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EVASÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DAS CAUSAS DA EVASÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR Gilza Santo Simao Ferreira (Uenf ) [email protected] Teresa Cristina Fontaine Amaro (Uenf ) [email protected] O presente estudo tem por objetivo identificar as causas da evasão em um curso de Administração a distância, ofertado por uma universidade pública. A metodologia utilizada configura-se como uma pesquisa qualitativo-quantitativa de caráter exploratório, baseada na aplicação de Ferramentas da Qualidade e na utilização do Coeficiente de Correlação de Spearman. A amostra foi obtida entre estudantes ativos e inativos dos três primeiros períodos do referido curso. A coleta dos dados foi realizada em etapas distintas, porém complementares. Os resultados apontam um conjunto de fatores determinantes para a evasão, em sua grande maioria, relacionados aos aspectos externos e não internos ao curso. Palavras-chaves: evasão, EaD, ferramentas da qualidade XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

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EVASÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DAS

CAUSAS DA EVASÃO EM UMA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

Gilza Santo Simao Ferreira (Uenf )

[email protected]

Teresa Cristina Fontaine Amaro (Uenf )

[email protected]

O presente estudo tem por objetivo identificar as causas da evasão em

um curso de Administração a distância, ofertado por uma universidade

pública. A metodologia utilizada configura-se como uma pesquisa

qualitativo-quantitativa de caráter exploratório, baseada na aplicação

de Ferramentas da Qualidade e na utilização do Coeficiente de

Correlação de Spearman. A amostra foi obtida entre estudantes ativos

e inativos dos três primeiros períodos do referido curso. A coleta dos

dados foi realizada em etapas distintas, porém complementares. Os

resultados apontam um conjunto de fatores determinantes para a

evasão, em sua grande maioria, relacionados aos aspectos externos e

não internos ao curso.

Palavras-chaves: evasão, EaD, ferramentas da qualidade

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1. Introdução

A educação a distância se faz cada vez mais presente no contexto de nossa sociedade,

como uma modalidade de educação extremamente adequada, no sentido de atender às

emergentes demandas educacionais decorrentes da globalização (BELLONI, 2006).

Para Preti (1996), tais demandas se devem não somente à expansão populacional, mas

principalmente às lutas das classes trabalhadoras por acesso à educação. Este fenômeno,

quando associado à evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos, exige mudanças

em nível da função e da estrutura da escola e da universidade.

Neste sentido ressurge a EaD, educação à distância, exercendo um papel de grande

relevância social, pelo fato de permitir o acesso daqueles que por diversas razões vêm sendo

excluídos do processo educacional superior público (ALVES, 2011; SANTOS e OLIVEIRA

NETO, 2009).

De acordo com o Censo da Educação a Distância, 2010, tal modalidade de educação

apresenta um crescimento constante desde o início desta década. O Ministério da Educação

(MEC) divulgou que no primeiro semestre de 2009 houve no nível de graduação, um

crescimento estimado superior a 90% no número de alunos de 2008.

Ainda segundo o senso de 2010, atualmente são 376 instituições, 1.752 cursos e

1.075.272 alunos que integram o universo das instituições que praticam EaD de forma

credenciada pelo Sistema de Educação no país.

A EaD é responsável por 14,6% do total de matrículas no ano de 2010 e vem sendo

praticada nos mais variados setores, tais como: a Educação Básica, o Ensino Superior, em

universidades abertas, universidades virtuais, treinamentos governamentais, cursos abertos,

livres etc. (MAIA & MATAR, 2008; INEP/MEC, 2011).

Apesar de todos esses fatores apontarem para o sucesso dessa modalidade enquanto

meio adequado e desejável para socializar nossa educação, planejadores e gestores se

confrontam com o sério problema da evasão.

Segundo Lobo (2006), o elevado número de alunos que ingressam nas universidades e

não concluem seus estudos traz como consequência, grandes desperdícios sociais, acadêmicos

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e econômicos, na medida em que provocam a ociosidade de professores, funcionários,

equipamentos e espaço físico.

