Cardim, no Municpio de So Paulo, SP Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) Julho de 2016

    NDICE 1.0 Apresentao 1

    1.1 Dados do Empreendedor 1 1.2 Localizao 2 1.3 Justificativa do Empreendimento 3

    2.0 Caracterizao do Empreendimento 3

    2.1 Equipamentos e Instalaes 4 2.2 Principais Procedimentos Executivos 4 2.3 Principais Quantitativos 6 2.4 Cronograma 8 2.5 Investimentos 8

    3.0 Alternativas Tcnicas e Locacionais 8 4.0 Definio da rea de Influncia do Empreendimento 9 5.0 Diagnstico Ambiental 9

    5.1 Meio Fsico 10 5.1.1 Geologia e Geomorfologia 10 5.1.2 Recursos Hdricos 12

    5.1.2.1 Recursos Hdricos Subterrneos 18 5.1.3 Qualidade do Ar 20 5.1.4 Passivos Ambientais 30

    5.2 Meio Bitico 31 5.2.1 Cobertura Vegetal 31

    5.2.1.1 Cobertura Vegetal no Contexto Regional 31 5.2.1.2 Cobertura Vegetal nas reas de Interveno e de Influncia 32

    5.2.2 reas Legalmente Protegidas 32 5.3 Meio Socioeconmico 33

    5.3.1 Perfil Regional Demogrfico, Social e Econmico 35 5.3.2 Infraestrutura Fsica e Social 44 5.3.3 Zoneamento do Uso e Ocupao do Solo 53 5.3.4 Rudo 59

    5.3.4.1 Simulao Computacional 62 5.3.5 Campos Eletromagnticos 63

  • 5.3.6 Patrimnio Cultural e Arqueolgico 64 6.0 Avaliao Preliminar de Impacto Ambiental 66

    6.1 Referencial Metodolgico Geral 66 6.2 Identificao de Aes de Impactantes 67 6.3 Identificao de Impactos Potencialmente Decorrentes 71

    7.0 Medidas Mitigadoras Propostas 82 8.0 Concluses 89 9.0 Referncias Bibliogrficas 91 10.0 Equipe Tcnica 94 ANEXOS Anexo 1 Mapa de Localizao do Empreendimento Anexo 2 Delimitao das reas de Influncia do Empreendimento. Anexo 3 Documentos de Propriedade Anexo 4 Registro Fotogrfico Anexo 5 Mapa de Unidades Litolgicas Anexo 6 Mapas de Unidades de Relevo Anexo 7 Mapa de Classes de Processos Geotcnico. Anexo 8 Mapa dos Recursos Hdricos Superficial Anexo 9 Mapa de Classes de Uso do Solo na rea de Influencia do

    Empreendimento. Anexo 10 Estudo Acstico Anexo 11 Relatrio de Medio de Campo Eletromagntico Anexo 12 Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART) dos Responsveis pelo

    Presente EVA

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    1.0 Apresentao O objeto de licenciamento do presente Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA) a ampliao da capacidade de transformao da Subestao Transformadora de Distribuio (ETD) Gomes Cardim, operada pela AES Eletropaulo, localizada no bairro Tatuap, no municpio de So Paulo SP. O presente EVA visa subsidiar a obteno da Licena Ambiental de Instalao (LAI) junto ao Departamento de Controle de Qualidade Ambiental (DECONT), da Secretaria Ambiental do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de So Paulo, para as obras em referncia e apresenta informaes e documentos visando atender s exigncias e orientaes inerentes ao processo de licenciamento ambiental. Nesse sentido, o presente documento contempla um diagnstico da rea de influncia, avaliao da viabilidade ambiental, identificao dos impactos associados ampliao da capacidade transformadora da ETD, e proposio de medidas necessrias para a mitigao desses impactos. As obras de ampliao da capacidade de transformao sero realizadas em apenas uma etapa e consistem basicamente na substituio de todos os transformadores em operao por novas unidades de 32/40 MVA, representando um aumento da capacidade total instalada para 80 MVA. As atividades previstas no implicaro em alteraes na necessidade de recapacitao no Ramal ou na Linha de Subtransmisso que alimentam atualmente esta subestao. Alm disso, todas as intervenes sero realizadas no interior do terreno da AES, dentro da pegada existente da Subestao, sem necessidade de supresso de vegetao. 1.1 Dados do Empreendedor AES Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de So Paulo S/A CNPJ: 61.695.227/0001-93 Inscrio Estadual: 108.317.078.118 Av. Marcos Penteado de Ulha Rodrigues, 939 Torre Jatob - Tambor Barueri - SP CEP: 06460-040 Telefone: (0xx11) 2195-2389 / Fax: (0xx11) 2195-5842 Contato: Felipe de Gouveia Miraldo Samelo E-mail: [email protected]

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    Empresa Consultora Responsvel pelo Estudo Ambiental: JGP Consultoria e Participaes Ltda. Rua Amrico Brasiliense, 615 - Chcara Santo Antnio - So Paulo - SP CEP 04715-003 Telefone: (0xx11) 5546-0733 / Fax: (0xx11) 5546-0733 Contato: Juan Piazza E-mail: [email protected] 1.2 Localizao A Subestao Transformadora de Distribuio (ETD) Gomes Cardim se localiza na Av. Francisco Marengo, 1339 - Tatuap, no municpio de So Paulo / SP. A Figura 1.2.a apresenta a localizao da ETD Gomes Cardim em relao s principais ruas e avenidas do entorno. Figura 1.2.a Localizao da ETD Gomes Cardim em relao ao Sistema Virio do Entorno

    Fonte : Imagem de Satlite (Goolge Earth, 2016) O Anexo 1 apresenta o Mapa de Localizao do Empreendimento. A ETD Gomes Cardim ocupa um terreno de aproximadamente 3.900 m, com entrada na Rua Avenida Francisco Marengo (23K 341051 / 7394902, Datum WGS84), sendo delimitado ao norte pela Rua Santa Gertrudes e ao sul por ocupao residencial. A leste, o terreno faz divisa com o Colgio Santo Antonio de Lisboa.

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    1.3 Justificativa do Empreendimento A regio Metropolitana da grande So Paulo est em constante expanso econmica e tem possibilitado nos ltimos anos importante crescimento imobilirio e industrial. Neste contexto, cresce tambm a exigncia de insumos bsicos, em especial a demanda por energia eltrica. Diversos estudos tcnicos especficos so realizados pela rea de Planejamento para identificar a necessidade de obras e melhorias no sistema eltrico para atender com qualidade o fornecimento de energia eltrica. Dentre os investimentos necessrios est a ampliao da capacidade de transformao da ETD Gomes Cardim, visando melhoria no nvel de confiabilidade e continuidade no fornecimento de energia e aumento da capacidade para atendimento aos grandes consumidores da regio. A ampliao proposta para a ETD Gomes Cardim possibilitar o aumento de sua capacidade de transformao e a melhoria no nvel de confiabilidade e continuidade no fornecimento de energia para a regio atendida, beneficiando, assim, aproximadamente 20 mil clientes que sero atendidos por esta subestao envolvendo consumidores residenciais e comerciais de bairros Chcara Califrnia, Chcara Santo Antonio (Z Leste), Jardim Txtil, Vila Antonina, Carro, Formosa, Gomes Cardim, Mafra, Nova Manchester, Regente Feij e Vila Santo Estevo. 2.0 Caracterizao do Empreendimento A subestao ETD Gomes Cardim ser ampliada e modernizada com a instalao de equipamentos de tenso de 138/88 kV na alta tenso e tenso de 13,8 kV na mdia tenso, sendo implantada em uma nica etapa com a instalao de:

    02 transformadores de potncia de 32/40 MVA 10 chaves seccionadoras de 145 kV 02 disjuntores isolados a gs de 145 kV 06 Transformadores de corrente e de potencial indutivos de 145 kV 01 conjunto blindado de 15 kV 2.000 A 02 transformadores de servios auxiliares secos de 150 kVA.

    As principais caractersticas tcnicas da ETD Gomes Cardim, nas situaes atual e futura aps as obras, so apresentadas na Tabela 2.0.a.

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    Tabela 2.0.a Caractersticas Tcnicas da ETD Gomes Cardim

    Caracterstica Situao atual Situao aps Concluso da Etapa 1 Tenso nominal 88 kV 138 kV Tenso de operao 88 kV 138 kV Capacidade total instalada 42 MVA de transformao para 13,8 kV 80 MVA de transformao para 13,8 kV

    Capacidade mxima em operao normal

    32,4 MVA para transformao 13,8 kV 48 MVA para transformao 13,8 kV

    Nmero de transformadores 03 02

    Potncia de cada transformador

    TR 3 e TR 4 : 12/15 MVA TR 5 : 12 MVA TR 1 e TR 2: 32/40 MVA

    Carregamento em operao normal

    TR 3 e TR 4 : 9 MVA TR 5 : 12 MVA TR 1 e TR 2 : 24 MVA

    Carregamento em operao de contingncia

    TR 3 e TR 4 : 18 MVA TR 5 : 14,4 MVA TR 1 e TR 2 : 48 MVA

    Ressalta-se que a ampliao prevista no implicar na necessidade de recapacitao no Ramal ou na Linha de Subtransmisso que alimentam atualmente esta subestao. 2.1 Equipamentos e Instalaes O empreendimento caracteriza-se pela implantao dos seguintes equipamentos:

    06 transformadores de corrente e de potencial indutivos de 145 kV 02 disjuntores isolados a gs de 145 kV 10 chaves seccionadoras de dupla abertura lateral de 145 kV 02 transformadores de potncia 32/40 MVA, 138/88 13,8 kV 01 conjuntos blindados de 2.000 A com capacidade para 06 circuitos de

    distribuio em 13,8 kV cada 02 bancos de capacitores em 13,8 kV de 2,4 Mvar 02 transformadores de servios auxiliares de 150 kVA

    2.2 Principais Procedimentos Executivos A seguir feita uma descrio sucinta dos mtodos construtivos previstos para a ampliao da ETD Gomes Cardim, dando nfase s atividades com maior potencial de gerao de impacto. A descrio abrange somente os servios padronizados para as obras, excluindo as tarefas complementares e/ou adequao dos mesmos para efeitos de mitigao de impactos, as quais so especificadas de forma mais detalhada no item Medidas Mitigadoras Propostas (Seo 7.0).

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    As principais atividades a serem executadas so:

    Construo do canteiro de obra; Demolio das edificaes existentes; Sondagem do terreno; Execuo das fundaes das bases dos equipamentos e do edifcio de comando; Instalao do sistema de aterramento (malha terra); Construo das bases dos equipamentos; Construo do edifcio de comando; Construo de linha de dutos e canaletas; Montagem dos equipamentos; Lanamento de cabos de fora e de controle; Comissionamento;

    Para minimizar o risco de impactos ambientais provenientes de rudo e eventuais vazamentos de leo isolante mineral dos transformadores, estes possuiro caractersticas especiais de baixo nvel de rudo e sero instalados em bases com sistema de coleta de leo (bacias coletoras e caixas separadoras de leo) conforme norma ABNT NBR 13231. Em relao aos transformadores de potncia a serem instalados, o corpo principal das unidades novas ser recebido e descarregado na subestao em suas respectivas bases, sem leo isolante e aps a montagem completa com seus acessrios, ser realizado o preenchimento com sua carga de leo isolante. O volume de leo isolante necessrio para o preenchimento destas unidades ser recebido na subestao em tambores ou a granel (carreta tanque) e a transferncia para o transformador ser realizada atravs de mquinas especificas de vcuo e tratamento de leo apropriado para o manuseio adequado do leo isolante. Quanto aos transformadores a serem removidos, toda a carga de leo isolante ser transferida para carreta tanque e este volume ser transportado para o Depsito da AES Eletropaulo, onde ser armazenado e disponibilizado para aplicao em outros equipamentos, aps processo de tratamento adequado. Aps a retirada do leo isolante, o transformador ser desmontado e o seu corpo principal (sem leo isolante), bem como os acessrios, sero transportados para unidade de servios da AES Eletropaulo, onde sero disponibilizados para aplicao em outras subestaes aps serem reformados ou alienados, conforme avaliao tcnica e econmica destas unidades. A Figura 2.2.a. apresenta o arranjo futuro da ETD Gomes Cardim, aps as obras de ampliao de capacidade.

