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TEMA: EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE Formação Continuada

Evolucao e Sustentabilidade

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TEMA: EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

SUSTENTABILIDADEE MEIO AMBIENTE

SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE

Formação Continuada

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Sustentabilidade e Meio AmbienteCentro Universitário Leonardo da Vinci

OrganizaçãoEdson TorresConteudista

Reitor da UNIASSELVIProf. Ozinil Martins de Souza

Pró-Reitor de Ensino de Graduação a DistânciaProf. Janes Fidélis Tomelin

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a DistânciaProf. Hermínio Kloch

Diagramação e CapaPaulo Henrique do Nascimento

Revisão:Nélson Dellagiustina

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1Evolução do Desenvolvimento Sustentável

1 INTRODUÇÃO

Debates acerca do termo desenvolvimento há muito permeiam nossa sociedade. Não é de hoje que muitos atores sociais o utilizam para se referir a alguma situação de nossa sociedade.

Os próprios modelos de desenvolvimento nunca foram uma unanimidade. Basicamente, podemos observar duas correntes distintas:

• Uma que encara o desenvolvimento como sinônimo de crescimento e dessa maneira, não leva em consideração aspectos sociais ou ambientais em seu processo de construção. Esta corrente baseia-se essencialmente em aspectos quantitativos. (Ex.: aumento do produto interno bruto, aumento da lucratividade, entre outros).

• Outra corrente considera o crescimento uma condição indispensável para o desenvolvimento, porém, não como condição suficiente. Nesse sentido o desenvolvimento adquire aspectos qualitativos, a saber, a melhora na qualidade de vida das pessoas, do meio ambiente e das estruturas existentes.

O padrão de desenvolvimento adotado historicamente se aproxima ao que associa o desenvolvimento ao crescimento. Como vimos na segunda etapa, o modelo de produção hegemônico pautado pela empresa capitalista tem como mola propulsora o consumismo. De fato, deste ponto de vista ele é antropocêntrico, contraditório e equivocado.

Esta é uma discussão longa. Inclusive já a iniciamos na segunda etapa. Porém, longe de intentarmos um relato mais aprofundado do termo desenvolvimento e sua crítica, nos ateremos a uma de suas derivações, ou seja, o desenvolvimento sustentável. Este, sendo associado aos princípios da sustentabilidade, também é recorrente nos discursos oficiais, nos relatórios de empresas, de governo, nos estudos acadêmicos, na mídia e entre tantas outras esferas.

2 PRIMÓRDIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: DO CLUBE DE ROMA À CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO

Ao longo do tempo o termo desenvolvimento sustentável adquiriu novas formas, recebendo novos adjetivos e incrementos.

O crescimento capitalista da primeira metade do século XX gerou de um lado muita riqueza e de outro, muitas assimetrias. As riquezas, expropriadas por poucos ao passo que as injustiças cresciam aos montes. Sem contar que

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2 Sustentabilidade e Meio Ambiente

todo crescimento e progresso deram-se às custas do meio ambiente.

Nesse contexto, algumas correntes de pensamento e grupos sociais intentam esforços na luta contra o modelo hegemônico. Um grande exemplo é o movimento ambientalista.

Após a 2ª Guerra Mundial e decorrer da segunda metade do século XX as correntes do pensamento discorrentes da hegemônica passam a ganhar força, não somente na academia, mas em todos os setores da sociedade. O modelo de progresso baseado na depredação dos recursos naturais passa a se tornar tema de muitos seminários e aos poucos, da agenda política. A ideologia dominante, baseada na satisfação das “ilimitadas necessidades humanas através da alocação dos recursos limitados” começa a ser questionada, apesar de continuar predominante.

A visão ambiental tornou-se, de certo modo, um fenômeno global. As preocupações com o modelo de destruição do meio ambiente e a necessidade de uma formulação capaz de equilibrar crescimento econômico com a utilização dos recursos naturais crescem no mundo inteiro.

Grande expoente internacional nessa discussão foram os estudos e debates realizados pelo Clube de Roma (visto na etapa 2), principalmente a publicação do relatório: os limites do crescimento.

