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1 Ano XVI - Nº 51 - Janeiro , Fevereiro e Março / 2013 - Rua Piauí, 220, 5º andar - Santa Efigênia - BH/MG CEP: 30150-320 Impresso Fechado Pode ser aberto pela ECT TECNOLOGIA PARA IDENTIFICAR FRAUDES Equipamento portátil faz a análise completa do leite e detecta adulterações pág. 11 FUSÕES NAS INDÚSTRIAS LÁCTEAS Grandes empresas visam criar marcas globalizadas págs. 6 e 7 EXCELÊNCIA NO NEGÓCIO EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS Mudou-se Em ___/___/___ Responsável ________________ Ausente Endereço insuficiente Desconhecido Não procurado Não existe o nº indicado Recusado Falecido Indústrias adotam normas e buscam certificações para tornarem-se mais competitivas págs. 8 a 10

excelência no negócio - Silemgsilemg.com.br/wp-content/uploads/2015/01/silemg_edicao_51.pdf · em embalagens de 400g e 850g, além das tradicionais garrafinhas de 170g. Expansão

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fusões nas indúsTrias lácTeasGrandes empresas visam criar marcas globalizadaspágs. 6 e 7

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EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS

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Indústrias adotam normas e buscam certificações para tornarem-se mais competitivaspágs. 8 a 10

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expedienTe

ANO XVI / Número 51 / Janeiro, Fevereiro e Março de 2013SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: BimestralImpressão: Gráfica CBG Artes Gráficas / Tiragem: 3.500

DIRETORIA EXECUTIVAGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodocePresidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaVice-presidenteJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTAAntônio Fernandes de Carvalho - Laticínios Union LtdaArmindo José Soares Neto - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéBernardo Bahia - Laticínios MB LtdaCarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro LtdaCarlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de Itambacuri LtdaCarlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/ACarlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing/DPA NestléCarolino da Silva Brito Neto - Coop. de Laticínios Teófilo Otoni LtdaCícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez LtdaClaudinei Ribeiro Chaves - Laticínios Bom Gosto LtdaEstevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos LtdaHumberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/AIvan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio LtdaJaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista LtdaJoão Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda/CemilJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/AJosé Márcio Fernandes Silveira - CristaulatJosé Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares LtdaJuarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/ALéo Luiz Cerchi – Scalon & Cerchi LtdaLúcia Alvarenga - Laticínios Lulitati LtdaMarcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios LtdaMarcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria LtdaMarcos Campos Dell’Orto - Coop. Agropecuária de Resplendor LtdaMarcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirantes LtdaMaurício Chucre de Castro Silva- Puroleite Industrial LtdaOlavo Imbelloni Hosken - Laticínios Marília S/ARicardo Cotta Ferreira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéRodrigo de Oliveira Pires - Brasil Foods S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida LtdaVicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. LtdaWelson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri LtdaWellington Silveira de Oliveira Braga - Laticínios Bela Vista LtdaWilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Nilton Gomes Barbosa - Coop. dos Produtores de Leite de Leopoldina de Resp. LtdaLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/ARoberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial LtdaCONSELHO FISCAL SUPLENTEAna Paula Reis Lopes - Laticínios Nutrileite Ind. e Com. LtdaElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceFrancisco Rezende Alvarenga - Alvarenga & Cia. LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - SUPLENTESLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda

Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Editorial: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Licia LinharesRedação: Bárbara Fonseca, Hellem Malta, João Luís Chagas e Rita CardosoFotos: Arquivo Pessoal, Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Serro, Laticínios Barbosa e Marques/Divulgação, Laticínios MB/Divulgação, Leandro Bifano, MPerez, Cia. da Foto, Ronaldo Guimarães e ShutterstockCapa: ShutterstockProjeto Gráfico, Diagramação e Ilustrações: Obah Design

A indústria de produtos de origem animal tem um selo compulsório de controle que é dis-ciplinado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), Mapa, pelas Secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Minas Gerais, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), além dos selos concedidos pelas inspeções municipais, conhecido como Selo SIM. Entretanto, algumas indústrias lácteas têm buscado a certificação fa-cultativa, por exemplo, as normas ISO, Certileite, entre outras, que considero uma tendência mun-dial, controlada por empresas certificadoras que aferem a cadeia produtiva. Essa normativa “extra” visa obter segurança alimentar, ambiental e social.

Quando este tipo de certificação afere a qualidade, ela proporciona benefícios para as empresas e os consumidores ao garantir um pro-duto seguro e a supervisão externa aos processos industriais. No caso do produtor, a certificação assegura a saúde humana e animal e a higiene operacional, o que resulta em mais eficiência e melhor remuneração pelo leite produzido.

Os investimentos para se obter uma certifi-cação costumam ser altos. Porém, as normas ISO são referências internacionais de garantia de pro-cessos industriais, sendo, em muitos casos, pré-re-quisitos na decisão de compra feita por várias em-presas. Apesar de ser uma certificação em início de implantação, o Certileite, em um futuro próxi-mo, também constará no check list dos compra-dores, o que justifica os investimentos realizados.

Além disso, uma indústria certificada pode aumentar o seu público consumidor e sair na

frente da concorrência. Isso é possível através do reconhecimento de sua marca pelos clientes e pela exigência dos compradores. Nos negócios entre indústrias lácteas, as visitas com a finalidade de auditoria para fechar os contratos de compra já são prática corrente, uma espécie de “filha ca-çula” da certificação.

