Evolucao Dos Principios Contabeis

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FACULDADE NOVOS HORIZONTES

CONTABILIDADE: HISTRIA, INTERAES E PERSPECTIVAS

EVOLUO DOS PRINCPIOS CONTBEIS

Alessandra Isabel vila Magalhes Bruno Tadeu Faria Dias Daniela Cristina de Paula Macedo Sueane Gomes Guimares

Belo Horizonte 2007

Alessandra Isabel vila Magalhes Bruno Tadeu Faria Dias Daniela Cristina de Paula Macedo Sueane Gomes Guimares

1 Perodo Cincias Contbeis

Evoluo dos Princpios Contbeis

Trabalho final do projeto interdisciplinar apresentado ao curso de Cincias Contbeis da Faculdade Novos Horizontes, como requisito parcial para aprovao nas disciplinas do perodo.

Orientador: ngela Isabel Batista

Belo Horizonte 2007

No se p de chegar perfeio de alguma coisa seno atravs dos Princpios que a precedem. (Quintilhiano)

SUMRIO RESUMO

1 INTRODUO1.1 Justificativa 1.2 Objetivo 1.2.1 Objetivo Geral 1.2.2 Objetivo Especfico 1.3 Problema 1.4 Metodologia

2 DESENVOLVIMENTO2.1 Conceito Contbil de Princpios 2.2 Evoluo dos Princpios Contbeis no Brasil 2.3 Atual Conceito de Princpios Contbeis no Brasil 2.4 Conceitos Epistemolgicos e Princpios Contbeis 2.5 Princpios Contbeis segundo Srgio Iudcibus 2.5.1 Princpio da Entidade 2.5.2 Princpio da Continuidade 2.5.3 Princpio do Custo Original como Base de Valor 2.5.4 Princpio do Denominador Comum Monetrio 2.5.5 Princpio da Realizao da Receita 2.5.6 Princpio do Reconhecimento das Despesas e seu Confronto com as Receitas 2.5.7 Princpio da Essncia sobre a Forma 2.6 Princpios Contbeis segundo Lopes de S 2.6.1 Princpio da Entidade 2.6.2 Princpio da Continuidade 2.6.3 Princpio da Oportunidade 2.6.4 Princpio do Registro pelo Valor Original 2.6.5 Princpio da Atualizao Monetria 2.6.6 Princpio da Competncia 2.6.7 Princpio da Prudncia 2.7 Resultado da Anlise de Dados

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3 CONCLUSO BIBLIOGRAFIA APNDICE

RESUMO

Os problemas econmicos dos anos 30 do sculo XX, como a quebra da Bolsa de Nova Iorque aumentou a necessidade de uma uniformizao dos Princpios Contbeis que so a forma, o meio e a estrutura de que a disciplina se utiliza para chegar aos objetivos ou, s vezes, para melhor entender o que vem sendo praticado h muito tempo. A evoluo, no Brasil, dos Princpios Contbeis ocorreu tanto na legislao quanto na literatura contbil entre os anos 1830 a 1994. A partir desses conceitos existentes para que o profissional ainda em formao possa ter conhecimento sobre a importncia desses conceitos para tomada de decises racionais por parte do usurio, demonstrando, assim, a sua importncia no processo de avaliar, registrar, mensurar os fatos contbeis para esse processo evolutivo da contabilidade. Necessitou-se, ento, uma comparao dos conceitos e nomenclaturas desses Princpios por parte dos autores Srgio Iudcibus, Jos Carlos Marion e Lopes de S, onde os mesmos se divergem, ora uniformizando os conceitos, ora hierarquizando-os de um jeito ou de outro, alm disso, Srgio Iudcibus e Jos Carlos Marion retratam em um de seus livros a criao de um novo princpio A Essncia sobre a Forma e ainda, separam a Realizao da Receita e da Confrontao com a Despesa em dois sub princpios Princpio da Realizao da Receita O Reconhecimento das Despesas e seu confronto com as Receitas. J Lopes de S os define de acordo com o CFC Lei 750/93.

