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FILIADA À EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA - CATEGORIA ESPECIAL 30 NOVEMBRO DE 2020 MODELO 2 1. Mulher, 42 anos, chegou ao pronto atendimento com quadro agudo de afasia. Acompanhante informa que estava bem até dois dias antes, quando apresentou queixa de adinamia e cansaço. Faz uso crônico de hidroclorotiazida para controle da pressão arterial. Negava febre, trauma ou outras queixas. Ao exame físico apresentava-se descorada, ictérica e afásica sem outras alterações. PA 130/85 mmHg. Na investigação inicial apresentava hemograma com Hb 8,5 g/dL, leucócitos 7200/L (diferencial normal), plaquetas 17.000/L e presença de esquizócitos no esfregaço do sangue periférico. Tomografia computadorizada de crânio normal. Qual a conduta recomendada? A. Transfusão de plaquetas B. Troca plasmática com reposição por PFC C. Administração de imunoglobulina humana intravenosa D. Administração de trombolítico 2. Criança, 4 anos, com anemia falciforme, sem acidente vascular cerebral prévio e sem manifestações neurológicas. Apresenta velocidade do fluxo sanguíneo cerebral de 179 cm/segundo (VR: < 170 cm/seg) no exame doppler transcraniano convencional, realizado de rotina. Qual é a conduta mais adequada? A. Iniciar transfusões crônicas B. Repetir o exame após 3 meses C. Indicar hidroxiureia D. Indicar transplante de medula óssea 3. Mulher, 32 anos, 80kg, gestação de 18 semanas, sem antecedentes pessoais ou familiares de trombose, apresentou edema de membro inferior esquerdo que se estendia até a raiz da coxa. A ultrassonografia com doppler evidenciou trombose venosa em segmento iliofemoral esquerdo. Qual a conduta recomendada durante a gestação? A. Enoxaparina 1mg/kg, por via subcutânea, duas vezes ao dia B. Varfarina, por via oral, objetivando RNI entre 2 e 3 C. Rivaroxabana 15mg, por via oral, duas vezes ao dia D. Heparina não fracionada, por via subcutânea, 5.000UI, duas vezes ao dia

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FILIADA À

EXAME DE SUFICIÊNCIA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM

HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA - CATEGORIA ESPECIAL

30 NOVEMBRO DE 2020

MODELO 2

1. Mulher, 42 anos, chegou ao pronto atendimento com quadro agudo de afasia. Acompanhante informa que estava bem até dois dias antes, quando apresentou queixa de adinamia e cansaço. Faz uso crônico de hidroclorotiazida para controle da pressão arterial. Negava febre, trauma ou outras queixas. Ao exame físico apresentava-se descorada, ictérica e afásica sem outras alterações. PA

130/85 mmHg. Na investigação inicial apresentava hemograma com Hb 8,5 g/dL, leucócitos 7200/L

(diferencial normal), plaquetas 17.000/L e presença de esquizócitos no esfregaço do sangue periférico. Tomografia computadorizada de crânio normal. Qual a conduta recomendada? A. Transfusão de plaquetas

B. Troca plasmática com reposição por PFC

C. Administração de imunoglobulina humana intravenosa

D. Administração de trombolítico

2. Criança, 4 anos, com anemia falciforme, sem acidente vascular cerebral prévio e sem manifestações neurológicas. Apresenta velocidade do fluxo sanguíneo cerebral de 179 cm/segundo (VR: < 170 cm/seg) no exame doppler transcraniano convencional, realizado de rotina. Qual é a conduta mais adequada? A. Iniciar transfusões crônicas

B. Repetir o exame após 3 meses

C. Indicar hidroxiureia

D. Indicar transplante de medula óssea

3. Mulher, 32 anos, 80kg, gestação de 18 semanas, sem antecedentes pessoais ou familiares de trombose, apresentou edema de membro inferior esquerdo que se estendia até a raiz da coxa. A ultrassonografia com doppler evidenciou trombose venosa em segmento iliofemoral esquerdo. Qual a conduta recomendada durante a gestação?