Outra tendência mundial é a fusão de em-presas do setor que dá origem aos complexos industriais de laticínios. Essa entrada no mercado de empresas de grande porte trará ajustes, bene-fícios e também sacrifícios. Se por um lado haverá melhoria na logística e na exigência de qualidade da matéria-prima, por outro lado, a incapacidade de adaptação pode trazer o fechamento de in-dústrias com menor capacidade competitiva.

Para as pequenas indústrias fica a nossa mensagem de que o universo industrial se divide não só entre grandes e pequenos, mas, principal-mente, entre competentes e incompetentes, e que desafios são feitos para serem superados.

Boa leitura!

Guilherme OlintoPresidente do Silemg

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Os produtores mineiros irão contar a partir de agora com três Centros de Maturação. Os espaços, que terão uma estrutura completa para atender às exigências das leis federais, possibilitarão que os queijos artesanais passem a ser comercializados em outros estados do Brasil.

Os produtos que chegarem aos entrepostos – localizados nas tra-dicionais regiões do Serro, Canastra e Salitre – passarão por um pro-cesso de limpeza e ficarão de 14 dias (Serro) a 21 (Canastra e Salitre) em maturação para, posteriormente, serem embalados e distribuídos.

Para maturar o queijo de forma adequada é preciso controlar, constantemente, a temperatura e a umidade do ambiente. Essas me-didas, apesar de simples, são dispendiosas para os produtores. “Du-rante a maturação, o queijo adquire os parâmetros microbiológicos e físico-químicos exigidos pela legislação, o que garante a qualidade do produto. Os entrepostos de maturação vêm atender a essa demanda”, explica a assessora técnica da Secretaria de Estado de Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento (Seapa), Ana Helena Cunha.

Cada um dos centros de maturação terá a capacidade de proces-sar 4,5 toneladas de queijo a cada ciclo. Eles serão gerenciados pelas cooperativas das regiões da Canastra, Salitre e Serro e só poderão ser utilizados pelas queijarias que estão devidamente cadastradas no Insti-tuto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Com a criação dos Centros de Maturação, os queijos artesanais de Minas poderão ser comercializados em outros estados brasileiros

Para promover a exportação do leite nacional, o Brasil vai investir R$ 2,3 milhões até 2014. A meta é exportar mais de US$ 82 milhões de leite e deri-vados até o final do próximo ano. Para alcançar esse resultado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) firmaram um convênio, no dia 21 de fevereiro.

Desde 2008, o país deixou de ser exportador de leite e passou à con-dição de importador. A crise internacional provocou recuo nas compras e aumentou o protecionismo no mercado mundial. Com os investimentos, a expectativa do governo brasileiro é que, em uma década, a exportação de leite, queijos, manteiga e demais derivados chegue a R$ 1 bilhão, supe-rando os valores de 2008.

O governo vai disponibilizar R$ 1,9 milhão e a OCB arcará com R$ 372 mil. Após dois anos, poderão ser investidos novos valores. Além disso, por meio do convênio deverá ser concedido crédito subsidiado aos produtores, disponibilizado dentro do Programa Pronaf Mais Alimentos,

para a aquisição de 3.600 itens como tratores, ordenhadeiras e resfriadores. Importadores, jornalistas e formadores de opinião estrangeiros serão con-vidados a visitar o Brasil para conhecer o trabalho do setor e fazer negócios. Os mercados mais visados são Angola, Arábia Saudita, Argélia, China, Egi-to, Emirados Árabes, Iraque e Venezuela.

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o sabor do verão

faTuramenTo em dobro

giro nos associados

Pensando em suprir a demanda por sabores cítricos, refrescantes e pouco calóricos – típicos do Verão –, a Batavo incorporou o sabor maracujá à linha Pense Zero. Segundo a diretora de Marketing Lácteos da empresa, Luciane Matiello, a novidade, inédita nos produtos de baixa caloria, atende à demanda dos consumidores. “Os clientes buscam alimentos nutritivos que preservem o gosto natural da fruta e o nosso lançamento entrega exatamente isso”, ressalta.

Foi na biomimética – estudo sobre as estruturas biológicas – que a empresa de laticínios buscou inspiração para o novo conceito de seus produtos. “Queremos ser reconhecidos como uma marca inovadora”, afirma Luciane.

Desde janeiro nos supermercados, o lançamento – que segue o conceito da Batavo de incluir pedaços de fruta na composição dos iogurtes – é comercializado em embalagens de 400g e 850g, além das tradicionais garrafinhas de 170g.

Expansão do negócio. Esse é o objetivo do presidente da Danone Brasil, Mariano Lozano, que busca atingir o faturamento de mais de R$ 2 bilhões em 2013, mantendo o compromisso de dobrar o tamanho da empresa a cada cinco anos. Em 2008, a receita bruta da filial brasileira era de cerca de R$ 1 bilhão. “Temos que crescer ao menos 15% em cada ano para cumprir esta meta. Já faz nove anos que estamos fazendo isso e queremos manter a mesma ‘pegada’ agora”, afirma o executivo.

Para ele, o iogurte não é considerado mais como “artigo de luxo”, mas um produto que pode ser consumido diariamente. Frente a

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Novo iogurte da Batavo tem pedaços de maracujá e preserva o gosto natural da fruta

O lançamento de novos produtos, como o iogurte Grego, está ajudando no crescimento da Danone

essa nova realidade, a Danone enxerga grande potencial para crescimento já que, segundo Lozano, o brasileiro toma um iogurte a cada sete dias. No mesmo período, por exemplo, o argentino ingere três, os portugueses quatro e os franceses sete.