1 INTRODUOOs problemas econmicos dos anos 30 do sculo XX, como a quebra da bolsa de Nova Iorque, aumentou a necessidade de uma uniformizao dos Princpios Contbeis que so a forma, o meio e a estrutura de que a disciplina se utiliza para chegar aos objetivos ou, s vezes, para melhor entender o que vem sendo praticado h muito tempo. Com isso em 1938 Thomas H. Sanders, publicou a primeira edio de Princpios de Contabilidade, intitulada Statement of Accounting Principles. Segundo Srgio Iudcibus e Jos Carlos Marion (2002, p. 89), os Princpios Fundamentais de Contabilidade so os conceitos bsicos que constituem o ncleo essencial que deve guiar a profisso na consecuo dos objetivos da contabilidade, que, como vimos, consistem em apresentar informao estruturada para os usurios. E, ainda, para Lopes de S (2000, p.23), os denominados Princpios Fundamentais de Contabilidade so macrorregras para a poltica informativa patrimonial das aziendas ou entidades, baseados em doutrinas e teorias cientficas, tendo por objetivos bsicos uniformizar a terminologia, aproximar a imagem fiel do patrimnio e guiar as normas gerais reguladores dos sistemas informativos. 1.1. Justificativa Como no existe uniformidade internacional, ainda, em relao ao

reconhecimento dos princpios fundamentais de contabilidade, interessante um estudo comparado, a partir dos conceitos existentes para que o profissional ainda em formao possa ter conhecimento sobre a importncia desses conceitos nos processos de avaliao, registro e evidenciao dos fatos contbeis ao gerar relatrios necessrios para a tomada de decises racionais por parte do usurio.

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1.2. Objetivos 1.2.1. Objetivo Geral O presente trabalho tem por objetivo apresentar a evoluo dos Princpios Contbeis, demonstrando, assim, a sua importncia no processo de avaliar, registrar, mensurar os fatos contbeis, para esse processo evolutivo da contabilidade, diante das exigncias dos usurios, gerem informaes confiveis e relevantes. 1.2.2. Objetivo Especfico Procura-se estabelecer a comparao da evoluo dos Princpios Contbeis, entre os autores Srgio Iudcibus, Jos Carlos Marion e Lopes de S, tendo em vista as diferenas que cada um atribui a esses princpios. 1.3. Problema A necessidade de comparabilidade no se deve confundir com a mera uniformidade e no se pode tornar um impedimento introduo de conceitos, princpios e normas contabilsticas aperfeioadas. Qual o entendimento que os estudiosos contemporneos Srgio Iudcibus, Jos Carlos Marion e Lopes de S tm em relao aos Princpios Contbeis e quais so suas diferenas? 1.4. Metodologia O desenvolvimento do trabalho comparativo para estabelecer as diferenas existentes entre os autores Srgio Iudcibus, Jos Carlos Marion e Lopes de S, sobre os Princpios Contbeis ser feita em trs etapas:

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1) Pesquisa Terica - livros, jornais, artigos, revistas, Internet; 2) Pesquisa de Campo ser feita uma pesquisa qualitativa entrevista - para confirmao da teoria com a prtica; e, 3) Redao final do trabalho.

