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1 Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA ÚNICA COMARCA DE CRIXÁS-GO A corrupção compromete a integralidade dos valores que informam a ideia de República, frustra a consolidação das instituições, compromete políticas públicas nas áreas sensíveis, como saúde e segurança, além de afetar o próprio princípio democrático– Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal Brasileiro 1 S I G I L O S O O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por intermédio dos Promotores de Justiça que esta subscrevem, com fulcro nos artigos 37 e 129, ambos da Constituição da República; nos artigos 92 e 117, da Constituição do Estado de Goiás; no artigo 87, da Lei Orgânica do Município de Crixás-GO 2 ; no artigo 25, inciso IV, alíneas “a” e “b”, da Lei n. 8.625/93; artigo 300 e seguintes do Código de Processo Civil; artigos 46, 48 e 58 da Lei Complementar do Estado de Goiás n. 25/98; na Lei n. 8.429/1992 e na Lei n. 12.846/2013, com aparo na documentação que se faz anexa a esta peça, vem, mui respeitosamente, à presença deste douto juízo, propor a presente: 1 Frase proferida pelo referido ministro no julgamento da Ação Penal n. 470. 2 Lei Orgânica do Município de Crixás - Art. 87: A administração pública direta, indireta ou fundacional do Município obedecerá os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, transparência e participação popular, bem como, aos demais princípios constantes do artigo 92 da Constituição Estadual, e 37 da Constituição Federal.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA ÚNICA

COMARCA DE CRIXÁS-GO

“A corrupção compromete a integralidade dos valores que informam a ideia de

República, frustra a consolidação das instituições, compromete políticas

públicas nas áreas sensíveis, como saúde e segurança, além de afetar o próprio

princípio democrático”

– Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal Brasileiro1

S I G I L O S O

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por intermédio

dos Promotores de Justiça que esta subscrevem, com fulcro nos artigos 37 e 129,

ambos da Constituição da República; nos artigos 92 e 117, da Constituição do

Estado de Goiás; no artigo 87, da Lei Orgânica do Município de Crixás-GO2; no

artigo 25, inciso IV, alíneas “a” e “b”, da Lei n. 8.625/93; artigo 300 e seguintes do

Código de Processo Civil; artigos 46, 48 e 58 da Lei Complementar do Estado de

Goiás n. 25/98; na Lei n. 8.429/1992 e na Lei n. 12.846/2013, com aparo na

documentação que se faz anexa a esta peça, vem, mui respeitosamente, à presença

deste douto juízo, propor a presente:

1 Frase proferida pelo referido ministro no julgamento da Ação Penal n. 470. 2 Lei Orgânica do Município de Crixás - Art. 87: A administração pública direta, indireta ou

fundacional do Município obedecerá os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade, transparência e participação popular, bem como, aos demais princípios constantes do

artigo 92 da Constituição Estadual, e 37 da Constituição Federal.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA IMPOSIÇÃO DE SANÇÕES PELA PRÁTICA

DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI N. 8.429/1992) e

IMPOSIÇÃO DE SANÇÕES PELA PRÁTICA DE ATOS DE CORRUPÇÃO

EMPRESARIAL (LEI N. 12.846/2013)

COM PEDIDOS CAUTELARES

em desfavor de:

1. PLÍNIO LUIS NUNES DE PAIVA, brasileiro, casado, Prefeito do

Município de Crixás-GO, nascido aos 10/08/1986, natural de Goiânia-GO, filho de

Regina Nunes de Jesus Paiva, portador da Cédula de Identidade n. 4508129 DGPC-

GO, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas, perante a Receita Federal do Brasil,

sob o n. 010.126.151-97, residente à Rua Eva de Carvalho, s/n, Quadra 28, Lote 0,

Casa 2, Setor Pedro Machado, Crixás-GO, telefone (62) 8278-5577, com domicílio

necessário na sede da Prefeitura Municipal de Crixás-GO, situada na Rua Tomás

de Campos n. 15, Centro, Crixás/GO;

2. AULCILENE MARIA DE LIMA, conhecida por “Pretinha”,

brasileira, Secretária de Administração do Município de Crixás-GO, nascida aos

19/08/1981, portadora da carteira de identidade n. 3974690 DGPC/GO, inscrita no

Cadastro de Pessoas Físicas, perante a Receita Federal do Brasil, sob o n.

890.297.471-53, filha de Realino Francisco de Lima e Ana Rosa de Lima, residente

e domiciliada na Rua Circular, quadra 01, lote 5, Residencial Jardim dos Ipês,

Crixás-GO, com domicílio necessário na sede da Prefeitura Municipal de Crixás-

GO, situada na Rua Tomás de Campos n. 15, Centro, Crixás/GO;

3. ÁTILA DIETZ FERREIRA, brasileiro, servidor público, professor,

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Chefe de Gabinete da Prefeitura de Crixás-GO, nascido aos 14/08/1974, natural de

Crixás-GO, filho de Adão Ferreira Filho e de Suely Dietz Ferreira, portador da

carteira de identidade n. 2666097 SSP-GO, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas,

perante a Receita Federal do Brasil, sob o n. 771.415.981-20, residente e domiciliado

na Rua Elias Ferreira, quadra 19, lote 10, n. 148, Centro, Crixás-GO;

4. MÁRCIA MARIA RIBEIRO BOLENTINI, brasileira, casada,

servidora pública municipal, nascida aos 21/10/1970, natural de Crixás-GO, filha

de Olinto Ribeiro Filho e de Cristiana Maria Ribeiro, portadora da carteira de

identidade n. 2184564 DGPC/GO, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas, perante

a Receita Federal do Brasil, sob o n. 549.817.271-00, residente e domiciliada na

Chácara João de Barro 1, na Rua Rodrigues Thomaz, quadra 08, lote 09, Centro,

Crixás-GO,

5. LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA, brasileira, casada, empresária,

nascida aos 19/04/1975, portadora da carteira de idade n. 3252283 SSP/GO, inscrita

no Cadastro de Pessoas Físicas, perante a Receita Federal do Brasil, sob o n.

640.900.351-04, filha de Rosalha Campos da Silva, residente e domiciliada na Rua

2010, quadra 56, lote 14, Setor Novo Horizonte, Crixás-GO,

6. PAULO EMÍLIO DE MOURA BARBOSA, brasileiro, empresário,

nascido aos 26/08/1976, portador da carteira de identidade n. 3532543 PCI/GO,

inscrito no inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas, perante a Receita Federal do

Brasil, sob o n. 781.820.181-53, filho de Natanael Carvalho Barbosa e Jerusa Maria

Ferreira de Moura Barbosa, residente e domiciliado: na Avenida Francelina M.

Coelho, s/n, Centro, Três Ranchos; na Rua 223, esquina com a Rua 202, n. 25, ap.

1101, Ed. Astória, CEP 74.643-130, Setor Leste Vila Nova, Goiânia-GO; e Avenida

Maria Marcelina, quadra 01, lote 27, Setor Lago Azul, Três Rachos-GO (Centro

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Terapêutico Recanto do Lago);

7. MARIANA CORREIA DE CAMPOS, brasileira, aposentada,

nascida aos 02/11/1933 (idosa), portadora da carteira de identidade n.

34533906818099 SSP/GO, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas, perante a Receita

Federal do Brasil, sob o n. 006.334.391-69, filha de Francisca da Rocha, residente e

domiciliada na Rua Rodrigues Thomaz, quadra 08, lote 09, Centro, Crixás-GO;

8. ROSALHA CAMPOS DA SILVA, brasileira, nascida aos 26/08/1953,

inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas, perante a Receita Federal do Brasil, sob o

n. 260.298.981-91, filha de Mariana Correia de Campos e Venâncio José de Campos,

residente e domiciliada na Rua Ludovico, s/n, Centro, Distrito de Auriverde,

Município de Crixás-GO;

9. RITA DE CASSIA SILVA OLIVEIRA, brasileira, empresária,

nascida aos 15/05/1987, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas, perante a Receita

Federal do Brasil, sob o n. 734.939.701-10, filha de Hilda Gonçalves de Oliveira

Silva, residente e domiciliada na Rua 08, quadra 09, lote 9, Setor Vila Nova, Crixás-

GO e, ainda, na Rua J 008, n. 20, CEP: 74952100. Mansões Paraiso, Aparecida de

Goiânia-GO;

10. A JATO CARTUCHOS LTDA ME, pessoa jurídica de direito

privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o n.

09.596.359/00001-48, com sede na Rua Conceição Fiúsa, quadra 12, lote 02, sala 01,

Residencial Lago Azul, Crixás-GO, CEP 76.510-000, representada formalmente por

Paulo Emílio de Moura Barbosa e faticamente por Lígia Campos de Assis Paiva.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

I) DOS FATOS

A presente ação civil pública visa à imposição de sanções às pessoas

naturais acima listadas pela prática de atos de improbidade administrativos e à

imposição de sanções à pessoa jurídica A Jato Cartuchos LTDA pela prática de

atos de corrupção empresarial, todos detalhados em minúcias nesta ação civil

pública e comprovados mediante a documentação anexa e demais provas que

serão produzidas perante este juízo.

Para facilitar a compreensão dos fatos, este órgão ministerial dividiu os

fatos em capítulos, primeiro trazendo informações gerais e, após, narrando as

fraudes em detalhes e individualizando as condutas e as provas de dolo e culpa

dos réus.

I.1) – DAS INFORMAÇÕES GERAIS

No mês de dezembro de 2017, a Promotoria de Justiça de Crixás-GO

recebeu representação do cidadão Welber Rafael Rodrigues Ribeiro narrando, em

apertada síntese, que as pessoas jurídicas “A Jato”, “Reciclar Cartuchos” e

“Infosystem”, por intermédio de seus proprietários, teriam fraudado carta convite

realizada pelo município de Crixás-GO e o respectivo contrato dela oriundo.

A partir de então, foi iniciada investigação que descobriu as fraudes

detalhadas nesta petição (muitas que sequer constavam da representação) e, em

apertada síntese, a existência de uma associação de mais de 04 (quatro) pessoas,

estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que

informalmente, com o objetivo de obter direta ou indiretamente, vantagem

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patrimonial, mediante a prática de infrações penais diversas3 e práticas de ato de

improbidade administrativa e de corrupção empresarial, nos termos da legislação

de regência.

Considerando que o réu Plínio Luís Nunes de Paiva é prefeito do

município de Crixás-GO e, portanto, goza de foro por prerrogativa de função para

o processamento de crimes comuns, nos termos do artigo 45, inciso VIII, alínea ‘f’

da Constituição do Estado de Goiás e do artigo 125, § 1º, da Constituição da

República Federativa do Brasil, os autos originais foram remetidos à procuradoria

especializada para apuração de infrações penais praticadas por prefeito, mas

restaram a atribuição deste órgão ministerial e a competência deste douto juízo

com relação à apuração das sanções pela prática dos atos de improbidade

administrativa e dos atos de corrupção empresarial.

São, sinteticamente, as informações gerais.

I.2) DO USO DE PESSOAS INTERPOSTAS (“LARANJAS”) PARA OCULTAR

CONTRATO CELEBRADO ENTRE FAMILIAR DE AGENTES POLÍTICOS E

O MUNICÍPIO DE CRIXÁS-GO

Conforme apurado no curso das investigações, a pessoa jurídica “A Jato

Cartuchos LTDA”, ré nesta ação, pertence de fato à ré Lígia Campos Assis de

Paiva, sendo que a referida propriedade foi ocultada mediante o uso de pessoas

3 Em relação às infrações penais, nota-se que as condutas descritas se amoldam aos tipos penais

previstos nos artigos 312 do Código Penal (peculato), 1º, inciso I, do Decreto-Lei n. 201/1967 e 89,

90 e 96 da Lei n. 8.666/1993 e, ainda, à infração penal prevista no artigo 1º da Lei n. 12.850/2013

(organização criminosa).

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

interpostas (“laranjas”), quais sejam os senhores Paulo Emílio de Moura Barbosa

e Mariana Correia de Campos.

Inicialmente, há de se destacar o motivo pelo qual a senhora Lígia

Campos de Assis Paiva “precisou” esconder seu vínculo com a referida pessoa

jurídica, conforme passa-se a expor.

A senhora Lígia é CASADA com o secretário de esportes do

município de Crixás-GO, senhor Luiz Antônio Cordeiro de Paiva, e é TIA por

afinidade do réu Plínio Nunes de Paiva, conforme certidões de casamento

juntadas nos autos e explicação dada em minúcias no relatório de investigações

de folhas 118/188;

Em apertada síntese, eis o parentesco de Lígia e Plínio e de Lígia e Luiz

Antônio Cordeiro de Paiva, detalhados no referido relatório:

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Logo, não poderia ela participar de uma licitação no município sem

violação ao princípio da impessoalidade e, principalmente, sem levantar

suspeitas dos órgãos de controle.

Ainda mais no caso em tela, em que houve SUPERFATURAMENTO e

SIMULAÇÃO DE CONCORRÊNCIA entre familiares na referida licitação,

DISPENSAS INDEVIDAS DE LICITAÇÃO, dentre outras fraudes e

irregularidades grosseiras detalhadas nesta peça, que precisavam passar

desapercebidas para o “sucesso” da empreitada ímproba.

Portanto, necessitava ela esconder a propriedade de fato da referida

pessoa jurídica.

São provas obtidas no curso da investigação de que Lígia é a

PROPRIETÁRIA de fato da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA”, dentre

outras:

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a) ela possui procuração pública (fl. 166, livro 43, do Primeiro

Tabelionato de Notas do Município de Crixás-GO, anexa) outorgando-lhe, em

nome da pessoa jurídica A Jato Cartuchos LTDA e da pessoa física de seu

administrador formal, ipsis litteris:

“amplos, gerais e ILIMITADOS PODERES, para representar a Pessoa

Jurídica e também a Pessoa Física, acima identificada, para os fins especiais

de ADMINISTRAÇÃO EM GERAL, COMPRAR, VENDER, ABRIR E

MOVIMENTAR, DE QUALQUER FORMA, CONTAS CORRENTES,

POUPANÇAS, especialmente os Banco, do Brasil, Bradesco, Itaú, Caixa

Econômica Federal, requisitar e pegar talões, cartões eletrônicos,

extratos, saldos, cheques devolvidos, emitir cheques, endossar,

duplicatas, cheques, autorizar, débitos em conta, cobranças, cancelar,

baixar, sustar, contra-ordenar, cheques, fazer aplicações financeiras,

solicitar resgates, saques, efetuar transferências/ pagamentos, CADASTRAR,

ALTERAR E DESBLOQUEAR SENHAS, efetuar pagamentos e

transferências por meio eletrônico, utilizar o crédito aberto na forma e

condições, receber, passar recibo e DAR QUITAÇÃO, CONFESSAR,

transigir, desistir, efetuar acordos, assinar proposta de

empréstimo/financiamentos e cédulas de credito comerciais, contratos de

abertura de crédito, podendo em nome dos outorgantes, prestar avais e fianças,

ajustar cláusulas e condições, assinar instrumento de crédito, menção

adicional, aditivo de qualquer espécie, aceitar avaliações, emitir, endossar,

avalizar notas promissórias, onerar, alienar bens, representar os outorgantes

em TODOS ÓRGÃOS PÚBLICOS, OU EMPRESAS COMERCIAIS,

tais como, RECEITA FEDERAL, SECRETARIA DA FAZENDA DO

ESTADO DE GOIÁS, AGENFAS, PREFEITURA MUNICIPAL DE

CRIXÁS, JUNTA COMERCIAL, JUCEG, INSS, em JUÍZO ou fora dele,

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Justiça do Trabalho, Operadoras de Telefonias; podendo para tanto, comprar,

FIRMAR CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COM

ÓRGÃOS PÚBLICOS E PRIVADOS, assinar, contratos, aditivos, termos,

assumir compromissos, fianças, concordar, discordar, fazer declarações, dar

informações, pagar impostos e taxas, ADMITIR E DEMITIR

EMPREGADOS, PODERES DA CLÁUSULA-AD-JUDÍCIA (...)” –

destacou-se.

Em síntese, a ré Lígia possui procuração pública que lhe confere

“ilimitados poderes”4 em relação à pessoa jurídica e também a Paulo Emílio como

pessoa natural, inclusive para administrar contas bancárias, cadastrar senhas,

contratar e demitir empregados, firmar quaisquer contratos e representar ambos

em juízo, com poderes que lhe dão completa administração fática sobre a referida

pessoa jurídica.

b) o TELEFONE da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA”

cadastrado perante a Receita Federal do Brasil É O TELEFONE PESSOAL DE

LÍGIA, o qual, inclusive, possui FOTO DELA no aplicativo Whatsapp, conforme

detalhado no relatório de investigações de folhas 118/188, com foto;

c) o endereço da pessoa jurídica “A Jato Ltda”, assim cadastrado

perante a Receita Federal, é mantido pela ré Lígia e por seu marido, Secretário

de Esportes do Município de Crixás-GO, Luiz Antônio Cordeiro de Paiva,

conforme comprovam, dentre outros fatos:

4 Se é que é possível, deontologicamente, a existência de poderes ilimitados.

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- no referido endereço não há qualquer atividade econômica ligada à

venda de cartuchos ou suprimentos de informática, mas meramente uma placa

da escola de natação desativada “Aquática Atividades Aquáticas”, de

propriedade de Luiz Antônio Cordeiro de Paiva, que trabalhava nela, junto com

Lígia, antes de ser secretário de esportes do Município de Crixás-GO, conforme

informação de conhecimento amplo dos moradores de Crixás-GO, detalhado no

relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos;

- na placa da parede da escola de natação há o TELEFONE PESSOAL

DE LÍGIA, número que possui a foto dela no aplicativo Whatsapp e que está

cadastrado na Receita Federal como o número da pessoa jurídica “A Jato”,

conforme detalhado no relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos;

- a conta de energia daquele imóvel, sede da pessoa jurídica “A Jato

LTDA” está cadastrada no nome de Luiz Antônio, marido de Lígia e tio de Plínio,

conforme detalhado no relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos;

- no Termo Circunstanciado de Ocorrência n. 120/2015 (autos

eletrônicos n. 5077275.38.2016, deste juízo), que analisava perturbação do sossego

público, Luiz Antônio, esposo de Lígia e tio de Plínio informou que era o

responsável daquele imóvel perante a autoridade policial, conforme detalhado

no relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos;

- ao revalidar sua Carteira Nacional de Habilitação, no INÍCIO DO

ANO DE 20175, Lígia FORNECEU o endereço da pessoa jurídica “A Jato” como

SENDO SEU perante o DETRAN-GO, conforme detalhado no relatório de

5 A data foi obtida em razão da validade da CNH de 3 (três) anos e o espelho do cadastro do

DETRAN constante do relatório de inteligência.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

investigações de folhas 118/188, com fotos;

- o veículo automotor pessoal de Lígia6 está com o endereço de

cadastro perante o DETRAN-GO como sendo o endereço da pessoa jurídica “A

Jato”, conforme detalhado no relatório de investigações de folhas 118/188, com

fotos;

- a CONTA DE ÁGUA do endereço da referida pessoa jurídica está

no NOME de LÍGIA, conforme detalhado no relatório de investigações de folhas

118/188, com fotos;

Tais elementos comprovam que o imóvel da referida pessoa jurídica é

mantido pela ré Lígia e por seu esposo Luiz Fernando.

d) Mariana Correia de Campos, sócia da referida pessoa jurídica até o

mês de março do corrente ano é avó materna de Lígia, conforme documentação

anexa e detalhamento em relatório de investigações de folhas 118/188.

A referida senhora possui 84 (oitenta e quatro) anos de idade e sequer

tem condições de saúde para administrar e gerir a referida pessoa jurídica, tendo

apenas emprestado seu nome para Lígia.

e) Paulo Emílio de Moura Barbosa, “laranja” do esquema, é

proprietário de fato e de direito e também ADMINISTRA PESSOALMENTE a

pessoa jurídica “Barbosa e Felipe LTDA – ME”, que tem como nome fantasia

Centro Terapêutico Recanto do Lago e que fica na cidade de Três Ranchos-GO,

6 Veículo Automotor, marca FIAT, modelo UNO, placa JGJ0130.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

onde Paulo Emílio mora, cidade A QUASE 600 KM (SEISCENTOS

QUILÔMETROS) de Crixás-GO (aproximadamente 8 horas de viagem).

Inclusive, há vídeos em rede social em que Paulo Emílio divulga o

Centro Terapêutico e o número de telefone da referida pessoa jurídica é o seu

número pessoal (inclusive com sua foto no aplicativo Whatsapp), conforme

detalhado no relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos.

Logo, Paulo Emílio, amigo de infância de Lígia, conforme depoimento

testemunhal do representante Weber constante nos autos anexos, apenas

emprestou seu nome para que Lígia pudesse ocultar a propriedade pessoal da

referida pessoa jurídica.

f) Lígia já foi flagrada ENTREGANDO PESSOALMENTE

CARTUCHOS em seu veículo pessoal na sede da secretaria de saúde do

município de Crixás-GO, conforme documentação de fls. 38/42, com fotos.

g) em atendimento prestado na Promotoria de Justiça, perante este

Promotor de Justiça, gravado em vídeo anexo aos autos, as Conselheiras

Tutelares Cleide Rego e Raquel, cidadãs de grande prestígio na sociedade

crixaense, ao reclamarem que ficaram 6 (seis) meses sem toner na sua impressora,

disseram que “Lígia” teria lhes explicado que é difícil encontrar o toner e, ademais,

ao serem indagadas, disseram incidentalmente que “Lígia” seria a proprietária da

“empresa” que fornece cartuchos ao município de Crixás-GO.

h) a testemunha Pio José de Lacerda Neto, que cuida, juntamente com

sua esposa, do estabelecimento (empresária individual) IRLEIDE A DA SILVA –

ME, CNPJ n. 09.054.055/0001-59, referência na venda de cartuchos nesta comarca,

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

disse, incidentalmente, em depoimento prestado sobre fraudes a outra licitação,

que a atual fornecedora de toner para o Município de Crixás seria a empresa da

esposa do secretário de Esportes do Município de Crixás, Sr. Luís Paiva, Srª

Lígia.

Inclusive, detalhou a testemunha que, “vez ou outra”, a senhora Lígia

adquire alguns cartuchos na empresa de sua esposa e, ainda, que nessas raras

oportunidades, os cartuchos adquiridos foram do tipo “compatível”, em razão do

“preço ser bem mais atrativo e o resultado ser o mesmo do original”.

i) no TCO n. 5107876.56.2018.8.09.0038, que tramita perante este juízo,

o cidadão Rafael Xavier de Noronha, empresário desta cidade, afirmou

peremptoriamente perante a autoridade policial que a esposa de Luiz, no caso,

Lígia, teria fraudado licitação e dizendo que eles teriam “participação, em

relação a compra de TONER e CARTUCHOS, fatos que o suposto autor afirma

TER PROVAS destas acusações”. Naqueles autos, há montagem distribuída em

aplicativo de Whatsapp MOSTRANDO A RUBRICA de Lígia em CHEQUE da

“A JATO CARTUCHOS LTDA”.

I.3) DA CONSTITUIÇÃO DE EMPRESÁRIA INDIVIDUAL, QUAL SEJA

ROSALHA CAMPOS DA SILVA 260.298.281-91 (RECICLAR CARTUCHOS)

EXCLUSIVAMENTE PARA FRAUDAR LICITAÇÕES DO MUNICÍPIO DE

CRIXÁS-GO, SIMULANDO CONCORRÊNCIA

Conforme apurado, para poder fraudar a licitação, a ré Lígia, em

conluio com os demais réus, constituiu empresário individual com cadastro de

CNPJ EXCLUSIVAMENTE para participar de licitações para a compra de

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cartuchos e toners do município, permitindo que a pessoa jurídica “A Jato

Cartuchos LTDA” se sagrasse vencedora, simulando concorrência.

Trata-se da empresária individual Rosalha Campos da Silva

260.298.281-91, de nome fantasia Reciclar Cartuchos, constituída por Rosalha

Campos da Silva, GENITORA de Lígia Campos de Assis Paiva e FILHA de

Mariana Correia de Campos (sócia-laranja da pessoa jurídica “A Jato Ltda” até

o mês de março deste ano de 2018), com atividade especializada em venda de

cartuchos e suprimentos de impressora7, conforme detalhado no relatório de

investigações de folhas 118/188.

Rosalha Campos da Silva, “laranja do esquema”, além de mãe de Lígia

e filha de Mariana, é sogra (parente em linha reta de 1º grau, por afinidade) de

Luiz Antônio Cordeiro de Paiva, secretário de esportes do município de Crixás-

GO, conforme detalhado no relatório de investigações de folhas 118/188.

O referido CNPJ foi cadastrado perante a Receita Federal no dia 07 de

abril de 2017, MENOS de dois meses antes da abertura dos editais das licitações

fraudadas, que se deu no dia 31 de maio de 2017, e, cumprida sua missão

fraudulenta, FOI BAIXADO VOLUNTARIAMENTE no dia 25 de outubro de

2017, menos de 6 (seis) meses depois de sua abertura, conforme detalhado no

relatório de investigações de folhas 118/188.

7 A referida pessoa jurídica cadastrou perante a receita federal apenas as atividades CNAE

(Classificação Nacional de Atividades Econômicas) n. 4751201 (comércio varejista de cartuchos

novos para impressoras) e 4751202 (comércio varejista de recarga de cartuchos para impressoras).

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Se não bastasse, o cadastro de empresário individual foi constituído no

POVOADO DE AURIVERDE, vulgo povoado do “Gominho”, distrito de Crixás-

GO. O referido povoado possui APENAS 850 (oitocentos e cinquenta

habitantes)8 e nele há poucas ruas e sequer há papelaria, havendo apenas

supermercados que também vendem materiais escolares.

