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UNESP Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá Guaratinguetá 2012

Excel Treliça

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como utilizar o excel para fazer calculos de treliça. criando programas no excel

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  • UNESPFaculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguet

    Guaratinguet2012

  • MARCOS SEITI SUZUKI

    ANLISE ESTRUTURAL DE TRELIAS ESPACIAIS NO SOFTWARE EXCEL UTILIZANDO O MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    Trabalho de Graduao apresentado ao Conselho de Curso de Graduao em Engenharia Mecnica da Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguet, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obteno do diploma de Graduao em Engenharia Mecnica.

    Orientadores: Prof. Dr. Fernando de Azevedo Silva

    Guaratinguet2012

  • S968aSuzuki, Marcos Seiti

    Anlise estrutural de trelias espaciais no software Excel utilizando o mtodo dos elementos finitos / Marcos Seiti Suzuki Guaratinguet : [s.n], 2011.

    124 f : il. Bibliografia: f. 103

    Trabalho de Graduao em Engenharia Mecnica Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguet, 2011.

    Orientador: Prof. Dr. Fernando de Azevedo Silva

    1. Teoria das estruturas 2. Mtodo dos elementos finitos I. Ttulo

    CDU 624.04

  • de modo especial, aos meus pais pelo apoio e conselhos que

    contriburam para meu progresso.

  • AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar agradeo quele que no possui nome, mas conhecido por

    vrios nomes,

    minha famlia pela pacincia e apoio que me ajudou a chegar a este momento,

    ao meu orientador, Prof. Dr. Fernando de Azevedo Silva pela ajuda, apoio e

    conselhos que foram fundamentais para realizao deste trabalho,

    a todos os professores desta conceituada instituio pelo compartilhamento de

    conhecimentos que se mostraram de grande valor e nicos,

    a todos os funcionrios da instituio,

    s amizades da faculdade

    e aos amigos de repblica pelo companheirismo nos bons e maus momentos.

  • Faa o que tem que fazer e deixe os outros

    discutirem se certo ou no.

    Bill Watterson

  • SUZUKI, M. S. Anlise estrutural de trelias espaciais no software Excel

    utilizando o mtodo dos elementos finitos. 2012. 124 f. Trabalho de Graduao

    (Graduao em Engenharia Mecnica) Faculdade de Engenharia do Campus de

    Guaratinguet, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguet, 2012.

    RESUMO

    O presente trabalho tem a finalidade de desenvolver um programa para realizar anlise

    estrutural de trelias espaciais. O programa a ser implementado baseado nos

    conceitos do mtodo dos elementos finitos e utilizou os recursos de programao do

    Visual Basic for Applications (VBA) para o Software Excel. Sendo o Excel um

    software de fcil acesso, baixo custo, capacidade de realizar clculos matriciais e com

    recursos avanados de programao VBA possvel desenvolver uma soluo

    econmica, eficiente e precisa para anlise estrutural de trelias espaciais.

    Primeiramente apresentado o mtodo dos elementos finitos e a trelia espacial. Na

    sequencia desenvolvido alguns algoritmos importantes para serem usados durante o

    desenvolvimento do programa alm do uso de alguns recursos do VBA. E para validar

    a qualidade, eficincia e preciso de seus resultados, estes so comparados com o

    consagrado software comercial Ansys.

    PALAVRAS-CHAVE: Trelia espacial. Simulao Numrica. Mtodo dos

    Elementos Finitos. Programao em VBA.

  • SUZUKI, M. S. Structural analysis of space truss in Excel software using the

    finite element method. 2012. 124 f. Monograph (Undergraduate Degree in

    Mechanical Engineering) Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguet,

    Universidade Estadual Paulista, Guaratinguet, 2012.

    ABSTRACT

    The following paper means to develop a program to make structural analysis of space

    trusses. The program to be implemented was based on the concepts of the finite

    element method and used the programing resources of Visual Basic for Applications

    (VBA) for the Excel Software. Being Excel a software of easy access, low cost,

    capacity to make matrix calculations and with advanced resources of VBA

    programing, it is possible to develop an economic solution, efficient and precise for

    structural analysis of space trusses. Firstly is presented a finite elemento method and

    the space truss. Then is developed a few important algorithms to be used during the

    development of the program and also the use of a few resources of VBA. And to

    validate the quality, efficiency and precision of the results, these are compared with

    the established commercial software Ansys.

    KEYWORDS: Space Truss. Numeric Simulation. Finite Element Method.

    Programming in VBA.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Domnio ..................................................................................................................20

    Figura 2 Gerao de Malha ...................................................................................................22

    Figura 3 Tronco Cnico.........................................................................................................22

    Figura 4 Deslocamento nodal em funo do comprimento x................................................23

    Figura 5 Convergncia dos elementos para soluo exata ....................................................24

    Figura 6 Tenso em funo do comprimento x .....................................................................24

    Figura 7 Matriz ordem mxn...................................................................................................26

    Figura 8 Vetor-coluna ordem m ............................................................................................26

    Figura 9 Vetor-linha ordem n ................................................................................................26

    Figura 10 Matriz Identidade ..................................................................................................27

    Figura 11 Matriz Transposta .................................................................................................27

    Figura 12 Matriz multiplicada por escalar.............................................................................28

    Figura 13 Adio e Subtrao das matrizes...........................................................................28

    Figura 14 Multiplicao entre matrizes .................................................................................29

    Figura 15 Sistema de equaes..............................................................................................29

    Figura 16 Sistema equaes na forma matricial....................................................................29

    Figura 17 Soluo por meio de operaes elementares.........................................................32

    Figura 18 Obteno de matriz inversa...................................................................................33

    Figura 19 Reflexo do ponto (x,y,z) nos trs planos .............................................................35

    Figura 20 Reflexo ao eixo X................................................................................................36

    Figura 21 Reflexo na Origem ..............................................................................................37

    Figura 22 Rotao em torno do eixo Z..................................................................................37

    Figura 23 Matriz no Excel .....................................................................................................40

    Figura 24 1 Passo para operao com matriz no Excel ........................................................40

    Figura 25 2 Passo para operao com matriz no Excel ........................................................40

    Figura 26 3 Passo para operao com matriz no Excel ........................................................40

    Figura 27 Soma no Excel.......................................................................................................41

    Figura 28 Escalar no Excel ....................................................................................................41

    Figura 29 Multiplicao no Excel..........................................................................................41

    Figura 30 Determinante no Excel ..........................................................................................41

    Figura 31 Matriz inversa no Excel.........................................................................................41

    Figura 32 Transposta no Excel ..............................................................................................41

  • Figura 33 Elemento mola ......................................................................................................43

    Figura 34 Dois elementos mola .............................................................................................44

    Figura 35 Diagrama de corpo-livre .......................................................................................45

    Figura 36 Elemento barra elstica .........................................................................................47

    Figura 37 Tronco cnico do Exemplo 4 ................................................................................51

    Figura 38 Planilha para soluo do Exemplo 4 .....................................................................52

    Figura 39 Discretizao do tronco cnico do Exemplo 4......................................................53

    Figura 40 Planilha usando as equaes (81), (82), (85) e (56) (Exemplo 4).........................54

    Figura 41 Matriz de rigidez com condio de contorno aplicada no Excel (Exemplo 4).....55

    Figura 42 - Inversa no Excel (Exemplo 4)................................................................................55

    Figura 43- Vetor dos carregamentos nodais (Exemplo 4)........................................................56

    Figura 44 Deslocamento nodais no Excel (Exemplo 4) ........................................................56

    Figura 45 Ps-processamento no Excel (Exemplo 4)............................................................57

    Figura 46 Deslocamentos nodais em funo do comprimento x (Exemplo 4)......................58

    Figura 47 Tenses em funo do comprimento x (Exemplo 4) ............................................58

    Figura 48 (a) Trelia no ideal (b) Trelia ideal....................................................................59

    Figura 49 Estrutura no rgida ...............................................................................................60

    Figura 50 Estrutura rgida......................................................................................................60

    Figura 51 Trelia simples ......................................................................................................60

    Figura 52 Trelia rgida com geometria quadriltera ............................................................61

    Figura 53 Tipos de Trelia plana...........................................................................................61

    Figura 54 Trelia espacial .....................................................................................................62

    Figura 55 Trelia espacial, totalmente montada no cho, do Centro de Exposies do

    Anhembi dias antes de ser erguida por guindastes ...................................................................62

    Figura 56 Vista area do Centro de Exposies do Anhembi ...............................................63

    Figura 57 Vista interna do Centro de Exposies do Anhembi ............................................63

    Figura 58 Junta esfrica MERO ............................................................................................63

    Figura 59 Junta em cruzeta ................................................................................................63

    Figura 60 Junta com ponta amassada.................................................................................63

    Figura 61 Estrutura no sistema global XYZ..........................................................................64

    Figura 62 - Elemento no sistema local xyz...............................................................................64

    Figura 63 ngulos diretores de um elemento........................................................................65

    Figura 64 Janela de cdigo do Visual Basic..........................................................................69

    Figura 65 Barra de ferramentas do Visual Basic...................................................................70

  • Figura 66 Caixa de ferramentas de controle..........................................................................70

    Figura 67 Grava Macros ....................................................................................................71

    Figura 68 Janela Gravar Macro .............................................................................................71

    Figura 69 Parar Gravao......................................................................................................71

    Figura 70 Executar Macro .....................................................................................................71

    Figura 71 Janela Executar Macro ..........................................................................................72

    Figura 72 - Mdulo...................................................................................................................72

    Figura 73 Modo Design.........................................................................................................73

    Figura 74 Boto de Comando................................................................................................73

    Figura 75 Propriedades..........................................................................................................73

    Figura 76 Janela de Propriedades ..........................................................................................74

    Figura 77 Editor Visual Basic para o Boto de Comando.....................................................75

    Figura 78 Boto de Rotao ..................................................................................................75

    Figura 79 Janela de Propriedade do Boto de Rotao .........................................................76

