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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ MEMBRO DO EGRÉGIO
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA PARAÍBA.
“Cabe à Justiça Eleitoral, no papel de
instituição essencial ao regime
democrático, atuar como protagonista na
mudança desse quadro, em que as mulheres
são sub-representadas como eleitoras e
líderes, de modo a eliminar quaisquer
obstáculos que as impeçam de participar
ativa e efetivamente da vida política.
As normas de caráter afirmativo são não
só constitucionalmente legítimas, como
pragmaticamente necessárias, em um País
caracterizado por toda sorte de
desigualdade, sobretudo nas oportunidades
de participação das mulheres na vida
político-partidária”.
(TSE - RP nº 282-73/DF, Rel. Min. Herman
Benjamin, em 23.2.2017)
A COLIGAÇÃO “A FORÇA DA ESPERANÇA II”, integrada
pelo Partido Progressista - PP, Partido Social Cristão -
PSC, Partido Humanista da Solidariedade - PHS, Partido
Trabalhista Cristão - PTC, Partido Verde - PV, Partido da
Social Democracia Brasileira - PSDB, Partido Social
Democrático – PSD, que concorreram aos cargos de Deputados
Estaduais nas eleições de 20181, vêm, à presença de Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 14, §§ 10 e 11, da
Constituição Federal, propor a presente
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO
A presente AIME é ajuizada contra a “COLIGAÇÃO FORÇA DO TRABALHO
V”, que disputou os cargos da Assembleia Legislativa da
Paraíba no ano de 2018, em litisconsórcio passivo com todos
os seus candidatos (eleitos, suplentes e laranjas), bem como
partidos que compõem a coligação (REDE/PPS/PMN/DEM), cujas
qualificações completas estão a seguir:
1 “Esta Corte já assentou que, tratando-se de ação de impugnação de mandato eletivo, são legitimadas para a causa as figuras elencadas no art. 22 da Lei de Inelegibilidades, quais
sejam, qualquer partido político, coligação, candidato ou o Ministério Público Eleitoral.”
(TSE - AgR-AI nº 94192, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJ de 24.03.2011)
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LITISCONSORTES PASSIVOS:
FORÇA DO TRABALHO V, REDE / PPS / PMN / DEM, coligação criada
para disputar os cargos de Deputados Estaduais da Assembleia
Legislativa da Paraíba nas eleições gerais de 2018, podendo
ser citada no seu endereço informado à Justiça Eleitoral na
RUA DEPUTADO BARRETO SOBRINHO, 320, TAMBIÁ, 58020680, FAX
(83) 3222-5727, FONE (83) 3222-7677, por meio do seu
representante legal.
Diretório Estadual do “25 – DEMOCRATAS”, CNPJ n.º
35.501.667/0001-52, podendo ser citado na RUA DEPUTADO
BARRETO SOBRINHO, 320, TAMBIÁ, 58020680, FAX (83) 3222-5727,
FONE (83) 3222-7677, [email protected]
Diretório Estadual do “18 - REDE SUSTENTABILIDADE”, CNPJ n.º
24.253.187/0001-01, podendo ser citado na RUA ENF. ANA MARIA
BARBOSA DE ALMEIDA, 85, SL 201, CIDADE UNIVERSITÁRIA, CEP
N.º 58052270, JOÃO PESSOA-PB
[email protected], (83)98862-3110
Diretório Estadual do “33 - PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL”,
CNPJ n.º 04.292.436/ 0001- 52, podendo ser citado na RUA
NORBERTO DE CASTRO NOGUEIRA, 134, JARDIM OCEANIA/BESSA, João
Pessoa/PB, CEP 58037603, (83) 99924-6235
Diretório Estadual do “23 - PARTIDO POPULAR SOCIALISTA”,
CNPJ n.º 08.741.484/0001- 31, podendo ser citado na AV. PRES.
EPITACIO PESSOA, n.º753, Bairro dos Estados, CEP n.º
58030904, e-mail [email protected](83) 98720-3822
LAURO SERGIO MAIA DE VASCONCELOS, PPS, brasileiro,
divorciado, CPF nº 17528186449, RG º 330372 - SSP/RN,
residente na AVENIDA NEMAMCIO NEIVA, 318 - CENTRO, CATOLÉ DO
ROCHA - PB, CEP: 58884-000, email [email protected],
(83)996340505 Whatsapp
LILIAN DA SILVA BANDEIRA, PPS brasileira, solteira, CPF nº
84112395434, RG n.º 227670851 - SSP/SP, RUA JOSE DA COSTA
PEREIRA, 100 - ERNANI SATIRO, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58080-
450, [email protected], (83)986404851 Whatsapp
LINDEMBERGUE VIRGINIO DO NASCIMENTO, PPS, brasileiro, RG º
3059622 - SSP/PB, CPF nº 06621624476, RUA RIO PARAIBA, 608
- CASTELO BRANCO, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58058-000, email
[email protected], (83)986475596 Whatsapp
Página 3 de 65
MARIA CAMPOS DE LACERDA, PPS, brasileira, CPF nº 89351975487,
RG nº 700234 - SSP/PB, RUA ANA LACERDA, SN CASA DE ALUISIO
- ALTO DA BOA VISTA, BONITO DE SANTA FÉ - PB, CEP: 58960-
000, [email protected], (83)999091010 Whatsapp
MARIANO SOARES DA CRUZ, brasileiro, CPF nº 20291795404, RG
nº 419576 - SSP/PB, RUA SIMEAO LEAL, 150 - CENTRO, CAMPINA
GRANDE - PB, CEP: 58400-093, [email protected],
(83) 988328056 Whatsapp
NAYMARA CARNEIRO SANTOS DA SILVA,PPS, brasileira, RG nº
3497080 - SSDS/PB, CPF nº 10259038466, RUA OLIVIO DAMIÃO
BEZERRA, 51 - BRASILIA, BAYEUX - PB, CEP: 58307-400,
[email protected], (83)999353723 Whatsapp, (83) 98603-
5551 Whatsapp
REGINALDO GALDINO DOS SANTOS (Alcunha Nem do Óculos), PPS,
brasileiro, RG nº 2659282 - SSP/PB, CPF nº 04440189482, RUA
BELA VISTA, 108 - CENTRO, MARI - PB, CEP: 58345-000,
[email protected], (83) 993237254 Whatsapp, (83)
99958-8794 Whatsapp
RICARDO RENAN SERAFIM PINHEIRO, PPS, brasileiro, CPF nº
06050290407, RG nº 3165723 - SSP/PB, RUA DOUTOR ANTONIO
PEREIRA ANDRADE, 63 - CRUZ DAS ARMAS, JOÃO PESSOA - PB, CEP:
58085-060, [email protected], (83)981281165
Whatsapp, (83)991751779 Whatsapp.
