20
Rua da Consolação, 65 - conj. 42 - Centro - São Paulo – SP CEP 01301-911 - Tel.: (11) 2888-5200 - Fax: (11) 2888-5210 E-mail: [email protected] - www.malufadv.com.br EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – SP. Processo n° 0002623-46.2014.5.02.0008 JOSÉ MARIA GONÇALVES OSORIO, qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista proposta em face de SAVOLIDO COMERCIAL E IMÓVEIS LTDA, vem perante V.Exa., por seu advogado, interpor RECURSO ORDINÁRIO, nos termos do artigo 895, I, da CLT, requerendo o seu processamento e o envio das suas razões ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO APLICAÇÃO DO ARTIGO 897-A DA CLT Esclarece o reclamante que o recurso ordinário é tempestivo, vez que após a publicação da sentença o obreiro fez a interposição de embargos de declaração. Os embargos de declaração foram considerados tempestivos e no julgamento dos embargos a MM. Vara analisou o caso concreto rejeitando-os. Desta forma, nos termos do artigo 897-A da CLT, o recurso ordinário é tempestivo, pois os embargos de declaração interromperam o prazo do recurso.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 8ª VARA DO … · Rua da Consolação, 65 - conj. 42 - Centro - São Paulo – SP CEP 01301-911 - Tel.: (11) 2888-5200 - Fax: (11) 2888-5210

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 8ª VARA DO

TRABALHO DE SÃO PAULO – SP.

Processo n° 0002623-46.2014.5.02.0008

JOSÉ MARIA GONÇALVES OSORIO,

qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista

proposta em face de SAVOLIDO COMERCIAL E IMÓVEIS

LTDA, vem perante V.Exa., por seu advogado, interpor

RECURSO ORDINÁRIO, nos termos do artigo 895, I, da

CLT, requerendo o seu processamento e o envio das

suas razões ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª

Região.

DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO

INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

APLICAÇÃO DO ARTIGO 897-A DA CLT

Esclarece o reclamante que o

recurso ordinário é tempestivo, vez que após a

publicação da sentença o obreiro fez a interposição

de embargos de declaração.

Os embargos de declaração foram

considerados tempestivos e no julgamento dos embargos

a MM. Vara analisou o caso concreto rejeitando-os.

Desta forma, nos termos do

artigo 897-A da CLT, o recurso ordinário é

tempestivo, pois os embargos de declaração

interromperam o prazo do recurso.

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DAS CUSTAS PROCESSUAIS

CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

A SENTENÇA JULGOU A AÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 789, §1º E 790-A DA CLT

A sentença julgou a reclamação

trabalhista parcialmente procedente e condenou a

reclamada no pagamento das custas processuais (artigo

789, §1º, da CLT).

Esclarece o reclamante que a MM.

Vara na sentença concedeu ao obreiro os benefícios da

justiça gratuita (artigo 790-A da CLT).

Desta forma, a obrigação do

pagamento das custas processuais é da reclamada.

Nestes Termos

Pede Deferimento

São Paulo, 16 de novembro de 2015.

MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR

OAB/SP 148.128

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RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: José Maria Gonçalves Osorio

RECORRIDO: Savolido Comercial e Imóveis Ltda

ORIGEM: processo n° 0002623-46.2014.5.02.0008 da

8ª Vara do Trabalho de São Paulo – SP.

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA TURMA

Não concorda o reclamante com a

sentença de 1ª Instância que julgou parcialmente

procedente a reclamação trabalhista indeferindo as

seguintes pretensões:

- horas extras e reflexos;

- adicional de sobreaviso;

- ressarcimento integral dos honorários de advogado.

DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE

DIFERENÇAS NO PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 7º, XIII, DA CF

APLICAÇÃO DOS ARTIGO 58 DA CLT

APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST

A r. sentença ao analisar a

pretensão do reclamante julgou improcedente o

pagamento das horas extras e seus reflexos.

A MM. Vara do trabalho concluiu

em sentença que:

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[...

DAS HORAS EXTRAS

Aduziu o reclamante direito ao pagamento de horas extras e reflexos em DSR, aviso prévio, férias e seu terço constitucional, gratificações natalinas, FGTS e sua multa de 40%.