Complementando Lobo (2006), Freitas (2007), ressalta que as elevadas taxas de

evasão, fazem com que uma grande quantidade de recursos sejam subtilizados e o trabalho de

professores aproveitados por um reduzido número de estudantes, face às atuais demandas

educacionais brasileiras.

Dada a relevância do tema e a escassa literatura existente em nosso país a respeito dos

reais motivadores que levam o aluno a evadir dos cursos superiores de ensino da modalidade à

distância, este estudo tem como objetivo fornecer informações para que os interessados no

assunto construam estratégias que possam minimizar tal problema.

Estudos sobre a evasão podem ainda colaborar no sentido de minorar os desperdícios

financeiros das instituições de ensino superior da modalidade à distância e contribuir com

subsídios para melhorar a qualidade da educação em geral (FREITAS, 2007).

2. Revisão Bibliográfica

O conceito de evasão considera estudantes que abandonaram, trancaram, desligaram, ou

transferiram-se para outra instituição de ensino. De acordo com a definição do MEC, evasão

é: a saída definitiva do curso de origem sem conclusão ou a diferença entre ingressantes e

concluintes, após uma geração completa.

Estudos recentes apontam alguns fatores como sendo responsáveis para desestimular o

aluno a concluir seus estudos. São eles: expectativas do aluno em relação à sua formação,

questões de ordem acadêmica e a própria integração do estudante com a instituição (LOBO,

2007).

Para Coelho (2010), as supostas causas da evasão nos cursos a distância são:

A falta da tradicional relação face-a-face entre professor e alunos dificulta a interação

entre eles;

O insuficiente domínio técnico do uso do computador, principalmente da Internet, cria

dificuldades para o aluno acompanhar as atividades propostas pelos cursos a distância;

As dificuldades em expor idéias numa comunicação escrita à distância, torna a

interatividade inviável;

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A falta de um agrupamento de pessoas numa instituição física, faz com que o aluno de

EAD não se sinta incluído num sistema educacional.

O quadro 1, conforme apresentado a seguir, é o resultado de uma síntese de vários estudos e

publicações sobre a evasão de estudantes elaborada por Freitas (2009).

Quadro1: Foco de alguns dos estudos teóricos relacionados com a evasão de estudantes nos

sistemas presencial e a distância – 1962-1993

Autor/ano/teoria Foco do desenho do estudo Comentários

Astin (1977, 1985) teoria

do envolvimento.

Quanto mais envolvido com a

instituição, maior a

probabilidade de permanência.

A satisfação é uma forte

variável com efeito

positivo de persistência.

Bean (1980, 1983) –

teoria organizacional

sobre falta e evasão de

trabalhadores aplicados à

educação.

Usa conceitos de estudos

organizacionais sobre a falta de

trabalhadores ao emprego e sua

evasão. Examina como os

atributos das organizações

educacionais e a estrutura de

recompensa afetam a satisfação

e a persistência dos estudantes.

Seu desenho de pesquisa

estabelece uma forte

relação entre a persistência

de estudantes e

trabalhadores.

Bean e Metzner (1985) –

evasão de estudantes não

tradicionais

Fatores ambientais têm mais

impacto na decisão do aluno de

deixar de estudar do que as

variáveis acadêmicas.

Estudantes não tradicionais

são aqueles que têm

características distintas dos

tradicionais e podem estar

acima da faixa etária

regularmente considerada

adequada ao nível

estudado.

Price (1977) – evasão de

trabalhadores na indústria

Seis variáveis sob controle da

organização: integração social

no emprego, pagamento,

participação na tomada de

decisões, rotina de trabalho,

conhecimento do que deveria

fazer no trabalho e tratamento

justo.

Adaptado e muito usado na

educação.

Kamens (1971, 1974) –

tamanho da instituição

Dados multi-institucionais para

demonstrar como instituições de

ensino superior de grande porte

e complexidade têm,

comparativamente, menor taxa

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de evasão.

McNeely (1973) –

desistência de estudante

do ensino superior

Múltiplos fatores, inclusive o

tempo do curso até a graduação,

quando ocorre a evasão e

impacto do tamanho da

instituição.

Spady (1970) - interação Interação entre características

de estudantes e ambiente

institucional.

Summerskill (1962) –

atributos pessoais

Relação de atributos pessoais e

razões para evadir.