SEBASTIÃO ALBERTO CANDIDO DA CRUZ, PPS, brasileiro, RUA
GETULIO VARGAS, 425 TERREO - CENTRO, SOLÂNEA - PB, CEP:
58225-000, RG nº 1184880 - SSDS/PB, CPF nº 62268198472,
[email protected], (83) 988458657 Whatsapp.
MARIA DELZANE BEZERRA DE SOUZA, PPS, brasileira, RG nº
3063187 - SSP/PB, CPF nº 08287282403, Rua Cicero Lucena,
s/n, centro, São José de Piranhas, CEP 58940-000, CEP: 58030-
904. Email [email protected], (83)987203822 Whatsapp.
JANAINA MARTINS CAVALCANTI DE SOUSA, PPS, brasileira, CPF nº
00091465478, RG n,º 1665500 - SSP/PB, Rua Juvêncio Andrade,
n.º 458, Centro, São José de Piranhas, CEP n.º 58940-000,
[email protected], (83)987203822 Whatsapp
YOHANIE STEPHANIE SOUSA MELO, PPS, brasileira, arquiteta,
CPF nº 09838696420, RG n.º nº 3775655 - SSP/PB, Rua José
Bonifácio, 34, 1º andar, Batalhão, Catole do Rocha, PB, CEP
58884-000, [email protected], (83)987203822 Whatsapp
ALINE AGUIAR FEITOSA SANTANA, DEM, brasileira, RG n º 3023462
- SSDS/PB, CPFnº 05816431439, RUA RUA MANOEL ALVES DE
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OLIVEIRA, 534 CASA DUPLEX - CATOLÉ, CAMPINA GRANDE - PB,
CEP: 58410-575, [email protected], (83) 996004300
ANA LUCIA DOS SANTOS ESTEVÃO, DEM brasileira, RG n º 2857997
- SSP/PB, CPF nº 04636243439, RUA FABIO SILVA LIMA, 953 -
SÃO JOSE, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58034-510,
[email protected], (83)986112123 Whatsapp
HILDO JOSE LISBOA ALVES, DEM, brasileiro, RG nº 1081587 -
SSP/PB, CPF nº 50391585487, RUA NICOLA PORTO, 281 APTO 102
- MANAÍRA, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58038-120,
[email protected], (83)993056298 Whatsapp
JORGE LUIZ MAURICIO CANANEA GOMES, DEM, brasileiro, AVENIDA
CABO BRANCO, 4400 COND. GREEN SUNSET HOME FLAT - CABO BRANCO,
JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58045-010, Identidade nº 107115503 -
IFP/RJ, CPF nº 05166956737, [email protected],
(21)976794444 Whatsapp
JOSIAS MENDES DE OLIVEIRA, DEM, brasileiro, C PF nº
78912172468, RG nº 1490937 - SSP/PB, RUA JOSEMAR NEGROMONTE,
163 AZEVEDO. APTO 103 - JARDIM CIDADE UNIVERSITÁRIA, JOÃO
PESSOA -PB, CEP: 58052-567, [email protected],
(83)988220777 Whatsapp
LEONARDO MICENA DA SILVA BARBOSA, DEM, brasileiro, RG nº
2674155 - SSP/PB, CPF nº 01212797400, RUA 15 DE NOVEMBRO, 80
- RIO DO MEIO, BAYEUX - PB, CEP: 58308-310,
[email protected] (83)988888625 Whatsapp.
LUMA ALVES GOUVEIA, DEM, brasileira, RG nº 8183447 - SDS/PE,
CPF nº 09407175499, RUA COMERCIANTE JOSÉ FLORENTINO ANDRADE,
230 APTO 102 - JD CID UNIVERSITÁRIA, JOÃO PESSOA -PB, CEP:
58052-205, [email protected], (83)987344952 Whatsapp
MARCIO PEREIRA DOS SANTOS FARIAS, DEM, brasileiro, RG º
3023134 - SSDS/PB, CPF nº 05922888463, RUA FREI VITAL, 2014
- VARADOURO, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58010-620.
