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Capítulo 06b
Evaporação eEvapotranspiração
Conceito Geral
Fatores que afetam a evapotranspiração
Medição da evaporação
Estimativa da evapotranspiraçãoMedição
Cálculo
Evapotranspiração
Capítulo 06b
Evaporação ou vaporização:
É o processo pelo qual as moléculas de água na superfície líquida ou na umidade do solo, adquirem energia suficiente (através da radiação solar e outros fatores climáticos) e passam do estado líquido para o de vapor.
Compreende:
� Evaporação da água contida no solo (umidade)
� Evaporação direta da água de rios, lagos e oceanos, água interceptada
umidade
Edireta
Esolo
A evaporação é um processo físico de mudança de fase, passando do estado líquido para o estado gasoso. A evaporação de água na atmosfera ocorre de oceanos, lagos, rios, do solo e da vegetação úmida (evaporação do orvalho ou da água interceptada das chuvas)
Capítulo 06b
Perda por evaporação (E) – é o volume de água evaporada por unidade de área horizontal (expressa em mm) durante um certo período de tempo.
Intensidade de evaporação(mm/h) – é a velocidade com que se processa as perdas por evaporação.
Grandezas caracterGrandezas caracteríísticas da sticas da evaporaevaporaçãção:o:
Fatores que influenciam a Fatores que influenciam a evaporaevaporaçãção:o:
• Temperatura• Pressão Atmosférica• Pressão de Vapor• Umidade Relativa• Vento
• Radiação Solar• Natureza da Superfície
Controle da evaporação:
Redução de áreas líquidas expostas (plantas aquáticas que reduzem a evaporação);
Cortina de vento em pequenas áreas (cobertura vegetal);
Pequenas áreas expostas de lagos e açudes favorecidas por fatores geográficos naturais (gargantas, cânion).
Capítulo 06b
Tanque classe A
Evaporímetro de Piché
Medição de evaporação
Medição da Evaporação
A medição da taxa evaporação de uma superfície líquida pode ser realizada através de aparelhos de medição direta, os evaporímetros.
Os evaporímetros são instrumentos que possibilitam uma medida direta do poder evaporativo da atmosfera, estando sujeitos aos efeitos da radiação, temperatura, vento e umidade.
Os evaporímetros mais conhecidos são:
Atmômetros e,
Tanques de evaporação.
Tanques de EvaporaTanques de Evaporaçãçãoo
São tanques que expõem à atmosfera uma superfície líquida de água permitindo a determinação direta da evaporação potencial diariamente. O tanque de 20m2 é utilizado para medir a evaporação (E20).
Suas medidas se assemelham às obtidas em lagos.
Portanto, sofre pouca influência de fatores externos, dado o
grande volume de água que ele contém.
•permite ajustes de precisão milimétrica na regulagem de aparelho
Capítulo 06b
Tanques de EvaporaTanques de Evaporaçãçãoo
Como os tanques Classe A e o GGI-3000 são menores e contém um volume de água muito menor do que o tanque de 20m2, o volume de água evaporado nesses evaporímetros costuma ser superior. A relação entre as evaporações que ocorrem nesses três tipos de tanque evaporimétricos são apresentados a seguir.
Capítulo 06b
Existe uma proporcionalidade entre esses três tanques de medida da evaporação. Essa relação entre eles foi determinada para Piracicaba por Oliveira (1971):
Já Volpe e Oliveira (2003) em Jaboticabal obtiveram as seguintes relações:
Como as relações apresentadas por Volpe e Oliveira (2003) para Jaboticabal foram baseadas numa série de dados mais longa, essas parecem ser mais confiáveis.
Exemplo: E20 = 5 mm/d irá corresponder a ECA = 6,7 mm/d e EGGI = 5,9 mm/d
Tanque classe A
Tanque "Classe A" – US Weather Bureau
Fonte : Sabesp
Tanque Classe A
Capítulo 06b
Medindo a evaporação
Tanque classe ATanque classe A
ATMÔMETROS
Atmômetros é qualquer instrumento de qualquer forma usado para medição ou estimativa de diferentes intensidade de evaporação. (Livingston)
O mais usado é o Evaporímetro de Piché – mede a evapotranspiraçãopotencial, sua superfície é porosa (cerâmica ou papel de filtro) e embebida em água.