    Figura 80 Frmulas das Matrizes de rotao e translao e Zoom .......................................79

    Figura 81 Matrizes de rotao e translao e Zoom..............................................................79

    Figura 82 Coordenadas do n................................................................................................80

    Figura 83 Coordenadas projetadas no plano Z ......................................................................81

    Figura 84 Elementos e ns ....................................................................................................81

    Figura 85 - Elementos e ns .....................................................................................................81

    Figura 86 Coordenadas dos elementos projetados no plano Z ..............................................82

    Figura 87 Representao grfica no Excel ............................................................................84

    Figura 88 Tela dos dados iniciais ..........................................................................................88

    Figura 89 Trelia - Exemplo 5...............................................................................................89

    Figura 90 Informaes do Exemplo 5 na planilha do Excel..................................................89

    Figura 91 Representao grfica da trelia (Exemplo 5) ......................................................90

    Figura 92 Matrizes geradas para soluo do Exemplo 5 .......................................................90

    Figura 93 Resultados (Exemplo 5) ........................................................................................91

    Figura 94 - Representao grfica da deformao (Exemplo 5) ..............................................92

    Figura 95 Deslocamento nodais via Ansys (Exemplo 5) .......................................................92

    Figura 96 Foras e Tenses axiais em cada elemento via Ansys (Exemplo 5)......................93

    Figura 97 Reaes dos ns via Ansys (Exemplo 5) ...............................................................93

    Figura 98 Representao grfica da deformao via Ansys (Exemplo 5) .............................93

    Figura 99 Trelia espacial (Exemplo 6) ................................................................................94

  • Figura 100 - Representao grfica da trelia Espacial (Exemplo 6).......................................95

    Figura 101 - Representao grfica da deformao (Exemplo 6) ............................................96

    Figura 102 - Representao grfica da deformao via Ansys (Exemplo 6) ............................96

    Figura 103 Trelia espacial (Exemplo 7) ..............................................................................98

    Figura 104 - Representao grfica da deformao (Exemplo 7) ..........................................101

    Figura 105 - Representao grfica da deformao via Ansys (Exemplo 7) ..........................101

    Figura 106 Planilha Dados ..................................................................................................105

    Figura 107 - Coordenadas ......................................................................................................106

    Figura 108 Ns dos Elementos............................................................................................106

    Figura 109 Grfico da Trelia .............................................................................................107

    Figura 110 Transladar, Rotacionar e Zoom.........................................................................107

    Figura 111 Outras informaes ...........................................................................................108

    Figura 112 - Soluo .............................................................................................................108

    Figura 113 Aba resultado ....................................................................................................109

    Figura 114 Grfico de deformao......................................................................................109

    Figura 115 Matrizes.............................................................................................................110

    Figura 116 Clulas ocultas ..................................................................................................111

    Figura 117 Clulas ocultas ..................................................................................................112

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Principais funes do Excel para clculo matricial ...............................................41

    Quadro 2 Frmulas Exemplo 4..............................................................................................52

    Quadro 3 Frmulas Exemplo 4..............................................................................................54

    Quadro 4 Tipos de Variveis (Fonte: Ajuda do Visual Basic) ..............................................76

    Quadro 5 Estruturas de Controle ...........................................................................................78

    Quadro 6 Reaes Ansys e Planilha (Exemplo 5) .................................................................94

    Quadro 7 Deslocamentos nodais Ansys e Planilha (Exemplo 5) ...........................................94

    Quadro 8 Foras e tenses axiais Ansys e Planilha (Exemplo 5) ..........................................94

    Quadro 9 Dados do Exemplo 6 .............................................................................................95

    Quadro 10 - Dados do Exemplo 6 ............................................................................................95

    Quadro 11 Resultado do Exemplo 6 reaes nodais .............................................................95

    Quadro 12 Resultado do Exemplo 6, deslocamentos nodais.................................................95

    Quadro 13 - Resultado do Exemplo 6, fora e tenso axial .....................................................96

    Quadro 14 Coordenadas (Exemplo 7) ...................................................................................97

    Quadro 15 Elementos (Exemplo 7) .......................................................................................97

    Quadro 16 - Resultado do Exemplo 7, reaes nodais .............................................................98

    Quadro 17 - Resultado do Exemplo 7, deslocamentos nodais .................................................99

    Quadro 18 - Resultado do Exemplo 7, foras e tenses axiais.................................................99

    Quadro 19 Clulas Nmero de elementos e Numero de ns...............................................111

    Quadro 20 Frmulas colunas G, H e I .................................................................................111

    Quadro 21 Frmulas coluna X ............................................................................................112

    Quadro 22 Frmulas coluna AA, AB e AC.........................................................................112

    Quadro 23 Frmulas coluna AD, AE e AF .........................................................................112

    Quadro 24 Frmulas coluna AG, AH e AI..........................................................................112

    Quadro 25 Frmulas coluna AJ e AK .................................................................................112

    Quadro 26 Frmulas coluna AN e AO ................................................................................112

    Quadro 27 Frmulas coluna AP e AQ.................................................................................112

    Quadro 28 Frmulas coluna AR e AS.................................................................................113

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    CAD - Computer Aided DesignCAE - Computer Aided EngineeringMEF - Mtodo dos Elementos FinitosVBA - Visual Basic for Applications

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................................17

    2 CONCEITOS TERICOS ELEMENTOS FINITOS..........................................18

    2.1 Histrico (SORIANO, 2003)...................................................................................18

    2.2 Teoria do Mtodo dos Elementos Finitos................................................................19

    2.2.1 Funcionamento do Mtodo de Elementos Finitos................................................20

    2.2.2 Comparao entre solues exatas e solues por Elementos Finitos .................21

    2.2.3 Procedimentos gerais para anlise por elementos finitos.....................................25

    3 LGEBRA MATRICIAL E EXCEL.....................................................................26

    3.1 Nomenclaturas Usadas ............................................................................................27

    3.2 Operaes com Matrizes .........................................................................................28

    3.3 Sistema de Equaes e Matrizes..............................................................................29

    3.4 Solues...................................................................................................................30

    3.4.1 Obteno de Sistemas Equivalentes atravs de Operaes Elementares .............30

    3.4.2 Inverso de matriz ................................................................................................32

    3.5 Transformaes Lineares.........................................................................................34

    3.5.1 Reflexes ..............................................................................................................35

    3.5.2 Rotao .................................................................................................................37

    3.5.3 Translao.............................................................................................................38

    3.5.4 Projeo ................................................................................................................38

    3.5.5 Escala....................................................................................................................39

    3.6 Uso do Excel............................................................................................................39

    4 MATRIZ DE RIGIDEZ, ELEMENTO TIPO MOLA E BARRA ......................42

    4.1 Elemento Mola Linear .............................................................................................42

    4.2 Elemento Barra Elstica ..........................................................................................47

    4.3 Energia de Deformao e 1 Teorema de Castigliano.............................................49

    5 TRELIA..................................................................................................................59

    5.1 Trelia Plana ............................................................................................................59

    5.1.1 Trelia Simples .....................................................................................................60

    5.2 Trelias Espaciais ....................................................................................................61

  • 5.3 Formulao do Elemento finito para problemas de Trelia Espacial......................64

    5.3.1 Sistema de Coordenadas Locais e Globais...........................................................64

    5.3.2 Matriz Transformada ............................................................................................65

    6 VBA NO EXCEL E ALGORITMOS .....................................................................69

    6.1 Gravar uma Macro...................................................................................................70

    6.2 Caixa de Ferramentas de Controle ..........................................................................73

    6.3 Declarando Variveis ..............................................................................................76

    6.4 Declarando Arrays ou Matrizes...............................................................................78

    6.5 Estruturas de Controle .............................................................................................78

    6.6 Algoritmos ...............................................................................................................79

    7 RESULTADOS.........................................................................................................88

    8 CONCLUSO.........................................................................................................102

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................103

    BIBLIOGRFIA .......................................................................................................104

    APNDICE A ............................................................................................................105

    A.1 Uso da Planilha ....................................................................................................105

    A.2 Frmulas da Planilha ...........................................................................................106

    A.3 Cdigo Fonte .......................................................................................................113

  • 17

    1 INTRODUO

    O Mtodo de Elementos Finitos (MEF) um eficiente mtodo numrico de

    resoluo de problemas em meios contnuos. Mtodo muito difundido e utilizado para

    resoluo de elementos mecnicos, eletromagnticos, fluidos e transferncia de calor.

    Porm foi na anlise de elementos mecnicos que este mtodo mais se desenvolveu e

    mais difundido.

    Modernos softwares de anlise de problemas de engenharia, conhecidos como

    CAE (Computer Aided Engineering), usufruem do MEF. Alguns exemplos destes

    softwares so o Ansys, Nastran, Abaqus, Cosmos entre outros.

    Antes da evoluo da computao os problemas de engenharia eram analisados

    em escala reduzida em laboratrios, o que era muito dispendioso. Apesar dos conceitos

    da bsae do MEF ter originado em meados de 1930 sua aplicao prtica era invivel,

    porque para atingir a preciso necessria os clculos matriciais eram demasiadamente

    grandes para serem realizados manualmente. Somente com o advento do computador,

    no ps-guerra (dcada de 1950 em diante) que o MEF comeou a ser utilizada e

    desenvolvida efetivamente. Atualmente a anlise laboratorial de muitos problemas de

    engenharia deixaram de ser necessrios, pois os resultados computacionais utilizando

    MEF so to prximos do real que se podem considerar exatos no ramo da engenharia,

    isso tem reduzido muito o custo dos projetos.

    Este trabalho ir mostrar a aplicao dos conceitos de MEF na anlise de

    qualquer estrutura treliada por meio do software Microsoft Excel e recursos de

    programao do Visual Basic for Aplication (VBA).

    O Excel est presente na maioria dos computadores que utilizam a plataforma

    Microsoft Windows, portanto a anlise de problemas de engenharia proposta no

    trabalho possui grande portabilidade de um computador para outro. O Excel possui

    recursos de calculo matricial, recursos de programao por meio do VBA entre outras

    ferramentas que facilita a aplicao do MEF.

