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Bandeira de Portugal hasteada no Castelo de São Jorge (Lisboa) Trabalho para a Comemoração do Ano do Centenário da Implantação da República em Portugal – Departamento de Ciências Sociais e Humanas – Biblioteca Escolar

Evolução da Bandeira Nacional

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Bandeira de Portugal hasteada no Castelo de São Jorge (Lisboa)

Trabalho para a Comemoração do Ano do Centenário da Implantação da

República em Portugal – Departamento de Ciências Sociais e

Humanas – Biblioteca Escolar

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A ostentação de bandeiras era algo de relativamente recente nesta época. As bandeiras derivavam dos escudos de armas usados pelos senhores feudais.

O escudo do Condado Portucalense era o do conde D. Henrique, o qual consistia numa simples cruz azul sobre fundo de

c. 1095 a 1139–1143

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No seguimento da independência de Portugal, Afonso Henriques teria sobreposto à cruz azul do seu escudo os besantes (ou dinheiros), indicando assim que o dono desse escudo de armas poderia cunhar dinheiro , sinal de clara reivindicação de autonomia face a Afonso VII.

De acordo com a tradição, esta inclusão dos dinheiros estaria relacionada com o milagre de Ourique, segundo o qual Jesus Cristo teria aparecido ao rei, dando-lhe a vitória. Assim, Afonso Henriques teria colocado no seu escudo de armas os trinta dinheiros pelos quais Jesus foi vendido (ou segundo outra leitura, as suas cinco chagas).

1139–1143 a 1185

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O sucessor de D. Afonso Henriques, D. Sancho I, substituiria a cruz azul por cinco quinas da mesma cor. Diz a tradição que, do escudo que D. Afonso Henriques recebera do pai, com uma cruz azul, à qual sobrepusera os besantes, nada mais restava que os pregos que representavam os dinheiros e pequenos pedaços de tecido azul a eles pegados, dando assim a impressão dos cinco escudetes de quinas que ainda hoje a bandeira possui. A cruz azul desaparecia, assim, definitivamente e estava encontrado o elemento central das armas da nação nascente.

1185 a 1245–1248

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1245–1248 a 1383–1385Por não ser filho primogénito de D. Afonso II, ao herdar o trono de seu irmão D. Sancho II, Afonso III não poderia usar armas limpas, isto é, usar o brasão de seu pai sem introduzir alterações. Pensa-se que a introdução da bordadura vermelha castelada a ouro tivesse a ver com o facto de sua mãe (Urraca de Castela), ser castelhana.

No entanto, a tradição fixou outra história, a de que os castelos representavam as fortalezas tomadas por Afonso III aos mouros no Algarve. Estes representam, assim, a integração do Reino mouro do Algarve na coroa de Portugal, doravante chamada de Reino de Portugal e do Algarve. Estes cronistas referem vários castelos, não concordando, porém, entre si, quanto a quais (Albufeira, Aljezur, Cacela, Castro Marim, Estômbar, Faro, Loulé, Paderne, Porches e Sagres).

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Crise de 1383-1385

Em 1383, com a morte de D. Fernando, foi aclamada rainha de Portugal sua única filha, D. Beatriz, então casada com o monarca de Castela, João I. Este desde logo mandou adicionar as armas de Portugal às suas, colocando-as por baixo do brasão de Castela .

Reza a história que, porém, ao sair da Sé de Toledo, o vento teria descosido os sinais de Portugal, que iam debaixo, “ficaram pendurados, e o cavallo em que ia o alferes foi topar em um canto da Sé, e quebrou lhe uma espádua, e cahiu com elle.”A bandeira armorial de Portugal e Castela tomou então o aspecto com que surge representada à esquerda. Esta bandeira nunca foi hasteada em Lisboa, enquanto capital do reino, sempre fiel ao Mestre de Avis, mas esvoaçou nas alcáçovas dos vários castelos que reconheceram o governo de D. Beatriz, designadamente o de Santarém, onde D. Beatriz e o seu marido se instalaram na tentativa do reconhecimento, de facto, da sua realeza.

