EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO EGRÉGIO … · Amazonas I - DOS FATOS No dia 01/09/2018, os ora Representados, candidatos aos cargos de Governador, Vice-Governador e Deputado

NÃO EXISTE JUSTIÇA SEM ADVOGADO

LAURO DOMINGOS DOS SANTOS DE CARVALHO ADVOGADO – OAB/AM 4.379

Escritório Jurídico: Rua Pedro Pastor, 41 – Bairro do Centro, CEP. 69.435-000 – Manaquiri -

Amazonas

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DE AMAZONAS

Jair de Aguiar Souto, Presidente do Partido Politico MDB de Manaquiri (AM), Prefeito do Município de Manaquiri, inscrito no CPF/MF sob № 247.248.662-68, com endereço profissional na Rua Pedro Pastor, № 41, Centro, CEP: 69435-000, por seu procurador firmatário, com instrumento de procuração incluso, com escritório situado à Rua Pedro Pastor, 41 – Bairro do Centro, CEP. 69.435-000 – Manaquiri - Amazonas, onde recebe intimações, vem, respeitosamente, perante de V. Exa. ingressar com,

pedido de REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO (ART. 41-A DA LEI Nº 9.504/97),

com espeque no caput do artigo 96, da LEI № 9.504 DE 30.09.1997, em face de David Antônio Abisai Pereira de Almeida, brasileiro, casado, portador da Carteira de Identidade sob o № 1012778-0 SSP/AM, inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o № 405.822.802.49, residente e domiciliado na Rua José Chavalier, número 181, bairro Morro da Liberdade, CEP 69074- 810, Manaus/AM, candidato ao cargo de Governador do Amazonas pela Coligação “Renova Amazonas” composta pelos partidos PODE, PMN, PMB, PSB, PROS e PT registrada por meio DRAP № 0600226-09.2018.6.04.0000 e Francisco Jorge Ribeiro Guimaraes, brasileiro, divorciado, portador da Carteira de Identidade OAB/AM № 2978, inscrito no CPF sob o № 138.515.512-49, residente e domiciliado na Rua Ajuricaba, № 95, casa 1, Aleixo, CEP 69093-020, Manaus/AM, candidato a Vice-Governador pela supracitada Coligação e Douglas Pazini Junglkans, brasileiro, casado, portador da Carteira de Identidade sob o № 1937859-0 SSP/AM, inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o № 839.263.562-00, residente e domiciliado na Rua 01, s/№, Quadra 01, Bairro Conjunto Novo, esquina com a Avenida Ernando Paiva de Oliveira, Manaquiri/AM, candidato ao cargo de Deputado Estadual sob o № 33319, pelo PNM – Partido de Mobilização Nacional.




Amazonas

I - DOS FATOS

No dia 01/09/2018, os ora Representados, candidatos aos cargos de Governador, Vice-Governador e Deputado Estadual, nas eleições de 2018, fizeram campanha eleitoral com distribuição gratuita de gasolina a eleitores, acompanhada de solicitação de votos, no posto PIU PIU de propriedade do ultimo Representado, conforme documentos em anexo.

Em mensagem publicada no Facebook e Whatsap, foi veiculado que os Representados realizaram ato de propaganda eleitoral com farta distribuição gratuita de gasolina a eleitores no dia 01/09/2018.

É de se notar Excelência, que logo após o eleitor Sebastião de Melo Bernardo ter tomado conhecimento do ilício eleitoral, comunicou a Servidora Aline Said Pessoa do Posto de Atendimento Eleitoral de Manaquiri (AM), a respeito de festa de comemoração que estava sendo realizada no dia 01 de setembro de 2018 no Posto PIU PIU de propriedade do terceiro Representado - Douglas Pazini Junglkans, de suposta entrega de combustível de forma gratuita aos eleitores do Município de Manaquiri (AM). Entrega de combustível realizada pelos Representados.

A Servidora Eleitora, diante do ocorrido, entrou em contato com Juiz Eleitoral, Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Igor Caminha Jorge, bem com o Chefe de Cartório da 23ª Zona Eleitoral Raylso Nahim Pereira, relatando o acontecido, onde foi dada ordem a Servidora por estes, para que se dirigisse a festa que estava sendo realizada no estabelecimento Posto PIU PIU, comunicando os Representados, que parassem imediatamente de doar combustível de forma gratuita aos eleitores de Manaquiri (AM).




