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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL DE SÃO PAULO Ementa: Vereador municipal e empresa privada. Doação ilegal para campanha eleitoral. Vantagem indevida sem contabilização formal, caixa dois. Enriquecimento ilícito. Uso pessoal sem prestação de contas eleitoral. Ferimento aos princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência. Improbidade administrativa. Autocomposição em relação à empresa (art. 36, §4º, Lei 13.140/2015). O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, CNPJ 01.468.760/0001-90, representado pelos Promotores de Justiça ao final assinado, com endereço na Rua Riachuelo n. 115, 7 o andar, Centro, São Paulo SP, CEP 01007-904, representado pelos Promotores de Justiça infra- assinados, nos termos do art. 129, II e III, da Constituição Federal, Leis 7.347/1985 e 8.429/1992 e outros dispositivos constitucionais e legais, com base no procedimento investigatório 0695.0000446/2017 (em anexo), vem promover a presente AÇÃO CIVIL DE RESPONSABILIDADE POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA em face de FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILINO, brasileiro, casado, sociólogo e assessor parlamentar, ex- vereador municipal, RG n. 9.506.147-2 e CPF n. 765.552.838-15, residente na Rua José Getúlio, 474, apto. 141, Aclimação, nesta Capital, CEP 01509-000, e de ODEBRECHT S.A., sociedade empresária por ações, inscrita no CNPJ sob n. 05.144.757/0001-72, com sede na Avenida Luís Viana n. 2.841, Edifício Odebrecht, Paralela, Salvador - BA, CEP 41730-900, expondo e requerendo o seguinte: Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1062179-95.2017.8.26.0053 e código 3D60B47. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VALTER FOLETO SANTIN e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 19/12/2017 às 15:35 , sob o número 10621799520178260053. fls. 1

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA ... · indenizar pelo valor da doação ilegal e multa civil. A conduta dolosa de FRANCISCO tipifica improbidade administrativa,

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA

FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL DE SÃO PAULO

Ementa: Vereador municipal e empresa privada. Doação ilegal para

campanha eleitoral. Vantagem indevida sem contabilização formal, caixa

dois. Enriquecimento ilícito. Uso pessoal sem prestação de contas

eleitoral. Ferimento aos princípios de legalidade, moralidade,

impessoalidade e eficiência. Improbidade administrativa. Autocomposição

em relação à empresa (art. 36, §4º, Lei 13.140/2015).

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO

PAULO, CNPJ 01.468.760/0001-90, representado pelos Promotores de Justiça

ao final assinado, com endereço na Rua Riachuelo n. 115, 7o andar, Centro, São

Paulo – SP, CEP 01007-904, representado pelos Promotores de Justiça infra-

assinados, nos termos do art. 129, II e III, da Constituição Federal, Leis

7.347/1985 e 8.429/1992 e outros dispositivos constitucionais e legais, com base

no procedimento investigatório 0695.0000446/2017 (em anexo), vem

promover a presente AÇÃO CIVIL DE RESPONSABILIDADE POR

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA em face de FRANCISCO DAS CHAGAS

FRANCILINO, brasileiro, casado, sociólogo e assessor parlamentar, ex-

vereador municipal, RG n. 9.506.147-2 e CPF n. 765.552.838-15, residente na

Rua José Getúlio, 474, apto. 141, Aclimação, nesta Capital, CEP 01509-000, e

de ODEBRECHT S.A., sociedade empresária por ações, inscrita no CNPJ sob

n. 05.144.757/0001-72, com sede na Avenida Luís Viana n. 2.841, Edifício

Odebrecht, Paralela, Salvador - BA, CEP 41730-900, expondo e requerendo o

seguinte:

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DOS FATOS

O réu FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILINO foi

vereador municipal desta Capital, mandato de 2008 a 2012 (fls. 77/79 do IC,

doc. 6). Em 2012, ele candidatou-se a deputado federal, ficando suplente,

mas assumiu mandato em 2013 e 2014 (fls. 77/79, doc. 6, e 106/107, doc. 7

deste IC).

Em 2010, durante a campanha eleitoral para

deputado federal, os réus ODEBRECHT e FRANCISCO avençaram doação

eleitoral no valor de R$30.000,00. A empresa doou o referido valor ao

vereador municipal, o réu FRANCISCO, em 18 de agosto de 2010 ou data

próxima. A doação não foi registrada e contabilizada regularmente,

originária de recursos financeiros sem contabilização formal, o chamado

caixa dois, constante de sistema Drousys da empresa, usado para

contribuição ilícita a políticos, candidatos e servidores públicos em geral,

em sistema oculto e sigiloso (fls. 84/86, 95/99 e 102/107 do IC, DOC. 7).

O pagamento foi feito pela empresa ré em

dinheiro. O procedimento interno da empresa para sistema de pagamento

paralelo da empresa consistia em pedido de alguém, neste caso por meio do

funcionário da empresa ALEXANDRINO DE SALLES RAMOS DE ALENCAR

(fls. 95/99 do IC). A empresa encaminhou a autorização de CARLOS

ARMANDO ao setor de operações estruturadas da empresa, foi dado o

codinome “Campinas” a FRANCISCO. O valor foi disponibilizado, fixada a

senha “CAMBUI”, que foi fornecida a FRANCISCO e por ocasião da entrega

do valor ocorreu a sua confirmação, por contrassenha (fls. 103, 104 e 107

do IC). Os documentos da contabilidade paralela, Drousys, estão

representados por extratos, ordens de programação, ordem de pagamento

por senha e planilha (fls. 102/107 do IC, DOC. 7).

Os réus FRANCISCO e ODEBRECHT agiram ilícita

e indevidamente, em ação dolosa, na solicitação, promessa, pagamento e

recebimento de vantagem indevida a servidor público, o vereador

municipal FRANCISCO, para doação em auxílio a campanha eleitoral a

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deputado federal de 2010 de FRANCISCO, no valor de R$30.000,00, em

dinheiro.

As condutas dos réus configuram ferimento aos

princípios de legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência,

importando em improbidade administrativa. Também a obrigação de

indenizar pelo valor da doação ilegal e multa civil.

A conduta dolosa de FRANCISCO tipifica

improbidade administrativa, por enriquecimento ilícito, ação dolosa, por

auferir vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de mandato

como vereador, em dinheiro (art. 9º, caput e I, da Lei 8.429/1992), e também

violação de princípios da administração pública, no tocante aos deveres de

honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (art. 11,

da mesma lei), de natureza exemplificativa, além de ferimento à moralidade,

impessoalidade e eficiência atinentes à atuação da Administração pública (art.

37, da Constituição Federal), com destaque para prática de ato visando fim

proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de

competência (I) do mesmo art. 11, da Lei 8.492/1992, por recebimento pelo

servidor público de doação ou contribuição para campanha eleitoral sem o

registro formal perante a Justiça Eleitoral para controle e fiscalização de

gastos de candidatos a mandato público. Ele fez uso pessoal do valor sem

prestação de contas eleitoral, em proveito próprio.

O dolo da conduta do servidor público está bem

evidenciado nos autos, notadamente por receber valor para campanha

eleitoral, em dinheiro, sem registrar a contribuição, de valor originário de

contabilidade paralela e irregular de empresa privada.