“Nosso sonho é crescer o bolo e não apenas uma fatia dele. Fizemos o reposicionamento da marca-mãe (Danone) no ano passado e estamos crescendo com o Activia também. Temos ainda vários lançamentos previstos para a região Sudeste do país, com foco nas Classes A e B”, informa o empresário.

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ficial e a produção de leite. O nosso principal objetivo é utilizar tecno-logia simples, existentes em nossos centros de pesquisa, que permitam ao produtor ganhar dinheiro com leite. Atualmente, 326 produtores são atendidos pelo Pró-Campo, sendo 286 em Goiás e 40 em Minas. A nossa expectativa é chegar a 500.

Hoje, temos um dos maiores preços pagos no mundo para os pro-dutores de leite e, mesmo assim, eles não conseguem ter lucro satisfató-rio com a atividade. Os nossos indicadores de produção leiteira são os piores do mundo, por isso, acredito que com a participação das indús-trias como agente de mudanças podemos modificar o cenário atual. Não vejo só a assistência técnica prestada por órgãos públicos como solução, mas sim, uma união de esforços no sentido de se buscar melhores índi-ces, capitaneado pela indústria.

A boa notícia é que, após conhecer o nosso trabalho, cerca de 10 indústrias já iniciaram seus projetos de assistência técnica e uma indús-tria está implantando um Centro de Apoio Técnico. Acredito que até o fim de 2013 teremos mais 10 laticínios envolvidos nesta iniciativa. O benefício do trabalho não é só para a indústria, mas principalmente para o produtor, que ao receber assistência técnica, passa a ter melhores índi-ces de produtividade e consequentemente maiores ganhos na atividade, aumento na produção e melhoria na qualidade do leite, trazendo desen-volvimento para toda a cadeia láctea.

*Diretor de Expansão e Política Leiteira do Laticínios Bela Vista

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ponTo de visTa

*Por Luiz Magno de Carvalho

A pecuária leiteira é uma das atividades rurais que menos se desenvol-veu no país. Os nossos índices são muito baixos, o que faz com que essa ati-vidade seja, apesar de bem remunerada, pouco lucrativa. Por isso, a melhor saída é ter uma boa assistência técnica gerencial, onde indústria e produ-tores buscam juntos, resultados compensadores. Dessa forma, a indústria de laticínios pode e deve atuar como agente de mudanças para oferecer ao produtor mais conhecimento, novas tecnologias e ferramentas de trabalho que os tornem eficientes na produção de leite e permitam o desenvolvi-mento e o crescimento da cadeia láctea em Minas Gerais e no Brasil.

Por acreditar que a pecuária leiteira tem perfeitas condições de se tornar uma atividade economicamente viável e ambientalmente corre-ta, desde que se implantem programas de assistência técnica gerencial, tenho levado um pouco da experiência de sucesso do Pró-Campo – Pro-grama de Apoio Técnico ao Produtor de Leite Piracanjuba –, realizado pelo Laticínios Bela Vista, para outras empresas do setor.

Criado em março de 2010, o Piracanjuba Pró-Campo é muito seme-lhante ao programa Educampo, desenvolvido e implementado pelo Se-brae Minas em nosso Estado. A diferença é que, além da assistência téc-nica gerencial, temos o Centro de Apoio (uma fazenda) que serve como ponto de referência tanto para os produtores quanto para os técnicos. Lá, existem unidades operacionais voltadas para a recria de reprodutores de raças leiteiras, o treinamento de mão de obra para inseminação arti-

agenTe de mudançasA assistência técnica gerencial oferecida pela indústria é essencial para permitir ao produtor ganhar dinheiro com a atividade leiteira

Cada vez mais o mercado tem se deparado com notícias sobre as fu-sões e as aquisições de empresas no segmento industrial. Seja no ramo de alimentos, automóveis, medicamentos ou siderurgia, esse tipo de operação, inclusive no mercado lácteo, é uma realidade na atual economia globalizada. No caso dos laticínios, as indústrias compradoras e processadoras de leite es-tão se fortalecendo por meio de grandes fusões e aquisições no mundo todo, como a compra da Parmalat pela Lactalis, na Itália, e, no início deste ano, a criação de uma joint-venture, em Minas Gerais, entre Itambé e Vigor. São operações que envolvem muito dinheiro e movimentam bilhões de dólares.

Além de fortalecer a marca, o objetivo das empresas é aumentar a par-ticipação no mercado lácteo e conquistar novos consumidores. Para falar sobre esta tendência mercadológica, o Silemg Notícias convidou a pesqui-sadora da Embrapa Gado de Leite, Rosângela Zoccal. Nesta entrevista, ela responde quais são os riscos e os benefícios para o setor lácteo.

As fusões das indústrias de laticínios são uma tendência atual do mercado? Por quê?

Sim. O aumento da concentração no segmento industrial, por meio de fusões, aquisições, incorporações, parcerias e alianças estratégicas, é realidade numa economia globalizada. Alguns fatores justificam essa tendência, como redução dos custos operacionais, criação de marcas globalizadas com artigos de maior valor agregado, concorrência com

produtos importados e maior exigência do consumidor (qualidade e segurança dos alimentos). Atender essas e outras exigências tem uma relação direta com a competitividade das empresas.