Logo, o referido distrito (cujo tamanho sequer comporta papelaria)

NÃO COMPORTA pessoa jurídica criada exclusivamente para vender

cartuchos e suprimentos de informática, conforme detalhado no relatório de

investigações de folhas 118/188.

Se não bastasse, conforme consta do referido relatório, a Secretaria da

Fazenda do Estado de Goiás JAMAIS registrou QUALQUER

8 Neste sentido é a monografia “O desabastecimento de água potável: um estudo de caso no

distrito de Auriverde-Goiás. 2014, da Universidade de Brasília - UNB - Pag. 19

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MOVIMENTAÇÃO de Operações Interestaduais com Mercadorias da referida

empresária individual, conforme pesquisa feita no site do SINTEGRA-GO

constante daquele relatório.

Confirmando estas informações, em ofício enviado pela gerência de

operações da Secretaria de Estado da Fazenda do Estado de Goiás, constante nos

autos anexos, RESTOU COMPROVADO QUE A REFERIDA EMPRESÁRIA

INDIVIDUAL SEQUER ESTÁ CADASTRADA COMO CONTRIBUINTE DA

SEFAZ-GO E QUE NUNCA EMITIU OU SEQUER RECEBEU QUALQUER

DOCUMENTO FISCAL.

Tal informação é prova INCONTESTE de que a referida pessoa

jurídica foi criada exclusivamente para fraudar licitações do município de

Crixás-GO. Afinal de contas, é inimaginável que uma empresária individual

regular NUNCA comprou ou vendeu NADA.

Lembre-se que existem gastos para a constituição do cadastro de

empresária individual, sendo inadmissível pensar que alguém, com a idade de

Rosalha, com mais de 60 (sessenta) anos de idade, iria “brincar” de gastar seu

suado dinheiro para se cadastrar como empresária individual para não vender ou

comprar uma balinha sequer e nem tentar exercer atividades econômicas.

Se não bastasse, no cadastro do município de Crixás-GO, conforme

pode ser observado no empenho de fl. 60, a pessoa jurídica “A JATO LTDA”

utiliza o e-mail “[email protected]”, com o nome fantasia da referida

empresária individual, claro indicativo da confusão entre “empresa-mãe” e

“empresa-filha”. É vergonhoso! Vejam-se:

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Apesar disso, conforme se verá, a referida pessoa jurídica foi

“CONVIDADA” para PARTICIPAR de DUAS CARTAS CONVITES do

município.

Sim, por mais ABSURDO que isso possa parecer, o município de

Crixás-GO convidou uma empresária individual que NUNCA comprou e

vendeu NADA para “participar” da licitação, em detrimento de outros

empresários locais como, por exemplo, a empresária individual IRLEIDE A DA

SILVA – ME, CNPJ n. 09.054.055/0001-59, a qual, segundo o depoimento anexo

do senhor Pio José de Larcerda, é referência local na venda de cartuchos e toners,

tendo ganhado a licitação do município circunvizinho de Uirapuru, já vendeu

cartuchos para o município de Crixás-GO, revende esporadicamente cartuchos

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para a pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA”, mas sequer foi convidada a

participar da carta convite.

I.4) – DA PARTICIPAÇÃO DE PESSOAS JURÍDICAS DE FAMILIARES NAS

LICITAÇÕES N. 14/2017 E 15/2017, SIMULANDO CONCORRÊNCIA ENTRE

SI

Conforme detalhado com riqueza de detalhes no relatório de

investigações de folhas 118/188, nas Cartas-Convite n. 14/2017 e 15/2017 do

Município de Crixás-GO, além da participação de pessoa jurídica criada

exclusivamente para participar da licitação (conforme detalhado no parágrafo

anterior), houve a participação de pessoas jurídicas cujos sócios possuem grau

de PARENTESCO CONSANGUÍNEO entre si.

Inicialmente, há de se destacar que participaram das referidas cartas-

convite as pessoas jurídicas “A Jato Cartuchos LTDA” e a empresária individual

“Rosalha Campos da Silva 260.298.281-91” (Reciclar Cartuchos), concorrendo

entre si.

Conforme demonstrado acima, a pessoa jurídica “A Jato Ltda” era, na

época da licitação, de propriedade de Mariana Correia de Campos, AVÓ de Lígia

Campos de Assis Paiva, e de Paulo Emílio.

Outra participante da licitação, qual seja a empresária individual

Rosalha (Reciclar Cartuchos), era de propriedade de Rosalha Campos da Silva,

que, além de ser GENITORA da Lígia Campos de Assis Paiva (administradora

de fato da pessoa jurídica “A Jato Cartucho LTDA”) e sogra (parente de 1º grau

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em linha reta) de Luiz Antônio Cordeiro de Paiva, Secretário de Esportes de

Crixás-GO, é FILHA DE MARIANA CORREA DE CAMPOS (proprietária

formal da pessoa jurídica “A Jato Cartucho LTDA”).

Em síntese, a certeza da impunidade era tão grande que os envolvidos

no esquema criminoso e corrupto sequer tentaram disfarçar, fazendo com que

DUAS das CONCORRENTES da “carta-convite” tivessem PARENTESCO

CONSANGUÍNEO de PRIMEIRO GRAU entre elas (ROSALHA E MARIANA),

comprovado documentalmente, conforme detalhado com riqueza de detalhes no

relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos das certidões de

nascimento e de casamento.

Em apertada síntese, eis o parentesco entre as concorrentes e agentes

políticos locais:

Assim, parentes simularam concorrência entre si para que a pessoa

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jurídica “A Jato Cartuchos LTDA” se sagrasse vencedora da licitação fraudada.

I.5) DO FRACIONAMENTO INDEVIDO DE COMPRA PARA USO DE

MODALIDADE INDEVIDA (E MENOS AMPLA) DE LICITAÇÃO

Conforme narrado com riqueza de detalhes no relatório de

investigações de folhas 118/188, para garantir a realização de superfaturamento

nos preços do edital e a consequente vantagem indevida, os réus resolveram

promover as licitações para a compra de suprimentos de impressora (cartuchos e

toners) superfaturados, da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA”,

previamente escolhida.

Os réus escolheram, para tanto, a modalidade de carta-convite, em

razão do poder de a Administração “ESCOLHER” quem dela participaria,

conforme legislação em vigor9, em detrimento de outros comerciantes e cidadãos.

Afinal, outras modalidades permitiriam a participação de terceiros

que pudessem concorrer, por exemplo, a empresária individual IRLEIDE A DA

SILVA – ME, CNPJ n. 09.054.055/0001-59, a qual, segundo o depoimento anexo do

senhor Pio José de Larcerda, é referência local na venda de cartuchos e toners,

ganhou licitação do município circunvizinho de Uirapuru-GO, já vendeu

cartuchos para o município de Crixás-GO em anos anteriores, revende

9 Lei n. 8.666/93 - Art. 22. São modalidades de licitação (...) III - convite; (...) § 3º Convite é a

modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou

não, ESCOLHIDOS E CONVIDADOS EM NÚMERO MÍNIMO DE 3 (TRÊS) PELA UNIDADE

ADMINISTRATIVA, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o

estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu

interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

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esporadicamente cartuchos para a pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA”, mas

sequer foi convidada a participar dessa carta-convite pela Prefeitura de Crixás-

GO.

Sabe-se que a legislação de regência (artigo 23, inciso II, alínea A, da

Lei n. 8.666/93) permite a utilização da modalidade convite em compras de até R$

80.000,00 (oitenta mil reais), limite máximo previsto por lei.

Ocorre que tal valor era insuficiente para a sanha corrupta dos réus e,

portanto, para driblar a lei, a Administração LANÇOU 02 (DOIS) EDITAIS

JUNTOS, o n. 14/2017 e o n. 15/2017, ambos NO MESMÍSSIMO DIA, qual seja,

o dia 31 de maio de 2017, E CUJA ABERTURA DA PROPOSTA FOI TAMBÉM

MARCADA PARA A MESMÍSSIMA DATA, qual seja, o dia 08 de junho de 2017.

Ambos os editais POSSUÍAM O MESMÍSSIMO OBJETO e a

diferenciação era apenas quanto ao órgão para onde as compras se destinariam,

conforme relatório de investigações de folhas 118/188 e imagens abaixo, extraídas

dele.

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Além disso, na carta-convite n. 14/2017, o edital lançado previu gastos

no valor de R$ 79.195,35 (setenta e nove mil, cento e noventa e cinco reais e trinta

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e cinco centavos), quase a totalidade do valor limite para o uso da modalidade

convite, que é de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

Na carta-convite n. 15/2017, por seu turno, o edital lançado pela

municipalidade previu gastos no valor de R$ 79.160,90 (setenta e nove mil, cento

e sessenta reais e noventa centavos), quase a totalidade do valor limite para o uso

de carta-convite.

Agindo assim, a administração FRACIONOU INDEVIDAMENTE

UMA COMPRA estimada de R$ 158.916,95 (cento e cinquenta e oito mil,

novecentos e dezesseis reais e noventa e cinco centavos), EM DUAS de

aproximadamente R$ 79.000,00 (setenta e nove mil reais), EXCLUSIVAMENTE

PARA SE VALER DE CARTA CONVITE em vedação ao limite previsto no

artigo 23, inciso II, alínea A, da Lei n. 8.666/93, conforme os gráficos abaixo,

retirados do referido relatório de inteligência:

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Tal fracionamento PERMITIU que SOMENTE fossem

CONVIDADAS as pessoas jurídicas participantes do esquema criminoso, bem

como excluir pessoas jurídicas, em especial papelarias, que vendem os referidos

produtos, como a empresária individual IRLEIDE A DA SILVA – ME, CNPJ n.

09.054.055/0001-59, referência na venda de cartuchos nesta comarca, conforme o

depoimento de Pio José de Lacerda Neto, anexo ao procedimento.

Tal conduta violou flagrantemente a legislação de regência que permite

o fracionamento de licitações exclusivamente para propiciar aumento na

competitividade10, o que não foi o caso em tela, onde as mesmíssimas pessoas

10 Lei n. 8.666/1993 (...) § 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a

tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. (...) § 5o É vedada a utilização da

modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra

ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser

realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o

caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto

para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de

especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (..) § 7o Na compra de bens de

natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a

cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a AMPLIAÇÃO DA

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jurídicas participaram das duas licitações fraudadas e a mesmíssima pessoa

jurídica se sagrou vencedora de ambas.

I.6) – DO ALINHAMENTO DE PREÇOS E SIMULAÇÃO DE

CONCORRÊNCIA NOS CONTRATOS DOS EDITAIS 14/2017 E 15/2017

Conforme detalhado em minúcias no relatório de investigações de

folhas 118/188, analisando-se o edital n. 14/2017, nota-se um alinhamento de

preços entre as três “concorrentes”, “A Jato Cartuchos LTDA, “Rosalha Campos

de Assis 260.298.981-91 (Reciclar Cartuchos)” e “Rita de Cássia Oliveira – ME

(Infosystem)”.

Isso é evidenciado porque, apesar do edital estimar a compra de 16

(dezesseis) itens distintos, não há variação significativa de preço entre as

“concorrentes”, algo que não ocorre nas licitações comuns e regulares.

Se não bastasse, a empresa “A Jato Cartuchos”, escolhida para firmar

os contratos, possuiu o menor preço em TODOS os 16 (dezesseis) itens, algo que

não se verifica em licitações com concorrência real.

COMPETITIVIDADE, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de

escala (...).

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Ademais, conforme detalhado em minúcias no relatório de

investigações de folhas 118/188, analisando-se o edital n. 15/2017, “curiosamente”,

ocorre a mesmíssima coisa, existindo um alinhamento de preços entre as três

“concorrentes”, “A Jato Cartuchos LTDA, “Rosalha Campos de Assis 260.298.981-

91 (Reciclar Cartuchos)” e “Rita de Cássia Oliveira – ME (Infosystem)”.

Isso é evidenciado porque, apesar do edital estimar a compra de 09

(nove) itens distintos, também não há variação significativa de preço entre as

“concorrentes”, algo que não ocorre nas licitações comuns e regulares.

Se não bastasse, a empresa “A Jato Cartuchos”, escolhida para firmar

os contratos, possuiu o menor preço em TODOS os 09 (nove) itens, algo que não

se verifica em licitações com concorrência real.

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Logo, nota-se que em TODOS os 27 (vinte e sete) itens da licitação,

uma única pessoa jurídica apresentou os menores preços, o que confirma o

alinhamento de preços.

Ademais, há de se destacar que, no edital n. 14/2017, há assustadora

“coincidência” entre os valores da proposta vencedora e da estimativa, em 13

(treze) dos 16 (dezesseis) itens.

No edital n. 15/2017, por seu turno, há “coincidência” entre os valores

da proposta vencedora e da estimativa, em 5 (cinco) dos 9 (nove) itens.

I.6) DO SUPERFATURAMENTO DOS PREÇOS NO EDITAL 14/2017 E NO

RESPECTIVO CONTRATO:

Conforme detalhado em minúcias no relatório de investigações de

folhas 118/188, na licitação Carta Convite n. 14/2017, vencida por “A Jato

Cartuchos LTDA”, com a participação e apoio criminoso de “Rosalha Campos de

Assis 260.298.981-91 (Reciclar Cartuchos)” e “Rita de Cássia Oliveira – ME

(Infosystem)”, houve SUPERFATURAMENTO NOS PREÇOS DE TODOS OS

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ITENS, da seguinte forma:

a) toner para a impressora HP 226-A (item 1 do edital n. 14/2017): o

edital trouxe o preço unitário estimado de R$ 299,99 (duzentos e noventa e nove

reais) para o referido toner. Considerando a quantidade 35 toners previstos para

o ano, foi estimado no edital o preço global de R$ 10.499,65 (dez mil, quatrocentos

e noventa e nove reais e sessenta e cinco centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a referida impressora11 pelo valor de R$ 115,20 (cento e quinze reais e vinte

centavos), conforme mencionado no referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 184,79 (cento e oitenta e quatro reais

e setenta e nove centavos) a mais, de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner na internet pela quantidade prevista em

um ano, chega-se a um valor global real de R$ 4.032,00 (quatro mil e trinta e dois

reais).

A diferença do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, foi de R$ 6.467,65 (seis mil, quatrocentos e sessenta e sete reais e

sessenta e cinco centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$ 10.499,65

11 Lembra-se, a título de curiosidade, que a documentação de fl. 38, com fotos, a ré Lígia entregava

esta espécie de suprimento (cartuchos compatíveis) em departamentos do município, conforme

COMPROVADO no item 11 do relatório de folhas 118/188. Tal modalidade de cartuchos e toners

pode ser utilizado nas referidas impressoras, sem prejuízo da qualidade da impressão, conforme

explicado em depoimento da testemunha Pio José de Lacerda Neto,

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(dez mil, quatrocentos e noventa e nove reais e sessenta e cinco centavos),

exatamente o mesmo previsto no edital.

Logo, houve o superfaturamento12 de aproximadamente R$ 6.467,65

(seis mil, quatrocentos e sessenta e sete reais e sessenta e cinco centavos) só no

item 1 do edital n. 14/2017

b) toner para a impressora HP 283-A (item 2 do edital n. 14/2017): o

edital trouxe o preço unitário de R$ 62,00 (sessenta e dois reais) para o referido

toner. Considerando a quantidade assustadora 217 toners previstos para o ano,

foi estimado no edital o preço global de R$ 13.454,00 (treze mil, quatrocentos e

cinquenta e quatro reais).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora referida pelo valor de R$ 23,30 (vinte e três reais e trinta

centavos), conforme mencionado no referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 38,70 (trinta e oito reais e setenta

centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 5.056,10 (cinco mil e

cinquenta e seis reais e dez centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

12 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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NESTE ITEM, é de R$ 8.397 (oito mil, trezentos e noventa e sete reais e noventa

centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

13.640,30 (dezesseis mil, seiscentos e quarenta reais e trinta centavos). Conclui-

se que o município pagou um pouco mais caro que o previsto no edital já

superfaturado.

Assim, houve superfaturamento13 de aproximadamente R$ 8.584,20

(oito mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e vinte centavos) só no item 2 do

edital n. 14/2017.

c) toner para a impressora HP 285-A (item 3 do edital 14/2017): o edital

trouxe o preço unitário de R$ 59,90 (cinquenta e nove reais e noventa centavos)

para o referido toner. Considerando a quantidade de assustadora 294 (duzentos

e noventa e quatro) toners previstos para o ano, foi estimado no edital o preço

global de R$ 17.610,60 (dezessete mil, seiscentos e dez reais e sessenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora pelo valor de R$ 21,90 (vinte e um reais e noventa centavos),

conforme detalhado no referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 38,00 (trinta e oito reais).

Multiplicando o valor do toner obtido na internet pela quantidade

13 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 6.438,60 (seis mil,

quatrocentos e trinta e oito reais e sessenta centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 11.172 (onze mil, cento e setenta e dois reais) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

17.346,00 (dezessete mil, trezentos e quarenta e três reais).

Assim, houve superfaturamento14 de aproximadamente R$ 10.907,40

(dez mil, novecentos e sete reais e quarenta centavos) no item 3 do edital n.

14/2017.

d) cartucho HP 60XL Original Color (item 4 do edital n. 14/2017): o

edital trouxe o preço unitário de 189,90 (cento e oitenta e nove reais e noventa

centavos) para o referido cartucho. Considerando a quantidade de 14 (quatorze)

cartuchos previstos para o ano, foi estimado no edital o preço global de R$ 2.658,60

(dois mil, seiscentos e cinquenta e oito reais e sessenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora referida pelo valor de R$ 44,01 (quarenta e quatro

reais e um centavo), conforme consta do referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 145,89 (cento e quarenta e cinco reais

14 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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e oitenta e nove centavos).

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 616,14 (seiscentos e

dezesseis reais e quatorze centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 2.042,46 (dois mil e quarenta e dois reais e quarenta e seis

centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

2.658,60 (dois mil, seiscentos e cinquenta e oito reais e sessenta), exatamente do

edital superfaturado.

Assim, houve superfaturamento15 de aproximadamente R$ 2.042,46

(dois mil e quarenta e dois reais e quarenta e seis centavos) só no item 4 do

referido edital.

e) cartucho HP 60XL Original Preto (item 5 do edital n. 14/2017): o

edital trouxe o preço unitário de R$ 156,90 (cento e cinquenta e seis reais e noventa

centavos) para o referido cartucho. Considerando a quantidade de 14 (quatorze)

cartuchos previstos para o ano, foi estimado no edital o preço global de R$ 2.196,60

(dois mil, cento e noventa e seis reais e sessenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

15 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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compatível com a impressora referida pelo valor de R$ 27,50 (vinte e sete reais e

cinquenta centavos), conforme o referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 129,40 (cento e vinte e nove reais e

quarenta centavos).

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 385,00 (trezentos e

oitenta e cinco reais).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 1.811,60 (mil, oitocentos e onze reais e sessenta centavos)

de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

2.196,60 (dois mil, cento e noventa e seis reais e sessenta centavos), alguns

centavos mais caros que o previsto no edital superfaturado.

Assim, houve superfaturamento16 de aproximadamente R$ 1.811,60

(mil oitocentos e onze reais e sessenta centavos) só neste item 5 do edital.

f) toner para a Brother TN750 (item 6): o edital trouxe o preço unitário

de 98,50 (noventa e oito reais e cinquenta centavos) para o referido toner.

Considerando a quantidade de 21 (vinte e um) toners previstos para o ano, foi

estimado no edital o preço global de R$ 2.068,50 (dois mil e sessenta e oito reais e

16 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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cinquenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora pelo valor de R$ 54,90 (cinquenta e quatro reais e noventa

centavos), conforme o referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 43,60 (quarenta e três reais e sessenta

centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 1.152,90 (mil cento e

cinquenta e dois reais e noventa centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 915,60 (novecentos e quinze reais e sessenta centavos) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

2.068,50 (dois mil e sessenta e oito reais e cinquenta centavos), a mesmíssima

quantidade prevista no edital superfaturado.

Assim, houve superfaturamento17 de aproximadamente R$ 915,60

(novecentos e quinze reais e sessenta centavos) só no item 6 do referido edital.

g) toner HP CE 255X (item 7): o edital trouxe o preço unitário de R$

17 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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160,90 (cento e sessenta reais e noventa centavos). Considerando a quantidade de

105 (cento e cinco) toners previstos para o ano, foi estimado no edital o preço

global de R$ 16.894,50 (dezesseis mil, oitocentos e noventa e quatro reais e

cinquenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora pelo valor de R$ 90,79 (noventa reais e setenta e nove centavos),

conforme o referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 70,11 (setenta reais e onze centavos)

de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 9.532,95 (nove mil,

quinhentos e trinta e dois reais e noventa e cinco centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 7.361,58 (sete mil, trezentos e sessenta e um reais e

cinquenta e oito centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

17.524,50 (dezessete mil, quinhentos e vinte e quatro reais e cinquenta centavos),

saindo mais caro que o previsto no edital superfaturado

Logo, houve superfaturamento18 de aproximadamente R$ 7.991,55

18 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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(sete mil, novecentos e noventa e um reais e cinquenta e cinco centavos) só no

item 7 do referido edital.

h) toner HP Q 7753A (item 8 do edital 14/2017): o edital trouxe o preço

unitário de R$ 156,90 (cento e cinquenta e seis reais e noventa centavos).

Considerando a quantidade de 7 (sete) toners previstos para o ano, foi estimado

no edital o preço global de R$ 1.098,30 (mil e noventa e oito reais e trinta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora pelo valor de R$ 41,00 (quarenta e um reais), conforme o referido

relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 115,90 (cento e quinze reais e

noventa centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 287,00 (duzentos e

oitenta e sete reais).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 811,30 (oitocentos e onze reais e trinta centavos) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

1.098,30 (mil e noventa e oito reais e quarenta e trinta centavos), saindo centavos

mais caros que o previsto no edital superfaturado.

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Logo, houve superfaturamento19 de aproximadamente R$ 811,30

(oitocentos e onze reais e trinta centavos) só no item 8 do referido edital.

i) toner Samsung D 101 S (item 9 do edital n. 14/2017): o edital trouxe o

preço unitário de R$ 195,90 (cento e noventa e cinco reais e noventa centavos).

Considerando a quantidade de 20 (vinte) toners previstos para o ano, foi estimado

no edital o preço global de R$ 3.918,00 (três mil, novecentos e dezoito reais).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora pelo valor de R$ 38,00 (trinta e oito reais), conforme o

mencionado relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 157,90 (cento e cinquenta e sete reais

e noventa centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 760,00 (setecentos e

sessenta reais).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 3.158 (três mil, novecentos e dezoito reais) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

3.918,00 (três mil, novecentos e dezoito reais), exatamente a mesma quantia saída

19 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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no edital superfaturado.

Logo, houve superfaturamento20 de aproximadamente R$ 3.158,00

(três mil, cento e cinquenta e oito reais) só no item 9 do referido edital.

j) toner Samsung D 2850 (item 10 do edital n. 14/2017): o edital trouxe o

preço unitário de R$ 159,90 (cento e cinquenta e nove reais e noventa centavos).

Considerando a quantidade de 27 (vinte e sete) toners previstos para o ano, foi

estimado no edital o preço global de R$ 4.317,30 (quatro mil, trezentos e dezessete

reais e trinta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora pelo valor de R$ 70,62 (setenta reais e sessenta e dois centavos),

conforme o referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 89,28 (oitenta e nove reais e vinte e

oito centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 1.906,74 (mil

novecentos e seis reais e setenta e quatro centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 2.410,56 (quatro mil, quatrocentos e dez reais e cinquenta

e seis centavos) de superfaturamento.

20 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

4.317,30 (três mil, trezentos e dezessete reais e trinta centavos), exatamente a

mesma quantia saída no edital superfaturado.

Logo, houve superfaturamento21 de aproximadamente R$ 2.410,56

(dois mil, quatrocentos e dez reais e cinquenta e seis centavos) só no item 10 do

referido edital.

l) cartucho HP 021 Original Preto (item 11 do edital n. 14/2017): o edital

trouxe o preço unitário de R$ 65,00 (sessenta e cinco reais). Considerando a

quantidade de 14 (quatorze) cartuchos previstos para o ano, foi estimado no edital

o preço global de R$ 910,00 (novecentos e dez reais).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora pelo valor de R$ 28,50 (vinte e oito reais e cinquenta

centavos), conforme o referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 36,50 (trinta e seis reais e cinquenta

centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 399,00 (trezentos e

noventa e nove reais).

21 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 511,00 (quinhentos e onze reais) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$ 910,00

(novecentos e dez reais), exatamente a mesma quantia saída no edital

superfaturado.

Logo, houve superfaturamento22 de aproximadamente R$ 511,00

(quinhentos e onze reais) só no item 11 do referido edital.

m) cartucho HP 022 Original Color (item 12 do edital n. 14/2017): o

edital trouxe o preço unitário de R$ 75,00 (setenta e cinco reais). Considerando a

quantidade de 7 (sete) cartuchos previstos para o ano, foi estimado no edital o

preço global de R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora pelo valor de R$ 53,90 (cinquenta e três reais e

noventa centavos), conforme o referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 21,10 (vinte e um reais e dez

centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 377,30 (trezentos e

setenta e sete reais e trinta centavos).

22 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

Page 42: EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA … · documentação que se faz anexa a esta peça, vem, mui respeitosamente, à presença deste douto juízo, propor a presente:

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, NESTE

ITEM, é de R$ 147,70 (cento e quarenta e sete reais e setenta centavos) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$ 525,00

(quinhentos e vinte e cinco reais), exatamente a mesma quantia saída no edital

superfaturado.