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2 DESENVOLVIMENTO2.1. Conceito Contbil de Princpios Segundo Iudcibus (2002, p.89), os Princpios Fundamentais da Contabilidade so os conceitos bsicos que constituem o ncleo essencial que deve guiar a profisso na consecuo dos objetivos da Contabilidade, que consistem em apresentar informao estruturada para os usurios. J para Lopes de S (2000, p. 13), a palavra princpios, em nosso idioma, tem acepes variadas. No singular emprega-se com o significado de origem, comeo, e tambm, regra a seguir, norma. No plural tem o significado de elementos, rudimentos, convices. As palavras tm sentidos comuns (de utilizao emprica, usual) e tm os que lhes so atribudos especialmente, nas tecnologias, nas cincias, nos casos particulares. Logo, o conceito de Princpios, para fins de uso em contabilidade, tem sentido prprio. 2.2. Evoluo dos Princpios Contbeis no Brasil De acordo com Souza, Costa, Pino at all (1999), a evoluo, no Brasil, dos Princpios Contbeis ocorreu tanto na legislao quanto na literatura contbil. Na Legislao 1830-1840 - Organizao da Contabilidade Pblica 1926 - Primeira lei sobre imposto de renda, tributo que a partir de ento viria in fluir nos critrios de apurao dos resultados nos balanos. 1940 - Decreto-Lei n 2627, que regulamentou as Sociedades por Aes, esta belecendo, pela primeira vez, a obrigatoriedade da confeco do balano patri monial e da demonstrao de lucros e perdas. 1950 - Cdigo Comercial Brasileiro - no estabelecia regras contbeis, mas li mitava-se a tratar de formalidades extrnsecas. 9

1964 - A Lei n 4.595, que dispe sobre a poltica referente s instituies mo netrias, bancrias e creditcias veio tambm estabelecer exigncias contbeis para essas instituies. 1965 - A Lei 4.728, conhecida por Lei do Mercado de Capitais, veio a consti tuir em importante evoluo da Contabilidade e profisso contbil, pois foi ela que, entre outros dispositivos de interesse da profisso, pela primeira vez men cionou a figura do auditor independente. 1966 - O Instituto dos Contadores Pblicos do Brasil, posteriormente transfor mado no IBRACON - Instituto Brasileiro de Contadores, publicou o trabalho de nominado " Normas Disciplinadoras da Escriturao e da Elaborao de Balan os. 1968 - O IBRACON edita pronunciamentos sob o ttulo "Destinao das Recei tas das Sociedades Annimas". 1972 - Circulares n 178 e 179, do Banco Central do Brasil, que estabeleceu normas de auditoria e normas e princpios de contabilidade, objetivando a uni formizao das demonstraes contbeis das empresas cujas aes so nego ciadas, a partir de proposta apresentada pelo IBRACON e Bolsa de Valores de So PAULO. 1976 - Lei n 6.404 ( Lei das Sociedades por Aes ), considerada por Hilrio Franco evento mais importante na normatizao dos princpios contbeis no Brasil, ampliou consideravelmente as exigncias do antigo Decreto-Lei n 2627 para escriturao contbil das sociedades por aes e elaborao de seus ba lanos. 1979 - O IBRACON emite, a partir daquele ano, normas especficas relativa a operaes. 1981 - O Conselho Federal de Contabilidade - CFC edita as Res. N 529 e 530, que dispem sobre as Normas Brasileiras de contabilidade.

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1986 - O IBRACON elabora o trabalho "Estrutura Conceitual Bsica da Conta bilidade", referendado pela CVM. 1993 - O Conselho Federal de Contabilidade - CFC edita a Resoluo n 750, que dispe sobre os Princpios Fundamentais de Contabilidade. 1994 - O CFC emite a Res. N 774, que aprova o Apndice sobre os Princpios Fundamentais de Contabilidade. Na literatura contbil 1949 - A primeira referncia aos princpios contbeis na obra de Francisco D'Auria foi encontrada na obra " Estrutura e Anlise de Balanos ". 1964 - A influncia da obra de Finney & Miller, adotada na Faculdade de Eco nomia e Administrao da Universidade de So Paulo - USP, contribuiu para adoo da moderna orientao contbil americana, vindo com ela a nfase para a divulgao de postulados e princpios como base para orientar os proce dimentos contbeis. 1971 - Um grupo de professores da USP, liderados pelo Prof. Srgio de Iudci bus, publicou a obra "Contabilidade Introdutria" que, inspirada na literatura norte-americana, identificou princpios e convenes contbeis. 1972 - " Princpios de Contabilidade Geralmente Aceitos ", de Hilrio Franco. 1978 - " Manual de Contabilidade das Sociedades Annimas ", de Srgio de Iu dcibus, Eliseu Martins e Ernesto Gelbeck. 1980 - " Teoria da Contabilidade ", do Prof. Srgio de Iudcibus. 1987 - Traduo das " Normas Internacionais de Contabilidade da IASC, edita das a partir de 1974, e publicadas no livro " Princpios Contbeis -Normas e Procedimentos de Auditoria ", do IBRACON. 1988 - Publicao do Livro "Princpios Contbeis - Normas e Procedimentos de Auditoria ", pelo IBRACON. 11

