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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO_ DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA
n.
--o o
ELOI TEREZINHA RIBEIRO, brasileira; portadora do RG n° 3.103.396 e do CPF n° 127.941.498-73, com endereço na Rua Francisco da Cunha n° 444, São Paulo-SP e OUTROS (devidamente qualificados na relação em anexo), por seu advogado infra-assinado (procurações em anexo), vêm, com o devido respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO ORDINÁRIA
contra a FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
1. Os autores, conforme demonstrado nos inclusos documentos; são servidores públicos do Estado de São Paulo
2. Conforme se depreende das inclusas Certidões expedidas pela Secretaria do Estado, constam _periodos de fériaS elicenças prêmio não usufruídas pelos autores.
3. Desta forma, objetiva a presente ação o reconhecimento do direito dos autores à indenização em pecúnia referente às FÉRIAS e LINCENÇA PREMIO não usufruídas.
DOS FUNDAMENTOS
4. A Lei estadual n° 10.261/68, em sua seção X, mais precisamente no seu artigo 209, dispõe o seguinte:
"O funcionário terá direito, como prêmio de assiduidade, a licença de 90 (noventa) dias em cada período de 05 (cinco) anos de exercício ininterrupto, em que não haja sofrido qualquer penalidade administrativa."
5. Como se vê trata-se de uma vantagem ex facto temporis, instituída por lei, que visa premiar o servidor pela assiduidade e disciplina no cargo público aferidas durante determinado período de tempo.
9. Muito embora tenham os autores preenchido todos os requisitos legais para a concessão da benesse, não puderam gozar de tal direito enquanto estavam emafividade.
10. Porém, a Administração pública deve reconhecer o direito das autores, sob pena de afrontar ao princípio do__direito adquirido, sendo certo que a inatividade não tem o Condão de afastar a indenização pecuniária, pois se trata de vantagens "ex facto temporis".
11. Assim a concessão do repouso remunerado, assegurado pela lei 10.261/68, deveria ser incorporad6 ao patrimônio dos servidores, definitivamente, não desaparecendo nem mesmo com o término da relação estatutária de trabalho.
12 Entendimento em sentido contrário, como já observado acima, redundaria em afronta ao )direito -a-TdifuiiidO e ainda em enriquecimento sem causa por parte da Adiiiiiistraçiô que usufruiu dos serviços prestados pelos autores sem o correspondente pagamento.
n -o o o NJ
13. Além do amparo legal, claro e cristalino, a Jurisprudência de nossos tribunais também é pacífica, no sentido de que todos os servidores, sem distinção, têm os mesmos direitos, assegurados pelo princípio constitucional da isonomia.
Eis o que ficou decidido, pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, nos autos do RESP n° 221709/ES, Relator HAMILTON CARVALHIDO:
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. EX-CELETISTA. ANUENIO. LINCENÇA PREMIO POR ASSIDUIDADE. 1. É firme o constructo jurisprudencial deste Superior
Tribunal de Justiça, na esteira do Excelso Pretório, no sentido de que o servidor celetista, remetido à condição de servidor estatutário, tem direito à contagem do tempo pretérito para todos os fins legais, inclusive para percepção de anuênio e licença prêmio por assiduidade.
14. Também o Egrégio Tribunal de Justiça tem o mesmo entendimento:
"Logo, se o funcionário, como aposentado ou reformado, já não pode gozar da licença a que tem direito, a questão somente pode ser resolvida por meio de indenização em pecúnia de seu valor correspondente. A omissão da ré, no caso, ficou clara, já que, apesar de ter conhecimento do direito de seu servidor ao gozo licença-prêmio, concedeu-lhe a aposentadoria sem antes observar a fruição daquela. Verifica-se, portanto, que quando o funcionário pede sua aposentadoria, incumbe ao Poder Público primeiro deferir-lhe o gozo da licença para, depois, conceder-lhe a aposentadmia pretendida. Não o fazendo, à evidência que há culpa por omissão por parte da Administração, o que a obriga a indenizar o valor correspondente, posto que não
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resta outra forma de fruição desse direito já adquirido pelo funcionário."
(Apelação Cível n° 157.652.5/4 — Relator Desembargador AFONSO FARO).
15. Convém lembrar que o pagamento em dinheiro correspondente aos dias de férias e licença-prêmio não usufruídos pelos autores tem a natureza jurídica de INDENIZAÇÃO, motivo pelo qual não poderá incidir Imposto de Renda quando do levantamento das respectivas importâncias, a teor da Súmula 136 do Superior Tribunal de Justiça.
DO PEDIDO
16. Ante o exposto, é a presente para, com devido respeito e acatamento, requerer a Vossa Excelência se digne determinar a citação da Fazenda do Estado de São Paulo, no endereço conhecido desse D. Juízo, a fim de contestar os termos da presente e acompanha-la em todos os seus atos e termos, que a final deverá ser julgada procedente para o fim de condenar a ré:
a) conceder aos autores a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Lei n° 1060/50, por ser pobre na acepção jurídica do termo e não ter condições financeiras de arcar com as despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família,. conforme as declaração e cópia do holerite em anexo;
7,4 b) condenar ré ao paa em pecúnia, dos dias de LICENÇA-PRÉMIO nãO uSufrindos pelo itifficiendo que—~einação deverá tomar -base os vencimentos do demandante por 'ocasião da liquidação de sentença, reconhecendo o -caráter alimentar da obrigação para que seja solvida de uma só vez, declarando-se ainda sua natureza INDENIZATORIA para efeito de isenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), a teor da Súmula 136 do Colendo Superior Tribunal de Justiça;
c) a pagar juros de mora e correção monetária;
n -o
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32.599
d) a reembolsar as custas e despesas processuais que tiverem sido despendidas, atualizando-se monetariamente os valores, bem como pagar honorários advocatícios que poderão ser fixados no máximo previsto legalmente, ou seja, 20% (vinte por cento) sobre o montante da condenação.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sem exceção, em especial expedição de oficios, requisição de documentos e informações às autoridades competentes.
Dá-se à presente o valor de R$ 1.000,00 (um mil e reais).
Nestes termos, Pedem deferimento. São Paulo, 10 de novembro de 2006.
MAURO fp, CIF4,1,() O.A.B./SP
n o, -u o o
RELAÇÃO DE AUTORES
r_,-,cc-r\-- D.*/ nr r.-
1 ELOI TEREZINHA RIBEIRO, portador \:\
(cAl 127.941.498-73, com endereço na Rua Francisco
- - -
do RG n° 3.103.396, CPF n° da Cunha n° 444, São Paulo-SP;
N 2. IGNEZ MORAES GOMES, portadora do RG n° 38.900.243-4 e do CPF n° (67 153.235.508-48, com endereço na Rua Monte Frio n° 27, J. Progresso, São Paulo, Capital; _ Ui( C _ „D„
st 3. LUZIA FERREIRA DA SILVA, portadora do RG n° 10.574.646 e do CPF 045).859.468-53, com endereço na Rua Pepitas de Fogo n° 14, São Paulo-SP;
(ISLAURA RITA DE CAMPOS, portadora do RG n° 17.162.958-9 e do CPF r L35090.811.698-58, com endereço na Rua Saverio Valente n° 100, apto. 21, Bloco ,
São Paulo-SP; , L--"` L.