A. Enoxaparina 1mg/kg, por via subcutânea, duas vezes ao dia

B. Varfarina, por via oral, objetivando RNI entre 2 e 3

C. Rivaroxabana 15mg, por via oral, duas vezes ao dia

D. Heparina não fracionada, por via subcutânea, 5.000UI, duas vezes ao dia

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4. Criança, 7 anos, sexo masculino, com história de sangramento cutaneomucoso, caracterizado por equimoses em local de pequenos traumas e dois episódios de epistaxe moderada, que duraram cerca de 10 a 20 minutos, tendo sido atendido em unidade de pronto atendimento local, onde foi realizada compressão externa com controle hemostático. Hemograma revelou: hemoglobina: 10,4 g/dL; leucócitos: 4.200/µL com diferencial normal; plaquetas: 54.000 /µL e volume plaquetário médio (VPM): 18 fL (valor de referência (VR): até 12fL). Demais exames laboratoriais mostraram antígeno de fator von Willebrand (FvW:Ag): 68 UI/dL (VR: 50% a 150%); cofator de ristocetina 65 UI/dL (VR: 40 – 200 UI/dL). A agregação plaquetária foi normal, exceto com ristocetina, cuja agregação foi ausente. A. Doença de von Willebrand tipo 1

B. Doença de von Willebrand tipo 2B

C. Síndrome de Bernard Soulier

D. Plaquetopenia autoimune

5. Mulher, 25 anos, em anticoagulação com varfarina por prótese mitral metálica, comparece em consulta com queixa de equimoses espontâneas em membros superiores e inferiores há 3 dias, sem outras queixas hemorrágicas. Encontra-se com RNI= 8,0. Além da suspensão temporária da varfarina, qual é a conduta mais adequada neste momento? A. Plasma fresco congelado

B. Concentrado de complexo protrombínico

C. Vitamina K via oral

D. Concentrado de fator VII ativado

6. Criança, 4 anos, com história de varicela há 10 dias, procurou pronto atendimento com queixas de manchas roxas em maléolos que se tornaram enegrecidas, acompanhadas de intensa dor em membros inferiores, havia seis horas. Após 24 horas, evoluiu com áreas de necrose cutânea e má perfusão em 2 dedos do pé esquerdo. Hb 11 g/dL, morfologia de série vermelha normal, leucocitose leve, plaquetas 50.000/mm3, TTPA 1,42, RNI 1,48. Qual é o diagnóstico mais provável? A. Púrpura fulminante

B. Trombocitopenia imune

C. Púrpura trombocitopênica trombótica

D. Púrpura de Henoch-Schönlein

7. Mulher, 25 anos, com queixa de fadiga aos esforços e palidez progressivas há 2 meses, com dois episódios de urina escura no último mês. Também notou equimoses, tontura e 2 picos febris não aferidos na última semana. Exame físico evidenciou palidez moderada, raras petéquias em membros inferiores sem baço palpável. Hemograma revelou: hemoglobina: 6,2 g/dL; VCM: 75 fL; reticulócitos:131.000/μL; Leucócitos: 6.200/μL; neutrófilos: 2.300/μL; plaquetas:47.000/μL. LDH:

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2.300 U/L. Citometria de fluxo revelou ausência de expressão de CD55 e CD59 em 62% dos neutrófilos. Qual é o tratamento mais adequado para evitar complicações trombóticas nesta paciente? A. Troca plasmática com reposição de PFC

B. Inibição do complemento com eculizumabe

C. Prednisona 1mg/kg de peso ao dia

D. AAS 100mg/dia

8. Menina, 14 anos, com história de resfriado havia 2 semanas que evoluiu com febre, queda do estado geral e um episódio de crise convulsiva. Foi levada ao serviço de emergência onde recebeu transfusão de um concentrado de hemácias. Exame físico revelou febre (39oC), palidez, adenomegalia com linfonodos menores que 2 cm cervicais anteriores e posteriores, axilares e inguinais e hepatoesplenomegalia. Hemograma revelou: hemoglobina: 8,7 g/dL; leucócitos: 4.000/μL; neutrófilos: 1.500/μL; e plaquetas: 32.000/μL. Ferritina: 4.250 ng/mL; bilirrubina total: 3,2 mg/dL; ALT: 203 U/L; triglicerídios: 262 mg/dL; LDH: 1.150 U/L. A punção de medula óssea revelou alterações mostradas na imagem abaixo:

O diagnóstico mais provável é: A. Síndrome linfoproliferativa autoimune

B. Doença do enxerto contra hospedeiro pós-transfusional

C. Linfo-histiocitose hemafagocítica

D. Púrpura trombocitopênica trombótica

9. Mulher, 56 anos, sem comorbidades prévias, apresentou no quarto dia após cirurgia para fratura de fêmur quadro progressivo de edema, dor, hiperemia e aumento da temperatura em membro inferior esquerdo. Ultrassonografia doppler do membro inferior esquerdo evidenciou presença de trombose venosa profunda de veia tibial. Foi submetida a anticoagulação com rivaroxabana, em

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uso há 3 meses. No momento, encontra-se assintomática e já deambulando normalmente. Qual a conduta para esta paciente a partir deste momento? A. Continuar anticoagulação com rivarobana até completar 6 meses

B. Dosar atividade de proteína S, proteína C e antitrombina

C. Suspender anticoagulação e orientar sobre fatores de risco de recorrência

D. Indicar uso contínuo de meias elásticas de média compressão

10. Mulher, 25 anos, apresentou quadro de 3 a 5 dias de petéquias e equimoses difusas e epistaxe bilateral. Sem comorbidades prévias. Exame físico sem outras anormalidades. Exames de investigação: hemoglobina: 12g/dL; leucócitos 5.600/ L (segmentados 3.800/ L; linfócitos 1.200/ L); plaquetas 7.000/ L. Sorologias para hepatite C e HIV negativas. Prescrita prednisona 1mg/kg/dia por 4 semanas, após a qual apresentou plaquetas 165.000/ L. Após 3 semanas do desmame da corticoterapia, retorna com queixa de epistaxe e gengivorragia diárias, com o seguinte hemograma: hemoglobina: 12,5g/dL; leucócitos 9.800/ L (segmentados 8.000/ L; linfócitos 1.500/ L); plaquetas 12.000/ L. Neste momento, qual deve ser a conduta terapêutica para esta paciente?

A. Indicar esplenectomia

B. Transfusão de plaquetas na dose de 1U a cada 10kg de peso corporal

C. Reiniciar prednisona na dose mínima que sustente plaquetas acima de 30.000/ L

D. Iniciar romiplostina 1 g/kg de peso corporal/dia

11. Mulher, 55 anos, portadora de síndrome do anticorpo antifosfolípide com antecedente de TVP de repetição, sendo a última há 5 anos. Está sob anticoagulação com varfarina, mantendo RNI dentro da faixa terapêutica desejada (RNI 2,0 a 3,0). É portadora de catarata e está em programação de facectomia com anestesia tópica (colírio anestésico). Solicita orientações sobre anticoagulação para levar ao seu oftalmologista. Qual a orientação mais adequada? A. Não é necessário suspender anticoagulação com varfarina para procedimento

B. Apenas suspender varfarina 5 dias antes do procedimento e retomar após 24 horas

C. Anticoagulação de ponte com enoxaparina 1mg/kg 12/12h no perioperatório

D. Heparina não fracionada em bomba de infusão contínua no perioperatório

12. Menino, 1 ano e 10 meses de idade, com sangramento de sistema nervoso central em decorrência de um trauma cranioencefálico após queda do berço. Exames de triagem realizados no momento da internação revelaram razão (TTPA): 3,8 e RNI (TP): 1,06, com dosagem de atividade de fator VIII de 0,8 UI/dL. Foi iniciado uso de concentrado de fator VIII recombinante na dose de 50 UI/kg/dia nos primeiros 5 dias com posterior redução para 25 UI/kg/dia nos últimos 10 dias. Estava evoluindo bem, quando apresentou crise convulsiva. Realizada nova tomografia de crânio que mostrou aumento do sangramento intracraniano. Qual a conduta mais adequada? A. Aumentar dose de fator VIII para 50 UI/kg/dia