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    Figura 2.2.a Arranjo dos equipamentos aps ampliao da ETD Gomes Cardim

    Fonte: Informativo Tcnico AES 2.3 Principais Quantitativos O terreno da AES Eletropaulo possui uma rea total de 3.900 m, sendo a rea construda atual equivalente a 400 m, referente s edificaes, bases dos equipamentos e canaletas. Com a ampliao, a rea construda ser acrescida de aproximadamente 450 m, resultante da construo de novas bases para os transformadores, edifcios de comando e caixa separadora de gua e leo. A rea pavimentada, atualmente com 1.150 m, referente ao arruamento interno e ptio de manobras, passara a ter a dimenso de 950 m e a rea remanescente que atualmente de 2.350 m passar a ter uma dimenso de 2.500 m que se refere rea com britas para ptio dos equipamentos. Volume de resduos e efluentes Estima-se que durante as obras sero gerados 10 m de efluentes sanitrios.

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    Quantidade e tipos de produtos a serem extrados, produzidos, transportados, armazenados, tratados, utilizados, etc. Aproximadamente 50.000 litros de leo mineral isolante dos 02 transformadores

    novos a serem instalados; Aproximadamente 24.000 litros de leo mineral isolante dos transformadores a

    serem removidos; Aproximadamente 30 litros de desengraxante aplicados com panos de algodo; Aproximadamente 100 litros de combustvel.

    Dimenses da canalizao a ser implantada Aproximadamente 60 m lineares de canaletas para cabos de controle; Aproximadamente 50 m lineares de linha de dutos envelopados em concreto para

    cabos de fora; Aproximadamente 60 m lineares de canalizaes para guas pluviais; Aproximadamente 40 m lineares de dutos para leo isolante; Aproximadamente 30 m de via pavimentada no interior do terreno para acesso e

    movimentao interna; Estimativa do nmero de viagens dirias a serem geradas pela obra e/ou pela atividade Movimentao diria de aproximadamente 05 veculos durante as obras civis e

    montagem eletromecnica. Fluxo dirio de pessoas (permanente/flutuante) Mximo de aproximadamente 25 pessoas durante o perodo das obras; Fluxo dirio de cerca de 15 pessoas.

    Movimento de terra - volumes de corte e/ou aterro e bota-fora (inclusive entulhos) Aproximadamente 220 m de entulho decorrente da demolio de bases e canaletas

    existentes Aproximadamente 1.230 m3 de terra decorrente de escavaes para construo dos

    edifcios de comando, bases dos transformadores, linhas de dutos, canaletas e caixa separadora de gua/leo.

    Atividades a implantar: no alojamento, bota fora a usar, rea de emprstimo de solo, banheiro qumico. Ser construdo canteiro de obras de aproximadamente 120 m com rea de

    escritrios, refeitrio, almoxarifado, banheiros e servios gerais, conforme as especificaes tcnicas de obra civil da AES ELETROPAULO.

    Resduos e bota fora sero destinados a locais qualificados pele AES ELETROPAULO;

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    2.4 Cronograma A seguir apresentado o cronograma previsto pela AES Eletropaulo para a implantao das obras no empreendimento em questo.

    Fonte: Informativo Tcnico AES 2.5 Investimentos O investimento previsto para as obras de ampliao da capacidade de transformao da ETD Gomes Cardim de R$ 12.000.000,00 (doze milhes de reais). 3.0 Alternativas Tcnicas e Locacionais O crescimento da demanda de energia na regio tem causado elevado carregamento nos circuitos de distribuio supridos pela subestao ETD Gomes Cardim, trazendo prejuzo as condies de flexibilidade e confiabilidade operativa no fornecimento de energia eltrica na regio. Os estudos tcnicos realizados pela AES Eletropaulo indicaram como melhor alternativa tcnica e econmica para melhoria na qualidade e continuidade no fornecimento de energia eltrica nessa regio, bem como, atender ao crescimento de demanda, a ampliao desta subestao. A ampliao realizada no mesmo terreno evitar desapropriaes, supresso de vegetao e grandes movimentaes de terra, alm de outras interferncias geralmente associadas a novos empreendimentos. Desta forma, no houve necessidade de busca de alternativas tcnicas e locacionais.

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    4.0 Definio da rea de Influncia do Empreendimento O Diagnstico Ambiental desenvolvido na Seo 5.0 tem como objetivo viabilizar uma compreenso das inter-relaes entre os diversos componentes dos meios fsico, bitico e socioeconmico e a dinmica dos processos de transformao na rea de Influncia do Empreendimento. A rea de Influncia corresponde ao limite dentro do qual so esperados impactos diretos e indiretos decorrentes das atividades previstas no mbito do empreendimento proposto, relacionado s etapas de planejamento, implantao e operao. No Diagnstico Ambiental so analisados inicialmente os aspectos do entorno (rea de Influncia) e, em seguida, da rea de Interveno (ADA), correspondente ao local onde efetivamente ocorrero as obras, ou seja, o interior do terreno ocupado pela ETD Gomes Cardim, de posse da AES Eletropaulo. O Anexo 2 apresenta o mapa com a delimitao das reas de influncia do empreendimento (AID e ADA). Para este estudo, a rea de influncia adotada abrange uma envoltria com distncias variveis de 200 a 350 metros a partir do permetro do terreno da ETD Gomes Cardim. Os principais critrios utilizados para definio da rea de influencia foram as interferncias das obras no trfego e sistema virio local, bem como nos nveis de rudo no entorno. Os documentos de propriedade se encontram no Anexo 3 deste relatrio. importante observar que o diagnstico do meio socioeconmico (Seo 5.3) extrapola o limite da rea de Influncia e se estende aos bairros beneficiados pela ampliao da capacidade de transmisso da ETD, ou seja, abrange os bairros Chcara Califrnia, Chcara Santo Antonio (Z Leste), Jardim Txtil, Vila Antonina, Vila Carro, Vila Formosa, Vila Gomes Cardim, Vila Mafra, Vila Nova Manchester, Vila Regente Feij e Vila Santo Estevo. 5.0 Diagnstico Ambiental O diagnstico ambiental da propriedade onde se encontra a ETD Gomes Cardim e da rea de Influncia das obras necessrias ampliao da capacidade de transformao da subestao foi realizado com base em dados secundrios, complementado por anlise de imagens de satlite da regio e na vistoria de campo realizada no dia 06 de Junho de 2016. O Registro Fotogrfico da vistoria se encontra no Anexo 4.

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    5.1 Meio Fsico 5.1.1 Geologia e Geomorfologia O arcabouo geolgico da Regio Metropolitana de So Paulo constitudo por terrenos policclicos do Cinturo de Dobramentos Ribeira, representados por rochas metamrficas, migmatitos e granitides, onde se assentam sedimentos cenozoicos das bacias sedimentares de So Paulo (RODRIGUEZ, 1998). Observa-se no Mapa Geolgico do Estado de So Paulo 1:750.000 (2006), que na rea do empreendimento o terreno desenvolve-se sobre o embasamento Proterozoico da Provncia Mantiqueira (Complexo Embu), especificamente sobre as faixas das Unidades de xistos localmente migmatticos de 811 Ma, alm de uma estreita faixa instalada posteriormente (Neoproterozoico) do Magmatismo do Domnio Embu, referente a granitides quimicamente indiferenciados. Sobre este terreno houveram ao menos trs diferentes momentos de deposies (Grupo Taubat), quando num primeiro perodo, a Formao Resende (Palegeno) exerceu um trabalho de depsito de material grosseiro, tais como diamictitos e conglomerados com seixos, blocos e mataces em matriz lamtica arenosa posteriormente, a Formao Resende (Palegeno) exerceu um depsito to grosseiro quanto o primeiro, contudo advindo de diferente matriz, permitindo que fossem identificadas as Formaes So Paulo e Trememb. Como podem ser observados no Anexo 5 o Mapa de Unidades Litolgicas (Geolgicas), se destacam na rea do entorno do empreendimento, a instalao do Complexo Embu, e suas respectivas unidades de Xistos (NPexm) e Sericita Xistos (NPesx). Sobre este terreno, em termos cronoestratigrficos, vieram as deposies da Formao Resende (Er) e recentemente os Depsitos aluvionares (Q2a). O Complexo Embu ocorre como uma faixa contnua de direo NE-SW, desde o Estado do Rio de Janeiro at a divisa de So Paulo com o Paran. limitado, a sul, pela falha de Cubato e, a norte, pelas falhas de Taxaquara, Jaguari e Monteiro Lobato. A unidade de xistos migmatticos bastante expressiva, ocorrendo em toda a rea de exposio do Complexo Embu, com amplo domnio em sua poro sul, constituda por mica xistos e quartzo xistos alternados ritmicamente. Localmente, a este conjunto predominante, intercalam-se rochas calcissilicticas, anfibolitos e rochas metaultramficas. Sobre estas unidades, terrenos e corpos granticos, depositam-se os sedimentos do Grupo Taubat, inseridos no contexto geolgico do Rift Continental do Sudeste do Brasil, preenchem as bacias de So Paulo, Taubat, Resende e Volta Redonda e compreendem as formaes Resende (Er), Trememb (Et) e So Paulo (Esp).

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    A Formao Resende ocupa as pores basais e laterais do rift e corresponde a um sistema de leques aluviais associado plancie fluvial de rios entrelaados (braided). A poro proximal do sistema de leques caracterizada por depsitos de diamictitos e conglomerados, com seixos, mataces e blocos angulosos a subarredondados, normalmente polimticos, em matriz lamtica e arenosa, arcoseana, e gradao normal ou inversa. Depsitos que correspondem poro distal dos leques aluviais so representadas por lamitos predominantemente arenosos e arenitos. Os arenitos apresentam estratificao cruzada acanalada de mdio porte e nveis conglomerticos com seixos de quartzo, quartzito, feldspato e de rochas do embasamento, com gradao normal ou inversa. Por fim, o ltimo estgio de desenvolvimento desta rea, do ponto de vista geolgico, foi o desenvolvimento de Depsitos Aluviais (Q2a). Basicamente, se constituem de depsitos nas margens, fundos de canal e plancies de inundao de rios, as areias, cascalheiras, siltes, argilas e, localmente turfas, resultantes dos processos de eroso, transporte e deposio a partir de reas-fonte diversas. Os depsitos arenosos e cascalheiras podem assumir importncia devido a sua utilizao na indstria da construo civil e, as reas de plancie de inundao podem fornecer material argiloso para a indstria cermica. Com relao paisagem que se desenvolveu na rea do empreendimento, nota-se que houve forte influncia do desenvolvimento da cidade de So Paulo na configurao da paisagem atual, proporcionando uma paisagem completamente antropizada na rea de Influncia Direta do empreendimento em questo, e suas vizinhanas. Segundo o Mapa de Relevos do Brasil (IBGE, 2006), a maior parte do municpio de So Paulo, incluindo a regio de interesse (ETD Gomes Cardim), est inserida no domnio morfolgico das faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares associadas. A compartimentao do relevo regional permite enquadrar a rea de interesse como parte do domnio de Tabuleiros Dissecados, prximo ao contato com uma Plancie Fluvio-lacustre, conforme apontado na no Anexo 6 Mapa de Unidades do Relevo, baseado em CPRM, 2010). Os Tabuleiros Dissecados consistem em superfcies sulcadas por uma rede de canais de densidade mdia a baixa, aprofundamento variado (15 a 60 metros) e gradientes mdios a elevados (15 a 35), contudo, localmente apresentam amplitude dos topos de 20 a 50 metros, e declividade baixa (0 a 3). Quanto ao tipo de solo preponderante, a rea de Influncia basicamente composta por Argissolo Vermelho-Amarelo Distrficos em contato com Cambissolos Distrficos, segundo o Mapa de Solos do Brasil (IBGE, 2001). A soma das caractersticas do embasamento rochoso, ao tipo de cobertura de solo e caractersticas do relevo, culminou em sinais de eroso laminar por escoamento difuso. Os vales encaixados, principalmente os de maior aprofundamento, consistem em rea de forte a muito forte vulnerabilidade eroso, onde ocorrem sulcos e ravinamentos resultantes do escoamento superficial concentrado.