2.3. Atual Conceito de Princpios Contbeis no Brasil

Segundo Lopes de S (2000, p.14), a denominao de Princpios Fundamentais de Contabilidade, no Brasil, como rgo de fiscalizao do exerccio profissional, regulou o conceito a ser reconhecido e adotado. Em 1981, a Resoluo n 530 do Conselho Federal de Contabilidade j disciplinava a questo, mas foi utilizada pela n 750, de 29 de dezembro de 1993.Inquestionavelmente, vem operando; na o progresso a do conhecimento de exige

adaptaes, e no se pode negar as profundas mudanas que se realidade, vontade uniformizaes terminolgicas flui naturalmente quando os conhecimentos adquirem avanos em suas doutrinas. Os anseios pelas fixaes de Princpios iniciaram-se desde o incio do sculo, quando os informes contbeis passaram a ter maior utilizao em mbito social. O que admitir por Princpios e quais so eles tm sido objetivos das entidades de estudos e de regulamentaes contbeis

Para o Conselho Federal de Contabilidade, deve se entender o que o art. 2 da Resoluo n 750/93 estabelece:Os Princpios Fundamentais da Contabilidade representam essncia das doutrinas e teorias relativas Contabilidade no seu sentido mais amplo de Cincia Social, cujo objetivo o patrimnio das entidades.

Tal conceito o da instituio (Conselho Federal de Contabilidade):Em verdade, ao admitir que os Princpios so a essncia das doutrinas e teorias a Resoluo limitou todo conhecimento ao que proclama, ou seja, admitiu que as fronteiras das doutrina esto todas contidas nos Princpios enunciados. Pretende, pois, tornar obrigatria a aceitao de seu regulamento como estabelece o 1 do artigo 1 da Resoluo n 750/93:

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A observncia dos Princpios Fundamentais de Contabilidade obrigatrio no exerccio da profisso e constitui condio de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. O Conselho traa, pois, de forma definida, uma maneira de entender-se, por Princpios Fundamentais de Contabilidade o que representa a sntese do conhecimento estabelecendo que est a forma de enfoque do Pas, culturalmente. O que podemos, pois, admitir que o rgo mximo de fiscalizao do Pas entende por Princpios Fundamentais de Contabilidade o que enuncia em sua Resoluo, mas isto no nos autoriza a afirmar que seja o entendimento de todos os intelectuais da Nao.

2.4. Conceitos Epistemolgicos e Princpios Contbeis Ao admitir que os princpios so a essncia das doutrinas e teorias, a Resoluo do Conselho Federal de Contabilidade baseia-se em razes epistemolgicas que o estudo crtico do conhecimento cientfico em seus vrios ramos, para o lanamento de seu conceito objetivo. So incisivas as frases do art. 2, do Conselho Federal de Contabilidade:Os Princpios Fundamentais de Contabilidade representam a essncia das doutrinas e teorias relativas Cincia da Contabilidade

O critrio, hoje, aceito pela maioria dos grandes expoentes da contabilidade de que os Princpios devem apoiar-se em Doutrina e Teorias e as Normas devem apoiar-se em Princpios. 2.5. Princpios Contbeis Segundo Srgio Iudcibus Segundo Srgio Iudcibus (2002, p. 90 a 116), a definio dos Princpios Contbeis so: Entidade, Continuidade, Custo como Base de Valor, Denominador Comum Monetrio, Realizao da Receita, Reconhecimento das Despesas e seu Confronto com as Receitas e Essncia sobre a Forma.

