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Michel R.F.M. EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS CARTOGRÁFICOS E A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS CARTOGRÁFICOS E A … · para a medida de pontos sobre a superfície ... Desse modo, através do Império Bizantino, os árabes resgataram os conhecimentos

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Michel R.F.M.

EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS CARTOGRÁFICOS E A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Introdução •  Cartografia (do grego chartis = mapa e

graphein = escrita) é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas.

•  Das muitas definições usadas na literatura, colocamos aqui a atualmente adaptada pela Associação Cartográfica Internacional (ACI):

•  Conjunto dos estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que intervêm na elaboração dos mapas a partir dos resultados das observações diretas ou da exploração da documentação, bem como da sua utilização.

•  A cartografia encontra-se no curso de uma longa e profunda revolução, iniciada em meados do século XX, e certamente a mais importante depois do seu renascimento, que ocorreu nos séculos XV e XVI.

Mapa da América do Sul de 1750

Introdução •  O conceito de Cartografia tem suas origens

intimamente ligadas às inquietações que sempre se manifestaram no ser humano.

•  Eles produziram e mudaram o mundo por eles representado, ao longo do tempo, desenhando e cartografando a economia e a política das nações.

•  Em sua produção, eles nos contam muito acerca das pessoas e dos poderes que se exercitaram na sua criação.

•  Os mapas dizem e impõem a sua verdade a cerca do espaço representado.

•  A representação do mundo através dos mapas apresenta evidências históricas da necessidade humana de descrever e controlar o mundo, tornando-o “familiar”, conhecido, um espaço habitável.

Mapa xilogravado Brasil de Giácomo Gastaldi, de 1550, Fundação Biblioteca Nacional (Rio de janeiro) e O TESOURO (2002).

Contribuições Sobre a História da Cartografia

•  A cartografia originou-se por volta do ano de 2500 a.C. O mapa a ser considerado o primeiro da história foi confeccionado pelos sumérios e representava parte da Mesopotâmia, incluindo o rio Eufrates e o Montes Zagros.

•  Antes disso, o homem já utilizava pinturas e até mesmo entalhes em pedras para representar pequenas localidades, como, por exemplo: a “Pedra de Saihuite”, designada de cartografia de relevo, foi produzida para representar um bairro “asteca”; o “Mapa de Tecciztlán”, salientando a fauna da área representada; e o “Códice Tepetlaoztoc”, todo colorido, que traz representações das rotas terrestres e de redes fluviais.

“No mapa estão representados os rios Tigre - que se divide em três afluentes e Eufrates, que desembocam no Golfo Pérsico, e os Montes Zagros, à Leste”. (MENDONÇA, 2007)

Mapa Babilônio confeccionado em argila, 2500 a.C. Mendonça (2007)

Contribuições Sobre a História da Cartografia

CONTRIBUIÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

CONTRIBUIÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

•  O mapa de cidade mais antigo conhecido é o plano mural de Çatal-Hüyük, datado de cerca de 6200 a.C.

•  Encontrado na província de Konya, a oeste da Turquia, no muro aparece uma planta de um núcleo urbano do neolítico e figura, também, por trás das vivendas, o perfil de uma montanha com dois promontórios.

Contribuições Sobre a História da Cartografia

Mapa primitivo dos indígenas das ilhas Marshall, construído em meados do século XIX. Estes Mapas eram confeccionados com fibras vegetais ou bambus entrecruzados, aos quais se prendiam pedras ou conchas de vários tamanhos. No mapa, a quadrícula ortogonal representa o mar livre, as linhas curvas indicam a direção das ondas próximas às ilhas e as ilhas são representadas pelas conchas ou pelas pedras Aguilar (1967).

Astecas •  Os Astecas, que viveram em constantes

deslocamentos, desenvolveram um mapa com dados de fauna e elementos humanos, que provavelmente serviu para guia de caça.

•  O “Códice Tepetlaoztoc”, foi um mapa de representação do meio físico, com rotas terrestres e representação da hidrografia.