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    Neste sentido, as anlises de tipos de terreno e classificaes geotcnicas, foi elaborado o Mapa de Classes e Processos Geotcnicos apresentado no Anexo 7, e a seguir encontram-se as constituies referentes as classes desenvolvidas na rea do empreendimento:

    Complexo Embu (unidades mais antigas encontradas no municpio), podem ocorrer escorregamentos de taludes de corte e aterro, nas reas de gnaisses e migmatitos; eroso intensa, baixa capacidade de suporte e dificuldade de compactao nos solos de alterao dos gnaisses e migmatitos; e baixa capacidade de suporte, dificuldade de compactao de solos de alterao de micaxistos e filitos, alm de escorregamentos de aterros lanados em encosta.

    Sedimentos Cenozoicos (associao entre a Formao Resende e os Depsitos

    Aluviais) so reas mais susceptveis inundao, recalques devido ao adensamento de solos moles e lenol fretico raso.

    5.1.2 Recursos Hdricos A Poltica Estadual de Recursos Hdricos de So Paulo estabeleceu a criao de unidades hidrogrficas que compem o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hdricos (SIGRH) do Estado de So Paulo, adotando as bacias hidrogrficas como Unidade de Gerenciamento de Recursos Hdricos (UGRHI). O Plano Estadual de Recursos Hdricos (PERH) estabeleceu a diviso do Estado de So Paulo em 22 UGRHIs. A rea de influncia direta do empreendimento est inserida na Bacia Hidrogrfica do Alto Tiet (UGRHI 6), conforme indica a Figura 5.1.2.a. A Bacia do Alto Tiet composta pela rea drenada pelo Rio Tiet desde sua nascente, no municpio de Salespolis, at a barragem do Rasgo, no municpio de Pirapora do Bom Jesus.

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    Figura 5.1.2.a Mapa de Localizao da Bacia do Alto Tiet (UGRHI 6)

    Fonte: Adaptado de CETESB, 2012. A maior parte desta UGRHI est assentada sobre terrenos sedimentares de idade cenozoica, compreendendo os depsitos tercirios da Bacia de So Paulo e as Coberturas Aluviais mais recentes, de idade Quaternria. Apresenta rea total aproximada de 6.000 km, vocao industrial (a principal demanda, no entanto, para o abastecimento urbano) e populao total estimada em 20 milhes de pessoas. A Bacia Hidrogrfica do Alto Tiet apresenta como principais rios o Tiet, Pinheiros, Tamanduate, Cotia, Juqueri, Embu-Guau e Embu-Mirim. A precipitao mdia da ordem de 1.400 mm ao ano, mas apresenta eventos mais intensos nas proximidades com a escarpa da Serra do Mar. Em relao UGRHI 06, a rea de interesse encontra-se inserida na interseco da sub-bacia do Rio Aricanduva com a sub-bacia intermediria do Rio Aricanduva com o Crrego Tatuap. Em termos de organizao e geometria das drenagens da rea nota-se que os cursos dgua esto dispostos em formato de trelia (especificamente organizado como subtrelia), como pode se verificar no Anexo 8 Mapa de Recursos Hdricos Superficiais e Sub-Bacias, que apresenta a disposio dos rios e crregos instalados no entorno do empreendimento. Um ponto fundamental para se compreender a geometria do sistema de drenagens da rea o contexto regional do embasamento rochoso. Como apontado anteriormente, trata-se de uma sequncia de depsitos sedimentares, dispostos em forma de cristas. Esta disposio proporciona o desenvolvimento de terrenos com declividade relativamente baixa, que por sua vez propicia o desenvolvimento de sistemas

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    naturalmente transitrios de drenagens, de forma que estes cursos dgua, atualmente dispostos como trelias, evoluiriam espontaneamente para uma organizao paralela. Por outro lado, trata-se de uma rea densamente ocupada que influencia profundamente nos desenvolvimentos naturais dos terrenos onde se encontra. A ocupao urbana influi no apenas nos solos aterrados, ou nos relevos dissecados, como tambm impe retificaes em cursos de rios, ribeires e crregos. Qualidade da gua na rea de Influncia O monitoramento da qualidade das guas doces executado pela CETESB, no Estado de So Paulo, constitudo por 04 redes de monitoramento que permitem um diagnstico da qualidade das guas, visando seus mltiplos usos. A Tabela 5.1.2.a detalha o quantitativo de pontos de amostragem por programas de monitoramento de qualidade das guas para todo o estado de So Paulo, bem como especificamente na Bacia Alto Tiet. Tabela 5.1.2.a Pontos de Amostragem de Monitoramento de Qualidade das guas para o Estado de So Paulo (2006) Programas de Monitoramento Estado de So Paulo (n pontos de amostragem)

    UGRHI 06 (n pontos de amostragem)

    Rede Bsica 163 43 Monitoramento Regional 124 0 Monitoramento Automtico 13 10 Balneabilidade de Reservatrios e Rios 33 praias 22

    Rede de Sedimento 23 6 Fonte: CETESB (2014) Disponvel em: http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/124-programa-de-monitoramento Com o intuito de facilitar a comparao das informaes de qualidade das guas, de forma abrangente e til, para especialistas ou no, a CETESB, a partir de um estudo realizado em 1970 pela National Sanitation Foundation dos Estados Unidos, adaptou e desenvolveu o ndice de Qualidade das guas (IQA). Para o clculo do IQA, so consideradas variveis de qualidade que indicam o lanamento de efluentes sanitrios para o corpo dgua, fornecendo uma viso geral sobre as condies de qualidade das guas superficiais. Este ndice calculado para todos os pontos da rede bsica. As variveis de qualidade de gua utilizadas para o clculo do IQA so: Temperatura, pH, Oxignio Dissolvido, Demanda Bioqumica de Oxignio, Coliformes Tolerantes, Nitrognio Total, Fsforo Total, Slidos Totais e Turbidez. O valor do ndice de qualidade das guas deve ser um nmero inteiro, obtido a partir de modelos matemticos. Aps o clculo efetuado, pode-se determinar a qualidade das guas, indicada pelo IQA numa escala de 0 a 100. Assim, cada trecho de curso dgua classificado segundo a gradao a seguir:

  • 15

    Qualidade tima 79 < IQA 100; Qualidade Boa 51 < IQA 79; Qualidade Regular 36 < IQA 51; Qualidade Ruim 19 < IQA 36; Qualidade Pssima IQA < 19.

    O Ponto de Monitoramento DUVA04900 est localizado Ponte Ely Lopes Meireles, no municpio de So Paulo, e foi includo na rede bsica da CETESB no ano de 2008. Este ponto est a uma distncia de 2,63 km da ETD Gomes Cardim. Outro ponto que atende a rea do empreendimento o Ponto de Monitoramento TIET04170, localizado na ponte da Avenida Aricanduva. Na Tabela 5.1.2.b so apresentadas as informaes acerca da localizao dos pontos de monitoramento, e na Figura 5.1.2.b sua localizao frente aos demais pontos de monitoramento de qualidade da gua na Regio Metropolitana de So Paulo, inclusive com a qualificao da qualidade obtida neste ponto de monitoramento. Tabela 5.1.2.b Pontos de Monitoramento de Qualidade de guas Superficiais da CETESB na Represa Billings, Municpio de So Paulo Cdigo Tipo Local da amostragem Lat. S Long. W Distncia (1) TEIT 04170

    Rede Bsica de Monitoramento Ponte na Av. Aricanduva 23 31 31 46 33 33 2,60 km

    DUVA 04900

    Rede Bsica de Monitoramento

    Ponte Ely Lopes Meireles, no municpio de So Paulo. 23 31 28 46 33 30 2,63 km

    Fonte: CETESB, 2014 Nota: (1) Distncia em linha reta at o ponto mais prximo ETD Gomes Cardim

  • 16

    Figura 5.1.2.b Localizao dos Pontos de Monitoramento da Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP) e ndice do Estado Trfico (IET) da gua- Nveis em 2008 (detalhe em vermelho do DUVA04900 e do TIET04170)

    Fonte: CETESB, 2008.

  • 17

    Tabela 5.1.2.c Mdias de 2014 e para o perodo 2009 a 2013, das principais variveis de qualidade, em mg/L

    Corpo Hdrico

    Nome

    do Ponto

    Condutivi-dade

    (S/cm)

    Turbidez (UNT) Nitrato

    Nitrog-nio Amoni-acal

    Oxignio Dissolvido

    DBO (5, 20) Fsforo

    E. coli (UFC/100mL)

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Md

    ia 2

    014

    Md

    ia 0

    9-13

    Rio Arican-duva

    DUVA 04900 413 399 59 66 0,48 0,46 12 13 1,4 1,3 45 47 1,5 1,4 2,3E+06 1,4E+06

    Rio Tiet TIET 04170 764 518 50 54 0,20 0,36 18 11 1,4 1,4 55 39 1,8 1,3 2,6E+06 1,5E+06

  • 18

    Na Tabela 5.1.2.d, a seguir, so apresentados os dados do monitoramento dos pontos DUVA04900 e do TIET04170, disponibilizados pelo Relatrio de Qualidade de guas Superficiais do Estado de So Paulo para o ano de 2014 (CETESB, 2014). Tabela 5.1.2.d Valores Mensais e Mdia Anual (2012) do IQA dos Pontos de Monitoramento do Rio Pinheiros Nome do

    Ponto Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Mdia

    DUVA 04900 16 - - 17 - 17 - 14 - 15 - 16

    TIET 04170 19 - - 14 - 12 - 12 - 20 - 16

    Legenda 80 a 100 Qualidade tima 37 a 51 Qualidade aceitvel 0 a 19 Qualidade pssima 52 a 79 Qualidade boa 20 a 36 Qualidade ruim

    Fonte: CETESB, 2014 Conforme apresentado acima, os pontos de monitoramento DUVA 04900 e TIET 04170, mais prximo do empreendimento, apresentaram mdias anuais em 2014 para o ndice IQA classificadas como Qualidade pssima. Ressalta-se que os resultados apresentados na Tabela 5.1.2.d assemelham-se aos resultados obtidos nos pontos de monitoramento presentes tanto a montante quanto a jusante da foz do Rio Aricanduva junto ao Rio Tiet, todos com caractersticas ruins ou pssimas na regio mais intensamente ocupadas da cidade de So Paulo. No restante da UGRHI 6 Alto Tiet, os resultados so semelhantes ao que se descreve neste trecho relacionado ETD Gomes Cardim, apresentando-se diversos problemas tais como: sistema de esgoto ineficaz, inundaes, disposio inadequada de resduos, uso e ocupao do solo irregular, eroso e assoreamento, entre outros. Ento, desta maneira a UGRHI 6, onde est localizado tanto o ponto de monitoramento DUVA04900 quanto TIET04170, foi avaliado pelo Relatrio de Qualidade das guas Superficiais no Estado de So Paulo (CETESB, 2014), como uma rea que sofreu piora na qualidade da gua na comparao entre 2009 e 2014, e a avaliao cr que boa parte desta consequncia tem origem no baixo regime pluvial dos dois anos que precederam as medies de 2014. 5.1.2.1 Recursos Hdricos Subterrneos De acordo com o Mapa de guas Subterrneas do Estado de So Paulo (DAEE, IG, IPT & CPRM, 2005), a rea do municpio de So Paulo e da Regio Metropolitana de So Paulo (o que inclui a rea de interveno e influncia do empreendimento) est na rea de abrangncia do Aqufero So Paulo e Pr-Cambriano.