A defesa impugnou a jornada declinada na exordial, alegando que os horários estão refletidos nas folhas de ponto.

Em réplica, o laborista impugnou tais documentos, sob o fundamento de que não refletiam sua verdadeira jornada.

Entretanto, o obreiro não logrou provar que a jornada constante dos cartões de ponto não correspondia à efetivamente desenvolvida. Em audiência, informou que “anotava exatamente a hora que começava e parava de trabalhar” (fls. 248).

Conforme se observa dos holerites juntados aos autos, há horas extras pagas para o laborista.

Não houve o apontamento de diferenças de horas extras e de seu pagamento.

Improcede o pleito principal e seus reflexos.

...]

Não concorda o reclamante com a

fundamentação mencionada na r. sentença, pois o

obreiro respondeu em audiência que anotava exatamente

o horário contratual de trabalho.

A Reclamada não juntou aos autos

os controles de horário do mês de julho de 2014 (mês

da demissão).

A Reclamada juntou aos autos os

controles de horário dos meses de janeiro/2009 até

junho/2014 (docs. 15/80 do volume de documentos das

reclamadas).

Ocorre que, pela análise dos

cartões de ponto juntados, verifica-se que todos os

cartões apontam a jornada de trabalho contratual

(cartões britânicos).

É humanamente impossível o

reclamante ter laborado exatamente no mesmo horário

de trabalho de 2009 a 2014.

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Registre-se que o TST já

pacificou na jurisprudência que os cartões de ponto

britânicos são nulos e o ônus da prova passa a ser da

reclamada.

Desta forma, nos termos do

artigo 74, §2º, da CLT e da Súmula 338, I e III, do

TST, a reclamada deve ser considerada confessa em

todos os pedidos referentes a esses meses (inversão

do ônus da prova).

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 74. O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. ... §2º Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. ...”

SÚMULA DO TST

“Nº 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, §2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. ... III – Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.”

O reclamante laborava das 06:30

às 18:30 de 2ª a domingo com 1 hora e 30 minutos de

intervalo para refeição e descanso.

Assim, temos que o obreiro

laborava inclusive nos dias de folga e em todos os

feriados.

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Conforme horários de trabalho

declinados, o Reclamante laborava habitualmente além

da 8ª hora diária e além da 44ª hora semanal,

violando o disposto no artigo 7º, XIII, da CF e o

artigo 58 da CLT, sendo que a 1ª reclamada pagava

apenas as horas extras constantes dos recibos de

pagamento (docs. 05/09).

Desta forma, faz jus o obreiro às

diferenças nos pagamentos das horas extras e seus

reflexos para efeito de descansos semanais

remunerados (Súmula 172 do TST), férias + 1/3 (Artigo

142, §5º, da CLT), 13º salários (Súmula 45 do TST),

aviso prévio (Artigo 487, §5º, da CLT) e FGTS + 40%

(Artigo 15 da Lei 8.036/90 e Súmula 63 do TST).

DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE

DO INTERVALO PARA REFEIÇÃO E DESCANSO

NORMA DE PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR

APLICAÇÃO DO ARTIGO 71 DA CLT

APLICAÇÃO DA SÚMULA 437, I e III, DO TST

APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST

A r. sentença ao analisar a

pretensão do reclamante julgou improcedente o

pagamento das horas extras e seus reflexos.

A MM. Vara do trabalho concluiu

em sentença que:

[...

DAS HORAS EXTRAS

Aduziu o reclamante direito ao pagamento de horas extras e reflexos em DSR, aviso prévio, férias e seu terço constitucional, gratificações natalinas, FGTS e sua multa de 40%.

A defesa impugnou a jornada declinada na exordial, alegando que os horários estão refletidos nas folhas de ponto.

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Em réplica, o laborista impugnou tais documentos, sob o fundamento de que não refletiam sua verdadeira jornada.

Entretanto, o obreiro não logrou provar que a jornada constante dos cartões de ponto não correspondia à efetivamente desenvolvida. Em audiência, informou que “anotava exatamente a hora que começava e parava de trabalhar” (fls. 248).

