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A Lei de Execução Penal, publicada em 1984, atribuiu ao exame criminológico a função de classificar os condenados de acordo com as suas personalidades, obedecendo, assim, ao princípio constitucional de individualização da pena. Todavia, sempre houve muita discussão na doutrina quanto à eficácia do exame e à sua capacidade de ser a melhor ferramenta para auxiliar o Poder Judiciário, especialmente quando da análise dos pedidos de progressão de regime, de liberdade condicional, dentre outros benefícios existentes no curso da fase executória da pena. Esse cenário de veementes debates agravou-se, sobretudo após o advento da Lei 10.792/2003, em que restou alterado o teor do art. 112 da Lei de Execução Penal, visto que se estabeleceu, como requisito subjetivo para a concessão dos aludidos privilégios, o atestado de bom comportamento carcerário, a ser fornecido pelo diretor do estabelecimento prisional. Do exposto, a presente pesquisa, portanto, propor-se-á a analisar, de forma crítica, o referido exame, em todas as suas espécies previstas na legislação brasileira, utilizando-se, como parâmetro, a Constituição Federal de 1988.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
MARCUS EULER RODRIGUES BARROCAS
EXAME CRIMINOLGICO: ANLISE CRTICA DO INSTITUTO LUZ
MODELO GARANTISTA CONSTITUCIONALMENTE ESTABELECIDO
FORTALEZA
2014
MARCUS EULER RODRIGUES BARROCAS
EXAME CRIMINOLGICO: ANLISE DO INSTITUTO LUZ DO MODELO
GARANTISTA CONSTITUCIONALMENTE ESTABELECIDO
Monografia apresentada
Coordenao do Curso de Direito
da Universidade Federal do Cear
como requisito para obteno do
Ttulo de Bacharel em Direito.
Orientador: Prof. Me. Michel
Mascarenhas Silva
FORTALEZA
2014
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao
Universidade Federal do Cear
Biblioteca Setorial da Faculdade de Direito
B277e Barrocas, Marcus Euler Rodrigues.
Exame criminolgico: anlise crtica do instituto luz do modelo garantista
constitucionalmente estabelecido / Marcus Euler Rodrigues Barrocas. 2014. 65 f. : enc. ; 30 cm.
Monografia (graduao) Universidade Federal do Cear, Faculdade de Direito, Curso de Direito, Fortaleza, 2014.
rea de Concentrao: Execuo Penal.
Orientao: Prof. Me. Michel Mascarenhas Silva.
1. Pena (Direito) - Brasil. 2. Prises - Brasil. 3. Prisioneiros - Brasil. I. Silva, Michel
Mascarenhas (orient.). II. Universidade Federal do Cear Graduao em Direito. III. Ttulo.
CDD 343.4
MARCUS EULER RODRIGUES BARROCAS
EXAME CRIMINOLGICO: ANLISE DO INSTITUTO LUZ DO MODELO
GARANTISTA CONSTITUCIONALMENTE ESTABELECIDO
Trabalho de Concluso de Curso
submetido Coordenao do
Curso de Graduao em Direito da
Universidade Federal do Cear,
sob a orientao do Professor
Mestre Michel Mascarenhas Silva,
como requisito parcial para
obteno do grau de Bacharel em
Direito em conformidade com os
atos normativos do MEC e do
Regulamento de Monografia
Jurdica aprovado pelo Conselho
Departamental da Faculdade de
Direito da UFC.
Aprovada em: __/__/___
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Professor Ms. Michel Mascarenhas Silva (Orientador)
Universidade Federal do Cear UFC
_______________________________________
Professor Ms. Raul Carneiro Nepomuceno
Universidade Federal do Cear UFC
_______________________________________
Professor Mestrando Thales Jos Pitombeira Eduardo
Universidade Federal do Cear - UFC
minha me, Regiane, pela ateno, carinho e
amor incondicionalmente fornecidos.
Ao meu pai, Daniel, pela pacincia, dedicao
e amizade como formas de incentivo para que
me tornasse uma pessoa melhor.
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, Daniel, e minha me, Regiane, pelo amor, ateno, respeito e
incentivo, responsveis por me tornar um homem cada vez melhor e mais digno. Sei que
palavras no se prestam a traduzir os reais agradecimentos que vocs merecem, mas eis uma
tentativa.
Aos meus irmos de sangue, Jlio e Luiza, por todo o histrico de apoio que
sempre me foi dado ao longo de todas as nossas vidas.
minha madrasta, Soraya, por sempre tentar me propiciar momentos
inesquecveis.
Aos meus irmos de corao, Joo Pedro e Sofia, sempre solcitos.
Ao professor e orientador, Michel Mascarenhas Silva, pela orientao, apoio e
conhecimento, sem o qual no seria possvel este presente trabalho.
Aos amigos do REC (DJ, Zaquinha, Coerdeiro, Pebu, Guedim, Dantas, FDP,
Everton, Davizim, Gabarruda, Felarruda, Ricardo Mala, Joel, Mascarado, Carlim, Bel,
Barreto, Caio, Dudu, Dante, Obara, Solon e Cariri), grupo este do qual sempre levarei comigo
os sentimentos de amizade e parceria, to importantes na vida de qualquer ser humano.