b; 5. ANA CICERA APARECIDA MARTTOS, brasileira, portadora do RG n° 6.972.809 e do CPF n° 988.653.668-34, com endereço na Rua Padre Aníbal , Difrancia n° 105, São Paulo-SP; - C' • •//
i 1-, 6. ;ELIAS LEITE DA SILVA , brasileiro, portador do RG n° 2.135.761 e do CPF n° 303.903.118-04, com endereço na Rua Castelo Rodrigo n° 283, São Paulo-SP; ti, Kr c- kl,- ri, 03N:c
4::7..WALTER DE PAIVA, brasileiro, portador do RG n° 4.560.679-1 e do CPF n°,-) 292.584.808-72, com endereço na Rua Chemin Del Pra n° 161, ap. 51, São(L" Paulo-SP;
'8.,ANA- MARIA BAZILIO, portadora do RG n° 8.689.759 e do CPF n° 0910.165.068-05, com endereço na Av. Waldemar Tietz n° 292, ap. 14C, São
Paulo-SP;
( 9. ALCINETI ARAUJO ALVES, portadora do RG n° 4.479.894 e do CPF nro 293.542.188-49, com endereço na Rua Timburi n° 76, Casa 19, São Paulo-SP;
.410. WALTER IMPERATORI, portador do RG n° 2.989.659 e do CPF n° 02080.577.708-30, com endereço na Rua Votupoca n° 114, São Paulo-SP
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
14' VARA DA FAZENDA PÚBLICA
n -o
o o '■J
Autos n° 1586/583.53.2006.134170-4 página 1
VISTOS.
Eloi Terezinha Ribeiro, Ignez Moraes
Gomes, Luzia Ferreira da Silva, Laura Rita de Campos,
Ana Cicera Aparecida Marttos, Elias Leite da Silva,
Walter de Paiva, Ana Maria Bazilio, Alcineti Araújo
Alves e Walter Imperatori movem a presente demanda em
face da Fazenda do Estado de São Paulo, alegando que
são servidores públicos estaduais e'preencheram período
de cinco anos de exercício do cargo, sèm interrupções
de mais de trinta dias e sem sofrer penalidade
administrativa. Pedem seja reconhecido o direito à
percepção da licença prêmio, bem como ao apostilamento
do respectivo título e o pagamento da indenização
correspondente.
Citada, a ré oferece tempestiva
resposta. Preliminarmente, alega a inépcia da inicial e
processual em relação aozes- a falta e interesse
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
14' VARA DA FAZENDA PÚBLICA
Autos n° 1586/583.53.2006.134170-4 página 2
autores Eloi Terezinha Ribeiro, Ignez Moraes Gomes,
Luzia Ferreira da Silva, Laura Rita de Campos, Ana
Cicera Aparecida Marttos, Ana Maria Bazilio e Alcinete
Araújo Alves, pois foram contratadas pelo regime da Lei
500/74 ou da CLT. Salienta a ocorrência de prescrição.
No mérito propriamente dito, sustenta a impossibilidade
de que
não há
seja atendido o
prova nos autos
pedido dos
de que os
autores,
períodos
uma vez que
não gozados
foram indeferidos. Afirma ainda que não há lei
autorizando a percepção do benefício conforme
pretendido. Houve réplica.
É o relatório.
Passo a fundamentar.
Trata-se de demanda movida por
servidores contratados pela Lei 500/74, CLT e
funcionários públicos, visando a percepção de licença
prêmio a cada qüinqüênio que cada UM completou COM o
preenchimento das condições legais.
A alegação de inépcia da inicial não
merece acolhida, pois se trata de pedido certo e
determinado e ò conjunto probatório permite a formação
da convicção deste Juízo.
A alegação de falta de interesse
processual em relação aos co-autores Ignez Moraes
Gomes, Luzia Ferreira da Silva, Ana Cicera Aparecida
Marttos, Ana Maria Bazilio e Alcinete Araújo Alves,
10
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o o Lo
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SAO PAULO
14' VARA DA FAZENDA PUBLICA
Autos n° 1586/583.53.2006.134170-4 página 3
pois foram contratadas pelo regime da Lei 500/74
confunde-se com o mérito e com ele será analisada.
Terezi
Com relação aos co-autores Eloi
beiro e Laura Rita de Campos, contratados
pela
impe
nforme documentos de fls. 11 e 24,
reconhecer a incompetência absoluta deste
Juizo para julgar seu pleito, conforme jurisprudência
á corrente do Egrégio Supremo Tribunal Federal,
resultando no acolhimento da alegação de falta de
interesse processual em relação a tais co-autores.
Com efeito, em Conflito de Competência,
oriundo da 5' Vara da Fazenda Pública de São Paulo, o
Egrégio Supremo Tribunal Federal dirimiu a questão,
reconhecendo que a competência para conhecer qualquer
demanda proposta por empregado celetista ou seus
sucessores é da Justiça do Trabalho, ainda que se
discutam norma estaduais não previstas na CLT. A
ementa do V. Aresto é conclusiva ao rezar que:
"COMPETÊNCIA. SERVIDOR
PUBLICO ESTADUAL CONTRATADO SOB O REGIME
DA CLT, DIFERENÇAS SALARIAIS. JUSTIÇA
DO TRABALHO.
Compete à Justiça do
Trabalho dirimir demanda proposta por
servidores estaduais contratados sob
regime da CLT, ainda que diga respeito a
vantagens oriundas de leis estaduáls de
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
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aplicação própria a funcionários
estatutários. Competência que decorre
da parte final do art. 114 da
Constituição Federal.
Recurso Extraordinário
conhecido e provido."
(Recurso Extraordinário
n° 140.839-1/SP, Relator Ministro limar
Gaivão, D.J.U. 15.09.95, pág. 29.513 -
grifos nossos)
Em recentes decisões, tal entendimento
foi pacificado perante o Egrégio Supremo Tribunal
Federal, como pode ser observado das ementas dos V.
Acórdãos relatados pelo Excelentíssimo Senhor Ministro
NÉRI DA SILVEIRA, Relator dos Recursos Extraordinários
de n° 207.374-1/SP e 208.294-5/SP, julgados em 20.10.97
pela Colenda Segunda Turma daquele Egrégio Tribunal, de
igual teor, que assim declaram:
"COMPETÊNCIA - SERVIDOR
PÚBLICO ESTADUAL CONTRATADO SOB O REGIME
DA CLT - Diferenças Salariais. Justiça
do Trabalho. Compete à Justiça do
Trabalho dirimir demanda proposta por
servidores estaduais contratados pelo
regime da CLT, ainda que diga respeito a
vantagens oriundas de leis estaduais de
aplicação própria a funcio ários
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estatutários. Competência que decorre
da inteligência do artigo 114 da
Constituição Federal. Recurso
Extraordinário conhecido e provido.'
(grifos nossos)
Referidas recentes decisões fazem, em
sua fundamentação, expressa menção a anteriores
decisões da Primeira Turma do Egrégio Supremo Tribunal
Federal, proferidas quando do julgamento do Recurso
Extraordinário de n° 130.325, relatado pelo
Excelentíssimo Senhor Ministro MOREIRA ALVES, e do
Recurso Extraordinário de n° 136.193, relatado pelo
Excelentíssimo Senhor Ministro OCTÁVIO GALLOTTI,
valendo menção a ementa do primeiro citado, redigida
nos seguintes termos:
"Exceção de
incompetência. Servidor Público
estadual contratado sob o regime da CLT.
Postulação, com base na relação
empregaticia, de vantagens atribuídas a
funcionários estatutários. Competência
da Justiça do Trabalho, em face do
disposto na parte inicial do artigo 114,
"caput", da atual Constituição.
A competência da Justiça
Trabalhista decorre da existência da
relação de trabalho em se funda a
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pretensão, ainda que diga respeito a
vantagens oriundas de leis estaduais
aplicáveis a funcionários estatutários,
porquanto só à Justiça do Trabalho é que
caberá julgar da pertinência, ou não, da
postulação dessas vantagens com base no
contrato de trabalho, para dar pela
procedência, ou não, da reclamação
trabalhista.