Os fatos indicam enriquecimento ilícito e violação

de princípios, em situação de ausência de interesse público, com evidências de

mero interesse pessoal, com caracterização de improbidade administrativa

(art. 9º e 11, da Lei 8.429/1992), respondendo o agente público e o terceiro

partícipe e beneficiário (arts. 1º, 3º e 5º, da Lei 8.429/1992).

A avença entre os réus representa ato abusivo e

imoral, por doação eleitoral oculta e antidemocrática, com fuga do sistema

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de controle e fiscalização e contrária ao interesse público e social, em

mecanismo de incorporação ao patrimônio pessoal do vereador municipal,

porque FRANCISCO informou que não constou da sua prestação de contas

eleitoral, por negativa de recebimento de doação alguma da empresa (fls.

100/101 do IC).

O Ministério Público do Estado instaurou

inquérito civil (portaria de fls. 2-A/2C1, doc. 1, e aditamento de fls. 80/81 do IC,

doc. 6), com objeto de apuração de eventual irregularidade em alegado

pagamento de vantagem indevida, no valor de R$30.000,00, em espécie,

feita pelo Grupo Odebrecht ao candidato FRANCISCO DAS CHAGAS

FRANCILINO, a pretexto de auxílio em campanha eleitoral, no ano de 2010,

em São Paulo, constante da planilha Drousys, do sistema de contabilidade

paralela da Odebrecht, para campanha eleitoral a deputado federal de

FRANCISCO, então vereador municipal de São Paulo, sem formal registro

contábil, em sistema paralelo de registro e pagamento, sistema Drousys da

empresa. A atuação da promotoria foi de ofício (fls. 2D1/13 do IC, docs. 1 e

2), em razão de notícia de pagamento de valor a político foi objeto de

procedimento perante o E. Supremo Tribunal Federal (Petição 6705),

iniciado por pedido da E. Procuradoria Geral da República, com sigilo

levantado por despacho do Sr. Min. Edson Fachin em 04.04.2017, contendo

depoimento de CARLOS ARMANDO GUEDES PASCHOAL (termo de

depoimento n. 28) e BENEDICTO BARBOSA DA SILVA JUNIOR (termo de

depoimento n. 52), em acordo de colaboração premiada (fls. 4/13 do IC, doc.

2). Há inquérito policial federal para apuração dos fatos no âmbito criminal

(JF/SP 0006365-39.2017.403.6181, fls. 33/34 do IC, doc. 4). A Construtora

Norberto Odebrecht teve conhecimento e passou a atuar no inquérito civil

(fls. 31, 37, 61, 63/64, 73/74, 84/86, 95/99 e 100/101 do IC), em colaboração

para a investigação, decorrente de avença anteriormente com o Ministério

Público Federal, inclusive apresentando colaboradores premiados, os seus

funcionários Benedicto Barbosa da Silva Junior E Carlos Armando Guedes

Paschoal (fls. 84/86 e 95/99 do IC, doc. 7) e documentos do sistema Drousys

(fls. 102/107 do IC, doc. 7). O nome de FRANCISCO foi retificado, de

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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

FRANCISCO CHAVES para o nome correto FRANCISCO DAS CHAGAS

FRANCILINO (fls. 77/81 do IC, doc. 6). Os colaboradores premiados

BENEDICTO e CARLOS ARMANDO confirmaram a doação para campanha

eleitoral de FRANCISCO, no valor de R$30.000,00, por meio de “Caixa 2”,

em 2010 (fls. 84/86 e 95/99 do IC), sendo que CARLOS ARMANDO esclareceu

que FRANCISCO possuía o codinome “Campinas” e para o pagamento era

usada senha transmitida a Carlos pelo setor de pagamento, quem

retransmitia ao beneficiário, no caso FRANCISCO, para confronto com a

contrassenha do portador do dinheiro, sem constar reclamação por

eventual falta de entrega do valor prometido, a pedido inicial do outro

funcionário da empresa ALEXANDRINO DE SALLES RAMOS DE ALENCAR

(fls. 95/99 do IC). A SENHA para o CODINOME “Campinas” foi “CAMBUI”

(103, 104 e 107 do IC). FRANCISCO negou o recebimento de doação eleitoral

(fls. 100/101 do IC).

O Município instaurou procedimento TID n.

17191860 da Procuradoria-Geral do Município de São Paulo, na forma da

Lei 13.140/2015 para a verificação da possibilidade de autocomposição em

relação ao objeto mencionado.

RESPONSABILIDADE CIVIL E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A responsabilidade civil é evidente. Os réus

FRANCISCO e ODEBRECHT agiram em concurso de pessoas, em todas as

fases de indevida doação de valor, de forma ilícita, ilegítima, irregular e

inadequada.

A responsabilidade civil decorre da prática de ato

ilícito, por provocação de dano a outrem (art. 927, do Código Civil), que pode

decorrer de ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,

consistente na violação a direito e dano a outrem, material e moral (art. 186,

CC), mesmo que por exercício de direito, em situação de excesso manifesto

dos limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos

bons costumes (art. 187, CC).

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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

O dolo da conduta do servidor público está bem

evidenciado nos autos. A solicitação, aceitação de proposta e recebimento

de valor de doação de empresa privada, durante o mandato de vereador

municipal, sem contabilização, registro e comunicação a quem de direito,

em entrega informal de R$30.000,00, não deixa margem a dúvidas, pois o

simples o ato de receber valor de empresa privada durante o mandato, sem

negócio lícito e subjacente, mesmo a pretexto de contribuição para

campanha eleitoral, já denota ilicitude, por falta de autorização legal para

tanto.

Ao doar valor a vereador para campanha eleitoral,

sem o registro e forma legal para tanto, a empresa praticou conduta dolosa

ilícita, observando que a holding ODEBRECHT possuía o domínio sobre

todas as empresas do grupo empresarial, incluída a Construtora Norberto

Odebrecht, com montagem de estrutura para pagamentos ilegais, o

chamado Setor de Operações Estruturadas.

Assim, além da eventual sanção penal e

administrativa, também é pertinente a reprovação por improbidade

administrativa, devendo o Juízo amoldar a conduta à norma de reprovação de

improbidade administrativa e aplicar a sanção respectiva.

A ação de improbidade administrativa é

perfeitamente pertinente para o deslinde da causa e reprovação da

conduta, com a adequada dosagem da sanção no caso concreto.

AUTOCOMPOSIÇÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO e o MUNICÍPIO DE SÃO

PAULO firmaram com a ODEBRECHT S/A termo de AUTOCOMPOSIÇÃO

(doc. 8, fls. 108/seguintes do IC), com reconhecimento da responsabilidade

pela empresa, compromisso de colaboração própria e por seus

funcionários, em cooperação espontânea, apresentação de documentos dos

fatos e de implementação de sistema de controle interno (compliance e

governança corporativa), e ao pagamento de multa de R$30.000,00, acrescida

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de juros e correção monetária, a título de multa por improbidade

administrativa (art. 12, I, da Lei 8.429/1992), dependente de apreciação

judicial (art. 36, §4, da Lei 13.140/2015).