  • 19

    A Bacia de So Paulo pertence ao Planalto Paulista e tem como principais contribuintes do sistema de drenagem os rios Tiet e Pinheiros, e seus afluentes, como os rios Tamanduate, Aricanduva, Pirajussara e outros (DAEE, IG, IPT & CPRM, 2005). O Aqufero Pr-Cambriano um aqufero fraturado que aflora na poro leste do Estado, cobrindo uma rea de aproximadamente 57.000 km. constitudo por rochas pr-cambrianas (Cristalino) denominadas de gneas e metamrficas tais como, granitos, gnaisses, mrmores, filitos, xistos, etc. Segundo o comportamento hidrulico das rochas, possvel distinguir duas unidades nesse sistema, sendo uma relacionada s rochas intemperizadas, conformando um aqufero de porosidade granular bastante heterogneo, de natureza livre, com espessuras mdias de 50 m. Sob o manto de intemperismo encontra-se a segunda unidade, correspondente ao aqufero fraturado propriamente dito, onde as guas circulam por descontinuidades da rocha (fraturas e falhas). Essa unidade de carter livre, semi-livre, algumas vezes confinado pelos sedimentos sotopostos, fortemente heterogneo e anisotrpico. Em virtude da heterogeneidade da litologia deste aqufero, observada grande variao das condies de produo, sendo a vazo mdia de 11,7 m3/h. (FABHAT, 2013). No Sistema Aqufero Sedimentar (SAS) identificam-se duas unidades, uma associada Formao So Paulo e outra Formao Resende. O Aqufero So Paulo caracterizado por intercalaes de sedimentos arenosos e argilosos, depositados sobre rochas do Embasamento Cristalino, em ambiente predominantemente fluvial. Em algumas reas restritas ocorrem, tambm, sedimentos argilosos, depositados em ambiente lacustre. Este sistema aqufero livre a semi-confinado, de porosidade primria e bastante heterogneo. A espessura do aqufero So Paulo varia de 100 a 250 metros. As maiores profundidades so encontradas justamente na margem esquerda do Tiet e direita do Tamanduate. O Sistema Aqufero Sedimentar, apesar de recobrir somente 25% da rea da bacia hidrogrfica, o mais intensamente explorado. Neste sistema as maiores produtividades esto associadas s reas de maior espessura saturada e predominncia da Formao Resende em relao Formao So Paulo. A vazo do Aqufero So Paulo considerada mdia a baixa, com variao de 10 a 40m/h. As faixas sul e leste do municpio de So Paulo so consideradas reas de alta explotao devido as grandes camadas sedimentares existentes. No municpio de So Caetano do Sul, onde o Tamanduate drena na direo NNE, as vazes sustentveis recomendadas so inferiores a 10 m/h por poo (Campos & Albuquerque Filho 2005 in DAEE/IG/IPT/CPRM 2005). Em 1997, o Governo do Estado de So Paulo, por meio do Instituto Geolgico, realizou um estudo denominado Mapeamento da vulnerabilidade e risco de poluio das guas subterrneas do Estado de So Paulo" que identificou diversas reas consideradas

  • 20

    crticas quanto ao risco potencial de contaminao dos recursos hdricos subterrneos, e locais onde deveriam ser conduzidos estudos de maior detalhe. Esse estudo subsidiou o desenvolvimento do Mapa de guas Subterrneas do Estado de So Paulo, que identifica as reas potencialmente crticas para utilizao das guas subterrneas no Estado. Baseado nesse mapa, em maro de 2010, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de So Paulo publicou a Resoluo SMA n 14, que define diretrizes tcnicas para o licenciamento de empreendimentos em reas potencialmente crticas para a utilizao de guas subterrneas. De acordo com o Mapa de guas Subterrneas todo o municpio de So Paulo classificado como rea potencial de restrio e controle. Nessas reas, segundo o que determina o artigo 2 da Resoluo SMA n 14/2010, o licenciamento ambiental de novos empreendimentos, bem como a renovao de licenas de operao de empreendimentos potencialmente impactantes para a qualidade das guas subterrneas, fica condicionado apresentao de estudos de viabilidade da atividade. No entanto, cabe ressaltar que a ETD Gomes Cardim no se enquadra como empreendimento potencialmente impactante para a qualidade das guas subterrneas, uma vez que o Artigo 2, inciso IV, pargrafo 1 da Resoluo SMA n 14/2010, estabelece que os empreendimentos potencialmente impactantes so aqueles que captam gua subterrnea em vazes superiores a 50 m/h ou que disponham efluentes lquidos, resduos e substncias no solo. Durante as obras da ETD, o abastecimento de gua nas frentes de obra e no canteiro ser proveniente da rede pblica da SABESP e os efluentes sanitrios gerados nos banheiros qumicos sero destinados por empresa especializada no tratamento de dejetos, devidamente licenciada junto ao rgo ambiental competente. Os riscos potenciais de contaminao de guas subterrneas durante a implantao da ETD Gomes Cardim esto relacionados vazamento de leo, graxa combustveis, e demais produtos perigosos utilizados durante as obras, e gerao e disposio de resduos e efluentes, portanto, no se espera interferncias com recursos hdricos subterrneos. No entanto, sero adotadas medidas preventivas para minimizar/anular esse risco potencial de impacto, conforme detalhado nas Sees 6.3 e 7.0. 5.1.3 Qualidade do Ar A caracterizao da qualidade do ar realizada neste estudo tem como referncia a Resoluo CONAMA n 03 de 28 de maio de 1990 (complementada pela Resoluo CONAMA n 08/1990), que estabelece os padres nacionais de qualidade do ar e os limites mximos da concentrao de um poluente que garanta a proteo da sade e do meio ambiente. Adicionalmente, foram consultados os principais estudos e relatrios tcnicos que versam sobre a rea.

  • 21

    A Resoluo supracitada define como poluente atmosfrico qualquer forma de matria e energia com intensidade e em quantidade, concentrao, tempo, ou caractersticas em desacordo com os nveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar imprprio, nocivo ou ofensivo sade, inconveniente ao bem-estar pblico, danoso aos materiais, fauna e flora ou prejudicial segurana, ao uso e gozo da propriedade e s atividades normais da comunidade. Em relao sua origem, os poluentes podem ser classificados em primrios e secundrios. Os primrios so aqueles poluentes lanados diretamente na atmosfera por fontes de emisso, tais como: dixido de enxofre (SO2), os xidos de nitrognio (NOx), o monxido de carbono (CO) e alguns particulados, como a poeira. Os secundrios so aqueles poluentes formados por meio de reaes que ocorrem em razo da presena de determinadas substncias qumicas em condies atmosfricas particulares. Dentre os poluentes secundrios destacam-se o SO3 (formado pelo SO2 e O2 no ar), que reage com o vapor dgua produzindo o cido sulfdrico (H2SO4), importante componente da chamada chuva cida, e o Oznio (O3), poluente prejudicial sade e vegetao, formado pelas reaes entre os xidos de nitrognio e compostos orgnicos volteis, na presena de luz solar. Desta forma, importante observar que a concentrao de poluentes no ar no depende somente da quantidade de poluentes emitidos pelas fontes primrias. Mesmo quando mantidas as emisses primrias em uma localidade, os nveis de poluio podero sofrer alteraes decorrentes do comportamento atmosfrico, que determina as situaes de diluio, transporte e interaes qumicas entre poluentes e atmosfera. Conforme as especificaes da Resoluo CONAMA N 03/90, a CETESB monitora a qualidade do ar no estado, fornecendo dados para a ativao de aes de controle quando os nveis de poluentes na atmosfera possam apresentar riscos sade humana e integridade do meio ambiente em geral. Os parmetros monitorados seguem de perto as especificaes da agncia norte americana de proteo ambiental Environmental Protection Agency, EPA (BRAGA et al., 2005), e esto em consonncia com os padres de qualidade do ar (PQAr) indicados pela Organizao Mundial de Sade (OMS). Os principais parmetros regulamentados pela referida norma so Partculas Inalveis e Fumaa, Partculas Totais em Suspenso, Dixido de Enxofre, Dixido de Nitrognio, Monxido de Carbono e Oznio. Na Tabela 5.1.3.a, esto sistematizadas as caractersticas e as fontes de cada um desses parmetros. Tabela 5.1.3.a Parmetros e caracterizao dos poluentes regulamentados pela Resoluo CONAMA 3/90

    Poluente Caractersticas Fontes Efeitos Gerais

    Partculas Inalveis Finas

    (MP2,5)

    Partculas de material slido ou lquido suspensas no ar na forma

    de poeira, neblina, aerossol, fumaa, fuligem etc, que podem

    permanecer no ar e percorrer

    Processos de combusto (industrial, veculos

    automotores), aerossol secundrio, como sulfato

    e nitrato, entre outros.

    Danos vegetao, contaminao do solo e gua, deteriorao

    da visibilidade.

  • 22

    Tabela 5.1.3.a Parmetros e caracterizao dos poluentes regulamentados pela Resoluo CONAMA 3/90

    Poluente Caractersticas Fontes Efeitos Gerais longas distncias. Faixa de

    tamanho < 2,5 micra.

    Partculas Inalveis (MP10)

    e Fumaa

    Partculas de material slido ou lquido que ficam suspensas no ar,

    na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaa, etc. Tamanho <

    10 micra

    Processos de combusto (indstria e veculos

    automotores), aerossol secundrio (formado na

    atmosfera).

    Danos vegetao, contaminao do solo e gua, deteriorao

    da visibilidade.

    Partculas Totais em Suspenso

    (PTS)

    Partculas de material slido ou lquido que ficam suspensos no ar,

    na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaa, fuligem, etc. Faixa de tamanho < 50 micra.

    Processos industriais, veculos motorizados

    (exausto), poeira de rua ressuspensa, queima de

    biomassa. Fontes naturais: plen, aerossol marinho e

    solo.

    Danos vegetao, contaminao do solo e gua, deteriorao

    da visibilidade.

    Dixido de Enxofre (SO2)

    Gs incolor, com forte odor. Pode ser transformado a SO3, que na

    presena de vapor de gua, passa rapidamente a H2SO4. um

    importante precursor dos sulfatos, que so componentes das

    partculas inalveis.

    Processos que utilizam queima de leo

    combustvel, refinaria de petrleo, veculos a diesel,

    produo de polpa e papel, fertilizantes.

    Pode levar formao de chuva

    cida, causar corroso aos

    materiais e danos vegetao: folhas e

    colheitas.

    Dixido de Nitrognio

    (NO2)

    Gs marrom avermelhado, com odor forte e muito irritante. Pode levar formao de cido ntrico,

    nitratos e compostos orgnicos txicos.

    Processos de combusto de veculos automotores,

    processos industriais, usinas trmicas que utilizam leo ou gs,

    incineraes.

    Pode levar formao de chuva

    cida, danos vegetao e

    colheita.

    Monxido de Carbono (CO) Gs incolor, inodoro e inspido.

    Combusto incompleta em veculos automotores. -

    Oznio (O3)

    Gs incolor, inodoro nas concentraes ambientais e o

    principal componente da nvoa fotoqumica.

    Poluente secundrio, produzido

    fotoquimicamente pela radiao solar sobre os xidos de nitrognio e compostos orgnicos

    volteis.