Mapa de GAR-SUR

Mapa de GAR-SUR

•  Os chineses e os egípcios dominaram as técnicas cartográficas em meados do século IV a.C. As finalidades dos mapas eram muitas: utilizavam para registros de seu cotidiano; demarcavam áreas para facilitar questões administrativas, adotando o método da triangulação, permitindo assim determinar as distancias entre as áreas demarcadas; para os registros cadastrais de terras; para representar em papiros o mundo dos mortos; para representação das terras férteis e planície do Nilo.

•  Os gregos foram os pioneiros na cartografia contemporânea, com destaque para as escolas de Atenas e Alexandria que procuraram representar o mundo, apesar de todas as limitações técnicas da época. Utilizavam em suas representações a observação e bases científicas; com o uso da trigonometria, concluíram a esfericidade da Terra; chegaram à descoberta de latitude e longitude, criando o sistema de coordenada geográfica, dentre outras inúmeras contribuições.

CONTRIBUIÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

Imagens de agrimensores

Mapa de Turin

Egito •  O mapa foi desenhado cerca de 1160 AC pelo conhecido escriba do túmulo

Amennakhte, filho de Ipuy. Foi preparado pela expedição mineira de Ramsés IV para o Wadi Hammamat no Deserto Oriental, que revela as rochas Pré-Cambrianas do Escudo Arábico-Nubiano. O objetivo da expedição era obter blocos de pedras bekhen (arenito de metagrauvacas) para serem utilizados para estátuas do rei.

•  O antigo império do Egito (2780-2380 a.C.), possuia conhecimentos geométricos visíveis.

•  Devido às cheias do Nilo, os egípcios desenvolveram fortemente a agrimensura, pois a cada nova inundação eles eram obrigados a reconstituir os limites dos campos.

•  Foram os egípcios que fizeram o que é considerado o primeiro mapa topográfico-geológico conhecido,

Imagens de agrimensores

Egito

•  O mapa de Turim é um mapa do antigo Egito, considerado o mais antigo mapa sobrevivente de interesse topográfico do mundo antigo. Ele é desenhado em um papiro supostamente descoberto em Deir el-Medina em Tebas, coletado por Bernardino Drovetti (procônsul de Napoleão) no Egito em algum momento antes de 1824 DC e hoje preservado no Museu Egízio de Turim.

Grécia

•  Podemos destacar as contribuições de Claudius Ptolomeu, que intensificou o trabalho como cartógrafo. Sua obra Geografia foi reconhecida como o primeiro Atlas Mundial; sua tradução aconteceu em 1405, tornando-a conhecida pelos europeus. Foi esse pensador grego um dos primeiros a propor a teoria Geocêntrica.

•  A Antiga Grécia possibilitou grandes avanços sobre o conhecimento geográfico da Terra e o desenvolvimento matemático necessário para a sua representação.

•  Os gregos deram um impulso decisivo para o progresso da ciência ao assentar as bases para o posterior desenvolvimento cartográfico.

•  Deve-se aos gregos a afirmação de que a Terra é redonda.

Grécia •  Erastóstenes colocou uma estaca na vertical ao terreno em Siena e outra em

Alexandria, observando que ao meio dia de 21 de julho, enquanto a estaca em Siena não apresentava sombra a de Alexandria apresentava uma sombra no terreno.

•  Em Alexandria a sombra apresentava uma inclinação de 1/50 de uma circunferência ou 7˚12’.

•  Assim

•  7˚12’-5.000 estádios, 360˚-X, X=250.000

•  Ou seja, cerca de 46.250.000m (41.700 km reais)

•  Erro se deveu principalmente a dois fatores

•  Siena não estava localizada no mesmo meridiano de Alexandria

•  A distância real entre as duas cidades é de 4.500 estádios e não 5.000

•  Dicearco foi autor de uma célebre carta e criador de um sistema simplificado de coordenadas geográficas mediante o traçado de uma linha diretriz.

•  Erastóstenes mediu a longitude da Terra com notável precisão e foi ele quem desenvolveu o sistema de paralelos e meridianos como referência para a medida de pontos sobre a superfície terrestre.

•  Reconstrução do séc. 19 do mapa do mundo feito por Eratóstenes, mundo este até então conhecido, c. 194 a.C

Grécia

•  Claudio Ptolomeu foi um pensador grego reconhecido pelos seus trabalhos em astrologia, astronomia e cartografia.