[email protected], (83)986728603 Whatsapp
RAONI BARRETO MENDES, DEM, brasileiro, RG nº 2089429 –SSP/PB,
CPF nº 03113145465, RUA SIDNEY CLEMENTE DORE, 235 APTO. 1201
- TAMBAÚ, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58039-230,
[email protected], (83)991222332 Whatsapp
RAUL JOSE BEZERRA DE LIMA, DEM, brasileiro, RG º 2655620 -
SSDS/PB, CPF nº 05069506463, RUA SEVERINO VIANA DE LIMA, 55
- FUNCIONÁRIOS, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58078-110,
[email protected], (83)999314418 Whatsapp
Página 5 de 65
WANILSON PANTERA DE VASCONCELOS COSTA, brasileiro, RG º
1192495 - SSP/PB, CPF nº 60199849404 RUA RUA MANOEL MORAIS,
565 APTO 202 - MANAÍRA, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58038-230,
[email protected], (83)998054451 Whatsapp,
(11)959046341 Whatsapp
VALDIVAN GOMES COSTA, DEM, brasileiro, RG nº 1104014 -
SSPPB/PB, CPF nº 5602225544, ALTO RUA OSEAS ALMEDA, 128 CASA
- CENTRO, CACIMBA DE DENTRO - PB, CEP: 58230-000,
[email protected], (83)982095306 Whatsapp
ADERALDO GONÇALVES DO NASCIMENTO JÚNIOR, PMN, brasileiro,
documento de identidade nº 445342 - SSP/PB, CPF nº
32199260453, RUA WALDEMAR DE MESQUITA ACCIOLY, 1483 -
BANCÁRIOS, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58051-420,
[email protected], (83)996100504 Whatsapp
ALLYSON FERNANDO DE ARRUDA TAVARES, PMN, brasileiro,
documento de identidade nº 2661448 - SSP/PB, CPF nº
04350149430, RUA JOÃO BARBOSA DA SILVA, 100 - CENTRO,
QUEIMADAS - PB, CEP n.º 58475-000. E-mail
[email protected] (83)991350795 Whatsapp
GILBERTO ALVES DILO, PMN, brasileiro, documento de
identidade nº 2657796 - SSDS/PB, CPF nº 06543298421, RUA
PRAÇA M. SEBASTIÃO RABÊLO, 98 - CENTRO, MANAÍRA - PB, CEP:
58995-000. [email protected], (83)998179160 Whatsapp
IVANDRO OLIVEIRA DE ARAÚJO, PMN, brasileiro, documento de
identidade nº 1856207 - SSP/PB, CPF nº 03050956410, RUA
ANTONIO R. DOS SANTOS, 29 - CENTRO, SUMÉ - PB, CEP: 58540-
000. [email protected], (83)999321877 Whatsapp
JOEL CORDEIRO DE ARAÚJO, PMN, brasileiro, documento de
identidade nº 3317166 - SSP/PB, CPF nº 08687887400, RUA
EVERALDO GONÇALVES DO NASCIMENTO, 116 - MANGABEIRA I, JOÃO
PESSOA - PB, CEP: 58056-050. [email protected],
(83)986733333 Whatsapp (83)986139768 Whatsapp
JORGE LUIS BARBOSA, PMN, brasileiro, documento de identidade
nº 11787 - PM/PB, CPF nº 64553701472, RUA RUA JOSÉ CARNEIRO
RODRIGUES, 111 - FUNCIONÁRIOS I, JOÃO PESSOA - PB, CEP:
58087-327. [email protected], (83)988097311 Whatsapp
JOSÉ GEORGE GOMES ARAUJO, PMN, brasileiro, documento de
identidade nº 2036019 - SSP/PB, CPF nº 06122064408, RUA
JOCELIN DE SOUZA ROCHA, 143 - VALENTINA I, JOÃO PESSOA - PB,
CEP: 58064-050. [email protected] (83)986519683
JULIANA DE LIMA DA SILVA, PMN, brasileira, documento de
identidade nº 3643420 - SSP/PB, CPF nº 09911213412, RUA
Página 6 de 65
ANTÔNIO ROFRIGUES DOS SANTOS, 29 - CENTRO, SUMÉ - PB, CEP:
58540-000. [email protected] (83)998809960 Whatsapp
LUCIANO DE SOUZA DA SILVA, PMN, brasileiro, documento de
identidade nº 2823868 - SSP/PB, CPF nº 04689715483, RUA
HILDA NETO PEIXOTO, 136 - HEITEL SANTIAGO, SANTA RITA - PB,
CEP: 58300-970. [email protected],
(83)988309613 Whatsapp
MAIRLA RANIELLY GOMES LEITE, PMN, brasileira, documento de
identidade nº 3588138 - SSP/PB, CPF nº 01600999433, RUA JOÃO
BARBOSA DA SILVA, 100 - CENTRO, QUEIMADAS - PB, CEP: 58475-
000. [email protected] (83)991350795 Whatsapp
ALMIR ALVES DE LIMA MELO, REDE, portador do documento de
identidade nº 2395972 - SSP/PB, CPF nº 01128166496, RUA
CREUZA DOS ANJOS PIRES BEZERRA, SN - COSTA E SILVA, JOÃO
PESSOA - PB, CEP: 58081-097. [email protected],
(83)987732461 Whatsapp
ANIELY MIRTES SOARES ALVES, REDE, documento de identidade nº
2153281 - SSP/PB, CPF nº 03414411474, RUA DR. MILCIADES LEAL,
56 1º ANDAR - TAMBIÁ, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58020-690.
[email protected], (83)996043254 e (83)988393736
CATIER FERREIRA DE LIMA, REDE, brasileiro, documento de
identidade nº 2951076 - SSDS/PB, CPF nº 06412917446, RUA SAO
FRANCISCO, SN CASA - LOGRADOURO , CACIMBA DE DENTRO - PB,
CEP: 58230-000., [email protected], (83)982142715
CRISTINA MAURICIO DE OLIVEIRA (Alcunha “Guerreira”),
portadora do documento de identidade nº 1655994 - SSP/PB,
CPF nº 01033776467, RUA RIO GRANDE DO SUL, 123 F - QUARENTA,
CAMPINA GRANDE - PB, CEP: 58416-175,
[email protected], (83)986226050 Whatsapp
FILIPE GUIMARÃES DE SOUSA (Alcunha “Vaqueiro”), REDE,
brasileiro, portador do documento de identidade nº 3723731
- SSP/PB, CPF nº 09328679443, RUA NUCLEO 1, 12 - SAO GONÇALO,
SOUSA - PB, CEP: 58814-000. [email protected]
(83)986029332 Whatsapp
JOSINEIDE BARBOSA DA SILVA, REDE, brasileira, portadora do
documento de identidade nº 1232559 - SSP/PB, CPF nº
57026394487, RUA DEPUTADO JOSÉ TAVARES, 658 - CRUZ DAS ARMAS,
JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58085-730. [email protected],
(83)988100398 Whatsapp
JOSÉ IRINEUDO DE BRITO ALVES, REDE, portador do documento de
identidade nº 2207595 - SSP/PB, CPF nº 03528674423, RUA
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ANTONIO TAVARES DE SOUSA , 56 - CENTRO, SÃO JOSÉ DE PIRANHAS
- PB, CEP: 58940-000. [email protected] (83)991756041
MARCELA KELLY DE VASCONCELOS, REDE, portadora do documento
de identidade nº 2673332 - SSP/PB, CPF nº 01137614498, RUA
FILOMENA SANTANA, 93 - MANGABEIRA, JOÃO PESSOA - PB, CEP:
58057-200, [email protected],(83)988623110
MARIA DAS GRAÇAS SANTOS, REDE, portadora do documento de
identidade nº 13992232 - SSP/PB, CPF nº 75990377487, RUA
MARIO BOTELHO , 194 - MANGABEIRA I, JOÃO PESSOA - PB, CEP:
58058-390, [email protected] (83)988567557 Whatsapp
Deputado Eleito MELCHIOR NAELSON BATISTA DA SILVA (Alcunha
Chió), portador do documento de identidade nº 1943261 -
SSDS/PB, CPF nº 02776594429 RUA MANOEL DE BARROS, 86 -
CPREDE, REMÍGIO - PB, CEP: 58398-000. [email protected]
(83)996643100 Whatsapp, (83)993182523 Whatsapp
MOABE ALVES DA COSTA, portador do documento de identidade nº
2686685 - SSP/PB, CPF nº 04131734451, RUA PRINCESA ISABEL,
37 - TABAJARA, CATOLÉ DO ROCHA - PB, CEP: 58884-000.