Assim, houve superfaturamento23 de aproximadamente R$ 147,70

(cento e quarenta e sete reais e setenta centavos) só no item 12 do referido edital.

n) cartucho HP 070 Original Color (item 13 do edital n. 14/2017): o

edital trouxe o preço unitário de R$ 75,00 (setenta e cinco reais). Considerando a

quantidade de 7 (sete) cartuchos previstos para o ano, foi estimado no edital o

preço global de R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais).

Ocorre que esta espécie de cartucho, curiosamente, não foi encontrada

nem mesmo no site da HP do Brasil ou no Google, conforme comprova o referido

relatório, com fotos.

Assim, pode se constatar que este produto SEQUER EXISTE NO

MERCADO NACIONAL, uma vez que nada dele foi encontrado na internet, em

sítio oficial da fabricante.

23 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Logo, este órgão ministerial entende que houve fraude no valor

integral deste item, ou seja, no valor de R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco

reais), superfaturados.

o) cartucho HP 070 Original Preto (item 14 do edital n. 14/2017): o edital

trouxe o preço unitário de R$ 65,00 (sessenta e cinco reais). Considerando a

quantidade de 7 (sete) cartuchos previstos para o ano, foi estimado no edital o

preço global de R$ 455,00 (quatrocentos e cinquenta e cinco reais).

Ocorre que esta espécie de cartucho, curiosamente, também não foi

encontrada nem mesmo no site da HP do Brasil, conforme comprova o referido

relatório, com fotos.

Assim, pode se constatar que este produto SEQUER EXISTE NO

MERCADO NACIONAL, uma vez que nada dele foi encontrado na internet, em

sítio oficial da fabricante.

Logo, este órgão ministerial entende que houve fraude no valor

integral deste item, ou seja, no valor de R$ 455,00 (quatrocentos e cinquenta e

cinco reais).

p) toner HP 2612A (item 15 do edital n. 14/2017): o edital trouxe o preço

unitário de R$ 105,00 (cento e cinco reais). Considerando a quantidade de 7 (sete)

toners previstos para o ano, foi estimado no edital o preço global de R$ 735,00

(setecentos e trinta e cinco reais).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora pelo valor de R$ 21,90 (vinte e um reais e noventa

Page 44: EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA … · documentação que se faz anexa a esta peça, vem, mui respeitosamente, à presença deste douto juízo, propor a presente:

44

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

centavos), conforme relatório com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 83,10 (oitenta e três reais e dez

centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 153,30 (cento e

cinquenta e três reais e trinta centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, NESTE

ITEM, é de R$ 581,70 (quinhentos e oitenta e um reais e setenta centavos) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$ 735,00

(setecentos e trinta e cinco reais), saindo o mesmíssimo preço que o previsto no

edital superfaturado.

Logo, houve superfaturamento24 de aproximadamente R$ 581,70

(quinhentos e oitenta e um reais e setenta centavos) só no item 15 do referido

edital.

q) toner Samsung D204S (item 16 do edital n. 14/2017): o referido edital

trouxe o preço unitário de R$ 189,90 (cento e oitenta e nove reais e noventa

centavos). Considerando a quantidade de 7 (sete) toners previstos para o ano, foi

estimado no edital o preço global de R$ 1.329,30 (mil, trezentos e vinte e nove reais

24 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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45

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

e trinta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora pelo valor de R$ 104,59 (cento e quatro reais e

cinquenta e nove centavos), conforme consta do referido relatório, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 85,35 (oitenta e cinco reais e trinta e

cinco centavos).

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 732,13 (setecentos e

trinta e dois reais e treze centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, NESTE

ITEM, é de R$ 597,17 (quinhentos e noventa e sete reais e dezessete centavos) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

1.329,00 (mil, trezentos e vinte e nove reais e trinta centavos), saindo o

mesmíssimo preço que o previsto no edital superfaturado.

Logo, houve superfaturamento25 de aproximadamente R$ 581,70

(quinhentos e oitenta e um reais e setenta centavos) no item 16 do referido edital.

CONCLUSÃO: diante das informações acima, conclui-se pela

25 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

existência de um SUPERFATURAMENTO TOTAL de aproximadamente R$

47.917,59 (quarenta e sete mil, novecentos e dezenove reais e cinquenta e nove

centavos) no contrato oriundo do edital n. 14/2017, nos seguintes termos:

Em gráficos, podemos chegar à seguinte conclusão, conforme gráficos

constantes do referido relatório:

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

I.7 – DO SUPERFATURAMENTO DOS PREÇOS NO EDITAL 15/2017 E NO

RESPECTIVO CONTRATO

Conforme detalhado em minúcias no relatório de investigações de

folhas 118/188, na licitação Carta Convite n. 15/2017, vencida por “A Jato

Cartuchos LTDA”, com a participação e apoio criminoso de “Rosalha Campos de

Assis 260.298.981-91 (Reciclar Cartuchos)” e “Rita de Cássia Oliveira – ME

(Infosystem)”, houve SUPERFATURAMENTO NOS PREÇOS DE TODOS OS

ITENS, da seguinte forma:

a) cartucho HP 092 XL Preto (item 1 do edital 15/2015): o edital trouxe

o preço unitário de 79,00 (setenta e nove reais) para o referido cartucho.

Considerando a quantidade de 14 (quatorze) cartuchos previstos para o ano, foi

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

estimado no edital o preço global de R$ 1.118,60 (mil, cento e dezoito reais e

sessenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível26 com a impressora referida pelo valor de R$ 50,27 (cinquenta reais e

vinte e sete centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com

fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 28,73 (vinte e oito reais e setenta e

três centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 703,78 (setecentos e

três reais e setenta e oito centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, NESTE

ITEM, é de R$ 414,82 (quatrocentos e quatorze reais e oitenta e dois centavos) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

1.118,60 (mil, cento e dezoito reais e sessenta centavos), exatamente o previsto no

edital superfaturado.

26 Lembra-se, a título de curiosidade, que a documentação de fl. 38, com fotos, a ré Lígia entregava

esta espécie de suprimento (cartuchos compatíveis) em departamentos do município, conforme

COMPROVADO no item 11 do relatório de folhas 118/188. Tal modalidade de cartuchos e toners

pode ser utilizado nas referidas impressoras, sem prejuízo da qualidade da impressão, conforme

explicado em depoimento da testemunha Pio José de Lacerda Neto,

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Assim, houve superfaturamento27 de aproximadamente R$ 414,82

(quatrocentos e quatorze reais e oitenta e dois centavos) só no item 1 do referido

edital.

b) cartucho HP 093XL Color (item 2 do edital 15/2017): o edital trouxe

o preço unitário de 89,90 (oitenta e nove reais e noventa centavos) para o referido

cartucho. Considerando a quantidade de 14 (quatorze) cartuchos previstos para o

ano, foi estimado no edital o preço global de R$ 1.258,60 (mil, duzentos e cinquenta

e oito reais e sessenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora referida pelo valor de 28,90 (vinte e oito reais e

noventa centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com

fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 61,00 (sessenta e um reais) de

superfaturamento.

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 404,60 (quatrocentos

e quatro reais e sessenta centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, NESTE

ITEM, é de R$ 854,00 (oitocentos e cinquenta e quatro reais) de

superfaturamento.

27 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

1.258,60 (mil, duzentos e cinquenta e oito reais), exatamente o valor do edital

superfaturado.

Assim, houve superfaturamento28 de aproximadamente R$ 854,00

(oitocentos e cinquenta e quatro reais) só no item 2 do referido edital.

c) cartucho HP 60XL Color (item 3 do edital n. 15/2017): o edital trouxe

o preço unitário de 179,00 (cento e setenta e nove reais) para o referido cartucho.

Considerando a quantidade de 14 (quatorze) cartuchos previstos para o ano, foi

estimado no edital o preço global de R$ 2.506,00 (dois mil quinhentos e seis reais).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora referida pelo valor de R$ 44,01 (quarenta e quatro

reais e um centavo), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com

fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 134,99 (cento e trinta e quatro reais

e noventa e nove centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 616,14 (seiscentos e

dezesseis reais e quatorze centavos).

28 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 1.889,89 (mil oitocentos e oitenta e nove reais e oitenta e

nove centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

2.658,60 (dois mil, seiscentos e cinquenta e oito reais e sessenta), um pouco maior

que o edital superfaturado.

Assim, houve superfaturamento29 de aproximadamente R$ 2.042,46

(dois mil e quarenta e dois reais e quarenta e seis centavos) só no item 3 do

referido edital.

d) cartucho HP 60XL Preto (item 4 do edital 15/2017): o edital trouxe o

preço unitário de 156,90 (cento e cinquenta e seis reais e noventa centavos) para o

referido cartucho. Considerando a quantidade de 14 (quatorze) cartuchos

previstos para o ano, foi estimado no edital o preço global de R$ 2.196,60 (dois mil,

cento e noventa e seis reais e sessenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora referida pelo valor de R$ 27,50 (vinte e sete reais e

cinquenta centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com

fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 129,40 (cento e vinte e nove reais e

quarenta centavos) de superfaturamento.

29 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 385,00 (trezentos e

oitenta e cinco reais).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 1.811,60 (mil, oitocentos e onze reais e sessenta centavos)

de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

2.196,60 (dois mil, cento e noventa e seis reais e sessenta centavos), alguns

centavos mais caros que o previsto no edital superfaturado

Logo, houve superfaturamento30 de aproximadamente R$ 1.811,60

(mil oitocentos e onze reais e sessenta centavos) só no item 4 do referido edital.

e) cartucho HP 662XL Color (item 5 do edital 15/2017): o edital trouxe

o preço unitário de R$ 153,90 (cento e cinquenta e três reais) para o referido

cartucho. Considerando a quantidade assustadora de 196 (cento e noventa e seis)

cartuchos previstos para o ano, foi estimado no edital o preço global de R$

30.164,40 (trinta mil, cento e sessenta e quatro reais e quarenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora referida pelo valor de R$ 62,90 (sessenta e dois reais e noventa

centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos.

30 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

A diferença, por unidade, é de R$ 91,00 (noventa e um reais) de

superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 12.328,40 (doze mil,

trezentos e vinte e oito reais e quarenta centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 17.836,00 (dezessete mil, oitocentos e trinta e seis reais) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

30.752,40 (trinta mil, setecentos e cinquenta e dois reais e quarenta centavos).

Conclui-se que o município contratou por valor pouco mais caro que o previsto

no edital já superfaturado.

Assim, houve superfaturamento31 de aproximadamente R$ 18.424,00

(dezoito mil, quatrocentos e vinte e quatro reais) só no item 5 do referido edital.

f) cartucho HP 662XL Preto (item 6 do edital n. 15/2017): o edital trouxe

o preço unitário de R$ 141,90 (cento e quarenta e um reais e noventa centavos)

para o referido cartucho. Considerando a quantidade assustadora de 196 (cento e

noventa e seis) cartuchos para o ano, foi estimado no edital o preço global

assustador de R$ 27.812,40 (vinte e sete mil, oitocentos e doze reais e quarenta

31 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, cartucho

compatível com a impressora referida pelo valor de R$ 47,07 (quarenta e sete reais

e sete centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 94,96 (noventa e quatro reais e

noventa e seis centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do cartucho obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real R$ 9.225,72 (nove mil,

duzentos e vinte e cinco reais e setenta e dois centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 18.586,68 (dezoito mil, quinhentos e oitenta e seis reais e

sessenta e oito centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

27.812,40 (vinte e sete mil, oitocentos e doze reais e quarenta centavos). Conclui-

se que o município pagou exatamente a mesma quantia prevista no edital já

superfaturado.

Assim, houve superfaturamento32 de aproximadamente R$ 18.586,68

(DEZOITO MIL, QUINHENTOS E OITENTA E SEIS REAIS E SESSENTA E

OITO CENTAVOS) só no item 6 do referido edital.

32 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

g) toner brother TN1060 (item 7 do edital n. 15/2017): o edital trouxe o

preço unitário de R$ 196,70 (cento e noventa e seis reais e setenta centavos) para o

referido toner. Considerando a quantidade de 14 toners previstos para o ano, foi

estimado no edital o preço global de R$ 2.753,80 (dois mil, setecentos e cinquenta

e três reais e oitenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora referida pelo valor de R$ 29,90 (vinte e nove reais e noventa

centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 166,80 (cento e sessenta e seis reais

e oitenta centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 418,60 (quatrocentos

e dezoito reais e sessenta centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 2.335,20 (dois mil, trezentos e trinta e cinco reais e vinte

centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

2.753,80 (dois mil, setecentos e cinquenta e três reais e oitenta centavos). Conclui-

se que o município contratou a mesmíssima quantia prevista no edital já

superfaturado.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Assim, houve superfaturamento33 de aproximadamente R$ 2.335,20

(dois mil, trezentos e trinta e cinco reais e vinte centavos) só no item 7 do

referido edital.

h) toner HP 283A (item 8 do edital n. 15/2017): o edital trouxe o preço

unitário de R$ 62,00 (sessenta e dois reais) para o referido toner. Considerando a

quantidade 14 toners previstos para o ano, foi estimado no edital o preço global

de R$ 868,00 (oitocentos e sessenta e oito reais).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora referida pelo valor de R$ 23,30 (vinte e três reais e trinta

centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 38,70 (trinta e oito reais e setenta

centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 326,20 (trezentos e

vinte e seis reais e vinte centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

NESTE ITEM, é de R$ 541,80 (quinhentos e quarenta e um reais e oitenta

centavos) de superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$ 880,60

33 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

(oitocentos e oitenta reais e sessenta centavos). Conclui-se que o município

pagou um pouco mais caro que o previsto no edital já superfaturado.

Assim, houve superfaturamento34 de aproximadamente R$ 554,40

(quinhentos e cinquenta e cinco reais e sessenta e seis centavos) só no item 8 do

referido edital.

i) toner HP 285A (item 9 do edital n. 15/2017): o edital trouxe o preço

unitário de R$ 59,90 (cinquenta e nove reais e noventa centavos) para o referido

toner. Considerando a quantidade de 175 (cento e setenta e cinco) toners previstos

para o ano, foi estimado no edital o preço global de R$ 10.482,50 (dez mil,

quatrocentos e oitenta e dois reais e cinquenta centavos).

Por sua vez, na internet é possível adquirir, no varejo, toner compatível

com a impressora referida pelo valor de R$ 23,30 (vinte e três reais e trinta

centavos), conforme relatório de investigações de folhas 118/188, com fotos.

A diferença, por unidade, é de R$ 36,60 (trinta e seis reais e sessenta

centavos) de superfaturamento.

Multiplicando o valor do toner obtido na internet, pela quantidade

prevista em um ano, chega-se a um valor global real de R$ 4.077,50 (quatro mil e

setenta e sete reais e cinquenta centavos).

A diferença, do valor global do edital e do valor da internet, SÓ

34 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

NESTE ITEM, é de R$ 6.405,00 (seis mil, quatrocentos e cinco reais) de

superfaturamento.

O contrato, por sua vez, foi fechado, neste item, no valor de R$

10.325,00 (dez mil, trezentos e vinte e cinco). Conclui-se que o município quase o

valor todo do edital já superfaturado.

Assim, houve superfaturamento35 de aproximadamente R$ 6.247,50

(seis mil, duzentos e quarenta e sete reais e cinquenta centavos) só no item 9.

CONCLUSÃO: diante das informações acima, conclui-se pela

existência de um superfaturamento de aproximadamente R$ 51.271,92

(cinquenta e um mil, duzentos e setenta e um reais e noventa e dois centavos),

nos seguintes termos:

Em gráficos, podemos chegar à seguinte conclusão, conforme gráficos

constantes do referido relatório:

35 Para chegar a este número, diminuiu o valor global contratado do valor global real obtido pela

internet. Lembra-se que, na prática, o valor devido seria ainda menor, vez que o preço analisado

(no varejo) é maior que o preço do atacado, com os descontos dados para grandes compras.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

I.8 – DAS CONCLUSÕES GERAIS SOBRE O SUPERFATURAMENTO DOS

CONTRATOS ORIUNDOS DAS LICITAÇÕES CARTA CONVITE 14/2017 E

15/2017

Conforme amplamente detalhado no relatório de investigações de

folhas 118/188, somando-se os superfaturamentos estimados ambos os contratos,

nos termos esmiuçados no relatório e também acima, conclui-se pela a existência

de um SUPERFATURAMENTO de R$ 99.188,25 (NOVENTA E NOVE MIL,

CENTO E OITENTA E OITO REAIS E VINTE E CINCO CENTAVOS).

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

I.9) DOS VALORES EMBOLSADOS ILICITAMENTE PELA PESSOA

JURÍDICA “A JATO CARTUCHO LTDA” EM DECORRÊNCIA DOS

CONTRATOS SUPERFATURADOS ADVINDOS DAS LICITAÇÕES N.

14/2017 E 15/2017

Conforme consta dos anexos deste procedimento e, em especial, do

relatório anexado às últimas folhas deste procedimento, a licitação n. 14/2017

gerou o empenho n. 71626 do Município de Crixás-GO, com valor empenhado

total de R$ 79.756,05 (setenta e nove mil, setecentos e cinquenta e seis reais e cinco

centavos).

Deste valor, houve a anulação de R$ 36.885,41 (trinta e seis mil,

oitocentos e oitenta e cinco reais e quarenta e um centavos) e a liquidação e

pagamento de R$ 42.870,64 (quarenta e dois mil, oitocentos e setenta reais e

sessenta e quatro centavos).

Considerando o percentual de superfaturamento do edital n. 14/2017,

calculado no relatório de investigações de folhas 118/188 e explicado ao final do

tópico I.7 desta peça, de 60,08% (sessenta vírgula zero oito por cento) de

sobrepreço/superfaturamento, conclui-se que a pessoa jurídica “A Jato

Cartuchos LTDA” embolsou indevidamente, a título de

SUPERFATURAMENTO, a quantia aproximada de R$ 25.756,68 (vinte e cinco

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

mil, setecentos e cinquenta e seis reais e sessenta e oito centavos)36 APENAS no

edital 14/2017.

Outrossim, conforme consta dos anexos deste procedimento e, em

especial, do relatório anexado às últimas folhas deste procedimento, a licitação n.

15/2017 gerou o empenho n. 71627 do Município de Crixás-GO, com valor

empenhado total de R$ 79.756,60 (setenta e nove mil, setecentos e cinquenta e seis

reais e sessenta centavos).

Deste valor, houve a anulação de R$ 50.193,10 (cinquenta mil, cento e

noventa e três reais e dez centavos) e a liquidação e pagamento de R$ 29.563,50

(vinte e nove mil, quinhentos e sessenta e três reais e cinquenta centavos).

Considerando o percentual de superfaturamento do edital n. 15/2017,

calculado no relatório de investigações de folhas 118/188 e explicado ao final do

tópico I.7 desta peça, de 64,28% (sessenta e quatro vírgula vinte e oito por cento)

de sobrepreço/superfaturamento, conclui-se que a pessoa jurídica “A Jato

Cartuchos LTDA” embolsou indevidamente, a título de

SUPERFATURAMENTO, a quantia aproximada de R$ 19.003,41 (dezenove mil

e três reais e quarenta e um centavos)37 APENAS no edital 15/2017.

Somando ambos os valores, conclui-se que nas licitações carta convite

n. 14/2017 e 15/2017 a pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA” embolsou só a

título de superfaturamento R$ 44.760,01 (quarenta e quatro mil, setecentos e

36 Este valor foi obtido multiplicando o valor pago pelo percentual de superfaturamento calculado

no relatório de investigações de fls.e explicado ao final do tópico I.6 desta peça, de 60,08%. 37 Este valor foi obtido multiplicando o valor pago pelo percentual de superfaturamento calculado

no relatório de investigações de fls. 118/188 e explicado ao final do tópico I.7 desta peça, de 64,28%.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

sessenta reais).

Isso se ela estivesse fornecendo os cartuchos corretamente ao

município, o que não parece ser o caso em tela, conforme detalhado mais adiante

nesta peça.

I.10 – DAS DISPENSAS INDEVIDAS DE LICITAÇÃO EM BENEFÍCIO DA

PESSOA JURÍDICA “A JATO CARTUCHOS”

Conforme detalhado no relatório anexado às últimas folhas deste

procedimento, o município de Crixás-GO EMITIU 178 (CENTO E SETENTA E

OITO) EMPENHOS em favor da pessoa jurídica A Jato Cartuchos LTDA – ME,

CNPJ n. 09.596.359/0001-48, no período compreendido entre 01 de janeiro de 2017

a 23 de abril de 2018, conforme documentos anexos, totalizando o valor de R$

224.977,04 (duzentos e vinte e quatro mil, novecentos e setenta e sete reais e

quatro centavos) liquidados e pagos em favor da referida pessoa jurídica.

Ainda, destaque-se que, dos 178 (cento e setenta e oito) empenhos

consultados no sítio eletrônico do Município de Crixás-GO, 60 (sessenta) foram

localizados na pasta do órgão “Executivo”, 80 (oitenta) na pasta do órgão “Fundo

Municipal de Saúde de Crixás” e 38 (trinta e oito) na pasta do órgão “Fundo

Municipal de Assistência Social do Município de Crixás”, conforme documentos

anexos.

São os empenhos:

- n. 66164, 66209, 66165, 66202, 66205, 66206, 66208, 66204, 66207, 66245,

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

66321, 66320, 66322, 67190, 67189, 68828, 67470, 68647, 68648, 67464, 68826, 70549,

70553, 70552, 68806, 70551, 70550, 70555, 70556, 70554, 69522, 70557, 70558, 70656,

70847, 70613, 71626, 71099, 70935, 77745, 77746, 77845, 77834, 78026, 78397, 78618,

78621, 78620, 78623, 78616, 78681, 78967, 78969, 78970, 78972, 78613, 78965, 78689,

78683 e 81804 do Poder Executivo Municipal;

- n. 66161, 66158, 66160, 66203, 66159, 66162, 66156, 66157, 66239, 66248,

66241, 66244, 66262, 68821, 68820, 68825, 68823, 70563, 70567, 70568, 70566, 70565,

68813, 68810, 68807, 68809, 68812, 68808, 68811, 71627, 70985, 70980, 70978, 70979,

70984, 70967, 70976, 70970, 70969, 70975, 70972, 70977, 70982, 70988, 70987, 77911,

77896, 77900, 77903, 77897, 77909, 77913, 77910, 77907, 77912, 77906, 77898, 77902,

77899, 77721, 77723, 77722, 77904, 77901, 77905, 77908, 78387, 78732, 78729, 78724,

78727, 78736, 78730, 78728, 78731, 78725, 78734, 78737, 78735 e 78726 do Fundo

Municipal de Saúde e;

- n. 81355, 81356, 78577, 78222, 78218, 78221, 78220, 75120, 75122, 75128,

75121, 75119, 75126, 75124, 75125, 74076, 74127, 74075, 74077, 74317, 74850, 73564,

73312, 73220, 72650, 72648, 72651, 70564, 70561, 70560, 70559, 70562, 67419, 67319,

66932,, 66930, 66323 e 66163 do Fundo Municipal de Assistência Social.

Dos 178 (cento e setenta e oito) empenhos, 176 (CENTO E SETENTA E

SEIS) foram realizados COM DISPENSA de licitação.

Repita-se, por mais INACREDITÁVEL que isso possa parecer, que

foram realizados 176 (cento e setenta e seis) empenhos COM DISPENSA DE

LICITAÇÃO em favor da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA”, de

propriedade de fato da “tia do prefeito” Lígia, pelo referido município –

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

quantidade absurda até para um cenário de ilegalidade e improbidade dantesco!