Com as discussões acerca do uso sustentável e saudável de nosso planeta adquirindo cada vez mais espaço, a ONU realizou a chamada Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia, entre os dias 4 a 16 de junho de 1972. Podemos considerá-la um marco nas discussões até então realizadas já que se pautou na necessidade de construir uma “visão comum e de princípios comuns para inspirar e guiar os povos do mundo na preservação e melhoria do ambiente humano” (ONU, 2012, p. 2).

Seu principal desdobramento foi uma Declaração com 19 princípios - A Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano - que é considerada um manifesto ambiental, base para a nova agenda ambiental do sistema da ONU.

3 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O ECODESENVOLVIMENTO

A preocupação com a preservação do meio ambiente associada à melhora das condições socioeconômicas das populações e países vai tomando cada vez mais espaço no cotidiano até culminar na elaboração do conceito de ecodesenvolvimento que, como veremos na próxima seção, será

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3Evolução do Desenvolvimento Sustentável

A conceituação de ecodesenvolvimento aparece como uma resposta aos paradigmas e abordagens científicas da época, que não conseguiam estabelecer uma compreensão consistente da realidade, permeada por fenômenos sociais como a exclusão social e a questão ambiental.

NOTA:

“substituído” pelo de desenvolvimento sustentável, pelo menos nos discursos oficiais.

Quem o traz ao público é o então secretário geral da Conferência de Estocolmo (1972), Maurice Strong.

“Posteriormente, ele é difundido por Ignacy Sachs que, de certa maneira, complementa o termo, acrescentando cinco dimensões à sua compreensão, a saber: social, econômica, ecológica, cultural e espacial” (MONTIBELLER, 2004, p. 47).

FIGURA 1 – AS CINCO DIMENSÕES DO ECODESENVOLVIMENTO

FONTE: Adaptado de: <http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/2011/11/01/pensando-e-praticando-a-sustentabilidade/>.

Acesso em: 15 maio 2012.

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O ecodesenvolvimento é aquele capaz de garantir o desenvolvimento de um território (país, nação, região) endogenamente, ou seja, através de suas próprias potencialidades, evitando a dependência externa, com a finalidade de “responder à problemática da harmonização dos objetivos sociais e econômicos do desenvolvimento com uma gestão ecologicamente prudente dos recursos e do meio” (SACHS, 1993, p. 15).

IMPORTANTE:

Esta definição tem uma preocupação igual para a esfera social, ambiental e econômica. Ela as iguala diferentemente de outras abordagens teóricas que supervalorizam a questão econômica, por exemplo. Em sua essência, revela a necessidade de resolver as necessidades mais imediatas de toda população, garantindo qualidade de vida com cuidado ao meio ambiente e a consequente possibilidade de reprodução da vida para as gerações vindouras.

Cabe destaque que a grande questão do ecodesenvolvimento repousa na realização de ações que privilegiem as potencialidades locais na resolução de seus problemas locais, aliado ao desafio de congregar a sustentabilidade social e ambiental com questões econômicas.

Somente é possível alcançar este tipo de desenvolvimento a partir do momento que se tem amplo conhecimento da realidade, da cultura, dos ecossistemas, de como os indivíduos se relacionam entre si e com o meio e como resolvem seus problemas diários. E tudo isso aliado ao envolvimento desses mesmos no planejamento de estratégias de superação de seus gargalos. É dessa maneira que se supera a necessidade de “importação” de um modelo externo de desenvolvimento a determinada região.

Alguns autores apontam que este termo congrega dois tipos de solidariedade: uma sincrônica e outra diacrônica.

A solidariedade sincrônica privilegia seu enfoque sob a ótica das necessidades fundamentais dos indivíduos em detrimento da visão que enfatiza apenas a lógica da produção (em escala, visando ao lucro). Já a solidariedade diacrônica se expressa em uma economia de recursos naturais, em que o horizonte temporal está décadas (até séculos) adiante, ou seja, na “perspectiva ecológica para garantir a possibilidade de qualidade de vida às próximas gerações”. (MONTIBELLER, 2004, p. 48).