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2.5.1. Princpio da EntidadePor alguns autores, considerado como um dos Postulados Ambientais da Contabilidade, esse princpio o incio de todo o encadeamento do raciocnio e do arcabouo estrutural da disciplina.

Quando se fala em entidade contbil, da natureza dos negcios e das operaes que os scios, proprietrios ou quotistas de determinada entidade sejam tambm entidades distintas. Entretanto, preciso considerar que, para a Contabilidade, o patrimnio de uma pessoa fsica que porventura participe do capital de outra entidade(esta como pessoa jurdica) tambm pode ser considerado uma entidade contbil. O importante para caracterizar nesse principio que, para todos os efeitos,o patrimnio de uma entidade no se confundem com o da empresa.

2.5.2. Princpio da ContinuidadeEste tambm conhecido, em alguns estudos, como Postulado Ambiental. O sentido da continuidade considerar o empreendimento (contido dentro da entidade objeto de contabilizao) como em andamento (going-concern) at forte evidncia em contrrio. A continuidade tem algumas conseqncias importantes. Por exemplo: os elementos do patrimnio da entidade, com exceo dos produtos ou servios prontos para a entrega ao cliente, no so adquiridos ou mantidos para serem vendidos no estado em que se encontram, mas sim para, devidamente integrados uns aos outros pelo processo de produo ao qual fica perfeitamente amalgamada a influncia do trabalho e de fatores organizacionais, gerarem no futuro, receitas que entram para a entidade. Continuidade versus Descontinuidade O conceito considerado ambiental, pois se refere ao ambiente no qual as entidades atuam e as formas usuais de praticar comrcio. Assim, a continuidade, para a Contabilidade, a premissa de que uma entidade, ao que tudo indica, vir operar por um perodo de tempo relativamente longo no futuro e esta premissa abandonado quando um histrico de prejuzos persistentes e a perda de substncia econmica e de competitividade de mercado e mesmo fim jurdico da sociedade (principalmente nos casos de entidades com

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durao determinada) justifiquem o fato de a Contabilidade (e os contadores e auditores) sinalizarem (da forma que se ver mais adiante) para que aquela entidade esteja prestes a uma descontinuidade. Este um princpio muito complexo de ser entendido por quem no tenha tido uma exposio prtica a Contabilidade e principalmente a Auditoria Externa. Mas de uma importncia extraordinria, pois seu entendimento, aceitao e aplicao iro condicionar outros princpios e procedimentos.

2.5.3. Princpio do Custo Original como Base de ValorO mais antigo e mais discutido Princpio propriamente dito da Contabilidade (j que os dois anteriormente estudados so, por alguns considerados como Postulados Ambientais), considerado por grande parte dos estudiosos da doutrina contbil como uma conseqncia direta da continuidade. At alguns anos atrs este Princpio foi entendido numa acepo por demais conservadora de custo original como valor (e no como base valor), isto , no apenas o valor de um ativo seu custo original no poderia ser alterado (nem mesmo por ajustamento pelas variaes do poder aquisitivo da moeda), com o somente os ativos que custaram algo para a entidade (para adquiri-los ou fabric-los) poderiam ser considerados ativos. Os doados, nem mesmo que se apresentassem benefcios para a entidade nunca seriam considerados ativos.

2.5.4. Princpio do Denominador Comum MonetrioEste princpio expressa a dimenso essencialmente financeira (o termo utilizado agora na acepo de homogeneizao monetria) da Contabilidade, na tarefa que a Contabilidade tem de homogeneizar, para o usurio das demonstraes contbeis, elementos ativo, de exigibilidades e de patrimnio lquido, de to diferentes naturezas pelo Denominados Comum Monetrio, que sua avaliao em moeda corrente do Pas.