O evaporímetro de Piché é constituído por um tubo cilíndrico, de vidro, de aproximadamente 30 cm de comprimento e um centímetro de diâmetro, fechado na parte superior e aberto na inferior.
A extremidade inferior é tapada, depois do tubo estar cheio com água destilada, com um disco de papel de feltro, de 3 cm de diâmetro, que deve ser previamente molhado com água.
Este disco é fixo depois com uma mola. A seguir, o tubo é preso por intermédio de uma argola a um gancho situado no interior do abrigo.
Evaporímetro de Piché
Capítulo 06b
Evaporímetro de Piché
Piché é pouco confiável
Comentários
EvapotranspiraEvapotranspiraçãção:o:
É o processo conjunto da evaporação do solo mais a transpiração das plantas.
EVAPOTRANSPIRAÇÃOEVAPOTRANSPIRAÇÃO
EVAPORAÇÃOEVAPORAÇÃO TRANSPIRAÇÃOTRANSPIRAÇÃO
TranspiraTranspiraçãção:o:
É o resultado da extração de água contida no solo pelas raízes das plantas e liberação para a atmosfera pelos poros. A taxa de transpiração éfunção dos estômatos, da profundidade radicular e do tipo de vegetação.
Capítulo 06b
A transpiração ocorre
desde as raízes até as folhas,
pelo sistema condutor, pelo
estabelecimento de um
gradiente de potencial desde o
solo até o ar. Quanto mais
seco estiver o ar (menor
Umidade Relativa), maior será
esse gradiente.
Transpiração
Transpiração
A transpiração é um processo biofísico pelo qual a água que passou pela planta,fazendo parte de seu metabolismo, é transferida para a atmosfera preferencialmente pelos estômatos, obedecendo uma série de resistências desde o solo, passando pelos vasos condutores (xilema), mesófilo, estômatos e finalmente indo para a atmosfera
Como é praticamente impossível se distinguir o vapor de água proveniente da evaporação da água no solo e da transpiração das plantas, a EVAPOTRANSPIRAÇÃO é definida como sendo o processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera por evaporação da água do solo e da vegetação úmida e por transpiração das plantas.
Capítulo 06b
Evapotranspiração (ET)
Processo simultâneo de transferência de
água para a atmosfera através da
evaporação (E) e da transpiração (T).
TEET ++++====
Evapotranspiração Compreende:1. Evaporação dos corpos de água;2. Evaporação da água do solo;3. Evaporação da água interceptada das plantas;4. Transpiração das plantas.
Depende da:1.1. Disponibilidade de Disponibilidade de ááguagua → se não existir
água para o processo se desenvolver , não haverá uma evaporação e nem transpiração;
2.2. PresenPresençça da vegetaa da vegetaçãçãoo → se não existir vegetação não ocorrerá a transpiração;
3.3. RadiaRadiaçãção solar e ao solar e açãção dos ventoso dos ventos →
definem o poder de evaporação da atmosfera que é condicionada a absorver vapor dependendo da pressão reinante
Capítulo 06b
ETP ou ETo
é a evapotranspiração de uma extensa + superfície vegetada com vegetação rasteira (normalmente gramado), em crescimento ativo, cobrindo totalmente o solo, com altura entre 8 e 15cm (IAF » 3), sem restrição hídrica e com ampla área de bordadura para evitar a advecção de calor sensível de áreas adjacentes. Nesse caso a ET depende apenas das variáveis meteorológicas, sendo portanto ETP uma variável meteorológica, que expressa o potencial de evapotranspiração para as condições meteorológicas vigentes
ETR
é a evapotranspiração nas mesmas condições de contorno de ETP, porém, com ou sem restrição hídrica. Nesse caso:
ETR <= ETP
Pode-se dizer que:
ETR = ETP * Ks
Se Ks = 1 – ETR = ETP
Se Ks < 1 – ETR < ETP
Evapotranspiração Potencial
(ETP)
Quantidade de água
transferida para a
atmosfera por evaporação
e transpiração, em uma
unidade de tempo, de
uma superfície extensa,
completamente coberta de
vegetação de porte baixo
e bem suprida de água (Penman, 1956)
Evapotranspiração real
(ETR)
Quantidade de água
transferida para a
atmosfera por evaporação
e transpiração, nas
condições reais
(existentes) de fatores
atmosféricos e umidade do
solo. A ETR é igual ou
menor que a
evapotranspiração
potencial (Gangopadhyaya et al, 1968)
Capítulo 06b
EVAPOTRANSPIRAÇÃOEVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIALPerda de água observada por evaporação e transpiração de uma superfície natural tal que esteja totalmente coberta e o teor de umidade supere a capacidade de campo .