•  Seu maior trabalho, Geografhia, em oito livros, tenta mapear o mundo conhecido dando coordenadas a mais de 8000 lugares e contribuindo com o sistema de latitude e longitude.

•  Nesta obra, ele apresenta sua maneira de resolver a representação da terra em um plano.

•  Considerado o pai da Cartografia viveu em Alexandria e dirigiu a famosa biblioteca de 150 a 127 d.C.

Grécia

Mapa múndi de Claudio Ptolomeu.

Grécia

O mapa da Lorena impresso em cores na edição de 1513 da Geografia Ptolomeu.

Grécia

O chamado “Mapa do Almirante” na edição de 1513 da Geografia de Ptolomeu.

Grécia

O novo mapa do sul da África na edição de 1513 da Geografia Ptolomeu.

Grécia

O mapa do Atlântico e seus arredores na edição de 1513 da Geografia Ptolomeu.

•  Em Roma, Ptolomeu, apresentou a Terra dentro de um círculo, tal contribuição pode ser considerada a última e a mais importante do mundo antigo. (Corrêa, 2008).

•  O processo da evolução das ciências geográficas passou por uma estagnação após esse período

•  Os romanos, por mais que tenham herdado o conhecimento dos gregos, não trouxeram novidades no campo.

•  Isso se agravou ainda mais com a destruição da Biblioteca de Alexandria e a invasão dos bárbaros. Nasce o Império Bizantino em 324 d.C. conhecido como a Era Cristã, com uma concepção errônea do mundo, totalmente contrária a tradição grega.

Grécia

•  Na Idade Média as representações cartográficas perdem as concepções que os gregos tinham, passando a representar o mundo com um conceito religioso e os explicando conforme os ensinamentos bíblicos

•  Em geral esses mapas apresentavam um quadro conceitual com as seguintes linhas:

•  1ª Linha: O mundo era representado em forma retangular dentro de um tabernáculo chamado de mundo tabernáculo, do tratado Topografia Cristã de Cosme Indicopleustes. No tratado Topografia Cristã ele nega a ideia de esfericidade da Terra e dos Céus.

•  Indicopleustes tem uma visão de mundo fechado e finito, em que a terra está inserida dentro de uma caixa fechada semelhante a um tabernáculo.

Idade Média

•  2ª Linha: São os mapas isidorinos com o famoso mapa "T" sobre "O", que se originam no século VII d.C, com o bispo de Sevilha, St. Isidoro (560-636).

•  Nesta linha a representação foi baseada no mapa Orbis Terrarun dos romanos, adaptado a teologia cristã. Esta representação define uma forma de mapas tripartido, na maioria circulares, com Jerusalém ocupando o centro da representação e a Ásia na parte superior do mapa, onde estava representado o paraíso, a Europa fica a esquerda e a África fica a direita.

•  Estes continentes eram rodeados por um oceano representado pela letra circular "O", já a letra "T" tinha o seu pé formado pelo Mar Mediterrâneo e os braços pelo Mar Vermelho e os Canais do rio Don e o Mar de Azov.

•  Esta representação era baseado em interpretações bíblicas.

Idade Média

•  3ª Linha: São mapas manuscritos conhecidos como Beatos que tiveram origem nos escritos do "Comentário sobre o Apocalipse” atribuído a Beato de Liébana, na Espanha.

•  Estas representações vão trazer o mundo representado de forma retangular readequando o Orbis Terrarun dos romanos a teologia cristã.

•  Nesta representação além de aparecer os continentes, europeu, asiático e norte-africano, irá trazer a representação da existência de um quarto continente, uma terra antípoda para mostrar que haviam seres monstruosos nesse lugar.

Idade Média

Idade Média

Mapa del Beato de Liébana

•  4ª Linha: São os mapas anglo-normandos que aparecem durante a Idade Média Clássica (entre os anos de 1000 à 1300) - desenvolvidos pelas escolas de origem francesa e inglesa.