Conforme se observa dos holerites juntados aos autos, há horas extras pagas para o laborista.

Não houve o apontamento de diferenças de horas extras e de seu pagamento.

Improcede o pleito principal e seus reflexos.

...]

Não concorda o reclamante com a

fundamentação mencionada na r. sentença, pois o

obreiro respondeu em audiência que anotava exatamente

o horário contratual de trabalho.

A Reclamada não juntou aos autos

os controles de horário do mês de julho de 2014 (mês

da demissão).

A Reclamada juntou aos autos os

controles de horário dos meses de janeiro/2009 até

junho/2014 (docs. 15/80 do volume de documentos das

reclamadas).

Ocorre que, pela análise dos

cartões de ponto juntados, verifica-se que todos os

cartões apontam a jornada de trabalho contratual

(cartões britânicos).

É humanamente impossível o

reclamante ter laborado exatamente no mesmo horário

de trabalho de 2009 a 2014.

Registre-se que o TST já

pacificou na jurisprudência que os cartões de ponto

britânicos são nulos e o ônus da prova passa a ser da

reclamada.

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Desta forma, nos termos do

artigo 74, §2º, da CLT e da Súmula 338, I e III, do

TST, a reclamada deve ser considerada confessa em

todos os pedidos referentes a esses meses (inversão

do ônus da prova).

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 74. O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. ... §2º Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. ...”

SÚMULA DO TST

“Nº 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, §2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. ... III – Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.”

O reclamante laborava das 06:30

às 18:30 de 2ª a domingo com 1 hora e 30 minutos de

intervalo para refeição e descanso.

Assim, temos que o reclamante não

desfrutava corretamente do intervalo para refeição e

descanso, pois o contrato de trabalho estipulava que o

intervalo era de 2 horas (violação do artigo 71,

"caput", da CLT).

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Desta forma, nos termos do

parágrafo 4º do mesmo artigo consolidado e da Súmula

437, I e III, do TST, faz jus o obreiro ao pagamento

de 2 horas extras por dia trabalhado e seus reflexos

para efeito de descansos semanais remunerados, férias

+ 1/3, 13º salários, aviso prévio e FGTS + 40%.

DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE

DO ADICIONAL DE SOBREAVISO

APLICAÇÃO POR ANALOGIA DO ARTIGO 244, §2º, DA CLT

APLICAÇÃO DO ARTIGO 8º DA CLT

APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST

A r. sentença ao analisar a

pretensão do reclamante julgou improcedente o

pagamento do adicional de sobreaviso.

A MM. Vara do trabalho concluiu

em sentença que:

[... DO SOBREAVISO

A jornada em sobreaviso é prevista pela CLT aos ferroviários que permaneciam em suas próprias casas aguardando o chamado da empresa, para a execução de serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados faltantes (art. 244, caput). A escala máxima é de 24 horas, sendo contadas à razão de 1/3.

Difere da prontidão, cujo empregado deveria ficar nas dependências da Estrada, com escala máxima de 12 horas, contadas à razão de 2/3 (art. 244, § 3º, da CLT).

Por analogia, estende-se aos demais empregados a norma celetista, em situação idêntica, tal qual já chancelado pelo C. TST (Súmula 229).

Em sua inicial, o reclamante alegou que permanecia todo o tempo restante de sua jornada em sobreaviso, em sua casa. Ocorre que sua casa era exatamente seu local de trabalho, ou seja, não havia qualquer deslocamento em caso de urgência ou algo semelhante.

Em audiência, não restou comprovado que laborasse além da jornada efetivada, posto que reconheceu os horários anotados nos cartões de ponto (fls. 248).

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Quanto aos momentos em que houve ocupação dos imóveis da reclamada, despiciendo averiguar-se se o reclamante encontrava-se trabalhando ou não, posto que evitar a ocupação não seria função a si acometida, especialmente diante da impossibilidade de realizá-la sozinho e de sua ilegitimidade para tanto, posto que não se trata de força pública. Além disso, o reclamante morava no local de trabalho e portanto, nele estaria, mesmo que não a serviço, nas ocasiões apontadas.