A ETP é um conceito bastante utilizado na irrigação, pois define a máxima quantidade de água para uma planta, sendo função também do seu consumo.
Ex: a evaporação da água da superfície de rios, lagos e oceanos.
Capacidade de CampoCapacidade de Campo
Capacidade de Campo
Voltar
Umidade próxima a umidade de saturação do solo; geralmente ocorre após cessada a chuva e o excesso de água ter sido drenado por gravidade.
Esse conceito é bastante utilizadono meio agrícola
para fins de irrigação.
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
EVAPOTRANSPIRAÇÃO REALPerda de água observada por evaporação e transpiração nas condições reinantes (atmosféricas e de umidade do solo).
Ocorre a uma taxa inferior à taxa potencial devido a deficiência de água para o processo.
Ex: a evaporação água do solo em uma bacia hidrográfica.
Capítulo 06b
A figura mostra os diferentes tipos de ET descritos. Na área seca tem-se ETR, limitada pelas condições de umidade do solo. Na área irrigada (bordadura ou área tampão) tem-se ETO. No centro da área úmida tem-se ETP, a qual depende única e exclusivamente do balanço de energia.
ETc
é a evapotranspiração de uma cultura em dada fase de seu desenvolvimento, sem restrição hídrica, em condições ótimas de crescimento e com ampla área de bordadura para evitar a advecção de calor sensível de áreas adjacentes. Assim ETc depende das condições meteorológicas, expressas por meio da ETP (ou ETo), do tipo de cultura (maior ou menor resistência à seca) e da área foliar. Como a área foliar da cultura padrão éconstante e a da cultura real varia, o valor de Kc também irá variar.
ETc = Kc * ETP
EvapotranspiraEvapotranspiraçãçãoo
de Cultura (ETc)de Cultura (ETc)
Variação de Kc com o desenvolvimento de culturas
Observa-se que os valores de Kc acompanham basicamente a área foliar da cultura. No caso das culturas anuais o Kcini varia de 0,3 a 0,5, Kcinter de 0,8 a 1,2, e o Kcfinal de 0,4 a 0,7, dependendo do tipo de cultura. No caso de culturas perenes ou árvores, os valores de Kc também irão variar de acordo com o IAF e o tipo de cultura. Veja a seguir as diferenças nos estágios de esenvolvimento entre os diversos tipos de cultura, inclusive a de referência.