Recurso extraordinário
conhecido e provido."
Recentemente - em abril de 2002 -, com
base neste último julgado, o Ministro Sepúlveda
Pertence deu provimento a recurso extraordinário contra
acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo, no qual decidiu-se que "embora celetistas os
demandantes, o que postularm são direitos decorrentes
de legislação estadual que regulou os vencimentos do
funcionalismo público em geral", motivo porque a
competência seria da Justiça Estadual (RE 241.117-3-
SP).
Isto posto, reconheço a incompetência
absoluta deste Juízo para conhecimento do pleito
relativo aos servidores Eloi Terezinha Ribeiro e Laura
Rita de Campos, sendo impossível, ante o
litisconsórcio, o envio dos autos ao Juízo competente.
ALLI
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SAO PAULO
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Autos n° 1586/583.53.2006.134170-4 página 7
Quanto à alegação de prescrição, esta só
se pode contar a partir do momento em que os autores
poderiam exigir a indenização pelas férias e licenças
não gozadas, ou seja, apenas quando passaram à
inatividade, o que ainda não ocorreu.
Passo à análise do mérito.
Os servidores, incluindo os contratados
pela Lei 500/74, no período a partir da promulgação da
Constituição Federal, têm direito ao benefício.
De fato, de acordo com a lição de CELSO
ANTÓNIO BANDEIRA DE MELLO, "a expressão servidor
público, na Constituição, é designativo genérico
abrangente de todos os que, sob regime de cargo ou de
emprego, estão vinculados por relação de caráter
profissional à Administração direta, indireta ou
fundacional em quaisquer dos Poderes, ou órbitas do
Governo. Não é, pois, restrita aos agentes titulares de
cargos ou apenas dos que ligados a entidades de direito
público ("Regime Constitucional dos Servidores da
Administração Direta e Indireta, RT, 1990, pág. 32).
Também a propósito, a transcrição de
trecho do acórdão a seguir transcrito:
"Os antigos extranumerários exercem
funções-atividade, como os autores, admitidos
pela sistemática da Lei 500/74.- As tarefas não
se distinguem substancialmente, num noutro
caso. Têm, portanto, de receber igu tratamento
perante a lei. Acresce a regra juri ca do art.
Is'
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Autos n° 1586/583.53.2006.134170-4 página 9
Note-se que o gozo da licença só pode
ser autorizado pela Administração de acordo com
critérios de conveniência e oportunidade. Assim,
considerando o pedido formulado, no sentido de ver
declarado esse direito, não há qualquer impedimento a
sua procedência.
Ressalte-se, outrossim, que não há
"forma indenizada" de recebimento da licença prêmio A
licença prêmio, como se vê da resposta da ré, não pode
ser "vendida", isto é, não pode o servidor optar por
receber indenização que a ela equivalha.
Reitere-se, a propósito, que o
deferimento do gozo da licença é ato discricionário da
Administração. Assim, em principio o servidor deve
gozar a licença durante seu tempo de serviço. O que é
vedado à Administração é impedir o gozo da licença até
a aposentadoria do servidor, ou reter essa
aposentadoria até o efetivo gozo, depois de pleiteada e
tendo os autores preenchido os requisitos para tanto,
pois isso seria ato imoral, que retiraria do servidor,
na prática, o benefício. Por isso, a jurisprudência vem
entendendo que, nessa hipótese, cabe a indenização. Mas
só nessa hipótese. Como os autores encontram-se na
ativa, podem ainda gozar a licença, à qual fazem jus.
Não há, em vista disto tudo, que cogitar
de prescrição parcelar.
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14' VARA DA FAZENDA PUBLICA
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Pelo exposto, e pelo mais que dos autos
consta, DECIDO, para julgar extinto o processo sem
exame do mérito com relação aos co-autores Eloi
Terezinha Ribeiro e Laura Rita de Campos. Com relação
aos demais co-autores, DECIDO, para julgar procedente o
pedido e declarar o direito à licença prêmlogrelativa
aos períodos
condenar a ré
indicados na inicial e documentos, e
no apostilamento do título respectivo.
arcará com
processuais
advocatícios
valor dado à
Diante da sucumbência mínima, a ré
o pagamento das custas e despesas
comprovadas e com os honorários
do patrono dos autores, que fixo em 10% do
causa.
P.R.I.
São Paulo, 13 de julho de 2007.
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
1P Câmara de Direito Público
Registro: 2011.0000017134
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação n° 0132415-
06.2007.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é apelante FAZENDA DO
ESTADO DE SÃO PAULO sendo apelados ELOI TEREZ1NHA RIBEIRO, IGNEZ
MORAES GOMES, LUZIA FERREIRA DA SILVA, LAURA RITA DE CAMPOS, ANA
CICERA APARECIDA MARTTOS, ELIAS LEITE DA SILVA, WALTER DE PAIVA,
ANA MARIA BAZILIO, ALCINETI ARAUJO ALVES e WAL I ER IMPERATORI.
ACORDAM, em 1P Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de
São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso da rpe e
negaram provimento ao recurso dos autores. V. U.", de conformidade com o voto do
Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Ex.mo Desembargadores PIRES DE
ARAÚJO (Presidente sem voto), AROLDO VIOTTI E RICARDO DIP.
São Paulo, 28 de fevereiro de 2011.
OSCILD DE LIMA JÚNIOR RELATOR
Assinatura Eletrônica
,Lq
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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
11' Câmara de Direito Público
VOTO N.° 5.525
APELAÇÃO CÍVEL N° 994.07.132415-7
COMARCA:
APELANTES E RECIPROCAMENTE APELADOS: FAZENDA DO ESTADO DE
SÃO PAULO, ELOI TEREZINHA RIBEIRO E OUTROS
JUIZ DE la INSTÂNCIA: PERNÃO BORBA FRANCO
Servidor Público Estadual — Recebimento da licença prêmio em pecúnia — Servidores ativos — A possibilidade de gozo do beneficio impede seja facultada a sua conversão em pecúnia —Servidores inativos — Prescrição — O termo inicial da prescrição é o momento da passagem para a inatividade, pois com a aposentadoria cessam-se as atividades do servidor, e não mais existe relação de trato sucessivo — Prescrição reconhecida com relação a alguns autores — Afastada a prescrição —Possibilidade de pagamento em pecúnia do beneficio para os servidores inativos haja vista a impossibilidade de gozo —Ausência de pagamento de indenização que implica em locupletamento ilícito da Administração — Sucumbência recíproca — Custas e honorários rateados entre as partes —Recurso da Fazenda provido em parte e Recurso dos autores Elias Leite da Silva e Walter de Paiva desprovido.
Trata-se de ação de procedimento ordinário proposta
por servidores públicos estaduais ativos e inativos em face da Fazenda do
Estado de São Paulo visando à concessão do pagamento em pecúnia do
benefício da licença prêmio não usufruído.
A r. sentença de fls. 111/120 e 127/128 declarou_ a
incompetência do juízo em relação aos autores Eloi Terezinha Ribeiro e Laura
Rita de Campos, uma vez que contratados pelo regime da CLT, julgou
improcedente o pedido inicial ante a ocorrência da prescrição em relação aos
autores Walter de Paiva e Elias Leite da Silva e julgou procedente o pedido
inicial em relação aos demais autores com condenação da ré no pagamento de
indenização correspondente aos períodos de licença prêmio devidas .a cada um
dos autores. Determinou que o valor da indenização será "correspondente aos
proventos da data do início da execução, com correção monetária a partir
Apelação n° 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto n° 5.525
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
1P Câmara de Direito Público
n -u
o Irresignados, os autores Walter de Paiva e Elias Leite Lo
da Silva interpuseram recurso de apelação a fls. 130/155 alegando, em
síntese, imprescritibilidade do direito funcional. Pretendem o pagamento da
licença prêmio em pecúnia, com fixação de juros de 12% ao ano, e majoração
do valor fixado a título de honorários advocatícios.