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2.5.5. Princpio da Realizao da ReceitaEscolhe-se como ponto normal de reconhecimento da receita aquele em que produtos ou servios so transferidos ao cliente e no, propriamente, o ponto em que dinheiro recebido por esta transferncia (da os nomes genricos, quando nos referimos a Receita e Despesa, de Regime de Competncia como oposto ao Regime de Caixa). Usualmente, a maior parte dos textos e autores, ao reunir Receita e Despesa num princpio geral s, o da competncia, limita-se a enunciar que receitas e despesas so atribudas aos perodos contbeis de acordo com a incorrncia do fato gerador de ambos e no com o recebimento e pagamento de caixa.

2.5.6. O Reconhecimento das Despesas e seu confronto com as Receitas.No reconhecimento das despesas importante ressaltar que o mesmo no est relacionado ao montante de recursos efetivamente pago no perodo, mas ao consumo de ativos, ocorrncia de um fato gerador da despesa e a seu confronto com as despesas atribudas ao perodo da forma vista no item anterior, ou ao perodo, quando no for possvel o confronto direto com as receitas.

2.5.7. Princpio da Essncia sobre a FormaA fim de que a informao contbil represente fielmente a transao e outros eventos que ela tem finalidade de representar, necessrio que os eventos sejam contabilizados e que as informaes sejam apresentadas de acordo com a sua substncia e realidade econmica e no meramente com sua forma legal. evidente que a Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurdicos que cercam o patrimnio, mas, no raro, a forma jurdica pode deixar de retratar a essncia econmica. Nessas situaes, deve a Contabilidade guiar-se pelos seus objetivos de bem informar, seguindo, se for necessrio para tanto, a essncia econmica em vez da forma legal.

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2.6. Princpios Contbeis Segundo Lopes de S Segundo Lopes de S (2000, p.56 a 228), a definio dos Princpios Contbeis so: Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor Original, Atualizao Monetria, Competncia e Prudncia. 2.6.1. Princpio da Entidade"Art. 4 O Princpio da ENTIDADE reconhece o Patrimnio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um Patrimnio particular no universo dos patrimnios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituio de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqncia, nesta acepo, o patrimnio no se confunde com aqueles dos seus scios ou proprietrios, no caso de sociedade ou instituio. Pargrafo nico. O PATRIMNIO pertence ENTIDADE, mas a recproca no verdadeira. A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econmico-contbil."

2.6.2. Princpio da Continuidade"Art. 5 A CONTINUIDADE ou no da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provvel, devem ser consideradas quando da classificao e avaliao das mutaes patrimoniais, quantitativas e qualitativas. 1 A CONTINUIDADE influencia o valor econmico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extino da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsvel. 2 A observncia do Princpio da CONTINUIDADE indispensvel correta aplicao do Princpio da COMPETNCIA por efeito de se relacionar diretamente quantificao dos componentes patrimoniais e formao do resultado, e de se constituir dado importante para aferir a capacidade futura de gerao de resultado."

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2.6.3. Princpio da Oportunidade"Art. 6 O Princpio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, tempestividade e integridade do registro do patrimnio e das suas mutaes, determinando que este seja feito de imediato e com a extenso correta, independentemente das causas que as originaram. Pargrafo nico. Como resultado da observncia do Princpio da OPORTUNIDADE: I - desde que tecnicamente estimvel, o registro das variaes patrimoniais deve ser feito mesmo na hiptese de somente existir razovel certeza de sua ocorrncia; II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos fsicos e monetrios; III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variaes ocorridas no patrimnio da Entidade em um perodo de tempo determinado, base necessria para gerar informaes teis ao processo decisrio da gesto.