[email protected] (83)988932608 Whatsapp
NAPOLEÃO DE FARIAS MARACAJÁ, REDE, portador do documento de
identidade nº 1612031 - SSP/PB, CPF nº 88426084400, RUA
PAULINO MAIA DE SOUSA , 91 - SANTA ROSA, CAMPINA GRANDE -
PB, CEP: 58415-705. [email protected]
(83)987563600 Whatsapp
NILDA ALVES PASSONI, REDE, portadora do documento de
identidade nº 157573023 - SSP/SP, CPF nº 04254931808, RUA
DOUTOR ROMEU AZEVEDO MENEZES, 119 - MANGABEIRA, JOÃO PESSOA
- PB, CEP: 58055-020, [email protected]
(83)988551261 Whatsapp (83)993753907 Whatsapp
OSCAR VENANCIO DE LIMA, REDE, portador do documento de
identidade nº 4257915 - SSP/PB, CPF nº 04643909404, AVENIDA
INGÁ, 891 APTO 401 - MANAIRA, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58038-
251. [email protected] (83)993812349 Whatsapp (83)981335745
RAFAEL BENICIO TAVARES, portador do documento de identidade
nº 3046015 - SSP/PB, CPF nº 08016096409, RUA LIONIDIO
FRANCISCO DE OLIVEIRA, 270 - BAIRRO DOS ESTADOS, JOÃO PESSOA
- PB, CEP: 58030-216. [email protected] (83)98770-2955
REGINALDO PAIVA DE FIGUEIREDO, portador do documento de
identidade nº 2283564 - SSP/PB, CPF nº 00227214790, RUA LIRIO
DOS VALES, 72 CIDADE VERDE - MANGABEIRA VIII, JOÃO PESSOA -
PB, CEP: 58059-190. [email protected] (83)988140654
Página 8 de 65
SEBASTIÃO CÀNDIDO DA SILVA KMITA (Alcunha ZINHO), portador
do documento de identidade nº 3419438 - SSP/PB, CPF nº
26044466850, RAMAL FERREIRA DE MACEDO, 64 - CENTRO, PICUÍ -
PB, CEP: 58187-000, [email protected] (83)998588924
WEVERTON DE SOUSA ARAUJO, REDE, portador do documento de
identidade nº 3415525 - SSP/PB, CPF nº 07477975441, RUA
FRANCISCO CANDEIA DO NASCIMENTO , 31 CASA - BELO HORIZONTE,
PATOS - PB, CEP: 58704-105. [email protected]
(83)996577968 Whatsapp
ALCELINA BERNARDO DOS SANTOS, PPS, portadora do documento de
identidade nº 1949112 - SSP/PB, CPF nº 02196464490, RUA SANTA
LUZIA, 132 - BONDOCONGO, CAMPINA GRANDE - PB, CEP: 58428-
490, (83)988537524 Whatsapp
AMARILDO MEIRA DE VASCONCELOS, portador do documento de
identidade nº 947746 - SSP/PB, CPF nº 36525367468, RUA
TEODORO NUNES DA COSTA, 22 - SANTA MARIA, TEIXEIRA - PB,
CEP: 58735-000. [email protected], (83)996787858
ANTONIO PEDRO DA SILVA JUNIOR, PPS, portador do documento de
identidade nº 2766901 - SSP/PB, CPF nº 01270997432, RUA
FLAVIO MAROJA FILHO, 527 - SESI, BAYEUX - PB, CEP: 58306-
090. [email protected], (83)987692185 Whatsapp
BARBARA STEFEN DE OLIVEIRA BARROS LUNA, portadora do
documento de identidade nº 2778859 - SSP/PB, CPF nº
05027213409, RUA MANOEL BARROS OLIVEIRA, 106 - CONJ
PROFESSORES, CAMPINA GRANDE - PB, CEP: 58429-080.
[email protected] (83)988053972 Whatsapp
Deputado Eleito ERICO DJAN CORTE DE ALENCAR, PPS, portador
do documento de identidade nº 3741808 - SSP/PB, CPF nº
02159141470, AVENIDA RIO BRANCO, 676 APTO 1202 - BRASILIA,
PATOS - PB, CEP: 58700-370, [email protected],
(83)999212137 Whatsapp
FABIOLA LEVI MEIRA (Alcunha Fabíola Rezende), portadora do
documento de identidade nº 1650452 - SSP/PB, CPF nº
89367367449 RUA PROFESSOR FENELON PAULO CAMARA, 185 - CRISTO,
JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58071-750. [email protected]
(83)988180447 Whatsapp (83)999432750 Whatsapp
GALILEU RICARTE MACHADO DANTAS, portador do documento de
identidade nº 1373992 - SSP/PB, CPF nº 75971143468, AVENIDA
INGÁ, 540 APTO 1501 - MANAIRA, JOÃO PESSOA - PB, CEP: 58038-
250., [email protected] (83)993982663 Whatsapp
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HENRIQUE MAROJA JALES COSTA, portador do documento de
identidade nº 2443256 - SSP/PB, CPF nº 00891400443, FAZENDA
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IVO TEIXEIRA DE ARAUJO FILHO, portador do documento de
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JOSE ARTUR MELO DE ALMEIDA (Alcunha Artur Bolinha) portador
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JOSEANE SOARES DA SILVA, portadora do documento de identidade
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FIGUEIREDO, 181 1 ANDAR - CENTRO, ITAPORANGA - PB, CEP:
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JOSÉ CÉLIO DE FIGUEIREDO, portador do documento de identidade
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Deputado Eleito JOÃO BOSCO CARNEIRO JUNIOR, PPS, portador do
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1. OBJETO DA AIME EM QUESTÃO
A presente Ação de Impugnação ao Mandato Eletivo
(AIME) é baseada em uma fraude (art. 14, §10º CF/88)
consistente na apresentação de candidaturas femininas
artificiais para a disputa de assentos na Assembleia
Legislativa da Paraíba, quando, na verdade, as candidatas
adiante mencionadas nunca tiveram a real intenção de
participar efetivamente de uma postulação eleitoral.