•  Estes mapas parecem muito ecléticos e interessante, pois, representam a Terra como parte do corpo de Cristo. Entre este podem ser citados os mapas-múndi, circular do Saltério de Psalter, datado de 1225 d.C, o mapa Ebstorf de 1234, com 4m de diâmetro e o mapa de Hereford de 1290, com 1,62 m de diâmetro.

•  Na Idade Média Clássica São Tomás de Aquino embute na ciência as obras de Aristóteles defendendo a esfericidade da Terra, mas Jerusalém não poderia ser o centro da Terra como a Igreja queria.

•  No mundo árabe, ao contrário, desde 827 o califa Al Mamum havia determinado traduzir do grego a obra de Ptolomeu, Geographike Syntaxis e Almagesto. Desse modo, através do Império Bizantino, os árabes resgataram os conhecimentos greco-romanos, aperfeiçoando-os. Foram eles que levaram para a Europa a bússola.

Idade Média

Psalter Map, (London, British Library, Add. MS 28681, f.9)

Al-Idrisi's map of the world (12th). Note South is on top.

Cartas Portulanas •  Para atender as exigências náuticas, motivadas pelo desenvolvimento da

navegação com a introdução da agulha magnética, a cartografia assumiu um aspeto funcional.

•  As cartas Portulanas, que apareceram no inicio do século XIV, procederam o ressurgimento e a expansão da obra de Ptolomeu.

•  Foram constituídas inicialmente pelos navegadores de Genova, de acordo com os levantamentos efetuados por exploradores da época. Elas não obedeceram nenhum critério de projeção, eram reservados aos navegantes, e já́ possuíam o traçado das loxodromias (rumos) e o delineamento das costas dos países mediterrâneos.

•  Estes primitivos mapas eram manuscritos em pergaminho, não dispondo de um sistema de coordenadas geográficas.

•  Este tipo de traçado permitia calcular os pontos de acerto de rota de navegação com o simples auxílio da bússola.

Cartas Portulanas

O mar Mediterrâneo (Atlas de Cresques, 1375)

Cartas Portulanas

Um portulano Japonês do Oceano Índico (século XVII).

Século XV •  A revolução da cartografia inicia-se século XV com o advento da agulha

magnética, que contribuiu para a exploração dos mares, e intensificou o comercio para Leste, a partir daí deu-se inicio ao auge dos descobrimentos portugueses.

•  É criada a Escola de Sagres, que estuda a navegação com métodos racionais, e assim, dilata o mundo. A influência de Ptolomeu se reinstala, com modificações, correções e adaptações na cartografia.

•  E com o surgimento da gravação e da impressão há uma possibilidade de aumento na produção cartográfica, trocando os manuscritos pelos mapas impressos.

•  Aparecem ainda as cartas portulanas de modelo português, as chamadas cartas marear, que tem um aspecto cartográfico científico, por influência do progresso renascentista.

•  No século XVI ocorre um aumento na produção cartográfica, com os trabalhos de cartógrafos portugueses, espanhóis e italianos, como Fernão Vaz Dourado, Juan de la Cosa, Toscanelli, Cantino, Pedro Nunes entre outros. E em 1.500, Juan de la Cosa faz um mapa múndi, no qual apresenta todas as terras descobertas pelos portugueses e espanhóis até a data.

Século XV

Mapa múndi de juan de la cosa

Século XV

•  Nessa mesma época a cartografia Holandesa aparece sucedendo a cartografia mediterrânea, com Mercator, que criou uma projeção cilíndrica, na qual os meridianos e paralelos eram representados por segmentos de retas perpendiculares entre si (Filho, 2000).

•  Em 1570, Abraham Ortelius publica o Theatrum Orbis Terrarum, o primeiro Atlas moderno do mundo.

•  É considerado, na cartografia, como o primeiro atlas moderno. Foi editado pela primeira vez em 20 de maio de 1570 na Antuérpia (Bélgica).

•  A partir dos 70 mapas e 87 referências bibliográficas na sua primeira edição de 1570, o atlas cresceu ao longo de suas 31 edições até alcançar 183 referências e 167 mapas no ano de 1612, em 7 idiomas diferentes.