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5Evolução do Desenvolvimento Sustentável

Sachs (1993), referência na difusão desse conceito, expõe que o ecodesenvolvimento se caracteriza como um projeto de civilização, à medida que propõe um novo estilo de vida, baseado em um conjunto de objetivos que são definidos socialmente e com visão de futuro. Basicamente, são estas as principais características dessa proposta de desenvolvimento.

4 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O RELATÓRIO BRUNDTLAND

Praticamente como derivação do ecodesenvolvimento, surgiu o desenvolvimento sustentável. É a partir da década de 1980 que ele ganha força, sendo que podemos adotar como marco de sua utilização oficial no mundo o Relatório Brundtland, fruto da comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da ONU, presidida pela Primeira Ministra da Noruega Gro Harlem Brundtlan, ocorrida em 1987. Esta comissão era parte do processo preparatório para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – também chamada de “Rio 92”.

É importante trazer presente que este termo foi utilizado anteriormente, mas de forma menos abrangente e de forma particular por alguns grupos específicos, como a União Internacional pela Conservação da Natureza. Na conferência deste organismo, em 1986, ocorrido no Canadá foi apresentado com os seguintes princípios de desenvolvimento sustentável:

• Integrar conservação da natureza e desenvolvimento.

• Satisfazer as necessidades humanas fundamentais.

• Perseguir equidade e justiça social.

• Buscar a autodeterminação social e respeitar a diversidade cultural.

• Manter a integridade ecológica (BARBOSA, 2008, p. 37).

Porém, é com a publicação do relatório inovador da Comissão Brundtland, de 1987, intitulado, “Nosso Futuro Comum” – que o conceito de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL entra de vez para a esfera pública, repercutindo em escala global.

NOTA:

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FIGURA 2 – CARTAZ QUE REPRESENTA O RELATÓRIO “NOSSO FUTURO COMUM”, DE 1987

FONTE: Disponível em: <http://www.dolceta.eu/portugal/Mod5/O-Relatorio-Brundtland-1987.html>. Acesso em: 15 maio 2012.

No relatório observamos:

O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades. FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 20 maio 2012.

IMPORTANTE:

FIGURA 3 – BASE DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: GARANTIR AS NECESSIDADES DO PRESENTE SEM COMPROMETER AS NECESSIDADES DO FUTURO. BASICAMENTE, É

“ENTREGAR UM MUNDO MELHOR” PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES

FONTE: Disponível em: <http://www.not1.xpg.com.br/sustentabilidade-exemplo-de-acoes-barueri-sustentavel/>. Acesso em: 20 maio 2012.

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O conceito de “desenvolvimento sustentável”, advindo dos estudos da ONU sobre as mudanças climáticas, foi uma resposta para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava (e ainda passa), agravado a partir da segunda metade do século passado (BARBOSA, 2008).

5 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A RIO 92

É a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra ou “Rio 92”, ocorrida entre os dias 3 a 14 de julho de 1992 no Rio de Janeiro que o termo desenvolvimento sustentável tornou-se fundamental para a política ambiental e de desenvolvimento das nações.

FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DA 2ª CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO 92)

FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?...>. Acesso em: 20 maio 2012.

Segundo dados disponibilizados pela própria ONU (2012), estiveram representados oficialmente 170 países na Rio 92, somados a 2400 representantes de organizações não governamentais (ONGs) e 17000 pessoas participantes do Fórum de ONGs paralelo. Seus principais frutos foram os documentos: a Agenda 21, a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Declaração de Princípios sobre Florestas, a Convenção

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das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica.

Também foram delineações da Cúpula da Terra a adoção da Convenção da ONU sobre a Diversidade Biológica, também em 1992 e a Convenção da ONU de Combate à Desertificação em Países que sofrem com a Seca e/ou a Desertificação, mais precisamente na África. Ocorreu ainda, no ano de 1994, a Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável dos “Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento”, realizada em Barbados, onde se adotou para estes estados um programa de ação que estabelece políticas, ações e medidas em todos os níveis para atingir o desenvolvimento sustentável.

5.1 A DECLARAÇÃO DO RIO

Na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento é evidenciada essa importante afirmação: “que todos os estados e todos os indivíduos devem como requisito indispensável para o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, de forma a reduzir as disparidades nos padrões de vida e melhor atender as necessidades da maioria da população do mundo” (BOFF, 2012, p. 52).