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B. Aumentar dose de fator VIII para 50 UI/kg/dia e associar antifibrinolítico

C. Quantificar inibidor e trocar para agente de by-pass e inibidor > 5UB/mL

D. Quantificar inibidor e trocar para agente de by-pass mesmo se inibidor negativo

13. Mulher, 24 anos, com história de epistaxe recorrente e equimoses após pequenos traumas desde infância e hipermenorragia desde menarca (bleeding score, ISTH-BAT de 5). Mãe e irmã com quadro hemorrágico semelhante. Irá realizar extração dentária de terceiros molares. Avaliação laboratorial revelou, RNI (TP) 1,12; R (TTPa) 1,42; antígeno de fator von Willebrand (FvW:Ag) 20 UI/dL; cofator de ristocetina 15 UI/dL, fator VIII 32 UI/dL; grupo sanguíneo O+. Qual a melhor conduta hemoterápica para o procedimento?

A. Uso exclusivo de antifibrinolítico

B. Uso de antifibrinolítico e desmopressina

C. Infusão de concentrado de fator VIII

D. Transfusão de crioprecipitado

14. Menino, 3 anos de idade, tem diagnóstico confirmado de beta-talassemia. Hemoglobina: 8 g/dL; hemtócrito: 23%. Foi mantido sob acompanhamento clínico e laboratorial. Após 30 dias, retorna ao ambulatório e sua mãe refere que ele está bem, sem queixas. Está em bom estado geral, crescimento no percentil 75 para a idade, ativo, facies atípica, descorado 3+/4. Sem visceromegalias; pulso: 110 bpm; hemoglobina: 7,5 g/dL; hematócrito: 21%. Qual a conduta mais apropriada? A. Iniciar terapia transfusional sem quelação de ferro

B. Iniciar terapia transfusional com quelação de ferro

C. Iniciar terapia transfusional somente se a hemoglobina menor que 5 g/dL

D. Não iniciar ainda terapia transfusional no momento

15. Mulher, 24 anos, apresenta linfonodomegalia cervical direita dolorosa com início há cerca de 15 dias com febre alta (39oC) intermitente e sudorese noturna. Ao Exame físico (EF) apresenta linfonodomegalia cervical anterior a D (+/- 2-3cm), consistência mole e dolorosa à palpação, demais EF sem alterações. Foi encaminhada à biópsia de gânglio que evidenciou uma linfadenite necrotizante com intensa atividade histiocitária (Doença de Kikuchi). Foi tratada com corticoide com melhora dos sintomas. Qual a evolução esperada para este caso?

A. Benigna e autolimitada sem necessidade de tratamento adicional

B. Benigna, mas com recidivas extranodais frequentes

C. Frequentemente evolui para linfoma de Hodgkin

D. Frequentemente evolui para linfoma difuso de grandes células B

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16. Homem, 40 anos, internado em UTI devido a pneumonia aspirativa após episódio convulsivo. Entre o 6o e o 8o dia de internação evolui com queda abrupta da contagem de plaquetas (de 156.000/ L: para 13.000/ L), sem outras mudanças no hemograma (anemia normocítica leve, e normalização da contagem e distribuição de leucócitos). Quadro infeccioso bem controlado com o uso de ampicilina/sulbactam, evoluindo com defervescência e desmame da ventilação mecânica. Sem recorrência dos episódios convulsivos após a introdução de carbamazepina na data da internação. Em uso de fondaparinux em dose profilática desde a internação. Qual o diagnóstico mais provável? A. Púrpura trombocitopênica imune

B. Coagulação intravascular disseminada

C. Trombocitopenia induzida pela heparina

D. Trombocitopenia induzida por drogas

17. Gestante, 31 anos, com antecedente de 2 abortos (na 6a e 8a semanas de gestação), atualmente está na 18a semana da terceira gestação. Vem encaminhada por apresentar dosagem de proteína S, na 10ª semana de gestação, de 39 U/dL (valor de referência: >63U/dL). Nega antecedentes pessoal e familiar de tromboembolismo venoso. Quais são a interpretação e a conduta mais apropriadas para este caso? A. Não há evidência de deficiência de proteína S nem indicação de heparina profilática