Capítulo 06b
Comparação dos estágios de desenvolvimento (e do IAF) de diferentes tipos de cultura e da cultura de referência
Evapotranspiração real da Cultura (ETr)
ETr
é a evapotranspiração nas mesmas condições de contorno de ETc, porém, com ou sem restrição hídrica. Nesse caso:
ETr ETc
ETr = ETP * Kc * Ks
Conceitos de Evapotranspiração e seus Fatores Determinantes
Capítulo 06b
Fatores Determinantes da EvaporaFatores Determinantes da Evaporaçãção e o e da da EvapotranspiraEvapotranspiraçãçãoo
Fatores Meteorológicos/Climáticos
Saldo de radiação (Rn)
Temperatura do ar (Tar)
Umidade do ar (UR ou De)
Velocidade do vento (U)
Fatores Dependentes do SistemaFatores Dependentes do Sistema EvaporanteEvaporante
a) Superfície de água livre
- Pureza da água
- Extensão e Profundidade
- Tipo (formato e material)
- Exposição à radiação solar e ao vento
b) Solo Desnudo
- Textura e Estrutura
- Disponibilidade hídrica
Estágio 1 – Evaporação depende apenas das condições meteorológicas
Estágio 2 – Evaporação depende das condições intrínsecas do solo
Capítulo 06b
c) Solo vegetado (evapotranspiração)
- Fatores da Cultura:
Altura das plantas
Área foliar
Tipo de cultura
Albedo
Profundidade das raízes
- Fatores de Manejo e do Solo:
Espaçamento/densidade de plantio
Orientação de plantio
Plantio direto
Capacidade de água disponível (CAD)
Impedimentos físicos/químicos
Uso de quebra-ventos
Quanto maior a temperatura, maior a pressão de saturação do vapor de água no ar, isto é, maior a capacidade do ar de receber vapor.
Para cada 10oC, P0 éduplicada.
Temp. oC 0 10 20 30
P0 (atm) 0,0062 0,0125 0,0238 0,0431
Temperatura
A umidade relativa é a medida do conteúdo de vapor de
água do ar em relação ao conteúdo de vapor que o ar teria se
estivesse saturado. Assim, ar com umidade relativa de 100%
está saturado de vapor, e ar com umidade relativa de 0% está
completamente isento de vapor.
Umidade do Ar
sww
.100UR ====
onde UR é a umidade relativa; w é a massa de vapor pela
massa de ar e ws é a massa de vapor por massa de ar no
ponto de saturação.
% em
Capítulo 06b
A umidade relativa também pode ser expressa em termos
de pressão parcial de vapor. De acordo com a lei de Dalton cada
gás que compõe um a mistura exerce uma pressão parcial,
independente da pressão dos outros gases, igual à pressão que
se fosse o único gás a ocupar o volume. No ponto de saturação
a pressão parcial do vapor corresponde à pressão de saturação
do vapor no ar, e a equação anterior pode ser reescrita como:
Umidade do Ar
see
.100UR ====
onde UR é a umidade relativa; e é a pressão parcial de vapor
no ar e es é pressão de saturação.
% em
E = C (es – e)
E = evaporação (mm/hora; mm/dia)
es = pressão de saturação do vapor de água no ar
atmosférico
e = pressão do vapor presente na atmosfera
C = constante
Ar mais seco – mais evaporação
Ar mais úmido – menos evaporação
Umidade do Ar
O vento renova o ar em contato com a superfície que está evaporando (superfície da água; superfície do solo; superfície da folha da planta).Com vento forte a turbulência é maior e a transferência para regiões mais altas da atmosfera é mais rápida, e a umidade próxima àsuperfície é menor, aumentando a taxa de evaporação.
pouco vento muito vento
Vento
Capítulo 06b
A quantidade de energia solar que atinge a Terra no topo da
atmosfera está na faixa das ondas curtas. Na atmosfera e na
superfície terrestre a radiação solar é refletida e sofre
transformações.
Radiação Solar
Parte da energia incidente é refletida pelo ar e pelas nuvens
(26%) e parte é absorvida pela poeira, pelo ar e pelas nuvens
(19%). Parte da energia que chega a superfícies é refletida de
volta para o espaço ainda sob a forma de ondas curtas (4% do
total de energia incidente no topo da atmosfera).
Radiação Solar
A energia absorvida pela terra e pelos oceanos contribui
para o aquecimento destas superfícies que emitem radiação de
ondas longas. Além disso, o aquecimento das superfícies
contribuem para o aquecimento do ar que está em contato,
gerando o fluxo de calor sensível (ar quente), e o fluxo de calor
latente (evaporação).