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Com a subida ao trono do Mestre de Avis, D. João, produziu-se nova quebra na continuidade dinástica, já que não era filho legítimo de D. Pedro I; assim sendo, para se distinguir do predecessor (o seu meio irmão D. Fernando I), adicionou às armas nacionais a flor-de-lis verde que constituía o símbolo da Ordem de Avis, ficando cada uma das quatro pontas visível sobre a bordadura dos castelos. É a primeira bandeira cuja historicidade está comprovada. É também nesta época que surgem as primeiras referências ao uso do termo quina para designar os escudetes das armas nacionais.

1479 a 1485

Paralelamente à bandeira armorial de Portugal, generalizou-se o uso da chamada Bandeira de São Jorge, santo protector de Portugal na luta contra os Castelhanos. Esta bandeira consistia numa cruz vermelha firmada sobre campo branco, semelhante às bandeiras de Inglaterra, de Génova ou de Barcelona, que também tinham São Jorge por patrono.

Bandeira de S. Jorge.

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. Em 1475 D. Afonso casa com Joana, filha do falecido rei de Castela, Henrique IV. Juntando assim ao seu título régio o da Coroa de Castela (Rei de Castela, de Leão, de Portugal, de Toledo, de Galiza, de Sevilha, de Córdova, de Jáen, de Múrcia, dos Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África, de Gibraltar, de Algeciras, e Senhor da Biscaia e de Molina) e procede também a uma alteração nas suas armas, exibindo um escudo esquartelado, com as armas de Portugal no I e IV quartéis, e as de Castela no II e III.

No ano seguinte, quando invade Castela e é derrotado em Toro, é esta a bandeira que as suas hostes transportam - e é esta a bandeira que o quase-mítico alferes-mor Duarte de Almeida, o Decepado, defende com a maior valentia, tendo perdido ambas as mãos na defesa do estandarte nacional e acabando a segurá-lo com os dentes.

1475 a 1479

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1479 a 1485

Após a assinatura do Tratado das Alcáçovas-Toledo, em 1479, e a renúncia de D. Afonso V, em seu nome próprio, e no de sua mulher, D. Joana, à Coroa de Castela, voltou-se à anterior fórmula da bandeira nacional.

D. João II viria a ser o responsável pela elaboração do escudo de armas português tal como hoje o conhecemos, nos seus traços gerais. Foi também o último rei português a usar uma bandeira armorial.

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1485 a 1495

Em 1485 D. João II ordenou a supressão da flor-de-lis da Ordem de Avis da bandeira e estabeleceu igualmente a colocação vertical das quinas laterais do escudo, uma vez que os escudetes derribados poderiam ser heraldicamente considerados como sinal de derrota, o que não era o caso.

Finalmente, ordenou a fixação definitiva do número de castelos da bordadura em sete e dos besantes em cada quina em cinco, dispostos em aspa (esta última deveu-se, em parte, à grande devoção que o soberano tinha pelas cinco chagas de Cristo).

Contudo, o seu sucessor D. Manuel voltaria a fórmulas antigas, nomeadamente usando, mais frequentemente bandeiras com 8 castelos.

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1495 a 1521

Com o novo Rei a bordadura do escudo voltou a ser carregada com um número superior a sete castelos (embora também haja representações com apenas sete), terminando em forma de cunha. Igual forma assumiam os pequenos escudetes no seu interior.

Por fim, D. Manuel I ordenou que sobre o escudo fosse colocada uma coroa real aberta, símbolo de autoridade régia e da centralização do Estado que tanto ele como o seu antecessor procuraram levar a cabo.

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Neste reinado - ou mesmo já no reinado anterior - teria sido feita uma alteração à bandeira, ficando as armas reais assentes sobre um campo branco de formato quadrangular ou rectangular (até aqui, a bandeira mais não era que a quadratura do escudo de armas — uma bandeira armorial).

Devido à intensa actividade marítima, é frequentemente usado como pavilhão naval português a bandeira da Ordem de Cristo, já que é esta a grande ordem ligada às viagens de expansão, bem como o estandarte pessoal do Rei. Por vezes a esfera armilar aparece sobre um campo franchado de branco e vermelho; outras está sobre um campo talhado.

Bandeira da Ordem de Cristo

Estandarte pessoal de D.

Manuel I

Estandarte alternativo pessoal de D. Manuel I

1495 a 1521 (CONT.)

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1521 a 1578Com a subida ao trono do filho de D. Manuel I, D. João III, fizeram-se menores modificações no formato e composição do escudo.

Num espírito humanista, optou-se pelo formato redondo na parte inferior do escudo (formato dito português), sofrendo as quinas a mesma alteração.