•  Muitos mapas foram baseados em fontes que não mais existem ou são extremamente raras. Ortelius acrescentou um apêndice (the "Catalogus Auctorum") identificando todas as fontes, muitas não seriam conhecidas não fosse sua iniciativa.

Século XV-XVIII

Século XV-XVIII

•  Em sucessão a cartografia holandesa no século XVIII, destaca-se a Escola Francesa. Nicolas Sanson da Casa D’Abbeville confeccionou uma série de mapas construídos em projeção perspectiva.

•  Em 1639, aparece a mais importante obra geográfica da época a Lê Neptume François, de Alexis Hubert Jaillot que foi auxiliada pelo astrônomo francês Jean Dominique Cassini.

•  Com a utilização de novos instrumentos: os sextantes, teodolitos, cronômetros, nas observações necessárias ao levantamento, há uma determinação precisa dos elementos da superfície da Terra.

•  Com o progresso e os aperfeiçoamentos dos métodos de levantamento dos estudos, os sistemas de projeções evoluem, fazendo declinar a cartografia arte.

•  A simbologia cartográfica ficou mais objetiva com a idealização da representação altimétrica por meio de curvas de nível, destacando o trabalho de César François Casini e de seu pai Jacques Cassini, como exemplo do progresso cartográfico, “Carte Geometrique de la France”, elaborado em 182 folhas em escala de 1:86400 que só foi concluído 45 anos depois, em 1789, na revolução francesa. Eles cobriram a França com uma rede de mais de 2000 triângulos.

Século XVIII

•  O desenvolvimento dos serviços geográficos nacionais é caracterizado no século XIX por quase todos os países da Europa, com levantamentos topográficos.

•  A navegação obrigou as potências marítimas a efetuarem levantamentos costeiros em todas as partes do mundo.

•  Por esse motivo os sistemas de projeções foram estudados detalhadamente.

•  Em 1805, surge a projeção de Mollweide, que utiliza os paralelos como linhas retas e os meridianos como linhas curvas, e desse modo, corrigiu as diversas distorções das projeções de Mercator.

Projeção de Mollweide

Século XIX

A Evolução do Conceito de Cartografia

•  Para Bakker(1965) a Cartografia pode ser definida como a ciência e a arte de expressar graficamente, por meio de mapas e cartas, o conhecimento humano da superfície da Terra.

•  Oliveira (1987), considera que a Cartografia não pode constituir uma ciência, tampouco representa uma arte, a Cartografia é um método científico que se destina a expressar fatos e fenômenos observados sobre a superfície a ser mapeada.

•  Joly (1990) define Cartografia como a arte de conceber, de levantar, de redigir e de divulgar os mapas e menciona que ela implica, por parte do cartógrafo, um conhecimento aprofundado do assunto a ser cartografado e dos métodos de estudo que lhe concernem, uma prática comprovada da expressão gráfica com suas possibilidades e seus limites.

•  Salichtchev: Cartografia é a ciência de representação e do estudo da distribuição espacial dos fenômenos naturais e sociais, suas relações e suas transformações no tempo, em forma gráfica e generalizada.

•  Assoc. Cart. Internacional (ICA): Disciplina que trata da concepção, produção, disseminação e estudo de mapas.

•  Divisões da Cartografia

•  Cartografia

•  Geral (Sistemática), quando proporcionam informações genéricas, de uso não particularizado;

•  Temática, quando apresentam um ou mais fenômenos específicos, servindo a representação dimensional apenas para situar o tema.

Conceitos de Cartografia

•  Cartografia Sistemática.

•  É a parte da Cartografia responsável pela representação genérica da superfície tridimensional da Terra no plano (ROSA,1996).

•  Sua preocupação principal é a localização precisa dos fatos mapeados.

•  Se apoia na Geodesia e na Fotogrametria.

•  Cartografia Temática.

•  Segundo Joly (1990) é a parte da Cartografia que trata de outro assunto que a simples representação topográfica do terreno.

•  Sua preocupação principal é a coleta, análise, interpretação e representação de um assunto específico sobre uma carta base.

•  Se apoia na Geografia e em outras ciências.

Conceitos de Cartografia

•  GLOBO

•  representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa.