Denomina-se de “candidaturas femininas
artificiais” os registros de postulações eleitorais de
mulheres “laranjas” ou “fantasmas”, que têm seus nomes
indevidamente inseridos na lista de candidatos de uma
coligação, como um método de burlar deliberadamente a
legislação eleitoral.
De acordo com os fatos articulados nesta ação,
todos devidamente comprovados, ver-se-á que as fraudes aqui
farpeadas foram praticadas com base em dois motivos
determinantes: (i) preencher a cota legal que impõe a
apresentação de, no mínimo, 30% das candidaturas de pessoas
de cada sexo (cota de gênero) ou (ii) desviar recursos
oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
destinado às mulheres, por meio do emprego destes valores em
finalidades inidôneas e não-eleitorais (desvio de recursos).
Entre as candidatas com registro de candidatura
deferido, indeferido e as desistências, a “Coligação Força
do Trabalho V” chegou a contar com a presença de 22 mulheres
integrantes da chapa. Deste quantitativo mencionado, pelo
menos 9 (nove) candidatas se envolveram na fraude relacionada
à apresentação de postulação eleitoral fantasma, enquanto 1
(uma) candidata, além de fraudar a regra cota de gênero,
também apresentou sua postulação com o fim exclusivo de
receber recursos do Fundo Especial Eleitoral das Mulheres e,
ato contínuo, desviar os valores em proveito de seus
familiares.
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Assim, as candidaturas artificiais não passaram
de um mero engodo, premeditadamente esquematizadas para
ludibriar a Justiça Eleitoral por meio das fraudes aqui
reveladas, burlando-se a legislação pátria, para o
atingimento de finalidades ilícitas.
Neste contexto, o objeto da AIME em tela é
confrontar a fraude, hostilizar os ilícitos e impugnar os
mandatos eletivos dos beneficiários desta artimanha
astutamente planejada e desenvolvida pelas partes aqui
representadas.
2. DO CABIMENTO DA AIME EM AÇÕES QUE VISEM APURAR
FRAUDE À REGRA DA COTA DE GÊNERO DE CANDIDATURAS
A AIME é expediente processual eleitoral
previsto diretamente na Constituição da República, no art.
14, §10º, que dispõe que “O mandato eletivo poderá ser
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso
do poder econômico, corrupção ou fraude.”. O foco da presente
AIME é demonstrar a ocorrência de fraude praticada por meio
da apresentação de candidaturas femininas artificiais, nas
eleições de 2018.
Ao se debruçar sobre o tema, o Tribunal Superior
Eleitoral assentou que a Ação de Impugnação ao Mandato
Eletivo é instrumento hábil a verificar o cometimento
de fraude à lei durante o processo eleitoral, e não apenas
aos casos referentes ao processo de votação.
Na hipótese em análise, a alegação de fraude se
circunscreve à apresentação de candidaturas femininas
artificiais, pela “Coligação Força do Trabalho V, onde as
mulheres integrantes da coligação postulante a vagas na
Assembleia Legislativa não tinham a real pretensão de lograr
êxito em uma disputa eleitoral, mas tão somente ludibriar a
Justiça Eleitoral, utilizando-se de um ardil para preencher
a cota de reserva de gênero ou para receber recursos do Fundo
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Especial das Mulheres, para gastar os recursos em finalidades
não-eleitorais.
Havendo ocorrência de candidatura artificial
visando a induzir o juízo eleitoral em erro e corrompendo o
hígido cumprimento da leis do processo eleitoral, necessário
se faz a atuação pujante do Poder Judiciário em invalidar
todos os votos recebidos pela Coligação, que sequer existiria
caso a fraude não tivesse sido configurada.
Partindo para as bases teóricas, deve-se
destacar que a Lei n.º 12.034, de 2009, estabeleceu que “cada
partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo
de 70% para candidaturas de cada sexo”. A partir daí, para
dar proteção imediata à universalização das chances da
postulação eleitoral entre brasileiros, criou-se regra da
cota de gênero.
Considerando-se que, historicamente, as chapas
proporcionais apresentadas à Justiça Eleitoral eram
monopolizadas pelos homens, os partidos e coligações
passaram a fazer verdadeiras acrobacias para poder respeitar
a representatividade feminina mínima de 30% das
candidaturas.
Não há espaços para digressões em relação ao
conteúdo da Lei n.º 12.034/2009. Se o legislador determinou
a regra da reserva de cota de gênero nas candidaturas
proporcionais, é porque esta foi a melhor solução para dar
concretude e eficácia às regras constitucionais do sistema
democrático brasileiro, com pluralismo político e ampla
acessibilidade aos cargos eletivos, por meio de disputa em
igualdade de condições entre os postulantes.
Desse modo, o objetivo do legislador foi
determinar que fossem efetivamente preenchidas as cotas de
gênero, e que não ficassem meramente disponíveis para
eventuais candidaturas de mulheres como acontecia sob a
vigência da redação anterior do dispositivo legal. Tudo isso
sob pena de indeferimento do DRAP da coligação, em caso de
descumprimento desta regra afirmativa de representatividade
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política feminina.
Esse é o posicionamento firme da jurisprudência
do TSE, que determina que “A norma prevista no art. 10, §3º,
da Lei 9.504/97 tem caráter objetivo e o seu descumprimento
impede a regularidade do registro da coligação ou do partido
interessado em participar das eleições”. (AgR-REspe nº 117-
81/BA, Rei. Min. Nancy Andrighi)
Diante de todo este contexto de afirmação dos
direitos femininos, estando-se ciente do mecanismo de burla
que as coligações utilizam para conseguir preencher
artificialmente a cota de gênero das candidaturas, a
circunstância de várias candidatas do sexo feminino não terem
obtido sequer o próprio voto demonstra a existência de FRAUDE
em relação ao cumprimento das normas que regem o processo
eleitoral.
Especificamente sobre este tema, é fundamental
observar as razões de julgamento do standard-case RespE n.º
1-49, pelo TSE, que confirmou que a apresentação de
candidaturas artificiais femininas é uma espécie de fraude,
bem como este fato gera a admissibilidade da AIME como forma
de combater a ilicitude. Vejamos:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE
MANDATO ELETIVO. CORRUPÇÃO. FRAUDE.