Quais as principais fusões foram realizadas recentemente no mundo? No setor de laticínios várias fusões vêm acontecendo, inclusive de em-

presas que tem outros produtos em sua carteira e que não são os lácteos. Recentemente a Lactalis, que era o empreendimento mais forte na Itália, ficou com o controle da Parmalat e se tornou líder no mercado italiano de leite fluido e a principal processadora de leite no mundo. Com isso, a Lactalis passou a ter uma grande rede internacional, com posição signifi-cativa no parque industrial em países como Austrália, Canadá e Venezuela, além da África do Sul. De acordo com a Lactalis, a aquisição das atividades da Parmalat permitiu um crescimento, em 2011, superior a US$ 20 bilhões, que é superior ao movimento da Nestlé, excluindo a parte de nutrição. No início de 2012, a Lactalis entrou no setor lácteo sueco, com a aquisição da Skanemejerier, que registrou vendas da ordem de US$ 570 milhões em 2011.

Na Arla Foods também houve mudanças nos últimos dois anos. Em 2011, ela absorveu duas cooperativas, a alemã Hansa-Milch e a sue-ca Milko, e comprou os ativos da alemã Allgäuland-Käsereien. Em junho de 2012, a empresa absorveu também outras duas cooperativas: a alemã MilchUnionHocheifel (MUH) e a britânica Milk Link. Hoje, a Arla Foods con-

enTrevisTa

A concentração do mercado laticinista nas mãos de grandes empresas está se tornando uma tendência que visa criar marcas globalizadas

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Para Rosângela Zoccal, as fusões tendem a reduzir os custos operacionais, aumentar os ganhos de escala e a participação de mercado

trola a captação de 13,5 bilhões de litros nos países onde atua, o que a torna a primeira indústria do Reino Unido e a terceira na Alemanha.

O grupo alemão Müller fez ainda duas operações importantes em 2012. A primeira foi a compra da Scottish do grupo Robert Wiseman por US$ 430 milhões. A segunda se refere à parceria com a PepsiCo para produzir e co-mercializar iogurte no mercado americano. Além disso, no início de 2012, a FrieslandCampina ficou com o controle da Philippines´Alaska Milk Corp., investindo US$ 302 milhões para aumentar sua participação de 8,1% para 68,9%. A Alaska, que é um dos principais players no mercado doméstico de leite condensado e leite em pó, registrou vendas de US$ 270 milhões em 2011.

Mas, a maior operação ocorreu no mercado de nutrição, no início de 2012, quando a Nestlé comprou os negócios de nutrição infantil da Pfizer por US$ 11,85 bilhões. Em 2010, as vendas totalizaram US$ 1,9 bi-lhão, sendo 60% desse valor na Ásia.

E no Brasil? Qual é o principal destaque?Por aqui, a Sadia e a Perdigão formam a Brasil Foods. No início de

2011, as multinacionais Monticiano Participações e Bom Gosto se fun-diram para formar a Lácteos Brasil, a segunda maior indústria nacional, perdendo apenas para a Dairy Partners Americas, que é uma joint-venture entre Fonterra e Nestlé. E recentemente, a cooperativa Itambé anunciou a criação de uma joint-venture com a Vigor, do grupo JBS.

Quais são os benefícios e os riscos das fusões para as indústrias e os produtores de leite?

Como já afirmei, as fusões podem se tornar uma importante vanta-gem competitiva para as empresas. Vantagens que podem advir desses pro-cessos incluem o aumento de escala de captação e processamento de leite

e derivados, otimização da logística de captação e distribuição de produtos (cadeia de frios), fortalecimento das marcas com maior valor agregado e aumento do poder de negociação com os setores de insumos e supermer-cadista. Os riscos residem na capacidade das indústrias suportarem as in-certezas do mercado de lácteos. Sistemas complexos e especializados são também mais vulneráveis a mudanças econômicas bruscas.

Para o produtor, fica a expectativa de valorização da produção, em to-dos os níveis. No entanto, é fundamental melhorar as relações de transação (contratos) entre produtores e indústrias.

De que forma o consumidor pode ser beneficiado com as fusões das indústrias lácteas?

O consumidor está cada vez mais exigente. Qualidade e confiabili-dade na marca são elementos-chave do processo. As indústrias precisam trabalhar pensando nesses elementos, aprimorando os produtos clássicos e criando novos produtos que possam atender a preocupação com a saúde e ao novo perfil de consumidores inseridos no mercado de lácteos.

Que impactos as fusões podem trazer para o mercado? E para o

bolso do consumidor?As fusões tendem a reduzir os custos operacionais, aumentar os ganhos

de escala e a participação de mercado. Já o consumidor pode ser beneficiado com um leque maior de produtos lácteos, mais baratos e de melhor qualidade.

Os produtos lácteos podem ganhar em qualidade quando duas

empresas de laticínios se unem? De que maneira isso ocorre?Qualidade está relacionada ao atendimento de conformidades. Por-

tanto, todas as indústrias precisam assegurar que os produtos que são processados e disponibilizados para o mercado consumidor atendam às normas e aos padrões legais. Com as fusões, o que se espera é criar um diferencial, incorporando novas tecnologias ao produto. Produtos lácteos mais saudáveis, com baixo teor de lactose e maior teor de ácido linoleico conjugado, são alguns diferenciais que podem contribuir para aumentar a percepção de qualidade pelo consumidor.