Aos amigos dos estgios na AGU (Dr. Paulo, Dr. Andr, David, Milena, Olvia,
Tarcsio e Santiago) e na PGJ (Dr. Paulo, Dr. Elnatan, Dra. Yhskara, Yanne, Gabriel
Cmara, Gabriel Soares, Dudu, Vivian e Igor), locais onde, alm de todo o aprendizado para a
vida acadmica, fiz amizades especiais.
A todos os amigos que fiz nessa centenria casa, principalmente a meus colegas
da turma 2015.1, os quais, diante da impossibilidade de citar todos os nomes, desejo,
sinceramente, que cada um se sinta congratulado pela companhia a mim concedida ao longo
desses 4 anos e meio.
E, finalmente, Duda, a qual sempre esteve ao meu lado, concedendo-me
incentivo para que eu me tornasse uma pessoa melhor, embora saiba que palavras no seriam
suficientes para demonstrar o que sinto neste momento. No podendo ficar de fora, tambm,
todos os seus familiares, que me tratam como se da famlia fosse.
A utopia est l no horizonte. Me aproximo
dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez
passos. Por mais que eu caminhe, jamais a
alcanarei. Para que serve a utopia? Serve
para isso: para que eu no deixe de caminhar.
Eduardo Galeano
RESUMO
A Lei de Execuo Penal, publicada em 1984, atribuiu ao exame criminolgico a funo de
classificar os condenados de acordo com as suas personalidades, obedecendo, assim, ao
princpio constitucional de individualizao da pena. Todavia, sempre houve muita discusso
na doutrina quanto eficcia do exame e sua capacidade de ser a melhor ferramenta para
auxiliar o Poder Judicirio, especialmente quando da anlise dos pedidos de progresso de
regime, de liberdade condicional, dentre outros benefcios existentes no curso da fase
executria da pena. Esse cenrio de veementes debates agravou-se, sobretudo aps o advento
da Lei 10.792/2003, em que restou alterado o teor do art. 112 da Lei de Execuo Penal, visto
que se estabeleceu, como requisito subjetivo para a concesso dos aludidos privilgios, o
atestado de bom comportamento carcerrio, a ser fornecido pelo diretor do estabelecimento
prisional. Do exposto, a presente pesquisa, portanto, propor-se- a analisar, de forma crtica, o
referido exame, em todas as suas espcies previstas na legislao brasileira, utilizando-se,
como parmetro, a Constituio Federal de 1988.
Palavras-chave: Execuo penal. Individualizao da pena. Exame criminolgico.
Garantismo. Dignidade da pessoa humana.
ABSTRACT
The Penal Execution Law, published in 1984, gave the criminological examination function to
classify inmates according to their personalities, thus obeying the constitutional principle of
individualization of punishment. However, there has always been much discussion on the
doctrine concerning the effectiveness of the test and its ability to be the best tool to assist the
judiciary, especially when examining applications of regime progression, probation, among
other benefits existing in the course of execution stage of the worth. This scenario of
vehement debates worsened, especially after the enactment of Law 10,792 / 2003, which
remained changed the content of art. 112 of the Penal Execution Law since established itself
as a subjective requirement for the granting of privileges alluded to, a certificate of good
prison behavior, to be provided by the director of the prison. From the above, the present
study therefore will propose to examine, critically, that examination, in all its species under
Brazilian law, using as parameter, the Federal Constitution of 1988.
Key-words: Criminal enforcement. Individualization of punishment. Criminological
examination. Guaranteeism. Human dignity
SUMRIO
1. INTRODUO.................................................................................................... 10
2. DO SISTEMA PROGRESSIVO ADOTADO NO BRASIL NA
EXECUO DA PENA......................................................................................
12
2.1. Principais teorias e objetivos da sano penal....................................................... 13
2.2. Breve apanhado sobre os sistemas penitencirios................................................. 18
2.3. Caractersticas do modelo de execuo da pena privativa de liberdade adotado
no Brasil.................................................................................................................
21
3. DO EXAME CRIMINOLGICO NO BRASIL............................................... 26
3.1. Da Escola Positivista italiana e sua influncia sobre o Exame Criminolgico
realizado no Brasil..................................................................................................
28
3.2. Aspectos histricos do Exame Criminolgico na legislao brasileira.................. 30
3.3. Conceito de Exame Criminolgico......................................................................... 33
3.4. Espcies de Exame Criminolgico......................................................................... 34
4. DO EXAME CRIMINOLGICO PARA FINS DE CONCESSO DE
BENESSES NA FASE DE EXECUO DA PENA NO BRASIL..................
42
4.1. Das alteraes promovidas pela Lei 10.792/2003.................................................. 42
4.2. Das fases constitutivas do exame criminolgico para fins de concesso de
benesses..................................................................................................................
46
4.3. Anlise crtica do Exame Criminolgico para fins de concesso de benesses na
fase de execuo da pena.....