Assim, improcede o pleito. ...]

Não concorda o reclamante com a

fundamentação mencionada na r. sentença, pois entende

o reclamante que a Vara do Trabalho não analisou e

não mencionou a prova documental juntada aos autos

com a petição inicial.

O reclamante foi contratado pela

1ª reclamada para fazer a guarda/segurança de suas

propriedades/imóveis para que não ocorressem as

invasões pelo movimento sem teto.

O obreiro era o único

responsável pela segurança do local de trabalho e

inclusive morava nas dependências do imóvel da 1ª

reclamada.

Está evidente que o reclamante

além de sua jornada de trabalho ficava de plantão em

sua residência aguardando o chamado para qualquer

ocorrência, tanto que em 3 situações teve que se

deslocar até a delegacia de polícia de madrugada para

registrar ocorrência de invasão do imóvel (docs.

14/16 do volume de documentos do reclamante).

A reclamada confessa em defesa

que era necessária a guarda de seus imóveis para

manutenção de sua propriedade a fim de evitar a

invasão, pixação e vandalismo (fls. 181 - item 21).

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Desta forma, nos termos do artigo

244, §2º, da CLT, faz jus o obreiro ao pagamento do

adicional de sobreaviso e seus reflexos para efeito

de descansos semanais remunerados, férias + 1/3, 13º

salários, aviso prévio e FGTS + 40%.

DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE

DO VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 186, 927 E 944 DO CC

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 5º, V E X E 170 DA CF

APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST

A r. sentença ao analisar a

pretensão do reclamante condenou a reclamada no

pagamento de indenização por danos morais e materiais

no valor de apenas R$ 10.000,00.

A MM. Vara do trabalho concluiu

em sentença que:

[...

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

O dano moral consiste no aviltamento da dignidade, da honra, da imagem da pessoa, que acarreta dor maior e mais profunda do que os aborrecimentos do dia a dia, ou de tristeza que se esquece ao cabo da semana. Essa espécie de dano, no mais das vezes, enseja reflexos nocivos na vida do trabalhador, num círculo vicioso que prejudica outros aspectos da vida social, familiar e laboral, novamente. Não se comprova o dano moral, mas, sim, os fatos que supostamente o acarretaram.

Comprovados os fatos e constatada a sua gravidade, devida uma indenização ao trabalhador.

Indenização é compensação por alguma perda, algum dano. Ela visa à recompensa da vítima, transferindo-lhe parte do patrimônio do agressor, a fim de restaurar o equilíbrio entre os agentes. Além disso, serve de punição ao infrator e de instrumento de prevenção contra novas condutas lesivas.

O autor alegou diversos motivos para indenização por danos morais e materiais: suposta divulgação de fatos ofensivos à sua honra relacionados à dispensa por justa causa, humilhações e constrangimentos durante o contrato de trabalho e o furto de seus pertences quando da reintegração de posse do prédio da reclamada.

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Quanto a eventual difusão de notícias quando de sua dispensa, nada provou. Alegou em inicial que a reclamada teria divulgado fatos ofensivos a si, com atribuição de crimes. Tal não foi a justificativa para a justa causa apresentada pela reclamada, nem mesmo no documento que o reclamante recusou-se a assinar. Assim, não há prova da ofensa alegada. Quanto ao tópico, improcede o pedido e seus reflexos.

A alegação de constantes ofensas por parte dos prepostos da reclamada também não foi comprovada, mesmo que se considere a narração dos fatos do dia 18 de julho. Os depoimentos colhidos não permitem conclusão clara de que o reclamante tenha sido ofendido, pois sequer foi possível aferir-se o conteúdo das conversas havidas.

No que se refere aos móveis, os documentos nos autos dão razão ao reclamante.

Indene de dúvidas que o reclamante residia no prédio da reclamada que cuidava, a fim de que não permanecesse vazio. Assim, por óbvio, manteria o reclamante em sua residência as utilidades necessárias, tais como móveis e eletrodomésticos.

Incontroverso, também, que o local em que residia o autor foi ocupado por movimento de moradia no mês de março de 2014, e que houve reintegração em tal imóvel no mês de junho de 2014.