Tinto (1975, 1993) –

integração social e

acadêmica.

Integração acadêmica e social

formal e informal com ambos os

sistemas – acadêmico e social –

da instituição educativa.

Modelo largamente usado

nas pesquisas sobre

educação presencial e a

distância.

Fonte: (FREITAS, 2009)

3. Metodologia

O estudo proposto configura-se como uma pesquisa qualitativa-quantitativa de caráter

exploratório, com o objetivo de contribuir para a identificação de fatores que levam o aluno à

evasão. A coleta de dados para a pesquisa qualitativa foi realizada em etapas distintas, porém

complementares. As amostras foram obtidas a partir de alunos ativos e inativos que

ingressaram no período compreendido entre o primeiro semestre de 2011 e o primeiro

semestre de 2012.

Na análise qualitativa, foram aplicadas Ferramentas da Qualidade, visando à organização,

estruturação e tratamento dos dados. Já para a abordagem quantitativa utilizou-se o

Coeficiente de Correlação de Spearman, o qual permitiu verificar a correlação entre as

variáveis independentes e a variável dependente SIT (situação do aluno).

O estudo foi realizado a partir de amostras compostas apenas por alunos dos três primeiros

períodos do referido curso. Tal procedimento pode ser justificado pela afirmativa de Lobo

2007, segundo a qual a taxa de evasão é de duas a três vezes maior no primeiro ano de curso

que nos demais.

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A seguir, faz-se a descrição de como foram realizadas as coletas de dados para cada

abordagem do estudo apresentado, bem como as ferramentas utilizadas e os resultados

obtidos.

3.1. Abordagem qualitativa

3.1.1. Diagrama de Causa e efeito

O diagrama de Causa e efeito (Figura 1), também conhecido por diagrama de Ishikawa ou

ainda espinha de peixe, devido ao seu formato, é um método bastante efetivo de ajudar a

pesquisar as raízes de um problema. (SLACK, 2002)

Para a confecção do Diagrama de Causa e Efeito foi realizada uma sessão de

brainstorming com tutor coordenador do curso, e mais dois tutores presenciais. A ferramenta

auxiliou na organização de possíveis causas e subcausas que possam auxiliar a explicar o

fenômeno da evasão.

Conforme se observa na Figura 1, o problema (efeito) pode ser identificado do lado

direito do diagrama e as causas potenciais, com suas respectivas subcausas encontram-se

distribuídas ao longo de todo o lado esquerdo.

Figura 1: Diagrama de Ishikawa

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Fonte: Autor

3.1.2 Diagrama de Correlação

O objetivo desta ferramenta é permitir que sejam identificadas e analisadas, as relações

de causa e efeito existentes entre todas as questões críticas envolvendo o problema, de modo

que as forças motoras ou resultados possam se converter em uma solução eficaz. Para a

confecção do diagrama, os dados foram coletados em duas etapas.

A partir do diagrama de causa e efeito elaborou-se uma pesquisa de opinião com 18

questões fechadas. As perguntas foram enviadas por e-mail a 50 alunos ativos e inativos, que

ingressaram no primeiro semestre deste ano de 2012.

Apenas 18 estudantes responderam às questões que tinham por objetivo conhecer o perfil

dos estudantes, bem como a percepção que os mesmos tinham em relação à qualidade do

curso oferecido.

Através das informações obtidas nesta etapa, constatou-se que:

A qualidade das tutorias presenciais é boa para excelente;

A qualidade das tutorias à distância é regular para boa;

A qualidade do material didático impresso é bom; e

A Infra-estrutura do pólo também é considerada boa para eles.

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Num segundo momento através de contatos telefônicos, foram entrevistados 12 alunos

evadidos do primeiro semestre de 2011, os quais responderam a apenas uma questão sobre

a(s) causas que os teriam levado a abandonar o curso.

São elas:

Dificuldades com a plataforma;

Dificuldades com a organização do tempo;

Preferência pela modalidade presencial;

Falta de identificação com o curso;

Mudanças na vida pessoal/profissional;

Dificuldades de adaptação à modalidade à distância;

As informações obtidas na pesquisa telefônica foram agrupadas às das etapas anteriores

bem como às informações encontradas em pesquisas bibliográficas e a partir de então foi

construído o diagrama de correlação (Figura 2).