Para a avença, como base jurídica, foram

considerados os arts. 37 §4º e 129, I, da Constituição Federal de 1988, no art.

1º, V, da Lei 7.347/1985, os arts. 3º, 9º, 10, 11 e 12 da Lei federal n. 8.429/1992,

o art. 37 da Convenção das Nações Unidas contra a corrupção - Convenção de

Mérida (decreto federal n. 5.687/2006), o art. 3o, §§2o e 3o e o art. 725, VIII, do

Código de processo civil de 2015, a Resolução n. 179/2017 do Conselho

Nacional do Ministério Público, a Portaria interministerial CGU/AGU n. 2.278 de

15 de dezembro de 2016 e, notadamente, os princípios recentes de

composição consensual em caso de improbidade administrativa, previstos

no art. 2º e o art. 36 §4º da Lei 13.140/2015, segundo o qual “nas hipóteses em

que a matéria objeto do litígio esteja sendo discutida em ação de improbidade

administrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal de Contas da União, a

conciliação de que trata o caput dependerá da anuência expressa do juiz da

causa ou do Ministro Relator”.

Foram levadas em consideração a intenção de

cooperação estabelecida pela Colaboradora ODEBRECHT em relação ao

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO e ao MUNICÍPIO DE

SÃO PAULO, mediante fornecimento de elementos e meios para a resolução de

questões que configuram enriquecimento ilegal de agentes públicos, prejuízo ao

erário ou violação a princípios administrativos, o que já fizera com o

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por acordos de leniência e de colaboração

premiada (“Operação Lava Jato”), além de que é parte integrante de conjunto

de acordos celebrados, simultânea ou subsequentemente, entre a

COLABORADORA e autoridades estaduais e municipais de São Paulo

relativamente a fatos conexos, correlatos, similares ou complementares.

Também o princípio de manutenção empresarial, visando a “permitir a

manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses

dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social

e o estímulo à atividade econômica” (art. 47 da Lei 11.101/2005).

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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

O valor global de R$ 30.0000,00, acrescido de

juros e correção monetária desde 12 de agosto de 2010 (data do

pagamento) corresponde à doação ilegal, a título de multa por improbidade

administrativa (art. 12, I, da Lei 8.429/1992 c.c. 9º, I, da mesma lei), em 22

(vinte e duas) parcelas anuais corrigidas monetariamente conforme Tabela

Prática do Tribunal de Justiça de São Paulo, a partir do desembolso feito pela

COLABORADORA, a RÉ ODEBRECHT, cabendo 90% do total ao

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 5% ao FUNDO ESTADUAL DE INTERESSES

DIFUSOS DO ESTADO DE SÃO PAULO e 5% ao FUNDO ESTADUAL DE

PERÍCIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (em fase de implementação por lei

estadual).

O valor de R$ 30.000,00 reflete a avaliação

específica e concreta sobre a gravidade dos atos ilícitos relatados

(pagamento de valor em doação de campanha a vereador municipal de São

Paulo), assim como a valoração da conduta cooperativa e das informações

trazidas pela COLABORADORA, respeitados os princípios da

proporcionalidade e razoabilidade, e abrange a totalidade dos valores

devidos a título de sanções, inclusive a multa por improbidade

administrativa e de indenizações por danos de qualquer natureza, materiais

ou morais, decorrentes do objeto por ele abrangido. Após a homologação do

termo de colaboração, a COLABORADORA efetuará o pagamento da

primeira parcela anual no dia 31/7/2018, nas contas indicadas nos autos do

pedido de homologação pelo MSP e pelo MPSP, este no que concerne ao Fundo

de Interesses Difusos e ao Fundo Estadual de Perícias.

Em contrapartida, pelo termo de autocomposição,

o MPSP e o MSP obrigam-se a solicitar a exclusão da COLABORADORA ou

de seus prepostos e ex-prepostos da COLABORADORA, do polo passivo

imediatamente após o trânsito em julgado da decisão ou sentença de

homologação da autocomposição, solicitar oportunamente a exclusão da

COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos do polo passivo da relação

jurídica processual principal, caso sejam incluídos por decisão inicial do

magistrado competente, considerando as obrigações assumidas e seu

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

cumprimento no que concerne ao objeto supramencionado. Também a não

demandar a COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos, ou apoiar ações

civis de terceiros, quanto ao pagamento de outros valores ou a aplicação

de outras cominações por improbidade administrativa (Lei 8.429/1992), de

reparações e sanções previstas na legislação relativa à licitação e contratos

públicos (Lei 8.666/1993 e similares) ou de reparações e sanções previstas na

legislação especial que trata dos atos lesivos ao erário e demais normas

regentes de licitações, contratos e financiamento com a Administração Pública,

considerando as obrigações assumidas, inclusive o efetivo pagamento do valor

fixado (item 2.1, “h”, do termo de autocomposição, doc. 8), no que concerne ao

objeto do inquérito civil e procedimento do MSP mencionados.

Em suma, por conta da colaboração da empresa

demandada e da impossibilidade do retorno ao status quo ante

(notadamente a inviabilidade da devolução ou exclusão de provas já

produzidas), os autores não demandarão a aplicação de outras

cominações que não sejam aquelas do próprio termo, no caso o pagamento

do valor já mencionado e prática de atos materiais de cooperação processual,

como o ressarcimento de despesas pelo deslocamento de prepostos, ex-

prepostos, empregados e ex-empregados para prestarem depoimentos.

Convém acentuar que a transação, acordo ou

conciliação não eram possíveis, segundo o art. 17 §1º da Lei 8.429/1992.

Todavia, com entrada em vigor da nova Lei 13.140/2015, tal proibição foi

mitigada ou relativizada. A solução consensual de conflitos, aliás, é

incentivada pelo novo Código de processo civil, em seus artigos 3º §2º,

174, 190 e 515, inciso III. O próprio Conselho Nacional do Ministério Público

passou a incentivar Promotores e Procuradores a subscreverem termos de

ajustamento de conduta em casos relativos a atos de improbidade

administrativa, na forma da Resolução 179, de 26 de julho de 2017, desde

que sejam previstos o ressarcimento do prejuízo ao erário e a aplicação de

pelo menos uma das cominações legais, bem a homologação do instrumento

pelo Conselho Superior do respectivo ramo do Parquet:

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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

“Art. 1º O compromisso de ajustamento de conduta e instrumento de

garantia dos direitos e interesses difusos e coletivos, individuais

homogêneos e outros direitos de cuja defesa esta incumbido o

Ministério Público, com natureza de negócio jurídico que tem por

finalidade a adequação da conduta às exigências legais e

constitucionais, com eficácia de título executivo extrajudicial a partir da

celebração (...)

§ 2º E cabível o compromisso de ajustamento de conduta nas

hipóteses configuradoras de improbidade administrativa, sem prejuízo

do ressarcimento ao erário e da aplicação de uma ou algumas das

sanções previstas em lei, de acordo com a conduta ou o ato praticado.

§ 3º A celebração do compromisso de ajustamento de conduta com o

Ministério Público não afasta, necessariamente, a eventual

responsabilidade administrativa ou penal pelo mesmo fato, nem

importa, automaticamente, no reconhecimento de responsabilidade

para outros fins que não os estabelecidos expressamente no

compromisso”.

