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Audiência Pública – Senado Federal 07/11/2012 EXAME NACIONAL DE PROFICIÊNCIA EM MEDICINA

EXAME NACIONAL DE PROFICIÊNCIA EM MEDICINA. Valores profissionais, atitudes, comportamento e ética 2. Bases científicas da medicina 3. Comunicação 4. Competência clínica 5

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Page 1: EXAME NACIONAL DE PROFICIÊNCIA EM MEDICINA. Valores profissionais, atitudes, comportamento e ética 2. Bases científicas da medicina 3. Comunicação 4. Competência clínica 5

Audiência Pública – Senado Federal

07/11/2012

EXAME NACIONAL DE PROFICIÊNCIA EM

MEDICINA

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Perfil do formando egresso na medicina

• Médico, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva.

• Capacitado para atuar pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção

• Ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde

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Competências e habilidades

1. Atenção à saúde

2. Tomada de decisões

3. Comunicação

4. Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional

5. Administração e gerenciamento

6. Educação permanente

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Um exemplo do que se espera: 1. Valores profissionais, atitudes, comportamento e ética

2. Bases científicas da medicina

3. Comunicação

4. Competência clínica

5. Saúde pública e sistemas de saúde

6. Pensamento crítico e pesquisa

7. Gerenciamento da informação

Stern, D.T., Wojtczak, A. & Schwarz, M. R. (2003) The assesment of global minimum essential requirements in medical education,Medical Teacher, 25(6), pp. 589-595

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Um modelo simples de competência

Miller GE. The assessment of clinical skills/competence/performance. Academic Medicine (Supplement) 1990; 65: S63-S7.

Knows

Shows how

Knows how

Does

Pro

fess

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l aut

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icity

Cognition

Behaviour

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As justificativas políticas no Brasil para o exame de Habilitação/Certificação/Licenciamento que constam

nos Projetos de Lei

1.Impedir a proliferação de escolas médicas

2.Impedir a formação de médicos com baixa qualidade técnica e intelectual

3.Interesse público: proteção

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Quais são as justificativas educacionais?

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Estes exames favorecem as mudanças positivas?

Não! 1. Estes exames limitam os modelos de ensino e

separam avaliação do currículo; 2. Estes exames limitam os modelos de avaliação; 3. Contrário às evidências da necessidade de múltiplos

formatos de avaliação; 4. Contrário ao princípio de processo educacional que

atende às necessidades do aprendiz.

Ref.: Winter, 2003;Schwirth, 2007, Broadfoot & Black, 2004; Gipps, 2005; Van der Vleuten, 2004

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Estes exames asseguram uniformidade?

Não!

• Estes exames permitem avaliar conhecimento nuclear

• Estes exames limitam a diversidade entre escolas

• Desconsideram valores locais

Ref : Carney 2003 GMC-UK

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Estes exames são indicadores de performance do sistema

educacional? Não!

1. Promovem conseqüências não intencionais no comportamento dos estudantes

2. Limitam a possibilidade de mudanças 3. A orientação educacional única é passar no teste 4. Não refletem a complexidade do processo

educacional

Ref.: Smith, 1995; Fitz-Gibbon & Timms, 2002; Hecker & Violato, 2007

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Estes exames levam à proteção do público?

Não! 1. A comparação da prática médica em termos de número de

erros, qualidade do cuidado percebido pelo paciente e a competência geral do médico em um país que não faz o exame (UK) e um país que faz (USA) não apresenta diferença.

2. Estes exames negligenciam os aspectos importantes da formação médica

3. O comportamento profissional está relacionado ao comportamento do estudante durante o curso

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O modelo brasileiro de avaliação da qualidade das escolas médicas.

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A experiência brasileira com o exame de certificação

1.Impedir a proliferação de escolas

2.Impedir a formação de profissionais com baixa qualidade técnica e intelectual

3.Interesse público: proteção

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Isto não quer dizer que não devemos fazer uma avaliação

dos estudantes

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Antes de avaliar, definir: • Os atributos esperados por fase

• As diretrizes e os critérios para avaliação dos atributos

• Os instrumentos adequados

• A análise e suas consequências

• A recuperação

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Diretrizes Nacionais para Avaliação dos Estudantes de Medicina

1.Desdobramento das competências encontradas nas Diretrizes Curriculares Nacionais

2.Descrição dos atributos

3.Padronização: Identificação das formas de verificação que melhor avaliam estes atributos

4.Incorporação pelo ENADE-Medicina destes padrões

5.Definir a forma de apresentação e repercussão do resultado

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Progress Test Maastricht (M), Nijmegen (N), Groningen (G) Dec 2000

M N G M N G M N G M N G M N G M N G 0

10

20

30

40

50

60 Year 1 Year 2 Year 3 Year 4 Year 5 Year 6

95%

CI %

Cor

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min

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corr

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Proposta para discussão • O ENADE : ▫ Anual ▫ Os estudantes serão avaliados no final do 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e

6º ano ▫ O conteúdo do exame incluirá a definição dos atributos do

graduando em Medicina (ABEM) • As Escolas Médicas: ▫ Avaliarão os atributos que pertencem à prática profissional

segundo as Diretrizes de Avaliação do estudante e do egresso dos cursos (ABEM)

• Os escores obtidos serão combinados e servirão para a entrada na Residência Médica

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Se fizermos isto estaremos aprimorando o processo de

graduação do médico e melhorando a qualidade do egresso?/!