*Colaborou com esta entrevista o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, José Alberto Bastos Portugal

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Conjunto de normas e programas de certificação contribui para o desenvolvimento do setor

padrão de Qualidade

Para garantir a qualidade de seus produtos, o Laticínios Verde Campo inscreveu 16 fazendas para participar das consultorias do Sistema Mineiro de Qualidade do Leite (SMQL)

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Tornar-se mais competitivo, ampliar os mercados, agregar valor ao produto e ofere-cer ao consumidor a garantia de que ele está levando para casa uma mercadoria de quali-dade. Focados nesses objetivos, empresários da indústria de laticínios e produtores de leite buscam certificações e normas para o fortalecimento do negócio. A iniciativa con-tribui para que se estabeleça, tanto na fábri-ca quanto no campo, uma metodologia que padronize e eleve os índices de confiabilida-de do laticínio.

Uma das certificações disponibilizadas a produtores e empresários é o Certleite, pro-grama criado em 2010 por iniciativa do Polo de Excelência do leite, a partir do acordo de cooperação técnica entre o Governo de Minas e a empresa certificadora alemã TÜV Rheinland. Dividido em três categorias (pra-ta, bronze e ouro), o Certileite é reconhecido pelo consumidor final por meio de um selo estampado na embalagem do produto.

Há um século no mercado, o Laticínios MB, dono da marca Jong, é uma das empre-sas certificadas na categoria bronze. Famoso pelo seu queijo do reino, o laticínio de Lima Duarte, na Zona da Mata, já se destacava nas gôndolas – tanto que, recentemente, foi ad-quirido pela Vigor –, porém, buscava atingir níveis mais elevados de excelência para o seu portfólio. “O consumidor está cada vez mais exigente. Ele não quer só preço, mas a certe-za de que o produto tem qualidade”, avalia o técnico da MB, Jarbas Pedro de Mello Junior.

Segundo ele, mesmo que a certifica-ção não seja um requisito obrigatório para a comercialização dos laticínios, grandes empresas, como redes de supermercado, já estão priorizando as marcas que apresentem estes selos. O técnico ressalta ainda que o processo de certificação gera otimização no cotidiano. “Passamos a trabalhar seguindo metodologias. Com o treinamento dos co-laboradores, conseguimos ter redução sig-nificativa dos custos da produção, visto que os erros são minimizados. Isso também nos garante que, dificilmente, o consumidor vai fazer reclamações”.

normas técnicasDiretor administrativo do Laticínios Bar-

bosa e Marques, detentor da marca Regina, localizado em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, Heládio José Esteves Martins tam-bém destaca a importância da padronização estabelecida pelos órgãos certificadores. Em 2012, após um processo de 20 meses de trei-namentos e adequações, orientados por uma consultoria externa, a empresa recebeu a ISO 9001, conjunto de normas técnicas relaciona-das à gestão empresarial. “Sempre tivemos a qualidade como meta principal, mas precisá-vamos do aval externo para as práticas que já eram feitas aqui”, explica Martins.

O diretor salienta que, ao enquadrar-se nas normas de qualidade, o laticínio alcança maior estabilidade em sua cadeia produtiva. “Trabalhamos com produtos muito delica-dos e, por isso, temos que buscar formas de manter uma continuidade no resultado final. Com as normas previstas pela ISO, consegui-mos padronizar os processos. Por exemplo, se o queijeiro sai de férias, eu não tenho que me preocupar se isso vai afetar a produção, pois os colaboradores estão treinados para traba-lhar seguindo um método.”

Para a Barbosa e Marques, a consultoria e a auditoria final para a certificação representou um total de R$ 400 mil. A cada semestre, a em-presa é submetida a uma nova avaliação, com o custo de R$ 10 mil. Porém, mesmo com um investimento deste porte, Heládio Martins acre-dita que o consumidor brasileiro ainda não tem a cultura de pagar mais caro por um produto certificado, mas acredita que a situação tende a mudar. “Estamos investindo na divulgação, prin-cipalmente nas redes sociais. Queremos mostrar ao cliente final a importância de valorizar um produto que tem a qualidade certificada.”

foco na matéria-prima

A busca contínua por melhorias na pro-dução resultou na criação, a três anos, do Sis-tema Mineiro de Qualidade do Leite (SMQL), a partir da combinação de esforços do Polo de Excelência do Leite, de produtores, de empresas e do Governo de Minas. Com subsídios de 50% do governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa

Funcionário do Laticínios Barbosa e Marques consulta as instruções antes de iniciar os trabalhos no tanque de fabricação

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do Estado de Minas Gerais (Fapemig), o projeto levou a consultoria da empresa Qconz, da Nova Zelândia, a 110 indústrias e 2.000 fazendeiros da região da Zona da Mata e do Campo das Verten-tes. O restante do custo, calculado entre R$ 4 mil e R$ 10 mil para cada laticínio, foi arcado pelos próprios empresários. O valor total da primeira etapa do SMQL é de R$ 1,2 milhões.

Técnicos e fazendeiros, que representam a primeira etapa da cadeia produtiva dos la-ticínios, receberam, durante 24 meses, orien-tações para estabelecer padrões de qualidade em procedimentos como ordenha e trans-porte do leite. “Para o produtor, além de au-mentar a qualidade do leite e poder receber mais por isso, essa é uma forma de se reduzir as perdas por contaminação”, ressalta o coor-denador do SMQL, Abel Fernandes. Entre os resultados já alcançados, está a redução signi-ficativa na Contagem Bacteriana Total (CBT) e na Contagem de Células Somáticas (CCS) nos laticínios que aderiram ao programa, se-gundo dados da Qconz.