Etapas para a construção do diagrama:

a) Formulação da questão ou do problema: Foi identificado pela própria instituição

analisando os índices de evasão. Quais as causas de evasão dos alunos dos três primeiros

períodos do curso de Administração do Cederj?

b) Formulação do grupo adequado: Tutor coordenador do curso e mais dois tutores

presenciais se reuniram. Todos com mais de cinco anos de experiência em EAD e na

instituição.

c) Lista das ideias trazidas: através do contato telefônico e da pesquisa de opinião.

Figura 2: Diagrama de Correlação

Insuficiente domínio

técnico computador/Net

p/ o item: 0 p/ fora: 4

Necessidade de trabalhar

p/ o item: 1 p/ fora: 1

Dificuldade interação com

tutores, alunos

p/ o item: 1 p/ fora: 1

Dificuldades com a

plataforma

p/ o item: 1 p/ fora: 3

Dificuldade expor ideias

comunicação escrita à

distância

p/ o item: 2 p/ fora: 1

Preferência pela

modalidade presencial

p/ o item: 2 p/ fora: 0

Dificuldades adaptação à

modalidade

p/ o item: 2 p/ fora: 1

Baixa frequência tutorias

presenciais

p/ o item: 1 p/ fora: 2

Família

p/ o item: 0 p/ fora: 1

Baixo rendimento

p/ o item: 8 p/ fora: 0

Instituição que cursou

Ensino Médio

p/ o item: 0 p/ fora: 2

Tempo de conclusão do

Ensino Médio

p/ o item: 0 p/ fora: 2

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Fonte: Autor

Analisando o diagrama de Correlação, observa-se que a causa “Insuficiente domínio

técnico do computador/internet” possui o maior número de setas apontando para fora (4), o

que indica ser esta a raiz ou força motora e, portanto, a que deve ser atacada em primeiro

lugar. Em segundo lugar, deve-se combater a causa “dificuldades com o uso da plataforma”.

As causas que viriam em terceiro lugar não estão relacionadas com problemas da instituição,

são aspectos externos ao curso. O Resultado-chave encontrado foi o Baixo rendimento dos

alunos.

Tal resultado vai ao encontro do que Freitas (2007), fala a cerca das possíveis causas da

evasão. Segundo ela, uma grande parte da população que se inscreve nos cursos de educação a

distância ainda não tem a base desejada ou a intimidade suficiente com as novas tecnologias

ou com as plataformas, ferramentas muito utilizadas em cursos via internet.

3.2. Abordagem quantitativa

3.2.1. Coeficiente de correlação de Spearman

Nesta abordagem utilizou-se o software SPSS para tratamento dos dados. O coeficiente

de correlação de Spearman foi o método estatístico utilizado para verificar a correlação entre

as variáveis independentes e a variável dependente SIT (situação do aluno).

Para a coleta de dados extraiu-se uma amostra de 85 alunos ativos e inativos através do

próprio sistema acadêmico da universidade pesquisada. Tais alunos ingressaram na

universidade entre o primeiro semestre de 2011 e o primeiro de 2012, estando assim

compreendidos nesse intervalo três semestres.

A partir de tais dados foi feita análise dos histogramas, através da qual verificou-se a

inexistência de normalidade dos dados. Desta forma, a correlação deveria ser feita com

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estatísticos não-paramétricos. Na avaliação de correlação entre os dados, uma alternativa

não-paramétrica para o Coeficiente de Correlação de Pearson é o Coeficiente de Correlação

de Spearman. Assim, este foi o estatístico utilizado para verificar a correlação entre as

variáveis independentes e a variável dependente SIT.

Outro ponto importante que não pode ser ignorado nesta análise é a colinearidade.

Espera-se que haja alta correlação entre a variável dependente e as variáveis independentes

analisadas. Entretanto, não é desejável uma correlação entre as variáveis dependentes. Este

fato leva a um problema de colinearidade.