Amazonas

Colhe-se ainda de matéria disposta no Facebook e Whatsap dos Representados, através da qual o eleitor João Freire Castro, agradece ao Candidato ora Representado - Douglas Pazini Junglkans, em disponibilizar maquina de forma gratuita (doc. em anexo), onde o eleitor no dia 26/08/2018, disponibilizou no Facebook e Whatsap, que segue abaixo:

“Operação Tapa Buraco Manaquiri

Prefeito não faz, a gente faz

Agradeço ao meu amigo Douglas Piu-Piu que me ajudou muito

Trouxe benefícios não só para mim também para quem passa todos os dias por lá

Não precisamos de fortuna para fazer o básico para o Município de Manaquiri.”

Em anexo, juntadas fotografias e filmagens do evento, as quais, comprovam, estreme de dúvidas, os fatos publicados no referido Facebook e Whatsap, mormente o de que o representado esteve presente e, com gestual típico de candidatos em campanha, discursou no citado evento, realizado para promover as suas candidaturas; que houve ampla veiculação de propaganda eleitoral em favor do ora Representados; que houve distribuição de grande quantidade de gasolina, e que, de fato, as pessoas ali presentes aparentam ser de origem humilde.

As fotos do evento acompanham essa petição.

O evento foi de grandes proporções, certo que, como observou havia cerca de, mas de 100 (cem) pessoas.

Como se vê, os elementos de convicção existentes nos autos não deixam margem a qualquer dúvida de que os candidatos Representados, em conduta plenamente típica à luz do Art. 41-A da Lei das Eleições, ofereceu e deu ao enorme contingente de eleitores presentes, de um modo geral pessoas humildes, que moram nas redondezas e dispõem de poucas possibilidades de lazer, gasolina




Amazonas

em abundância, agindo com o fim precípuo de obter-lhes os votos, tanto assim que, em seu discurso, realizado imediatamente antes do início da distribuição da gasolina, pediu expressamente que votassem nele.

Os Candidatos Representados postaram ainda fotos para publicidade da doação de gasolina, com intuito eleitoreiro, como dispõe a seguir:




Amazonas




Amazonas




Amazonas




Amazonas




Amazonas




Amazonas




Amazonas




Amazonas




Amazonas

II - DO DIREITO

Dispõe o artigo 41-A LEI № 9.504 DE 30.09.1997:

"Art. 41-A. Ressalvado o disposto no Art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no Art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.

§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir."




Amazonas

Igualmente, dispõe o Art. 89 da Resolução TSE № 23.457/15:

“Art. 89. Ressalvado o disposto no Art. 26 e incisos da Lei nº 9.504/1997, constitui captação ilegal de sufrágio o candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de R$1.064,10 (mil e sessenta e quatro reais e dez centavos) a R$53.205,00 (cinquenta e três mil, duzentos e cinco reais) e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto nos incisos I a XIII do Art. 22 da Lei Complementar nº 64/1990 (Lei nº 9.504/1997, Art. 41-A).”

A conduta praticada pelos Representados subsume-se exatamente ao tipo de ilícito em tela. Pouco importa que os Representados venham a alegar eventualmente que não tenha sido o organizador do evento ou o responsável por seu custeio. O fato é que o evento eleitoral em tela, arquitetado com o fim específico de obter os votos dos eleitores, somente ocorreu graças à participação e anuência dos representados, em torno do qual girou o evento e que nele discursou, pedindo expressamente votos aos presentes, e isso imediatamente antes que fossem servidas fartamente comidas e bebidas.

Cumpre trazer à colação precedente do E. Tribunal Superior Eleitoral:

“Medida Cautelar. Liminar concedida. Agravo interno. Art. 41-A da Lei № 9.504/97. Autoria. Precedente. Provimento do apelo. Cassada a liminar. Indeferida a cautelar.”

Caracteriza-se a captação de sufrágio prevista no Art. 41-A da Lei № 9.504/97 quando o candidato pratica as condutas abusivas e ilícitas




Amazonas

ali capituladas, ou delas participa, ou delas anui explicitamente. (Acórdão № 1.229, de 17.10.2002 – Relatora: Ministra Ellen Gracie; Redator designado: Ministro Sálvio de Figueiredo).

Embora seja certo que para a caracterização da captação ilícita de sufrágios não é indispensável a existência de pedido explícito de votos (Ac. TSE nº 773, de 24/8/2004, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros), no caso em tela, como já visto, houve pedido expresso de votos aos eleitores presentes.