O Laticínios Verde Campo, situado em Lavras, no Campo as Vertentes, foi uma das empresas participantes do projeto, com 16 fa-zendas inscritas. Segundo o diretor industrial Álvaro Gazolla, o treinamento trouxe maior controle para a cadeia, além de dar oportuni-dade de crescimento às fazendas. “O produtor passa a ter informações que vão lhe orientar na tomada de decisões futuras”, salienta.

Para o diretor, o grande desafio para que o programa engrene no Estado é motivar os produtores a darem continuidade aos proces-sos. “A consultoria nas fazendas foi subsidiada

por nós, mas, para manter o padrão, os produ-tores terão despesas e, por isso, eles querem ter um retorno financeiro imediato. Para as fazendas que participaram, nós pagamos dois centavos a mais pelo litro do leite”, comenta o diretor industrial.

De acordo com ele, uma forma de garan-tir este retorno, sem onerar as empresas, é criar mecanismos para valorização do produto no mercado, ou seja, que mostrem ao consumidor que ele está pagando a mais por um laticínio de extrema qualidade.

Daqui pra frente

No próximo ano, começa uma nova

fase do Sistema Mineiro de Qualida-

de do Leite (SMQL), com expansão

do Certleite para todo o Estado. As

informações de como participar es-

tão no site do Polo de Excelência do

Leite (www.polodoleite.com.br).

CERTILEITE NÍVEL BRONZEÉ necessário ter os certificados

Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Procedimentos Padrões de Higiene

Operacional (PPHO), além de possuir um programa de qualidade do leite

para seus fornecedores.

CERTILEITE NÍVEL PRATA É preciso apresentar a Análise de Perigos e

Pontos Críticos de Controle (APPCC) e já ter implantado o Programa de Boas Práticas de

Fazenda em 10% dos fornecedores.

CERTILEITE NÍVEL OUROÉ necessária a aplicação da norma ISO

22.000 e já ter o Programa de Boas Práticas de Fazenda implantado em 80% dos

fornecedores.

Famoso pelo seu queijo do reino, o Laticínios MB possui o Certileite na categoria bronze

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Saiba mais sobre o Certileite

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radar acadêmico

Tecnologia: Equipamento portátil para detecção de adulterações no leite

Pesquisador responsável: Maria José Valenzuela Bell - Doutora em Física da matéria compensada pela Unicamp

Para garantir a qualidade dos produtos, os laticínios precisam, entre outros requisitos, ter um controle rígido do leite adquirido ou estocado em seus tanques. Uma forma de suprir essa demanda são os testes aplica-dos para detecção de adulterações, evitando, assim, que a matéria-prima seja fraudada e afete a qualidade do produto final. Para potencializar este resultado, pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) trabalham, há sete anos, no desenvolvimento de um método mais moderno e eficaz, chamado Milk Tech.

Atualmente, as duas principais ferramentas usadas para examinar o leite são o crioscópio e o termolactodensímetro. O primeiro detecta ape-nas o acréscimo de água no leite e o segundo mede somente a densidade. Além disso, o tempo para obter o resultado das análises com os métodos atuais é muito grande. É aí que o Milk Tech leva vantagem, como explica a coordenadora do projeto, Maria José Bell. “O crioscópio, por exemplo, é grande, pesado e só funciona na rede elétrica. Já o Milk Tech é portátil, possui bateria recarregável e o custo é um terço menor.”

Para identificar as adulterações no leite, a nova tecnologia testa, prioritariamente, a condutividade elétrica, a absorção infravermelha, o índice de refração e a luminescência. Além da sofisticação na identifica-ção de fraudes, a portabilidade e a rapidez dos resultados são os princi-pais triunfos do Milk Tech. “É possível detectar, por exemplo, uma adição mínima de 3% de água e acréscimos de 1g/l de sal (NaCl), e atestar, ainda, se há leite de vaca misturado ao de cabra”, conta Maria José.

O aparelho sendo portátil permite que os testes sejam feitos direta-mente no tanque, local onde comumente acontece a adulteração. Dessa forma, os próprios motoristas dos caminhões tanque podem executar as avaliações e, de acordo com o diagnóstico, não realizar o carregamento.

O Milk Tech, que já foi patenteado, está na fase final de seu desenvol-vimento e deverá estar disponível no mercado ainda este ano. “Estamos realizando os trâmites finais junto à UFJF. Acredito que, nos próximos dois meses, o aparelho poderá ser comercializado”, finaliza a coordenadora.

porTabilidade na idenTificação de fraudesPesquisadores da UFJF criam equipamento capaz de fazer a análise completa do leite e detectar adulterações

Maria José Bell desenvolve outros projetos voltados para o leite e seus derivados. Para conhecer mais sobre as pesquisas em andamento entre em contato pelo e-mail [email protected].