    Este trabalho est voltado para a anlise de trelias espaciais e tem o intuito de

    mostrar recursos do software Excel para anlise do problema fsico usando MEF.

  • 18

    2 CONCEITOS TERICOS ELEMENTOS FINITOS

    2.1 Histrico (SORIANO, 2003)

    A teoria do MEF surgiu em 1955 como evoluo da anlise matricial de modelos

    reticulados (concebida no incio da dcada de 1930 na indstria aeronutica britnica),

    juntamente com a disponibilidade dos computadores digitais devido a necessidade de

    projetar estruturas de modelos contnuos. Foi concebido inicialmente por engenheiros

    aeronuticos com a inteno de realizar anlises de distribuio de chapas da asa do

    avio. Formulado pioneiramente por Argyris e Kesley em 1955 (republicada em 1960)

    e por Turner, Clough, Martin e Topp (1956).

    Em 1962 Gallagher, Padlog e Bijlaard foram os primeiros realizar anlise

    tridimensional de tenses por MEF, foi quando se considerou tambm o efeito da

    temperatura em slidos de forma complexa.

    Em 1963 Gallagher e Padlog introduziram o deslocamento de vigas e placas ao

    MEF, foi considerado o efeito da no linearidade geomtrica e a determinao de

    cargas crticas.

    As primeiras formulaes at ento eram feitos por formulao direta, pois partia

    de uma abordagem fsica e intuitiva e utilizava os princpios dos deslocamentos. No

    tinha critrio que garantisse a convergncia para a soluo exata.

    Em 1963 Melosh apresenta o MEF partindo da minimizao da grandeza escalar

    funcional da energia potencial total. Em 1965 Veubuke apresentou a formulao do

    mtodo partindo de outras funcionais da mecnica dos slidos deformveis. Porm a

    base do mtodo j havia sido formulada por Lord Rayleigh em 1870, Walther Ritz em

    1909 e por Richard Courant em 1943, percebeu-se ento que o MEF um caso

    particular do mtodo de Rauleigh-Ritz. Denominou-se este mtodo como formulao

    variacional.

    A formulao variacional permitiu a resoluo de diversos problemas em meios

    porosos, transferncia de calor e eletrostticos, alm dos de meio continuo.

    Em 1967 Zienkiewicz e Cheug publicam o primeiro livro inteiramente dedicado

    ao mtodo de elementos finitos.

  • 19

    Aps a formulao variacional verifica-se que o mtodo pode ser formulado

    diretamente a partir de equaes diferenciais e respectivas condies de contorno de

    problema continuo com a aplicao do mtodo de Galerkin que um dos mtodos de

    resduos ponderados. Foi denominado formulao de resduos.

    Portanto, as equaes algbricas podem ser obtidas atravs de formulaes

    diretas, variacional ou residual.

    2.2 Teoria do Mtodo dos Elementos Finitos

    Ele a base da tecnologia CAE (Computer Aided Engineering) que auxilia no

    projeto e anlises de problemas envolvendo estruturas mecnicas (unidimensional,

    bidimensional, tridimensional) lineares ou no-lineares, dinmicas ou estticas,

    transferncia de calor, eletromagntico, etc. O mtodo uma forma econmica para

    obter resultados e anlise desses problemas, pois muitas vezes dispensa a construo

    de modelos em escala e realizao de diversos ensaios dispendiosos.

    O Mtodo dos Elementos Finitos (MEF), s vezes chamado de Anlise de

    Elementos Finitos, segundo Hutton (2004) uma tcnica computacional para obter

    solues aproximadas de problemas de valores de contorno, comumente usado na

    engenharia. Apesar de obter uma soluo aproximada pode-se considerar exata na

    engenharia, graas aos avanos tecnolgicos alcanados. Os problemas de valor de

    contorno so equaes diferenciais com uma ou mais variveis dependentes, estas

    variveis precisam satisfazer certas restries, as chamadas condies de contorno. Os

    problemas de valores de contorno tambm so conhecidas como problemas de varivel

    de campo. Variveis de campo so variveis dependentes da equao diferencial. E as

    condies de contorno so variveis de campo com valores especficos. Para cada

    problema fsico existe um tipo de varivel de campo, alguns exemplos so o

    deslocamento, a temperatura, o fluxo de calor entre outros.

  • 20

    2.2.1 Funcionamento do Mtodo de Elementos Finitos

    Para melhor ilustrar o funcionamento do MEF considere um volume feito de um

    material (ou materiais) com propriedades fsicas conhecidas, como mostra a Figura 1

    (a). Este volume representa o domnio de um problema de valor de contorno a ser

    resolvido. Para simplificar assume-se um caso bidimensional com uma varivel de

    campo genericamente representado por yx, que est definida em qualquer ponto

    yxP , qualquer que seja equao (ou equaes) que rege o domnio, e capaz de

    satisfazer exatamente qualquer ponto. Ou seja, capaz de obter solues exatas para

    qualquer que seja o ponto yxP , dentro do domnio. Porm para obter solues em

    domnios de geometria complexa demorado e pode ser invivel. Para estes casos o

    MEF prope uma poderosa tcnica para obteno de solues aproximadas e junto da

    computao digital possvel encontrar solues para problemas de engenharia

    complexos com boa preciso.

    Figura 1 Domnio (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 2)

    Considerando agora um elemento triangular de tamanho finito representando um

    subdomnio como mostra Figura 1 (b). A varivel de campo segundo Hutton (2004)

    para este subdomnio ser:

    332211 ,,,, yxNyxNyxNyx (1)

  • 21

    Onde 1 , 2 e 3 sero valores da varivel de campo (incgnitas ou condies de

    contorno) para os respectivos ns 1, 2 e 3 e 1N , 2N e 3N so funes de interpolao

    para estes ns. O problema foi simplificado e limitado a um pequeno subdomnio

    representado por trs ns, a sua soluo mais fcil e rpida de ser encontrada, pois

    geometricamente mais simples. Porm simples demais para representar todo o

    domnio para isso criado diversos elementos finitos triangulares conforme Figura 1

    (c), desse modo aproxima-se mais do domnio original e consequentemente

    aproximando da soluo exata.

    Os diversos elementos finitos interligados pelos ns garantem a continuidade da

    varivel de campo. Hutton (2004) diz que no caso de uma descontinuidade, um gap,

    no domnio pode significar uma separao de material em problemas estruturais ou

    diferentes temperaturas para um mesmo n no caso da transferncia de calor. A

    continuidade das variveis de campo necessria para formulao dos elementos

    finitos, e por este motivo que muitos problemas utilizam variveis de campos que no

    interessam ao usurio. No caso de problemas estruturais so usados o deslocamento

    como varivel de campo para a formulao do elemento finito, porm o interesse

    maior est nas deformaes e tenses. A deformao definida em termos da primeira

    derivada do deslocamento e a deformao no continua ao longo do domnio. E de

    acordo com a intensidade desta descontinuidade possvel verificar a preciso e

    convergncia da soluo obtida.

    2.2.2 Comparao entre solues exatas e solues por Elementos Finitos

    O processo de representao do domnio por elementos finitos conhecido como

    gerao de malha (em ingls meshing) e o resultado desta gerao de malhas de

    elementos finitos so as malhas de elementos finitos (em ingls finit element mesh).

    Geralmente, so usados elementos que no possuem lados curvos o que torna

    impossvel gerar uma malha de elementos que cubram todo o domnio conforme a

    Figura 2.

  • 22

    Figura 2 Gerao de Malha (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 4)

    Ao diminuir o tamanho dos elementos e consequentemente aumentando sua

    quantidade essa nova representao ser capaz de abranger melhor o domnio.

    Intuitivamente est sendo feito um refinamento (incremento) da malha de elemento

    finito e por consequncia convergindo a soluo para a soluo exata.

    Para exemplificar tal caracterstica considere um tronco cnico slido engastado

    em uma extremidade e sujeita a um carregamento na outra extremidade conforme

    mostra a Figura 3.

    Figura 3 Tronco Cnico (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 5)

    Foi considera como elementos finitos barras cilndricas de comprimentos iguais

    variando somente as reas conforme mostra Figura 3 (b). A seguir esto alguns

    grficos mostrando o comportamento do sistema para a soluo exata e para diferentes

    quantidades de elementos finitos empregados.

    Para obteno da soluo exata necessrio realizar integrao do raio ao longo

    do comprimento para encontrar o deslocamento. Obviamente para este problema a

    soluo no to complexa, mas para problemas com geometria mais detalhada a

  • 23

    soluo exata invivel. Os grficos a seguir ilustraro a eficincia e preciso do

    MEF.

    A Figura 4 mostra o deslocamento real do tronco e dos elementos finitos ao

    longo do comprimento. Note que quanto maior o nmero de elementos finitos maiores

    a convergncia para a curva da soluo exata isso pode ser melhor visto na Figura 5.

    Na Figura 6 possvel perceber a descontinuidade existente no MEF para este

    problema, a tenso no continua como o deslocamento.

    Variao de Delta

    0

    0,005

    0,01

    0,015

    0,02

    0,025

    0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2x

    Del

    ta

    Delta RealDelta (MEF) para 1 elementosDelta (MEF) para 2 elementosDelta (MEF) para 5 elementosDelta (MEF) para 20 elementos

    Figura 4 Deslocamento nodal em funo do comprimento x

  • 24

    Convergncia do Delta

    0,0040

    0,0079

    0,0143

    0,0178

    0,01890,0193

    0

    0,005

    0,01

    0,015

    0,02

    0,025

    0 5 10 15 20

    N de Elementos

    Del

    ta (x

    =L)

    Soluo ExataDeltas

    Figura 5 Convergncia dos elementos para soluo exata

    Tenso

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    0 0,5 1 1,5 2 2,5x

    Tens

    o

    Tenso (MEF) para 1 elementoTenso (MEF) para 2 elementoTenso (MEF) para 5 elementoTenso (MEF) para 20 elemento

    Figura 6 Tenso em funo do comprimento x

    O refinamento para este problema poderia ser feito com mais de 20 elementos,

    porm necessrio o usurio compreender as necessidades exigidas para cada projeto

    e depender tambm da experincia e conhecimento terico de cada engenheiro.