IMPORTANTE:

Fica claro que a preocupação na superação dos gargalos sociais como uma das características do desenvolvimento sustentável, não sendo este, como muitas vezes parece, uma preocupação apenas com o meio ambiente.

Entre os princípios deste importante documento, destacam-se:

• Que o centro das preocupações com DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL é o próprio ser humano, que tem direito a uma vida saudável, produtiva em harmonia com a natureza.

• A chamada incerteza científica não pode atravancar as medidas necessárias à prevenção da degradação ambiental, quando esta gerar danos sérios ou irreversíveis ao meio.

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• Que é dos estados nacionais o direito soberano de explorar seus próprios recursos, não podendo causar danos ao meio ambiente de outros estados.

• Expõe que a erradicação da pobreza e redução das disparidades nos padrões de vida mundiais são princípios e busca indispensável para o desenvolvimento sustentável.

• Traz a público a importância da participação das mulheres no alcance do desenvolvimento sustentável.

• Coloca grande responsabilidade na chamada busca internacional do desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, levando em consideração a pressão de suas comunidades locais, as tecnologias que dominam e a grande quantidade de recursos econômicos que controlam, em comparação aos países em desenvolvimento.

FONTE: Disponível em: <http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acesso em: 20 maio 2012.

5.2 A DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS SOBRE FLORESTAS

Esta declaração foi o primeiro consenso global para a gestão sustentável das florestas. Cabe destaque entre suas considerações:

• Coloca como princípio que os países desenvolvidos devem fazer um esforço para garantir o “verde no mundo” por meio do reflorestamento e da conservação das matas existentes.

• Que é direito de cada estado gerir as florestas de acordo com as suas necessidades socioeconômicas, mas em consonância com as políticas nacionais de desenvolvimento sustentável.

FONTE: Disponível em: <http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acesso em: 20 maio 2012.

5.3 A AGENDA 21

A Agenda 21 foi adotada na Rio 92 pelas nações presentes e é basicamente, um programa com parâmetros globais a serem seguidos pelos países para protegerem de forma efetiva o meio ambiente e para alcançar o desenvolvimento sustentável globalmente.

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FIGURA 5 – SÍMBOLO DA AGENDA 21

FONTE: Disponível em: <http://www.ecolnews.com.br/agenda21/>. Acesso em: 20 maio 2012.

Uma das constatações das conferências da ONU, com destaque na Rio 92, foi o paradoxo entre o modelo de crescimento econômico existente e a crescente degradação do meio em que vivemos.

É justamente como resposta a este problema que a proposta da ONU ganha importância no mundo globalizado. A Agenda 21 delineou-se um plano abrangente e bem detalhado (com 40 capítulos) de ações com a finalidade de afastar “o mundo do atual modelo insustentável de crescimento econômico, direcionando para atividades que protejam e renovem os recursos ambientais, no qual o crescimento e o desenvolvimento dependem” (ONU, 2012).

NOTA:

Neste programa, ressaltam-se as seguintes áreas de ação, ligadas à proteção do meio ambiente:

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• A proteção da atmosfera.

• O combate ao desmatamento.

• O combate à perda de solo e à desertificação.

• A prevenção da poluição da água e do ar.

• Deter a destruição das populações de peixes.

• A promoção de uma gestão segura dos resíduos tóxicos.

FONTE: ONU (2012)

Cabe destaque que a Agenda 21 foi além das questões e propostas de ações ambientais acima descritas, abordando questões referentes aos “padrões de desenvolvimento que causam danos ao meio ambiente.” São elas:

• A pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento.

• Os padrões insustentáveis de produção e consumo.

• As pressões demográficas e a estrutura da economia internacional.

FONTE: ONU (2012)

É claro que as recomendações da Agenda 21 para alcançar o desenvolvimento sustentável não se restringiram apenas ao governo. Recomendaram-se meios para fortalecer o papel dos chamados grandes grupos nesse objetivo, a saber: mulheres, organizações sindicais, agricultores, crianças e jovens, povos indígenas, comunidade científica, autoridades locais, empresas, indústrias e ONGs.