COEFICIENTE DE GÊNERO.
1. Não houve violação ao art. 275 do Código
Eleitoral, pois o Tribunal de origem se
manifestou sobre matéria prévia ao mérito
da causa, assentando o não cabimento da ação
de impugnação de mandato eletivo com
fundamento na alegação de fraude nos
requerimentos de registro de candidatura.
2. O conceito da fraude, para fins de
cabimento da ação de impugnação de mandato
eletivo (art. 14, § 10, da Constituição
Federal), é aberto e pode englobar todas as
situações em que a normalidade das eleições
e a legitimidade do mandato eletivo são
afetadas por ações fraudulentas, inclusive
nos casos de fraude à lei.
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3. A inadmissão da AIME, na espécie,
acarretaria violação ao direito de ação e à
inafastabilidade da jurisdição.
Recurso especial provido.
(TSE - Recurso Especial Eleitoral n° 149,
José Freitas/PI, rel. Min. Henrique Neves da
Silva, em 4.8.2015)
Ato contínuo, cabe observar trecho
brilhantemente lapidado pelo Ministro Henrique Neves,
extraído da ratio decidendi do referido Recurso Especial
Eleitoral n° 149 (TSE), cuja ementa foi supra transcrita.
Vejamos a fundamentação:
[...] Penso que o termo fraude, estampado no art.
14, § 10, da Constituição Federal, encerra
conceito aberto, a englobar todas as situações
de fraude - inclusive a de fraude à lei - que
possam afetar a normalidade das eleições e a
legitimidade do mandato obtido. [...]
Realmente, o cabimento da ação de impugnação de
mandato eletivo deve ser admitido como
instrumento processual de salvaguarda da
legitimidade e da normalidade das eleições
contra toda sorte de abuso, corrupção ou fraude,
não cabendo impor limitações ao texto
constitucional que não estejam previstas na
própria Constituição Federal.
Nessa linha, cumpre destacar que essa
compreensão do conceito de fraude para efeito do
cabimento da ação de impugnação de mandato
eletivo não encerra, em si, interpretação
extensiva, mas o mero reconhecimento de que onde
o constituinte não distinguiu, não cabe ao
legislador ordinário ou ao intérprete distinguir
para efeito de reduzir o alcance do comando
constitucional.
[...]
Nesse aspecto, as alegações de fraude à lei,
nas quais se aponta que determinada regra foi
atendida a partir de suposto engodo praticado
pela agremiação política, não podem ter a sua
análise extirpada do âmbito da ação de
impugnação de mandato eletivo.[...]
Nesse ponto, é importante destacar que a
hipótese dos autos não contempla mera aferição
da observância ou não dos percentuais de gênero
das candidaturas previstas na legislação
eleitoral, o que é, em si, matéria a ser aferida
no momento da impugnação ou da análise do
Demonstrativo de Regularidade dos Atos
Partidários - DRAP, conforme é pacífico na
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jurisprudência deste Tribunal.
O que se narra na presente ação - cuja
veracidade deve ser oportunamente verificada -
é a existência de candidaturas fictícias
lançadas apenas para atender os patamares
exigidos pela legislação eleitoral. A análise
de tais questões - inclusive no que tange ao
eventual oferecimento de valores e vantagens
para que as candidatas renunciassem - é matéria
que, evidentemente, não pode ser aferida, nem
mesmo apontada no início do processo de registro
de candidaturas, pois os fatos que apontariam
para a caracterização da alegada fraude teriam
ocorrido também em período posterior ao do
registro das candidatas. [...]
Assim, no presente caso, os fatos apontados
pelos recorrentes não podem ser considerados, a
priori, como insuficientes para configurar
hipótese de cabimento da ação de impugnação de
mandato eletivo.
A doutrina assim se expressa sobre o alcance este
objeto da AIME, explicando que as candidaturas fictícias são
uma espécie de fraude, cabíveis de serem impugnadas via esta
ação constitucional:
“A AIME também pode veicular o fato fraude,
expressão que deve ser entendida como toda
conduta capaz de desvirtuar ou alterar os
elementos e as condições da disputa ou inserindo
fator estranho ao processo eleitoral, tudo para
beneficiar o candidato, em detrimento dos
demais. [...]
Como mencionado no Capítulo II (Registro de
Candidatura) – Item 4 (Reserva de Gênero), os
partidos devem compor suas listas de candidatos
às eleições proporcionais (vereadores e
deputados) com observância dos percentuais
mínimo (30%) e máximo (70%) para cada um dos
sexos. Diante da dificuldade que alguns
enfrentam para apresentar pelo menos 30% de
mulheres, candidaturas fictas são levadas a
registro, daí decorrendo renúncias ou completa
inexistência de campanha.
A manobra, como se vê, acaba possibilitando a
participação do partido na eleição, já que, sem
se desincumbir dessa ação afirmativa de
participação das mulheres, o partido não teria
sequer seu DRAP deferido, ficando prejudicados
os registros de todos os seus candidatos, porque
devolvida a lista.
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Com essa fraude, o partido obtém votação capaz
de eleger um ou mais candidatos.
(Edson de Resende Castro, Curso de Direito
Eleitoral, pág. 465, Editora Del Rey, 2016)
A partir da doutrina e jurisprudência pátria,
extrai-se a firme conclusão não é possível interpretar
restritivamente o conceito de “fraude” tratado pelo art. 14,
§10 da CF/1988. Não se deve restringir o que o próprio
constituinte não restringiu. Tal premissa gera a necessidade
de admissibilidade da AIME para combater fraudes não apenas
em relação ao processo de votação, mas também no que se
refere ao escorreito cumprimento das regras de todo o
processo eleitoral!
E vale salientar que, no caso do registro de
candidaturas de mulheres para cumprir a regra da cota de
gênero, o poder decorrente do monopólio das candidaturas
exercido pelos partidos políticos não se limita ao mero
lançamento formal de candidaturas, pois a regra - como ação
afirmativa - impõe que o seu conteúdo seja efetivamente
respeitado de modo que as postulações eleitorais lançadas
sejam efetivas e reais.
De acordo com todas estas razões, sendo a AIME
uma ação constitucional admissível na hipótese de fraude
lato sensu, e, considerando-se que a burla às regras legais
de proteção à representatividade feminina na política é
considerada uma hipótese de fraude, salta aos olhos a
admissibilidade processual da presente AIME.