    Lembrando que quanto maior o refinamento maior ser o uso de capacidade e tempo

  • 25

    computacional alm do custo maior com mo-de-obra e dependendo do projeto

    analisado esse refinamento no se faz necessrio vai depender do engenheiro saber a

    prioridade.

    2.2.3 Procedimentos gerais para anlise por elementos finitos

    As etapas descritas a seguir, de acordo com Moaveni (2003) e Hutton (2004), so

    seguidas para o uso do MEF, mesmo os softwares comerciais seguem tais passos

    apesar de s vezes no estarem to evidentes. As etapas so:

    Fase de Pr-Processamento descreve e define o problema, nesta fase inclui:

    1) Criar e discretizar o domnio em elementos finitos, ou seja, dividir o problema

    em ns e elementos, conhecido tambm como gerao de malhas;

    2) Usar uma funo que descreva o fenmeno fsico do comportamento de um

    elemento;

    3) Desenvolver equaes para o elemento;

    4) Montar a matriz global de rigidez;

    5) Aplicar as condies de contorno, condies iniciais e carregamentos;

    6) Definir propriedades dos elementos;

    Citando uma mxima da computao, garbage in, garbage out em portugus

    entra lixo, sai lixo. Esta fase a mais importante, se o problema for definido errado

    no esperada uma soluo correta.

    Fase de Soluo

    7) Achar a soluo das equaes lineares ou no-lineares desse modo obtendo os

    resultados nodais, como tambm os valores de deslocamento nos diferentes ns (no

    caso de problemas estruturais) ou as diferentes temperaturas nos ns (no caso de

    problemas de transferncia de calor).

    Ps-processamento

    8) Obter outras informaes, como tenses principais, fluxo de calor, modelos

    dinmicos animados, modelos coloridos, etc.

    Caber ao engenheiro dizer se a soluo est satisfatria e condizente com a

    teoria j conhecida.

  • 26

    3 LGEBRA MATRICIAL E EXCEL

    Antes de dar continuidade ao desenvolvimento do mtodo faz-se necessrio a

    apresentao de conceitos bsicos de calculo matricial, e como este trabalho prope o

    uso do Excel com o MEF, ser explicado, quando possvel, o uso de matriz no

    Excel.

    O uso de matriz muito comum no meio computacional para resolver sistemas

    de equaes lineares e realizar transformaes lineares. A matriz uma tabela

    bidimensional de ordem m x n (m linhas e n colunas) e no caso unidimensional so

    chamados de vetor. Tanto a matriz quanto o vetor esto dentro de uma categoria

    chamada array na programao de computadores.

    Os array mantm elementos de dados de mesmo tipo, pode assumir dimenses

    maiores que a matriz (bidimensional), cada elemento possui uma posio dentro do

    array, e para acessar determinado elemento necessrio conhecer sua posio

    identificada por ndices no caso das matrizes e vetores elas so representadas da

    seguinte forma:

    mnmm

    n

    n

    aaa

    aaaaaa

    A

    ...

    .....

    21

    22221

    11211

    Figura 7 Matriz ordem mxn

    mv

    vv

    V 21

    Figura 8 Vetor-coluna ordem m

    nvvvV 21Figura 9 Vetor-linha ordem n

    Por convenincia as matrizes sero representadas por colchetes [] e os vetores {}

    por chaves. Por meio dos ndices conhece-se a posio de cada elemento no caso do

    elemento na primeira linha e segunda coluna da matriz da Figura 7 o elemento a12representado pelos ndices 1 e 2.

  • 27

    3.1 Nomenclaturas Usadas

    Matriz quadrada so as matrizes de ordem n x n.

    Diagonal principal da matriz so todos os elementos aij da matriz quadrada onde

    i=j.

    Diagonal secundria da matriz so todos os elementos aij da matriz quadrada de

    ordem n onde i+j=n+1.

    Matriz identidade In so matrizes quadradas de ordem n x n com a diagonal

    principal formada por elementos iguais a 1 e os outros elementos igual a 0, conforme

    mostra a Figura 10.

    1...00

    0..100...01

    nI

    Figura 10 Matriz Identidade

    A matriz identidade quando multiplicada por outra matriz de ordem compatvel

    no altera a matriz, por exemplo, MIn=M=ImM sendo a matriz M de ordem m x n.

    Matriz inversa, a matriz A-1 dita inversa de A quando o produto entre as

    matrizes resulta na matriz identidade (AA-1=I).

    Sendo A matriz de ordem m x n com elementos aij a transposta At ser de ordem

    n x m e elementos aji, ou seja, os elementos da linha de A so as colunas de At e as

    colunas de A so as linhas de At, conforme mostra Figura 11.

    nmnn

    m

    m

    ttransposta

    mnmm

    n

    n

    aaa

    aaaaaa

    A

    aaa

    aaaaaa

    A

    ...

    .....

    ...

    .....

    21

    22212

    12111

    21

    22221

    11211

    Figura 11 Matriz Transposta

    Note que a diagonal principal, quando a matriz for quadrada, permanece

    inalterada.

    Matriz simtrica ocorre quando A=At, portanto s ocorre em matrizes quadrada.

  • 28

    3.2 Operaes com Matrizes

    Multiplicao por escalar possvel efetuar uma multiplicao de uma matriz

    por um nmero escalar real qualquer, para isso basta multiplicar todos os elementos da

    matriz pelo nmero. A diviso pode ser feita multiplicando o inverso do nmero

    escalar aos elementos da matriz. Porm nunca se deve dividir um nmero escalar por

    uma matriz. Veja a Figura 12.

    mnmm

    n

    n

    mnmm

    n

    n

    kakaka

    kakakakakaka

    aaa

    aaaaaa

    kkA

    ...

    .....

    ...

    .....

    21

    22221

    11211

    21

    22221

    11211

    Figura 12 Matriz multiplicada por escalar

    Adio e subtrao entre matrizes so feitas somente entre matrizes de mesma

    ordem, considere A e B, ambas as matrizes, de ordem m x n somando (ou subtraindo)

    os elementos de mesma posio. Ou seja, AB=C onde os elementos cij=aijbij. Veja o

    resultado na Figura 13.

    mnmnmmmm

    nn

    nn

    mnmm

    n

    n

    mnmm

    n

    n

    bababa

    babababababa

    bbb

    bbbbbb

    aaa

    aaaaaa

    BA

    ...

    .....

    ...

    .....

    ...

    .....

    2211

    2222222121

    1112121111

    21

    22221

    11211

    21

    22221

    11211

    Figura 13 Adio e Subtrao das matrizes

    Multiplicao entre matrizes s pode ser feita se, e somente se, a matriz A de

    ordem m x p multiplicar uma matriz B de ordem p x n, a matriz resultante desta

    operao ser a matriz C de ordem m x n onde os elementos cij so dados pela equao

    (2):

    pjipjijiij bababac ...2211 (2)

    O resultado ser conforme Figura 14.

  • 29

    pnpp

    n

    n

    mpmm

    p

    p

    bbb

    bbbbbb

    aaa

    aaaaaa

    AB

    ...

    .....

    ...

    .....

    21

    22221

    11211

    21

    22221

    11211

    pnmpnmnmpmpmmpmpmm

    pnpnnpppp

    pnpnnpppp

    bababababababababa

    babababababababababababababababababa

    ............

    ...........

    ............

    221122221211212111

    222212122222212211221221121

    121211121221212111121121111

    Figura 14 Multiplicao entre matrizes

    3.3 Sistema de Equaes e Matrizes

    Os sistemas de equaes so facilmente representados na forma matricial, e

    consequentemente podem ser manuseadas e resolvidas no computador.

    Considere um sistema de equaes genrica representada na Figura 15:

    mnmnmm

    nn

    nn

    cxaxaxa

    cxaxaxacxaxaxa

    ...

    ......

    2211

    22222121

    11212111

    Figura 15 Sistema de equaes

    Para representar na forma de matriz o sistema de equaes acima, uma matriz

    representar os coeficientes das equaes mantendo sua posio na linha e na coluna

    correspondente, essa matriz ir multiplicar a matriz coluna (ou vetor) com as variveis,

    essa multiplicao ser igual matriz coluna contendo os termos independentes. A

    aparncia final do sistema de equaes da Figura 15 na forma de matriz ser conforme

    Figura 16.

    mnmnmm

    n

    n

    c

    cc

    x

    xx

    aaa

    aaaaaa

    2

    1

    2

    1

    21

    22221

    11211

    ...

    .....

    Figura 16 Sistema equaes na forma matricial

  • 30

    Um dos pr-requisitos para que um sistema de equaes lnear tenha uma nica

    soluo a quantidade de incgnitas ser igual quantidade de equaes, portanto as

    matrizes geralmente sero quadradas e tero ordem m x n com m=n.

    3.4 Solues

    De acordo com a Figura 16 possvel obter a soluo do sistema de equaes

    linear simplesmente encontrando a inversa da matriz e multiplicando ao vetor com

    termos independentes.

    Aqui ser apresentado um mtodo para obteno da soluo do sistema de

    equaes matricial.

    3.4.1 Obteno de Sistemas Equivalentes atravs de Operaes Elementares

    Dois sistemas so ditos equivalentes se um sistema de equaes possui a mesma

    soluo do outro. E possvel obter sistemas equivalentes realizando as seguintes

    operaes elementares:

    I Permuta entre duas equaes.

    II Multiplicao de uma equao por um nmero real diferente de zero.

    III Substituio de uma equao previamente multiplicada por nmero real

    diferente de zero e somada outra equao.

    E por meio do uso sucessivo e finito dessas operaes elementares possvel

    chegar soluo do sistema.