Finalmente, a energia absorvida pelo ar, pelas nuvens e a
energia dos fluxos de calor latente e sensível retorna ao espaço
na forma de radiação de onda longa, fechando o balanço de
energia.
Radiação Solar
Capítulo 06b
Solos arenosos úmidos tem evaporação
maior do que solos argilosos úmidos.
Solo
Controla a transpiração
Pode agir fechando os estômatos
Busca a umidade de camadas profundas
do solo
Vegetação
Medição
Cálculo
Estimativa da evapotranspiração
Capítulo 06b
MEDIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Para a obtenção da taxa de evapotranspiração são utilizados três tipos de medição:
• Medição por Lisímetros;
• Avaliação pelo Tanque Classe A.
• Medição pela umidade do solo;
Lisímetro
Peso
Medir chuva
Coletar água percolada
Coletar água escoada
Superfície homogênea:
Medição da evapotranspiração
A evapotranspiração é medida com tanques vegetados denominados de lisímetros ou evapotranspirômetros, que servem para determinar qualquer tipo de ET.
LISÍMETRO
Lisímetro consiste em um tanque enterrado com as dimensões mínimas de 1,5 m de diâmetro por 1,0 m de altura, no solo, com a sua borda superior 5 cm acima da superfície do solo.
O tanque tem que ser cheio com o solo do local, mantendo a mesma ordem dos horizontes.
No fundo do tanque, coloca-se uma camada de brita coberta com uma camada de areia grossa, que tem a finalidade de facilitar a drenagem de água que percolou através do tanque.
Após instalado, planta-se grama no tanque e na sua área externa.
Mede-se a ET pelo balanço hídrico, i.e. , P - Q - ET = ∆S
Capítulo 06b
MEDIDAS DE UMIDADE DO SOLO
Sucessivas medidas da umidade do solo permitem, por diferença, estabelecer um valor de evapotranspiração na ausencia de precipitação e/ou irrigação.
∆S/t = ET +Pp
Onde: ∆S é a variação de armazenamento (mm);
ET é a Evapotranspiração (mm/dia);
Pp é percolação d’água abaixo do solo (mm/dia);
t é o intervalo de tempo (dia).
Medidas diretas:
Lisímetro: depósito enterrado, aberto na parte superior,
contendo o terreno que se quer estudar. O solo recebe a
precipitação, e é drenado para o fundo do aparelho onde a água
é coletada e medida.
ET = P - D - ∆R
Medições de evapotranspiração
Medidas de umidade do solo:
medir sucessivamente a umidade
e estabelecer por ≠ o valor da
evapotranspiração.
∆S/t = ET + Percolado
Lisímetro
Capítulo 06b
Lisímetro
Tanque Classe A
Os dados do tanque classe A podem ser usados para avaliar a evapotranspiração potencial, corrigindo-os com o coeficiente de cultura Kc:
ETP = (E x Ks) x Kc
Onde os valores de Kc são tabelados para diferentes culturas nos seus vários estágios de desenvolvimento.
Capítulo 06b
Coeficiente de Cultivo
Voltar
Balanço Hídrico
Equações de evapotranspiração
Cálculo da evapotranspiração
Estimativa da ETP ou ETo
Como a medida da ETP é muito onerosa e trabalhosa, servindo apenas para fins experimentais, para fins práticos o mais comum é se lançar mão da estimativa da ETP a partir de dados meteorológicos observados em estações agrometeorológicas convencionais ou automáticas.
Existem diversos métodos disponíveis para a estimativa da ETP.
Trataremos aqui dos que vem sendo mais empregados no Brasil, entre eles os métodos de Thornthwaite,Thornthwaite-Camargo (com temperatura efetiva), Camargo,Hargreaves e Samani, Tanque Classe A, Priestley-Taylor ePenman-Monteith, sendo este último o método padrão internacional, de acordo com o Boletim Irrigation and Drainage 56 da FAO.