No caso em exame, os dois únicos legitimados ativos

para a propositura de ação civil de improbidade administrativa

subscreveram o Termo de autocomposição. Não houve prejuízo ao erário,

de sorte que a homologação judicial da autocomposição é claramente vantajosa

ao interesse público (primário e secundário). A vantajosidade do acordo de

autocomposição para o Município aumenta ainda mais porque receberá

parte maior de multa civil da empresa RÉ, correspondente ao valor da

doação ilegal, além de se beneficiar do mesmo valor como indenização ou

perda de valor pelo réu FRANCISCO e também nova multa civil.

PEDIDO

Assim, o Ministério Público requer a Vossa

Excelência:

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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

a) NOTIFICAÇÃO do MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

(PREFEITURA), para compor o polo ativo ou outra posição processual, e dos

RÉUS, para DEFESA PRÉVIA (art. 17, §7º, da Lei 8.429/1992), e da posterior

CITAÇÃO, a fim de responder aos termos desta ação, no prazo de 15 dias, sob

pena de revelia;

b) Produção de PROVA documental, testemunhal,

pericial, depoimentos pessoais dos réus, sob pena de confesso, e outras

permitidas em direito, requisição dos últimos salários ou subsídios do

servidor na Câmara em 2010, juntando desde já em anexo o procedimento

investigatório 0695.0000446/2017, com DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DA

PROVA, em razão de imputação de participação nas irregularidades e a maior

possibilidade de esclarecimento sobre os motivos da omissão no cumprimento

da obrigação legal, pelo desatendimento de princípios legais e constitucionais;

c) PROCEDÊNCIA da ação, para DECLARAR a

prática de improbidade administrativa pelos réus FRANCISCO e

ODEBRECHT, por participação em processo de DOAÇÃO ILEGAL DE

R$30.000,00, a pretexto de contribuição para campanha eleitoral de

deputado federal em 2010, sem registro ou comunicação formal;

d) A CONDENAÇÃO do réu FRANCISCO às

sanções previstas no art. 12, da Lei 8.429/1992, ressarcimento ou perda de

bens e valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, por

enriquecimento ilícito durante o mandato de vereador municipal, no valor

de R$30.000,00, com juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010

ou data próxima, perda da função pública, suspensão dos direitos

políticos, pagamento de multa civil sobre o valor do dano, proibição de

contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou

creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica

da qual seja sócio majoritário, pelos prazos legais, pedindo que a multa civil

seja carreada aos cofres do Município (90%) e dos Fundos Estaduais de

reparação de danos coletivos (5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%);

e) A CONDENAÇÃO da ré ODEBRECHT por

infração à Lei 8.429/1992, com aplicação somente de uma única sanção,

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PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO E SOCIAL DA CAPITAL

MULTA no valor de R$30.000,00, correspondente a uma vez o valor da

doação ilegal, com juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010

ou data próxima, pedindo que a multa civil seja carreada aos cofres do

Município (90%) e dos Fundos Estaduais de reparação de danos coletivos

(5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%), conforme acordo de

autocomposição (doc. 8), ou a própria HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO DE

AUTOCOMPOSIÇÃO, em anexo (doc. 8), que corresponde à mesma

finalidade e tem o mesmo efeito jurídico, em termos de obrigação e

responsabilidade da ré ODEBRECHT;

f) A CONDENAÇÃO aos ônus da sucumbência,

custas processuais e outras verbas pertinentes à espécie e à posição jurídico-

institucional das partes;

g) a INTIMAÇÃO PESSOAL do 2º Promotor de

Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, para acompanhamento do

feito em todos os seus trâmites legais e processuais, pelo E-SAJ.

Dá-se à causa o valor de R$60.000,00, para efeitos

fiscais.

São Paulo, 19 de dezembro de 2017.

VALTER FOLETO SANTIN

2º Promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo

SILVIO ANTONIO MARQUES JOSÉ CARLOS GUILLEM BLAT KARYNA MORI CHRISTIANO JORGE SANTOS THOMAS MOHYICO YABIKU

4º, 10º, 6º, 7º e 9º Promotores de Justiça do Patrimônio Público

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

Inquérito civil n. 0695.0000446/2017 (MPSP)

Procedimento TIO n. 17191860 (MSP)

TERMO DE AUTOCOMPOSICÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

("MPSP"), com sede na Rua Riachuelo n. 115, CEP 01007-904, São Paulo- SP,

representado pelos Promotores de Justiça do Patrimônio Público e Social da

Capital infra-assinados, e o MUNiCíPIO DE SÃO PAULO ("MSP"), pessoa

jurldica de direito público interno, com sede no Viaduto do Chá n.15, Centro, São

Paulo - SP, CEP 01020-900, São Paulo - SP, devidamente representado por seu l0Procurador-Geral, de um lado, e a ODEBRECHT S.A. ("COLABORADORA")

pessoa juridica de direito privado, inscrita no CNPJ n. 05.144.757/0001-72, com "

sede na Avenida Luis Viana n. 2841, Edificio Odebrecht, Paralela, Salvador/BA,

neste ato representada por seus representantes legais que esta subscrevem

(procuração anexa), na qualidade de controladora das empresas pertencentes

ao seu grupo econômico, do outro lado:

Considerando os arts. 3794' e 129, I, da Constituição Federal de

1988, no art. 1', V, da Lei 7.347/1985, os arts. 3', 9', 10, 11 e 12 da Lei federal,tn. 8.429/1992, o art. 37 da Convenção das Nações Unidas contra a corrupção-

Convenção de Mérida (decreto federal n. 5.687/2006), o art. 3', 992' e 3' e o art.

725, VIII, do Côdigo de processo civil de 2015, a Resolução n. 179/2017 d

Conselho Nacional do Ministério Público, a Portaria interministerial CGU/AG

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

2.278 de 15 de dezembro de 2016 e, notadamente, os principias de composição

consensual previstos no art. 2' e o art. 3694' da Lei 13.140/2015, segundo o

qual "nas hipóteses em que a matéria objeto do litigio esteja sendo discutida em

ação de improbidade administrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal de

Contas da União, a conciliação de que trata o caput dependerá da anuência

expressa do jutz da causa ou do Ministro Relator' (g.n.);

Considerando o constante nos autos do inquérito civil n.