Como podemos notar, a Agenda 21 contém em seu âmago uma proposta de ação em várias dimensões: sociais, econômicas (como exemplos a luta contra a pobreza e mudança nos padrões de produção e consumo) e ambientais, na conservação e gestão dos recursos naturais (exemplos de propostas na linha da proteção da atmosfera, dos oceanos e da biodiversidade, ações de combates ao desmatamento e na promoção da agricultura sustentável).

Logo no preâmbulo da Agenda, evidencia-se seu caráter global, nas afirmações que dão conta que nenhuma nação poderá alcançar o desenvolvimento sustentável sozinho, mas sim conjuntamente, em parceria.

Vejamos alguns trechos do Preâmbulo da Agenda 21. Vale a pena

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conferir na íntegra:

[...] A humanidade se encontra em um momento de definição histórica. Defrontamo-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que depende nosso bem-estar. [...]

[...] A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafios do próximo século. Reflete um consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de sua execução é responsabilidade, antes de mais nada, dos governos. Para concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. [...]

[...] A Agenda 21 é um programa dinâmico. Ela será levada a cabo pelos diversos atores segundo as diferentes situações, capacidades e prioridades dos países e regiões e com plena observância de todos os princípios contidos na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Com o correr do tempo e a alteração de necessidades e circunstâncias, é possível que a Agenda 21 venha a evoluir. Esse processo assinala o início de uma nova associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável [...]” .

FONTE: Disponível em: <http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.br/~rmclima/pdfs/texto_agenda21.pdf>. Acesso em: 20 maio 2012.

Como forma de assegurar o apoio aos objetivos da Agenda, foi estabelecido na Rio 92 uma “Comissão para o Desenvolvimento Sustentável” que contou ainda com uma comissão funcional do Conselho Econômico e Social.

Realizou-se ainda no ano de 1997 a Cúpula da Terra + 5, com o objetivo de avaliar a implementação da Agenda 21 no mundo, e a partir dela fazer recomendações sobre sua realização.

6 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A CÚPULA DA TERRA SOBRE A SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO

No ano de 2002, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro em Johanesburgo aconteceu a Cúpula da Terra sobre a sustentabilidade e desenvolvimento, e um de seus grandes objetivos foi a realização de um

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13Evolução do Desenvolvimento Sustentável

balanço das conquistas, dos desafios e dos novos desafios surgidos após a realização da Rio 92.

Importante que o conceito de desenvolvimento sustentável é reapresentado, revelando-se agora de forma mais concreta de seu objetivo, a saber, a melhoria da qualidade de vida de todas as populações da terra. Na declaração evidencia-se a distinção do fator que limita a plena realização do desenvolvimento sustentável: o uso dos recursos naturais além do que a Terra pode suportar. Logicamente, isto prejudicaria gravemente as gerações futuras e suas necessidades. (MIKHAILOVA, 2004, p. 27).

Neste sentido o desenvolvimento sustentável, como forma de tornar-se real, deve objetivar a qualidade de vida de todas e todos sem aumentar o uso dos recursos naturais além do que a Terra suporta.

IMPORTANTE:

Apesar de tal desenvolvimento estar associado a ações distintas nas mais variadas regiões do globo, Mikhailova (2004) aponta que as ações empenhadas na construção de modos de vida de fato sustentáveis demandam a integração de três áreas chave: crescimento e equidade econômica; conservação dos recursos naturais e do meio ambiente e; desenvolvimento social. Vejamos mais detalhadamente:

• Crescimento e equidade econômica: como os sistemas econômicos são integrados na atualidade também necessitam de uma abordagem integrada capaz de promover um crescimento responsável duradouro, não permitindo que nenhuma nação “fique para trás”.

• Conservação de recursos naturais e do meio ambiente: é amplamente necessário o desenvolvimento de soluções economicamente viáveis focadas da redução do consumo de recursos, diminuição da poluição e conservação dos hábitats naturais, objetivando a “herança ambiental” e os recursos naturais para as gerações vindouras.