Passa-se a detalhar:

a) DAS DISPENSAS INDEVIDAS DE LICITAÇÃO NO PODER

EXECUTIVO: conforme detalhado no relatório anexado às últimas folhas deste

procedimento, foram emitidos 59 (cinquenta e nove) empenhos com DISPENSA

DE LICITAÇÃO em favor da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA” pelo

Poder Executivo de Crixás, em valores que, somados, ultrapassam em MUITO o

limite legal de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Em detalhes:

EMPENHOS EMITIDOS PELO PODER EXECUTIVO PARA A PESSOA

JURÍDICA “A JATO CARTUCHOS LTDA – ME” COM DISPENSA DE

LICITAÇÃO

Nº DATA MODALIDADE VALOR ANULAÇÃO VALOR

PAGO

66164 15/02/2017 Dispensa de Licitação 3.929,60 0,00 3.929,60

66209 15/02/2017 Dispensa de Licitação 1.788,70 0,00 1.788,70

66165 15/02/2017 Dispensa de Licitação 113,80 0,00 113,80

66202 15/02/2017 Dispensa de Licitação 899,97 0,00 899,97

66205 15/02/2017 Dispensa de Licitação 6.552,90 0,00 6.552,90

66206 15/02/2017 Dispensa de Licitação 741,70 0,00 741,70

66208 16/02/2017 Dispensa de Licitação 231,60 0,00 231,60

66204 16/02/2017 Dispensa de Licitação 56,90 0,00 56,90

66207 16/02/2017 Dispensa de Licitação 307,50 0,00 307,50

66245 21/02/2017 Dispensa de Licitação 113,80 0,00 113,80

66321 24/02/2017 Dispensa de Licitação 172,70 0,00 172,70

66320 24/02/2017 Dispensa de Licitação 113,80 0,00 113,80

66322 24/02/2017 Dispensa de Licitação 231,60 0,00 231,60

67190 22/03/2017 Dispensa de Licitação 7.670,50 0,00 7.670,50

67189 22/03/2017 Dispensa de Licitação 5.889,10 0,00 5.889,10

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

68828 28/03/2017 Dispensa de Licitação 747,60 0,00 747,60

67470 28/03/2017 Dispensa de Licitação 1.079,40 0,00 1.079,40

68647 28/03/2017 Dispensa de Licitação 227,60 0,00 227,60

68648 28/03/2017 Dispensa de Licitação 227,60 0,00 227,60

67464 30/03/2017 Dispensa de Licitação 12.851,40 0,00 12.851,40

68826 30/03/2017 Dispensa de Licitação 599,98 0,00 599,98

70549 03/04/2017 Dispensa de Licitação 56,90 0,00 56,90

70553 06/04/2017 Dispensa de Licitação 56,90 0,00 56,90

70552 11/04/2017 Dispensa de Licitação 4.559,40 0,00 4.559,40

68806 24/04/2017 Dispensa de Licitação 7.564,68 0,00 7.564,68

70551 27/04/2017 Dispensa de Licitação 172,70 0,00 172,70

70550 27/04/2017 Dispensa de Licitação 113,80 0,00 113,80

70555 10/05/2017 Dispensa de Licitação 3.581,80 0,00 3.581,80

70556 10/05/2017 Dispensa de Licitação 6.092,78 0,00 6.092,78

70554 10/05/2017 Dispensa de Licitação 56,90 0,00 56,90

69522 15/05/2017 Dispensa de Licitação 560,70 0,00 560,70

70557 05/06/2017 Dispensa de Licitação 174,70 0,00 174,70

70558 06/06/2017 Dispensa de Licitação 113,80 0,00 113,80

70656 06/06/2017 Dispensa de Licitação 56,90 0,00 56,90

70847 08/06/2017 Dispensa de Licitação 56,90 0,00 56,90

70613 09/06/2017 Dispensa de Licitação 62,00 0,00 62,00

71099 22/06/2017 Dispensa de Licitação 56,90 0,00 56,90

70935 23/06/2017 Dispensa de Licitação 299,99 0,00 299,99

77745 18/01/2018 Dispensa de Licitação 196,70 196,70 0,00

77746 18/01/2018 Dispensa de Licitação 181,80 181,80 0,00

77845 18/01/2018 Dispensa de Licitação 599,98 599,98 0,00

77834 19/01/2018 Dispensa de Licitação 62,00 62,00 0,00

78026 23/01/2018 Dispensa de Licitação 899,97 899,97 0,00

78397 23/01/2018 Dispensa de Licitação 786,80 786,80 0,00

78618 23/01/2018 Dispensa de Licitação 179,70 179,70 0,00

78621 23/01/2018 Dispensa de Licitação 186,00 186,00 0,00

78620 23/01/2018 Dispensa de Licitação 186,00 186,00 0,00

78623 26/01/2018 Dispensa de Licitação 59,90 59,90 0,00

78616 31/01/2018 Dispensa de Licitação 271,80 271,80 0,00

78681 01/02/2018 Dispensa de Licitação 5.759,80 5.759,80 0,00

78967 02/02/2018 Dispensa de Licitação 303,70 303,70 0,00

78969 02/02/2018 Dispensa de Licitação 119,80 119,80 0,00

78970 02/02/2018 Dispensa de Licitação 899,97 899,97 0,00

78972 02/02/2018 Dispensa de Licitação 119,80 119,80 0,00

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66

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

78613 02/02/2018 Dispensa de Licitação 869,00 869,00 0,00

78965 02/02/2018 Dispensa de Licitação 59,90 59,90 0,00

78689 05/02/2018 Dispensa de Licitação 121,80 121,80 0,00

78683 05/02/2018 Dispensa de Licitação 5.015,91 5.015,91 0,00

81804 20/04/2018 Dispensa de Licitação 4.176,00 0,00 4.176,00

TOTAL 89.241,83 16.880,33 72.361,50

Assim, no período entre 1º de janeiro de 2017 e 23 de abril de 2018,

foram empenhados R$ 89.241,83 (oitenta e nove mil, duzentos e quarenta e um

reais e oitenta e três centavos) com DISPENSA DE LICITAÇÃO em favor da

referida pessoa jurídica, só no âmbito do Poder Executivo, dos quais R$

72.361,50 (setenta e dois mil, trezentos e sessenta e um reais e cinquenta

centavos) foram liquidados e pagos.

Destaca-se que:

- 8 (oito) destes empenhos possuem valor superior a R$ 5.000,00 (cinco

mil reais);

- o empenho n. 67464, com dispensa de licitação, possui valor superior

a R$ 12.000,00 (doze mil reais);

- só no mês de janeiro houve 12 (doze) empenhos com dispensa de

licitação, apenas pelo Poder Executivo, em benefício da referida pessoa jurídica;

- só os empenhos entre os dias 22 de março de 2017 e 24 de abril de

2017 (meros 33 – trinta e três dias38), APENAS do Poder Executivo, SOMAM R$

38 Empenhos n. 67190, 67189, 68828, 67470, 68647, 68648, 67464, 68826, 70549, 70553, 70552 e

68806.

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67

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

41.531,06 (QUARENTA E UM MIL, QUINHENTOS E TRINTA E TRÊS REAIS

E SEIS CENTAVOS), TUDO COM DISPENSA DE LICITAÇÃO.

- o último empenho com dispensa de licitação, em favor da pessoa

jurídica de propriedade fática de familiar do prefeito, data do dia 20 de abril de

2018, MENOS DE 3 (TRÊS) DIAS DA CONCLUSÃO DESTA PEÇA, o que

comprova que os réus estão REITERANDO ATUALMENTE a prática de

improbidade administrativa.

b) DAS DISPENSAS INDEVIDAS DE LICITAÇÃO NO FUNDO

MUNICIPAL DE SAÚDE: conforme detalhado no relatório anexado nas últimas

folhas deste procedimento, foram emitidos 79 (setenta e nove) empenhos com

DISPENSA DE LICITAÇÃO em favor da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos

LTDA” pelo Fundo Municipal de Saúde do Município de Crixás, em valores

que, somados, ultrapassam em MUITO o limite legal de R$ 8.000,00 (oito mil

reais).

Há mais empenhos de dispensa de licitação para compra de cartuchos

na Secretaria de Saúde do que no Poder Executivo (onde estão os gastos de

secretarias que imprimem muito, como a Educação, com as escolas, que

imprimem milhares de provas todos os bimestres), outro indicativo da fraude.

Veja-se:

EMPENHOS EMITIDOS PELO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE PARA A

PESSOA JURÍDICA “A JATO CARTUCHOS LTDA – ME” COM DISPENSA

DE LICITAÇÃO

Nº DATA MODALIDADE VALOR ANULAÇÃO VALOR

PAGO

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68

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

66161 15/02/2017 Dispensa de Licitação 1.034,20 0,00 1.034,20

66158 15/02/2017 Dispensa de Licitação 709,10 0,00 709,10

66160 15/02/2017 Dispensa de Licitação 455,20 0,00 455,20

66203 15/02/2017 Dispensa de Licitação 188,50 0,00 188,50

66159 15/02/2017 Dispensa de Licitação 189,60 0,00 189,60

66162 15/02/2017 Dispensa de Licitação 549,30 0,00 549,30

66156 15/02/2017 Dispensa de Licitação 369,60 0,00 369,60

66157 15/02/2017 Dispensa de Licitação 369,60 369,60 0,00

66239 21/02/2017 Dispensa de Licitação 4.065,10 0,00 4.065,10

66248 21/02/2017 Dispensa de Licitação 707,50 0,00 707,50

66241 21/02/2017 Dispensa de Licitação 369,60 0,00 369,60

66244 21/02/2017 Dispensa de Licitação 117,80 0,00 117,80

66262 22/02/2017 Dispensa de Licitação 273,60 0,00 273,60

68821 30/03/2017 Dispensa de Licitação 2.362,40 0,00 2.362,40

68820 30/03/2017 Dispensa de Licitação 235,60 0,00 235,60

68825 30/03/2017 Dispensa de Licitação 1.353,90 0,00 1.353,90

68823 30/03/2017 Dispensa de Licitação 159,80 0,00 159,80

70563 03/04/2017 Dispensa de Licitação 1.703,50 0,00 1.703,50

70567 03/04/2017 Dispensa de Licitação 269,40 0,00 269,40

70568 03/04/2017 Dispensa de Licitação 1.421,90 0,00 1.421,90

70566 20/04/2017 Dispensa de Licitação 1.893,10 0,00 1.893,10

70565 26/04/2017 Dispensa de Licitação 3.463,50 0,00 3.463,50

68813 26/04/2017 Dispensa de Licitação 1.353,90 0,00 1.353,90

68810 26/04/2017 Dispensa de Licitação 489,70 0,00 489,70

68807 26/04/2017 Dispensa de Licitação 159,80 0,00 159,80

68809 26/04/2017 Dispensa de Licitação 235,60 0,00 235,60

68812 26/04/2017 Dispensa de Licitação 1.183,20 0,00 1.183,20

68808 26/04/2017 Dispensa de Licitação 823,20 0,00 823,20

68811 26/04/2017 Dispensa de Licitação 409,60 0,00 409,60

70985 21/06/2017 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

70980 21/06/2017 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

70978 21/06/2017 Dispensa de Licitação 293,80 0,00 293,80

70979 21/06/2017 Dispensa de Licitação 711,40 0,00 711,40

70984 21/06/2017 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

70967 22/06/2017 Dispensa de Licitação 239,60 0,00 239,60

70976 22/06/2017 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

70970 22/06/2017 Dispensa de Licitação 459,40 0,00 459,40

70969 22/06/2017 Dispensa de Licitação 985,00 0,00 985,00

70975 22/06/2017 Dispensa de Licitação 459,40 0,00 459,40

Page 69: EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA … · documentação que se faz anexa a esta peça, vem, mui respeitosamente, à presença deste douto juízo, propor a presente:

69

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

70972 22/06/2017 Dispensa de Licitação 2.671,70 0,00 2.671,70

70977 22/06/2017 Dispensa de Licitação 1.334,90 0,00 1.334,90

70982 23/06/2017 Dispensa de Licitação 693,60 0,00 693,60

70988 23/06/2017 Dispensa de Licitação 653,60 0,00 653,60

70987 23/06/2017 Dispensa de Licitação 711,40 0,00 711,40

77911 03/01/2018 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

77896 03/01/2018 Dispensa de Licitação 119,80 0,00 119,80

77900 03/01/2018 Dispensa de Licitação 119,80 0,00 119,80

77903 03/01/2018 Dispensa de Licitação 4.132,90 0,00 4.132,90

77897 03/01/2018 Dispensa de Licitação 415,60 0,00 415,60

77909 03/01/2018 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

77913 03/01/2018 Dispensa de Licitação 651,50 0,00 651,50

77910 03/01/2018 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

77907 03/01/2018 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

77912 03/01/2018 Dispensa de Licitação 711,40 0,00 711,40

77906 03/01/2018 Dispensa de Licitação 465,60 0,00 465,60

77898 03/01/2018 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

77902 09/01/2018 Dispensa de Licitação 119,80 0,00 119,80

77899 10/01/2018 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

77721 12/01/2018 Dispensa de Licitação 239,60 239,60 0,00

77723 12/01/2018 Dispensa de Licitação 831,20 831,20 0,00

77722 12/01/2018 Dispensa de Licitação 119,80 119,80 0,00

77904 15/01/2018 Dispensa de Licitação 5.564,00 0,00 5.564,00

77901 15/01/2018 Dispensa de Licitação 591,60 0,00 591,60

77905 15/01/2018 Dispensa de Licitação 289,60 0,00 289,60

77908 15/01/2018 Dispensa de Licitação 289,60 0,00 289,60

78387 31/01/2018 Dispensa de Licitação 641,40 641,40 0,00

78732 01/02/2018 Dispensa de Licitação 1.067,10 1.067,10 0,00

78729 01/02/2018 Dispensa de Licitação 715,60 715,60 0,00

78724 01/02/2018 Dispensa de Licitação 887,40 887,40 0,00

78727 01/02/2018 Dispensa de Licitação 715,60 715,60 0,00

78736 01/02/2018 Dispensa de Licitação 307,80 307,80 0,00

78730 01/02/2018 Dispensa de Licitação 591,60 591,60 0,00

78728 01/02/2018 Dispensa de Licitação 591,60 591,60 0,00

78731 01/02/2018 Dispensa de Licitação 2.224,80 2.224,80 0,00

78725 01/02/2018 Dispensa de Licitação 591,60 591,60 0,00

78734 01/02/2018 Dispensa de Licitação 689,20 689,20 0,00

78737 01/02/2018 Dispensa de Licitação 591,60 591,60 0,00

78735 01/02/2018 Dispensa de Licitação 119,80 119,80 0,00

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

78726 01/02/2018 Dispensa de Licitação 698,50 698,50 0,00

TOTAL 67.142,00 11.993,80 55.148,20

Assim, no período entre 1º de janeiro de 2017 e 23 de abril de 2018,

foram empenhados R$ 67.142,00 (sessenta e sete mil, cento e quarenta e dois

reais) com DISPENSA DE LICITAÇÃO em favor da referida pessoa jurídica só

no âmbito do Fundo Municipal de Saúde, dos quais R$ 55.148,20 (cinquenta e

cinco, cento e quarenta e oito mil reais e vinte centavos) foram liquidados e

pagos.

Destaca-se que:

- só no mês de fevereiro houve 13 (treze) empenhos com dispensa de

licitação, apenas no Fundo Municipal de Saúde;

- no período entre os dias 21 de junho de 2016 e 26 de junho de 2017,

observou-se que em apenas 3 (TRÊS) DIAS foram expedidos 15 (QUINZE)39

empenhos no fundo, totalizando R$ 11.580,20 (onze mil, quinhentos e oitenta

reais e vinte centavos) – ainda que a licitação tenha sido realizada no dia 08 de

junho de 2017, quase 20 (vinte) dias antes da emissão dos empenhos, tornando

desnecessária e ilegal a compra direta;

c) DAS DISPENSAS INDEVIDAS DE LICITAÇÃO NO FUNDO

MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: conforme detalhado no relatório

anexado nas últimas folhas deste procedimento, foram emitidos 38 (trinta e oito)

empenhos no âmbito do Fundo Municipal de Assistência Social do Município

39 Empenhos n. 70985, 70980, 70978, 70979, 70984, 70967, 70976, 70970, 70969,70975,

70972, 70977, 70982, 70988 e 70987.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

de Crixás, em favor da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos LTDA”, em valores

que, somados, ultrapassam em MUITO o limite legal de R$ 8.000,00 (oito mil

reais).

Em detalhes:

EMPENHOS EMITIDOS PELO FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTENCIA

SOCIAL PARA A PESSOA JURÍDICA “A JATO CARTUCHOS LTDA – ME”

COM DISPENSA DE LICITAÇÃO

Nº DATA MODALIDADE VALOR ANULAÇÃO VALOR PAGO

66163 15/02/2017 Dispensa de Licitação 512,10 0,00 512,10

66323 24/02/2017 Dispensa de Licitação 284,50 0,50 284,00

66930 17/03/2017 Dispensa de Licitação 1.138,00 0,00 1.138,00

66932 21/03/2017 Dispensa de Licitação 1.121,40 0,00 1.121,40

67319 28/03/2017 Dispensa de Licitação 379,80 379,80 0,00

67419 31/03/2017 Dispensa de Licitação 373,80 0,00 373,80

70559 03/04/2017 Dispensa de Licitação 693,60 0,00 693,60

70560 03/04/2017 Dispensa de Licitação 569,00 0,00 569,00

70561 03/04/2017 Dispensa de Licitação 189,90 0,00 189,90

70562 03/04/2017 Dispensa de Licitação 186,90 0,00 186,90

70564 06/06/2017 Dispensa de Licitação 1.457,10 0,00 1.457,10

72648 31/07/2017 Dispensa de Licitação 579,60 0,00 579,60

72650 31/07/2017 Dispensa de Licitação 315,00 0,00 315,00

72651 31/07/2017 Dispensa de Licitação 1.019,00 0,00 1.019,00

73220 28/08/2017 Dispensa de Licitação 315,00 0,00 315,00

73312 31/08/2017 Dispensa de Licitação 1.457,10 0,00 1.457,10

73564 05/09/2017 Dispensa de Licitação 579,60 0,00 579,60

74075 18/09/2017 Dispensa de Licitação 579,60 0,00 579,60

74076 18/09/2017 Dispensa de Licitação 315,00 0,00 315,00

74077 18/09/2017 Dispensa de Licitação 899,20 0,00 899,20

74127 18/09/2017 Dispensa de Licitação 1.457,10 0,00 1.457,10

74317 05/09/2017 Dispensa de Licitação 2.138,20 0,00 2.138,20

74850 05/09/2017 Dispensa de Licitação 2.967,80 0,00 2.967,80

75119 23/10/2017 Dispensa de Licitação 2.627,60 0,00 2.627,60

75120 23/10/2017 Dispensa de Licitação 579,60 579,60 0,00

75121 23/10/2017 Dispensa de Licitação 1.610,40 1.610,40 0,00

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

75122 23/10/2017 Dispensa de Licitação 315,00 0,00 315,00

75124 23/10/2017 Dispensa de Licitação 315,00 0,00 315,00

75125 23/10/2017 Dispensa de Licitação 1.610,40 1.610,40 0,00

75126 23/10/2017 Dispensa de Licitação 2.627,60 0,00 2.627,60

75128 23/10/2017 Dispensa de Licitação 579,60 579,60 0,00

78218 22/01/2018 Dispensa de Licitação 579,60 579,60 0,00

78220 22/01/2018 Dispensa de Licitação 1.457,10 0,00 0,00

78221 22/01/2018 Dispensa de Licitação 2.627,60 0,00 0,00

78222 22/01/2018 Dispensa de Licitação 315,00 315,00 0,00

78577 23/01/2018 Dispensa de Licitação 482,00 0,00 0,00

81355 15/02/2018 Dispensa de Licitação 1.643,10 0,00 0,00

81356 15/02/2018 Dispensa de Licitação 579,60 0,00 0,00

TOTAL 37.477,50 5.654,90 25.033,20

Assim, no período entre 1º de janeiro de 2017 e 23 de abril de 2018,

foram empenhados R$ 37.477,00 (trinta e sete mil, quatrocentos e sessenta e sete

reais) com DISPENSA DE LICITAÇÃO em favor da referida pessoa jurídica só

no âmbito do Fundo Municipal de Assistência Social, dos quais R$ 25.033,20

(vinte e cinco mil e trinta e três reais e vinte centavos) foram liquidados e pagos.

I.11 – DA INCRÍVEL FALTA DE CARTUCHOS NO MUNICÍPIO, DAS

PROVAS DE QUE ELES NÃO FORAM TODOS ENTREGUES NOS ÓRGÃOS

DESTINATÁRIOS, DE QUE HOUVE O PAGAMENTO DE COMPRAS NÃO

REALIZADAS E DE QUE HOUVE O SUPERFATURAMENTO TAMBÉM

DAS NOTAS PAGAS COM DISPENSA DE LICITAÇÃO

Em que pese o município de Crixás-GO ter gastado a quantia

ASSUSTADORA de R$ 224.977,04 (duzentos e vinte e quatro mil, novecentos e

setenta e sete reais e quatro centavos) APENAS com a compra de cartuchos e

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

toners entre os dias 1º de janeiro de 2017 e 23 de abril de 2018, as provas

colacionadas aos autos apontam que os cartuchos NÃO FORAM ENTREGUES

em sua totalidade, tendo o município pago à pessoa jurídica “A Jato Cartuchos

LTDA” por compra não realizada.

Neste sentido, a testemunha Ana Maria Ferreira Xavier, diretora do

SAMU desta cidade, afirmou perante este Promotor de Justiça, em outra

investigação, no dia 17 de janeiro de 2018 (depoimento anexo em vídeo

multimídia) que desde o mês de agosto de 2017 até aquela data (janeiro de 2018)

a impressora do SAMU estava sem tintas em sua única impressora, POR NÃO

RECEBÊ-LAS DO MUNICÍPIO.

Em que pese a informação, os empenhos n. 70876 (de R$ 591,60,

emitido no dia 22 de junho de 2017) e n. 77898 (de R$ 591,60, emitido no dia 03

de janeiro de 2017) atestam compras de cartuchos preto e colorido para

impressoras do SAMU de Crixás-GO.

Outrossim, as Conselheiras Tutelares Cleide Rego e Raquel, cidadãs

de grande prestígio na sociedade crixaense, EM SEU DEPOIMENTO

MULTIMÍDIA ANEXO, disseram que FICARAM 6 (SEIS) MESES SEM TONER

NA IMPRESSORA DO CONSELHO TUTELAR e que PEDIRAM aos servidores

do MP para que imprimissem relatório para elas, a fim de que pudessem cumprir

suas missões.

Em que pese a informação de que o Conselho não tinha cartuchos e

toners para imprimir seus relatórios, foi constatado o pagamento da quantia

assustadora R$ 11.744,00 (onze mil, setecentos e quarenta e quatro reais) de

toners e cartuchos para o Conselho Tutelar de Crixás entre os dias 28 de março

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

de 2018 e 15 de fevereiro de 2018 (em menos de um ano).

Vejam-se:

Empenho Data Valor Justificativa

67319 28/03/2017 R$ 379,80 Aquisição de toner destinado ao

Conselho Tutelar

70561 03/04/2017 R$ 189,90 Aquisição de toner D204

destinado ao Conselho Tutelar

70564 06/06/2017 R$ 1.457,10 Aquisição de toners e cartuchos

destinados ao Conselho Tutelar

73312 31/08/2017 R$ 1.457,10 Aquisição de toners e cartuchos

destinados ao Conselho Tutelar

74127 18/09/2017 R$ 1.457,10 Aquisição de toners e cartuchos

destinados ao Conselho Tutelar

75121 23/10/2017 R$ 1.610,40 Aquisição de toners e cartuchos

destinados ao Conselho Tutelar

75125 23/10/2017 R$ 1.610,40 Aquisição de toners e cartuchos

destinados ao Conselho Tutelar

78220 22/01/2018 R$ 1.457,10 Aquisição de Cartucho HP preto e

colorido e toner D 2045 destinados

ao Conselho Tutelar

78577 23/01/2018 R$ 482,00 Aquisição de toner D204

destinado ao Conselho Tutelar

81355 15/02/2018 R$ 1.643,10 Aquisição de toners e cartuchos

destinados ao Conselho Tutelar

TOTAL R$ 11.744,00

Assim, está comprovado o pagamento de produtos NÃO

ENTREGUES, gerando enriquecimento ilícito a ré Lígia, o que também será

comprovado em detalhes no curso da instrução.

A propósito, não foram realizadas maiores diligências (oitivas de

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75

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

provas testemunhais e análise do recibo de mercadorias de outros órgãos) para

não prejudicar as cautelares aqui pleiteadas. Até porque, isso poderia causar

grande alarde nesta cidade e avisar aos réus desta investigação, o que poderia

eventualmente gerar a destruição ou manipulação de provas documentais que o

Ministério Público necessita obter – lembrando que uma das rés desta ação é

investigada por FALSIDADE IDEOLÓGICA de documento público, praticada no

exercício de suas funções para atrapalhar a investigação do MPGO40.

A título de exemplo de onde a apropriação de bens e valores certamente

aconteceu, cita-se a CASA DE APOIO DE CRIXÁS, conhecidíssima deste douto

juízo e deste órgão ministerial.

A referida casa de apoio vem enfrentando SEVERAS

DIFICULDADES FINANCEIRAS, em especial quando chegam novas crianças e

adolescentes, conforme é de conhecimento deste douto juízo, inclusive para

comprar alimentos para todas as crianças e adolescentes que lá estão

(dependendo eles de doação).

No mais, a referida casa de apoio não realiza grandes impressões de

papel, mas meros ofícios a serem encaminhados aos órgãos de fiscalização, como

o MP e o Judiciário local.

Contudo, conforme pode ser observado nos empenhos listados abaixo,

o município pagou quase R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS) de tintas para

40 A requerida AULCILENE é investigada por usar documentos ideologicamente falsos no

Inquérito Civil n. 008/2017, o que está sendo apurado no Procedimento Investigatório Criminal n.

02/2018 da Promotoria de Justiça de Crixás.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

impressora da referida Casa de Apoio entre os dias 03 de abril de 2017 e 15 de

fevereiro de 2018 (menos de um ano)41.

Veja-se:

Empenho Data Valor Justificativa

70559 03/04/2017 R$ 693,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

72648 31/07/2017 R$ 579,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

73564 05/09/2017 R$ 579,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

74075 18/09/2017 R$ 579,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

75120 23/10/2017 R$ 579,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

75128 23/10/2017 R$ 579,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

78218 22/01/2018 R$ 579,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

81356 15/02/2018 R$ 579,6 Aquisição de meros 2 (dois) cartuchos para

a Casa de Apoio (um preto e um colorido)

TOTAL R$ 4.750,80

A certeza da impunidade é tão grande que os réus se esqueceram que

a referida unidade possui apenas UMA ÚNICA impressora, que QUASE não

realiza impressões.

Logo, por tudo o que foi demonstrado, nota-se que nem todos os

produtos foram entregues, o que se PROVARÁ em instrução processual.

41 Isso sem contar o empenho n.74317 em que o município alega ter comprado R$ 2.138,20 (dois mil

cento e trinta e oito reais e vinte centavos) de cartuchos para vários órgãos, dentre os quais se inclui

a casa de apoio.

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77

Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Ademais, nota-se pela documentação anexa que houve

SUPERFATURAMENTO também das notas fiscais pagas com dispensa de

licitação, gerando enriquecimento ilícito à ré Lígia, conforme se provará com

laudo ou relatório detalhado a ser entregue em sede instrução processual.

A título de exemplo, no empenho n. 68648 do Poder Executivo foi paga

a quantia de R$ 227,60 (duzentos e vinte e sete reais e sessenta centavos) por um

ÚNICO toner 285-A.