0695.0000446/2017, vinculado ao cargo do 2' Promotor de Justiça do Patrimônio

Público e Social de São Paulo - SP, cujo objeto consiste na apuração de

eventual irregularidade em alegado pagamento de vantagem indevida, no

valor de R$30.000,OO,em espécie, feita pelo Grupo Odebrecht ao candidato

FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILlNO, a pretexto de auxilio em

campanha eleitoral, no ano de 2010, em São Paulo, constante da planilha

Drousys, do sistema de contabilidade paralela da Odebrecht;

Considerando que, de acordo com informaçôes produzidas pela ~Procuradoria-Geral da República (Operação Lava Jato), a COLABORADORA

efetuou em 12 de agosto de 2010 a doação de R$30.000,00 para campanha

eleitoral a deputado federal de FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILlNO,

então vereador municipal de São Paulo, sem formal registro contábil, em

sistema paralelo de registro e pagamento, sistema Drousys da empresa;

Considerando o constante nos autos do procedimento TIO n,

17191860 da Procuradoria-Gerai do Municipio de São Paulo, instaurado na

forma da Lei 13.140/2015 para a verificação da possibilidade de autocomposição

em relação ao objeto supramencionado;

Considerando a intenção de cooperação estabelecida pela

COLABORADORA em relação ao MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO

SÃO PAULO e ao MUNIClplO DE SÃO PAULO, mediante fornecimento d

elementos e meios para a resolução de questões que COnfigU~m

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOenriquecimento ilegal de agentes públicos, prejuízo ao erário ou violação a

princípios administrativos;

Considerando o princípio que visa a "permitir a manutenção da

fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,

promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímuloà atividade econômica" (art. 47 da Lei 11.10112005);

Considerando que este instrumento é parte integrante de conjunto

de acordos celebrados, simultânea ou subsequentemente, entre a

COLABORADORA e autoridades estaduais e municipais de São Paulo

relativamente a fatos conexos, correlatos, similares ou complementares;

Considerando os acordos de leniência e de colaboração premiada

firmados entre o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF) e a

COLABORADORA e seus prepostos, no âmbito da "Operação Lava Jato", que

não serão alterados pelo presente termo e pelos quais a empresa se

comprometeu a cooperar com os demais órgãos competentes federais,

estaduais e municipais a respeito de eventuais irregularidades;

Celebram este termo de autocomposição, mediante as seguintescondições:

1 - OBJETO

1.1 A presente autocomposição visa exclusivamente a resoluçãoconsensual do objeto do inquérito civil PJPP-CAP n. 0695.000044612017

(MPSP) da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital

(MPSP), e do procedimento TID n. 17191860 da Procuradoria-Geral do

Municlpio de São Paulo (MSP), em relação às irre9ularidades descobertas até a

presente data.

1.2 - O objeto da presente autocomposição serà detalhado em termo

declarações dos representantes, prepostos, ex-prepostos, colaboradores,

,_..t:;;"7'~J3J8.".2'~

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOempregados ou ex-empregados da COLABORADORA, bem como mediante

documentos que serão entregues pelos depoentes, ou até o encerramento das

investigações ou dos processos judiciais decorrentes.

•1.3 - Caso sejam identificados atos ilicitos praticados por representantes,

colaboradores, empregados ou ex-empregados da COLABORADORA, não

constantes nos termos de declarações e nos documentos entregues, relativos àsirregularidades tratadas no inquérito civil n. 446/2017 (MPSP) e no procedimento

TID n. 17191860 o MPSP e o MSP, em conjunto, aditarão a presente

autocomposição ou, em caso de dolo comprovado da COLABORADORA na

sonegação de provas, rescindi-Ia, submetendo sua decisão, em qualquer caso,ao juizo civil da homologação.

1.3.1 - Independentemente de terem sido admitidos ou não pela

COLABORADORA e seus prepostos e ex-prepostos, o presente instrumento

abrange desde já eventuais atos de improbidade administrativa, enriquecimentoilícito, favorecimento, conexos, correlatos e complementares àqueles narrados,

não implicando em rescisão sua posterior revelação.

1.3.2 - Nos termos do acordo de leniência celebrado com o MPF, a

COLABORADORA assumiu o ônus de realizar investigações internas com a

finalidade de identificar atos ilícitos que tenham sido praticados no passado,

assim como o levantamento de informações adicionais e de elementos de

comprovação relacionados aos fatos narrados ("investigações internas").

4~Termod~compOSiçãO MPSP

1.3.3 - Caso sejam definitivamente apurados, nas investigações

internas, atos ilicitospraticados por representantes, colaboradores, empregados

ou ex-empregados da COLABORADORA que ainda não tenham sido relatados,

relativos às irregularidades tratadas no inquérito civil n. 0695.0000446/2017

(MPSP) e no procedimento TID n. 17191860 (MSP), que fundamentam

presente Termo, a COLABORADORA se compromete a, prontamente, informar'

o seu teor ao MPSP e ao MSP para fins de aditamento.

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

1.4 - Eventual rescisão ou anulação do presente termo, por culpa

exclusiva da COLABORADORA, a qual será sempre precedida de apuração

especifica pelo MPSP e MSP e de decisão judicial, não implica em nulidade ou

irregularidade da prova produzida e nem obrigação de sua retirada ou exclusão

dos autos dos procedimentos investigatórios ou processos judiciais civis e

criminais .

1.5. - A COLABORADORA representará todas as demais empresas

do grupo ODEBRECHT relacionadas no Anexo 1 para os fins deste Termo,

declarando ter plena prerrogativa para exercer o poder de controle para

determinar o cumprimento desta autocomposição a todas as empresas do grupo,

incluindo as sociedades que, direta ou indiretamente, sejam por ela controladas

ou estejam sob controle comum, exceto a Braskem S/A.

2 - CONDiÇÕES DA AUTOCOMPOSiÇÃO

2.1 - Mediante este termo de autocomposição, a COLABORADORA se

obriga a:

A) reconhecer sua responsabilidade e esclarecer, por meto de seus

representantes, colaboradores, empregados s, quando a eles tiver acesso, ex-

empregados, espontaneamente ou quando notificados, todos os atos ilícitos

relacionados ao objeto dos procedimentos supra mencionados, fornecendo

informações e evidências que estejam ao seu alcance, bem como indicando

provas potencialmente passiveis de obtenção pelo MPSP e MSP, notadamente

para: I) identificação dos autores, coautores, partícipes e testemunhas dos fatos;

11) revelação de eventual estrutura hierárquica ou divisão de tarefas dos

envolvidos; 111) recuperação dos valores pagos ilegalmente a qualquer titulo aos

investigados.

B) instar seus representantes, colaboradores, empregados e, quando a

eles tiver acesso, ex-empregados a falarem a verdade incondicionalmente em/

todos os procedimentos investigatórios e processos judiciais, nacionais ou . Q....--"'-"Pj--" .."'7];;i::-;I" ( '-'\

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

estrangeiros, relativos ao objeto supramencionado, especialmente em

depoimentos formais que serão reduzidos a termo e gravados em vídeo ou

áudio.

C) cooperar espontaneamente ou sempre que solicitado, mediante o

comparecimento pessoal de seus representantes, colaboradores, empregados

ou, quando a eles tiver acesso, ex-empregados, sob suas expensas, às sedes

do MPSP, do MSP, do Poder Judiciário, da Policia, dos Tribunais de Contas ou

de qualquer órgão oficial nacional que esteja tratando do objeto

supramencionado, desde que respeitadas integralmente as proteções

estabelecidas no presente Termo de autocomposição e no Acordo de leniência

celebrado com o MPF.

D) entregar cópias fiéis de lodos os documentos fisicos ou digitais,

inclusive eventuais vídeos, gravações de áudio, comunicações telemáticas,

fotografias, extratos e outros papéis bancários ou fiscais, senhas de acesso e

quaisquer elementos de prova relacionados ao objeto dos procedimentos

investigatórios e processos judiciais decorrentes do objeto deste Termo queestejam a seu alcance.