Capítulo 06b
Usando apenas a temperatura
Usando a temperatura e a umidade do ar
Usando a temperatura e a radiação solar
Equações de Penmann (insolação, temperatura, umidade relativa, velocidade do vento)
Equações de Cálculo da evapotranspiração
Métodos de Estimativa da ETP ou ETo
Método de Thornthwaite
Método empírico baseado apenas na temperatura média do ar, sendo esta sua principal vantagem.
Foi desenvolvido para condições de clima úmido e, por isso, normalmente apresenta sub-estimativa da ETP em condições de clima seco.
Apesar dessa limitação, é um método bastante empregado para fins climatológicos, na escala mensal.
Esse método parte de uma ET padrão (ETp), a qual éa ET para um mês de 30 dias e com N = 12h.
A formulação do método é a seguinte:
Cálculo da Evapotranspiração (mm)
Métodos baseados na temperatura:Thornthwaite: empírica, caracterizada por um único fator, a temperatura média. Foi desenvolvida para climas temperados (inverno úmido e verão seco).
E = c Ta
t = temperatura de cada mês ºC;
T = temperatura média ºC;
Equações de Cálculo daevapotranspiração
Capítulo 06b
a
IT10
16ET
⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅====
∑∑∑∑====
====
12
1j
514.1
j
5
TI
Para estimar evapotranspiração potencial mensalT = temperatura média do mês (oC)a = parâmetro que depende da regiãoI = índice de temperatura
49239.0I10792.1I1071.7I1075.6a 22537 ++++⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅++++⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅−−−−⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅==== −−−−−−−−−−−−
Thornthwaite
Método de Thornthwaite-Camargo –Temperatura Efetiva
É o método de Thornthwaite, porém adaptado por Camargo et al. (1999) para ser empregado em qualquer condição climática.
Para tanto, utiliza-se uma temperatura efetiva (Tef), que expressa a amplitude térmica local, ao invés da temperatura média do ar.
A vantagem é que nessa nova formulação a ETP não é mais subestimada em condições de clima seco.
A desvantagem é que há agora necessidade de dados de Tmax e Tmin.
Assim como no método original de Thornthwaite, esse método parte de uma ET padrão (ETp), a qual é a ET para um mês de 30 dias e com N = 12h. A formulação do método é a seguinte:
ETp = 16 (10 Tef/I)a (0<= Tef < 26,5oC)
ETp = -415,85 + 32,24 Tef – 0,43 Tef2 (Tef >=26,5oC)
Tef = 0,36 (3 Tmax – Tmin)
I = 12 (0,2 Ta)1,514 sendo Ta = temp. média anual normal
a = 0,49239 + 1,7912 10-2 I – 7,71 10-5 I2 + 6,75 10-7 I3
ETP = ETp * COR (mm/mês)
COR = N/12 * NDP/30
Sendo,
N = fotoperíodo do mês em questão
NDP = dias do período em questão
Capítulo 06b
Jensen Haise
Turc
Grassi
Stephens – Stewart
Makkink
Métodos baseados na
temperatura e radiação
Métodos baseados na temperatura
do ar e na umidade
• Blaney-Morin
• Hamon
• Hargreaves
• Papadakis
Equações combinadas
• Penman
• Christiansen
• Van Bavel
• Penman-Monteith
Capítulo 06b
Combina poder evaporante do ar
• temperatura, umidade, velocidade do vento
poder evaporante da radiação
(((( )))) (((( ))))
W
a
s
a
dspAL 1
rr
1
ree
cGRE
ρρρρ⋅⋅⋅⋅λλλλ⋅⋅⋅⋅
++++⋅⋅⋅⋅γγγγ++++∆∆∆∆
−−−−⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅ρρρρ++++−−−−⋅⋅⋅⋅∆∆∆∆====
Penman
(((( )))) (((( ))))
W
a
s
a
dspAL 1
rr
1
ree
cGRE
ρρρρ⋅⋅⋅⋅λλλλ⋅⋅⋅⋅
++++⋅⋅⋅⋅γγγγ++++∆∆∆∆
−−−−⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅ρρρρ++++−−−−⋅⋅⋅⋅∆∆∆∆====
Penman
água; da específica massa ][kg.m
ar; do específica massa ][kg.m
solo; o para energia de fluxo ]s.[MJ.m G
;superfície na líquida radiação ]s.[MJ.m R
vapor; do saturação de pressão da variação de taxa ]C[kPa.