B. Não há deficiência de proteína S, mas há indicação de heparina profilática

C. Há deficiência de proteína S e indicação de heparina profilática

D. Há deficiência de proteína S, mas não há indicação de heparina profilática

18. Criança, 2 anos, evoluiu com sangramento oral abundante após trauma com lesão em frênulo da língua. Pais são primos em segundo grau e negam história de sangramento na família. Ao exame físico descorada (2+/4+), com sangramento ativo decorrente de pequena lesão em frênulo da língua e equimoses em membros inferiores (locais de pequenos traumas). Hb= 7,8 g/dL e VCM = 81 fL e contagem de plaquetas de 239.000/mL. TTPa: 32”; R 1,10 e TP: 15”; RNI 1,20. Citometria das glicoproteínas plaquetárias evidenciou ausência da GP IIb-IIIa (CD41 e CD61) e expressão normal da GP Ib-IX (CD42a e CD42b). Qual o diagnóstico mais provável e qual a conduta mais apropriada nesse momento? A. Trombastenia de Glanzmann e desmopressina

B. Trombastenia de Glanzmann e uso concentrado de fator VII ativado recombinante

C. Síndrome de Bernard-Soulier e transfusão de plaquetas

D. Síndrome de Bernard-Soulier e uso de antifibrinolítico

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19. Mulher, 25 anos, com doença de von Willebrand tipo 1 confirmada aos 15 anos, história de equimoses após pequenos traumas desde infância e menorragia desde a menarca (bleeding score, ISTH-BAT de 5). Está na 32ª semana de gestação, sem queixas hemorrágicas e apresenta na avaliação laboratorial atual: antígeno de fator von Willebrand (FvW:Ag): 70 UI/dL, cofator de ristocetina 60 UI/dL, fator VIII 82 UI/dL, grupo sanguíneo A+. Qual a orientação hematológica para o parto? A. Não há necessidade de tratamento profilático

B. Antifibrinolítico

C. Concentrado de fator VIII-FVW

D. Desmopressina

20. Homem, 24 anos, é encaminhado para investigação de anemia, icterícia e esplenomegalia O

hemograma revelou hemoglobina de 5,6 g/dL, VCM: 66 fL. A eletroforese de hemoglobinas revelou

HbA1: 97% e HbA2: 3%. As figuras abaixo representam o esfregaço do sangue periférico:

Neste caso, qual alteração é mais provável? A. Mutação na a- ou b-espectrina

B. Mutação da anquirina

C. Deficiência do fator H do complemento

D. Deficiênia de G6PD

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O enunciado abaixo relaciona-se às questões 21 e 22 Mulher, 39 anos, soropositiva para o HIV em tratamento antiretroviral irregular, procura atendimento com dor e aumento do volume abdominal há um mês e perda de 8 kg. Exames: Hb=8,5 g/dL leucócitos=28.500/mm3 ; Plaquetas=14.000/mm3; Ácido úrico=14 mg/dL (VR- 3,4 a 7,0 mg/dL); LDH=4.000 U/L (VR-135,0 a 214,0 U/L); U=142 mg/dL creatinina=2.3 mg/dL. Foto do mielograma

21.Qual alteração citogenética e e o gene envolvido com o diagnóstico? A. t (8;14) e c-myc

B. t (11;14) e bcl-2

C. t (11;14) e c-myc

D. t(8;14) e bcl-2

22.Qual é a complicação clínica mais comum neste caso? A. Leucoestase

B. Infiltração em SNC

C. Síndrome de lise tumoral

D. Hemorragia intracraniana

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23. Homem, 55 anos, diagnóstico de LMC em fase crônica, com resposta hematológica completa e cariótipo com 10% das metáfases Ph+, aos 12 meses de tratamento com imatinibe. Possui doador HLA compatível. Apresentou aumento recorrente de transaminases grau 3 com melhora após redução de dose de imatinibe, para 300 mg/dia. Comorbidades: dislipidemia e diabetes de difícil controle. Qual é a opção terapêutica mais recomendada? A. Manter a dose de imatinibe