A Fazenda do Estado de São Paulo, por sua vez,
também interpôs recurso de apelação a fls. 157/166 sustentando, em síntese,
(i) prescrição do fundo de direito em relação ao autor Walter Imperatore (ii)
impossibilidade de pagamento em pecúnia da licença-prêmio aos servidores
em atividade, os quais deverão pretender o gozo do benefício e (iii)
necessidade de prova do indeferimento do pedido para que os servidores
aposentados tenham direito à conversão em pecúnia. Alternativamente
postula pelo reconhecimento da sucumbência recíproca ou pela fixação de
honorários advocatícios a seu favor em razão de ser vencedora em relação aos
autores Boi Terezinha, Laura Rita, Walter de Paiva e Elias Leite.
Recursos bem respondidos (fls. 168/185 e 187/193).
Convertido o julgamento em diligência (fls. 197), os
autores comprovaram a situação funcional, informando a data de início da
aposentadoria, no caso de inatividade.
É o relatório.
Inicialmente frise-se que foi decretada a
incompetência do juízo e extinta a ação em relação às autoras Eloi Terezinha
Ribeiro e Laura Rita de Campos, as quais não recorreram. Assim, quanto a
dessa data e juros de mora (6% ao ano) a partir da citação." Condenou a ré
no pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios
fixados em 10% do valor dado à causa.
Apelação no 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto n° 5.525
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
11' Câmara de Direito Público
elas o feito transitou em julgado.
Passa-se a analisar as situações das autoras que se
encontram em atividade, quais sejam: Ignez Moraes Gomes, Luzia Ferreira da
Silva, Ana Cicera Aparecida Marnos e Alcinete Araújo Alves (fls,212/216).
Registre-se, em princípio, que tais autoras, não
obstante o regime de contratação pela Lei 500/74, têm direito ao benefício da
licença-prêmio.
Isso porque, dispõe o artigo 129 da Constituição do
Estado de São Paulo: "Ao servidor público estadual é assegurado o
percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo
por qüinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta parte dos
vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício,
que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado
o disposto no art. 155, XVI, desta Constituição."
A expressão "servidor público" do artigo 129 está em
harmonia com o dispositivo do artigo 39 da Constituição Federal, não fazendo
distinção entre funcionários concursados e servidores contratados de acordo
com a conveniência da Administração.
Assim, face ao principio constitucional da isonomia,
há que se reconhecer que o dispositivo aplica-se ao regime legal de
contratação das apeladas (Lei n°. 500/74).
Ocorre que os servidores em atividade podem gozar
do benefício a qualquer tempo, enquanto for mantido o vínculo funcional com
a Administração Pública, razão pela qual não podem pedir a conversão do
benefício em pecúnia na medida em que não se sabe ainda se o gozo dele
restará impossibilitado.
n -u
o NJ o
Apelação n° 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto n° 5.525
02"
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11' Câmara de Direito Público
No mais, não há previsão legal acerca da
p ibilidade do pagamento do benefício na forma de indenização, motivo
também pelo qual resta impossibilitado o acolhimento do pedido.
Assim, com relação às autoras Ignez Moraes Gomes,
Luzia Ferreira da Silva, Ana Cicera Aparecida Marttos e Alcinete Araújo Alves é
de ser acolhido o recurso da Fazenda do Estado de São Paulo para o fim de
julgar improcedente o pedido inicial.
Passa-se a apreciar a situação dos autores inativos.
Verifica-se que o autor Elias Leite da Silva aposentou-
se em 07/05/1996 (fls. 215); Walter de Paiva em 14/09/1999 (fls. 37), Ana
Maria Bazilio em 02/02/2010 (fls. 215) e Walter Imperatori em 30/10/2004
(fls. 215).
Confrontando as datas das aposentadorias com a
data da propositura da ação — 13/11/2006 — tem-se que deve ser mantido o
decreto de prescrição em relação aos autores Elias Leite da Silva e Walter de
Paiva.
Explica-se, ressaltando que a distinção entre
vencimentos e proventos é de fundamental importância para o enfrentamento
da questão.
Sobre o tema, peço vênia para reproduzir parte do
brilhante voto proferido na Apelação Cível 883.662-5-7, julgada em 18 de
maio de 2009, pelo ilustre Desembargador Ricardo Dip, componente desta lla
Câmara de Direito Público, que estabelece diretrizes fundamentais a respeito
da árida matéria prescricional, em especial quando envolve questões de
vencimentos e de proventos, diz ele:
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1P Câmara de Direito Público
"Vencimentos e proventos - distinções:
Podem distinguir-se, de um lado, os vencimentos e, de outro, os proventos, por três características diferenciais:
(a) os vencimentos têm natureza retributiva atual, os proventos, natureza retributiva diferida (: nesse sentido, conhecida é. a orientação reiterada da Corte constitucional italiana, que alude, acerca dos proventos e das pensões, à retribuzione differita);
(b) os vencimentos correspondem a situação funcional de atividade, ao passo que os proventos supõem cessação da atividade funcionária;
c) os vencimentos — ressalvados especificamente os subsídios —constituem um todo composto, ou seja, integrado de parcelas (vencimento, no singular, e acréscimos, quais sejam, adicionais, gratificações e indenizações); os proventos configuram um todo simples, um todo impartial, em que não há partes.
Nesse sentido, recolhe-se de uma lição escrita, em 1996, pelo hoje Ministro Carlos Ayres Britto, do Egrégio Supremo Tribunal Federal:
"(...) Ao contrário do que sucede com os
vencimentos ou a remuneração, os proventos
não têm estrutura compósito. Eles são uma
unidade ou um todo 'pro indiviso', na medida
em que não comportam divisão em parte
principal e parte acessória.
(...) É claro que, por ocasião da
aposentadoria do servidor, há que se buscar
o vencimento do cargo ou função por ele
ocupada, mais os acréscimos pecuniários já
revestidos de definitiva aderência ao mesmo
vencimento, para o fim de fixação da base de
cálculo dos proventos. Esta base de cálculo é
que tem natureza compósito: vencimento e
vantagens incorporadas. Ela é que passa de
vencimento a remuneração, e, daí, a
proventos. Sem que isto signifique,
obviamente, que os proventos se
componham de parte básica e parte
complementar.
n -o
o NJ NJ
Apelação n° 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto n° 5.525
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1P Câmara de Direito Público
(...) Sinta-se, a propósito, que a Constituição
não fala em 'provento', assim no singular,
precisamente porque ele já se constitui como
sucedâneo da remuneração do servidor. Não
existe provento como termo correlato a
vencimento. No lastro formal da Magna
Carta, o que existe são 'proventos' como
termo correlato a remuneração (i.e., soma
do vencimento e dos acréscimos
permanentes do servidor)" ("O Regime
Constitucional dos Proventos da
Aposentadoria do Servidor Público Efetivo",
RDA vol. 206, outubro-dezembro de 1996, p.
152-3).
"Acréscimos" em proventos:
Dessa totalidade simples dos proventos emerge a inferência de que, propriamente, não há acréscimos parcelas — nessa espécie remuneratória, que é, como o referiu o Ministro Carlos Ayres Britto, um todo pro indiviso, de maneira que os adicionais e as gratificações "são institutos ínsitos ao vencimento do servidor público civil" e que "apenas por derivação é que eles repercutem sobre os proventos" (p. 153).