E) não impugnar, por qualquer meiO, o presente Termo de

autocomposição em quaisquer procedimentos ou processos judiciais, salvo porfato superveniente á homologação.

F) indicar espontaneamente ou sempre que for solicitado o

endereço completo, inclusive eletrônico, dos seus representantes,

colaboradores, empregados e, quando a eles tiver acesso, ex-empregados, bem

como de seus advogados, nos autos dos procedimentos ou processos judicia'decorrentes deste termo.

. .. G) demonstrarmediante documentos hábeis, após a homologaçã0YJudicial, que Implementou sistema de controle Interno, em especial eqUipe de

compliance e de governança corporativa, para evitar novas ilegalidades,

Termo de A"{l)POS;ÇãO M1ps"MChl-IC 0695.00004.46/2017

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

H) pagar o valor global de R$ 30.0000,00, acrescido de juros e

correção monetária desde 12 de agosto de 2010 (data do pagamento)

correspondente à doação ilegal a título de multa por improbidade administrativa

(art. 12, I, da Lei 8.429/1992 c.c. 9', I, da mesma lei), em 22 (vinte e duas)

parcelas anuais corrigidas monetariamente conforme Tabela Prática do Tribunal

de Justiça de São Paulo, a partir do desembolso feito pela COLABORADORA

(Anexo 2), cabendo 90% do total ao MUNIClplO DE sAo PAULO, 5% ao

FUNDO ESTADUAL DE INTERESSES DIFUSOS DO ESTADO DE sAo PAULO

e 5% ao FUNDO ESTADUAL DE PERlclAS DO ESTADO DE sAo PAULO (em

fase de implementação por lei estadual). O valor global de R$ 30.000,00 referido

neste item reflete a avaliação específica e concreta sobre a gravidade dos atosilicitos relatados (pagamento de valor em doação de campanha a vereador

municipal de São Paulo), assim como a valoração da conduta cooperativa e das

informações trazidas pela COLABORADORA, respeitados os princlpios da

proporcionalidade e razoabilidade, e abrange a totalidade dos valores devidos a

titulo de sanções, inclusive a multa por improbidade administrativa e de

indenizações por danos de qualquer natureza, materiais ou morais, decorrentesdo objeto por ele abran9ido.

J) após a homologaçãodeste Termo, a COLABORADORA efetuará

o pagamento da primeira parcela anual no dia 31n/2018, nas contas indicadas

nos autos do pedido de homologação pelo MSP e pelo MPSP, este no que

concerne ao Fundo de Interesses Difusos e ao Fundo Estadual de Perícias.

A) nos processos das ações de improbidade administrativa (

8.429/1992), ações civis públicas (Lei 7.347/1985) ou de outras ações civis,

curso ou que vierem a ser propostas, que tratem do objeto supramencionado,

solicitar a exclusão da COLABORADORA ou prepostos e ex-prepost S--dá?,,~.tj-'.'"l"'" .'';b'"'- ".~'..•••..'" ~

2.2 - Mediante este Termo de autocomposição, o MPSP e o MSP seobrigam a:

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

COLABORADORA, do polo passivo imediatamente após o trânsito em julgado

da decisão ou sentença de homologação da presente autocomposição, ou, se

por necessidade de interromper a prescrição, propor as ações apenas para fins

declaratórios ou para a formação do litisconsórcio, caso em que, em seguida à

propositura, far-s8-á requerimento de suspensão de seu trâmite e, uma vez

cumpridos seus termos, sua extinçâo definitiva em relação à COLABORADORA

e seus prepostos e ex-prepostos .

B) não propor qualquer ação de natureza cível, administrativa ou

sancionatória, pelos fatos ou condutas revelados em decorrência deste Termo,

contra a COLABORADORA, empresas de seu grupo econômico, prepostos e ex-

prepostos envolvidos, enquanto cumpridas integralmente as cláusulas

estabelecidas neste Acordo, ressalvado o disposto no item 2.2, "A", supra, e no

item 1.3.3.

•C) demandar oportunamente, após o trânsito em julgado da sentença ou

decisâo que homologar o presente Termo, a exclusâo da COLABORADORA,

prepostos e ex-prepostos do polo passivo da relação juridica processual

principal, caso sejam incluídos por decisão inicial do magistrado competente,

considerando as obrigações assumidas e seu cumprimento no que concerne ao

objeto supramencionado.

D) não demandar a COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos, ou

apoiar ações civis de terceiros, quanto ao pagamento de outros valores ou a

aplicação de outras cominações por improbidade administrativa (Lei

8.429/1992), de reparações e sançôes previstas na legislação relativa à licitação

e contratos públicos (Lei 8.666/1993 e similares) ou de reparaçôes e sançôes

previstas na legislação especial que trata dos atos lesivos ao erário e demai

normas regentes de licitações, contratos e financiamento com a Administraç

Pública, considerando as obrigações assumidas, inclusive o efetivo pagamen

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOdo valor fixado (item 2.1, "h" supra), no que concerne ao objeto do inquérito civii

e procedimento do MSP supramencionados.

•E) prestar informações a terceiros e autoridades, quando solicitado pela

COLABORADORA, atestando o conteúdo ou cumprimento dos compromissos

assumidos pela COLABORADORA, quando necessárias para permitir a

celebração ou manutenção de contratos com a Administração Pública direta ou

indireta, inclusive entidades financeiras ou seguradoras controladas pelo Estado .

F) a defender perante terceiros e autoridades, na forma da Lei, a validade

e eficácia dos termos e condições desta autocomposição, para todos os fins.

3 • HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL

•3.1 - O presente Termo será levado pelo MPSP e MSP a

homologação pelo magistrado competente da Vara da Fazenda Pública da

Comarca de São Paulo - SP, na forma do art. 725, VIII, do Código de processo

civil de 2015 e da Resolução CNMP 179/2017 do Conselho Nacional do

Ministério Público.

3.2 - Caso não seja homologado o presente Termo por

circunstâncias alheias à vontade das partes, o MPSP e o MSP apresentarão os

recursos e a ação civil pública ou ação civil de improbidade administrativa

cabíveis, bem como pugnarão, na fase processual oportuna, pela aplicação das

obrigações constantes neste Termo, considerando, em qualquer

cooperação prestada pela COLABORADORA na obtenção de provas.

3.3 - As partes poderão, em caso de não homologação p r

qualquer motivo do presente Termo, aditar o instrumento inicial, observada a

decisão judicial respectiva.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

4 - COMPARTILHAMENTO DE PROVAS

4.1 - O MPSP, o MSP e o juizo da homologação ou do processo da

ação civil poderão compartilhar todos os elementos de prova obtidos mediante a

presente autocomposição para instrução de quaisquer procedimentos

administrativos ou judiciais nacionais relacionados aos fatos que constituem

objeto deste Termo, desde que respeitadas integralmente todas as condições e

proteções previstas no presente Termo e no Acordo de leniência celebrado com

o MPF.

Parágrafo único - caso haja compartilhamento de documentos

bancários ou fiscais, deverá ser mantido o sigilo respectivo pela autoridade que

os receber.