    Danos sade, s colheitas, vegetao

    natural, plantaes agrcolas; plantas

    ornamentais

    Fonte: CETESB (2013). Padres e ndices de qualidade do ar Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), os padres de qualidade do ar devem ser adotados considerando as especificidades geogrficas, econmicas e sociais a fim de garantir a capacidade institucional de um pas em garantir a formulao e aplicabilidade de polticas pblicas de qualidade do ar. Atravs da Portaria Normativa N 348 de 14/03/1990, que foi incorporada Resoluo CONAMA N 3/90, o IBAMA estabeleceu os padres nacionais de qualidade do ar, divididos em padres primrios e padres secundrios. Os padres primrios de

  • 23

    qualidade do ar referem-se s concentraes de poluentes que se ultrapassadas podero afetar a sade da populao. Constituem-se em metas de curto e mdio prazo e so considerados os nveis mximos de concentrao de poluentes aceitveis. J os padres secundrios de qualidade do ar, conforme CONAMA N 3/90, relacionam-se s concentraes de poluentes atmosfricos abaixo das quais se prev o mnimo efeito adverso sobre o bem-estar da populao, assim como o mnimo dano fauna e flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser consideradas metas de longo prazo, ou seja, nveis desejados de qualidade do ar. No estado de So Paulo, em 2008, foi iniciado um processo de reviso dos padres de qualidade do ar, baseando-se nas diretrizes estabelecidas pela OMS, com participao de representantes de diversos setores da sociedade. Este processo culminou na publicao do Decreto Estadual n 59113 de 23/04/2013, estabelecendo novos padres de qualidade do ar, por intermdio de um conjunto de metas gradativas e progressivas para que a poluio atmosfrica seja reduzida a nveis desejveis ao longo do tempo. Conforme definido no Decreto Estadual n 59113/2013, as Metas Intermedirias (MI) foram estabelecidas como valores a serem cumpridos em etapas, visando melhoria gradativa da qualidade do ar no estado, baseada na busca pela reduo das emisses de fontes fixas e mveis. Os Padres Finais (PF) foram determinados pelo melhor conhecimento cientfico para que a sade da populao seja preservada ao mximo em relao aos danos causados pela poluio atmosfrica. Os padres estaduais de qualidade do ar fixados pelo Decreto Estadual n 59113/2013 esto apresentados na Tabela 5.1.3.b, a seguir. Tabela 5.1.3.b Padres Estaduais de Qualidade do Ar - Decreto Estadual n 59113/2013 Poluente Tempo de Amostragem

    MI1 (g/m)

    MI2 (g/m)

    MI3 (g/m)

    PF (g/m)

    Partculas Inalveis (MP10)

    24 horas 120 100 75 50 MAA1 40 35 30 20

    Partculas Inalveis Finas (MP2,5)

    24 horas 60 50 37 25

    MAA1 20 17 15 10

    Dixido de enxofre

    24 horas 60 40 30 20 MAA1 40 30 20 -

    Dixido de nitrognio

    1 hora 260 240 220 200 MAA1 60 50 45 40

    Oznio 8 horas 140 130 120 100 Monxido de carbono 8 horas - - - 9 ppm

    Fumaa (FMC) 24 horas 120 100 75 50 MAA1 40 35 30 20

  • 24

    Tabela 5.1.3.b Padres Estaduais de Qualidade do Ar - Decreto Estadual n 59113/2013 Poluente Tempo de Amostragem

    MI1 (g/m)

    MI2 (g/m)

    MI3 (g/m)

    PF (g/m)

    Partculas Totais em Suspenso (PTS)

    24 horas - - - 240

    MGA2 - - - 80

    Chumbo (Pb) MAA1 - - - 0,5 Fonte: CETESB (2013) Nota: Padres vigentes esto assinalados em vermelho;

    1 Mdia aritmtica anual; 2 Mdia geomtrica anual; MI1: Meta Intermediria Etapa 1 Padres que devem ser respeitados a partir de 24/04/2013; MI2: Meta Intermediria Etapa 2 Padres que devem ser respeitados subsequentemente MI1, que entraro em vigor aps avaliaes realizadas na Etapa 1, reveladas por estudos tcnicos apresentados pelo rgo ambiental estadual, convalidados pelo CONSEMA; MI3: Meta Intermediria Etapa 3 Padres que devem ser respeitados nos anos subsequentes MI2, sendo que o incio de sua vigncia e seu prazo de durao sero definidos pelo CONSEMA, com base nas avaliaes realizadas na Etapa 2.

    O mesmo diploma legal estabelece ainda os critrios para os episdios crticos de poluio do ar, os quais esto apresentados na Tabela 5.1.3.c. Cabe ressaltar, no entanto, que alm dos nveis de concentrao de poluentes, so consideradas as previses meteorolgicas desfavorveis disperso de poluentes quando avaliados os estados de Ateno, Alerta e Emergncia. Tabela 5.1.3.c Critrios para Episdios Agudos de Poluio do Ar - Decreto Estadual n 59.113/2013

    Parmetros Ateno Alerta Emergncia Partculas inalveis finas (g/m) 24 h 125 210 250 Partculas inalveis (g/m) 24 h 250 420 500 Dixido de enxofre (g/m) 24 h 800 1.600 2.100 Dixido de nitrognio (g/m) 1 h 1.30 2.260 3.000 Monxido de carbono (ppm) 8h 15 30 40 Oznio (g/m) 1 h 200 400 600

    Fonte: CETESB (2013) Visando simplificar o processo de divulgao da qualidade do ar, a CETESB utiliza o ndice de Qualidade do Ar, desenvolvido nos Estados Unidos. Este ndice obtido dividindo-se a concentrao de um determinado poluente pelo seu padro de qualidade (PQAr) e multiplicando-se o resultado por 100 para que seja obtido um valor percentual. O ndice de Qualidade do Ar ento apresentado com base no poluente que apresentou o maior resultado, isto , embora a qualidade do ar de uma estao seja avaliada para todos os poluentes monitorados, a sua classificao determinada pelo maior ndice (pior caso). Na Tabela 5.1.3.d apresentado o ndice de Qualidade do Ar para cada poluente, assim como os riscos potenciais sade humana e integridade do meio ambiente.

  • 25

    Tabela 5.1.3.d Estrutura dos ndices de Qualidade do Ar

    Qualidade ndice MP10

    (g/m) 24 hrs

    MP2,5 (g/m) 24 hrs

    O3 (g/m)8 hrs

    CO (ppm)8 hrs

    NO2 (g/m) 1 hr

    SO2 (g/m)24 hrs

    Boa 0-40 0-50 0-25 0-100 0-9 0-200 0-20 Moderada 41-80 > 50-100 > 25-50 > 100-130 > 9-11 > 200-240 > 20-40 Ruim 81-120 > 100-150 > 50-75 > 130-160 > 11-13 > 240-320 > 40-365 Muito Ruim 121-200 > 150-250 > 75-125 > 160-200 > 13-15 > 320-1300 > 365-800 Pssima >200 > 250 > 125 > 200 > 15 > 1300 > 800 Fonte: CETESB (2013) Esta qualificao do ar est associada aos efeitos sade, portanto independe do padro de qualidade em vigor, e ser sempre classificada conforme descrito a seguir:

    BOA: Praticamente no h riscos sade. Quando a qualidade do ar classificada como BOA, os valores-guia para exposio de curto prazo, estabelecidos pela OMS, correspondentes aos Padres Finais (PF), estabelecidos no DE n 59.113/2013, esto sendo atendidos;

    MODERADA: Pessoas de grupos sensveis (crianas, idosos e pessoas com doenas respiratrias e cardacas), podem apresentar sintomas como tosse seca e cansao. A populao, em geral, no afetada;

    RUIM: Toda a populao pode apresentar sintomas como tosse seca, cansao, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos sensveis (crianas, idosos e pessoas com doenas cardacas), podem apresentar efeitos mais srios na sade;

    MUITO RUIM: Toda a populao pode apresentar agravamento dos sintomas como tosse seca, cansao, ardor nos olhos, nariz e garganta e ainda falta de ar e respirao ofegante. Efeitos ainda mais graves sade de grupos sensveis (crianas, idosos e pessoas com doenas respiratrias e cardacas);

    PSSIMA: Toda a populao pode apresentar srios riscos de manifestaes de doenas respiratrias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em pessoas de grupos sensveis.

    Qualidade do ar na rea de Influncia Desde 2008 a CETESB ampliou sua rede de monitoramento com a inaugurao de novas estaes automticas fixas no interior do estado, passando a contar, em 2012, com 49 estaes automticas fixas, 02 mveis e 39 pontos de monitoramento manual, distribudos em 13 UGRHIs. (CETESB, 2013). A escolha dos municpios onde esto localizadas as estaes de monitoramento depende de diversos aspectos, dentre os quais se destacam: nmero de habitantes, frota veicular, tipo de atividade agrcola (especialmente aquelas ligadas ao setor sucroalcooleiro), distribuio geogrfica no estado, alm da existncia ou no de fontes industriais de poluio do ar consideradas significativas.

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    Em escala regional, nota-se que tal escolha atende designao proposta pelo Anexo III da Lei Estadual 9.034/94 (Plano Estadual de Recursos Hdricos) que classifica as 22 UGRHIs em termos de atividades prioritrias ou vocacionais. As Figuras 5.1.3.a e 5.1.3.b apresentam a localizao das estaes de monitoramento da Rede Automtica e Manual, respectivamente, conforme classificao das UGRHIs. Figura 5.1.3.a Localizao das Estaes de Monitoramento da Rede Automtica nas UGRHIs do Estado de So Paulo, segundo Unidade Vocacional

    Fonte: Adaptado de CETESB (2013)

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    Figura 5.1.3.b Localizao das Estaes de Monitoramento da Rede Manual nas UGRHIs do Estado de So Paulo, segundo Unidade Vocacional

    Fonte: Adaptado de CETESB (2013) A rea de Influncia do empreendimento est localizada na UGRHI 6 - Alto Tiet, a qual abrange a maior parte dos municpios da Regio Metropolitana de So Paulo. A deteriorao da qualidade do ar na RMSP decorrente das emisses atmosfricas provenientes dos veculos e das indstrias. De acordo com Lei Estadual 9.034/94, as atividades econmicas predominantes nesta regio esto vinculadas s prticas industriais, diferenciando-se, portanto, da maior parte do estado que esto associadas s atividades de conservao e agropecuria. Complementarmente, a RMSP concentrou 49% da frota do Estado em 2011. Tendo em vista o elevado potencial de poluio do ar na RMSP, 26 estaes fixas foram instaladas na UGRHI 06, enquanto que as outras 10 UGRHIs possuem juntas 23 estaes fixas. A distribuio das estaes fixas (automticas) e manuais na UGRHI 06 e RMSP so ilustradas das Figuras 5.1.3.c e 5.1.3.d.