    Exemplo 1

    Veja a seguir um exemplo do procedimento.

    Todas as operaes so descritas indicando a linha que est sofrendo alterao e

    a operao que esta sendo feita. Abaixo cada linha est sendo multiplicada por um

    nmero para que todos os coeficientes de x sejam iguais a 1.

  • 31

    21

    41

    21

    3

    2

    1

    24482

    16224

    10642

    L

    L

    L

    zyx

    zyx

    zyx

    No caso de permuta entre linhas o procedimento conforme mostrado abaixo. A

    linha 2 e 3 sero trocadas entre si.

    23

    1224

    422

    532L

    zyx

    zyx

    zyx

    Substituio de equaes somada com outra equao mostrada abaixo.

    133

    122

    422

    1224

    532

    LLL

    LLL

    zyx

    zyx

    zyx

    32

    21

    3

    2

    12

    72

    30

    720

    532

    L

    L

    zyx

    zyx

    zyx

    233

    32

    370

    27

    20

    532

    LLLzyx

    zyx

    zyx

    176

    3

    617

    61700

    27

    20

    532

    Lzyx

    zyx

    zyx

    Note que abaixo da diagonal principal formaram-se zeros, at este ponto o

    processo conhecida como Eliminao de Gauss.

    Agora ser realizado substituies por equaes somadas com outra equao

    previamente multiplicada por um valor real, diferente de zero, para obter zeros acima

    da diagonal principal.

    10027

    20

    532

    21

    3

    322

    311

    zyx

    zyx

    zyxLLL

    LLL

    100300802 211 2

    zyxzyxzyx LLL

    100300200

    zyxzyxzyx

  • 32

    Note que o procedimento a ser seguido zerar as variveis abaixo da diagonal

    principal e depois zerar as variveis acima da diagonal principal, o resultado ser a

    matriz identidade.

    132

    100010001

    zyx

    Portanto a soluo do sistema o sistema equivalente representado pela matriz

    identidade que obtida por meio do uso finito de operaes elementares. Para facilitar

    a visualizao geralmente o sistema de equaes representado usando uma matriz

    com os coeficientes e os termos independentes separadas por um trao vertical

    conforme a figura a seguir.

    m

    selementareoperaes

    mmnmm

    n

    n

    s

    ss

    c

    cc

    aaa

    aaaaaa

    2

    1

    2

    1

    21

    22221

    11211

    1...00

    0..100...01

    ...

    .....

    Figura 17 Soluo por meio de operaes elementares

    3.4.2 Inverso de matriz

    Outra forma de obter a soluo do sistema de equaes pode ser atravs da

    inversa da matriz, como mostrado na sequncia abaixo.

    CXA (3)

    CAXAA 11 (4)

    CAXI 1 (5)

    Da mesma forma que uma sequncia finita de operaes elementares pode

    transformar uma matriz na matriz identidade, a matriz identidade pode ser

    transformada na matriz inversa usando essa mesma sequncia de operaes. Para

    facilitar visualmente o processo a matriz identidade colocada do lado da matriz a ser

    invertida separada por um trao vertical. Conforme mostra Figura 18.

  • 33

    1AIIA selementareoperaes

    Figura 18 Obteno de matriz inversa

    Exemplo 2

    Para exemplificar ser usada a matriz do sistema do Exemplo 1.

    244821622410642

    zyxzyxzyx

    21

    3

    41

    2

    21

    1

    100010001

    482224642

    L

    L

    L

    23

    21

    41

    21

    21

    21

    000000

    2411

    321L

    133

    122

    0000

    00

    1241321

    41

    21

    21

    21

    21 LLL

    LLL

    32

    3

    21

    2

    00

    00

    0120321

    41

    21

    21

    21

    21

    27

    23 L

    L

    23300

    00

    1010

    321

    61

    31

    41

    41

    21

    37

    21

    LLL 17634

    16

    112

    7

    41

    41

    21

    617

    21 0

    00

    0010

    321

    L

    321

    22

    311 3

    343

    171

    347

    41

    41

    21

    21 0

    00

    10010

    321LLL

    LLL 211 2

    343

    171

    347

    347

    341

    345

    349

    173

    344

    100010021 LLL

    343

    171

    347

    347

    341

    345

    345

    348

    346

    100010001

    Para comprovar que esta a matriz inversa, situado no lado direito do trao

    vertical, basta multiplic-la pela matriz dos coeficientes. O resultado ser a matriz

    identidade.

    100010001

    482224642

    343

    171

    347

    347

    341

    345

    345

    348

    346

    A soluo do sistema pode ser obtida usando a equao (5).

    132

    241610

    343

    171

    347

    347

    341

    345

    345

    348

    346

    zyx

    Existem casos em que a matriz no possui inversa, ou seja, o sistema no possui

    uma nica soluo ou simplesmente no possui soluo. O sistema linear pode receber

    as seguintes classificaes quanto soluo:

  • 34

    Para o caso do sistema linear compatvel determinado existir uma nica soluo,

    a matriz com os coeficientes ser inversvel. E a soluo na forma matricial tem a

    seguinte aparncia:

    132

    100010001

    zyx

    Para o sistema linear compatvel indeterminado existir mais de uma soluo,

    geralmente infinitas. Costuma ter menos equaes que o nmero de variveis, portanto

    no possui inversa. O resultado aps a sequncia de operaes elementares ter a

    seguinte aparncia:

    032

    000010001

    zyx

    Para o sistema linear incompatvel no existir soluo, portanto no ter inversa.

    Geralmente possui igualdades incoerentes. O resultado aps a sequencia de operaes

    elementares ter a seguinte aparncia:

    132

    000010001

    zyx

    3.5 Transformaes Lineares

    As transformaes lineares so funes que trabalham com espaos vetoriais, ou

    seja, so funes vetoriais. Seu uso muito comum em softwares que trabalham com

    grficos vetorizados como softwares CAD e jogos.

    Sejam V e W espaos vetoriais,

    uma transformao linear se as seguintes propriedades ocorrerem:

    I T(u+v)=T(u)+T(v)

    Sistema Linear-Compatvel(possui soluo)

    -Incompatvel

    -Determinado (possui uma soluo)-Indeterminado (possui mais de uma soluo)

  • 35

    II T(ku)=kT(u)

    para Vvu, e Rk .

    Na computao o uso das transformaes lineares se d atravs da forma

    matricial. A seguir algumas transformaes mais utilizadas.

    3.5.1 Reflexes

    3.5.1.1 Reflexo em relao aos planos coordenados

    Figura 19 Reflexo do ponto (x,y,z) nos trs planos

    A equao (6) refere-se a reflexo ao plano XOY, equao (7) ao plano XOZ e

    equao (8) ao plano YOZ.

    zyx

    100010001

    (6)

    zyx

    100010001

    (7)

    zyx

    100010001

    (8)

  • 36

    3.5.1.2 Reflexo em relao aos eixos coordenados

    Figura 20 Reflexo ao eixo X

    zyx

    100010001

    (9)

    zyx

    100010001

    (10)

    zyx

    100010001

    (11)

  • 37

    3.5.1.3 Reflexo na origem

    Figura 21 Reflexo na Origem

    zyx

    100010001

    (12)

    3.5.2 Rotao

    Figura 22 Rotao em torno do eixo Z

    As equaes (13), (14) e (15) representam rotao em torno do eixo z, y e x

    respectivamente.

  • 38

    zyx

    sensen

    zz

    zz

    1000cos0cos

    (13)

    zyx

    sen

    sen

    xx

    xx

    cos0010

    0cos(14)

    zyx

    sensen

    yy

    yy

    cos0cos0

    001(15)

    3.5.3 Translao

    A translao feita conforme equao (16), necessrio aumentar uma linha no

    vetor das coordenadas x, y e z devido ao tamanho da matriz transformao.

    11000100010001

    zyx

    vvv

    z

    y

    x

    (16)

    Os vx, vy e vz sero os valores somados s respectivas coordenadas.

    Uma forma alternativa para translao :

    zyx vvv

    zyx100010001

    1 (17)

    3.5.4 Projeo

    Esta transformao mais utilizada para que elementos tridimensionais sejam

    exibidos no monitor, plotter, etc. A matriz transformao abaixo representa a projeo

  • 39

    no plano z=0. Para projetar em outros planos basta usar a matriz identidade e substituir

    o valor 1 por zero no respectivo plano a ser projetado.

    zyx

    000010001

    (18)

    A equao (18) representa uma projeo paralela ortogonal. As linhas da vista da

    projeo so paralelas entre si e perpendicular ao plano de projeo.

    Existem duas formas de projeo as paralelas e em perspectivas. Dentro dessas

    categorias existem subcategorias. Somente citando alguns tipos existem a isomtrica,

    bi-mtrica e tri-mtrica essas esto na categoria projees paralelas, as projees

    perspectivas as linhas da projeo convergem para um ponto, conhecido como ponto

    de fuga.

    3.5.5 Escala

    Transformaes usando escalas so usadas para reduo e aumento de objetos.

    zyx

    vv

    v

    z

    y

    x

    000000

    (19)

    Outra forma de usar a escala multiplicar o vetor por um valor escalar.

    3.6 Uso do Excel

    Neste tpico ser apresentado o uso do Excel para realizar clculos matriciais.

    Cada linha e coluna das clulas do Excel podem ser consideradas linhas e colunas

    de uma matriz. A Figura 23 mostra valores destacados no quadro vermelho e pode ser

    considerada uma matriz de ordem 3x3. Esses valores so os mesmo usados nos

    Exemplo 1e Exemplo 2.

  • 40

    Figura 23 Matriz no Excel

    Sero mostradas algumas operaes que pode ser feita com matrizes.

    De forma geral as operaes com matrizes no Excel seguem os seguintes passos:

    1 Passo: Selecionar clulas vazias com a quantidade de linha e colunas da

    matriz resultante, conforme Figura 24.