B. Substituir por nilotinibe

C. Indicar transplante alogênico de medula óssea

D. Substituir por dasatinibe

24. Homem, 35 anos, com diagnóstico de Linfoma de Hodgkin clássico, estádio clínico IV, em remissão completa após 6 ciclos de ABVD. Apresentou recidiva 9 meses após o término da quimioterapia e foi tratado com 2 ciclos de DHAP. O PET/CT após o segundo ciclo mostrou Deauville 2. Paciente com ECOG 0 e tem uma irmã HLA idêntica. Qual é a melhor estratégia de transplante de células tronco-hematopoéticas para este paciente? A. Autólogo

B. Duplo autólogo

C. Alogênico

D. Autólogo seguido de alogênico

25. Homem, 55 anos, com história de infarto agudo do miocárdio há 1 ano, encaminhado da unidade básica de saúde para investigação de alteração no hemograma: hemoglobina: 15 g/dL; leucócitos: 8200/mL; plaquetas: 525.000/mL. Pesquisa de mutação do gene JAK2 negativa, reação reversa em cadeia da polimerase para BCR-ABL negativa. Biópsia de medula óssea compatível com trombocitemia essencial. Qual a conduta mais adequada? A. Hidroxiureia

B. Hidroxiuréia + AAS

C. AAS

D. Observação clínica

26. Homem, 48 anos, masculino com diagnóstico de Linfoma não Hodgkin subtipo MALT, Helicobacter pylori positivo. O paciente contou que, após pesquisa no Google, soube que este tipo de linfoma pode ser tratado com antibióticos para o H. pylori. Baseado na história acima, qual o melhor exame que corrobora a indicação apenas de antibióticos no tratamento do linfoma MALT gástrico H. pylori positivo?

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A. PET-TC oncológico

B. Eco-endoscopia

C. Biópsia de Medula óssea

D. Imunofenotipagem das células do lavado gástrico

27. Homem, 63 anos apresenta quadro de fadiga, emagrecimento e sensação de aumento de volume abdominal há 2 meses. Os exames evidenciaram esplenomegalia volumosa, além de pancitopenia importante no hemograma. Após investigação diagnóstica, foi feito o diagnóstico de leucemia de células pilosas (LCP). Sobre esta doença é correto afirmar: A. A LCP é uma doença linfoproliferativa rara e se caracteriza pela forte expressão nos linfócitos B

clonais do CD20, CD25, FMC-7, CD11c, CD22, slg, e possui como alteração molecular a mutação do gene BRAF V600E.

B. A LCP é uma doença linfoproliferativa rara e se caracteriza pela forte expressão nos linfócitos B

clonais do CD10, CD20, FMC-7, CD5, CD22, sIg e ausência de expressão do CD25 e CD11c. A mutação do gene BRAF V600E ocorre apenas nos casos com comportamento agressivo.

C. LCP é uma doença linfoproliferativa rara e se caracteriza pela forte expressão nos linfócitos T clonais

do CD3, CD4, CD25, CD7. A mutação do gene BRAF V600E ocorre na minoria dos casos. D. A LCP é uma doença linfoproliferativa rara e se caracteriza pela forte expressão nos linfócitos T

clonais do CD3, CD8, CD25, CD7. A mutação do gene BRAF V600E ocorre apenas na forma variante de LCP.

28. Mulher, 22 anos, com diagnóstico de Linfoma de Hodgkin clássico, subtipo esclerose nodular estádio IIIB (maior massa com 6 cm em mediastino), foi tratada com 6 ciclos de ABVD. Após o término do tratamento realizou PET-CT (figura abaixo) com linfonodo de 2,5 x 1,5 cm em mediastino anterior e aumento da atividade glicolítica na mesma região (SUV: 2,6). SUV hepático: 4,1.