o;vaporizaçã de latentecalor ][MJ.kg
água; da evaporação de taxa ][m.s E
3-W
3-A
-12-
-12-L
-1
-1
-1
ρρρρ
ρρρρ
°°°°∆∆∆∆
λλλλ
Penman
ca;aerodinâmi aresistênci ]s.m[
vegetação; da lsuperficia aresistênci ]s.m[
0,66);( icapsicrométr constante ]C[kPa.
vapor; do pressão ][kPa
vapor; do saturação de pressão ][kPa
);.MJ.kg 10.013,1(C úmidoar do específicocalor ]C.[MJ.kg C
1-
1-
1-
113p
-1-1p
a
s
s
s
r
r
e
e
C
=°
°=° −−−
γγ
Capítulo 06b
Baseados na temperatura : Thorntwaite- muito limitado e tende a subestimar a evapotranspiração;Blaney-Criddle: utilizado para irrigação e considera o tipo de cultura
Radiação ou combinado: Método Penman: utiliza dados climáticos como temperatura, radiação solar, insolação, umidade do solo e velocidade do vento.
Comentários sobre os métodos
de estimativa
1. Qual a importância da evapotranspiração no ciclo hidrológico? Liste todos os fatores determinantes da ETP. Como as variáveis climáticas de temperatura, umidade relativa e velocidade do vento, influenciam a evapotranspiração? Qual é a relação entre a cobertura do solo e a evapotranspiração? 2. A precipitação e a evaporação são processos hidrológicos caracterizados por três grandezas: a altura (ou lâmina), a duração e a intensidade. O que são estas grandezas? 3. A região da bacia hidrográfica do rio Forquilha, no Norte do RS próxima a Lagoa Vermelha, recebe precipitações médias anuais de 1800 mm. No município de Sananduva há um local em que são medidas as vazões deste rio e uma análise de uma série de dados diários ao longo de 11 anos revela que a vazão média do rio é de 43,1 m3.s-1. Considerando que a área da bacia neste local é de 1604 Km2, qual é a evapotranspiração média anual nesta bacia? 4. Imagine que temos um reservatório e, nas suas proximidades, um tanque evaporimétrico tipo Classe A. Durante um mês, no tanque, temos a medição da lâmina evaporada e, no reservatório, temos medições da precipitação sobre o lago, da vazão a ele afluente, do volume dele retirado para uso e dos volumes de água armazenados no início e no final do mês. Como poderemos calcular o coeficiente do tanque nesta situação? 5. Você foi chamado para fazer um anteprojeto de uma barragem que irá abastecer uma cidade de 100.000 hab. E uma área a ser irrigada de 5000 hectares. Verificar através do balanço hídrico se a barragem terá condições para atender a demanda total com base nos seguintes dados: Dados: Área da bacia hidrográfica delimitada pela barragem = 300 km² Precipitação média anual na bacia = 1.300 mm Evapotranspiração anual na bacia = 1.000 mm Evaporação anual de superfícies líquidas = 1.500 mm Área média do espelho d’água do reservatório = 18 km² Demanda do abastecimento = 150 l/hab/dia Demanda anual de irrigação = 9.000 m³/hectare 6. Calcular a perda média diária (em m³) por evaporação na liberação de água de um açude para o rio até um ponto a jusante distante 77 km. Considere E=4,6 mm/dia (evaporação medida no tanque classe A), Kt=0,7 (coeficiente do tanque) e a largura média do rio de 33,5 m. 7. Calcular o volume de irrigação de 1 hectare de feijão em zona árida sabendo que a evaporação do tanque classe A é de 6 mm/dia.
8.Calcular as perdas mensais de água por evaporação de um açude cujas áreas médias do espelho d’água são indicadas na tabela abaixo juntamente com os dados de evaporação do tanque classe A.