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    Figura 5.1.3.c Localizao das Estaes de Monitoramento da Rede Automtica na RMSP

    Fonte: Adaptado de CETESB (2015). Figura 5.1.3.d Localizao das Estaes de Monitoramento da Rede Manual na UGRHI 06 e RMSP

    Fonte: Adaptado de CETESB (2013)

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    A quantidade de poluentes varia em funo da quantidade de veculos que transitam nos centros urbanos, assim como nas rodovias que cruzam ou do acesso aos nucleamentos. Alm de outros fatores meteorolgicos, a concentrao deste tipo de poluentes se d em funo da temperatura da superfcie e da radiao UV: quanto mais alta a temperatura e a radiao UV, maiores so as reaes qumicas entre poluentes e atmosfera e, portanto, maiores so as concentraes de poluentes secundrios. Do mesmo modo, importante observar que as emisses veiculares tambm variam em funo da alterao do perfil da frota, composio dos combustveis (lcool, gasolina, diesel e flexfuel), avano tecnolgico dos novos. A Tabela 5.1.3.e apresenta a contribuio relativa das fontes de poluio do ar na RMSP. Tabela 5.1.3.e Contribuio relativa das fontes de poluio do ar na RMSP em 2011

    Tipo Poluentes (%) Combustvel CO HC NOx MP

    Automveis Gasolina 41,53 20,25 10,21 1,00 Etanol 9,49 4,33 1,44 Nd Flex 14,01 7,81 2,47 0,49

    Evaporativa - - 21,54 - -

    Comerciais leves

    Gasolina 4,95 2,41 1,21 0,16 Etanol 0,88 0,42 0,14 Nd Flex 1,07 0,60 0,19 0,05

    Diesel 0,30 0,29 2,98 1,56

    Caminhes Leves

    Diesel 0,15 0,18 1,54 1,26

    Mdio 0,40 0,48 4,03 3,30 Pesados 3,10 2,91 31,72 16,46

    nibus Urbanos Diesel 1,83 1,86 18,61 11,65 Rodovirios 0,42 0,44 4,34 2,71

    Motocicletas Gasolina 18,74 10,84 0,97 1,34 Flex 0,11 0,09 0,02 0,01 Operao de Processo Industrial (2008) 3,03 13,49 20,14 10,00 Base de Combustvel Lquido (2009) - 9,76 - - Ressuspenso de Partculas - - - 25,00 Aerossis Secundrios - - - 25,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: Adaptado de CETESB (2015) Nota: nd = no disponvel De acordo com o Relatrio da Qualidade do Ar da CETESB (2013), no foram detectadas ultrapassagens na quantidade de Partculas Inalveis (MP10), Fumaa, monxido de Carbono (CO) e Nitrognio (NO2) na RMSP. As nicas substncias que apresentaram ndices acima do Padro Nacional de Qualidade do Ar fora, Partculas Totais em Suspenso (somente uma medio na estao de Osasco) e o Oznio (O3). Referente ao Oznio (O3), considerando-se todas as estaes na RMSP que medem este poluente, foram observados ndices superiores ao PQAr em 98 dias do ano de 2012

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    (27% dos dias do ano), dentre os quais em 39 dias foi atingido nvel de ateno. De maneira geral, a maioria dos dias com ultrapassagem ocorre nos meses de primavera e vero, destacando-se os meses de fevereiro e outubro, em 2012. Os dados referentes qualidade do ar para a rea do presente estudo foram recolhidos na Estao Automtica Mooca, localizada na Rua Bresser, 2341, Administrao Regional da Mooca e Centro Esportivo Municipal, Mooca, a aproximadamente 4,66 quilmetros de distncia da ETD Gomes Cardim, no municpio de So Paulo, pertencente a Regio Metropolitana de So Paulo e que se insere na UGRHI-06. A Estao Automtica Mooca foi escolhida por situar-se mais prximo ao empreendimento e por possuir a maior quantidade de poluentes monitorados. Nessa estao apenas no so monitorados os parmetros Partculas Inalveis (MP10), Monxido de Carbono (CO), Oznio (O3), Velocidade do vento (VV) e Direo do vento (DV). Alm disso, esta Estao est localizada numa regio mista que abrange comrcio, residncias e indstrias. Partindo das anlises no ano de 2014, a RMSP no apresentou ultrapassagens do padro de qualidade do ar de curto prazo (120 g/m), sendo que a Estao Mooca apresentou MP10 (Partculas Inalveis e Fumaa) com 1 mxima de 105 g/m e 2 mxima de 95 g/m, que representa um nvel satisfatrio e enquadrado a regio como de moderada qualidade do ar, sobre este aspecto. O levantamento das principais fontes emissoras de poluentes no entorno da estao Mooca e a anlise dos impactos associados a estas emisses, que se refletem na qualidade do ar monitorada, mostrou que embora haja vias importantes a oeste da estao (Avenida Alcntara Machado e Rua Bresser), as distncias que as separam da estao reduzem o impacto das emisses provenientes do elevado nmero de veculos que nelas trafegam, de tal forma que as concentraes medidas so representativas de escala de bairro. Entretanto, a estao tambm sofre o impacto de fontes de ressuspenso de poeira, localizadas em microescala, que se traduzem em concentraes mdias mais elevadas com ventos provenientes de leste. (CETESB, 2007). 5.1.4 Passivos Ambientais No intuito de verificar a existncia de contaminao do solo e das guas subterrneas na rea diretamente afetada pela reforma da ETD Gomes Cardim, a AES Eletropaulo informa que ir realizar as etapas de investigao preliminar e investigao confirmatria no ms de Agosto de 2016. Assim que os dados forem consolidados as informaes referentes investigao preliminar e confirmatria sero protocolizados junto a CETESB.

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    5.2 Meio Bitico 5.2.1 Cobertura Vegetal A descrio da cobertura vegetal na rea de interveno e entorno da ETD Gomes Cardim baseou-se em dados disponveis no Mapa de Biomas e Vegetao do Brasil (IBGE, 2004a e 2004b), no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlntica (FUNDAO SOS MATA ATLNTICA/INPE, 2002), no Inventrio Florestal da Vegetao Natural do Estado de So Paulo (IF, 2005 e 2009), no Atlas Ambiental do Municpio de So Paulo (SVMA/SEMPLA, 2002), no livro da Vegetao Significativa do Municpio de So Paulo (SEMPLA, 1988), assim como em anlise de imagens de satlite da regio e na vistoria de campo realizada no dia 06 de junho de 2016. 5.2.1.1 Cobertura Vegetal no Contexto Regional Contexto municipal O municpio de So Paulo est inserido dentro do domnio do bioma Mata Atlntica, em rea originalmente coberta por Floresta Ombrfila Densa e regies de contato entre Floresta Ombrfila Densa e Cerrado (IBGE, 2004a e 2004b). No entanto, devido intensa ocupao histrica que ocorre no municpio de So Paulo h algumas centenas de anos, esse cenrio j no representa a realidade da cobertura do solo h um longo tempo. De acordo com o Inventrio Florestal da Vegetao Natural do Estado de So Paulo (IF, 2005) 21% da rea total atual do municpio de So Paulo apresenta cobertura vegetal nativa, sendo 15,6% de vegetao secundria de floresta ombrfila densa, 5,28% com reas de mata e 0,06% de formaes pioneiras em reas de vrzea. Os remanescentes atuais de vegetao localizam-se principalmente nos extremos Norte e Sul do municpio de So Paulo, em locais de relevo montanhoso e afastados das regies centrais. Alguns remanescentes tambm podem ser encontrados no extremo leste, prximo divisa com as cidades de Ferraz de Vasconcelos e Mau. Na regio mais central e entorno prximo, os fragmentos que ainda restam so pequenos e concentrados em parques e praas urbanas, como o Parque Estadual Fontes do Ipiranga, na regio Sul, e os Parques da Aclimao e da Independncia, na regio centro-sul da cidade.

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    5.2.1.2 Cobertura Vegetal nas reas de Interveno e de Influncia Como citado no item acima, a reas de interveno e influncia do empreendimento esto situadas da regio leste da cidade de So Paulo, onde a cobertura vegetal est reduzida a pequenos fragmentos localizados em praas e parques urbanos. A cobertura vegetal da rea de influncia da ETD Gomes Cardim est reduzida apenas a arborizao urbana do local, com presena de poucas rvores isoladas, localizadas nas caladas das ruas, praas no entorno da ETD. No entorno da ETD Gomes Cardim foi identificado o Parque Municipal do Tatuap, onde observa-se a presena de indivduos arbreos e algumas arvoretas que se desenvolvem nas reas de lazer do parque. O restante da rea de influncia ocupado por ruas/avenidas e edificaes residenciais, comerciais, de servios pblicos. A cobertura do solo no interior do terreno da ETD Gomes Cardim composta por reas de brita, ptios e arruamento interno e edificaes, conforme ilustrado no Registro Fotogrfico (Anexo 4). 5.2.2 reas Legalmente Protegidas O processo de identificao de reas legalmente protegidas utilizou a base de dados do Cadastro Nacional de Unidades de Conservao (CNUC), que integra as informaes de reas legalmente protegidas nas trs esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal) e por particulares (Reservas Particulares do Patrimnio Natural/RPPNs). Tambm foi consultada a ltima verso do Mapa das reas Prioritrias para Conservao da Biodiversidade, elaborada em sistema de parceria por diversas instituies de ensino e pesquisa, no mbito do Projeto de Conservao e Utilizao Sustentvel da Diversidade Biolgica Brasileira/PROBIO do Ministrio do Meio Ambiente/MMA, e reconhecidas por meio da Portaria n 9 de 23 de janeiro de 2007. Todas essas bases so disponibilizadas gratuitamente no site de dados geogrficos do MMA. Em consulta ao livro Vegetao Significativa do Municpio de So Paulo (SMA/SEMPLA, 1988), no foi constatada nenhuma rea ou exemplar arbreo classificado como Vegetao Significativa do Municpio de So Paulo na rea de interveno ou na rea de influncia do empreendimento. Tambm foi verificada a existncia de reas de Preservao Permanente, conforme Lei Federal 12.651/2012, sendo observada a APP de um Crrego canalizado, sem nome definido no mapeamento do IBGE, localizado na Sub-bacia intermediaria Aricanduva/Tatuap, que se encontra no limite da rea de influencia direta do empreendimento. No entanto, destaca-se que a APP no local encontra-se totalmente

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    antropizada, sendo composta principalmente por rea impermeabilizada pelas vias de transito local. O Mapa de Recursos Hdricos Superficiais apresentado no Anexo 8 do presente documento. Ressalta-se que as obras de ampliao da capacidade e melhorias previstas para ETD Gomes Cardim, no tero nenhum impacto diretamente ligado vegetao na rea, uma vez que as obras sero restritas a rea da ETD, no havendo necessidade de corte de indivduos arbreos, impermeabilizao ou qualquer tipo de dano em reas com vegetao herbcea ou de utilizao paisagstica. 5.3 Meio Socioeconmico A Subestao Transformadora de Distribuio - ETD Gomes Cardim a ser ampliada situa-se no distrito do Tatuap, Subprefeitura da Mooca. Os bairros a serem atendidos so os da Chcara Califrnia, Chcara Santo Antnio (zona leste), Jardim Txtil, Vila Antonina, Vila Carro, Vila Formosa, Vila Gomes Cardim, Vila Mafra, Vila Nova Manchester, Vila Regente Feij e Vila Santo Estevo, situados na Zona Leste do municpio de So Paulo. Esses bairros localizam-se em quatro distritos do municpio, que so o do Tatuap, o do Carro, o da gua Rasa e o da Vila Formosa. Assim, a rea de Influncia da Subestao Transformadora de Distribuio - ETD Gomes Cardim, para a caracterizao socioeconmica, abrange parcialmente reas das Subprefeituras da Mooca e de Aricanduva / Formosa / Carro. Essas duas Subprefeituras esto localizadas na Zona Leste do municpio de So Paulo. Para estabelecer o perfil socioeconmico da rea de Influncia do empreendimento, abrangendo esses bairros, foram selecionados indicadores cujas fontes secundrias principais foram a Prefeitura do Municpio de So Paulo e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), alm de outras fontes de dados disponveis na Internet. O estudo abrange o perfil demogrfico da populao residente, as suas condies de ocupao, bem como as caractersticas de infraestrutura fsica e social existente e o zoneamento municipal. Ressalta-se que os dados estatsticos e outras informaes no municpio de So Paulo esto organizados, de modo geral, por distritos administrativos. O municpio de So Paulo no possui lei que defina formalmente os limites de bairros, dificultando a identificao desses limites espaciais. Em funo disso, optou-se por elaborar o presente diagnstico com base nas informaes dos distritos em que esses bairros esto includos, resultando uma rea de anlise maior do que a ocupada pelos bairros de interesse.

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    A caracterizao socioeconmica da rea de Influncia ETD Gomes Cardim foi realizada com base nos distritos de Tatuap (V. Gomes Cardim), Carro (V. Santo Estevo, V. Antonina, Chcara Santo Antnio / zona leste, Chcara Califrnia, V. Nova Manchester e V. Carro), gua Rasa (V. Regente Feij) e Vila Formosa (V. Mafra, V. Formosa e Jd. Txtil). Os bairros Vila Santo Estevo e Chcara Santo Antnio estendem-se entre os distritos de Tatuap e Carro. Os distritos de Tatuap e gua Rasa compem a Subprefeitura da Mooca (juntamente com os distritos do Pari, Brs, Belm e Mooca) e os Distritos do Carro e Vila Formosa integram a Subprefeitura de Aricanduva / Formosa / Carro (juntamente com o distrito de Aricanduva). Diversos outros bairros esto contidos tambm nesses distritos, alm dos bairros de interesse direto do Empreendimento. A Figura 5.3.a mostra a abrangncia dos distritos e Subprefeituras que compem a rea de Influncia adotada neste estudo. Figura 5.3.a Localizao da ETD Gomes Cardim, dos distritos do Tatuap, gua Rasa, Carro e Vila Formosa e das Subprefeituras da Mooca e de Aricanduva / Carro / Vila Formosa

    Fonte: IBGE. IBAMA. CEM.