• Desenvolvimento social: reconhece que todos as pessoas precisam de seus direitos básicos garantidos, como emprego, educação, saúde, alimento, energia, água e saneamento. Cabe à comunidade mundial assegurar que todo indivíduo possa participar na determinação de seu futuro e que a “rica matriz de diversidade cultural e social e os direitos trabalhistas sejam respeitados”. (MIKHAILOVA, 2004, p. 38).

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14 Sustentabilidade e Meio Ambiente

Vejamos a seguir alguns trechos dessa importante declaração:

[...] Nós, os representantes dos povos do mundo [...] Comprometemo-nos a construir uma sociedade humana, justa e solidária global, conscientes da necessidade de dignidade humana para todos. [...]

[...] Assim, assumimos a responsabilidade coletiva de fazer avançar e fortalecer os pilares interdependentes e que reforçam mutuamente do desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental - nos níveis local, nacional, regional e global [...]

[...] Reconhecemos que a erradicação da pobreza, mudança nos padrões de consumo, de produção, proteção e gestão da base de recursos naturais para o desenvolvimento econômico e social são objetivos fundamentais e requisitos essenciais para o desenvolvimento sustentável [...]

[...] Reafirmamos nosso compromisso de colocar o foco em particular, e dar atenção prioritária para a luta contra as condições mundiais que apresentam severas ameaças ao desenvolvimento sustentável do nosso povo, que incluem: a fome crônica, desnutrição, ocupação estrangeira; conflitos armados; problemas com drogas ilícitas, o crime organizado, da corrupção, desastres naturais, o tráfico ilícito de armas, tráfico de pessoas, o terrorismo, a intolerância e de incitação ao ódio racial, étnica, religiosa e outros; xenofobia; e endêmicas doenças transmissíveis e crônicas, em especial o VIH, malária e tuberculose.

FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 20 maio 2012.

7 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A “RIO MAIS 20”

No ano de 2012, mais um passo será dado na discussão acerca do desenvolvimento sustentável no mundo. Entre os dias 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro acontecerá A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como a Rio +20.

Esta importante conferência marca o 20º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Johanesburgo - 2002).

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15Evolução do Desenvolvimento Sustentável

O megaevento se propõe a fazer um balanço dos avanços e retrocessos da implementação do desenvolvimento sustentável no mundo diante das grandes mudanças ocorridas nos últimos anos, como o agravamento do aquecimento global, a crise financeira de 2007 e a diminuição dos recursos naturais (BOFF, 2012).

A Rio + 20 tem como objetivo: “assegurar um comprometimento político renovado para o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes”. FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/rio20/perguntas-e-respostas/>. Acesso em: 20 maio 2012.

NOTA:

Os dois temas da conferência serão:

I - “Uma economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”.

II - “O quadro institucional para o desenvolvimento sustentável”.

8 A CARTA DA TERRA

Um importante documento que abarca questões relevantes ao desenvolvimento sustentável e que muitas vezes passa despercebido é a “Carta da Terra”.

Nascida de uma consulta plural (entre várias pessoas de todo o mundo, das mais variadas culturas, religiões, universidades, movimentos sociais, entre tantos outros) feita durante 8 anos (1992-2000) , é “um chamado sério acerca dos riscos que pesam sobre a humanidade.” (BOFF, 2012, 26).

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16 Sustentabilidade e Meio Ambiente

A Carta da Terra define-se como: “uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltada para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação”. FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. Acesso em: 20 maio 2012.

IMPORTANTE:

Este importante documento foi uma iniciativa das Nações Unidas, mas terminou como uma grande iniciativa global e da sociedade civil. Podemos considerá-la um marco, já que envolveu um processo extremamente participativo e inclusivo na criação de um documento internacional que trata do desenvolvimento sustentável.

O grande tema da Carta é a integridade ecológica e sua preocupação maior repousa na transição do modelo de desenvolvimento que temos para “maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento humano”.

FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. Acesso em: 20 maio 2012.