O autor trouxe aos autos cópia do andamento processual conferido em consulta junto ao TJ-SP que comprova a proposição de ação de reintegração de posse pela reclamada com a emissão de mandado para reintegração, inclusive com auxílio de força policial. Assim, a reclamada tinha ciência da data e da possibilidade de reintegração.

Como se sabe, o reclamante residia em imóveis da reclamada, para cumprir suas funções e assim, obviamente, dependeria de direcionamento e autorização da reclamada para ocupar outro local.

Curiosamente, a reclamada alega que o autor teria preferido permanecer residindo no prédio ocupado até o mês de abril, quando foi transferido para prédio da Praça da República, que foi, também este, alvo de ocupação que resultou na transferência do reclamante para um terceiro prédio.

A reclamada alega que caberia ao reclamante cuidar de seus bens móveis e ocupar-se de sua transferência, descuidando do fato de que o reclamante dependeria de suas ordens e autorização para remover e deslocar seus bens para onde fosse transferido pela reclamada.

De todo modo, mesmo que o reclamante devesse acompanhar seus bens e que pudesse tê-los logo retirado do primeiro local, tal situação não exime a reclamada da responsabilidade de avisar ao reclamante da reintegração agendada, posto que é praxe em tais momentos a retirada de todos os bens móveis, com encaminhamento a depósitos públicos se outro destino não houver.

A reclamada sequer alega ter buscado avisar o reclamante quanto à reintegração e necessidade da retirada de seus bens, a fim de evitar a perda. Tal aviso seria perfeitamente possível já que o reclamante permanecia prestando serviços à reclamada e poderia evitar a perda dos bens.

Assim, a ausência de aviso da reclamada quanto à reintegração é elemento essencial a influenciar a situação que resultou na perda sofrida pelo reclamante. A reclamada alega ter oferecido ajuda para transporte dos bens, mas não há qualquer comprovação do alegado.

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A lista de bens apresentada, bem como as notas fiscais, indicam bens de uso cotidiano e necessários ao guarnecimento de um lar, em sua maioria, tais como cama, mesa, fogão, estante, sem luxos.

Assim, reconheço os danos sofridos pelo autor em razão da omissão da reclamada, omissão que o levou a perder seus bens, do que resultam danos materiais em razão da perda em si dos bens, e danos morais pela repentina perda de bens essenciais ao dia a dia, sem que tenha sequer mais a sua cama para dormir.

As balizas para a limitação da punição são amplamente discutidas. Como a dor moral não é mensurável, esta Juíza reputa justa a compensação levando-se em conta a gravidade dos fatos, sua repercussão, o porte e a capacidade econômica da empresa, a existência de dolo e reiteração de conduta, bem como o patamar salarial do empregado que, no caso, chegava a R$1632,44 e o montante dos valores dos bens indicados.

Assim, tendo em vista a responsabilidade da reclamada e os critérios declinados, imponho o pagamento de indenização por danos morais e materiais no importe de R$10.000,00, com correção monetária e juros a partir deste julgamento (19.06.2015), conforme Súmula nº 362 do STJ e artigo 397, § único do Código Civil. ...]

Não concorda o reclamante com o

valor do dano fixado na r. sentença, pois a reclamada

é uma empresa do ramo imobiliário de grande porte que

atua na Cidade de São Paulo, sendo certo que o valor

de R$ 10.000,00 a título de danos morais e materiais,

não condiz com os danos irreversíveis causados ao

autor.

Ademais, o valor estipulado não

atenderá a finalidade do desestímulo e

conscientização da empresa, deixando de demonstrar a

reprovação social de suas condutas, pois o valor

arbitrado equivale a apenas 0,01% do faturamento

mensal da empresa.

Registre-se que o valor de R$

10.000,00 não atende ao Princípio da

Proporcionalidade, pois o salário da reclamante era

de R$ 1.632,44, ou seja, a indenização por danos

morais e materiais sequer chega a 10 salários

nominais.

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Como pode uma indenização por

danos morais decorrente da violação da dignidade

humana do trabalhador ter o valor de apenas R$

10.000,00 quando a reclamada é uma empresa de grande

porte?