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Qual a conduta mais adequada neste momento? A. Biópsia de linfonodo mediastinal

B. Tratamento incluindo brentuximabe vedotina

C. Radioterapia de campo envolvido

D. Observação clínica

A vinheta clínica abaixo refere-se às questões 29 e 30 . Mulher, 59 anos, em tratamento para artrite reumatoide há 5 anos, iniciou há 6 meses com astenia, palpitações e dispneia aos esforços progressivas. Relata infecções respiratórias de repetição nos últimos anos. Exame físico com baço palpável a 4 cm do rebordo costal esquerdo. Sem adenomegalias. Sem outras alterações. Hemograma: hemoglobina: 7,2 g/dL; hematócriyo: 22%; VCM: 94 fL; leucócitos: 3.800/µL (neutrófilos: 10%, linfócitos: 85%, monócitos: 5%); plaquetas: 185.000/µL. Reticulócitos: 130.000/µL (VN: 25.000-95.000); Coombs direto: 3+; LDH: 875 U/L (VN: 230-460); Fator reumatoide: 38 IU/mL (VN<10); Esfregaço de sangue periférico com 80% das células abaixo:

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29. Qual é a imunofenotipagem mais provável neste caso?

a)

b)

c)

d)

30. Qual é a melhor forma de definir clonalidade nas células em QUESTÃO? A. Restrição de expressão da cadeia leve da imunoglobulina (Kappa/Lambda)

B. Identificação do rearranjo dos genes do receptor de células T (TCR)

C. Alteração na relação CD4/CD8 pela imunofenotipagem

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D. Identificação de alteração cromossômica estrutural em cariótipo com banda G

31. Criança, sexo feminino, 5 anos, em quimioterapia de indução para LLA, necessita receber transfusão de plaquetas. Testes pré-transfusionais mostram: tipo O Rh negativo, pesquisa de anticorpos irregulares negativa. Considerando que o serviço de hemoterapia só tem concentrados de plaquetas Rh positivo, qual das opções transfusionais abaixo seria mais adequada para esta paciente? A. Concentrados de plaquetas obtidos de sangue total ou por aférese

B. Concentrados de plaquetas obtidos de sangue total seguidos de imunoglobulina anti-D EV até 72

horas após a transfusão

C. Concentrados de plaquetas obtidos por aférese seguidos de imunoglobulina anti-D EV até 72 horas após a transfusão D. Concentrados de plaquetas obtidos por aférese seguidos de imunoglobulina anti-D IM até 12 horas

após a transfusão

32. Mulher, 23 anos, O RhD negativo, grávida de 10 semanas de parceiro A RhD positivo. Realiza sua segunda consulta de pré-natal e traz exames que confirmam sua tipagem sanguínea e a de seu parceiro, além de seu teste de Coombs indireto com resultado negativo. Qual a conduta você recomendaria ao obstetra neste caso? A. Não há indicação para profilaxia com imunoglobulina anti-D

B. Profilaxia com anti-D até 72 horas após o parto de RN RhD positivo

C. Profilaxia com anti-D na 18a semana de gestação e até 24 horas após o parto de RN RhD positivo

D. Profilaxia anti-D na 28a semana de gestação e até 72 horas após o parto de RN RhD positivo

33. Mulher, 32 anos, recebeu imunoglobulina hiperimune para hepatite B e a 1ª dose de vacinação para hepatite B há 48 horas em razão de seu parceiro sexual ter apresentado testes HBsAg e Anti-HBc positivos. Qual alternativa melhor descreve a aptidão da candidata quanto à doação de sangue de acordo com a norma técnica brasileira vigente em hemoterapia? A. Apta 24 horas após completar vacinação para hepatite B

B. Apta 6 meses após receber a gamaglobulina hiperimune

C. Inapta por 12 meses e enquanto mantiver este parceiro sexual

D. Inapta definitiva para doar sangue

34. Homem, 18 anos, 61 kg, PA de 110/70 mmHg, pulso 100 bpm. Logo após sua primeira doação de sangue queixou-se de tontura, mal-estar e fraqueza e apresentou palidez, sudorese, hiperventilação e náuseas. Seus dados vitais neste momento mostravam PA= 80/50 mmHg e pulso de 50 bpm. Qual o diagnóstico mais provável desta condição deste doador?