4.2 - Se houver necessidade de cooperação jurídica internacional, ~'

os elementos de prova serão disponibilizados às autoridades estrangeiras

mediante compromisso de sua não utilização contra a COLABORADORA e seus

prepostos e ex-prepostos e respeito ao principio do ne bis in idem.

5 - SIGILO DOS DOCUMENTOS

5.1 - As partes manterão sob sigilo os documentos bancários e fiscaisentregues para fins de comprovação de atos ilícitos.

5.2 - Considerando o principio da publicidade (art. 37 caput da

Constituição Federal), o sigilo sobre este Termo e sobre os documentos ou

informações não referidos no item anterior apenas será mantido enquanto

necessário à obtenção de outras provas e para a efetividade das medidas

administrativas ou judiciais tomadas, a critério do MPSP e do MSP, e observadasas regras de sigilo determinadas judicialmente.

5.3 - Enquanto não homologado, apenas terão acesso ao presente

instrumento e aos documentos dele decorrentes os advogados

COLABORADORA, devidamente indicados em procuração específica.

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

Parágrafo único - o MPSP e o MSP manterão o sigilo do Termo e

dos documentos dele decorrentes, na forma referida no capuf deste item.

6 - EFEITOS DO DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES

6.1 - A presente autocomposição será denunciada pelo MPSP e

MSP, após a homologação judicial, nas seguintes hipóteses:

A) se a COLABORADORA descumprir substancialmente, sem

justificativa apresentada em até 30 dias após sua notificação pelo MPSP ou

MSP, a qualquer cláusula principal do presente Termo.

B) se a COLABORADORA mentir ou sonegar dolosamente fatos

relevantes e não apresentar retificação em até 10 dias contados da notificação

efetuada pelo MPSP ou pelo MSP.

C) se a COLABORADORA se negar a entregar documentos fisicos ou

digitais ou senhas necessárias de que disponha á abertura de eventuais arquivos

magnéticos.

D) se ficar provado, após celebração da presente autocomposição ou de

sua homologação judicial, que houve adulteração ou destruição de provas

relacionadas ao objeto supra mencionado.

E) se o sigilo for quebrado pelos representantes da COLABORADORA,

fora das hipóteses supramencionadas.

F) se houver inadimplemento no pagamento de, pelo menos, duas

parcelas do valor estipulado a título de multa por improbidade administrativa e

danos materiais e morais (item 2.1, "h") ou no pagamento da correção monetária

e juros moratórios devidos, observada a possibilidade de execução parcia

prevista no item 7.2.

6.2 - Em caso de denúncia, rescisão ou anulação do presente Termo, por

culpa exclusiva da COLABORADORA, a qual será sempre precedida de

processo tdtiít~istrativo espe~fico e de decisão judicial, as provas Produzidas\

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

serão consideradas válidas e poderão ser utilizadas em procedimentos

investigatórios e processos civis ou criminais.

7 - EFEITOS DA AUTOCOMPOSiÇÃO

7.1 - O presente Termo de autocomposição vincula as partes a partir de

sua assinatura, independentemente de homologação judicial. O presente Termo

de autocomposição somente produzirá efeitos como título executivo para fins de

pagamento do valor referido no item 2.1 "h" depois de homologado pelo

magistrado competente da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Capital do

Estado de São Pau ia.

Parágrafo único - os depoimentos dos representantes, colaboradores,

empregados ou ex-empregados da COLABORADORA e a entrega de

documentos referidos no item 2.1 serão efetivados a partir da data da assinatura

do presente Termo.

7.2 - Caso ocorra o pagamento de pelo menos metade das

parcelas do total referido no item 2.1 "h", o MPSP e o MSP poderão, em conjunto,

optar pela execução judicial do presente Termo, incidindo-se correção

monetária, juros e multa compensatória de 10% sobre o valor restante corrigido,

sem prejuízo dos honorários, multas processuais e despesas fixados pelo

magistrado competente.

7.3 - Os beneficios atribuidos à COLABORADORA se estendem

às suas empresas do grupo econômico descritas no Anexo 1, assim como

representantes, colaboradores, empregados e ex-empregados, salvo, em

relação a tais representantes, colaboradores, empregados e ex-empregados, se

se recusarem a cooperar efetivamente com as investigações e processos

judiciais decorrentes do objeto supra mencionado.

Parágrafo único - as obrigações e efeitos constantes no item 2.Mrelacionados à COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos, somente poderãl(

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOse estender a terceiros considerados autores, caautares ou partícipes dos atos

ilícitos, caso subscrevam com o MPSP e com MSP Termo de autocomposiçãodistinto, o qual também será levado á homologação pelo juizo competente.

7.4 - Em nenhuma hipótese as informações e dados de

corroboração abrangidos por este Termo de autocomposição poderão ser

usados, em qualquer instância, administrativa ou judicial, direta ou

indiretamente, em desfavor da COLABORADORA, das empresas de seu grupo

econômico relacionados no Anexo 1, e seus prepostos e ex-prepostos

envolvidos, a qualquer título.

7.5 - A homologação desta autocomposição exime a

COLABORADORA, prepostos e ex-prepostos de imposição de sanção ou dever

de reparação adicional em razão dos fatos abrangidos por este Termo.

7.6 - O MPSP e o MSP reconhecem não existir motivos para

manutenção de bloqueios, restrições ou impedimentos para a

COLABORADORA se relacionar, de qualquer forma com a Administração

Pública direta e indireta (inclusive sociedades de economia mista), incluindo orecebimento de valores devidos, a obtenção de créditos, a participação em

procedimentos licitatórios, concorrenciais, contratuais ou de qualquer outra

espécie perante a Administração Pública, em face dos fatos abrangidos pelo

presente Termo, para todos os fins, inclusive quanto ao disposto na Lei

8.429/1992, na Lei 8.666/1993, na Lei 12.846/2013 e demais normas regentes

de licitações, contratos e financiamento com a Administração Pública.7.7-Em caso de alienação de ativos pelo grupo econômico difCOLABORADORA, incluindo bens, participações societárias ou cessões d

posições contratuais, em que o negócio seja ajustado entre partes nã

relacionadas ao grupo econômico da COLABORADORA, em condições

compatíveis com o valor de mercado ou, quando indisponível, com o vaiá?

econômico do ativo, o MP},'P e o MSP prestarão, mediante SOlicitaç~~aj)/'-~-_.~.~t~1S'''7'(~

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULOCOLABORADORA, declarações a terceiros formalizando o seu compromisso de

não propor medidas sancionatórias e reparatórias contra os adquirentes dos

ativos, pelos fatos ilicitos de qualquer natureza porventura abrangidos pelopresente Termo.

Parágrafo único - Para fins desta cláusula 7.7, o MPSP e o MSP

pOderão solicitar á COLABORADORA que forneça laudo de auditoria externa

independente confirmando que o negócio de que trata atende às condições ali

previstas e que não representa diminuição da garantia ao pagamento das

parcelas referidas no item 2.1 "h".

7.8. - A COLABORADORA reconhece a impossibilidade de

inclusão dos créditos decorrentes do presente acordo em plano de recuperação

judicial, sob pena de caracterização de fraude, nos termos da lei.