Para que se tenha por caracterizada a captação ilegal de sufrágio, não é imprescindível a identificação dos eleitores cujos votos foram objeto de ilícita captação. Nesta esteira, o entendimento firmado pelo Colendo Tribunal Superior Eleitoral:

“Investigação Judicial. Representação. Art. 41-A da Lei № 9.504/97. Multa. Inelegibilidade. Art. 22 da LC № 64/90.

Não-identificação dos nomes dos eleitores corrompidos. Desnecessidade.”

Estando comprovada a prática da captação ilegal de votos, não é imprescindível que sejam identificados os eleitores que receberam benesses em troca de voto.

Em representação para apurar captação vedada de sufrágio, não é cabível a decretação de inelegibilidade, mas apenas multa e cassação de registro ou de diploma, como previsto no Art. 41-A da Lei № 9.504/97. (Acórdão № 21.022, de 05.12.2002, Relator: Ministro Fernando Neves).

Medida Cautelar incidental. Pedido de liminar para emprestar efeito suspensivo a recurso especial. Representação com base nos arts. 41-A e 73 da Lei № 9.504/97.




Amazonas

Havendo representação por violação aos Arts. 41-A e 73 da Lei № 9.504/97, o processo poderá obedecer ao rito do Art. 22 da LC № 64/90. Não ocorrência de prejuízo. Código Eleitoral, Art. 219.

Para a configuração da infração ao Art. 41-A da Lei № 9.504/97, não se faz indispensável à identificação do eleitor. Precedente: Respe № 21.022, rel. Min. Fernando Neves. Oferta feita a membros da comunidade. A pluralidade não desfigura a prática da ilicitude. Súmulas № 07 do STJ e 279 do STF. Incidência. (...)

Medida cautelar julgada improcedente. (Acórdão № 1.252, de 12.12.2002 – Relator: Ministro Luiz Carlos Madeira).

Patente, pois, a infração por parte do representado ao Art. 41-A da Lei 9.504/97.

III - DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer-se:

a) o recebimento e o processamento da presente representação, com a adoção do rito estabelecido no Art. 22 da Lei Complementar № 64/90, nos exatos termos do previsto no Art. 41-A da Lei № 9.504/97;

b) a notificação dos Representados David Antônio Abisai Pereira de Almeida, Francisco Jorge Ribeiro Guimaraes e Douglas Pazini Junglkans, nos endereços supramencionados, para, querendo, apresentarem defesa no prazo de 05 (cinco) dias, nos termos do Art. 22, I, "a", da Lei Complementar № 64/90, prosseguindo-se segundo o rito estabelecido nesse artigo;

c) seja, ao final, julgada procedente a representação, para que se reconheça a prática de captação ilícita de sufrágios, infligindo-se aos Representados David Antônio Abisai Pereira de Almeida, Francisco Jorge Ribeiro Guimaraes e Douglas Pazini Junglkans, a pena pecuniária correspondente, a ser fixada no máximo legal (cinquenta mil UFIR), em face da




Amazonas

especial gravidade dos fatos narrados, bem como a pena de cassação do seu registro ou diploma, nos termos do Art. 41-A da Lei № 9.504/97;

d) seja determinada a extração de cópia integral do presente feito e remessa ao órgão técnico desse MM. Juízo, responsável pela emissão de parecer quando do exame das contas de campanha do representado, para os fins previstos nos Arts. 17 e seguintes da Lei № 9.504/97.

e) o encaminhamento de uma via das fotos e da gravação referente à mídia que acompanha esta petição (fotos) juntamente com a notificação citatória, devendo uma cópia da mídia e da de gravação permanecer no processo e uma cópia da mídia ser mantida em cartório, facultando-se às partes e ao Ministério Público, a qualquer tempo, requerer cópia, independentemente de autorização específica.

f) Protesta-se pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial e de todos os meios probantes em direito admitidos, desde que moralmente legítimos e obtidos de forma lícita, especialmente o depoimento pessoal dos Representados, sob pena de confissão se estes não comparecerem, ou, comparecendo, negarem-se a depor;

g) seja intimado ministério público eleitoral para manifestar-se sobre o caso;

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

M a n a q u i r i ( A M ) , 1 7 d e s e t e m b r o d e 2 0 1 8 .

Advogado - Lauro Domingos dos Santos de Carvalho OAB/AM 4.379

Documents

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO EGRÉGIO … · Amazonas I - DOS FATOS No dia 01/09/2018, os ora Representados, candidatos aos cargos de Governador, Vice-Governador e Deputado