3. A FALTA DE REPRESENTATIVIDADE FEMININA NA POLÍTICA
Em termos teóricos, a Constituição de 1988
aparenta ser revestida com ares de perfeição no que se refere
à universalização do voto e à concepção de uma democracia
plena, com previsão de representatividade política e social
de minorias e maiorias, sem quaisquer distinções.
Além de toda carga democrática axiológica
pulverizada na Carta Constituição, para defender o objeto
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desta ação, menciona-se expressamente os trechos que
preconizam que “Todo o poder emana do povo”, “A soberania
popular será exercida pelo sufrágio universal” e, como não
poderia deixar de ser, “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza”.
No que atinte à concretização da igualdade
plena, nosso problema não é a falta de Texto Constitucional,
já que estamos guarnecidos com um modelo jurídico que tem
nível de excelência ao prever métodos de materialização da
soberania popular. Contudo, no campo fático, de forma
dolorosa, há que se reconhecer o fracasso do nosso arranjo
democrático no que se refere à participação efetiva das
mulheres na política, sendo esta chaga no aparelho brasileiro
de representatividade social.
No Brasil, as mulheres vivem em um cenário de
sub-representação. Suas aspirações não são debatidas nos
parlamentos, bem como as políticas públicas femininas não
conseguem ser desenvolvidas ou aprofundadas. E o fato é que
existe um hiato de gênero identificado na representatividade
política brasileira, que criou um distorcido ambiente sem
liderança feminina nos cargos eletivos.
A situação é tão grave que estudos da União
Parlamentar Internacional apontam que o Brasil tem menos
representatividade feminina na política que a Arábia
Saudita2. Em novembro de 2018, por meio do levantamento
“Women in national parliaments”, a representatividade
feminina na política brasileira correspondia a apenas 15,0%
na Câmara Federal, enquanto, na Arábia Saudita, este patamar
atingiu 19,9% de presença feminina.
A título de contextualização, apresenta-se o
seguinte o seguinte infográfico, mostrando dados sobre a
conjuntura histórica da participação de mulheres nas
eleições, que revela o panorama deplorável que o Brasil vive
em relação à sub-representação feminina na política:
2 UPI – Estudo “Women in national parliaments” http://archive.ipu.org/wmn-e/classif.htm
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Na “cultura eleitoral paraibana”, o contexto de
baixíssima efetividade constitucional é ainda pior do que os
dados gerais do Brasil. Basta dizer que apenas 13,8% das
cadeiras na Assembleia da Paraíba serão ocupadas por
deputadas estaduais durante a legislatura 2019-2021 e, por
sua vez, a representatividade feminina na Câmara Federal
atingiu apenas 8,3% dos parlamentares eleitos pela Paraíba,
para o mesmo quadriênio 2019-2021.
Aqui, na Paraíba, a situação é tão grave que
basta dizer que, segundo os dados do Repositório de
Informações do TSE3, nas eleições de 2016, no Município de
Maturéia-PB, apenas um único voto foi destinado a mulheres,
mesmo com esta cidade sertaneja contando com um eleitorado
de 4.950 pessoas aptas a votar e tendo 12 candidatas
formalmente inscritas na disputa4.
Os dados chocam. E este fenômeno de baixa
representatividade feminina não deveria acontecer, já que o
estado brasileiro conta com uma Constituição tão pródiga em
relação à valorização da universalização da democracia e
ampla igualdade de chances na postulação política. Além
disso, conforme está sendo demonstrado ao longo de toda essa
AIME, a Lei Federal n.º 12.034/2009 fora editada pelo
legislador pátrio justamente com a intenção de eliminar essa
distorção, garantindo a cota de gênero no parlamento, sendo
este um método que deveria ter aumentado a efetividade ao
Espírito Constitucional.
Com o advento da Lei Federal n.º 12.034/2009, as
eleições mostraram que o percentual proporcional de mulheres
candidatas subiu, afinal, formalmente as coligações passaram
a respeitar a cota de gênero. Contudo, esse respeito foi
fictício, já que as coligações passaram a driblar o conteúdo
teleológico da norma ao apresentar candidaturas femininas
fantasmas.
3http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/repositorio-de-dados-eleitorais-1/repositorio-de-dados-eleitorais 4 http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/municipios/2016/2/19984/candidatos
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Vejamos dados extraídos do site do TSE5, que
demonstram o aumento do número de candidaturas femininas,
contudo, a irrelevante oscilação que isso trouxe para a
efetiva participação ativa da mulher na política:
Com a onda de fraudes ocorridas após a edição da
Lei n.º 12.034/2009, a doutrina pátria passou a combater
ferozmente a prática de candidaturas femininas artificiais.
A respeito, é válido conferir o seguinte trecho: "A
candidatura de laranjas é ato acintoso ao sistema jurídico,
fato que representa verdadeiro deboche ao povo brasileiro,
sobretudo às mulheres, ao ordenamento jurídico, ao Poder
Judiciário e à Constituição da República que consagra como
um de seus vetores o princípio da igualdade”6
A jurisprudência também se manifestou
prontamente contra a fralde das candidaturas artificiais
femininas, reconhecendo-se a ilegitimidade desta postulação
eleitoral fictícia. Vejamos precedente da lavra do Ministro
Herman Benjamin:
5 https://www.politize.com.br/participacao-das-mulheres-na-politica-brasileira/ 6 Elaine Harzheim Maceco, em “A cota de gênero no processo eleitoral como afirmativa na concretização de direitos fundamentais políticos”. Revista AJURIS - março de 2014
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“A autonomia partidária contida no § 1º do art.
17 da CF/88 não significa soberania para
desrespeitar, direta ou indiretamente, valores e
princípios constitucionais: é imperativo que
agremiações observem a cota de gênero não
somente em registro de candidaturas, mas também
na propaganda e assegurando às mulheres todos os
meios de suporte em âmbito intra ou
extrapartidário, sob pena de se manter histórico
e indesejável privilégio patriarcal e, assim,
reforçar a nefasta segregação predominante na
vida político-partidária brasileira”.
(TSE - RP nº 282-73/DF, Rel. Min. Herman
Benjamin, em 23.02.2017).