Com a cessação do relacionamento funcional, dá-se a transformação dos vencimentos em proventos, desaparecendo a composição remuneratória, absorvendo-se as parcelas vencimentais no todo simples dos proventos, nos quais já não se distinguem como partes.
Disso resulta: (a) que a cessação da atividade é o termo
inicial da quantificação dos proventos; (b) e, no quantum da remuneração da
inatividade, os acréscimos são os licitamente devidos ao tempo de atividade no serviço público.
Proventos e prescrição:
Se, como se afirmou, os proventos se contam a partir da aposentadoria e por meio de transformação dos vencimentos, o marco para a prescrição qüinqüenal é o da inatividade.
Quando o Poder Público, de modo
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expresso, define a situação jurídica fontal de que emergem as prestações remuneratórias, tal se dá, por exemplo, nas decisões explícitas da Administração Pública sobre aposentadorias, reenquadramentos, reclassificações etc., é da definição administrativa inaugural que nasce a pretensão, e é dela que tem curso o prazo prescricional, valendo aqui lembrar o paradigmático voto do Ministro Moreira Alves, do egrégio Supremo Tribunal Federal, no RE 110.419 (rel. Ministro Octavio Oanani):
"Fundo de direito é a expressão utilizada
para significar que o direito de ser
funcionário (situação jurídica fundamental)
ou os direitos a modificações que se
admitem com relação a esta situação jurídica
fundamental,como reclassificações,
reenquadramentos, direito a adicionais por
tempo de serviço, direito a gratificação por
prestação de serviço especial, etc. A
pretensão do fundo de direito prescreve, em
direito administrativo, em cinco anos a
partir da data da violação dele, pelo seu não
reconhecimento inequívoco".
Nesse mesmo sentido, Yussef Said Cahali leciona que, havendo "necessidade de se reconhecer um direito através de uma ação, para só então se reconhecerem as prestações vencidas, a prescrição se inicia da data em que o mesmo direito deixa de ser observado", de modo que, ao revés, apenas se configura a prescrição das prestações de trato sucessivo, quando "as parcelas em débito decorrem de um direito já reconhecido" (Prescrição e Decadência, ed. Revista dos Tribunais, São Paulo, 2008, p. 304),
Em direção clássica no Egrégio Supremo Tribunal Federal, podem recrutar-se estes julgados paradigmáticos:
• "Quando é um direito reconhecido,
sobre o qual não se questiona, aí, são as
prestações que vão prescrevendo, mas, se o
direito às prestações decorre do direito à
anulação do ato, é claro que, prescrita a
ação em relação a este, não é possível julgar
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o NJ
Apelação no 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto n° 5.525
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1 la Câmara de Direito Público
prescritas apenas as prestações, porque
prescreveu a ação para reconhecimento do
direito, do qual decorreria o direito às
prestações. Do contrário, seria admitir o
efeito sem a causa" (RE 59.122, apud RE
68.119 -Ia Turma -Ministro Luís Galotti).
• "...se o pretendente se omite de reclamar
a obtenção do benefício, desde quando a sua
pretensão era exercitávei, ou seja, da
vigência da própria lei, é o próprio fundo de
direito que se compromete com o decurso do
prazo prescricional que, consumado, àquele
mesmo é que retira a acionabilidade.
Atingido o próprio direito não há falar em
prestações sucessivas que somente nele têm
sua fonte" (RE 99.336 -Ia Turma -Ministro
Rafael Mayer).
O hoje Ministro Cezar Peluso, do Egrégio Supremo Tribunal Federal, publicou, em 1991, o estudo "Prescrição Qüinqüenal de Funcionalismo Público", de que recruto a seguinte passagem:
"...se a Administração não pratica, no tempo
devido, ato de reconhecimento ou
observância do direito originante, ou se
pratica ato espontâneo ou provocado, que o
lesione do mesmo modo, à data desta atitude
comissiva ou daquela omissiva entra a correr
o prazo de prescrição, porque de qualquer
um desses dos comportamentos nascem
ofensa ao direito e conseqüente pretensão a
obter-lhe satisfação jurisdicional. E é então
muito claro que, encobrindo a exigibilidade
do direito originante, a prescrição
consumada encobrirá a dos seus efeitos
patrimoniais, a cujo respeito há só direito
originado.
É o que, v.g., se dá nos casos corriqueiros de
recusa promoção, de reenquadramento, de
concessão de gratificação, adicional, ou
outra vantagem etc., em todos os quais
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n o, -o o Ni tri
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11' Câmara de Direito Público
transparece, com singular clareza, que
suscetível de prescrição qüinqüenal não é só
a pretensão —heterônoma, derivada, ou
acessória— ao pagamento das pretensões,
senão, também, e primeiramente, a
pretensão fundamental à obtenção da
situação jurídica da qual se irradiaria o
direito de as perceber. Prescrita a pretensão
à causa, há de estar prescrita a pretensão
aos efeitos. Daí, o que conta, para efeito de
incidência da regra jurídica, são apenas a
tipicidade (fattispecie abstrata) e a
realização histórica (fattispecie concreta) da
hipótese normativa de prescrição do direito
originante, porque ambas dão e exaurem a
solução da questão jurídica, à medida que
prescrição consumada de pretensão a direito
originante não pode deixar de subentender
prescrição de pretensão, conexa e acessória,
a direito originado (—). Tal é o significado
último da afirmação de que, nesses casos, o
funcionário não pode exigir pagamento da
vantagem econômica, uma vez prescrito o
próprio 'fundo do direito'.
A só prescritibilidade da pretensão a
prestações de índole pecuniária, objeto
induvidoso da previsão do art. 3° (refere-se
o autor ao Decreto n° 20.910, de 6-1-1932),
concerne a hipótese diferente e mais
simples, onde, por pressuposição normativa,
não ocorre comportamento administrativo,
provocado nem espontâneo, capaz de
representar injúria a algum dos chamados
direitos originantes a situações jurídico-
subjetivas que constituem fonte do direito
de receber prestações periódicas, de
natureza pecuniária, ao qual se reservou o
nome de direito originado e cuja
periodicidade é relevante no tema da
n -o
o Ni O.
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11a Câmara de Direito Público
prescrição.
Nesta hipótese, a vulneração concretizável
por ato ou omissão administrativos limita-se
ao direito originado, porque a Administração
apenas denega o pagamento das parcelas ou
rejeita outro modo possível de as calcular.
Nasce, daí, pretensão que, reduzindo-se à
exigibilidade da prestação legalmente
devida, é sempre e apenas pretensão a uma
quantia, não ao reconhecimento da situação
jurídico-funcional onde se assente o direito
de exigir, a qual, por hipótese, nunca esteve
em dúvida. A prescrição só pode, pois,
encobrir a eficácia da exigibilidade do
direito originado, de maneira independente e
autônoma.
E como se trata de ofensa de direito restrito
à percepção periódica de quanto, ou dada
quantia, a pretensão correspondente renasce
de igual modo, para efeito legal de
prescritibilidade, em todos os momentos em
que a quantia seja, supostamente, devida e,
realmente, não paga, de sorte que a
prescrição atinge cada prestação periódica,
à medida que a partir de cada uma se
perfaça o prazo da lei.
É o que se dá com os exemplas em que,
embora reconhecendo ou não controvertendo
o direito subjetivo do funcionário a
reenquadramento, gratificação, adicional, ou
outra vantagem econômica qualquer, a
Fazenda não lhe paga a prestação correlata,
ou lha paga por valor menor que o devido.
Transparece, aqui, com idêntica clareza, que
a única pretensão nata e prescritível é ao
pagamento das parcelas legalmente devidas,
cuje direito teria sido profanado pela
Administração Pública, não alguma
pretensão conjunta do reconhecimento
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o NJ '■J
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coo r'
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1P Câmara de Direito Público
prévio da situação juridico-funcional, cuja
existência válida e eficaz, como fonte do
mesmo direito, jamais foi questionada nem
posta em dúvida. (...)" (RT 664, p. 23-4).