2.6.4. Princpio do Registro Pelo Valor Original"Art. 7 Os componentes do patrimnio devem ser registrados pelos valores originais das transaes com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do Pas, que sero mantidos na avaliao das variaes patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregaes ou decomposies no interior da Entidade. Pargrafo nico. Do Princpio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: I - a avaliao dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposio destes; II - uma vez integrados no patrimnio, o bem, direito ou obrigao no podero ter alterados seus valores intrnsecos, admitindo-se, to-

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somente, sua decomposio em elementos e/ou sua agregao, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; III - o valor original ser mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimnio, inclusive quando da sada deste; IV - os Princpios da ATUALIZAO MONETRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL so compatveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantm atualizado o valor de entrada; V - o uso da moeda do Pas na traduo do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneizao quantitativa dos mesmos.

2.6.5. O Princpio da Atualizao Monetria"Art. 8 Os efeitos da alterao do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contbeis atravs do ajustamento da expresso formal dos valores dos componentes patrimoniais. Pargrafo nico. So resultantes da adoo do Princpio da ATUALIZAO MONETRIA: I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II - para que a avaliao do patrimnio possa manter os valores das transaes originais (art. 7), necessrio atualizar sua expresso formal em moeda nacional, a fim de que permaneam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqncia, o do Patrimnio Lquido; III - a atualizao monetria no representa nova avaliao, mas, tosomente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicao de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variao do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado perodo."

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2.6.6. Princpio da Competncia"Art. 9 As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 1 O Princpio da COMPETNCIA determina quando as alteraes no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuio no Patrimnio Lquido, estabelecendo diretrizes para classificao das mutaes patrimoniais, resultantes da observncia do Princpio da OPORTUNIDADE. 2 O reconhecimento simultneo das receitas e despesas, quando correlatas, conseqncia natural do respeito ao perodo em que ocorrer sua gerao. 3 As receitas consideram-se realizadas: I - nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetiv-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes Entidade, quer pela fruio de servios por esta prestados; II - quando da extino, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III - pela gerao natural de novos ativos independentemente da interveno de terceiros; IV - no recebimento efetivo de doaes e subvenes. 4 Consideram-se incorridas as despesas: I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferncia de sua propriedade para terceiro; II - pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo; III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo."

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2.6.7. Princpio da Prudncia"Art. 10. O Princpio da PRUDNCIA determina a adoo do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o Patrimnio Lquido. 1 O Princpio da PRUDNCIA impe a escolha da hiptese de que resulte menor patrimnio lquido, quando se apresentarem opes igualmente aceitveis diante dos demais Princpios Fundamentais de Contabilidade. 2 Observado o disposto no art. 7, o Princpio da Prudncia somente se aplica s mutaes posteriores, constituindo-se ordenamento indispensvel correta aplicao do Princpio da Competncia. 3 A aplicao do Princpio da Prudncia ganha nfase quando, para definio dos valores relativos s variaes patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau varivel."

2.7. Resultado da Anlise de Dados De acordo com o entrevistado, pode-se concluir que a evoluo dos princpios contbeis aconteceu devido a necessidade do amadurecimento do comrcio e de alguns fatos marcantes ocorridos durante a histria contbil, para ele, Os princpios foram sendo criados em decorrncia da necessidade advinda do processo de maturao dos negcios, como por exemplo os dois recentes casos das empresas Wordcom e Enron, que levaram os Princpios Contbeis a serem vistos com maior rigor, de forma que a tica exigiu da contabilidade respeito aos direitos de todos, e que cumprissem as normas. Sendo como objetivo da contabilidade apresentar informaes estruturadas para os usurios.

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Os anseios pelas funes de princpios na Contabilidade iniciaram-se desde o incio do sculo, quando os informes contbeis passaram a ter maior utilizao pela sociedade. E, a cada dia que passa, com a evoluo de todas as reas, a Contabilidade no foge a regra, tem que evoluir para atender a seus usurios com suas informaes.