Na internet, toner compatível pode ser encontrado com o valor de

27,78 (vinte e sete reais e setenta e oito centavos), conforme imagem abaixo42.

42 https://www.printloja.com.br/toner-compativel-hp-p1102-ce285a-m1212-m1130-m1132-ce285-

285a-85a-

27.aspx/p?gclid=CjwKCAjwzoDXBRBbEiwAGZRIeEJPL_BhxMNBl8TtpNFALmxWxhifjRr0cCM

q4eahJBKsxYZSG5eUahoCaxkQAvD_BwE

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Só NESTE ÚNICO TONER, cuja compra se deu por dispensa de

licitação, houve o SUPERFATURAMENTO de aproximadamente R$ 200,00

(duzentos reais).

No curso da instrução processual ficarão PROVADOS os

superfaturamentos de tais compras com DISPENSA DE LICITAÇÃO, tal como

já foi feito detalhadamente com as licitações cartas-convite n. 14/2017 e 15/2017

no relatório de investigações de folhas 118/188, em especial após a obtenção de

todas as notas após busca e apreensão solicitada a este douto juízo.

Esses, em síntese, são os fatos apurados.

II – INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS E ELEMENTO SUBJETIVO

DOS AGENTES

II.1) NÚCLEO EMPRESARIAL

Pela análise dos fatos narrados, conclui-se que as pessoas naturais

LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA, PAULO EMÍLIO DE MOURA BARBOSA,

MARIANA CORREIA DE CAMPOS, ROSALHA CAMPOS DA SILVA e RITA

DE CASSIA SILVA OLIVEIRA e a pessoa jurídica A JATO CARTUCHOS LTDA

enriqueceram-se ilicitamente ao receber, para si ou para outrem, direta ou

indiretamente, valores do Município de Crixás, oriundos de licitações fraudadas e

seus respectivos contratos, com o apoio de todos réus, e valores superfaturados,

nos moldes detalhados nesta peça.

Outrossim, as pessoas naturais LÍGIA CAMPOS DE ASSIS

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

PAIVA, PAULO EMÍLIO DE MOURA BARBOSA e MARIANA CORREIA DE

CAMPOS e a pessoa jurídica A JATO CARTUCHOS LTDA também se

enriqueceram ilicitamente ao receber, para si ou para outrem, direta ou

indiretamente, valores do Município de Crixás, oriundos de dispensa indevida de

licitação e recebimento de produtos que não foram entregues, com o apoio dos

demais réus, nos moldes detalhados nesta peça.

Passa-se a detalhar:

(A) A JATO CARTUCHOS LTDA

No contexto narrado, a sociedade A JATO CARTUCHOS LTDA

era a pessoa jurídica interposta pelos seus sócios formais (“laranjas”) PAULO

EMÍLIO DE MOURA BARBOSA e MARIANA CORREIA DE CAMPOS43 com

o intuito de conferir aparência lícita às transações entre o Município de Crixás e

LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA, justificando enriquecimento ilícito da

referida pessoa natural, exclusivamente em razão de seu parentesco com agentes

políticos locais.

Nos termos do artigo 2º da Lei n. 12.846/2013 “as pessoas jurídicas

serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos

lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não”.

Portanto, a responsabilização civil da pessoa jurídica pela prática

de atos contra a administração pública se faz de forma objetiva, bastando a

demonstração de conduta – imputável à empresa por atos de seus funcionários,

43 Esteve na sociedade até março de 2018.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

sócios ou administradores –, resultado danoso e nexo causal, sem a necessidade

de se comprovar dolo ou culpa.

Nesse sentido, a requerida A JATO CARTUCHOS LTDA cumpre

os requisitos legais para ser responsabilizada.

A referida pessoa jurídica participou e promoveu as diversas

fraudes narradas, incluindo simulação de concorrência e superfaturamento,

realizadas no âmbito das cartas-convite n. 14/2017 e 15/2017 do Município de

Crixás-GO, conforme detalhados nos fatos desta peça.

Outrossim, forneceu todas as notas fiscais que ensejaram

dispensas indevidas de licitação, bem como de produtos que não foram entregues,

conforme já detalhado.

Dessa forma, há conduta típica, resultado danoso e nexo causal a

demandar a responsabilização civil da requerida A JATO CARTUCHOS LTDA

pela prática dos atos de corrupção empresarial, em especial os descritos no artigo

5º, inciso III (comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica

para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários

dos atos praticados) e IV, alíneas “a” (“frustrar ou fraudar, mediante ajuste,

combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento

licitatório público”), “b” (“impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer

ato de procedimento licitatório público”) e “d” (“fraudar licitação pública ou

contrato dela decorrente”)44, que importaram em seu enriquecimento ilícito, nos

44 Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins

desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do

art. 1o, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da

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termos detalhados acima.

(B) LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA

Em relação à requerida LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA,

cumpre assinar que a requerida foi a grande beneficiária do esquema ímprobo, em

concurso com os demais réus.

Conforme apurado ela, agindo com dolo (consciência e vontade),

em CONCURSO DE AGENTES COM OS DEMAIS RÉUS, praticou os seguintes

fatos:

- (FATO 1) utilizou-se de pessoa jurídica (A JATO CARTUCHOS

LTDA) e de pessoas físicas interpostas (PAULO EMÍLIO DE MOURA BARBOSA

e MARIANA CORREIA DE CAMPOS) para ocultar a propriedade de sua pessoa

jurídica, visando a fraudar licitações e diversos contratos com o município,

conforme detalhado acima;

- (FATO 2) contratou com o município, mediante pessoas

interpostas, em que pese seu parentesco com agentes políticos locais, em especial

com o réu Plínio e com o secretário de esportes Luiz Antônio, conforme detalhado

administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim

definidos:

(...)III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou

dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados (...).

(...) IV - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter

competitivo de procedimento licitatório público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório

público;

(...) d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; (...)

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acima;

- (FATO 3) constituiu, mediante a pessoa natural ROSALHA

CAMPOS DA SILVA, sua genitora, e em conluio com ela e com os demais réus,

cadastro de empresária individual exclusivamente para fraudar as licitações

cartas-convite n. 14/2017 e 15/2017;

- (FATO 4) ajustou preços com os demais réus, em especial com a

participação de PAULO EMÍLIO DE MOURA BARBOSA, MARIANA

CORREIA DE CAMPOS, ROSALHA CAMPOS DA SILVA, RITA DE CASSIA

SILVA OLIVEIRA, AULCILENE MARIA DE LIMA, ÁTILA DIETZ FERREIRA

e MÁRCIA MARIA RIBEIRO BOLENTINI, com o intuito de fraudar preços das

licitações cartas-convite n. 14/2017 e 15/2017;

- (FATOS 5 e 6) em concurso com os demais réus FRAUDOU

EFETIVAMENTE A LICITUDE DAS LICITAÇÕES CARTAS-CONVITE N.

14/2017 E 15/2017, por todos os meios e mecanismos detalhados no item I desta

peça;

- (FATOS 7 e 8) firmou, por duas vezes distintas, contratos

oriundos de licitações fraudadas em benefício próprio e por meio de pessoas

interpostas;

- (FATO 9) emitiu POR VÁRIAS VEZES, por intermédio de

pessoas interpostas e de procuração, em quantidade que será liquidada na

instrução, notas fiscais de produtos que não foram entregues, expedindo

documentos falsos para se enriquecer ilicitamente, em prejuízo do erário

municipal;

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- (FATO 10) contratou, com DISPENSA ILEGAL DE

LICITAÇÃO, produtos superfaturados, POR MAIS DE 170 (CENTO E

SETENTA) VEZES DISTINTAS;

- (FATO 11) recebeu diversas VANTAGENS PATRIMONIAIS

INDEVIDAS (por fraudes, superfaturamentos e produtos não entregues)

oriundas dos fatos detalhados no item I desta peça, se ENRIQUECENDO

ILICITAMENTE em quantia que será liquidada no curso da instrução

processual, de até R$ 224.977,04 (duzentos e vinte e quatro mil, novecentos e

setenta e sete reais e quatro centavos)45.

Logo, merece ela receber justa e rigorosa sanção pela prática dos

atos de improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no

artigo 9º, caput 46, incisos I 47, VI 48 e XI 49, bem como artigo 10, caput 50, incisos I

45 Valor total pago à referida pessoa jurídica, conforme detalhado no item I desta peça. 46 “Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir

qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,

função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei...” 47 “Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem

econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem

tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão

decorrente das atribuições do agente público” 48 “Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração

falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre

quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a

qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 49 “Incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes

do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei” 50 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...”

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51 e VII 52 combinado com artigo 3º, caput, da mesma lei 53.

(C) PAULO EMÍLIO DE MOURA BARBOSA

Em relação ao requerido PAULO EMÍLIO DE MOURA

BARBOSA, cumpre assinar que ele emprestou seu nome e exerceu a função de

“laranja”, praticando em conjunto com a requerida Lígia e os demais réus, nos

moldes ora detalhados, todos os 11 (onze) fatos narrados acima.

Lembra-se que o referido requerido assinou ambos os contratos

decorrentes das duas licitações fraudadas e outorgou procuração pública dando

plenos poderes para Lígia administrar o dinheiro, tendo praticado em concurso

com ela os 11 (onze) atos de improbidade administrativa descritos no item II.I.B

e demais tópicos desta peça.

Lembre-se que, ainda que se pudesse cogitar que o requerido não

soubesse de todos os fatos, ele, no mínimo, agiu com dolo eventual ao assumir o

risco de emprestar seu nome para familiar de agentes políticos realizar contratos

fraudados com o município, garantindo o enriquecimento de Lígia.

Logo, merece ele receber a justa sanção pela prática dos atos de

improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no artigo

51 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 52 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente” 53 “As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente

público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob

qualquer forma direta ou indireta”

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10, caput 54, incisos I 55 e VII 56 combinado com artigo 3º, caput, da mesma lei 57.

(D) MARIANA CORREIA DE CAMPOS

Em relação à requerida MARIANA CORREIA DE CAMPOS,

assim como Paulo Emílio, ela emprestou seu nome e exerceu a função de

“laranja”, praticando em conjunto com a requerida Lígia e os demais réus, nos

moldes ora detalhados, todos os 11 (onze) atos de improbidade administrativa

descritos no item II.I.B e demais tópicos desta peça.

Lembre-se que, ainda que se pudesse cogitar que a requerida não

soubesse de todos os fatos (mormente em razão de ser ela idosa, com 84 anos de

idade), ela, no mínimo, agiu com dolo eventual ao assumir o risco de emprestar

seu nome para familiar de agentes políticos realizar contratos fraudados,

garantindo o enriquecimento de sua neta Lígia.

E não há como se cogitar que ela não soubesse do parentesco entre

Lígia e o secretário de esportes ou o requerido prefeito Plínio, por Lígia ser sua

neta.

Logo, merece ela receber a justa sanção pela prática dos atos de

54 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 55 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 56 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente” 57 “As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente

público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob

qualquer forma direta ou indireta”

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improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no artigo

10, caput 58, incisos I 59 e VII 60 combinado com artigo 3º, caput, da mesma lei 61.

Desde já, informa-se que a sanção deverá ser PROPORCIONAL

a sua participação e a sua consciência sobre os atos, ou afastada, se porventura

ficar comprovado que ela, por ser idosa de 84 (oitenta e quatro) anos de idade,

foi enganada pelos demais réus.

(E) ROSALHA CAMPOS DA SILVA

Em relação à requerida ROSALHA CAMPOS DA SILVA,

cumpre assinalar que ela, em concurso com os demais agentes, constituiu cadastro

de empresária individual exclusivamente para fraudar as licitações n. 14/2017 e

15/2017.

Além disso, ela efetivamente ajustou preços superfaturados e

fraudou, em concurso com demais réus, as mencionadas licitações.

Ademais, a requerida, com tais atos, concorreu para o

enriquecimento ilícito da ré Lígia, sua filha.

58 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 59 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 60 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente” 61 “As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente

público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob

qualquer forma direta ou indireta”

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Portanto, praticou ela, em conjunto com os demais réus, nos

moldes ora descritos, os fatos 3, 4, 5 e 6 narrados no item II.I.B e demais tópicos

desta peça, bem como concorreu para a ocorrência dos fatos 2, 7, 8, 9 e 11

narrados referido item.

Lembra-se ainda que ela participou efetivamente das fraudes nas

referidas licitações, agindo com dolo, para gerar o enriquecimento ilícito de sua

filha.

Logo, merece ela receber a justa sanção pela prática dos atos de

improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no artigo

10, caput 62, incisos I 63 e VII 64 combinado com artigo 3º, caput, da mesma lei 65.

(F) RITA DE CASSIA SILVA OLIVEIRA

Em relação à requerida RITA DE CASSIA SILVA OLIVEIRA,

cumpre assinalar que ela, em concurso com os demais agentes, ajustou preços

superfaturados e fraudou, em concurso com demais réus, as licitações n. 14/2017

e 15/2017.

Além disso, ela efetivamente ajustou preços superfaturados e

62 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 63 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 64 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente” 65 “As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente

público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob

qualquer forma direta ou indireta”

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fraudou, em concurso com demais réus, as mencionadas licitações.

Lembra-se que ela possui contratos com o município de Crixás-

GO, celebrados com dispensa de licitação, conforme relatório de vínculo

elaborado pelo Centro de Inteligência do MPGO, anexo ao procedimento.

Portanto, praticou ela, em conjunto com os demais réus, nos

moldes ora descritos, os fatos 3, 4, 5 e 6 narrados no item II.I.B e demais tópicos

desta peça, bem como concorreu para a ocorrência dos fatos 2, 7, 8, 9 e 11

narrados no referido item.

Lembra-se ainda que ela participou efetivamente das fraudes nas

referidas licitações, agindo com dolo, para gerar o enriquecimento ilícito de Lígia,

possivelmente em virtude de seus contratos com o município (fazendo favores

escusos ao requerido Plínio, ajudando sua familiar, para celebrar contratos

administrativos com dispensa de licitação).

Logo, merece ela receber a justa sanção pela prática dos atos de

improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no artigo

10, caput 66, incisos I 67 e VII 68 combinado com artigo 3º, caput, da mesma lei 69.

66 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 67 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 68 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente” 69 “As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente

público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob

qualquer forma direta ou indireta”

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II.2 – NÚCLEO DE AGENTES PÚBLICOS

De seu turno, pela análise dos fatos narrados, conclui-se que os

servidores públicos PLÍNIO LUIS NUNES DE PAIVA, AULCILENE MARIA DE

LIMA, ÁTILA DIETZ FERREIR e MÁRCIA MARIA RIBEIRO BOLENTINI

causaram lesão ao erário, ensejando perda patrimonial, desvio, apropriação

indevida e dilapidação de recursos do município de Crixás-GO, oriundos de

licitações fraudadas e seus respectivos contratos, com o apoio de todos réus, e

valores superfaturados, nos moldes detalhados nesta peça.

Outrossim, PLÍNIO LUIS NUNES DE PAIVA promoveu mais de

170 (cento e setenta) dispensas de licitação indevida e pagamentos por produtos

superfaturados e não entregues, nos moldes detalhados nesta peça, favorecendo

familiar sua.

Passa-se a detalhar:

(A) PLÍNIO LUIS NUNES DE PAIVA

Na condição de prefeito do Município de Crixás, o requerido

PLÍNIO LUIS é a principal autoridade a velar pela legalidade dos procedimentos

administrativos e pela probidade na gestão das verbas públicas.

Não obstante, o réu deixou de cumprir os deveres fundamentais

do cargo que ocupa, inicialmente quando determinou a realização de 2 (duas)

licitações com o mesmíssimo objeto, ao invés de 1 (uma), FRACIONANDO-AS

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exclusivamente para se valer da modalidade carta-convite, em violação ao limite

previsto no artigo 23, inciso II, alínea “a”, da Lei n. 8.666/93, para poder convidar,

com o auxílio dos demais réus, somente as pessoas jurídicas e empresárias

individuais envolvidas no “esquema” ímprobo, e assim favorecer a pessoa

jurídica pertencente de fato a sua tia Lígia.

Além disso, o réu HOMOLOGOU as licitações fraudadas n.

14/2017 e 15/2017 para beneficiar pessoa jurídica que pertence a sua tia, com

diversas fraudes e superfaturamento de aproximadamente R$ 100.000 (cem mil

reais) em ambas as licitações, conforme detalhado acima.

Lembra-se que o réu não se opôs às seguintes ilegalidades (que

saltam aos olhos):

- que as duas licitações quase atingiram o limite legal da carta-

convite (aproximadamente 99% do limite);

- que, mesmo se tratando de órgãos distintos (uma para TODOS

os órgãos do Executivo e outra exclusivamente para a Secretaria de Saúde), as

licitações possuíam valor muitíssimo semelhante;

- que os cartuchos e as licitações se encontravam com preços

elevadíssimos em análise do restritíssimo objeto (conforme pode ser observado

de singela pesquisa no Google), preços que assustam até mesmo cidadãos que não

possuem experiência na área;

- que constou a participação formal FAMILIARES

CONSANGUÍNEIOS entre si (Rosalha e Mariana);

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- que a mãe e a avó de sua tia por afinidade participaram

formalmente da referida licitação – lembrando que Crixás-GO é uma cidade

pequena, na qual a maioria das pessoas se conhece, em especial ele, político

popular, e a senhora Rosalha, muito conhecida, conforme apurou este órgão

ministerial.

No mais, ele também permitiu a homologação das duas licitações

em que houve a participação de pessoa jurídica criada exclusivamente para

participar da licitação, sem qualquer histórico de vendas no município.

Ademais, o réu violou seus deveres constitucionais, legais e

morais quando concorreu para que sua PRÓPRIA TIA, por intermédio de

pessoa interposta, FRAUDASSE as referidas licitações em conluio com agentes

públicos que nomeou para cargos e funções de sua confiança.

Lembra-se que o fato da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos

LTDA” pertencer à Lígia é TÃO conhecido nesta cidade que:

- Lígia entregava PESSOALMENTE os CARTUCHOS em seu

veículo pessoal, tendo sido flagrada fazendo isso, conforme documentação de fls.

38/42, com fotos (lembrando que ela é sua TIA e esposa do Secretário de Esportes,

que é seu TIO);

- a SEDE era em local que funcionava a Escola de Natação do seu

tio, Secretário de Esportes do Município, conforme detalhado acima;

- Conselheiras Tutelares informaram incidentalmente em

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atendimento registrado em vídeo que Lígia era a proprietária da referida

empresa, detalhando que reclamaram com ela a falta de toner, conforme

detalhado acima;

- a testemunha Pio José de Lacerda Neto afirmou que a referida

pessoa jurídica pertencia a Lígia e no TCO n. 5107876.56.2018.8.09.0038, que

tramita perante este juízo, o cidadão Rafael Xavier de Noronha, empresário desta

cidade, afirmou peremptoriamente perante a autoridade policial que a esposa

de Luiz (no caso, Lígia) teria fraudado licitação para a compra de cartuchos e

toner e que tinha PROVAS disso (claros indicativos que era de conhecimento

público nesta cidade a propriedade da pessoa jurídica por Lígia);

- há, nos autos supracitados, montagem distribuída em grupos de

aplicativo de Whatsapp desta cidade, MOSTRANDO A RUBRICA de Lígia em

CHEQUE da “A JATO CARTUCHOS LTDA”, a qual foi divulgada amplamente

na sociedade de Crixás-GO.

Assim, não se pode negar que o requerido PLÍNIO LUIS possuía

ampla ciência de que a pessoa jurídica pertencia de fato a sua tia, responsável

por entregar os cartuchos e toners nos órgãos do município.

Ademais, o requerido PLÍNIO LUIS representou o Município de

Crixás na assinatura do contrato decorrente da Carta-Convite n. 14/2017,

fraudada.

Outrossim, foi responsável, enquanto gestor do município, pelo

PAGAMENTO, em favor da pessoa jurídica A Jato Cartuchos LTDA – ME, CNPJ

n. 09.596.359/0001-48, no período compreendido entre o dia 1º de janeiro de 2017

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e o dia 23 de abril de 2018, de boa parte dos R$ 224.977,04 (duzentos e vinte e

quatro mil, novecentos e setenta e sete reais e quatro centavos), liquidados e

pagos em favor da referida pessoa jurídica.

Também, ele permitiu situações flagrantemente absurdas, como

o pagamento de mais de R$ 11.000,00 (onze mil reais) em empenhos APENAS

de toners e cartuchos para o Conselho Tutelar de Crixás-GO, que possui uma

única impressora, a qual sequer tinha tinta em meados de 2017, conforme

detalhado acima.

Sem falar nos INACREDITÁVEIS 176 (CENTO E SETENTA E

SEIS) empenhos realizados COM DISPENSA DE LICITAÇÃO em favor da

mesma pessoa jurídica, com aceitação do referido gestor público.

Aliás, é INIMAGINÁVEL que um gestor não veja 176 (cento e

setenta e seis) empenhos realizados COM DISPENSA DE LICITAÇÃO em favor

da pessoa jurídica pertencente a sua tia!

Se não houve dolo, no mínimo houve culpa grave.

Na condição de prefeito, o requerido PLÍNIO LUIS também foi o

responsável pela VERIFICAÇÃO e ASSINATURA DAS ORDENS DE

PAGAMENTO à pessoa jurídica de propriedade de sua tia, contribuindo

diretamente para que esta recebesse e incorporasse valores do erário municipal,

inclusive dos produtos não entregues.

Dessa forma, há conduta típica, resultado danoso, nexo causal e

dolo (consciência e vontade) a demandar a responsabilização civil do requerido

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PLÍNIO LUIS pela prática dos atos de improbidade administrativa narrados e

detalhados acima, em especial no item II.I.B desta peça.

Ainda que o réu PLÍNIO LUIS não tivesse agido com consciência

do desvio de dinheiro público, das fraudes, do superfaturamento, do

favorecimento de familiar sua, teria havido, no mínimo, negligência de sua parte

na apuração da escorreita execução contratual dos mais de 178 (cento e setenta e

oito empenhos) realizados de forma fraudulenta, mormente dos 176 (cento e

setenta e seis realizados com dispensa de licitação).

Logo, merece ele receber a justa e rigorosa sanção pela prática dos

atos de improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente em

seu artigo 10, caput 70, incisos I 71 e VII 72.

Esta sanção, por sua vez, deve ser proporcional à gravidade do ato

e aos deveres do requerido, que foi eleito para representar o povo, que lhe

depositou especial confiança, e que foi o responsável pela nomeação dos demais

agentes públicos envolvidos nestes atos aos cargos e funções que ocupavam.

(B) AULCILENE MARIA DE LIMA

70 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 71 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 72 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente”

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Na condição de secretária de planejamento, governo e

administração, bem como de membro e PRESIDENTE da comissão de licitação

do Município de Crixás, a requerida AULCILENE MARIA é a principal

autoridade a velar pelos princípios da licitação pública, quais sejam a isonomia, a

seleção da proposta mais vantajosa para a administração, a legalidade, a

impessoalidade, a moralidade, a igualdade, a publicidade, a probidade

administrativa, a vinculação ao instrumento convocatório e o julgamento objetivo.

Não obstante, a requerida deixou de cumprir os deveres

fundamentais do cargo que ocupa, inicialmente quando PUBLICOU e ASSINOU

2 (dois) editais de licitações paralelas com o mesmíssimo objeto, ao invés de 1

(um), FRACIONANDO-AS exclusivamente para se valer da modalidade

convite, em violação ao limite previsto no artigo 23, inciso II, alínea “a”, da Lei

n. 8.666/1993, para poder convidar somente as pessoas jurídicas e empresárias

individuais envolvidas no “esquema” ímprobo e favorecer pessoa jurídica

pertencente de fato à TIA do prefeito Plínio.

Também olvidou seus deveres quando CONVIDOU pessoa

jurídica criada exclusivamente para participar da licitação, para a realização das

Cartas-Convite n. 14/2017 e 15/2017, nos moldes explanados nos fatos acima.

Outrossim, praticou ela ato ímprobo quando lançou o edital com

preços de referência JÁ SUPERFATURADOS na origem, conforme detalhado

acima.

Além disso, ela PERMITIU O SUPERFATURAMENTO e a

participação de FAMILIARES CONSANGUÍNEOS na referida licitação

(Mariana e Rosalha), algo constatável pela singela análise da documentação

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anexa.

É inarredável o fato de que a ré não observou as seguintes

situações ilegais, que saltam aos olhos:

- que as duas licitações quase atingiram o limite legal da carta

convite (aproximadamente 99% do limite);

- que os cartuchos e as licitações se encontravam com preços

elevadíssimos em análise do restritíssimo objeto, conforme pode ser constatado

com simples consulta ao Google (lembrando que ela assinou ambos os editais com

os preços de referência já superfaturados);

- que a mãe e a avó de uma tia do prefeito (e a sogra de um

secretário do Município) participaram formalmente da referida licitação –

lembrando que Crixás-GO é uma cidade pequena em que a maioria das pessoas

se conhece.

Portanto, a ré violou seus deveres constitucionais, legais e

morais quando permitiu e concorreu para as fraudes mencionadas acima e para

que uma tia do prefeito ganhasse uma licitação por intermédio de “laranjas”.

Lembra-se que o fato da pessoa jurídica “A Jato Cartuchos

LTDA” pertencer à Lígia é TÃO conhecido nesta cidade que:

- Lígia entregava PESSOALMENTE os CARTUCHOS em seu

veículo pessoal, tendo sido flagrada fazendo isso, conforme documentação de fls.

38/42, com fotos. Difícil imaginar que a referida secretária nunca lhe viu

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entregando cartuchos (lembrando que houve compras com dispensas de licitação

ANTES das referidas licitações, já no mês de janeiro de 2017).