Além da sofisticação na identificação de fraudes, a portabilidade e a rapidez dos resultados são os diferenciais do Milk Tech

Saiba mais

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Pesquisadora da UFLA faz a análise de cor do apre-suntado fabricado com o uso de soro de leite

Após um ano de grandes desafios e conquistas, o Silemg inicia em 2013 mais um ciclo de trabalho, em que o engajamento do associado será fundamental. Por meio de suas ações institucionais, o Sindicato conquistou em 2012 dois de seus principais objetivos: se tornar referência para o mer-cado nacional e contribuir de maneira efetiva para o desenvolvimento da sociedade. Isto sem perder o principal foco de sua missão e vocação natural: defender o setor e interagir com as Secretarias de Governo, Poder Legisla-tivo e Ministério da Agricultura, em busca de solução negociada para mu-danças e propostas legislativas, com destaque para a legislação tributária.

No início deste ano, o Silemg participou de uma reunião em Brasília, representado pelo presidente Guilherme Olinto, tratando, entre outros temas, da implementação do novo RIISPOA para o setor. Convidado a participar da I Conferência Nacional do Leite, organizada pela Subcomis-são do Leite da Câmara de Deputados, em 2012, o Sindicato defendeu e incluiu entre as prioridades do setor, o ressarcimento dos créditos acu-mulados do PIS e COFINS, estabelecimento de cotas de importação para leite, soro de leite em pó e queijos oriundos da Argentina e Uruguai. O documento final foi entregue pelo presidente da Subcomissão do Leite, deputado Domingos Sávio, aos ministros da Agricultura, do Desenvolvi-mento Agrário e do Desenvolvimento Econômico.

Para continuar obtendo sucesso em seus projetos, foram planejadas novas ações para este ano, como a I Campanha Silemg de Aleitamento

Materno, que será realizada de maio a agosto, com o objetivo de promo-ver a conscientização da sociedade sobre a importância da amamenta-ção e da doação de leite materno, reafirmando o engajamento do Silemg em iniciativas de promoção da saúde. Outra iniciativa é a 3ª edição do Concurso Cultural de Redação nas escolas estaduais, que ocorrerá em parceria com a Secretaria de Estado de Educação. Para marcar a impor-tância de pequenos atos relacionados à sustentabilidade, está programa-do para o Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia Nacional da Reciclagem, comemorados em 5 de junho, ações de consciência ambiental junto à população. E para encerrar o ano, a expectativa é realizar oficinas com comunidades economicamente desfavoráveis no período do Natal, além da doação de produtos lácteos.

balanço 2012A diretoria do Silemg realizou, em 2012, um trabalho direcionado

à produção de qualidade e harmonização dos tributos. Tendo o diálogo como sua matéria-prima, os representantes do Sindicato discutiram os desafios e avanços do setor com entidades de outros estados. Foram re-alizadas 71 reuniões regionais nos municípios de Alto Caparaó (reunião que comemorou o 10º ano de sua realização), Campo Belo, Juiz de Fora,

de olho

desafios e conQuisTas do seTor lácTeoSilemg planeja novas ações para 2013 e apresenta um balanço das atividades do setor no ano passado

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Montes Claros, Poços de Caldas, São João Del Rei, Uberlândia, entre ou-tros; 14 encontros e eventos com seus parceiros, fornecedores e órgãos governamentais; e 3 participações na subcomissão do leite.

Em parceria com o Governo de Minas, o Silemg assumiu, em abril, o compromisso de fornecer bebidas lácteas especiais para o complemento da alimentação de jovens integrantes do Programa de Desenvolvimento do Esporte no Estado, o Minas Olímpica. Ao todo, 3.000 litros de bebida láctea foram doados mensalmente aos atletas de 12 municípios que re-cebem a iniciativa. Além disso, a 2ª edição do Concurso de Redação, com o tema “Leite Nosso de Cada Dia”, premiou, em maio, 12 estudantes mi-neiros de escolas públicas dos ensinos fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Eles receberam os seguintes prêmios: tablets (1º lugar), smartphone (2º lugar) e câmera fotográfica digital (3º lugar).

Na categoria EJA, os vencedores foram três presidiários que emo-cionaram a plateia ao demonstrarem sua sensibilidade e agradecimento pelo início de sua reinserção social.

Para comemorar o Dia Mundial do Leite, no dia 1º de junho, o Silemg realizou um almoço especial no Restaurante do Trabalhador da Fiemg, em Contagem. O cardápio foi incrementado com iguarias preparadas com pro-dutos lácteos, como batata gratinada, salada de tomates com muçarela, bife à milanesa e iogurte, totalizando 2.200 refeições servidas. Desse total, 75 kg de queijo, 103 litros de leite e 2.225 unidades de iogurte foram doados para

a elaboração do cardápio. Além disso, o Sindicato preparou pelo segundo ano consecutivo, um delicioso presente para os seus públicos de relacio-namento: uma cesta repleta de produtos lácteos, recheada com diferentes tipos de queijo, doces e manteiga. Ao todo, foram distribuídos 260 kits.

Em outubro, o 1º Encontro de Inovação da Cadeia Produtiva do Lei-te, ocorrido na Universidade Federal de Viçosa (UFV), também recebeu o apoio do Sindicato. O objetivo foi unir empresários do setor lácteo e pesqui-sadores especializados na área em prol do desenvolvimento dos laticínios mineiros. Já no Dia Mundial de Combate à Osteoporose, celebrado em 20 de outubro, a Campanha Osso Duro de Roer desafiou os alunos do Colégio Padre Eustáquio a se engajarem na luta contra a doença. Os estudantes de-senvolveram um trabalho interdisciplinar sobre o tema “A Ciência do Leite”, apresentado na Mostra Cultural da escola, e participaram da gincana de arrecadação de leite. Cerca de 500 pessoas se envolveram no desafio e arre-cadaram 3.600 litros de leite em uma semana, que foram doados para as ins-tituições sociais Lar Dona Paula, Casa de Apoio e Creche Padre Eustáquio.