Foi neste reinado que o número dos castelos parece ter voltado definitivamente aos sete.

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1578 a 1580D. Sebastião ordenou uma mudança de grande significado político , procedendo à substituição da coroa aberta por uma coroa real fechada.

Este pormenor simbolizava o reforço da autoridade régia através da conquista de Marrocos e da obtenção de um título imperial, que a coroa fechada simbolizava.

De acordo com o gosto maneirista da época , regressou-se ao escudo em formato ogival. Esta parece ter sido a primeira bandeira portuguesa com formato rectangular, sendo as anteriores todas quadrangulares.

O decreto de D. Sebastião relativo à bandeira determinou também que, no futuro se estabelecesse para sempre em número de sete os castelos na bordadura.

Na altura em que D. Sebastião partiu para o Norte de África, usava um estandarte pessoal carmesim, com as Armas Reais bordadas numa face e a imagem de Cristo na outra.Estandarte pessoal de D. Sebastião.

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Durante o governo filipino, Portugal manteve as suas armas e bandeira. Este facto decorre do princípio de união dinástica, segundo o qual existiam na Península Ibérica dois reinos diferentes com um só rei. Foi nas armas familiares dos Habsburgos de Espanha que se verificou uma mudança, com a sobreposição do escudo português ao conjunto Leão-Castela/ Aragão-Catalunha-Nápoles-Sicília).

1580 a 1640

Bandeira militar dos Habsburgos, utilizada pelas embarcações de guerra portuguesas em esquadras

conjuntas.

A partir do momento em que o rei português compreendeu que seria impossível resistir à pressão castelhana para a absorção de Portugal, o velho cardeal pediu ao monarca espanhol que o escudo de armas português ocupasse um dos lugares mais distintos nas suas novas armas (eventualmente, todo o primeiro quartel do escudo, onde se achavam as armas de Leão e Castela, reformulando a localização dos demais brasões dentro do escudo).

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Os embaixadores de D. Filipe recusaram esta proposta, por considerarem que Sua Majestade Católica não poderia fazer tão notável agravo aos mais antigos domínios da sua monarquia[7] (Castela e Aragão), mas que, não obstante, daria às armas de Portugal o lugar de peça mais honrosa do escudo. Assim sendo, acabou por colocá-las no abismo do chefe, o ponto importante e digno do escudo.Note-se que esta bandeira, no entanto, não é relativa a um país ou um estado. Representa isso sim, o poder de uma família real sobre os seus vários domínios europeus. Curiosamente ou não, a sua utilização em Portugal foi pouco expressiva, tendo apenas sido usada a bandeira armorial dos Habsburgos por ocasião das deslocações de Filipe II a Tomar e de Filipe III a Lisboa (1619). Subsistem ainda alguns exemplares das armas em espécimes numismáticos e em algumas peças de artilharia preservadas no Museu Militar e no Museu da Marinha.Por outro lado, a bandeira dos Habsburgos da Espanha (a cruz vermelha aspada da Borgonha) torna-se co-oficial, juntamente com o pavilhão português, para efeitos de utilização marítima.

1580 a 1640 (cont.)

Bandeira armorial dos Habsburgos: as armas de Portugal em ponto de

honra, no abismo do chefe.

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1580 a 1640 (cont.)Contudo, em certas representações (de origem desconhecida) surge a bandeira adoptada por D. Sebastião rodeada por 16 ramos de oliveira (com dez pés visíveis e os seis restantes ocultos), dando particular realce ao escudo português. Assim, se a conservação das armas e bandeira nacional parece demonstrar o respeito dos monarcas filipinos pelos costumes e independência de Portugal, tal como acordado nas Cortes de Tomar, a presença dos elementos vegetais podem representar, consoante as teorias::