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3 CONCLUSONs como futuros contadores consideramos o estudo de Princpios Contbeis e sua evoluo fundamental para o entendimento dessa cincia, j que os Princpios so a origem da Contabilidade. Em nossa pesquisa comparativa dos conceitos e nomenclaturas dos Princpios Contbeis por parte dos autores Srgio Iudcibus, Jos Carlos Marion e Lopes de S, percebemos, que os mesmos se divergem, ora uniformizando os conceitos, ora hierarquizando-os de um jeito ou de outro, alm disso, Srgio Iudcibus e Jos Carlos Marion retratam em um de seus livros a criao de um novo princpio A Essncia sobre a Forma e ainda, separam a Realizao da Receita e da Confrontao com a Despesa em dois sub-princpios Princpio da Realizao da Receita O Reconhecimento das Despesas e seu confronto com as Receitas. J Lopes de S os define de acordo com o CFC Lei 750/93. Para obter sucesso em cada ao que vamos praticar o planejamento continua sendo necessrio e que seja acompanhado por uma boa administrao que consiste em agir sobre cada acontecimento, direcionando as aes e providncias para atingir o objetivo planejado, sendo de grande importncia aplicao correta dos princpios contbeis. Alm disso, podemos afirmar que a evoluo da Contabilidade e seus objetivos esto diretamente ligados s necessidades dos usurios e da exigncia de informao a ser fornecida aos mesmos.

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BIBLIOGRAFIA

IUDCIBUS, Srgio de. Teoria da Contabilidade. 2 edio, So Paulo : ed. Atlas, 1987 IUDCIBUS, Srgio de. Teoria da Contabilidade, 7 edio, So Paulo : ed. Atlas, 2004 IUDCIBUS, Srgio de / MARION, Jos Carlos. Introduo Teoria da Contabilidade. 3 edio, So Paulo : ed. Atlas, 2002 S, Antnio Lopes de. Princpios Fundamentais de Contabilidade. 3 edio, So Paulo : ed. Atlas, 2000 S, Antnio Lopes de. A evoluo da Contabilidade, 1 edio, So Paulo : Ed. Thonson/IOB, 2006 CRC-MG Informativo Estgios CIEE Ano XII n 79 BH MG SOUZA, A. D. de , COSTA, E. G de, PIRRO, E. J., SOUZA, E.V. de, GUSMO, J.B.B. de, PAIVA, J. P., CARMO, R. A. S. do, Trabalho apresentado no Curso de Ps-Graduao em Contabilidade e Controladoria Empresarial do Departamento de Cincia Contbeis da UF de Pernambuco Recife Abril de 1999 -, na disciplina de Teoria da contabilidade, ministrada pela Prof Vernica Souto Maior.

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APNDICE

Como eram vistos os Princpios Contbeis nos primrdios da contabilidade? Qual a importncia dos princpios contbeis na empresa que voc trabalha? Existe diferena para a aplicao dos princpios contbeis em pequenas, mdias e grandes empresas? A tica, antigamente, era to importante quanto pe hoje para a contabilidade? De que forma a tica contribuiu para a evoluo dos princpios contbeis? O progresso do conhecimento exige adaptaes, existindo mudana que vem operando as uniformizaes terminolgicas, flui naturalmente adquirindo avanos em sua doutrinas, quais so estes avanos na contabilidade? Voc se lembra de algum fato marcante que gerou mudanas nos princpios contbeis? Quando se fala em entidade contbil, uma caracterstica fundamental a manuteno de registros contbeis, como eram feitos estes registros e o que evoluiu? Voc pode explicar o princpio da realizao da receita e confrontao das despesas com as receitas? Pode-se dizer que existe hierarquia dentro dos princpios contbeis: Caso haja, quais so os mais importantes e por qu? Como so vistos os princpios contbeis no Brasil e como so aplicados?

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