Estabelecidas estas premissas, verifica-se, no caso
dos autos, que realmente ocorreu a prescrição do fundo do direito, afastada a
prescrição parcelar, nos termos do Decreto no 20.910/32 e a aplicação da
Súmula n° 85 do STJ.
Isso porque considerando que o autor Elias Leite da
Silva aposentou-se em 07/05/1996 e o autor Walter de Paiva em 14/09/1999
tinham o interregno de cinco anos para a propositura da presente ação,
portanto, até 07/05/2001 e 14/09/2004, respectivamente.
Ocorre que a ação somente foi proposta- em 13 de
novembro de 2.006, sendo forçoso, portanto, o reconhecimento da prescrição
do fundo de direito.
Nesse sentido, veja-se julgado do Superior Tribunal
de Justiça:
"PROCESSUAL CIVIL. INCOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. LICENÇA-PRÊMIO DE MAGISTRADO. AUSÊNCIA DE AMPARO LEGAL.
- Se para o deslinde da questão é necessário adentrar em matéria constitucional, o recurso não pode ser analisado porquanto matéria própria de apelo extraordinário para a Augusta Corte. II - Esta Corte tem se posicionado no sentido de que o termo inicial para prescrição do pedido de indenização de licenca-prêmio não gozada, é a data da aposentadoria. (Precedentes). III - A LOMAN não previu o gozo de licença-prêmio para os magistrados, não podendo outra lei federal ser aplicada para concessão de tal direito. Recurso parcialmente conhecido, e nessa parte,
Apelação no 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto no 5.525
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provido." (Recurso Especial n° 476.464 - SC, Relator Ministro Felix Fischer, Sa Turma, j. 03/11/2003).
Esse Tribunal segue o mesmo entendimento:
"Servidor público. Policial Militar reformado. Cobrança de licença-prêmio em pecúnia. Ação proposta decorridos mais de cinco anos da reforma. Valor indevido. Como se conta a prescrição. Recurso desprovido." (Apelação Cível n° 760.290.5/3-00, Relator: Borelli Thomaz, 13a Câmara de Direito Público, j. 19/08/2009)
"Licença-Prêmio não usufruída. Prescrição. Servidor Público Estadual Aposentado. Recebimentos das vantagens não gozadas. Certidão anexada informando sobre licenças não usufruídas em período superior a 5 anos antes da propositura da ação. Prescrição do fundo do direito. Decreto 20.910/32." (Apelação Cível n° 524.301.5/3-00, Relato!, José Luiz Germano, 2a Câmara de Direito Público, J. 04/08/2009)
Finalmente passa-se a apreciar a situação dos
autores Ana Maria Bazilio aposentada no curso da ação na data de 02/02/2010
(fis. 215) e Walter Imperatori em 30/10/2004 (fls. 215). '
Para esses autores, a prescrição fica afastada nos
termos acima explicitados.
Analisa-se, portanto, o direito deles ao recebimento
da licença-prêmio indenizada. A conclusão é positiva.
Com efeito, tendo em vista a impossibilidade do
gozo do benefício em virtude da aposentadoria, deve a Fazenda do Estado
pagá-lo em pecúnia, sob pena de locupletar-se ilicitamente.
Apelação no 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto n° 5.525
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O indeferimento do pedido por necessidade do
serviço público, nesse caso, é implícito, uma vez que a Administração é ciente
de que decorridos cinco anos de efetivo exercício, o servidor faz jus ao
benefício.
A ausência de concessão da licença-prêmio traz
benefícios à Administração que economiza com a desnecessidade de
substituição do servidor enquanto goza o benefício.
Nesse sentido, essa Colenda Câmara já se
manifestou:
"SERVIDOR PÚBLICO INATIVO - LICENÇA-PRÊMIO E FÉRIAS -PERÍODOS NÃO USUFRUÍDOS EM ATIVIDADE - PAGAMENTO EM PECÚNIA -ADMISSIBILIDADE - PRAZO PARA COBRANÇA DO DIREITO. CINCO ANOS - INTELIGÊNCIA DO DECRETO FEDERAL N° 20.910/1932 QUE SE SOBREPÕE AO DECRETO ESTADUAL N 25.053/1986 -SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA MANTIDA -RECURSO IMPROVIDO - A licença-prêmio não gozada na época oportuna por absoluta necessidade de serviço, ou por outro motivo, não constitui vantagem pecuniária, mas sim indenização pela força de trabalho despendida em período no qual o servidor estaria licenciado - Assim, admissível o recebimento em pecúnia - Justificativa que encontra respaldo no direito adquirido e na impossibilidade de locupletamento indevido por parte da Administração." (Apelação Cível n.° 0601049-87.2008.8.26.0053, rel. Pires de Araújo, j. 17/01/11)
Pelo exposto, pelo meu voto, dou provimento em
parte ao recurso da Fazenda do Estado de São Paulo para o fim de julgar
improcedente o pedido inicial em relação às autoras Ignez Moraes Gomes,
Luzia Ferreira da Silva, Ana Cicera Aparecida Marttos è Alcinete Araújo Alves;
e nego provimento ao recurso dos autores Walter de Paiva e Elias Leite da
Silva uma vez que, com relação a eles, foi bem decretada a prescrição.
Mantém-se, no mais, a procedência do pedido em relação aos autores Ana
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Maria Bazilio e Walter Imperatori com a condenação da Fazenda nos termos
da r. sentença. Em razão da sucumbêncía recíproca, as custas e as despesas
processuais deverão ser rateadas entre as partes, sendo que cada qual arcará
com o pagamento dos honorários advocatícios de seu respectivo patrono.
OSCILD DE LIMA JÚNIOR
Relator
Apelação n° 0132415-06.2007.8.26.0000 - São Paulo - Voto n° 5.525
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PJ-1
Ref:: Dispensa de Recurso - PORTARIA GPI 4, DE 3 DE SETEMBRO DE 2008- anexo II Autor(es): ELOI TEREZINHA RIBEIRO e outros — Banca 12-1 P1119/2007
Dispensa de Recurso Especial e/ou Extraordinário: 1. Abono-Fepasa — Dissídio Coletivo 618.417/1999 2. Adicional de Salubridade — retroação à data de admissão ou vigência da LC 432/85 3. Atribuição de aulas 4. Complementação de Pensão - 100% dos proventos do falecido 5. Concurso público —requisitos no momento da posse — Sumula 266 do STJ 6. Contribuição previdenciária dos inativos — não incidência/restituição dos valores cobrados entre a EC
20/98 e a EC 41/03. 7. Correção Monetária de vencimentos pagos em atraso (art. 116 da CE). Data base mês do efetivo
pagamento 8. Diárias — pagamento a juízes e promotores (não compreende a inclusão de juros anteriores à citação e
a verificação da prescrição) 9. FAM —Prescrição das parcelas (não compreende a inclusão de juros anteriores à citação).