Bandeira presumivelmente adoptada em 1616

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a) alusão ao apelido Silva do Marquês de Alenquer, Vice-Rei de Portugal, com o objectivo de melhor distinguir, ao longe, a bandeira portuguesa da castelhana (também branca com as armas ao centro);

b) a alegria demonstrada pelo novo rei em obter o domínio de Portugal (ou ao invés, a alegria das classes dirigentes portuguesas, encantadas com uma união que previam benéfica, sobretudo a nível económico);

c) a relativa paz com que se fizera a junção da coroa de Portugal aos domínios dos Habsburgos (mau grado a batalha de Alcântara), ou o desejo do novo rei de que a paz voltasse a reinar célere em Portugal;

d) ser um símbolo da vitória de Castela, demonstrando assim a conquista e submissão de Portugal. Esta interpretação parece pouco consistente, tendo em conta o esforço que D. Filipe II fez para pacificar o país e não ferir o seu orgulho;

e) por fim, como Filipe II entrou em Elvas, a fim de se deslocar às Cortes de Tomar e aí ser jurado rei, em Dezembro de 1580, precisamente quando os camponeses festejavam a colheita das oliveiras, há também quem sugira que o novo monarca decidiu acrescentar à bandeira portuguesa aquele elemento vegetal em lembrança dessa viagem, ou então serem os ramos de oliveira um convite para o povo português se dedicar mais ao trabalho agrícola, tão descurado ao longo do século XVI.

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1640 a 1667Com a restauração da independência, isto é, com o fim do domínio da Dinastia Filipina, a bandeira permaneceu inalterada, excepto num pequeno detalhe estético — o regresso ao escudo português redondo. No essencial, esta foi a base da bandeira usada por Portugal até ao liberalismo. Durante o período considerado, foi também amplamente usada a bandeira da restauração, que era a bandeira da Ordem de Cristo com fundo verde.Entretanto, o rei D. João IV, por decreto de 25 de Março de 1646, declara Padroeira do Reino Nossa Senhora da Conceição. Nessa altura teria agregado à bandeira nacional uma orla azul. Também teria usado uma bandeira com o campo totalmente azul.

Bandeira de guerra

No reinado de D. João IV as tropas empenhadas na Guerra da Restauração usam como estandarte de guerra, uma bandeira verde com a cruz de Cristo

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1667 a 1707

Neste ano dá-se o golpe de estado que afasta do poder D. Afonso VI e coloca na regência do reino o seu irmão D. Pedro II, que procede a nova mudança na bandeira (pelos mesmos motivos que Afonso III, João I e Manuel I).

A coroa real fechada com três arcos passa a ter cinco arcos visíveis, simbolizando assim um novo reforço da autoridade régia.

D. Pedro usou como bandeira pessoal as armas nacionais sobre fundo verde.

Estandarte pessoal de D. Pedro II

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Como se entendia que só os navios de guerra do Rei deveriam usar uma bandeira com as Armas Reais, as embarcações mercantes usam bandeiras alternativas. As embarcações costeiras usam uma bandeira com faixas verdes e brancas. As embarcações que navegam para o Brasil usam uma bandeira branca com a esfera armilar - símbolo do Principado do Brasil.

Bandeira da navegação para o Principado do

Brasil

Bandeira da navegação costeira

1667 a 1707 (Cont.)

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1707 a 1816

Com a subida ao trono de D. João V, as mudanças na bandeira são superficiais, atendendo ao gosto da época barroca. A borda inferior passa a terminar em arco contracurvado (escudo dito francês) e é acrescentado um barrete púrpura à coroa real.

Note-se, no entanto, a importância simbólica da cor púrpura, que é a cor imperial por excelência. A essa alteração não é alheia a descoberta de ouro no Brasil, que possibilitou o financiamento de tantas das obras e de todo o fausto deste reinado, incluindo a atribuição, por parte do Papa, da dignidade de Patriarcado à cidade de Lisboa (1716) e a concessão do título de Sua Majestade Fidelíssima a el-rei D. João V e seus sucessores (1744).

Bandeira rodeada pelo colar da Ordem de Cristo

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O próprio D. João V usou as armas nacionais assentes num pavilhão vermelho/púrpura como seu estandarte pessoal. Este pavilhão tornar-se-ia no estandarte pessoal dos Reis de Portugal até 1910.

À medida que nos aproximamos do final do século XVIII, o formato exterior do escudo torna-se mais intrincado e complexo, de acordo com os padrões artísticos da época, influenciados pelo rococó. Terá sido também em meados do século XVIII que a flâmula naval portuguesa terá passado a ser totalmente branca.