    Figura 24 1 Passo para operao com matriz no Excel

    2 Passo: Digitar na barra de formulas a frmula.

    Figura 25 2 Passo para operao com matriz no Excel

    3 Passo: Segurar os botes Ctrl+Shift e depois aperte Enter.

    Figura 26 3 Passo para operao com matriz no Excel

    Note a presena de chaves em torno da frmula, na barra de formula, essa a

    representao de matriz no Excel. Qualquer modificao na frmula dessa nova matriz

    preciso selecionar todas as clulas envolvidas.

    O quadro abaixo mostrar algumas operaes que pode ser feitas no Excel em

    portugus.

  • 41

    Quadro 1 Principais funes do Excel para clculo matricialOperao Barra de Formula ExemploSoma =Clulas1+Clulas2

    Figura 27 Soma no ExcelProduto

    Escalar

    =Escalar*Clulas

    Figura 28 Escalar no ExcelProduto

    Matricial

    =MATRIZ.MULT(Clulas1;Clulas2)

    Figura 29 Multiplicao no ExcelDeterminante =MATRIZ.DETERM(Clulas)

    Figura 30 Determinante no ExcelMatriz

    Inversa

    =MATRIZ.INVERSO(Clulas)

    Figura 31 Matriz inversa no ExcelTransposta =TRANSPOR(Clulas)

    Figura 32 Transposta no Excel

    O determinante o nico caso de operao com matriz que no necessita seguir

    os passos anteriores.

  • 42

    4 MATRIZ DE RIGIDEZ, ELEMENTO TIPO MOLA E BARRA

    O calculo matricial a forma pela qual o MEF trabalha. E por essa razo foi

    adotado e popularizou-se no meio computacional. A matriz de rigidez a matriz de

    maior importncia dentro do mtodo. nela que esto embutidas as principais

    informaes para a soluo do problema, como tipo de elemento finito usado,

    geometria, propriedade dos materiais, conexo entre os elementos, ou seja, a matriz de

    rigidez traduz o comportamento do sistema. Conforme o estimulo externo atuante

    sobre o sistema a ser analisado, a matriz de rigidez mostrar como o sistema reagir.

    Os estmulos externos so diversos, para cada tipo de problema pode ser empregado

    um ou mais tipo, alguns exemplos so: carregamento, fora, fluxo de calor, etc.

    O uso do termo rigidez bem apropriado, pois a matriz mostrar tambm o

    quanto difcil ou fcil tirar o sistema de seu estado inicial, de forma paralela pode-se

    comparar a matriz de rigidez ao mdulo de rigidez da mola, quanto maior seu valor

    mais difcil para comprimi-la ou tracion-la e quanto menor o valor mais fcil para

    deform-la.

    O uso da mola nestas analogias no uma coincidncia, ela utilizada como

    forma comparativa nos estudos mais bsicos de MEF e Resistncia dos Materiais.

    4.1 Elemento Mola Linear

    Este o elemento mais simples e comumente usado para introduzir no estudo do

    MEF.

    A mola linear como um mero dispositivo mecnico capaz de suportar esforos

    axiais somente, e sua deformao, quando submetido a trao ou compresso,

    diretamente proporcional a fora aplicada, representada pela equao (20).

    kF (20)

    onde F a fora, k a constante de proporcionalidade conhecida como constante de

  • 43

    Figura 33 Elemento mola (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 20)

    A formulao do elemento mola feito de por meio direto, sem necessidade de

    demonstrao matemticas ou clculos complexos.

    Os elementos conectam-se pelos ns i e j estes podem sofrer deslocamento ui e ujcausadas pelas foras fi e fj respectivamente. Por convenincia arbitrado a direo do

    eixo coordenado x coincidente com a deformao axial do elemento. Por enquanto

    ser tratado somente o sistema de coordenadas unidimensional.

    As equaes a seguir descrevem o comportamento do sistema:

    ij uu (21)

    Substituindo (21) em (20):

    )( ij uukkf (22)

    Para o equilbrio jiji ffff 0 reescrevendo a equao (22) para termos

    das foras em cada n:

    )( iji uukf (23)

    )( ijj uukf (24)

    As equaes (23) e (24) forma um sistema de equaes que escritas na forma

    matricial ser:

    j

    i

    j

    i

    ff

    uu

    kkkk

    (25)

    De forma simplificada ser expressa como:

    fuke (26)

    Onde,

    kkkk

    ke(27)

  • 44

    Onde [ke] representa a matriz de rigidez do sistema, {u} o vetor com os

    deslocamentos nodais e {f} o vetor com as foras nodais do elemento.

    A matriz de rigidez (27) de ordem 2x2 significa que o elemento possui 2

    deslocamentos nodais ou 2 graus de liberdade.

    Um sistema ou elemento que possui N graus de liberdade corresponder a uma

    matriz de rigidez quadrada de ordem NxN.

    Esta foi a representao de um nico elemento e para o casos em que feita a

    representao de um elemento isoladamente do resto do sistema so usados os termos

    sistema local ou do elemento. Por exemplo, [ke] a matriz de rigidez do elemento

    ou matriz de rigidez do sistema local, isso ocorre tambm com o sistema de

    coordenadas existir um sistema de coordenadas local para cada elemento.

    A soluo do problema reduz-se a um simples calculo matricial do tipo:

    fku e1 (28)

    O elemento mola formulada isoladamente no possui soluo, seria necessrio a

    restrio do seu movimento em um dos ns ou conectado a outro elemento de um

    sistema maior. Ao tentar resolver este sistema matricial ser encontrado um sistema

    linear compatvel indeterminado. E como necessria uma soluo em especfico

    necessrio restringir o movimento em um ou mais ns. E essas restries so as

    chamadas condies de contorno.

    At o momento foi analisado o elemento individualmente do sistema global.

    Porm para encontrar a soluo do sistema global necessrio relacionar elemento a

    outro, para isso necessrio montar o sistema de equaes matricial global que ser

    chamado de sistema global.

    Para mostrar o desenvolvimento da soluo ser mostrado no exemplo a seguir:

    Exemplo 3

    Considere um sistema formado por duas molas, definido conforme a Figura 34:

    Figura 34 Dois elementos mola (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 23)

  • 45

    O sistema possui 3 ns (portanto 3 deslocamentos ou 3 graus de liberdade), os 2

    elementos mola esto conectadas por um dos ns.

    Analisando cada elemento individualmente encontra-se o seguinte diagrama de

    corpo-livre.

    Figura 35 Diagrama de corpo-livre (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 24)

    Considerando o diagrama de corpo-livre individualmente de cada elemento em

    equilbrio expressa-se a condio de equilbrio para cada mola usando a equao (25).

    )1(2

    )1(1

    )1(2

    )1(1

    11

    11

    ff

    uu

    kkkk

    (29)

    )2(3

    )2(2

    )2(3

    )2(2

    22

    22

    ff

    uu

    kkkk

    (30)

    possvel notar algumas relaes entre o sistema global com os sistemas locais

    acima, que so:

    1)1(

    1 Uu (31)

    2)2(

    2)1(

    2 Uuu (32)

    3)2(

    3 Uu (33)O sistema global possui a matriz de rigidez global da ordem 3x3, j que possui 3

    ns e portanto 3 graus de liberdade. Desse modo necessrio tornar a matriz de rigidez

    do sistema local para o tamanho compatvel (3x3). Para isso adiciona-se 0 (zeros) nas

    respectivas linha e colunas das matrizes locais no qual falta a representao da varivel

    deslocamento. O sistema deste exemplo ficar do seguinte modo:

    000000

    )1(2

    )1(1

    3

    2

    1

    11

    11

    ff

    UUU

    kkkk

    (34)

    )2(3

    )2(2

    3

    2

    1

    22

    22

    0

    00

    000

    ff

    UUU

    kkkk (35)

    Fazendo a soma de (34) e (35) encontra-se:

  • 46

    )2(3

    )2(2

    )1(2

    )1(1

    3

    2

    1

    22

    2211

    11

    0

    0

    fff

    f

    UUU

    kkkkkk

    kk

    (36)

    Pelo diagrama de corpo-livre possvel saber:

    1)1(

    1 Ff (37)

    2)2(

    2)1(

    2 Fff (38)

    3)2(

    3 Ff (39)Fazendo as devidas substituies de (37), (38)e (39) em (36) encontra-se o

    seguinte sistema global:

    3

    2

    1

    3

    2

    1

    22

    2211

    11

    0

    0

    FFF

    UUU

    kkkkkk

    kk(40)

    A maneira simplificada de representar o sistema :

    }{}]{[ FUK (41)

    Note que foram usadas letras minsculas nos elementos do sistema locais e

    maisculas para o sistema global, alm de numeraes para diferenciar ns dos

    elementos mola.

    Para encontrar a soluo do sistema falta aplicar a condio de contorno.

    Considere que o n 1 est engastado, portanto no sofrer deslocamento. Para aplicar a

    condio de contorno basta eliminar as linhas e colunas da matriz e dos vetores na

    posio correspondente ao n restringido, neste caso o as linhas 1 da matriz de rigidez

    e vetores e coluna 1 da matriz de rigidez. O sistema matricial ficar:

    3

    2

    3

    2

    22

    221

    FF

    UU

    kkkkk

    (42)

    Agora basta inverter a matriz de rigidez e multiplicar pelo vetor das foras.

    3

    2

    21

    21

    1

    11

    3

    2

    1

    11

    FF

    kkkk

    k

    kkUU

    (43)

  • 47

    4.2 Elemento Barra Elstica

    O elemento barra elstica ou simplesmente barra tambm conhecida como Spar,

    Link ou Truss (trelia) muito similar a mola, porm possui uma formulao mais

    geral, tambm possui mais aplicaes, como estruturas treliadas, prticos

    bidimensionais e tridimensionais. Suporta somente esforos axiais como o elemento

    mola.