8 - QUITAÇÃO DO VALOR E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

8.1 - O vaior referido no item 2.1 "h" será considerado quitado pelo

MPSP e pelo MSP após pagamento pela COLABORADORA ou por outra

empresa GRUPO econômico da última parcela e de eventuais acréscimos peloatraso no adimplemento de uma ou mais prestações .

8.1.1 - O pagamento das parcelas será provado pela

COLABORADORA mediante a juntada de cópia dos recibos de depósito

bancário nos autos do processo judicial onde ocorrer a homologação judicial.

8.1.2 - A COLABORADORA e o MSP poderão, por critérios

definidos futuramente, se for o caso, antecipar o pagamento, compensar o valor

com eventuais créditos da empresa ou converter a quantia referida no item 2.1

"h", total ou parcialmente, em serviços ou obras em favor da Municipalidad

paulistana, observando-se o orçamento dos setores técnicos das secretarias

municipais ou os valores contratados em atas de registro de preços, com

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

prestação de contas nos autos do processo da homologação judicial em até 60

dias contados da execução dos trabalhos.

•8.2 - O MPSP e MSP poderão declarar o cumprimento total ou

parcial das demais obrigações da COLABORADORA, a cada etapa de sua

execução e, especialmente, após a homologação judicial e o término de suas

respectivas investigações ou dos processos judiciais decorrentes do presente

termo.

Parágrafo único - a COLABORADORA poderá requerer ao juizo

competente a declaração da extinção de suas obrigações nos autos do processo

da ação ou das ações civis propostas.

Por estarem de acordo, assinam o presente Termo de autocomposição,

em trés vias de igual teor, para que produza todos os efeitos legais.

São Paulo, 18 de dezembro de 2017.

VALTER FOLETO SANTIN

Pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

HRISTIANO JD

~~KAR¥NAMORI

JOSÉ CARLOS QUI

Promotores de Justiça do Património Público e Social da Capital

Term~ocompOSiçãO MPSP,MPSe Odebrecht -te 0695.0000446/2017 15

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO (1\PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE SÃO PAULO ~ \

Pelo MUNiCíPIO DE SÃO PAULO

•DO FERRARI NOGUEIRA

Procurador-Geral do Município

Pela ODEBRECHT S.A

Ex-~)\R OVINrCrO PETRELLUZZI

Advogado - OAB/SP 367,086

IRACA '

•Advogado - OAB/SP 55.352

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES15ª VARA DA FAZENDA PÚBLICAViaduto Dona Paulina,80, 14º Andar, Centro - CEP 01501-020, Fone: 3242-2333, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]ário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

DECISÃO

Processo Digital nº: 1062179-95.2017.8.26.0053

Classe - Assunto Ação Civil de Improbidade Administrativa - Enriquecimento ilícito

Requerente: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Requerido: Francisco das Chagas Francilino e outro

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Simone Viegas de Moraes Leme

Vistos.

Trata-se de ação de improbidade administrativa promovida pelo Ministério

Público do Estado de São Paulo em face de Francisco das Chagas Francilino e Odebrecht

S.A., objetivando, com base nos documentos acostados com a inicial, especialmente o apurado no

Inquérito Civil nº 446/2017 (fls. 13/164): a) a declaração de prática de improbidade administrativa

pelos réus, por participação em processo de doação ilegal de R$ 30.000,00, a pretexto de

contribuição para campanha eleitoral de deputado federal em 2010, sem registro ou comunicação

verbal; b) a condenação do corréu Francisco nas sanções previstas no art. 12, da Lei 8.429/1992,

ressarcimento ou perda de bens e valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, por

enriquecimento ilícito durante o mandato de vereador municipal, no valor de R$30.000,00, com

juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010 ou data próxima, perda da função pública,

suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa civil sobre o valor do dano, proibição de

contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou

indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelos

prazos legais, pedindo que a multa civil seja carreada aos cofres do Município (90%) e dos

Fundos Estaduais de reparação de danos coletivos (5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%); c) a

condenação da corré Odebrecht por infração à Lei 8.429/1992, com aplicação somente de uma

única sanção, MULTA no valor de R$30.000,00, correspondente a uma vez o valor da doação

ilegal, com juros e correção monetária desde 18 de agosto de 2010 ou data próxima, pedindo que

a multa civil seja carreada aos cofres do Município (90%) e dos Fundos Estaduais de reparação

de danos coletivos (5%) e de Perícias (este a ser criado, 5%), conforme acordo de autocomposição

(doc. 8), ou a própria HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO DE AUTOCOMPOSIÇÃO, em anexo (doc.

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8), que corresponde à mesma finalidade e tem o mesmo efeito jurídico, em termos de obrigação e

responsabilidade da ré ODEBRECHT.

A decisão de fl. 165, determinou a notificação do Município de São Paulo para

que, querendo, viesse a integrar o polo ativo da ação.

A Odebrecht S.A., registrando o conhecimento da propositura da presente ação,

reiterou os termos do acordo celebrado em 18/12/2017, junto à 2ª Promotoria do Patrimônio

Público e Social do Estado de São Paulo, no âmbito do Inquérito Civil nº 446/2017, requerendo a

sua homologação (fls. 177/178). Juntou documentos (fls. 179/206).

A Municipalidade de São Paulo, notificada (fl. 171), não se manifestou (fl. 207).

Em face do decurso de prazo para a manifestação da Municipalidade de São Paulo,

foi determinada a intimação pessoal dos requeridos para apresentação de defesa prévia (fl. 208).

O Município de São Paulo informou que não se manifestaria, sem prejuízo de

eventual intervenção em fase de cumprimento de sentença (fl. 217).

O corréu Francisco das Chagas Francilino apresentou defesa prévia (fls. 232/266).

Em cumprimento à decisão de fl. 267, o corréu Francisco regularizou a sua

representação processual (fls. 269/270).

A corré Odebrecht S.A., informando que, em 15/02/2018, já havia se dado por

citada, reiterando o pedido de homologação do acordo (fl. 277).

É o relatório. Decido.

Entendo, diante dos fatos narrados na inicial bem como da documentação existente

que é caso de recebimento da inicial, por haver indícios de improbidade administrativa.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES15ª VARA DA FAZENDA PÚBLICAViaduto Dona Paulina,80, 14º Andar, Centro - CEP 01501-020, Fone: 3242-2333, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]ário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Por oportuno, tendo em vista que o Ministério Público Estadual e o Município de

São Paulo firmaram Termo de Autocomposição com a corré Odebrecht S.A (fls. 139/164), bem

como em face do requerido pelas partes (item "e" da inicial e manifestação de fls. 177/178),

homologo o acordo formulado para que produza os seus jurídicos e legais efeitos.

Consequentemente, julgo extinta a ação em relação à Odebrecht S.A., nos termos do art. 487, III,

"b", do Código de Processo Civil. Isento de pagamento das custas, despesas processuais e

honorários advocatícios, nos termos do art. 18 da Lei nº 7.347/85.

No mais, cite-se o réu, Francisco das Chagas Francilino, para apresentação de

contestação.

Com a vinda da contestação, e certificada sua tempestividade, intime-se o autor a

manifestar-se, nos termos dos artigos 350 e 351, ambos do Código de Processo Civil

Intime-se.

São Paulo, 24 de julho de 2018.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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