Estandarte pessoal de D. João V

(segunda metade do século XVIII)

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1816 a 1826Por decreto do príncipe regente D. João, assinado em 16 de Dezembro de 1815, o Brasil foi elevado à condição de Reino dentro do Estado Português, que passou a ter a designação oficial de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Assim, procedeu-se a uma nova alteração nas armas nacionais em Março de 1816. Para representar o Brasil no quadro do novo reino, foi posta por detrás do escudo uma esfera armilar de ouro em campo de azul, sobrepondo a todo o conjunto a coroa real fechada (do mesmo modo que, lendariamente, as quinas representavam o reino de Portugal e a bordadura dos castelos representava o reino do Algarve. Recuperou-se, assim, um velho símbolo associado à imagética imperial manuelina para representar o novo reino.As armas nacionais, que consistiam no escudo português envolvido pelo colar da Ordem de Cristo e por dois grifos passou inclusivamente a ter três grifos, simbolizando o novo reino do Brasil integrado na Coroa Portuguesa.

Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816)

Hipotética bandeira do Reino de Portugal e dos Algarves, dentro do

Reino Unido

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1826 a 1830–1834

Tendo a independência do Brasil sido oficialmente reconhecida em 1825 por Portugal , após a morte do rei D. João VI, em Março de 1826 voltou-se à antiga expressão da bandeira, adoptada por D. João V em 1707. Com efeito, não fazia sentido manter nas armas nacionais um símbolo que representava um país agora independente.Esta bandeira foi abandonada em 1830 pela Rainha D. Maria II e pelos liberais. No entanto, manteve-se em uso pelos partidários de D. Miguel I e do absolutismo até à sua derrota e capitulação em Évora Monte, em 1834.

De observar que, no reinado de D. Miguel I, os navios de guerra portugueses teriam passado a hastear, à proa, um jaque branco com uma orla vermelha e as Armas Reais ao centro. Até então, a bandeira de popa dos navios de guerra era idêntica à bandeira de popa.

Jaque naval

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A última bandeira da Monarquia entrou em vigência pelo decreto de 18 de Outubro de 1830. , emitido pelo Conselho de Regência em nome da rainha Maria II de Portugal, Conselho esse que se achava exilado na Ilha Terceira, no quadro da guerra civil de 1832–1834.

Este determinava que a bandeira nacional passasse a ser verticalmente bipartida de branco e azul, ficando o azul à tralha; sobre o conjunto, ao centro, deveria assentar as armas nacionais, metade sobre cada cor.O branco e o azul tinham sido adoptados como cores nacionais por decreto das Cortes Gerais da Nação de 22 de Agosto de 1821, na sequência da revolução liberal do ano anterior.

Ao mesmo tempo foi introduzido um novo Jaque Nacional para os navios de guerra. Era branco, com uma orla azul e as Armas Nacionais ao centro. Foi também introduzida uma nova Flâmula Nacional, azul e branca.

1830 a 1910

Jaque Nacional

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D. Pedro IV usou um estandarte pessoal, rectangular armorial, cujo campo era totalmente ocupado pelas Armas de Portugal.

A partir de D. Maria II, os Reis continuaram a usar estandartes pessoais vermelhos, com as Armas Nacionais ao centro

1830 a 1910 (Cont.)

Estandarte Imperial de D. Pedro IV

Estandarte Real a partir de D. Maria II

Variante do Estandarte Real, usada por D. Pedro

V

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Desde 1910Logo após a Revolução Republicana, em 5 de Outubro de 1910, a Bandeira da Monarquia Constitucional foi abolida, e o Estado promoveu um concurso de bandeiras para representar o novo governo. Houve então um grande debate para decidir sobre a manutenção do azul e branco da monarquia ou pela adopção do verde e vermelho do Partido Republicano Português. Embora muitas das propostas para bandeiras se centrassem no azul e branco (como, entre outras, a do poeta Guerra Junqueiro), o vencedor final foi uma bandeira vermelha e verde, cores associadas ao PRP desde a fracassada revolta de 31 de Janeiro de 1891.

Actual Bandeira Portuguesa

Os autores do actual desenho do símbolo pátrio por excelência são Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas e Abel Botelho. Anunciada oficialmente em 30 de Junho de 1911, era baseada na bandeira que Machado Santos, o "herói" da Rotunda usou, bem como a hasteada pelo navio rebelde Adamastor, durante a Revolução Republicana. O governo ordenou desde logo à Cordoaria Nacional que fossem confeccionadas em larga escala, para que fossem hasteadas por todo o país nas repartições oficiais no 1.º de Dezembro seguinte, feriado que se tornou na altura o Dia da Bandeira. A actual Bandeira de Portugal só foi consagrada, constitucionalmente, como símbolo nacional, em 1976, ao entrar em vigor a nova Constituição da República.