    Para fazer a formulao deste elemento finito necessrio realizar algumas

    consideraes:

    - a barra reta

    - o material obedece a lei de Hooke

    - as foras aplicadas ocorrem somente nas suas extremidades

    - sofre somente esforos axiais. Toro, momento e flexo no so transmitidos

    ao longo dos elementos devido suas conexes. Para isso ocorrer consideram-se os

    elementos conectados por pinos ou juntas esfricas, permitindo a rotao dos

    elementos em torno do n.

    A formulao a seguir apresentada por Hutton (2004, p. 32).

    A Figura 36 representa uma barra de comprimento L, o deslocamento axial

    coincidente a coordenada x. Os ns 1 e 2 localizados nas extremidades e o

    deslocamento ao longo da barra descrito por uma funo u(x), o n 1 est engastado

    e no sofre deslocamento. A funo nos ns 1 e 2 satisfaz ui(x=0)=0 e uj(x=L)=1. Esta

    uma funo continua u(x) que pode ser expressa em termos de ui e uj e considerando a

    existncia das funes de interpolao Ni(x) e Nj(x) encontra-se a funo (44).

    jjii uxNuxNxu )()( (44)

    Figura 36 Elemento barra elstica (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 32)

  • 48

    Para encontrar as funes de interpolao sero usados os seguintes valores de

    contorno:

    iuxu )0( juLxu )( (45)Usando as equaes (44) e (45) encontra-se os seguintes condies de contorno

    que precisam satisfazer as funes de interpolao.

    1)0(iN 0)0(jN (46)0)(LNi 1)(LN j (47)

    Por se tratar de um elemento com 2 graus de liberdade pode-se usar um

    polinmio linear para descrever cada funo de interpolao:

    xaaxNi 10)( (48)xbbxN j 10)( (49)

    Aplicando as condies (46) e (47) nas funes (48) e (49) encontra-se:

    LxxNi 1)( (50)

    LxxN j )( (51)

    A funo u(x) reescrita ficar:

    ji uLxu

    Lxxu 1)( (52)

    Na forma matricial:

    j

    iji u

    uxNxNxu )()()( (53)

    A partir dos conceitos de resistncia dos materiais, uma barra de seco A,

    cumprimento L e sofrendo um carregamento P

    dado por:

    dxAEFd

    L

    0

    (54)

    Considerando o elemento com seco constante o ser:

    AEFL

    (55)

    Onde E o modulo de elasticidade do material. A constante de rigidez da mola

    equivalente ser:

    LAE

    Fk (56)

  • 49

    Geralmente usado a deformao do material nos clculos da resistncia do

    material, como a formulao trabalha com deslocamento necessrio relacionar a

    deformao com o deslocamento. Considerando a barra elstica com uma deformao

    uniaxial sabe-se que:

    dxdu

    x (57)

    Aplicando (52) em (57):

    Luu ij

    x (58)

    A tenso axial, pela lei de Hooke, dada por:

    Luu

    EE ijxx (59)

    A fora axial :

    ijx uuLAEAF (60)

    Considerando as foras nodais fi e fj em equilbrio fi+fj=0, atravs de (60) tem-se:

    iji uuLAEf (61)

    ijj uuLAEf (62)

    Expressando o sistema formado por (61) e (62) na forma matricial:

    j

    i

    j

    i

    ff

    uu

    LAE

    1111

    (63)

    A matriz de rigidez dada por:

    1111

    LAEke (64)

    4.3 Energia de Deformao e 1 Teorema de Castigliano

    A formulao a seguir apresentada por Hutton (2004, p. 38).

    Outra forma de se obter a formulao de que envolve deslocamento dos ns

    atravs do uso da Energia de Deformao combinado com o 1 Teorema de

    Castigliano. O trabalho mecnico de deformao W de um ponto 1 ao ponto 2 dado

    por:

  • 50

    rdFW2

    1

    (65)

    onde:

    kdzjdyidxrd (66)Reescrevendo (66):

    kdzFjdyFidxFWz

    zz

    y

    yy

    x

    xx

    2

    1

    2

    1

    2

    1

    (67)

    Considerando um elemento s com deformao uniaxial, F=k o trabalho

    mecnico para uma nica direo dado por:

    dkW0

    (68)

    2

    21 kW (69)

    Aplicando (56) em (69):

    2

    21

    LAEW (70)

    Aplicando (55) em (69):2

    21

    AEFL

    LAEW (71)

    2

    21

    AEFL

    LAEW (72)

    VW21

    (73)

    Onde V o volume deformado da barra e 21 a energia de deformao por

    unidade de volume ue. A energia de deformao por unidade de volume dada por:

    due0

    (74)

    A energia de deformao U dada por:n

    iiWU

    1(75)

    No caso uniaxial com uma nica carga sendo aplicada:

    VWU21

    (76)

    O 1 Teorema de Castigliano afirma que a derivada parcial da energia de

    deformao em relao ao deslocamento do n i igual a fora aplicado neste n:

  • 51

    ii

    Uf (77)

    Combinando as equaes (58), (59) e (74):

    222

    2 222

    121

    21

    ijijij

    xxx uuuuLAEAL

    Luu

    EALEVU (78)

    Aplicando o 1 Teorema de Castigliano em relao a cada n:

    ijii

    uuL

    AEfU (79)

    ijjj

    uuL

    AEfU (80)

    Note que as equaes (79) e (80) so iguais a (61) e (62).

    O Exemplo 4 mostra a utilizao dos conceitos do elemento barra e os

    procedimentos utilizados em MEF atravs do Excel.

    Exemplo 4

    Ser usado um tronco cilndrico cnico, as informaes j foram usadas

    anteriormente no tpico 2.2.2, veja a Figura 37.

    Figura 37 Tronco cnico do Exemplo 4 (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 36)

    O raio ao longo do cone dado por:

    LrrLxrxr 00 (81)

    A rea A(x) ao longo de x ser:2

    002

    LrrLxrxrxA (82)

  • 52

    Atravs da equao (54) o deslocamento devido fora F dado por:11

    2

    00

    i

    i

    i

    i

    x

    xL

    x

    x rrLxr

    dxEFdx

    ExAF

    (83)

    )(1

    )(1

    )( 000100

    2

    rrxLrrrxLrrrEFL

    LiLiL

    (84)

    Usando o Excel e as equaes (84) e (59) para obter a o deslocamento e tenso ao

    longo do comprimento ser obtido o resultado da Figura 38. Est a soluo exata do

    problema.

    Figura 38 Planilha para soluo do Exemplo 4

    As clulas marcadas em amarelo podem ser modificadas, facilitando a avaliao

    de troncos cnicos cilndricos de dimenses e propriedades diferentes por meio

    iterativo.

    Para facilita a reproduo da planilha abaixo no Quadro 2 esto descrito as

    frmulas mais relevantes. Os termos em destaque em negrito sero os nicos valores a

    mudarem em cada clula.Quadro 2 Frmulas Exemplo 4Clulas FrmulasA9 =$B$4/20+A8B9 =$E$2*$B$4^2/(PI()*$E$3*$H$4)*(1/($H$3-A9*$H$4)-1/($H$3-$A$8*$H$4))C9 =B9*$E$3/$B$4

    Para o uso de MEF as seguintes etapas foram executadas:

  • 53

    Pr-processamento

    Discretizar o domnio da soluo em elementos finitos (gerao de malha), a

    barra ser discretizada em ns e elementos conforme Figura 39. A exatido do

    problema ser dada pela quantidade de ns e elementos adotados. Est sendo

    assumindo 20 elementos de comprimentos iguais e 21 ns, as reas mdias estipuladas

    so dadas por:

    21 ii

    iAAA (85)

    Figura 39 Discretizao do tronco cnico do Exemplo 4 (adaptado de HUTTON 1 st ed. p. 36)

    Usar o elemento mais apropriado para descrever o comportamento do sistema,

    neste caso ser o elemento do tipo barra elstica j formulada anteriormente, descrita

    pelo sistema matricial (63).

    Montar a matriz rigidez global:

    2121

    212120

    544

    4433

    3322

    2211

    11

    0000000000

    0000000000000000000000

    kkkkk

    kkkkkkk

    kkkkkkkk

    kk

    Keq (86)

  • 54

    Para obter a soluo ser aplicada a condio de contorno. Como a barra est

    engastada, portanto u1=0 tambm informado que na outra extremidade da barra

    possui um carregamento F. Ento o sistema de equaes lineares fica:

    Fuu

    uuuu

    kkkkk

    kkkkkkk

    kkkkkkk

    0

    0000

    00000000

    00000000000000

    21

    20

    5

    4

    3

    2

    2121

    212120

    544

    4433

    3322

    221

    (87)

    Completando a outra parte da planilha e usando as equaes (81), (82), (85) e

    (56), o resultado ser como apresentado na Figura 40.

    Figura 40 Planilha usando as equaes (81), (82), (85) e (56) (Exemplo 4)

    Para facilita a reproduo da planilha no Quadro 3 esto descrito as frmulas

    mais relevantes. Os termos em destaque em negrito sero os nicos valores a mudarem

    em cada clula.Quadro 3 Frmulas Exemplo 4Clulas FrmulasE8 =0E9 =SE(($B$4/$H$2+E8)>$B$4;$B$4;$B$4/$H$2+E8)F8 =$B$2-E8*$H$4/$B$4G8 =PI()*F8^2I9 =(G8+G9)/2J9 =I9*$E$3/($B$4/$H$2)

  • 55

    Para aplicar a condio de contorno na matriz de rigidez elimina-se a 1 linha e a

    1 coluna da matriz, j que no n um seu deslocamento est restrito, na planilha ficar

    da seguinte forma de acordo com a equao matricial (87):

    Figura 41 Matriz de rigidez com condio de contorno aplicada no Excel (Exemplo 4)

    Fase de Soluo

    Resolver o sistema de equaes, para resolver o sistema de equaes lineares

    basta inverter a matriz de rigidez descrito em (87) (j com a condio de contorno

    aplicada) e multiplic-la pelo vetor das foras nodais.

    '' 1' fKueq

    (88)

    Onde 1'eq

    K a inversa da matriz de rigidez com as condies de contorno.