O reclamante efetuou um Boletim

de Ocorrência para registrar o esbulho possessório em

propriedade da reclamada no dia 08/03/2014 (doc. 15

do volume de documentos do reclamante).

Ocorre que no dia 27 de junho de

2014 houve a reintegração de posse do imóvel e o

gerente de patrimônio da reclamada (Sr. Osvaldo

Campos) não comunicou o obreiro sobre essa

reintegração, sendo que todos os seus pertences que

estavam em sua moradia foram subtraídos/furtados pelo

movimento sem teto (doc. 16 do volume de documentos

do reclamante).

Registre-se que a reclamada sabia

da reintegração de posse (doc. 13), mas de forma

dolosa não comunicou o obreiro para se preparar e

proteger a sua moradia contra o movimento, situação

esta incompatível com a dignidade da pessoa humana e

com a valorização do trabalho, asseguradas pela

Constituição Federal.

Esclarece o obreiro que todas as

suas coisas foram levadas/saqueadas pelos invasores

do movimento sem teto (doc. 16).

Informa o obreiro que foram

subtraídos os seguintes pertences (doc. 17):

- ESTANTE BELAFLEX SAFIRA PD IMB

- FOGÃO CONTINENTAL GRANPRIX

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Assim, o empregador, além da

obrigação de dar trabalho e de possibilitar ao

empregado a execução normal da prestação de serviços,

deve ainda, respeitar a honra, a reputação, a

liberdade, a dignidade, e integridade física e moral

de seu empregado, porquanto se tratam de valores que

compõem o patrimônio ideal da pessoa, assim

conceituado o conjunto de tudo aquilo que não seja

suscetível de valor econômico.

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Os responsáveis das reclamadas

extrapolaram totalmente o poder diretivo do

empregador, sendo que as reclamadas tomando a atitude

de não comunicarem o obreiro da reintegração de posse

agrediram a sua honra, sua privacidade e a sua

intimidade ao ter todos os seus pertences saqueados.

Registre-se que como o

reclamante morava no imóvel da 1ª reclamada a mesma

tinha a obrigação de zelar pela sua segurança e pelos

pertences do reclamante, ou seja, a reclamada tem a

obrigação de zelar pelo ambiente de trabalho do seu

empregado.

Assim, temos que a reclamada

extrapolou completamente o seu poder diretivo

previsto no artigo 2º da CLT, impedindo o reclamante

de desfrutar de seu direito constitucional à moradia.

Diante de todo o exposto,

entende o recorrente que apesar da r. sentença ter

deferido a reparação, o valor arbitrado, com certeza,

não irá atingir as suas finalidades, qual sejam, o

desestímulo e a compensação, pois a reclamada é uma

empresa do ramo imobiliário de grande porte que atua

na Cidade de São Paulo

Razão pela qual entende o

recorrente pela violação dos seguintes dispositivos:

CF, arts. 5º, V e X, 170; CCb, arts. 186, 187 e 944;

LICC, art. 5º.

S.m.j., o valor arbitrado pelo

juízo “a quo” não é compatível com a extensão dos

danos sofridos pelo reclamante, e não serve como

medida pedagógica à reclamada, devendo ser elevado, a

teor da CF e artigo 944 do Código Civil, para o valor

equivalente à, no mínimo, R$ 30.000,00.

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DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE

RESSARCIMENTO COM AS DESPESAS DE ADVOGADO

VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL

APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST

A r. sentença ao analisar esta

pretensão da reclamante limitou o ressarcimento dos

honorários de advogado a apenas 20%.

A MM. Vara do trabalho concluiu

em sentença que:

[...

DA INDENIZAÇÃO PELA CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO

Na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios dizem respeito à miserabilidade, não à sucumbência, remunerando a assistência do Sindicato, conforme a Lei nº 5.584/70 (Súmula 219 do TST).