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Etiqueta e protocolo

As regras gerais para o uso da Bandeira de Portugal estão definidas pelo Decreto-Lei nº 150/87. Deve seguir-se, além disso, o que está estabelecido pela tradição e pelas regras protocolares internacionais.

Bandeira de Portugal quando hasteada com outras bandeiras                   Quando hasteada, conjuntamente com outras bandeiras, a Bandeira de Portugal deverá ter sempre precedência sobre todas as restantes. Esta precedência aplica-se a todas as bandeiras incluindo a Bandeira da União Europeia, bandeiras nacionais estrangeiras, bandeiras regionais, bandeiras municipais, bandeiras privadas e outras. Devem ser seguidas as seguintes regras genéricas:

1.A Bandeira de Portugal deverá ser sempre de dimensão superior ou igual à das outras bandeiras;

2.Se forem hasteadas 2 ou mais bandeiras no mesmo mastro, a Bandeira de Portugal ocupará o topo do mesmo;

3.Se existirem 2 mastros, a Bandeira de Portugal ocupará o da direita (de quem está de costas para o edifício ou recinto);

4.Se existirem 3 mastros, a Bandeira de Portugal ocupará o do centro;

5.Se existirem 4 mastros ou mais, a Bandeira de Portugal ocupará o mais à direita (de quem está de costas para o edifício ou recinto);

6.Se existirem mastros de diferentes alturas, a Bandeira Nacional ocupará sempre o topo do mais alto.

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Outras bandeiras oficiais de Portugal

A Bandeira de Portugal é, essencialmente, a Bandeira Nacional de uso geral. Existem, no entanto, variantes da Bandeira de Portugal para uso específico de certos órgãos e autoridades do Estado Português. Estas últimas são, essencialmente, as bandeiras de uso militar e as bandeiras distintivas de magistrados e órgãos do Estado.

O Decreto nº 150, de 30 de Junho de 1911, que definiu as características da Bandeira Nacional, definiu também as características das bandeiras das unidades militares (também conhecidas como bandeiras regimentais e, actualmente, designadas estandartes nacionais), do Jaque Nacional e da Flâmula Nacional.

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Outras bandeiras oficiais de Portugal

O Estandarte Nacional é a versão para desfile da Bandeira de Portugal.

Existe um exemplar por cada por cada uma das unidades militares ou militarizadas que a ele

têm direito, sendo transportado em paradas ou em outras cerimónias. As Armas Nacionais são

rodeadas por duas vergônteadas douradas,

cruzadas em baixo, e presas por um lanço

branco com a inscrição "Esta é a Ditosa Pátria

Minha Amada". Estandarte Nacional O modelo padrão foi estabelecido em 1911 e consiste numa bandeira talhada em seda, com as dimensões de 1,20 m x

1,30 m.

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O Jaque Nacional é hasteado na popa dos navios de guerra da Marinha Portuguesa e significa que o navio está em estado de armamento. É quadrado, com o campo encarnado rodeado de uma orla verde, tendo ao centro as Armas de Portugal

A Flâmula de Portugal é a bandeira hasteada no mastro principal das embarcações, sob comando de oficiais, ao serviço da Marinha ou de outras instituições do Estado Português. A flâmula é uma bandeira longa e triangular, verde e vermelha.[

Jaque Nacional

Flâmula de Portugal

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Vários altos magistrados e órgãos do Estado Português, usam uma variante da Bandeira de Portugal, como distintivo pessoal ou colectivo. Estas bandeiras são hasteadas em edifícios,

automóveis, aeronaves, embarcações ou outros locais onde se encontram os altos magistrados ou os representantes dos respectivos órgãos.

Bandeiras distintivas de entidades do Estado

Bandeira do

Presidente da República Portuguesa

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Bandeiras distintivas de entidades do Estado

Bandeira do primeiro-ministro

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Bandeiras distintivas de entidades do Estado

Bandeira de ministro do Governo da República Portuguesa

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Bandeiras distintivas de entidades do Estado

Bandeira de governador civil de distrito

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Fontes Bibliográficas

Bandeira de PortugalOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_de_Portugal