X 10. FÉRIAS E LICENÇA PRÉMIO DE SERVIDORES INATIVOS —INDENIZAÇÃO 11. Férias indenizadas — servidores inativos — incidência de adicional constitucional de 1/3 12. Gratificações — extensão a inativos. (Súmula 280 do STF): GASS/ GSAE/ GAP (Atividade
Policial)/GAP (Atividade Penitenciária)/ GTE/ GASA/ GEA/ GSAP/GAM 13. Gratuidade judiciária 14. Honorários de sucumbência (Súmula 7 do STJ) 15. Imposto de Renda — não incidência sobre indenização por férias e/ou licença-prêmio não gozadas-
Orientação Normativa SubG/Contencioso n° 05 16. Juros — Cálculo sobre parcelas previdenciárias (IPESP/IAMSPE) 17. Licença-prêmio — concessão a servidores Lei 500/74 —prescrição dos blocos aquisitivos (Súmula
280 STF — Orientação Normativa SubG /Contencioso n° 03) 18. Licença-saúde — expedição de guia a admitido pela Lei 500/74 19. Licenciamento de veículo — renovação — exigência de pagamento prévio de multa (Súmula SubG
/Contencioso n° 01 e Orientação Normativa SubG/Contencioso n° 01) 20. Obrigação de fazer — fixação de multa 21. Pensão por morte — 100% da totalidade dos proventos do servidor falecido ou da remuneração do
servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento (art. 40, § 7° da CF) 22. P.I.Q. — Incidência sobre o 13° salário e férias 23. Policial Militar - desconsideração de penalidades para o cômputo de licença-prêmio. 24. Precatório — diferenças —necessidade_ de nova citação (exceto execuções superiores a R$500.000,00,
que devem ser submetidas ao GPJ) 25. Prêmio de valorização — incidência sobre o 13° salário. .- 26. Professor — dispensa ou redução da carga horária durante licença-saúde. 27. Professor/Carreiras da Secretaria da Educação — Bônus/Bônus Gestão/Bônus Mérito — extensão aos
inativos. 28. Sexta-parte: concessão da sexta-parte a servidores contratados pelo regime da Lei 500/74
(Súmula 280 STF —Orientação normativa SubG/ Contencioso n° 03 II . Dispensa de Apelação ( anexos II) ( ) Orientação Normativa n° ( ) Súmula n° OBSERVAÇÃO: PEDIDO DE RECONHECIMENTO DO DIREITO AO RECEBIMENTO, EM PECÚNIA, NA FORMA DE INDENIZAÇÃO, DE PERÍODOS DE LICENÇA-PRÉMIO NÃO USUFRUÍDAS QUANDO AINDA ESTAVAM OS AUTORES NA. ATIVA. NO TJSP FOI EM PARTE PROVIDO O RECURSO DE APELAÇÃO DA FESP PARA JULGAR IMPROCEDENTE A AÇÃO PARA ÁS AUTORAS EM ATIVIDADE; E PARA RECONHECER A SUCUMBENCIA RECIPROCA, REPARTINDO-SE AS CUSTAS E OS HONORÁRIOS. MANTIDA A SENTENÇA QUANTO AO RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO EM RELAÇÃO AOS AUTORES APOSENTADOS HÁ MAIS DE CINCO ANOS ANTES DO AJWZAMENTO, BEM COMO À EXTINÇÃO DO FEITO PELO RECONHECIMENTO DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA EM RELAÇÃO AOS AUTORES CELETISTAS. SENTENÇA ANTERIOR À LEI 11.960/2009, FIXANDO JUROS DE 6% AO ANO. NÃO FOI AFASTADA EXPRESSAMENTE Á APLICAÇÃO DA DA LEI NADA DO A RESPEITO DO TEMA NO ACÓRDÃO. - SÃO PAULO, 10 de feveré o de
KELLY PAUL1NO VEN de Seczonal/ Ch Sub/
tindapà5:orli4ü
Chefe de PI-1
n -o
o NJ
PROCURADORA DO ES De acordo/data
211
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10. TJ-SP Disponibilização: sexta-feira, 11 de novembro de 2011. Arquivo: 2222 Publicação: 61
Fóruns Centrais Fórum Hely Lopes 14° Vara da Fazenda Pública
Processo 0134170-37.2006.8.26.0053 (053.06.134170-4) - Procedimento Ordinário -Licença-Prémio - Boi Terezinha Ribeiro e outros - Fesp - Fazenda do Estado de São Paulo - Vistos. Cumpra-se o V. Acórdão, dizendo os autores. Aguarde-se a execução pelo prazo de (sessenta) dias. Nada sendo requerido, aguarde-se pelo prazo de 180 dias, nos termos do artigo 475-J, § 5°, do C.P.C. Decorrido o prazo, arquivem-se os autos com as devidas anotações. Int. - ADV: MAURO DEL CIELLO (OAB 32599/SP), KELLY PAULINO VENANCIO (OAB 131615/SP)
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n -o
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7. TJ-SP Disponibilização: sexta-feira, 16 de dezembro de 2011. Arquivo: 725 Publicação: 70
Fóruns Centrais Fórum Hely Lopes 14a Vara da Fazenda Pública
Processo 0134170-37.2006.8.26.0053 (053.06.134170-4) - Procedimento Ordinário -Licença-Prêmio - Eloi Terezinha Ribeiro e outros - Fesp - Fazenda do Estado de São Paulo - Esclareçam os credores exatamente qual o objeto da obrigação de fazer, isto é, a quais períodos, em relação a cada autor, se referem as respectivas licenças prêmio, e informem se, dada a condenação ao pagamento em pecúnia, determinada pelo v. Acórdão, efetivamente há necessidade de cumprimento de obrigação de fazer, porque, sendo aposentados os credores, não há falar em gozo da licença, mas simples indenização. Int. - ADV: MAURO DEL CIELLO (OAB 32599/SP), KELLY PAULINO VENANCIO (OAB 131615/SP)
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o Fóruns Centrais Fórum Hely Lopes 14a Vara da Fazenda Pública
12. TJ-SP Disponibilização: sexta-feira, 13 de abril de 2012.
1,rq uivo: 2312 Publicação: 39
AASP
RODRIGUES (OAB 140810/SP)
Processo 0134170-37.2006.8.26.0053 (053.06.134170-4) - Procedimento Ordinário - Licença-Prêmio - Eloi Terezinha Ribeiro e outros - Fesp -Fazenda do Estado de São Paulo - Vistos. Fls. 249: Não vislumbro tratar-se no caso de cumprimento de obrigação de fazer, pois o que pretendem os autores é o pagamento de indenização pelas licenças prêmio não usufruídas, quando ainda estavam em atividade, de forma que necessário que os autores apresentem planilha atualizada dos valores que entendem devidos, segundo o acórdão, inclusive discriminando os períodos, n--'forme as certidões. Prazo: vinte dias. Int. - ADV: KELLY PAULINO
AIANCIO (OAB 131615/SP), MAURO DEL CIELLO (OAB 32599ISP)
(li
37-
14. TJ-SP Disponibilização: quarta-feira, 10 de outubro de 2012. Arquivo: 1691 Publicação: 66
Fóruns Centrais Fórum Hely Lopes 14a Vara da Fazenda Pública Processo 0134170-37.2006.8.26.0053 (053.06.134170-4) - Procedimento Ordinário
- Licença-Prêmio - EIoi Terezinha Ribeiro e outros - Fesp - Fazenda do Estado de São Paulo - Vistos. Fls. 259: Sobre o pedido de desistência, com relação a co-autora Luzia Ferreira da Silva, diga a FESP. Int. - ADV: KELLY PAULINO VENANCIO (OAB 131615/SP), MAURO DEL CIELLO (OAB 32599/SP)
12J
n -o
o
351
9
1
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO PROCURADORIA JUDICIAL
SUBPROCURADORIA
n INTERESSADOS: ELOI TEREZINHA RIBEIRO E OS o, P3: 119/2007 > Banca 12 .3 o
w Ref: apostilamento negativo (decisão desfavorável aos autores) Lo
Ao SAP,
Solicito expedição de oficio à CAF/SF para que sejam realizadas as devidas anotações de que a ação foi julgada improcedente, cujo objeto e dados constam dos documentos anexos, nos termos do COMUNICADO n° 18/2011, da SUBPROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA ÁREA DO CONTENCIOSO. GERAL, o qual "estabelece forma de proceder nos casos em que decisões judiciais favoráveis ao Estado, em ações movidas por servidores públicos em atividade; transitarem em julgado".