- a SEDE da pessoa jurídica era local em que funcionava a Escola

de Natação do secretário de esportes do Município, ora desativada.

Se não houve dolo, no mínimo houve culpa grave.

Dessa forma, há conduta típica, resultado danoso, nexo causal e

dolo (consciência e vontade) a demandar a responsabilização civil da requerida

pela prática dos atos de improbidade administrativa narrados e detalhados acima,

em especial no item II.I.B desta peça.

Ainda que a ré ALCILENE não tivesse agido com consciência do

desvio de dinheiro público, das fraudes, do superfaturamento, do favorecimento

de familiar do gestor que lhe nomeou, teria havido, no mínimo, negligência de sua

parte na condução de DUAS licitações realizados de forma fraudulenta, com

superfaturamento.

Logo, merece ela receber a justa sanção pela prática dos atos de

improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no artigo

10, caput 73, incisos I 74 e VII 75.

73 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 74 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 75 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente”

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(C) ÁTILA DIETZ FERREIRA

O requerido ÁTILA DIETZ era chefe de gabinete do prefeito

Plínio e integrante da comissão de licitação do Município de Crixás. Portanto,

possuía a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e

procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.

Não obstante, o réu deixou de cumprir os deveres fundamentais

do cargo que ocupa, inicialmente quando PERMITIU e NÃO SE OPÔS:

- a participação de pessoas jurídicas pertencentes a familiares

consanguíneos entre si (Mariana e Rosalha);

- o fracionamento de duas licitações com o mesmo objeto,

julgadas no mesmo dia;

- que as duas licitações quase atingiram o limite legal da carta

convite (aproximadamente 99% do limite);

- que os cartuchos e as licitações se encontravam com preços

elevadíssimos em análise do restritíssimo objeto, conforme pode ser constatado

com simples consulta ao Google;

- que a mãe e a avó de uma tia do prefeito (e, ademais, a sogra do

Secretário de Esportes) participaram formalmente da referida licitação –

lembrando que Crixás-GO é uma cidade pequena em que a maioria das pessoas

se conhecem, mormente ele, que cumula a função de chefe de gabinete do

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referido prefeito e é dotado de notória popularidade nesta cidade.

Se não houve dolo, no mínimo houve culpa grave, já que o réu

rubricou todas as folhas da licitação claramente fraudada e lhe conferiu

aparência de legalidade.

Dessa forma, há conduta típica, resultado danoso, nexo causal e

dolo (consciência e vontade) a demandar a responsabilização civil do requerido

pela prática dos atos de improbidade administrativa narrados e detalhados acima,

em especial no item II.I.B desta peça.

Ainda que o réu ÁTILA DIETZ não tivesse agido com consciência

do desvio de dinheiro público, das fraudes, do superfaturamento, do

favorecimento de familiar do gestor que lhe nomeou e com quem trabalha direta

(já que é chefe de gabinete do Plínio), teria havido, no mínimo, negligência de sua

parte na condução de DUAS licitações realizados de forma fraudulenta, com

superfaturamento.

Logo, merece ele receber a justa sanção pela prática dos atos de

improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no artigo

10, caput 76, incisos I 77 e VII 78.

76 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 77 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 78 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente”

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(D) MÁRCIA MARIA RIBEIRO BOLENTINI

A requerida MÁRCIA BOLENTINI era integrante da comissão

de licitação do Município de Crixás, portanto possuía a função de receber,

examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e

ao cadastramento de licitantes.

Não obstante, a ré deixou de cumprir os deveres fundamentais do

cargo que ocupa, inicialmente quando PERMITIU e NÃO SE OPÔS:

- a participação de pessoas jurídicas pertencentes a familiares

consanguíneos entre si (Mariana e Rosalha);

- o fracionamento de duas licitações com o mesmo objeto,

julgadas no mesmo dia;

- que as duas licitações quase atingiram o limite legal da carta

convite (aproximadamente 99% do limite);

- que os cartuchos e as licitações se encontravam com preços

elevadíssimos em análise do restritíssimo objeto, conforme pode ser constatado

com simples consulta ao Google;

- que a mãe e a avó de uma tia do prefeito (e a sogra do Secretário

de Esportes do Município) participaram formalmente da referida licitação –

lembrando que Crixás-GO é uma cidade pequena em que a maioria das pessoas

se conhecem.

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Se não houve dolo, no mínimo houve culpa grave da ré que

rubricou todas as folhas da licitação claramente fraudada e lhe conferiu

aparência de legalidade.

Dessa forma, há conduta típica, resultado danoso, nexo causal e

dolo (consciência e vontade) a demandar a responsabilização civil da requerida

pela prática dos atos de improbidade administrativa narrados e detalhados acima,

em especial no item II.I.B desta peça.

Ainda que a ré MÁRCIA BOLENTINI não tivesse agido com

consciência do desvio de dinheiro público, das fraudes, do superfaturamento, do

favorecimento de familiar do gestor que lhe nomeou à função de confiança de

membro da comissão de licitação, teria havido, no mínimo, negligência de sua

parte na condução de DUAS licitações realizados de forma fraudulenta, com

superfaturamento.

Logo, merece ele receber a justa sanção pela prática dos atos de

improbidade administrativa previstos na Lei n. 8.429/1992, mormente no artigo

10, caput 79, incisos I 80 e VII 81.

79 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei...” 80 “Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei” 81 “Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias

com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente”

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III – DO DIREITO

III.1) DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA e DE CORRUÇÃO

EMPRESARIAL

A Constituição da República de 1988, em seu artigo 37, caput,

inciso XXI e § 4º, dispõe que:

“Art. 37. A administração pública, direta, indireta ou fundacional, de

qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade, eficiência e, também, ao seguinte:

(…) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,

serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de

licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os

concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,

mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual

somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica

indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

(...) § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão

dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos

bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,

sem prejuízo da ação penal cabível”.

A Carta Constitucional do Estado de Goiás reproduz estes

ditames em seu artigo 92, inciso XXI e § 4º:

“Art. 92. A administração pública direta e indireta de qualquer dos

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Poderes do Estado e dos Municípios obedecerá aos princípios de

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência,

razoabilidade, proporcionalidade e motivação e, também, ao seguinte:

(...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,

serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de

licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os

concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,

mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual

somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica

indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, sendo que, nas

alienações, obedecer-se-á, preferencialmente, à modalidade de leilão

público.

(...) § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão

dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos

bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,

sem prejuízo da ação penal cabível”.

Dando concretude aos referidos dispositivos, a Lei n. 8.429/1992

tipifica os atos de improbidade administrativa, entre eles:

“Art. 9°. Constitui ato de improbidade administrativa importando

enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem

patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,

função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art.

1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou

imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou

indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou

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presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa

ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das

atribuições do agente público;

(...) VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,

direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou

avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre

quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de

mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei;

(...) XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,

rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1° desta lei”

“Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa

lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que

enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento

ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no

art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação

ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens,

rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

(...) V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de

bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

(...) VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo

seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins

lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se

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enriqueça ilicitamente” (destacou-se).

No caso em tela, nota-se que os requeridos PLÍNIO LUIS NUNES

DE PAIVA, AULCILENE MARIA DE LIMA, ÁTILA DIETZ FERREIRA e

MÁRCIA MARIA RIBEIRO BOLENTINI, por suas condutas e omissões,

causaram lesão ao erário, ensejando perda patrimonial, desvio, apropriação

indevida e dilapidação de recursos do município de Crixás-GO, oriundos de

licitações fraudadas e superfaturadas e seus respectivos contratos, nos moldes

detalhados em riqueza de detalhes, nos itens I e II desta petição.

Ademais, o réu PLÍNIO LUIS NUNES DE PAIVA promoveu

mais de 170 (cento e setenta) dispensas de licitação indevida e pagamentos por

produtos superfaturados e não entregues, favorecendo familiar sua, nos moldes

detalhados nos itens I e II desta petição.

Há de se ressaltar, ademais, que nos termos do artigo 3º da

referida lei, suas disposições “são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo

não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de

improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta”.

Trata-se, exatamente, da situação das pessoas naturais LÍGIA

CAMPOS DE ASSIS PAIVA, PAULO EMÍLIO DE MOURA BARBOSA,

MARIANA CORREIA DE CAMPOS, ROSALHA CAMPOS DA SILVA e RITA

DE CASSIA SILVA OLIVEIRA, que induziram e/ou concorreram para a prática

dos atos de improbidade administrativa narrados em detalhes nos itens I e II desta

petição.

Portanto, deve a requerida LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA

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receber as sanções previstas no artigo 12, inciso I, da Lei n. 8.429/1992, enquanto

todos os demais réus devem sofrer as penas do artigo 12, inciso II, da mesma lei:

“Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e

administrativas previstas na legislação específica, está o

responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes

cominações, que podem ser aplicadas isolada ou

cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos

ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano,

quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos

políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três

vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar

com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais

ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio

de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de

dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda

dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se

concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão

dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa

civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar

com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais

ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,

pelo prazo de cinco anos”.

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Outrossim, em relação às condutas de corrupção empresarial, dispõe a

Lei n. 12.846/2013:

“Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou

estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas

jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que atentem contra o

patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da

administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos

pelo Brasil, assim definidos:

(...) III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica

para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos

beneficiários dos atos praticados;

V - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro

expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento

licitatório público;

(...) d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

(...) g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos

celebrados com a administração pública” – destacou-se.

No caso em tela, houve a prática das condutas de corrupção

empresarial descritas acima por parte de “A Jato Cartuchos LTDA”, nos moldes

descritas no item II.I.A desta peça.

Ademais, lembra-se que a responsabilidade das pessoas jurídicas pela

prática de atos de corrupção empresarial é objetiva, independente de dolo ou

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culpa, nos moldes do artigo 2º da referida lei.

Portanto, merece a referida pessoa jurídica as sanções previstas no

artigo 19 combinadas com os artigos 20 e 6º, todos da Lei n. 12.846/2013,

INCLUSIVE A SUA DISSOLUÇÃO COMPULSÓRIA, por ter agido com

habitualidade na prática de atos de corrupção empresarial e por ter sido

utilizada para ocultar a identidade da beneficiária Lígia. Vejam-se:

“Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União,

os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas

Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o

Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes

sanções às pessoas jurídicas infratoras:

I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem

ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do

lesado ou de terceiro de boa-fé;

II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;

III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;

IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou

empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras

públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e

máximo de 5 (cinco) anos.

§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada

quando comprovado:

I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para

facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou

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II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos

ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados.

(...) § 3º. As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.

§ 4º. O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação

judicial, ou equivalente, do ente público poderá requerer a indisponibilidade de

bens, direitos ou valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da

reparação integral do dano causado, conforme previsto no art. 7º, ressalvado o

direito do terceiro de boa-fé.

(....)

Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser

aplicadas as sanções previstas no art. 6o, sem prejuízo daquelas previstas

neste Capítulo, desde que constatada a omissão das autoridades

competentes para promover a responsabilização administrativa.

(...) Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas

consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes

sanções:

I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do

faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo

administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem

auferida, quando for possível sua estimação; e

II - publicação extraordinária da decisão condenatória.

(...) § 3º. A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em

qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano causado.

(...) § 5º. A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na

forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de

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comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de atuação

da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem

como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no

próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível

ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores”.

Lembre-se que a frustração da licitude dos processos licitatórios e a

realização de dispensas ilegais de licitação por parte dos réus impediram que a

Administração Pública obtivesse a melhor proposta a lhe favorecer, dessa forma o

prejuízo ao erário é legalmente presumido e inerente ao ato (in re ipsa), nos moldes

da jurisprudência:

“O prejuízo ao erário, na espécie (irregularidade em procedimento

licitatório), que geraria a lesividade apta a ensejar a ação popular é in re

ipsa, na medida em que o Poder Público deixa de, por condutas de

administradores, contratar a melhor proposta”. (STJ, REsp 1190189/SP,

Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado

em 10/08/2010, DJe 10/09/2010).

“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA. (...) AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. FRUSTRAÇÃO DA LICITUDE DO

PROCESSO LICITATÓRIO. PRESCINDIBILIDADE DE DILAÇÃO

PROBATÓRIA. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 10, VIII, E 11, AMBOS DA

LEI N. 8.429/92. (...) III - Segundo entendimento consolidado nesta

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Corte de Justiça, para a caracterização de improbidade

administrativa, por frustação da licitude do processo de

licitação, tipificada no art. 10, VIII, da Lei n. 8.429/92, o dano

apresenta-se presumido, ou seja, trata-se de dano in re ipsa. IV -

Recurso especial provido, a fim de remeter os autos à origem para a

fixação das sanções previstas no art. 12, II e III, da Lei n. 8.429/92”. (STJ,

REsp 1624224/RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma,

julgado em 01/03/2018, DJe 06/03/2018, destacou-se).

Isso sem falar dos SUPERFATURAMENTOS praticados pelos

réus e narrados nesta peça, feitos tanto em sede das licitações n. 14/2017 e 15/2017

como das 176 (cento e setenta e seis) indevidas dispensas de licitação, narradas

em detalhes nos tópicos acima.

Também, cita-se a existência do pagamento de PRODUTOS NÃO

ENTREGUES, nos termos narrados no item I desta peça.

Gize-se que o pagamento, com dinheiro do erário, por produtos

não fornecidos ou serviços não prestados, é uma típica forma de enriquecimento

ilícito (pelos terceiros beneficiários) e de prejuízo ao erário (pelos agentes

públicos que lhe deram causa), havendo diversos precedentes reconhecendo a

tipicidade da conduta e a devida responsabilidade nos termos da Lei n. 8.429/1992

na jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça:

“Ora, comprovado o pagamento pelos serviços licitados, bem como a

ausência de contraprestação, não há como deixar de reconhecer a

evidente e inequívoca lesividade ao patrimônio público

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municipal que pagou por um serviço que não foi realizado” (AgRg

nos EDcl no AREsp 419.769/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin,

Segunda Turma, julgado em 18/10/2016, DJe 25/10/2016, destacou-

se).

"Neste aparato montado milhões de reais foram indevidamente

repassados às referidas ONGs que, inobstante tenham destinado

quantitativo para pagamento de mão de obra terceirizada, apropriaram-

se de verba sabidamente pública independente da contraprestação

correspondente. Das provas carreadas aos autos, inclusive mediante

interceptação telefônica, exsurge a certeza de que parte considerável desta

verba foi maliciosamente sacada na 'boca do caixa', outra parte foi

desviada através de empresas de faixada, 'empresas fantasmas', e de

pessoas físicas vinculadas ao esquema, sem que houvesse a

correspondente prestação de serviços ao Estado do Rio de Janeiro.

Portanto, é flagrante o dano ao erário”. (AgInt no AREsp

869.870/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, j.

17/11/2016, DJe 29/11/2016, destacou-se).

“De modo fraudulento, com dispensa de licitação, autorizaram de janeiro

a agosto de 2008 pagamentos de serviços que se comprovou nunca

foram realizados pelas pessoas indicadas como beneficiárias dos

pagamentos. Cristalina nos autos a conduta ilícita, como ato de

vontade, aliás, de governante e agentes públicos administrativos

que sabendo, por obrigação, da necessidade de ater-se ao interesse

público e à justificação em especificidades dos gastos que

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

realizou, simplistamente se põe a autorizar, sem proveito

público, de forma reiterada e excessiva, pagamentos cujos beneficiários

jamais foram identificados. A hipótese, diversamente do quanto sustenta

o apelante não se transmuda em falha ou má operacionalização do

dinheiro público pelo simples fato de não haver prova do enriquecimento

pessoal de qualquer dos réus, o que, de qualquer forma, não teria o condão

de afastar as sanções aplicadas. Esvaziados os cofres públicos sem

reversão da contraprestação aos interesses do Município, com

vistas sempre ao interesse público, ao Administrado, está

caracterizado o desvio que por si só é suficiente para a

caracterização do ato de improbidade, não comprovada

quaisquer excludentes da ilicitude. O desvio de dinheiro público pelo

agente público pode realmente não lhe beneficiar diretamente, podendo,

inclusive, o benefício, ser de natureza não pecuniária. Mas a

comprovação do desvio ressalta e possui em si a presunção do

enriquecimento ilícito pessoal, acaso não evidenciado outro o

beneficiário” (REsp 1696737/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin,

Segunda Turma, julgado em 16/11/2017, DJe 19/12/2017, destacou-

se).

Destarte, merecem os réus pessoas naturais receber as sanções pela

prática dos atos de improbidade administrativa narrados em detalhe nesta peça e,

ademais, a pessoa jurídica “A Jato Cartucho LTDA” receber as sanções pela prática

dos seus atos de corrupção empresarial, também minudenciados nesta exordial

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III.2) DO DANO MORAL COLETIVO

Há de ser destacada a necessidade de condenação de todos os réus

ao ressarcimento integral dos danos morais coletivos, com fundamento no artigo

1º, caput e incisos IV e VIII, da Lei n. 7.347/1985, vez que rebaixam o nível de vida

da coletividade a partir de condutas socialmente ilícitas e reprováveis.

Conforme está disposto no site institucional do colendo Superior

Tribunal de Justiça82:

“O dano moral coletivo é a lesão na esfera moral de uma comunidade,

isto é, a violação de valores coletivos, atingidos injustificadamente

do ponto de vista jurídico. Essas ações podem tratar de dano ambiental

(lesão ao equilíbrio ecológico, à qualidade de vida e à saúde da

coletividade), desrespeito aos direitos do consumidor (por exemplo, por

publicidade abusiva), danos ao patrimônio histórico e artístico, violação

à honra de determinada comunidade (negra, judaica, japonesa, indígena

etc.) e até fraude a licitações” (destacou-se).

A exímia Ministra Nancy Andrighi assim contribui para o tema:

“No julgamento do Recurso Especial (REsp) 636.021, em 2008, a

ministra afirmou que o artigo 81 do CDC rompeu com a tradição jurídica

clássica, de que só indivíduos seriam titulares de um interesse

juridicamente tutelado ou de uma vontade protegida pelo ordenamento.

82 Disponível em:

<stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=106083>.

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(...) Uma das consequências dessa evolução legislativa seria o

reconhecimento de que a lesão a um bem difuso ou coletivo

corresponde a um dano não patrimonial. Dano que, para a

ministra, deve encontrar uma compensação. ‘Nosso ordenamento

jurídico não exclui a possibilidade de que um grupo de pessoas

venha a ter um interesse difuso ou coletivo de natureza não

patrimonial lesado, nascendo aí a pretensão de ver tal dano

reparado. Nosso sistema jurídico admite, em poucas palavras, a

existência de danos extrapatrimoniais coletivos, ou, na

denominação mais corriqueira, de danos morais coletivos’,

concluiu Andrighi” (ibid., destacou-se).

No mesmo sentido encontra-se o magistério de Carlos Alberto

Bittar Filho, para o qual:

“(...) se o indivíduo pode ser vítima de dano moral não há porque não o

possa ser a coletividade. Assim, pode-se afirmar que o dano moral

coletivo é a injusta lesão da esfera moral de uma dada

comunidade, ou seja, é a violação antijurídica de um determinado

círculo de valores coletivos. Quando se fala em dano moral coletivo,

está-se fazendo menção ao fato de que o patrimônio valorativo de uma

certa comunidade (maior ou menor), idealmente considerado, foi

agredido de maneira absolutamente injustificável do ponto de vista

moral, quer isso, dizer, em última instância, que se feriu a própria

cultura, em seu aspecto material” (BITTAR FILHO apud Mauro

Schiavi. 2008, p. 782).

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Outrossim, já no ano de 2008, o colendo Tribunal da Cidadania

consolidou entendimento, que vige até hoje, no sentido de que as relações jurídicas

caminham para a massificação, e a lesão aos interesses de massa não pode ficar

sem reparação, sob pena de criar-se litigiosidade contida que levará ao fracasso do

direito como forma de prevenir e reparar os conflitos sociais.

Com base nesse entendimento, o Tribunal Superior afirma que

“não há vedação legal ao entendimento de que cabem danos morais em ações que

discutam improbidade administrativa, seja pela frustração trazida pelo ato

ímprobo na comunidade, seja pelo desprestígio efetivo causado à entidade

pública que dificulte a ação estatal" (REsp 960.926/MG, Rel. Ministro Castro

Meira, Segunda Turma, DJe 1/4/2008, destacou-se).

A gravidade dos atos de improbidade e de corrupção empresarial

reconhecidos na presente ação resulta na necessidade de serem integralmente

reparados os danos causados pelos atos ilícitos, inclusive os danos

extrapatrimoniais de caráter coletivo, cuja finalidade da verba compensatória é

amenizar as consequências do ato entre a população do ente federativo,

restabelecendo, ainda que de forma parcial, a credibilidade das instituições

públicas e do Estado.

Destaca-se, ademais, os males que a corrupção causa à sociedade,

lhe impedindo de ter acesso a uma gestão eficiente das políticas públicas, inclusive

as essenciais, como saúde e educação.

Considerando o gravíssimo modus operandi das fraudes, o

Ministério Público entende razoável fixar o dever de reparação dos danos morais

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coletivos, para cada um dos réus, em 5 (cinco) vezes o valor das compras com

licitação e dispensa de licitação pagos ilegalmente à pessoa jurídica “A Jato

Cartuchos LTDA”, narrados no item I, no valor final consistente em

R$ 1.124.885,20 (um milhão, cento e vinte e quatro mil, oitocentos e oitenta e

cinco reais e vinte centavos) por réu.

IV – DOS PEDIDOS LIMINARES

À vista dos mandamentos constitucionais da inafastabilidade da

jurisdição e da efetividade da tutela jurisdicional, o Código de Processo Civil

disciplinou a tutela de urgência a fim de resguardar a utilidade do processo

enquanto se realiza a delongada instrução probatória, nos moldes:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver

elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo

de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser

efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens,

registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra

medida idônea para asseguração do direito”.

A partir disso, expõem-se três medidas judiciais que precisam ser

concedidas liminarmente, sob pena de risco à escorreita produção de provas, à

recuperação do dinheiro público desviado e à probidade administrativa que deve

viger integralmente no Poder Executivo do Município de Crixás.

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IV.1) DA BUSCA E APREENSÃO

A tutela cautelar destina-se a assegurar a efetividade da tutela

jurisdicional no curso do processo ou de uma situação de direito material. Nas

lições de Marinoni:

“A tutela cautelar é um instrumento vocacionado a dar segurança

à tutela do direito que se pretende ou que pode vir a ser

ambicionada. Exemplificando: o arresto não é instrumento do

processo, mas instrumento destinado a garantir a frutuosidade da

tutela ressarcitória pelo equivalente” (MARINONI, Luiz

Guilherme. Tutela de urgência e tutela de evidência: soluções

processuais diante do tempo da justiça. Revista dos Tribunais,

2017, p. 43).

Cumpre referir que as ações de improbidade administrativa, à

semelhança das ações penais, por estarem inseridas no direito sancionador,

também necessitam da produção antecipada de determinadas provas, a fim de

evitar a ocultação ou destruição de evidências pelas partes interessadas na própria

impunidade.

Por oportuno, confira-se a disposição do Código de Processo

Penal:

“Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

§ 1º. Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a

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autorizarem, para:

a) prender criminosos;

b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e

objetos falsificados ou contrafeitos;

d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na

prática de crime ou destinados a fim delituoso;

e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa

do réu;

f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em

seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu

conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;

g) apreender pessoas vítimas de crimes;

h) colher qualquer elemento de convicção” (destacou-se).

Aliás, o mesmo diploma legal prevê, em seu artigo 3º, que “a lei

processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem

como o suplemento dos princípios gerais de direito”.

Diante da narrativa dos fatos, pode-se inferir que as fraudes

amplamente narradas no item I tem causado danos recorrentes e diários,

recobrando urgência da providência.

Além disso, não se pode esquecer que o enriquecimento ilícito e o

prejuízo ao erário comprovados até o presente momento, também detalhados

nesta exordial.

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Nessas circunstâncias, evidencia-se a possibilidade da existência

de mais fraudes relacionadas aos contratos com a pessoa jurídica “A Jato

Cartuchos LTDA”, além da existência de provas que podem ser alteradas ou

destruídas.

Lembra-se que uma das rés desta ação é investigada por

FALSIDADE IDEOLÓGICA de DOCUMENTO PÚBLICO, praticada no exercício

de suas funções para atrapalhar investigação do MPGO em inquérito civil

público83.

Isso corrobora a necessidade do deferimento de mandados de

busca e apreensão na sede da pessoa jurídica “A Jato Cartucho LTDA”, na sede da

prefeitura do município de Crixás-GO, na residência de Lígia, da presidente da

comissão de licitação Aulcilene e do ordenador de despesas e prefeito Plínio.

Presentes o periculum in mora e o fumus boni iuris, justifica-se o

deferimento da medida cautelar de busca e apreensão.

Desde já, requer-se que os mandados tenham por objeto a coleta

de provas relativas à prática de atos de improbidade administrativa, e

especificamente recaiam sobre:

registros e livros contábeis, formais ou informais, recibos,

agendas, ordens de pagamento e documentos relacionamentos a

manutenção e movimentação de contas no Brasil e no exterior, em

83 A requerida AULCILENE é investigar por usar documentos ideologicamente falsos no Inquérito Civil n.

008/2017, o que está sendo apurado no Procedimento Investigatório Criminal n. 02/2018 da Promotoria de

Justiça de Crixás.

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nome próprio ou de terceiros, bem como patrimônio em nome

próprio ou de terceiros;

documentos, cartas, bilhetes, anotações ou relatórios que

elucidem os atos de improbidade nas fases licitatória e de

execução do contrato administrativo e de eventuais dispensas de

licitação;

documentos relativos à titularidade de propriedades ou a

manutenção de propriedades em nome de terceiros;

HDs, notebooks, pen drives, smartphones, aparelhos

celulares, toners, cartuchos, dispositivos de bancos de dados,

disquetes, CDs, DVDs, discos rígidos, arquivos eletrônicos, de

qualquer espécie, agendas manuscritas ou eletrônicas, dos

requeridos ou de suas empresas, quando houver suspeita que

contenham material probatório relevante.