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    5.3.1 Perfil Regional Demogrfico, Social e Econmico Origens Histricas A ocupao da rea que hoje o distrito do Tatuap teve seu incio em 1560, quando Brs Cubas, ao vir para o planalto, encontrou o ribeiro Tatu-ap. Seguindo seu curso at a foz, encontrou o rio Grande (Tiet), instalando-se nessa localidade. Ali Brs Cubas plantou uvas e cana-de-acar, instalando a primeira vincola dessa rea. A regio continuou com atividades agrcolas que permaneceram nos sculos seguintes, e tiveram um maior desenvolvimento quando imigrantes italianos se instalaram nessa regio e, entre eles, as famlias Marengo e Camardo, com novas vincolas, que impulsionaram a evoluo da rea. No fim da dcada de 1880, Benedecto Marengo comprou uma gleba de 24 mil metros quadrados na rea que hoje conhecemos por Vila Gomes Cardim, entre as atuais ruas Serra de Bragana, Cantagalo, Francisco Marengo e Monte Serrat, para instalar sua vincola, que depois foi ampliada com a aquisio de outros terrenos vizinhos. Nas primeiras dcadas do sculo XX comearam a ser instaladas as primeiras indstrias na regio, na sua maioria olarias, pela presena abundante de argila de boa qualidade. A ferrovia dividiu o bairro, com sua poro norte sendo ocupada por indstrias, e a poro sul, ocupada por fazendas e chcaras. Na poca, era comum famlias abastadas morarem no centro da cidade de So Paulo e terem suas casas de campo em chcaras em reas mais afastadas do centro, que tambm recebiam turismo de fim de semana. A regio do Tatuap era uma dessas reas. O perfil industrial do bairro se desenvolveu at meados da dcada de 1970, quando muitas das indstrias deixaram a Capital, em busca de incentivos fiscais no interior do Estado. A sada das indstrias, com a valorizao dos terrenos, permitiu a mudana do perfil do bairro, com grande adensamento urbano, acentuada verticalizao e instalao do comrcio de alto padro. Muitas reas de chcaras, no fim do sculo XX, comearam a ser loteadas e ocupadas por condomnios residenciais de mdio e alto padro, o que motivou o surgimento do comrcio e lazer mais sofisticados para atender a essa populao. A origem do nome gua Rasa devida a um trecho do ribeiro Tatuap em que o seu leito era extremamente raso. A avenida Salim Farah Maluf foi construda sobre esse curso dgua. O bairro teve sua origem em uma chcara (Stio do Capo) pertencente a Joo Mariano Bueno, que a vendeu ao Padre Diogo Feij, em 1829, tendo sido batizada como Chcara

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    Paraso. Sua casa, hoje tombada, fica no bairro Anlia Franco (atualmente no distrito de Vila Formosa). A gua Rasa, como bairro mais recente, formou-se como uma extenso do distrito da Mooca, o que pode ser visto na semelhana do traado urbano. Na dcada de 1930, foi formado um loteamento residencial, que incorporou ruas dos bairros vizinhos do Tatuap e Belm, com a desativao do hipdromo da Mooca. O loteamento criado recebeu muitos imigrantes, principalmente lituanos e hngaros. Atualmente, a maior parte do comrcio situa-se nas grandes avenidas, caracterizando a regio como residencial, nas reas entre essas avenidas. Apresenta uma relativa verticalizao, com condomnios de mdio e alto padro, mas ainda tem muitas casas e sobrados de padro mdio. O distrito do Carro teve sua origem em um stio antigo, junto a uma trilha, por onde passavam os indgenas da aldeia de Piratininga, em direo aldeia de Biacica ou Imbiacica (rea da Fazenda da Biacica, local onde hoje esto as reas do Itaim Paulista, Vila Curu e parte do Jardim Helena). Esta trilha depois foi muito utilizada pelos bandeirantes, em busca de ouro e de ndios para escravizar. Segundo alguns historiadores, essas terras faziam parte da denominada Sesmaria de Joo Ramalho, e foram tambm conhecidas como Tucuri (um fruto do tamanho do coco-da-baa) e, posteriormente, como Chcara Carro, das quais surgiram os bairros Vila Carro, Vila Nova Manchester, Vila Santa Isabel e Jardim Txtil. O bairro recebeu o nome em homenagem ao Conselheiro Joo da Silva Carro, 32 Presidente da Provncia de So Paulo, em 1865, que tinha um stio por l com cultivo de uvas de diversas variedades, s margens do crrego Aricanduva, onde se formou uma pequena vila. Outros produtores de vinho tambm ocuparam terras nas imediaes. Na segunda dcada do sculo XX, os genros do Conselheiro Carro, quando da sua morte, herdaram as terras e as venderam Cia. Territorial Paulista que encarregou o dentista Joo Gomes Barreto de lote-las e vend-las, ampliando a urbanizao da rea. Posteriormente, o Carro se industrializou, destacando-se, entre outras, a indstria Guilherme Giorgi, em que trabalhavam muitos imigrantes aorianos que vieram para o bairro, e a Txtil Tabacow, ainda hoje existente. Atualmente, o Carro passa por um processo de grande expanso imobiliria, com muitos lanamentos de novos edifcios residenciais de alto padro, e importantes reas comerciais, o que vem impactando o trnsito local. At 1963 a Vila Formosa fazia parte do distrito do Tatuap. Segundo relatos de historiadores, em meados de 1880 sua rea pertencia famlia dos Casa Grande, tendo o Stio da Casa Grande se tornado referncia do incio da ocupao da regio.

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    Pertencendo aos irmos Jacob a partir de 1911, a rea foi loteada em 1920, recebendo o nome de Formosa, em homenagem ao antigo nome da cidade de Ilhabela. At 1940, o loteamento foi implementado pela Companhia Melhoramentos do Brs, estando a cargo dessa empresa a rea do hoje Jardim Vila Formosa e parte da rea do cemitrio (que foi implantado em 1949). Esse loteamento foi concebido como um bairro de alto padro, mas a presena de um lixo, para onde a populao levava os resduos e que permaneceu ativo at 1950, prejudicou esse objetivo. Essa rea, muitos anos depois, tornou-se o bairro do Jardim Anlia Franco. O bairro teve uma fase importante de industrializao, mas posteriormente muitas indstrias deixaram a regio, resultando em muitas ruas com galpes desativados. Algumas dessas reas de galpes receberam, depois, projetos residenciais de alto padro. O distrito, que pode ser considerado atualmente uma das reas mais arborizadas da cidade, pois possui 116 praas, tem uma populao de classe mdia e um perfil residencial e comercial. Nas proximidades do Tatuap predominam as reas residenciais de padro mdio-alto e nas proximidades de Sapopemba, o padro mdio-baixo. A verticalizao est presente nos bairros Jardim Anlia Franco, Vila Antonina, Jardim Txtil e Vila Formosa. Dinmica Populacional A Tabela 5.3.1.a mostra o perfil populacional dos quatro distritos (rea de Influncia) que contm os bairros de Chcara Califrnia, Chcara Santo Antnio (zona leste), Jardim Txtil, Vila Antonina, Vila Carro, Vila Formosa, Vila Gomes Cardim, Vila Mafra, Vila Nova Manchester, Vila Regente Feij e Vila Santo Estevo, permitindo observar a evoluo ocorrida entre 1991 e 2010. Todos estes distritos fazem parte da rea urbana consolidada e antiga do municpio, no tendo rea rural no seu territrio. A populao total da rea de Influncia era, em 1991, de 362.215 habitantes, tendo perdido populao entre 1991 e 2000, quando passou para 337.302 pessoas, contando ento com 93,1% da populao existente em 1991. De 2000 para 2010 a populao desses quatro distritos voltou a crescer (5,2%, em relao populao de 2000), passando para 354.715 pessoas em 2010. A gua Rasa foi o nico distrito que teve perda populacional em todos esses perodos. Todos os quatro distritos perderam populao entre 1991 e 2015, ou cresceram muito pouco, tendo em 2015 o equivalente a 98,65% da populao residente em 1991. A participao populacional dessa rea no total municipal vem apresentando decrscimo entre 1991 e 2015, tendo sido de 3,76% em 1991, de 3,23% em 2000, de 3,15% em 2010 e de 3,11 em 2015.

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    Tabela 5.3.1.a Evoluo da populao residente, taxas de crescimento geomtrico anual e densidade demogrfica nos quatro distritos e Municpio de So Paulo 1991, 2000 e 2010

    Distritos e Municpio

    Populao Total Taxas de Crescimento (% ao ano)

    Densidade

    (pop/ha)1991 2000 2010 2015 1991/00 2000/10 2010/15 2010

    Tatuap 81.840 79.381 91.672 96.637 -0,34 1,45 1,06 111,80gua Rasa 95.099 85.896 84.963 82.891 -1,12 -0,11 -0,49 123,13

    Carro 87.336 78.175 83.281 84.320 -1,22 0,63 0,25 111,04Vila Formosa 97.940 93.850 94.799 93.462 -0,47 0,10 -0,28 128,11

    Total 362.215 337.302 354.715 357.310 -0,79 0,50 0,15 118,24Municpio de So Paulo

    9.646.185 10.434.252 11.253.503 11.504.120 0,88 0,76 0,44 74,58

    Fonte: IBGE. Censos Demogrficos; Prefeitura Municipal de So Paulo. Infocidade. Projees Populacionais. As taxas de crescimento geomtrico anual entre 1991 e 2000 foram negativas em todos os distritos. No perodo seguinte, gua Rasa ainda continuou com crescimento negativo, assim como tambm entre 2010 e 2015, configurando o distrito com maior perda populacional no perodo. Nesse ltimo perodo, tambm o distrito de Vila Formosa voltou a ter perda populacional (-0,28% ao ano). Dos quatro distritos, o Tatuap foi o que mais cresceu, com 1,45% ao ano entre 2000 e 2010, e com 1,06% ao ano entre 2010 e 2015. Mas o crescimento do conjunto dos quatro distritos foi negativo (-0,79% ao ano entre 1991 e 2000) ou muito pequeno (0,50% ao ano entre 2000 e 2010 e 0,15% ao ano entre 2010 e 2015). A densidade demogrfica nesses quatro distritos pode ser considerada mediana, variando de 111 habitantes por km (Tatuap e Carro) a 123 habitantes por km (gua Rasa) em 2010. Complementando o perfil demogrfico, a Tabela 5.3.1.b mostra a distribuio da populao total por grandes grupos etrios, os quais representam o contingente de crianas e adolescentes (0 a 14 anos de idade), o contingente de pessoas potencialmente ativas (15 a 64 anos de idade) e o contingente de idosos (pessoas acima de 65 anos de idade), em cada distrito da rea de Influncia. A Tabela apresenta tambm uma sntese de indicadores importantes para a caracterizao demogrfica da populao residente na rea estudada, que so a Razo de Sexo e a Razo de Dependncia. A Razo de Sexo traduzida como a razo entre o total de homens e o total de mulheres, mostrando quantos homens existem para cada 100 mulheres, num determinado lugar e perodo. A Razo de Dependncia mostra o peso da populao economicamente dependente (0 a 14 anos e 65 anos e mais de idade) sobre o segmento etrio potencialmente produtivo (15 a 64 anos de idade).