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A. Reação simpática

B. Reação hipovolêmica

C. Reação vasovagal

D. Reação de ansiedade

35. Mulher, 47 anos, com púrpura trombocitopênica imune em tratamento com corticoesteroide. Queixando-se de tosse seca há 2 meses. O Raio-X de tórax revelou nódulo em lobo inferior do pulmão direito. Foi proposta punção aspirativa por agulha fina do nódulo pulmonar. Qual contagem plaquetária mínima / microlitro é recomendada para a realização desse procedimento? A. 20.000

B. 50.000

C. 100.000

D. 150.000

36. Homem, 65 anos, apresentava confusão mental havia poucos dias e dor lombar nos últimos meses (informante: filho). Emagrecido e tortuosidade venosa e hemorragia em retina. Hemoglobina: 7,8 g/dL; leucócitos e plaquetas normais. Mielograma: 60% de plasmócitos. Eletroforese de proteínas: albumina: 1,9 g/dL e presença de pico monoclonal na região das gamaglobulinas (PM= 7,5 g/dL) Qual é melhor conduta terapêutica? A. Plasmaférese com reposição de solução cristaloide seguida de albumina a 5%

B. Plasmaférese com reposição de albumina a 5% seguida de plasma

C. Transfusão de hemácias seguida de plasmaférese com reposição de plasma

D. Transfusão de hemácias seguida de plasmaférese com reposição de albumina 5%

37. Um doador liga para o banco de sangue após 4 dias da doação de sangue total e informa que está tendo febre há 48 horas. Todos os hemocomponentes preparados desta doação ainda se encontram em estoque e estão liberados para transfusão. Qual a medida a ser tomada após esta informação? A. Repetir na amostra da doação os testes sorológicos e moleculares para doenças infeciosas

transmissíveis pelo sangue e obrigatórias por lei. Se negativos, liberar os hemocomponentes para transfusão.

B. Descartar todos os hemocomponentes preparados desta doação e encaminhá-los para o laboratório

de controle de qualidade do sangue para realização de teste microbiológico.

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C. Bloquear todos os hemocomponentes preparados desta doação e encaminhá-los para o laboratório de controle de qualidade do sangue para realização de teste microbiológico. De acordo com o resultado, descartá-los ou liberá-los para transfusão.

D. Não há necessidade de tomar nenhuma medida específica com relação aos hemocomponentes

preparados desta doação. Apenas orientar o doador para procurar serviço médico.

38. Quais são as três indicações bem definidas para a leucorredução de hemocomponentes? A. Prevenção de Reação febril não hemolítica em pacientes que já as tiveram; Refratariedade plaquetária

por aloimunização contra Ag leucocitários; Prevenção de CMV em pacientes susceptíveis.

B. Prevenção de Reação febril não hemolítica em pacientes que serão politransfundidos mesmo sem reação anterior; Prevenção de Enxerto versus Hospedeiro em pacientes imunossuprimidos; Prevenção de CMV em pacientes susceptíveis.

C. Prevenção de TRALI; Refratariedade plaquetária por aloimunização contra Ag leucocitários; Prevenção de CMV em pacientes susceptíveis.

D. Prevenção de Reação febril não hemolítica em pacientes que já as tiveram; Prevenção de Enxerto versus Hospedeiro em pacientes imunossuprimidos; Prevenção de CMV em pacientes susceptíveis.

39. Mulher, 35 anos, com leucemia aguda, mas sem outras comorbidades, passou a apresentar dispneia 5 horas depois da transfusão de uma unidade de concentrado de plaquetas de aférese. Não apresentou febre. A saturação de O2 era de 78%; a creatinina de 0,9 mg/dL (N: 0,5-1,2). O Rx de tórax mostrava velamento pulmonar difuso, bilateral. A paciente foi colocada em ventilação mecânica e tratada com diuréticos, sem melhora imediata, o que ocorreu apenas 3 dias depois. Qual é a hipótese diagnóstica mais provável? A. Reação hemolítica imediata

B. Lesão pulmonar relacionada à transfusão (TRALI)

C. Sobrecarga volêmica

D. Pneumonia

40. Dentre as doenças abaixo, para qual a a plasmaférese terapêutica não tem indicação com nível I de evidência e alto grau de recomendação? A. Miastenia grave

B. Doença de Guillain-Barré

C. Esclerose múltipla

D. Síndrome de Goodpasture