Há diferentes opiniões sobre a significância dos coeficientes de correlação. Para Cohen e

Holliday (1982) apud Bryman e Cramer (1995):

Tabela 1: Coeficiente de correlação

Correlação

≤ 0,20 Muito fraca e sem significância

0,20 < ρ ≤ 0,39 Fraca

0,40 < ρ ≤ 0,69 Moderada

0,70 < ρ ≤ 0,89 Forte

0,90 < ρ ≤ 1,0 Muito Forte

Fonte: Cohen e Holliday (1982) apud Bryman e Cramer (1995)

A matriz de correlação (em anexo) aponta uma correlação forte entre SIT e CR (coeficiente de

rendimento). Além disso, a correlação entre CR e demais variáveis independentes é fraca.

Pode-se verificar também uma correlação fraca entre SIT e demais variáveis independentes

que não o CR. Este fato pode indicar que não há correlação significativa entre a situação do

aluno (ativo/evadido) e sua idade, sexo, estado civil, estado onde reside, distância do pólo ou

mesmo a rede de ensino onde concluiu o ensino médio.

4. Considerações Finais

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Este estudo buscou identificar as causas da evasão em um curso de graduação superior em

Administração na modalidade à distância, a partir da aplicação de Ferramentas da Qualidade e

do método estatístico, Coeficiente de Correlação de Spearman.

Ao analisar as resultados obtidos em todas as fases do estudo, verificou-se que fatores

externos, influenciam na decisão do aluno de evadir. O maior deles seria o insuficiente

domínio técnico do computador/internet. Em segundo lugar foi diagnosticada a dificuldade

que o aluno tem com uso da plataforma, instrumento indispensável nesta modalidade de

educação. Dessa forma, alunos que não sabem utilizar o computador/net, provavelmente

apresentarão grandes dificuldades no uso da plataforma, que é o ambiente virtual de

aprendizagem.

Nesse sentido, a instituição vem tomando medidas para minorar tais dificuldades como: a

introdução de uma disciplina de informática básica obrigatória a todos os alunos do primeiro

período e a redução do número de disciplinas que faziam parte da grade do primeiro período.

Esse processo é recente e ainda não se sabe o quanto está sendo eficaz no combate à

evasão. Tais iniciativas, contudo, devem ser trabalhadas pela instituição continuamente, a fim

de viabilizar a permanência do aluno.

As demais causas detectadas pelo estudo também não estão relacionadas com problemas

da instituição. São elas: a baixa frequência do aluno nas tutorias, a necessidade de trabalhar, o

pouco tempo para os estudos, a dificuldade dele se comunicar na escrita, família, a rede de

ensino em que cursou o ensino médio e o tempo de conclusão deste.

Todos esses fatores se inter-relacionam conforme apresentado no diagrama 2, e acabam

contribuindo para que este aluno tenha um baixo rendimento e não permaneça na

universidade, seja por sua própria iniciativa, ou através desligamento, iniciativa da própria

instituição.

Quanto aos resultados obtidos na pesquisa quantitativa, observa-se uma correlação forte

entre SIT e CR (coeficiente de rendimento). Além disso, a correlação entre CR e demais

variáveis independentes é fraca. Pode-se verificar também uma correlação fraca entre SIT e

demais variáveis independentes que não o CR.

No que diz respeito à correlação existente entre rede de ensino que o aluno concluiu seu

ensino médio e a sua situação, deve-se atentar para o aspecto de que quase 100% da amostra

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era composta por estudantes de escolas públicas. O que impossibilita qualquer conclusão a

respeito da influência da qualidade do ensino médio como fator relevante para a evasão.

Os resultados deste trabalho não são conclusivos, apenas apontam para a necessidade de

um estudo mais aprofundado dos fatores que envolvem a evasão dos alunos. Para abordar este

tema faz-se necessário examinar toda a complexidade política, administrativa e social que o

envolve não sendo possível abraçar em um só estudo todas as variáveis que influenciam o

fenômeno da evasão.

Sendo assim, não se tem o objetivo de identificar todas as causas da evasão. A proposta

do presente estudo é a de colaborar para uma melhor compreensão delas, contribuindo para

um processo de qualidade já iniciado pelo Centro Educacional a distância do Estado do Rio de

Janeiro (Cederj) no ano de 2009.