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    Tabela 5.3.1.b Populao Residente, Principais Grupos Etrios, Razo de Dependncia e Razo de Sexo dos quatro distritos e do Municpio de So Paulo 2010

    Distritos e Municpio Populao total 0 a 14 anos

    15 a 64 anos

    65 anos e mais

    Razo de Dependncia

    (%)

    Razo de Sexo

    Tatuap 91.672 13.319 65.695 12.658 39,5 84,4 gua Rasa 84.963 12.764 59.866 12.333 41,9 85,3 Carro 83.281 13.380 58.760 11.141 41,7 86,6 Vila Formosa 94.799 16.243 67.018 11.538 41,5 88,6 Total 354.715 55.706 251.339 47.670 41,1 86,2 So Paulo 11.253.503 2.336.636 8.001.784 915.083 40,6 89,9 Fonte: IBGE. Censo Demogrfico. Os distritos da rea de Influncia apresentavam em 2010 o maior nmero de pessoas, em tese, potencialmente ativas, com uma Razo de Dependncia razoavelmente baixa, que foi de 39,5 pessoas potencialmente dependentes para cada 100 pessoas potencialmente ativas no distrito do Tatuap e entre 41,5 e 41,9 pessoas potencialmente dependentes para cada 100 pessoas potencialmente ativas nos outros trs distritos. Mas a Razo de Dependncia nesses trs distritos estava ligeiramente acima da do municpio de So Paulo, em 2010, que foi de 40,6 pessoas potencialmente dependentes para cada 100 pessoas potencialmente ativas. A Razo de Dependncia tem como objetivo medir quantas pessoas dependentes existem para cada grupo de 100 pessoas em idade potencialmente ativa. Quanto maior a razo entre esses dois grupos, maior a carga de dependncia da localidade analisada. Os indicadores com menores valores representam maior populao em idade produtiva, do que a que dependente, representando um fator positivo para o desenvolvimento do municpio. A Razo de Dependncia com valores mais altos mostra localidades com maior populao, em tese, dependente, podendo ser consideradas em estgios iniciais da transio demogrfica. A Razo de Sexo dos distritos apresenta uma populao em sua maior parte feminina, com uma mdia de 86,2 homens para cada 100 mulheres na rea de Influncia. Nos quatro distritos a Razo de Sexo variou de 84,4 (Tatuap) a 88,6 homens para cada 100 mulheres (Vila Formosa), sendo todas inferiores do municpio (89,9 homens para cada 100 mulheres). A Tabela 5.3.1.c apresenta os domiclios particulares permanentes por condio de ocupao nos quatro distritos.

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    Tabela 5.3.1.c Domiclios particulares permanentes por condio de ocupao nos quatro distritos e no Municpio de So Paulo 2010 Distritos e Municpio Total

    Condio de ocupao do domiclio Prprio % Alugado % Cedido % Outros %

    Tatuap 32.734 24.065 73,5 7.115 21,7 1.148 3,5 406 1,2 gua Rasa 28.652 19.357 67,6 8.002 27,9 1.234 4,3 59 0,2 Carro 27.115 19.037 70,2 6.773 25,0 1.166 4,3 139 0,5 Vila Formosa 30.412 20.983 69,0 7.802 25,7 1.548 5,1 79 0,3 Total 118.913 83.442 70,2 29.692 25,0 5.096 4,3 683 0,6 So Paulo 3.574.286 2.509.167 70,2 840.613 23,5 179.174 5,0 45.332 1,3 Fonte: IBGE. Censo Demogrfico. A proporo de domiclios particulares permanentes prprios era bastante varivel entre as unidades territoriais analisadas, com percentuais variando entre 67,6% na gua Rasa e 73,5% no Tatuap. A mdia do total dos quatro distritos era de 70,2%, igual do municpio. O percentual de domiclios alugados variava entre 21,7% do total (Tatuap) e 27,9% (gua Rasa). A participao do total dos quatro distritos era de 25,0% de domiclios alugados, um pouco superior ao municpio, em que essa condio dos domiclios participava com 23,5% do total. A participao dos domiclios cedidos, na mdia dos distritos, era de 4,3% e a daqueles em outra condio, de 0,6%, ambos inferiores participao dessas categorias no total municipal. O Observatrio Cidado Rede Nossa So Paulo (http://www.redesocialdecidades.org.br/br/SP/sao-paulo) fornece diversos indicadores, que podem caracterizar a situao dos distritos em anlise quanto s condies de vida. A Tabela 5.3.1.d mostra a participao dos domiclios em favelas no total de domiclios particulares permanentes. Tabela 5.3.1.d Participao dos domiclios em favelas no total de domiclios particulares permanentes nos quatro distritos e Municpio de So Paulo 2012 a 2015 Distritos e municpio

    Participao dos domiclios em favelas no total de domiclios (%) N de favelas

    2012 2013 2014 2015 Tatuap 1,06 1,06 1,26 2 gua Rasa 0,00 0,10 0,10 1 Carro 2,55 2,55 2,55 10 Vila Formosa 0,96 0,96 0,96 3 So Paulo 11,00 10,90 11,13 1.677 Fonte: Rede Nossa So Paulo. Indicadores por Subprefeituras e Distritos. Prefeitura Municipal de So Paulo. Infocidade.

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    De acordo com a base de dados da Rede Nossa So Paulo (Tabela 5.3.1.d), h domiclios em favelas nos quatro distritos em estudo, embora tenham baixa participao no total de domiclios. O distrito em que h a maior participao das residncias em favelas no total de domiclios particulares permanentes tem sido o distrito do Carro (que foi de 2,55% do total de domiclios, de 2012 a 2014), vindo depois o distrito do Tatuap (que variou de 1,06%, em 2012 e 2013, crescendo um pouco, para 1,26%, em 2014). Nos outros dois distritos a participao tem sido inferior a 1%. Em todos os distritos a participao de domiclios em favelas no total de domiclios tem sido muito inferior do municpio (11,13 em 2014). O distrito que apresenta o maior nmero de favelas o do Carro, com 10 favelas em 2015. Vila Formosa tem 03 favelas, o Tatuap tem 02 favelas e a gua Rasa tem 01 favela. A Tabela 5.3.1.e apresenta as classes de rendimento nominal mensal dos domiclios particulares permanentes nas unidades territoriais analisadas, em 2010. Tabela 5.3.1.e Domiclios particulares permanentes, por classes de rendimento nominal mensal domiciliar nos quatro distritos e no Municpio de So Paulo 2010 Distritos e Municpio

    Total de domiclios

    Classes de rendimento nominal mensal domiciliar em salrios mnimos (%)

    Com at 1 Com mais de 1 a 2 Com mais

    de 2 a 5 Com mais de 5 a 10

    Com mais de 10

    Sem rendimento

    Tatuap 32.734 5,76 6,2 20,2 26,3 40,5 4,1 gua Rasa 28.652 3,95 10,2 28,8 26,1 23,3 7,3 Carro 27.115 3,21 10,7 30,4 26,8 22,1 5,2 Vila Formosa 30.412 4,08 12,7 31,4 23,9 20,6 6,1 Total 118.913 4,13 9,9 27,4 25,7 27,0 5,7 So Paulo 3.574.286 7,78 16,5 34,0 20,0 17,0 5,7 Notas: 1 - Salrio mnimo utilizado de R$ 510,00; 2 - Inclusive os domiclios com rendimento mensal domiciliar somente em benefcios. Fonte: IBGE. Censo Demogrfico. Maior percentual (%) de domiclios entre as classes de rendimento. A participao dos grupos de rendimentos domiciliares no total de domiclios, entre os distritos em anlise (rea de Influncia), era semelhante do municpio de So Paulo, em trs dos quatro distritos. O distrito com melhor condio de renda domiciliar em 2010 era o do Tatuap, em que 40,5% dos domiclios tinham, em 2010, rendimento nominal mensal domiciliar de mais de 10 salrios mnimos. Nos outros trs distritos, o grupo mais numeroso era o entre 2 e 5 salrios mnimos de rendimento domiciliar, da mesma forma ocorrendo no municpio de So Paulo. Mas havia percentuais significativos tambm no grupo de 5 a 10 salrios mnimos, cuja participao variava de 23,9%, na Vila Formosa, a 26,8%, no Carro, percentuais superiores ao do municpio de So Paulo (20,0% dos domiclios).

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    A participao dos domiclios com at 02 salrios mnimos de rendimento domiciliar variava entre 13,94% (Carro) e 16,82% (Vila Formosa), mas no municpio, esses dois grupos representavam 24,26%, em 2010. E a participao dos domiclios sem rendimentos (mas que tinham benefcios) variava entre 4,1% (Tatuap) e 7,3% (gua Rasa). A Tabela 5.3.1.f apresenta o nmero de pessoas com mais de 10 anos de idade, de acordo com as classes de rendimento. Tabela 5.3.1.f Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classe de rendimento nominal mensal nos quatro distritos e no Municpio de So Paulo 2010

    Distritos e Municpio

    Populao de 10

    anos ou mais

    Classes de rendimento nominal mensal em salrios mnimos (%)

    At 1 Mais de 1 a 2 Mais de

    2 a 5 Mais de 5 a 10

    Mais de 10

    Sem rendimento

    Tatuap 83.312 6,5 14,0 22,7 17,1 11,2 28,4gua Rasa 76.882 9,7 20,0 21,9 10,7 5,0 32,7Carro 74.982 10,9 21,0 21,7 10,4 4,0 32,0Vila Formosa 84.778 11,1 22,1 19,5 8,7 4,5 34,1Total 319.954 9,5 19,2 21,4 11,8 6,3 31,8So Paulo 9.784.297 12,5 23,9 17,0 6,9 4,3 35,4Notas: 1 - Salrio mnimo utilizado de R$ 510,00. Fonte: IBGE. Censo Demogrfico. Maior percentual (%) de pessoas entre as classes de rendimento. Aqui tambm a distribuio do total dos quatro distritos era semelhante do municpio, tendo todas as unidades territoriais analisadas a maior participao no grupo das pessoas sem rendimentos, que variou de 28,4% no Tatuap a 34,1% na Vila Formosa. Mesmo assim, a participao deste grupo no total de pessoas de 10 anos ou mais nestes distritos era inferior do municpio (35,4%). O segundo grupo com maior percentual era o entre 02 e 05 salrios mnimos, em trs dos quatro distritos, variando de 21,7% (Carro) a 22,7% (Tatuap). Na Vila Formosa, o segundo grupo com maior percentual era o que tinha rendimentos entre 01 e 02 salrios mnimos, que abrangia 22,1% das pessoas de 10 anos e mais. Mas a participao deste grupo no conjunto dos quatro distritos era mais alta (21,4%) do que a ocorrida no municpio (17,0%). No Carro e na Vila Formosa, a participao do grupo de pessoas com rendimentos entre 05 e 10% era menor do que a do grupo at 01 salrio mnimo. No Tatuap e na gua Rasa, o grupo com rendimentos entre 05 e 10 salrios mnimos tinha maior participao (principalmente no Tatuap) do que o grupo com at 01 salrio mnimo. A participao do grupo de 05 a 10 salrios mnimos, no conjunto dos quatro distritos, era quase o dobro (11,8%) do que a que ocorria no municpio (6,9%).

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    Nos grupos at 02 salrios mnimos a participao dos quatro distritos era inferior (9,5% e 19,2%) do municpio (12,5% e 23,9%). Esses dados permitem verificar que o nvel dos rendimentos nesses quatro distritos era superior mdia municipal, em 2010. Comparando os dados das Tabelas 5.3.1.e e 5.3.1.f, verificamos que os rendimentos das pessoas de 10 anos ou mais so mais baixos do que os rendimentos domiciliares, nestes distritos, podendo-se supor que a agregao de pessoas nos domiclios permitem que os rendimentos domiciliares tenham um patamar de maior valor, na maioria dos domiclios. Empregos e estabelecimentos econmicos Os quatro distritos em anlise apresentam uma predominncia de atividades de servios, vindo depois as do comrcio, como pode ser visto na Tabela 5.3.1.g, mas a participao dos empregos industriais pode tambm ser considerada importante. A distribuio dos estabelecimentos e empregos, segundo grandes setores da economia, pelos distritos que constituem a rea de Influnc