•  MAPA

•  representação plana;

•  geralmente em escala pequena;

•  área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc.), político administrativos; destinação a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.

Conceitos de Cartografia

•  MAPA (definição da ABNT)

•  “representação gráfica, em geral uma superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite”

•  CARTA (definição da ABNT)

•  “representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a localização plana, geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da Terra, subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecendo a um plano nacional ou internacional”

Conceitos de Cartografia

•  CARTA TOPOGRÁFICA

•  representação plana, ortogonal e em escala de uma porção da superfície terrestre, elaborada mediante levantamento original (restituição aerofotogramétrica e controle de campo) ou compilação cartográfica (redução de cartas pré-existentes em escalas maiores) que inclui informações planimétricas e altimétricas dos aspectos geográficos naturais (relevo, hidrografia, vegetação) e antrópicos (redes viárias e de comunicações, núcleos de população, moradias, usos do solo e toponímia) (GRANELL-PÉREZ, 2004).

•  escala média (1:25.000, 1:50.000, 1:100.000 e 1:250.000); desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática.

•  A precisão da carta obedece o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC) estabelecido nas Normas Técnicas da Cartografia Nacional;

•  São elaboradas por órgãos públicos (Diretoria do Serviço Geográfico do Ministério do Exército e Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – FIBGE) – cartografia oficial do Brasil.

Conceitos de Cartografia

•  É a parte da Cartografia responsável pela representação genérica da superfície tridimensional da Terra no plano (ROSA, 1996). Sua preocupação principal é a localização precisa dos fatos mapeados.

•  Legislação referente à Cartografia Sistemática.

•  DECRETO-LEI No 243 DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967

•  Fixa as Diretrizes e Bases da Cartografia Brasileira e dá outras providências.

•  Art.2º As atividades cartográficas, em todo o território nacional, são levadas a efeito através de um sistema único - o Sistema Cartográfico Nacional - sujeito à disciplina de planos e instrumentos de caráter normativo, consoante os preceitos deste decreto-lei.

•  Art.3º e Art.4º Estabelecem e regulam o funcionamento da Comissão de Cartografia - alterados sucessivamente ao longo do tempo, vigindo hoje o Decreto s/no de 21/06/94, que cria a Comissão Nacional de Cartografia - CONCAR, com as alterações introduzidas pelo Decreto no 1792 de 15 de janeiro de 1996 e Medida Provisória no 1498, de 09 de julho de 1996.:

Cartografia Sistemática.

•  CAPÍTULO IV Da Representação do Espaço Territorial

•  Art.6º O espaço territorial brasileiro, para os efeitos do presente decreto-lei, é representado através de cartas e outras formas de expressão afins.

•  §1º As cartas - representação plana, gráfica e convencional - classificam-se:

•  a) quanto à representação dimensional em: - planimétrica; - plano-altimétricas.

•  b) quanto ao caráter informativo em:

•  Gerais (sistemática);

•  Especiais;

•  Temáticas.

Cartografia Sistemática.

•  §2º As fotocartas, mosaicos e outras formas de representação são admitidas subsidiária e acessoriamente

•  CAPÍTULO V Da Cartografia Sistemática

•  Art.7º A Cartografia Sistemática tem por fim a representação do espaço territorial brasileiro por meio de cartas, elaboradas seletiva e progressivamente, consoante prioridades conjunturais, segundo padrões cartográficos terrestre, náutico e aeronáutico.

•  Art.8º A Cartografia Sistemática Terrestre tem por fim a representação da área terrestre nacional, através de séries de cartas gerais, contínuas, homogêneas e articuladas, nas escalas-padrão abaixo discriminadas:

•  Série de 1:1.000.000 Série de 1: 500.000

•  Série de 1: 250.000 Série de 1: 100.000

•  Série de 1: 50.000 Série de 1: 25.000

Cartografia Sistemática.

•  Art.12 Os levantamentos cartográficos sistemáticos apoiam-se obrigatoriamente em sistema plano-altimétrico único, de pontos geodésicos de controle, materializados no terreno por meio de marcos, pilares e sinais.

Cartografia Sistemática.

1:1000000

Obrigado