Outro momento importante no ano foi a Assembleia Geral do Silemg, considerada um dos principais encontros do setor no país. Cerca de 104 pes-soas estiveram presentes na edição 2012, que contou com palestras sobre competitividade e mercado nacional ministradas, respectivamente, pelo psi-cólogo e consultor de empresas, Waldez Ludwig, e pelo vice-presidente de Estratégia de Negócios da Tetra Pak, Eduardo Eisler.

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do supermercado a geladeira Nos dias mais quentes, a preferência deve ser dada aos queijos

brancos e magros - Minas Frescal, Ricota e Cottage - no lugar daqueles com alto teor de gordura. Outra dica é, ao fazer as compras no supermercado, deixe por último os alimentos refrigerados, como os queijos, o que evita que eles sejam expostos à temperatura ambiente.

No entanto, ao guardar os produtos em casa, os queijos devem ser os primeiros a serem armazenados. “Uma dica é colocá-los na parte superior da geladeira, onde a temperatura oscila entre 3 a 8°C”, conta a pesquisadora. Além disso, nenhum queijo deve ser guardado sem proteção, pois ela evita o surgimento de mofos e o ressecamento do produto. “Por isso, as partes cortadas do queijo precisam ser protegidas com papel alumínio, celofane ou filme plástico apropriado. Também não é aconselhável congelar essas iguarias, pois o frio intenso afeta irreversivelmente o sabor e a textura”, explica Renata.

Para manter suas características e seus sabor nos dias mais quentes do ano, o queijo deve ser conservado em ambientes e temperaturas adequadas

Qualidade garanTida Nos dias mais quentes deve-se dar preferência para os queijos brancos e magros

Após abertos, os queijos azuis, como o Gorgonzola, devem ser consumidos em até cinco dias

O momento de escolha do queijo vai além da degustação e da preferência pelo sabor e pela textura. Saber orientações sobre a sua conservação também é muito importante. Enquanto fechados em embalagens e mantidos nas temperaturas determinadas nas informações impressas na embalagem, os queijos duram o tempo prescrito. Mas, quando o recipiente é aberto, é preciso considerar uma nova data. Seja fresco, seja fatiado, seja defumado, deve-se ter atenção máxima na refrigeração dos queijos durante seu consumo, em especial, nas estações do ano mais quentes.

“Nestes períodos, é necessário tomar cuidado com a conservação dos alimentos devido às temperaturas elevadas, desde o momento da compra até o armazenamento do produto em casa”, relata Renata Golin Bueno Costa, doutora em Ciência dos Alimentos e pesquisadora do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT).

Entre outros procedimentos, ela explica que o consumidor deve ficar atento a procedência, observar a data de vencimento e as características do queijo e verificar a condição de refrigeração prescrita na embalagem. “Temperaturas de estocagem ou exposição do produto a temperaturas superiores às indicadas nas embalagens comprometem a sua qualidade e o seu prazo de validade”, alerta.

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para diferentes queijos, diferentes cuidados

Queijos frescos Por serem mais úmidos, eles precisam ser man-tidos sob constante refrigeração, à temperatura de até 8ºC. Especificamente aqueles que têm muita umidade, como o Minas Frescal, a Rico-ta, o Cottage e a Muçarela de Búfala, devem ser consumidos logo que colocados à mesa e leva-dos de volta à geladeira o mais breve. Nos dias mais quentes, o cuidado é redobrado: a umi-dade aliada ao calor favorece a proliferação de microrganismos, causando a deterioração do produto e até infecções alimentares.

Queijos de massa semi-cozida Queijos como o Gouda, o Itálico, o Edam, o Gruyère, o Morbier, o Minas Padrão e o Minas Light, quando cortados, conservam-se melhor se cobertos por um pano úmido em local que não sofra variações de temperatura. No calor, esses

tipos podem armazenar a gordura em sua casca, o que muda a textura e o sabor do produto. Uma dica é mantê-los na geladeira, envoltos em papel filme, e consumi-los em até cinco dias. Quando os queijos estiverem inteiros, na embalagem original, podem ser guardados na parte inferior da geladei-ra, observando a data de validade do fabricante.

Queijos duros e os defumados Tipos como o Provolone, conservam-se me-lhor em temperatura ambiente de até 18º C. Quando as temperaturas estiverem mais altas, deve-se cobri-lo e mantê-lo em local fresco e arejado durante seu prazo de validade.

Queijos de mofo brancoO Brie e o Camembert devem ser mantidos no próprio papel da embalagem, que já é especial para sua conservação, e guardados na geladeira.

Queijos azuis O Gorgonzola e o Roquefort devem ser manti-dos na geladeira com a temperatura indicada pelo fabricante na embalagem, durante o pra-zo de validade. Após aberto, pode envolvê-los com papel filme ou alumínio e consumi-los em até cinco dias.

Queijos fatiados Os tipos Prato e Muçarela devem ser man-tidos em potes fechados, sob refrigeração, e consumidos no máximo até três dias após se-rem fatiados.

Queijos cremosos Tipos como o Requeijão devem ser mantidos fechados, em suas embalagens originais, e consumidos no prazo de validade estabeleci-do pelo fabricante.

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