Requer-se autorização judicial, desde logo, para o acesso ao

conteúdo dos computadores, celulares e demais dispositivos e arquivos

eletrônicos apreendidos, mesmo relativo a comunicações eventualmente

registradas, no momento do cumprimento dos mandados e também

posteriormente.

IV.2) DA INDISPONIBILIDADE DE BENS

Nos moldes do artigo 37, § 4°, da Constituição da República, a

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prática dos atos de improbidade administrativa tem diversas consequências,

dentre as quais a indisponibilidade de bens.

Analisando-se esta peça, nota-se que há fortes provas da prática

dos atos de improbidade administrativa narrados.

Logo, existem indícios de que os requeridos serão condenados nas

penas do artigo 12, inciso II, da Lei n. 8,429/1992, que prevê multa civil de até 2

(duas) o valor do dano, sem falar na reparação dos danos materiais e morais aqui

pleiteados.

Assim, mostra-se oportuna a indisponibilidade dos bens réus,

lembrando que, para tanto, bastam indícios da ocorrência de prática de ato

irregular, sendo dispensável a comprovação de “periculum in mora”, pois ele

sempre é presumido.

Assim também está disposto no artigo 7º da Lei nº 8.429/199284, no

qual está implícita a menção de que para a indisponibilidade dos bens dos réus

basta a demonstração de indícios de atos ímprobos.

Neste sentido é o entendimento consolidado do Superior

Tribunal de Justiça (STJ), conforme estabelece a Tese 12, Edição n. 38, da

“Jurisprudência em Teses” daquele Tribunal:

84 Lei nº 8.429/92. Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

12) É possível a decretação da indisponibilidade de bens do

promovido em ação civil pública por ato de improbidade

administrativa quando ausente (ou não demonstrada) a prática

de atos (ou a sua tentativa) que induzam a conclusão de risco de

alienação, oneração ou dilapidação patrimonial de bens do

acionado, dificultando ou impossibilitando o eventual

ressarcimento futuro.

Acórdãos: AgRg no REsp 1342860/BA, Rel. Ministro NAPOLEÃO

NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em

02/06/2015,DJE 18/06/2015; AgRg no AREsp 341211/PR, Rel.

Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado

em 09/06/2015,DJE 17/06/2015; AgRg no REsp 1460770/PA, Rel.

Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,Julgado em

05/05/2015,DJE 21/05/2015; AgRg no AREsp 369857/SP, Rel.

Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA,Julgado em

28/04/2015,DJE 06/05/2015; AgRg no AgRg no REsp 1396811/DF,

Rel. Ministra MARGA TESSLER (JUÍZA FEDERAL

CONVOCADA DO TRF 4ª REGIÃO), PRIMEIRA

TURMA,Julgado em 10/03/2015,DJE 17/03/2015, REsp

1461882/PA, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA

TURMA, Julgado em 05/03/2015,DJE 12/03/2015, AgRg no REsp

1460687/PI, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA

TURMA,Julgado em 03/03/2015,DJE 09/03/2015; EDcl no REsp

1482497/PA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,

SEGUNDA TURMA,Julgado em 18/12/2014,DJE 19/12/2014

No mesmo sentido é o seguinte julgado, decidido na sistemática

dos Recursos Especiais Repetitivos:

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“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO

ESPECIAL REPETITIVO. APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO

PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CAUTELAR DE

INDISPONIBILIDADE DOS BENS DO PROMOVIDO.

DECRETAÇÃO. REQUISITOS. EXEGESE DO ART. 7º DA LEI N.

8.429/1992, QUANTO AO PERICULUM IN MORA PRESUMIDO.

MATÉRIA PACIFICADA PELA COLENDA PRIMEIRA SEÇÃO.

1. Tratam os autos de ação civil pública promovida pelo Ministério

Público Federal contra o ora recorrido, em virtude de imputação

de atos de improbidade administrativa (Lei n. 8.429/1992). 2. Em

questão está a exegese do art. 7º da Lei n. 8.429/1992 e a

possibilidade de o juízo decretar, cautelarmente, a

indisponibilidade de bens do demandado quando presentes

fortes indícios de responsabilidade pela prática de ato ímprobo

que cause dano ao Erário. 3. A respeito do tema, a Colenda

Primeira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o

Recurso Especial 1.319.515/ES, de relatoria do em. Ministro

Napoleão Nunes Maia Filho, Relator para acórdão Ministro

Mauro Campbell Marques (DJe 21/9/2012), reafirmou o

entendimento consagrado em diversos precedentes (Recurso

Especial 1.256.232/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda

Turma, julgado em 19/9/2013, DJe 26/9/2013; Recurso Especial

1.343.371/AM, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma,

julgado em 18/4/2013, DJe 10/5/2013; Agravo Regimental no

Agravo no Recurso Especial 197.901/DF, Rel. Ministro Teori

Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 28/8/2012, DJe

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6/9/2012; Agravo Regimental no Agravo no Recurso Especial

20.853/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma,

julgado em 21/6/2012, DJe 29/6/2012; e Recurso Especial

1.190.846/PI, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado

em 16/12/2010, DJe 10/2/2011) de que, "(...) no comando do art. 7º

da Lei 8.429/1992, verifica-se que a indisponibilidade dos bens é

cabível quando o julgador entender presentes fortes indícios de

responsabilidade na prática de ato de improbidade que cause

dano ao Erário, estando o periculum in mora implícito no

referido dispositivo, atendendo determinação contida no art. 37,

§ 4º, da Constituição, segundo a qual 'os atos de improbidade

administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a

perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o

ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem

prejuízo da ação penal cabível'. O periculum in mora, em

verdade, milita em favor da sociedade, representada pelo

requerente da medida de bloqueio de bens, porquanto esta

Corte Superior já apontou pelo entendimento segundo o qual,

em casos de indisponibilidade patrimonial por imputação de

conduta ímproba lesiva ao erário, esse requisito é implícito ao

comando normativo do art. 7º da Lei n. 8.429/92. Assim, a Lei de

Improbidade Administrativa, diante dos velozes tráfegos,

ocultamento ou dilapidação patrimoniais, possibilitados por

instrumentos tecnológicos de comunicação de dados que tornaria

irreversível o ressarcimento ao erário e devolução do produto do

enriquecimento ilícito por prática de ato ímprobo, buscou dar

efetividade à norma afastando o requisito da demonstração do

periculum in mora (art. 823 do CPC), este, intrínseco a toda

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

medida cautelar sumária (art. 789 do CPC), admitindo que tal

requisito seja presumido à preambular garantia de recuperação

do patrimônio do público, da coletividade, bem assim do

acréscimo patrimonial ilegalmente auferido". 4. Note-se que a

compreensão acima foi confirmada pela referida Seção, por

ocasião do julgamento do Agravo Regimental nos Embargos de

Divergência no Recurso Especial 1.315.092/RJ, Rel. Ministro

Mauro Campbell Marques, DJe 7/6/2013. 5. Portanto, a medida

cautelar em exame, própria das ações regidas pela Lei de

Improbidade Administrativa, não está condicionada à

comprovação de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio,

ou na iminência de fazê-lo, tendo em vista que o periculum in

mora encontra-se implícito no comando legal que rege, de forma

peculiar, o sistema de cautelaridade na ação de improbidade

administrativa, sendo possível ao juízo que preside a referida

ação, fundamentadamente, decretar a indisponibilidade de

bens do demandado, quando presentes fortes indícios da prática

de atos de improbidade administrativa. 6. Recursos especiais

providos, a que restabelecida a decisão de primeiro grau, que

determinou a indisponibilidade dos bens dos promovidos. 7.

Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e do art. 8º da

Resolução n. 8/2008/STJ.” (REsp 1366721/BA, Rel. Ministro

NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro OG

FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/02/2014, DJe

19/09/2014) – destacou-se.

Ou seja, para o deferimento do pedido de indisponibilidade de

bens não há necessidade de comprovação de fatos ou apresentação de provas

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aprofundas, bastando a demonstração de indícios do fato irregular.

Destaque-se que a Tese 12 do STJ deve ser aplicada no caso em

análise para determinar a indisponibilidade de bens dos réus, uma vez que os

julgamentos em Recursos Repetitivos desta Corte devem ser observados pelos

juízes em seus julgamentos, conforme estabelecido nos artigos 927, inciso II85, e

928, inciso II86, do Código de Processo Civil:

“Nesse sentido, o art. 927, que tem como destinatário os juízes, assim

compreendidos os de primeiro grau de jurisdição, e os tribunais locais,

estabelece que tais órgãos devam observar as orientações do Supremo

Tribunal Federal, ou, conforme o caso, do Superior Tribunal de Justiça,

quando oriundas de súmulas vinculantes ou não, de decisões proferidas

em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas

repetitivas, bem como a orientação de plenário ou de órgão especial aos

quais estiverem vinculados. Ou seja, os comandos uniformizadores

ganham uma verticalidade, que atua dos tribunais superiores aos

tribunais locais, impondo-se a sua observação a todas as

instâncias”. (Elaine Harzheim Macedo, Novo Código de Processo

Civil Anotado, OAB – Porto Alegre, 2015, pág. 694).

Assim, devida a decretação da indisponibilidade dos bens dos

85 Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: (…) III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos. 86 Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: (…) II - recursos especial e extraordinário repetitivos.

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requeridos.

IV.3) DO AFASTAMENTO CAUTELAR DE AGENTES

PÚBLICOS

Ante a elevada relevância da presente medida para a efetividade

da tutela jurisdicional no combate à improbidade administrativa no Município de

Crixás, deixou-se este pedido para o final.

Assevere-se, inicialmente, que o pressuposto jurídico

indissociável da maioria das medidas de natureza cautelar é a presença do

periculum in mora e do fumus boni iuris.

Não obstante, a efetivação da medida cautelar de afastamento

provisório de agentes públicos possui uma finalidade maior, uma vez que ela

objetiva a melhor apuração da prática perniciosa da improbidade administrativa

e expressa a dura batalha contra a corrupção e a desonestidade, levando sempre

em conta que a superioridade do interesse público deve prevalecer sobre qualquer

outro de natureza particular.

Veja-se que existe previsão expressa da presente medida cautelar

no seio da Lei de Improbidade Administrativa:

“Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos

políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença

condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa

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competente poderá determinar o afastamento do agente público

do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da

remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução

processual”.

Assim, esse dispositivo prevê medida nitidamente cautelar, cuja

inspiração, ao que parece, remonta às medidas cautelares pessoais do Código de

Processo Penal.

Com o afastamento liminar do agente público do exercício de suas

funções, o legislador forneceu aos magistrados um importantíssimo instrumento

processual com vistas à busca da verdade real, garantindo a verossimilhança da

instrução processual e evitar que a dolosa atuação do agente, destruindo

documentos, ameaçando ou intimidando testemunhas, deturpe ou dificulte a

produção dos elementos necessários à formação do convencimento judicial, sendo

o deferimento do afastamento cautelar medida que se impõe.

Sobre o assunto, confiram-se os ensinamentos de Fábio Medina

Osório:

“Se existem indícios de que o administrador público, ficando em seu

cargo poderá perturbar, de algum modo, a coleta de provas do processo, o

afastamento liminar se impõe imediatamente, inexistindo poder

discricionário da autoridade judiciária. Não se mostra imprescindível

que o agente público tenha, concretamente, ameaçado

testemunhas ou alterado documentos, mas basta que, pela

quantidade de fatos, pela complexidade da demanda, pela notória

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necessidade de dilação probante, se faça necessário, em tese, o

afastamento compulsório e liminar do agente público do exercício

de seu cargo, sem prejuízo de seus vencimentos, enquanto persistir a

importância da coleta de elementos informativos ao processo”

(OSÓRIO, Fábio Medina. Improbidade Administrativa. 2ª ed.,

Editora Síntese, p. 242).

Presentes os requisitos legais, torna-se imperioso decretar o

afastamento temporário dos servidores públicos, dos respectivos cargos ou

funções, para evitar que haja influência deles nas provas a serem colhidas, máxime

em razão do princípio da primazia do interesse público sobre o particular.

Nesse ponto, esse é o entendimento dos tribunais pátrios:

“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

DECRETAÇÃO DA INDISPONIBILIDADE DOS BENS DOS

PROMOVIDOS. AFASTAMENTO DE OCUPANTES DE

CARGOS PÚBLICOS INAUDITA ALTERA PARS.

POSSIBILIDADE. ART. 20, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI Nº

8.429/92. (...) 9. Pode o magistrado, utilizando-se do poder geral de

cautela, previsto no art. 798 do Código de Processo Civil, determinar

medida provisória que julgar adequada - indisponibilidade dos bens -,

quando houver receio de lesão grave ou de difícil reparação. 10. Se a

finalidade maior da ação de improbidade administrativa é a

investigação da prática de atos de improbidade, a medida

cautelar de afastamento será válida desde que esteja em

consonância com o escopo maior a ser atingido, não importando

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a fase processual em que é determinada, desde que estejam

presentes seus pressupostos. Tal conclusão não fere o princípio do due

process, pois não implica qualquer condenação antecipada ao agravante.

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO”. (TJCE, Agravo de

Instrumento nº 2006.0028.7781-3/0, Des. Raul Araújo Filho, 2007).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA - PREFEITO MUNICIPAL - POSSIBILIDADE

- COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE 1º GRAU - AFASTAMENTO

DO CARGO - NECESSIDADE JUSTIFICADA - EXISTÊNCIA

DE FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA -

LIMITAÇÃO TEMPORAL - 180 (CENTO E OITENTA) DIAS -

SUSPENSAO DE VENCIMENTOS - IMPOSSIBILIDADE -

RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (...) 3 -

O afastamento do agravante do cargo de Prefeito Municipal se

justifica, sobretudo diante da robusta fundamentação inserta na

decisão recorrida, a qual reconheceu a presença de elementos

ensejadores da medida. (...) 6 - Recurso conhecido e parcialmente

provido para arredar a suspensão do subsídio do agravante, mas

conservar o seu afastamento do cargo de Prefeito Municipal de

Piúma/ES, com observância aos limites temporais antes

referenciados” (TJES, Agravo de Instrumento nº 62079000014,

Relator: Arnaldo Santos Souza, j. 12/06/2007).

“AGRAVO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – PREFEITO MUNICIPAL –

AFASTAMENTO DO CARGO – POSSIBILIDADE ANTE A

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EVIDÊNCIA DO COMETIMENTO DE ATOS DE

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – NECESSIDADE DA

MEDIDA PARA NÃO PREJUDICAR A INSTRUÇÃO

PROCESSUAL – DECISÃO MANTIDA. Presentes os requisitos

legais, pode o juiz, que preside a ação civil pública movida contra

Prefeito Municipal, afastar o titular do cargo, havendo

evidências do cometimento de atos de improbidade

administrativa, assim como pressão sobre outros agentes

públicos, no sentido de prejudicar a instrução do processo” (TJMS

– AG 2000.001935-6, 1ª Turma Cível, Rel. Des. Josué de Oliveira, j.

28.11.2000).

“AÇÃO POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA COM

PEDIDO DE PERDA DE FUNÇÃO PÚBLICA E DE

AFASTAMENTO LIMINAR DO PREFEITO, DO SECRETÁRIO

DE ADMINISTRAÇÃO E DA SECRETÁRIA DE FINANÇAS DE

SEUS RESPECTIVOS CARGOS. MINISTÉRIO PÚBLICO.

LEGITIMIDADE. LIMITAÇÃO DO PRAZO DE AFASTAMENTO

DOS CARGOS PÚBLICOS E DE INDISPONIBILIDADE DE BENS

DOS RÉUS. I – O Ministério Público tem legitimidade para

propor a ação civil pública visando o afastamento do cargo de

Prefeito Municipal e de auxiliares, por ato de improbidade

administrativa. II – Inteligência do art. 129, inciso III, da

Constituição da República. III – Tanto o prazo de afastamento dos

cargos respectivos como o montante dos bens postos em

indisponibilidade devem ser restritos ao tempo necessário à

apuração dos fatos e ao valor suficiente à cobertura do possível do

erário. IV – Agravo conhecido e parcialmente provido. Decisão

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Unânime.” (TJGO, Agravo de Instrumento nº 16013-3/180

(9900029500), Comarca de Paranaiguara, Agravante: Hélio Soares

de Paula, Agravado: Ministério Público, Litisconsorte: Município

de Paranaiguara).

Ao mesmo tempo, inexiste, no afastamento cautelar, qualquer

ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa no devido processo legal,

os quais são resguardados durante a instrução processual, visto que não se trata

de penalidade de perdimento da função pública, mas medida provisória em favor

do interesse público e com vistas à apuração dos supostos atos de improbidade

praticados pelos agentes políticos. O contraditório, portanto, fica diferido.

No caso em tela, a demanda revolve-se justamente no fato de que

empresários e agentes públicos do Município de Crixás têm se valido de

DOCUMENTOS PÚBLICOS IDEOLOGICAMENTE FALSOS (notas fiscais

falsas, empenhos falsos, atestes de recebimento de mercadoria falsos) para

garantir o pagamento de produtos SUPERFATURADOS e, por vezes, NÃO

ENTREGUES, desviando grandes quantias de dinheiro público, que deveriam

estar sendo empregadas na saúde, na educação, na segurança, na frota veicular e

na promoção de alternativas econômicas sustentáveis para a população.

Demonstrou-se a reiterada ocorrência de FRAUDES

DOCUMENTAIS em licitações que permitiram a contratação de parentes

consanguíneos entre si e o convite de pessoa jurídica criada exclusivamente para

fraudar licitação, sendo atestada a sua regularidade – embora seja clara a falsidade

ideológica subjacente – e homologadas as licitações n. 14/2017 e 15/2017 do

Município de Crixás-GO, absolutamente viciadas.

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Diante desses fatos, corroborados em documentos e testemunhos

(provas materiais e orais), é evidente o fumus boni iuris e o periculum in mora.

O primeiro requisito é facilmente identificado, uma vez que a

análise do conjunto probatório evidencia que os agentes públicos municipais réus

têm envidado esforços, especialmente assinando os necessários documentos

públicos, para viabilizar o repasse de verbas públicas ao núcleo empresarial ou,

no mínimo, não têm tomado as medidas imperiosas para interromper o

pagamento de produtos que não são fornecidos.

Por sua vez, o segundo requisito está abalizado na necessidade de

resguardar, de forma emergencial e transitória, os cofres públicos, a moralidade

administrativa e a credibilidade do próprio Poder Judiciário, que ainda estão

sendo açoitados e vilipendiados por atos dos agentes públicos que deveriam ser

os principais devotados ao resguardo do interesse público.

Passa-se a detalhar, ademais, alguns pontos importantes

relativos ao periculum in mora da conduta de cada um dos réus do núcleo de

agentes públicos:

a) da COMPROVADA reiteração de fraudes por parte do agente

PLÍNIO NUNES PAIVA, demonstrando o periculum in mora de sua permanência

no cargo, sendo imperativo seu afastamento:

- o requerente está sendo processado nesta mesma data, perante

este juízo, pela contratação de pessoa jurídica de propriedade de JOAQUIM

DIETZ FILHO e NILZA MARIA FERREIRA (N.M. FERREIRA & CIA LTDA -

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POSTO DO KIM) que SÃO PARENTE CONSANGUÍNEOS de quatro agentes

públicos locais (fraude semelhante a uma das aqui apuradas), quais sejam o vice-

prefeito de Crixás, Antônio de Oliveira Júnior, do advogado que presta serviços

ao Município de Crixás, Marcos Dietz de Oliveira, do vereador e atual presidente

da Câmara Municipal de Crixás, Tiago Oliveira Dietz, e do controlador interno

de Crixás, Rumennigge Pires Dietz, conforme lá detalhado, em clara violação a

uma proibição do edital do Pregão Presencial n. 2/2017, que previa expressamente

a impossibilidade de participação de pessoas jurídicas que tenham, como sócios,

parentes de servidores ou agentes políticos no município, até o 3º grau, no seu

item 4, conforme detalhado naquela ação;

- lá foi constatado que a referida pessoa jurídica87, conforme lá

detalhado e comprovado por meio de documentos e provas testemunhais,

recebeu pela VENDA DE COMBUSTÍVEL NÃO ENTREGUES (fraude

semelhante a uma das fraudes aqui apuradas) em relação: ao abastecimento da

ambulância AM 14 do SAMU, da motoneta Honda Biz MT-01, da motocicleta

HONDA XLR-125 FNS03, do TRATOR TA-02, do caminhão BASCULANTE CB-

01, da ambulância AM-13, da Ambulância AM-05, do TRATOR TE-02, do

automóvel GOL CP-23 e do TRATOR TA-08, obtendo indevidamente a quantia

de R$ 67.445,30 (sessenta e sete mil, quatrocentos e cinco reais e trinta centavos).

- está sendo investigado no Inquérito Civil n. 04/2018 (Autos

Extrajudiciais n. 201800076648), em razão de fraudes A UMA CARTA-CONVITE

que possui como objeto a prestação de serviços na área de iluminação pública do

87 A referida pessoa jurídica PRESTOU SERVIÇOS À CAMPANHA DE PLÍNIO NUNES e SEUS

SÓCIOS RESPONDEM A DUAS AÇÕES PENAIS ENVOLVENDO MALBARATAMENTO DO

ERÁRIO PÚBLICO: 1) AÇÃO PENAL N. 201302724147 por FRAUDAR LICITAÇÃO e 2) à

AÇÃO PENAL N. 201102393210 POR RECEBER POR AQUISIÇÕES DE PRODUTOS NÃO

REALIZADAS, POR FRAUDAR LICITAÇÃO E PELO CRIME DE QUADRILHA OU BANDO),

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município de Crixás-GO nos anos de 2017 e 2018, em que houve a

PARTICIPAÇÃO EXCLUSIVA DE TRÊS FAMILIARES ENTRE SI,

SIMULANDO CONCORRÊNCIA (mesmo modus operandi de uma das fraudes

desta ação), quais sejam os senhores Veimar Alves Martins, Avelar Neco Viveiros

e João Paulo Ferreira de Viveiros (que possuem relação de parentesco de terceiro

grau entre si, conforme prova documental daqueles autos). Lá, também está sendo

investigado o eventual não fornecimento dos serviços contratados (diante das

falhas já constatadas naqueles autos na iluminação pública desta cidade) e a

violação ao princípio da eficiência, uma vez que o objeto da referida licitação

(manutenção e realização de reparos - troca de lâmpadas, hastes, reatores e

disjuntores) poderia ser prestado pelos 02 (dois) servidores públicos efetivos ao

cargo de eletricista que o Município de Crixás possui, os quais foram nomeados

por meio dos Decretos n.os 185/2009 e 05/2011.

- o requerido FOI PROCESSADO neste juízo em 8 (OITO)

AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA que narram a prática de 256

(DUZENTOS E CINQUENTA E SEIS) ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA DISTINTOS no âmbito do PROAS (incluindo a

contratação de FAMILIARES de agentes públicos, a contratação de pessoas que

prestavam serviços EM ENTIDADES PRIVADAS, a contratação de

FUNCIONÁRIO FANTASMA, a contratação de CABOS ELEITORAIS e

candidatos a VEREADORES da chapa do requerido, a contratação de servidores

com CARGA HORÁRIA REDUZIDÍSSIMA e a contratação de PESSOAS NÃO

QUALIFICADAS exercerem cargos na Educação Municipal).

- o requerido está sendo investigado, no Inquérito Civil Público n.

2/2018 (Autos Extrajudiciais n. 201800166142), por NÃO RESPONDER a

requerimentos, ofícios e solicitações encaminhados a ele pelos Vereadores que

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compõem o Poder Legislativo de Crixás-GO, tanto individualmente, quanto os

encaminhados pelo plenário da Câmara, DIFICULTANDO o exercício das

atividades legislativas (inclusive de investigação);

- está respondendo ao Inquérito Civil Público n. 11/2017 (Autos

Extrajudiciais n. 201700532300) pela ilegalidade no fornecimento de produtos e

serviços para manutenção em veículos do transporte escolar, haja vista que os

estofamentos dos assentos dos veículos ON-07 e ON-09, cujo serviço de reparo

foi pago, estavam claramente danificados, o que foi constatado por vistoria in

loco realizada por este órgão ministerial, demonstrando que o serviço contratado

e pago às expensas do erário não foi devidamente prestado.

- também está sendo investigado no Inquérito Civil Público n.

03/2018 (Autos Extrajudiciais n. 201800146207) por contratar a senhora Luciane

Alves Dietz Ferreira, cônjuge do réu Átila Dietz Ferreira (que também é seu chefe

de gabinete), como Gestora Pública Municipal, cargo de natureza técnica, para

auferir subsídio equivalente aos cargos de primeiro escalão, em manifesta

violação à Súmula Vinculante n. 13, do Supremo Tribunal Federal, havendo a

provável PRÁTICA DE NEPOTISMO. Também, está sendo apurada a

possibilidade de ela ser “SERVIDORA FANTASMA”, uma vez que a referida

cidadã é professora da Escola SESI de Crixás-GO, por pelo menos 25 (vinte e cinco)

horas semanais, sendo que não exerce a carga horária própria do cargo ocupado,

conforme lá comprovado.