    A matriz inversa pelo Excel usando a funo MATRIZ.INVERSO ser:

    Figura 42 - Inversa no Excel (Exemplo 4)

    O vetor das foras nodais ser:

  • 56

    Figura 43- Vetor dos carregamentos nodais (Exemplo 4)

    Multiplicando a matriz e o vetor com a funo MATRIZ.MULT ser obtida os

    deslocamentos .

    Figura 44 Deslocamento nodais no Excel (Exemplo 4)

    Ps-processamento

    No ps-processamento sero obtidas outras informaes.

    A informao que pode ser obtida atravs dos deslocamentos a tenso normal,

    dada pela equao (59). Atravs do Excel ser obtido o seguinte resultado:

  • 57

    Figura 45 Ps-processamento no Excel (Exemplo 4)

    Outra informao que pode ser obtida so as foras de reao Ri nos ns da barra, fornecida por:

    fuKR eq (89)Tem-se ento:

    Fuu

    uuuuu

    kkkkk

    kkkkkkk

    kkkkkkkk

    kk

    RR

    RRRRR

    0

    00000

    0000000000

    0000000000000000000000

    21

    20

    5

    4

    3

    2

    1

    2121

    212120

    544

    4433

    3322

    2211

    11

    21

    20

    5

    4

    3

    2

    1

    (90)

    Obtm-se a soluo:

    00

    0000

    21

    20

    5

    4

    3

    2

    1 F

    RR

    RRRRR

    (91)

  • 58

    Para verificar a convergncia dos dados veja os grficos abaixo:

    0

    0,002

    0,004

    0,006

    0,008

    0,01

    0,012

    0,014

    0 0,5 1 1,5 2 2,5x

    Del

    taMEF com 20 elementos

    Figura 46 Deslocamentos nodais em funo do comprimento x (Exemplo 4)

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    0 0,5 1 1,5 2 2,5

    x

    Tens

    o

    Figura 47 Tenses em funo do comprimento x (Exemplo 4)

  • 59

    5 TRELIA

    Segundo Beer e Johnston Jnior (1980) a trelia um tipo de estrutura da

    engenharia comumente usado em construo de prdios e pontes onde se busca uma

    soluo ao mesmo tempo prtica, econmica e esttica. Uma trelia ideal consiste de

    barras retas conectadas e articuladas nas juntas. Conectadas somente nas extremidades,

    sendo assim, nenhuma barra continua aps uma junta, como mostra a Figura 48 (b)

    diferentemente da Figura 48 (a) em que o segmento AB constitudo de uma nica

    barra.

    Figura 48 (a) Trelia no ideal (b) Trelia ideal (adaptado de BEER e JOHNSTON JNIOR 3 ed.)

    As cargas nas trelias so aplicadas nas juntas, raramente so aplicadas ao longo

    das barras, pois suas barras so delgadas e no resistem tais esforos.

    As juntas podem ser unidas por pinos, solda, rebites ou parafusos, porm para

    efeito didtico elas so consideradas pinadas e articuladas. Desta forma os nicos

    esforos suportados pela trelia so os esforos axiais.

    Os materiais utilizados na sua construo podem ser tubos de ao, alumnio,

    perfil L, barras de metal, estruturas de madeira, etc.

    Na anlise dessas estruturas geralmente ignora-se o peso da estrutura, pois a

    carga aplicada geralmente muito maior.

    5.1 Trelia Plana

    As trelias planas ou bidimensionais so estruturas treliadas em que todos seus

    elementos podem ser representados num mesmo plano.

  • 60

    A trelia na Figura 49 quando submetido a uma carga provavelmente sofrer uma

    deformao na sua estrutura original. A trelia na Figura 52 sob a mesma carga sofrer

    somente a deformao do material, somente seu comprimento, este tipo de trelia

    conhecida como trelia rgida, denomina-se rgida, pois ela no entrar em colapso

    (desde que no ultrapasse os limites de resistncia do material). O objetivo de um

    projetista ser sempre construir uma trelia rgida.

    Figura 49 Estrutura no rgida (adaptado de BEER e JOHNSTON JNIOR 3 ed.)

    Figura 50 Estrutura rgida (adaptado de BEER e JOHNSTON JNIOR 3 ed.)

    5.1.1 Trelia Simples

    Segundo Beer e Johnston Jnior (1980) a trelia triangular a trelia rgida mais

    elementar e a partir dela pode-se construir trelias rgidas maiores, para isto basta

    adicionar mais duas barras a trelia triangular ligadas em diferentes ns existentes e

    interligadas a um novo n conforme Figura 51. O processo pode ser repetido diversas

    vezes e sempre obter uma trelia rgida. Trelias constitudas desta forma so

    conhecidas como trelias simples. Mas nem sempre as trelias simples so constitudas

    por formas triangulares. Como mostra a Figura 52 a trelia rgida e construda

    adicionado duas barras e no constitudo somente de geometria triangular.

    Figura 51 Trelia simples (adaptado de BEER e JOHNSTON JNIOR 3 ed.)

  • 61

    Figura 52 Trelia rgida com geometria quadriltera (adaptado de BEER e JOHNSTON JNIOR 3 ed.)

    Nem sempre trelias rgidas so simples como o caso da trelia Fink e

    Baltimore mostrado na Figura 53. Todas as outras da figura so trelias simples, j que

    podem ser construdas conforme a descrio anterior.

    Figura 53 Tipos de Trelia plana (fonte: BEER e JOHNSTON JNIOR 3 ed. p. 219)

    5.2 Trelias Espaciais

    Toda vez que barras retas so unidas de forma a construir uma configurao

    tridimensional denomina-se a estrutura como trelia espacial.

  • 62

    A forma mais elementar dentre as trelias espaciais formada por 6 barras e 4

    ns formando assim um tetraedro. De forma anloga trelia simples bidimensional,

    adicionando mais trs barras a trelia tetradrica pode-se obter uma estrutura rgida

    maior conhecida como trelia espacial simples. Como mostra a Figura 54 Abaixo.

    Figura 54 Trelia espacial (fonte: BEER e JOHNSTON JNIOR 3 ed. p. 227)

    O uso da de estruturas espaciais, em especial as trelias, muito recente, sua

    primeira aplicao comercial ocorreu na dcada de 30 pela indstria alem MERO. Na

    dcada de 60 surgem outras empresas europeias e americanas que utilizaram tambm

    essas estruturas espaciais.

    No Brasil um marco na engenharia e arquitetura nacional ocorreu entre as

    dcadas de 60 e 70, foi a construo do Centro de Exposies do Anhembi, em So

    Paulo, primeira trelia espacial em grandes dimenses, este marco impulsionou o uso

    destas estruturas em todo pas.

    Figura 55 Trelia espacial, totalmente montada no cho, do Centro de Exposies do Anhembi dias antes de ser erguida por guindastes. (fonte: http://eventoemfoco.wordpress.com/2009/07/08/espacial-do-

    anhembi-ainda-no-chao)

  • 63

    Figura 56 Vista area do Centro de Exposies do Anhembi (fonte: http://www.anhembi.com.br/) Figura 57 Vista interna do Centro de Exposies do Anhembi (fonte: http://www.anhembi.com.br/)

    Por causa da fcil fabricao dos elementos, montagem, transporte e sua

    viabilidade econmica o uso da trelia espacial em grandes ambientes tem sido bem

    comum em todo o mundo.

    As formas mais comuns para conectar os elementos so mostradas nas figuras a

    seguir.

    Figura 58 Junta esfrica MERO Figura 59 Junta em cruzeta

    Figura 60 Junta com ponta amassada

    Para que a as cargas aplicadas nas estruturas concentrem-se nos ns os tipos de

    conexes mais apropriadas e mais condizente com a teoria, so as representadas na

    Figura 58 e Figura 59. Porm a forma mais usada a apresentada na Figura 60 por

    serem as mais econmicas, este tipo de conexo impede a rotao em torno dos ns

    causando esforos como toro, momento e flexo, alm no terem uma boa esttica.

  • 64

    5.3 Formulao do Elemento finito para problemas de Trelia Espacial

    O elemento finito a ser utilizado a barra elstica, j descrita e formulada no

    capitulo anterior. Porm, at o momento foram usadas coordenadas unidimensionais

    para formular os elementos, agora que ser apresentada a estrutura tipo trelia usando

    MEF faz-se necessrio o uso das coordenadas bidimensionais e tridimensionais.

    5.3.1 Sistema de Coordenadas Locais e Globais

    comum na modelagem em CAD trabalhar com sistema de coordenadas locais e

    globais, principalmente em desenhos tridimensionais, no intuito de facilitar o

    modelamento.

    Figura 61 Estrutura no sistema global XYZ

    Figura 62 - Elemento no sistema local xyz

    Na Figura 61 mostrada uma estrutura no sistema de coordenadas global XYZ

    (com letras maisculas). Isolando a barra formada pelos ns 1 e 4 foi arbitrado um

    sistema de coordenadas local xyz (letras minsculas) para facilitar a formulao do

    elemento finito, onde o zero coincidente com o n 1 e o eixo x coincidente com eixo

  • 65

    axial da barra. O elemento finito ser exatamente o mesmo que a barra elstica j

    apresentada. O sistema de equaes matricial ser a (92) exatamente igual a (63).

    4

    1

    4

    1

    1111

    ff

    uu

    LAE (92)

    possvel realizar esse mesmo processo para todas as outras barras e obter um

    sistema de coordenadas locais para cada elemento e um sistema de equaes matriciais

    para cada elemento. Porm para montar o sistema global necessrio converter cada

    sistema de coordenadas local no sistema de coordenadas global. Essa converso feita

    pela matriz transformada.

    5.3.2 Matriz Transformada

    Na Figura 63 exibida uma barra de comprimento L com sistema de coordenadas

    , X Y Z so os

    ngulos formados por em relao ao sistema global (estes ngulos tambm so

    conhecidos como ngu