Esclarece-se que, conforme relação anexa à petição inicial, a ação foi proposta por dez autores, e visava, em razão da alegada aposentadoria, o reconhecimento de indenização por férias e licenças-prêmio não usufruídas em atividade.
Nos termos do v. acórdão, foi julgada improcedente a demanda em relação aos co-autores IGNEZ MORAES GOMES, LUZIA FERREIRA DA SILVA, ANA CICERA APARECIDA MARTTOS, ALCINETE ARAUJO ALVES, WALTER DE PAIVA, ELIAS LEITE DA SILVA. Quanto a ELOI e LAURA, FORA RECONHECIDA A INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM e, portanto, em relação a estes dois últimos, nada há a ser anotado.
Em relação a ANA MARIA BAZILIO E WALTER IMPERATORI, a ação foi julgada procedente para reconhecer o direito à indenização das licenças-prêmio não usufruídas e também nada há de ser anotado nos termos do comunicado n° 18/2011, pois provavelmente será proposta por eles execução.
Proponho sejam anexadas as cópias da inicial, do acórdão, e das demais petições e despachos que estão marcados com clips na pasta PJ para instruir o ofício.
PJ-1, 29 de outubro de 2012.
KELLY PAULINO VENÂNCIO PROCURADORA DO ESTADO OAB/SP 131.615
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL Rua Maria Paula 67— 3° Andar Cep. 01319-001- São Paulo — Capital
n -u
o o
São Paulo, 30 de Outubro 2012
OFICIO PJ-1 - 805/2012
Processo PI: 0119/2007 Interessado: ELOI TEREZINHA RIBEIRO E 00 Ação: Ordinária -142 V.P.F - Proc .053.06.134170-4 Banca-12J
Senhor Diretor:
Solicito as dignas providências de Vossa Senhoria no sentido de que, com a URGÊNCIA que se faz necessária, seja atendido o pedido do Procurador do Estado.
Na oportunidade, apresento a Vossa Senhoria protestos de elevada estima e distinta consideração.
Atenciosamente,
KELLY PAULINO VENÂNCIO Procuradora do Estado
1li SUB/P1
Ao Senhor ADERVANDO ANTONIO DA SILVA JUNIOR Diretor Técnico da Divisão de Informação ao Judiciário DDPE/DIJ - Secretaria da Fazenda São Paulo - Capital
22. TJ-SP Disponibilização: quarta-feira, 5 de dezembro de 2012. Arquivo: 2399 Publicação: 71
Fóruns Centrais Fórum Hely Lopes
14a Vara da Fazenda Pública Processo 0134170-37.2006.8.26.0053 (053.06.134170-4) - Procedimento Ordinário - Licença-Prêmio - Eloi Terezinha Ribeiro e outros - Fesp - Fazenda do Estado de São Paulo - Vistos. Assiste razão à Fazenda do Estado de São Paulo, nada a deliberar uma vez que foi julgada improcedente a ação com relação à co-autora Luzia Ferreira da Silva. Traga a ré planilhas referentes aos co-autores Ana Maria Bazilio e Walter Imperatori para elaboração de cálculos e prosseguimento nos termos do artigo 730 do CPC. Int. - ADV: KELLY PAULINO VENANCIO (OAB 131615/SP), MAURO DEL CIELLO (OAB 32599/SP)
123
Z-
n -o
o
P31,;6
, 6 de dezembro de 2012.
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Procuradoria Judicial
URGENTE
P3 ou SAJ no 0134170-37.20068.26.0053 PJ/F no Interessado(a)(s): ELOI TEREZINHA RIBEIRO E 00
Secretaria/Órgão/Entidade onde se lartá o cumprimento: SECRETARIA DA SAÚDE
Doutor Procurador Chefe,
Venho propor o encaminhamento para a SECRETARIA DA SAÚDE para cumprimento da obrigação de fazer, conforme cópias anexadas (ANA MARIA LUIZIA FERREIRA DA SILVA)
À consideração superior.
n -u
o NJ NJ
oft°012.
GONÇALVE. PINHEIRO 1 ocuradora do Estado
Encaminhe-se à Secretaria/Órgão/Entidade supramencionado(a) - com tramitação pela respectiva Consultoria Jurídica, se necessário -solicitando a adoção das providências necessárias, nos termos da representação retro.
LUIZ EDUAR O PORTILHO D "ANTINO Procurador(a) do Estado Chefe da la Subprocuradoria
(De ordem do Sr. Procurador Chefe da P3)
OS In) 'Dois DATA
Izilomna M. de Moura Seth)
RG.: 14.508.507 ris Dire
NESTA DATA, FOI APENSANDO O PROCESSO NR.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL DE PROTOCOLO EXPEDIÇÃO E ARQUIVO
n -o
o
PROCESSO N°.0 (VA 2 -910) (909/1 ,Q0.1Q
TERMO DE APENSAMENTO
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
CONSULTORIA JURÍDICA
Fls.45
n -o
o
N° DO PROCESSO 001/0941/002.113/2012
DATA DE ENTRADA: 08/01/2013
DISTRIBUIDO AO DR(a) Nuhad
EM 08/01/2013
SECRili.ARIA DE ESTADO DA SAÚDE 11() --
CONSULTORIA JURÍDICA
Proces30 n° 001/0941/002.113/2012 (Apenso 001/0001/000.016/2013).
In eroscado: 17101TEREZINHA RIBEIRO E OUTROS.
[Ação Ordinária n° 0134170.37.2006.8.26.0053 da 14a Vara da Fazenda Publica/SP- Banca: 12-J - PJ n° 0119/2007.
À GGP-NAA,
para cumprimento da OBRIGAÇÃO DE FAZER, em
caráter de URGÊNCIA, devendo ser a eles juntados todos os elementos hábeis à defesa do
Estado em Juízo, inclusive cópias de todos os documentos, processos ou expedientes referentes
ao assunto.
C.J., em 08 de janeiro de 2013.
NUHAD SAID OLIVER Procuradora do Es ado Chefe da
Consultoria Jurídica
n -o
o
sb
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COOFIDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
GRUPO DE GESTÃO DE PESSOAS CENTRO DE LEGISLAÇÃO DE PESSOAL
Fls. 47
GGP/CLP
PROCESSO N°. 001/0941/002.113/2012 (AP N°. 001/0001/000.016/2013)
INTERESSADO: ELOI TEREZINHA RIBEIRO E OUTROS
ASSUNTO: AÇÃO ORDINÁRIA
Encaminhem-se os autos ao Centro de Controle de
Recursos Humanos para que seja providenciada a competente Portaria, DECLARANDO, à
vista da decisão judicial transitada em julgado em 10/06/2011, constante do Processo n°.
0134170-37.2006.8.26.0053 (14a Vara de Fazenda Pública/SP), PJ/F n°. 2113/2012, PJ/V n°.
0119/2007 e AP no. 001/0001/000.016/2013, em nome de ELOI TEREZINHA RIBEIRO E
OUTROS, em cumprimento ao v. acórdão proferido pela Décima Primeira Câmara de Direito
Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na Apelação n°. 0132415-
06.2007.8.26.0000, que os interessados (contra capa) fazem jus ao "reconhecimento do
direito ao pagamento de indenização pelas licenças prêmio não usufruídas, quando
ainda estavam em atividade, que deverá ser apostilado".
CLP, em 21 de janeiro de 2013.
PEREIRA DA SILVAIRETOR TÉCNICO II
MC/.