Referências

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ANEXOS

Tabela 2: Matriz de correlação de Spearman

Fonte: Autor

SIT CR IDA SEX CIV UF KM EM

Spearman's

(

SIT Correlation Coefficient

1,000 ,714** ,170 ,161 ,317

** ,127 ,099 ,072

Sig. (2-tailed) . ,000 ,121 ,141 ,003 ,245 ,366 ,515

N 85 85 85 85 85 85 85 85

CR Correlation Coefficient

,714** 1,000 ,162 ,086 ,356

** ,066 ,101 ,211

Sig. (2-tailed) ,000 . ,139 ,436 ,001 ,551 ,356 ,052

N 85 85 85 85 85 85 85 85

IDA Correlation Coefficient

,170 ,162 1,000 ,097 ,552** ,178 ,158 ,029

Sig. (2-tailed) ,121 ,139 . ,376 ,000 ,103 ,149 ,790

N 85 85 85 85 85 85 85 85

SEX Correlation Coefficient

,161 ,086 ,097 1,000 ,118 ,093 ,086 -,021

Sig. (2-tailed) ,141 ,436 ,376 . ,283 ,399 ,433 ,850

N 85 85 85 85 85 85 85 85

CIV Correlation Coefficient

,317** ,356

** ,552

** ,118 1,000 ,117 ,125 ,100

Sig. (2-tailed) ,003 ,001 ,000 ,283 . ,287 ,255 ,364

N 85 85 85 85 85 85 85 85

UF Correlation Coefficient

,127 ,066 ,178 ,093 ,117 1,000 ,524** -,102

Sig. (2-tailed) ,245 ,551 ,103 ,399 ,287 . ,000 ,352

N 85 85 85 85 85 85 85 85

KM Correlation Coefficient

,099 ,101 ,158 ,086 ,125 ,524** 1,000 -,007

Sig. (2-tailed) ,366 ,356 ,149 ,433 ,255 ,000 . ,952

N 85 85 85 85 85 85 85 85

EM Correlation Coefficient

,072 ,211 ,029 -,021 ,100 -,102 -,007 1,000

Sig. (2-tailed) ,515 ,052 ,790 ,850 ,364 ,352 ,952 .

N 85 85 85 85 85 85 85 85

**. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

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Tabela: 3 de Resumo dos Dados

(SIT) Situação Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

Ativo 1 47 0,5529

Evadido 0 38 0,4471

(IDA) Idade Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

menos de 20 1 3 0,0353

20 a 25 2 23 0,2706

26 a 30 3 21 0,2471

31 a 35 4 22 0,2588

36 a 40 5 8 0,0941

mais de 40 6 8 0,0941

(SEX) Sexo Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

Marculino 1 50 0,5882

Feminino 0 35 0,4118

(CIV) Estado

Civil Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

Casado 1 30 0,3529

Não Casado 0

O cadastro era composto

por elementos que não

declararam seu Estado

Civil. Analisando estes

dados percebeu-se uma

frequência de idade entre

20 e 30 anos nestes casos.

Assim, os NI (Não

Informaram) foram

considerados Não

Casados, dado que o

objetivo da pesquisa é

verificar se a família

interfere na evasão. 55 0,6471

(UF) Estado

Reside Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

RJ 0 57 0,6706

MG 1 22 0,2588

ES 2 6 0,0706

(EM) Ensino Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

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Médio

Particular 1 12 0,1412

Estadual 2 69 0,8118

Federal 3 4 0,0471

(CR) Coef.

Rend. Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

0,0 a 2,0 1 33 0,3882

2,1 a 4,0 2 9 0,1059

4,1 a 6,0 3 15 0,1765

6,1 a 8,0 4 24 0,2824

8,1 a 10,0 5 4 0,0471

(KM) Distância Codigo Observação Freq. Abs. Freq. Rel.

0—| 32 1 29 0,3412

32—| 64 2 30 0,3529

64—| 96 3 10 0,1176

96—| 128 4 7 0,0824

128—| 160 5 2 0,0235

160—| 192 6 0 0,0000

192—| 224 7 4 0,0471

224—| 256 8 0 0,0000

256—| 288 9 0 0,0000

288—| 320 10 3 0,0353 Fonte: Autor