- o réu PLÍNIO está sendo investigado pela celebração de contrato

de assessoria jurídica ilegal com o advogado Marcos de Oliveira Dietz, com

INEXIGIBILIDADE ILEGAL DE LICITAÇÃO, uma vez que este (1) é irmão do

atual vice-prefeito de Crixás-GO, Antônio de Oliveira Junior, (2) não exerce

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serviço técnico de natureza singular ou de notória especialização, não foi

contratado para atender a situações específicas, de natureza não continuada, que

não possam ser atendidas por profissionais do próprio quadro da Administração

(3) possui CLARO CONFLITO DE INTERESSE no exercício da função de

assessor jurídico do Poder Executivo de Crixás-GO, uma vez que também é

assessor jurídico de representação judicial do Poder Legislativo de Crixás-GO88.

b) da COMPROVADA reiteração de fraudes por parte da ré

AULCILENE MARIA DE LIMA, demonstrando o periculum in mora de sua

permanência no cargo, sendo imperativo seu afastamento:

- está sendo processada nesta mesma data, perante este juízo,

pela contratação, mediante licitação na comissão que preside, de pessoa jurídica

de propriedade de JOAQUIM DIETZ FILHO e NILZA MARIA FERREIRA

(N.M. FERREIRA & CIA LTDA - POSTO DO KIM) que SÃO PARENTES

CONSANGUÍNEOS de quatro agentes públicos locais (fraude semelhante a

uma das aqui apuradas) quais sejam, o vice-prefeito de Crixás, Antônio de

88 Quanto ao último ponto, suponha-se que os Vereadores do Município de Crixás-GO, utilizando-

se da assessoria jurídica de representação judicial da Câmara Municipal, que é exercida pelo

advogado Marcos de Oliveira Dietz, impetrem mandado de segurança contra o Prefeito e o

Município de Crixás-GO, em razão deste não estar respondendo os ofícios, solicitações e

requerimentos a ele encaminhados no exercício de sua função (o que está acontecendo na prática,

conforme narrado alhures). Então, surge a seguinte indagação: se o advogado Marcos de Oliveira

Dietz também é o procurador do Município, quem irá formular a defesa do Município no caso?

Caso semelhante a este veio à tona nos autos judiciais n. 5075987.84.2018.8.09.0038, em março de

2018, quando um cidadão impetrou mandado de segurança contra o Presidente da Câmara

Municipal de Crixás-GO. Na ocasião, o Município de Crixás-GO integrou o polo passivo da ação

formulou defesa por meio de seu advogado Marcos de Oliveira Dietz. Por essa razão, a Câmara

precisou celebrar contrato de mandado com seu advogado de atuação administrativa, o senhor

Beno Dias Batista, para representa-la judicialmente, haja vista que seu advogado Marcos de

Oliveira Dietz de representação judicial estava tutelando os interesses de parte adversa.

Lembra-se, por fim, que na região na cidade há DEZENAS de advogados que possam realizar este

serviço, em especial após concorrerem mediante concurso público.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

Oliveira Júnior, do advogado que presta serviços ao Município de Crixás, Marcos

Dietz de Oliveira, do vereador e atual presidente da Câmara Municipal de Crixás,

Tiago Oliveira Dietz, e do controlador interno de Crixás, Rumennigge Pires Dietz,

conforme lá detalhado, em clara violação a uma proibição do edital do Pregão

Presencial n. 2/2017, ELABORADO POR ELA MESMA, que previa expressamente

a impossibilidade de participação de pessoas jurídicas que tenham, como sócios,

parentes de servidores ou agentes políticos no município, até o 3º grau, no seu

item 4, conforme detalhado naquela ação;

- lá foi constatado que a referida pessoa jurídica (POSTO DO

KIM), conforme lá detalhado e comprovado por meio de documentos e provas

testemunhais, recebeu pela venda de combustível NÃO ENTREGUES (fraude

semelhante a uma das fraudes aqui apuradas) em relação: ao abastecimento da

ambulância AM 14 do SAMU, da motoneta Honda Biz MT-01, da motocicleta

HONDA XLR-125 FNS03, do TRATOR TA-02, do caminhão BASCULANTE CB-

01, da ambulância AM-13, da Ambulância AM-05, do TRATOR TE-02, do

automóvel GOL CP-23 e do TRATOR TA-08, obtendo indevidamente a quantia

de R$ 67.445,30 (sessenta e sete mil, quatrocentos e cinco reais e trinta centavos).

- está sendo investigado no Inquérito Civil Público n. 04/2018

(Autos Extrajudiciais n. 201800076648), em razão de fraudes A UMA CARTA

CONVITE realizada pela comissão que preside, que possui como objeto a

prestação de serviços na área de iluminação pública do município de Crixás-GO

nos anos de 2017 e 2018, em que houve a PARTICIPAÇÃO EXCLUSIVA DE TRÊS

FAMILIARES ENTRE SI, SIMULANDO CONCORRÊNCIA (mesmo modus

operandi de uma das fraudes desta ação), quais sejam os senhores Veimar Alves

Martins, Avelar Neco Viveiros e João Paulo Ferreira de Viveiros (que possuem

relação de parentesco de terceiro grau entre si, conforme prova documental

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

daqueles autos). Lá, também está sendo investigado o eventual não fornecimento

dos serviços contratados (diante das falhas já constatadas naqueles autos na

iluminação pública desta cidade) e a violação ao princípio da eficiência, uma vez

que o objeto da referida licitação (manutenção e realização de reparos - troca de

lâmpadas, hastes, reatores e disjuntores) poderia ser prestado pelos 02 (dois)

servidores públicos efetivos ao cargo de eletricista que o Município de Crixás

possui, os quais foram nomeados por meio dos Decretos 185/2009 e 05/2011.

- a requerida está sendo PROCESSADA neste juízo em 7 (sete)

ações de improbidade administrativa, que narram a prática de MAIS DE 250

(DUZENTOS E CINQUENTA) ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

DISTINTOS no âmbito do PROAS (incluindo a contratação de FAMILIARES de

agentes públicos, a contratação de pessoas que prestavam serviços em

ENTIDADES PRIVADAS, a contratação de servidores com CARGA HORÁRIA

REDUZIDÍSSIMA e a contratação de pessoas não qualificadas exercerem cargos

na Educação Municipal).

- a requerida, ademais, está sendo investigada no Procedimento

de Investigação Criminal n. 02/2018 pelo USO DE DOCUMENTOS

IDEOLOGICAMENTE FALSOS ENTREGUES AO MINISTÉRIO PÚBLICO

EM INVESTIGAÇÃO. Trata-se de uso de documentos ideologicamente falsos no

Inquérito Civil n. 008/2017, uma vez que ela encaminhou ao Parquet estudos

sociais de pessoas que afirmaram, em depoimentos gravados em vídeo, que não

foram submetidas a qualquer estudo social e também de pessoas que informaram,

em depoimentos gravados em vídeo, terem sido submetidas ao estudo social em

data muito posterior à data dos documentos apresentados pela requerida.

c) da COMPROVADA reiteração de fraudes por parte do réu

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

ÁTILA DIETZ FERREIRA, demonstrando o periculum in mora de sua

permanência no cargo, sendo imperativo seu afastamento:

- está sendo processado nesta mesma data, perante este juízo,

pela contratação, mediante licitação na comissão que compõe, de pessoa jurídica

de propriedade de JOAQUIM DIETZ FILHO e NILZA MARIA FERREIRA

(N.M. FERREIRA & CIA LTDA - POSTO DO KIM) que SÃO PARENTES

CONSANGUÍNEOS de quatro agentes públicos locais (fraude semelhante a

uma das aqui apuradas) quais sejam, o vice-prefeito de Crixás, Antônio de

Oliveira Júnior, do advogado que presta serviços ao Município de Crixás, Marcos

Dietz de Oliveira, do vereador e atual presidente da Câmara Municipal de Crixás,

Tiago Oliveira Dietz, e do controlador interno de Crixás, Rumennigge Pires Dietz,

conforme lá detalhado, em clara violação a uma proibição do Edital do Pregão

Presencial n. 2/2017, elaborado pela comissão de licitação da qual este réu faz

parte, previa expressamente a impossibilidade de participação de pessoas

jurídicas que tenham, como sócios, parentes de servidores ou agentes políticos no

município, até o 3º grau, no seu item 4, conforme detalhado naquela ação;

- lá foi constatado que a referida pessoa jurídica, conforme lá

detalhado e comprovado por meio de documentos e provas testemunhais,

recebeu pela venda de combustível não entregues (fraude semelhante a uma das

fraudes aqui apuradas) em relação: ao abastecimento da ambulância AM 14 do

SAMU, da motoneta Honda Biz MT-01, da motocicleta HONDA XLR-125 FNS03,

do TRATOR TA-02, do caminhão BASCULANTE CB-01, da ambulância AM-13,

da Ambulância AM-05, do TRATOR TE-02, do automóvel GOL CP-23 e do

TRATOR TA-08, obtendo indevidamente a quantia de R$ 67.445,30 (sessenta e

sete mil, quatrocentos e cinco reais e trinta centavos).

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

- está sendo investigado no Inquérito Civil Público n. 04/2018

(Autos Extrajudiciais n. 201800076648), em razão de fraudes A UMA CARTA

CONVITE realizada pela comissão que compõe, que possui como objeto a

prestação de serviços na área de iluminação pública do município de Crixás-GO

nos anos de 2017 e 2018, em que houve a PARTICIPAÇÃO EXCLUSIVA DE TRÊS

FAMILIARES ENTRE SI, SIMULANDO CONCORRÊNCIA (mesmo modus

operandi de uma das fraudes desta ação), quais sejam os senhores Veimar Alves

Martins, Avelar Neco Viveiros e João Paulo Ferreira de Viveiros (que possuem

relação de parentesco de terceiro grau entre si, conforme prova documental

daqueles autos). Lá, também está sendo investigado o eventual não fornecimento

dos serviços contratados (diante das falhas já constatadas naqueles autos na

iluminação pública desta cidade) e a violação ao princípio da eficiência, uma vez

que o objeto da referida licitação (manutenção e realização de reparos - troca de

lâmpadas, hastes, reatores e disjuntores) poderia ser prestado pelos 02 (dois)

servidores públicos efetivos ao cargo de eletricista que o Município de Crixás

possui, os quais foram nomeados por meio dos Decretos 185/2009 e 05/2011.

- cita-se, ademais, o Inquérito Civil Público n. 03/2018 (Autos

Extrajudiciais n. 201800146207) em razão de o município ter contratado a senhora

Luciane Alves Dietz Ferreira, SUA CÔNJUGE, como Gestora Pública Municipal,

cargo de natureza técnica, para auferir subsídio equivalente aos cargos de

primeiro escalão, em manifesta violação à Súmula Vinculante n. 13, do Supremo

Tribunal Federal, havendo a provável PRÁTICA DE NEPOTISMO. Também,

está sendo investigada a possibilidade de ela ser “SERVIDORA FANTASMA”,

uma vez que a referida cidadã é professora da Escola SESI de Crixás-GO por pelo

menos 25 (vinte e cinco) horas semanais, sendo que não exerce a carga horária

própria do cargo ocupado, conforme lá comprovado.

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

d) da COMPROVADA reiteração de fraudes por parte da ré

MÁRCIA MARIA RIBEIRO BOLENTINI, demonstrando o periculum in mora de

sua permanência no cargo, sendo imperativo seu afastamento:

- está sendo processada nesta mesma data, perante este juízo,

pela contratação, mediante licitação na comissão que compõe, de pessoa jurídica

de propriedade de JOAQUIM DIETZ FILHO e NILZA MARIA FERREIRA

(N.M. FERREIRA & CIA LTDA - POSTO DO KIM) que SÃO PARENTES

CONSANGUÍNEOS de quatro agentes públicos locais (fraude semelhante a

uma das aqui apurados), quais sejam o vice-prefeito de Crixás, Antônio de

Oliveira Júnior, do advogado que presta serviços ao Município de Crixás, Marcos

Dietz de Oliveira, do vereador e atual presidente da Câmara Municipal de Crixás,

Tiago Oliveira Dietz, e do controlador interno de Crixás, Rumennigge Pires Dietz,

conforme lá detalhado, em clara violação a uma proibição do Edital do Pregão

Presencial n. 2/2017, previa expressamente a impossibilidade de participação de

pessoas jurídicas que tenham, como sócios, parentes de servidores ou agentes

políticos no município, até o 3º grau, no seu item 4, conforme detalhado naquela

ação;

- lá foi constatado que a referida pessoa jurídica, conforme lá

detalhado e comprovado por meio de documentos e provas testemunhais,

recebeu pela venda de combustível não entregues (fraude semelhante a uma das

fraudes aqui apuradas) em relação: ao abastecimento da ambulância AM 14 do

SAMU, da motoneta Honda Biz MT-01, da motocicleta HONDA XLR-125 FNS03,

do TRATOR TA-02, do caminhão BASCULANTE CB-01, da ambulância AM-13,

da Ambulância AM-05, do TRATOR TE-02, do automóvel GOL CP-23 e do

TRATOR TA-08, obtendo indevidamente a quantia de R$ 67.445,30 (sessenta e

sete mil, quatrocentos e cinco reais e trinta centavos).

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

- está sendo investigada no Inquérito Civil Público n. 04/2018

(Autos Extrajudiciais n. 201800076648), em razão de fraudes A UMA CARTA-

CONVITE realizada pela comissão que ela compõe, que possui como objeto a

prestação de serviços na área de iluminação pública do município de Crixás-GO

nos anos de 2017 e 2018, em que houve a PARTICIPAÇÃO EXCLUSIVA DE TRÊS

FAMILIARES ENTRE SI, SIMULANDO CONCORRÊNCIA (mesmo modus

operandi de uma das fraudes desta ação), quais sejam os senhores Veimar Alves

Martins, Avelar Neco Viveiros e João Paulo Ferreira de Viveiros (que possuem

relação de parentesco de terceiro grau entre si, conforme prova documental

daqueles autos). Lá, também está sendo investigado o eventual não fornecimento

dos serviços contratados (diante das falhas já constatadas naqueles autos na

iluminação pública desta cidade) e a violação ao princípio da eficiência, uma vez

que o objeto da referida licitação (manutenção e realização de reparos - troca de

lâmpadas, hastes, reatores e disjuntores) poderia ser prestado pelos 02 (dois)

servidores públicos efetivos ao cargo de eletricista que o Município de Crixás

possui, os quais foram nomeados por meio dos Decretos 185/2009 e 05/2011.

Portanto, torna-se necessário o afastamento cautelar dos agentes

requeridos para garantir a ordem pública e a regular instrução processual,

obstando-se a continuidade dos atos lesivos, a manipulação e o comando por

parte do gestor público de documentos e pessoas e tudo o mais com vista à

repetição da conduta reprovável, assim como evitando quaisquer obstáculos à

apuração dos fatos ou levantamento dos danos deles decorrentes, que possam

servir de fundamento em ulterior decisão de mérito nesta ação civil ajuizada em

decorrência da prática de atos de improbidade administrativa.

O periculum in mora decorre, ainda, da natureza temerária da

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gestão pública exercida pelos agentes requeridos, de modo a configurar fundado

receio de dano potencial irreparável ou de difícil reparação ao erário.

De fato, o extenso período de tempo que os agentes requeridos

têm ultrajado a moralidade administrativa não é possível ser recuperado,

enquanto o dinheiro público desviado costuma sofrer processos de ocultação e

dissimulação que dificultam enormemente sua restituição ao erário.

Em face desses fundamentos fáticos e jurídicos, é mister pleitear o

afastamento provisório dos agentes públicos PLÍNIO LUIS NUNES DE PAIVA,

AULCILENE MARIA DE LIMA, ÁTILA DIETZ FERREIRA e MÁRCIA MARIA

RIBEIRO BOLENTINI de seus respectivos cargos e funções, como previsto no

artigo 20, parágrafo único, da Lei n. 8.429/1992 e imprescindível na espécie.

No mais, registre-se que tal medida, segundo entendimento

doutrinário e jurisprudencial, não representa ofensa à separação de poderes ou ao

princípio democrático.

Em relação ao afastamento cautelar do prefeito, tem-se que o vice-

prefeito se encontra nesta posição justamente para assumir a chefia do Poder

Executivo municipal nos casos de impedimento do prefeito. Aliás, ambos

participaram da mesma chapa eleitoral, portanto fica inteiramente preservado o

princípio democrático, nos termos de jurisprudência do egrégio Tribunal de

Justiça do Estado de Goiás:

“1. Impende que seja desprovido o agravo interno que não traz, em suas

razões, qualquer argumento capaz de alterar o ato decisório que deferiu,

parcialmente, o pedido de efeito suspensivo. 2. Na hipótese, como já,

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

superficialmente, debatido, o Vice-Prefeito, ao assumir o cargo de

Prefeito Municipal de Acreúna tem amplas condições de dar

continuidade às políticas públicas já iniciadas pelo Recorrente,

porquanto são parte de uma mesma chapa eleitoral, e comungam

dos mesmos ideais públicos em prol da população do Município

de Acreúna, não havendo falar em descontinuidade da política

pública. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO. D

ECISÃO LIMINAR MANTIDA” (TJGO, Agravo de Instrumento

5361450-61.2017.8.09.0000, Rel. Delintro Belo de Almeida Filho, 5ª

Câmara Cível, julgado em 19/12/2017, DJe 19/12/2017, destacou-se).

Em sentido contrário, o que não se pode admitir é que os agentes

públicos que receberam a confiança e o voto da população sejam blindados na

ocupação de cargos públicos e mandatos eletivos, ainda que estejam desvirtuando

a finalidade do exercício do poder público – ao invés de contribuírem para o

desenvolvimento coletivo, voltam-se para o enriquecimento ilícito de parentes,

amigos, doadores de campanha e demais particulares. Ainda mais quando há

claras provas do periculum in mora da necessidade de concessão da medida

cautelar, conforme demostrado acima.

V) DOS PEDIDOS

Expostos os argumentos de fato e de direito, requer o

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS:

(a) liminarmente, seja autorizada a medida cautelar de busca e

apreensão, com expedição e cumprimento dos respectivos

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mandados, nos exatos moldes pleiteados no item IV.1, nos

endereços:

- 1. A JATO CARTUCHOS LTDA – ME: Rua Conceição Fiuza,

Qd 12, Lt 02, Residencial Jardim dos Ipês, Crixás-GO

(Coordenadas Geográficas: 14°31'51.7"S 49°57'03.8"O);

- 2. PREFEITURA MUNICIPAL DE CRIXÁS: Praça Inácio José

Campos, nº 01 – Centro, Crixás-GO (Coordenadas Geográficas:

14°32'46.5"S 49°58'05.2"O);

- 3. LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA: Rua 2010. Qd 56. Lt 14.

Novo Horizonte, Crixas-GO (Coordenadas Geográficas:

14°32'1.24"S 49°57'46.37"O);

- 4. AULCILENE MARIA DE LIMA: Rua Circular, Qd 01, Lt. 05,

Jardim dos Ipês, Centro, Crixás-GO (Coordenadas Geográficas:

14°32'4.28"S 49°57'24.92"O);

- 5. PLÍNIO LUÍS NUNES DE PAIVA: Rua Raimundo Elói Nº 28

LT 15, Centro, Crixás-GO (Coordenadas Geográficas:

14°32'53.94"S 49°58'14.24"O).

(a.1) requer-se expressa autorização judicial, desde logo, para

acesso ao conteúdo dos computadores, celulares e demais dispositivos e arquivos

eletrônicos apreendidos, mesmo relativo a comunicações eventualmente

registradas, no momento do cumprimento dos mandados e também

posteriormente.

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(a.2) para efetivação das medidas, sejam os mandados entregues

em mãos a um dos Promotores de Justiça que assinam esta peça ,

de forma sigilosa, a fim de possa ser cumprido por eles com

auxílio do Centro de Inteligência do Ministério Público do Estado

de Goiás, em data a ser definida por este órgão com o auxílio dos

órgãos técnicos, após o planejamento técnico, tático e

operacional imprescindível para efetivação das medidas;

(b) liminarmente, seja decretada a indisponibilidade de bens dos

réus, no valor de R$ 1.349.862,24 (um milhão, trezentos e quarenta

e nove mil, oitocentos e sessenta e dois reais e vinte e quatro

centavos), correspondente à soma do valor do dano moral

coletivo pleiteado e dos empenhos pagos à “A JATO

CARTUCHOS LTDA”, para garantir a reparação dos danos

materiais e morais mencionados nesta peça;

(b.1) a efetivação das medidas de indisponibilidade de bens da

seguinte maneira:

(b.1.1) – bloqueio dos numerários via BACENJUD;

(b.1.2) – se necessário, bloqueio de veículos via RENAJUD;

(b.1.3) – pesquisa no Sistema de Registro Eletrônico de

Imóveis – SREI e efetivo bloqueio, se localizados bens

imóveis;

(b.1.4) – expedição de ofícios aos Cartórios de Registro de

Imóveis dos Municípios de Crixás e Santa Terezinha, a fim

de se averbar a ordem judicial de indisponibilidade de bens

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nas margens dos registros dos imóveis localizados em nome

dos requeridos;

(b.2) sejam tais medidas efetivadas apenas após o cumprimento

de busca e apreensão, a fim de que a publicidade delas não

atrapalhe o sucesso da medida;.

(c) liminarmente, seja determinado o AFASTAMENTO

CAUTELAR dos agentes públicos requeridos PLÍNIO LUIS

NUNES DE PAIVA, AULCILENE MARIA DE LIMA, ÁTILA

DIETZ FERREIRA e MÁRCIA MARIA RIBEIRO BOLENTINI

de seus respectivos cargos e funções públicas, até que se ultime a

instrução do feito, ou, subsidiariamente, que seja fixado prazo

razoável, a ser assinalado pelo douto juízo;

(c.1) seja tal medida efetivada apenas após o cumprimento de

busca e apreensão, a fim de que a publicidade delas não atrapalhe

o sucesso da medida;.

(d) somente após a execução das medidas acima, sejam os

requeridos notificados para apresentarem manifestação por

escrito, no prazo de 15 (quinze) dias;

(e) após, seja recebida a petição inicial, procedendo-se à citação

dos réus para compor o polo passivo da relação jurídico-

processual, dando-lhes oportunidade para, se quiserem,

apresentar resposta no prazo legal, sob pena de revelia;

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(f) seja o Município de Crixás-GO notificado, por intermédio de

seu representante legal, para tomar ciência do ajuizamento desta

ação e para que, querendo, integre o polo ativo desta, conforme

autorização do artigo 17, § 3º, da Lei n. 8.429/1992;

(g) a produção de todas as provas necessárias à demonstração do

alegado, entre elas os depoimentos pessoais dos réus, a oitiva de

testemunhas que serão indicadas durante a instrução, além de

prova pericial e juntada de novos documentos que se fizerem

necessários;

(h) ao final, seja julgada procedente a ação para condenar os

requeridos pela prática dos atos de improbidade administrativa

tipificados na Lei n. 8.429/1992, com a consequente imposição das

sanções previstas no mesmo diploma legal, nas medidas de suas

culpabilidades, nos seguintes moldes:

(h.1) LÍGIA CAMPOS DE ASSIS PAIVA nas sanções do artigo

12, inciso I, da Lei n. 8.429/1992;

(h.2) PLÍNIO LUIS NUNES DE PAIVA, AULCILENE MARIA

DE LIMA, ÁTILA DIETZ FERREIRA e MÁRCIA MARIA

RIBEIRO BOLENTINI, nas sanções do artigo 12, inciso II, da

Lei n. 8.429/1992;

(i) ao final, seja julgada procedente a ação para condenar à

requerida “A JATO CARTUCHOS LTDA” pelos atos de corrupção

empresarial narrados nesta peça, com a consequente imposição

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das sanções previstas nos artigos 19, 20 e 6º, todos da Lei n.

12.846/2013, inclusive com a sua dissolução compulsória, por ter

agido com habitualidade na prática de atos de corrupção

empresarial e por ter sido utilizada para ocultar a identidade da

beneficiária Lígia;

(j) seja julgada procedente a ação para condenar os requeridos à

obrigação solidária de reparar os danos materiais a serem

liquidados e os danos morais coletivos causados pelos atos de

improbidade administrativa e corrupção empresarial, nos termos

do item III.2, no valor de R$ 1.124.885,20 (um milhão, cento e vinte

e quatro mil, oitocentos e oitenta e cinco reais e vinte centavos),

nos termos explicados nesta peça.

(k) a condenação dos requeridos ao pagamento das custas e

despesas processuais.

Com o julgamento procedente da ação, requer seja oficiado ao

Tribunal Superior Eleitoral, para efetivo cumprimento da pena de suspensão dos

direitos políticos; ao Banco Central do Brasil, para que comunique às instituições

financeiras oficiais a proibição de contratar com o poder público e receber

incentivos e benefícios fiscais ou creditícios; e, para o mesmo fim, seja determinada

a inclusão do nome dos réus no Cadastro de Créditos Não Quitados de Órgãos e

Entidades Federais – CADIN e no Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por

Ato de Improbidade Administrativa, do Conselho Nacional de Justiça –CNJ.

Ade006Dais, informa que o Ministério Público apenas não

promoveu a oitiva dos envolvidos em sede de inquérito civil público para que não

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Caio Affonso Bizon Fabricio Lamas Borges da Silva Promotor de Justiça Promotor de Justiça

se frustrassem as investigações, sendo certo que os requeridos serão notificados

para, se quiserem, prestarem suas declarações no dia da efetivação da busca e

apreensão, conforme item IV.1 da petição e pedido de alínea a supra.

Por fim, informa que em razão do tamanho dos anexos, estes serão

entregues em mídia digital no cartório deste juízo.

Confere-se à causa o valor de R$ 1.349.862,24 (um milhão,

trezentos e quarenta e nove mil, oitocentos e sessenta e dois reais e vinte e quatro

centavos).

Crixás – GO, 27 de abril de 2018.

CAIO AFFONSO BIZON FABRÍCIO LAMAS BORGES DA SILVA

Promotor de Justiça Promotor de Justiça