Entretanto, pelo novel Código Civil, deve haver a reparação integral do dano decorrente de cometimento de ato ilícito (art. 389). De fato, dispõe a norma que, “não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”. A teoria do ressarcimento integral bem atende aos que têm de vir ao Poder Judiciário exigir obrigações inadimplidas espontaneamente, razão pela qual reputo o instituto plenamente compatível com o processo laboral. Rechaço a tese de que o ius postulandi enseja a desnecessidade de representação técnica, pois é notório que o processo trabalhista, há muito, perdeu a intensa simplicidade que lhe era inerente, quando da confecção da CLT.

Assim, em concordância com o princípio do ressarcimento integral à vítima de quem comete ato ilícito, mister se faz a condenação da ré ao pagamento de uma indenização, como compensação pelos gastos na contratação de seu patrono. Limito a indenização a 20%, por ser percentual já elevado para a contratação de honorários advocatícios. Diante disso, procede o pleito de indenização compensatória por gastos com advogado, para o reclamante, no importe de 20% sobre a soma dos demais títulos deferidos, calculada antes da dedução da tributação. Note-se que a verba é devida para o reclamante, não ao seu advogado.

Não há honorários em favor da reclamada, porquanto atos ilícitos praticados por si moveram o reclamante à apresentação da demanda. ...]

Não concorda o reclamante com a

fundamentação mencionada na r. sentença, pois a

Reclamada deverá ressarcir integralmente o

Reclamante.

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Nos termos do artigo 8º da CLT e

dos artigos 389 e 404 do Código Civil, as Reclamadas

deverão ressarcir o Reclamante com juros e correção

monetária e ressarcir inclusive as despesas de

honorários de advogado, no importe de 30% do valor da

condenação.

Os honorários previstos nos

artigos 389 e 404 do Código Civil de 2002 estão

relacionados com os contratados entre o cliente e o

seu advogado, não se trata de sucumbência, mas de

ressarcimento integral do dano.

O ressarcimento legal direcionado

ao lesionado não se interage com a verba honorária

imposta pela sucumbência, havendo, assim, uma plena

autonomia dos honorários sucumbenciais em relação aos

contratuais.

A verba honorária imposta pelo

Novo Código Civil é uma indenização de Direito

Material, não guardando nenhuma relação com o Direito

Processual, sendo que o seu titular é o lesionado e

não o seu advogado.

Diante da violação de seus

direitos, não só em eventuais situações

extrajudiciais como judiciais, o trabalhador deve ser

indenizado pelas despesas havidas com o seu advogado,

sob pena de violação da própria razão de ser do

Direito do Trabalho, ou seja, de sua origem

protetora.

A restituição do seu crédito há

de ser integral, ou seja, as perdas e danos, nas

obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com

atualização monetária segundo índices oficiais

regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas

e honorários de advogado.

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A decisão judicial deverá fixar,

a título de indenização, os valores efetivamente

contratados entre o trabalhador e o seu advogado,

quando de fato houver o reconhecimento da procedência

parcial ou total da postulação deduzida em juízo.

Claro está que essa indenização

será um crédito do empregado, na qualidade de parte

da relação jurídica processual, já que se trata de um

ressarcimento das despesas havidas por ele em face da

atuação profissional de seu advogado.

Diante do exposto, requer o

Reclamante seja dado provimento ao recurso ordinário

para reformar a sentença de 1ª Instância para:

Deferir ao obreiro o pagamento das diferenças no

pagamento das horas extras e seus reflexos

reflexos para efeito de descansos semanais

remunerados, férias + 1/3, 13º salários, aviso

prévio e FGTS + 40%;

Deferir ao obreiro o pagamento das horas extras

pela violação do intervalo interjornada e seus

reflexos em DSR’s, 13º salários, férias + 1/3,

aviso prévio e FGTS + 40%;

Deferir ao obreiro o pagamento do adicional de

sobreaviso e seus reflexos DSR's, 13º salários,

férias + 1/3, aviso prévio e FGTS + 40%;

Deferir ao obreiro a majoração do valor da

indenização por danos morais e materiais;

Deferir ao obreiro o ressarcimento integral das

despesas de advogado.

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Nestes Termos

Pede Deferimento

São Paulo, 16 de novembro de 2015.

MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR

OAB/SP 148.128

RECURSO ORDINÁRIO SAVOLIDO - ZE MARIA