Ela é permeada pelos seguintes princípios:

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA, com quatro eixos: respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade; cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor; construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas; assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA, com os eixos: proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra; prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental; adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário; avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover

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17Evolução do Desenvolvimento Sustentável

o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA, com os eixos: erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental; garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável; afirmar a igualdade e a equidade dos gêneros como prerrequisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas; defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

IV. DEMOCRACIA, NÂO VIOLÊNCIA E PAZ, com os eixos: fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça; integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável; tratar todos os seres vivos com respeito e consideração; promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.

FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. Acesso em: 20 maio 2012.

Vejamos alguns trechos do preâmbulo da Carta da Terra:

[...] Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações [...]

[...] Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do

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desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida [...].

FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html>. Acesso em: 20 maio 2012.

Sem dúvida, em um momento histórico permeado por uma crise civilizatória sem precedentes, em que o futuro da humanidade está “em xeque”, a Carta da Terra é mais um sinal de esperança, que desafia a todos nós a examinar a maneira como agimos e pensamos, a fim de escolhermos um melhor caminho, pautado de forma plena, pela sustentabilidade.

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AUTOATIVIDADE

1 O conceito de desenvolvimento sustentável é recorrente em nossos dias e possui uma longa trajetória. Descreva brevemente o marco oficial de sua utilização e a sua consequente conceituação.

2 A partir da Rio 92 a conceituação de desenvolvimento sustentável tornou-se fundamental para a política ambiental e de desenvolvimento dos países. Um dos principais frutos dessa conferência foi a Agenda 21. Explique-a.

3 Um importante documento internacional que trata de questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, mas que em muitos casos passa despercebido é a Carta da Terra. Discorra sobre sua construção e significação.

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GABARITO

1 O conceito de desenvolvimento sustentável é recorrente em nossos dias e possui uma longa trajetória. Descreva brevemente o marco oficial de sua utilização e a sua consequente conceituação.

R.: O marco da utilização global do conceito de desenvolvimento sustentável se dá com a publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também chamado de Relatório Brundtland, em 1987. É a partir daí que o conceito entra de vez na esfera pública. Segundo este relatório, o desenvolvimento sustentável é entendido como: “o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”.

2 A partir da Rio 92 a conceituação de desenvolvimento sustentável tornou-se fundamental para a política ambiental e de desenvolvimento dos países. Um dos principais frutos dessa conferência foi a Agenda 21. Explique-a.

R.: A Agenda 21 é um programa global e bem detalhado com parâmetros globais para que as nações alcancem o desejado desenvolvimento sustentável. Abrangente, é organizado em 40 capítulos e servem como um “norte” de ações na finalidade de afastar o mundo do paradigma de desenvolvimento existente, que degrada excessivamente os recursos naturais, para um modelo de equilíbrio, ou seja, SUSTENTÁVEL.

3 Um importante documento internacional que trata de questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, mas que em muitos casos passa despercebido é a Carta da Terra. Discorra sobre sua construção e significação.

R.: A “Carta da Terra”, apesar de iniciativa das Nações Unidas, acabou como fruto de uma iniciativa global e da sociedade civil. Foi construída ao longo de 8 anos (1992 – 2000) através de uma grande consulta aos povos de todo o mundo (de várias culturas, etnias, religiões, universidades, povos originários, movimentos sociais, entre outros).Sua construção, dessa maneira, foi extremamente participativa e inclusiva. É definida como uma “declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica...”.

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REFERÊNCIAS

BARBOSA, Gisele Silva. O Desafio do desenvolvimento sustentável. Revista Visões, São Paulo, 4. ed. n. 4, v. 1, p. 1-11, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.fsma.edu.br/visoes/ed04/4ed_O_Desafio_Do_Desenvolvimento_Sustentavel_Gisele.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2012.

BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é – o que não é. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

MIKHAILOVA, Irina. Sustentabilidade: evolução dos conceitos teóricos e os problemas da mensuração prática. Revista Economia e Desenvolvimento, São Paulo, n. 16, p. 22-44, 2004. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/eed/article/view/3442/1970>. Acesso em: 25 abr. 2012.

MONTIBELLER, F. G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 2. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004.

ONU e o meio ambiente. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 25 abr. 2012.

SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo: Nobel/Fundap, 1993.