No âmbito do Eg. STF, a decisão mais
representativa que houve em relação a dar um basta na
discrepância de representatividade política entre gêneros
foi o julgamento da ADI n.º 5617, em 15.03.2018. O Pretório
Excelso deu interpretação conforme à Constituição ao art. 9º
da Lei 13.165/2015, determinando a equiparação do patamar
mínimo de candidaturas por gênero (30%), ao patamar mínimo
de recursos do Fundo Partidário destinados a cada gênero,
garantindo-se a percepção de, pelo menos, 30%, pelas
candidatas do gênero feminino.
Ao manter uma postura de defesa social e promover
a referida interpretação conforme a Constituição, o Supremo
se apoiou em cinco relevantes fundamentos, sendo eles: (i)
As ações afirmativas femininas prestigiam o direito à
igualdade. (ii) É incompatível com o direito à igualdade a
distribuição de recursos públicos orientada apenas pela
discriminação em relação ao sexo da pessoa. (iii) A autonomia
partidária não consagra regra que exima o partido do respeito
incondicional aos direitos fundamentais, especialmente ao
direito à igualdade. (iv) A igualdade entre homens e mulheres
exige não apenas que as mulheres tenham garantidas iguais
oportunidades, mas também que sejam elas empoderadas por um
ambiente que as permita alcançar a igualdade de resultados.
(v) A participação das mulheres nos espaços políticos é um
imperativo do Estado, uma vez que a ampliação da participação
pública feminina permite equacionar as medidas destinadas ao
atendimento das demandas sociais das mulheres.
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Estes mesmos fundamentos que o STF utilizou em
relação à distribuição proporcional do Fundo Partidário
também foram utilizados pelo TSE no bojo da Consulta n.º
0600252-18.2018.6.00.0000, quando se decretou que os
recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
(FEFC) também deveriam ser rateados, nos mesmos moldes do
art. 10, §3º criado pela Lei n.º 12.034/2009, com o objetivo
de promover reserva para cota de gênero, assim como também
deveria ser rateado o tempo de propaganda eleitoral gratuita
no rádio e TV.
Como desfecho desta contextualização, assinala-
se que a preocupação com o tema não está apenas na burla ao
mens legis da Lei Federal n.º 12.034/2009, mas também com os
maléficos efeitos dessa baixa efetividade da isonomia
eleitoral. A sub-representação feminina na política gera
consequências que se refletem na idealização, construção e
execução de políticas públicas que considerem as questões
mais essenciais e peculiares das mulheres.
É óbvio que a ausência de mulheres em cargos
públicos inviabiliza um debate amplo sobre temas
relevantíssimos como saúde pública, segurança pública,
abordo, previdência e direitos trabalhistas, além de outras
matérias sensíveis que cotidianamente fazem parte da vida
social feminina e que seus pontos de vista são ignorados
pelos homens, que não conseguem travar um debate adequado e
amplo. E vale relembrar o óbvio: elas representam 52% da
população do Brasil e não podem ficar alijadas do diálogo
sobre as pautas femininas.
Todos estes motivos nos levam a crer que entramos
em uma nova era, onde as normas de caráter afirmativo da
representatividade política feminina, além de serem de
constitucionalidade indiscutível, também devem ser encaradas
pragmaticamente como necessárias, mormente no Brasil, um
país caracterizado por toda sorte de desigualdade, sobretudo
nas oportunidades de participação ativa das mulheres na vida
político-partidária.
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4. SUBSTRATO FÁTICO – A FRAUDE EM 2018 NA PARAÍBA
A “Coligação Força do Trabalho V” foi composta
pela reunião dos partidos PPS, DEM, REDE e PMN, com vistas
a disputar cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado da
Paraíba. Ao se reunirem, tais partidos, sob a liderança
fática do PPS, resolveram descumprir os mandamentos da Lei
das Eleições e ignorar o respeito à política afirmativa da
cota de gênero.
Para dar uma aparência de legitimidade, a
“Coligação Força do Trabalho V” formalizou, junto a Justiça
Eleitoral, pedido de demonstrativo de regularidade de atos
partidários (DRAP) com listagem de candidatos concorrendo às
vagas da Assembleia Legislativa. A chapa foi formada por 45
homens e 22 mulheres.
Em tese, caso as candidaturas fossem
verdadeiras, isso seria o suficiente para preencher o
percentual mínimo de 30% de candidaturas do sexo feminino,
cumprindo determinação legal contida no art. 10, § 3º, da
Lei 9.504/97, já que estas 22 mulheres representariam 32,8%,
enquanto os 45 homens seriam 67,2% do total de candidatos
apresentados na lista da coligação.
Tendo sido levado a erro pela maliciosa fraude
da “Coligação Força do Trabalho V”, o TRE/PB acreditou que
os requisitos legais haviam sido cumpridos, o que gerou o
deferimento do DRAP da coligação (processo 0600213-
04.2018.6.15.0000), tendo sido admitida a participação da
Coligação impugnada, com todos os partidos que a integraram,
na eleição proporcional do corrente ano.
Contudo, a farsa criada pela Coligação Impugnada
deixou rastros, o que possibilitou que a fraude cometida
fosse desvendada, revelando-se o esquema de candidaturas
artificiais femininas.
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4.A) A REVELAÇÃO DO COMENTIMENTO DE FALSIDADE IDEOLÓGICA
Ainda durante a campanha eleitoral, uma
candidata do PPS chamada ALCELINA BERNARDO DOS SANTOS fez uma
denúncia nos autos do seu próprio Requerimento de Registro
de Candidatura (RRC), revelando que seu nome fora inserido
sem sua anuência na lista de candidatas a deputada estadual
da “Coligação Força do Trabalho V”.
O fato é que a SRA. ALCELINA BERNARDO DOS SANTOS não
quis ser candidata, não tendo apresentado seu nome na lista
de postulantes a cargos eletivos, tampouco autorizado que
seu nome ou fotografia fossem utilizados nas eleições de
2018. Contudo, à revelia da SRA. ALCELINA, o PPS apresentou
seu nome como candidata laranja, como um método para burlar
a regra da “cota de gênero”.
A SRA. ALCELINA só descobriu que seu nome fora
utilizado na fraude à “cota de gênero” porque recebeu um
telefonema da Secretaria Judiciária do TRE/PB, que realizou
diligência e entrou em contato para poder complementar os
documentos do RRC.
Diante deste fato estarrecedor, o MPE procedeu
a investigação da denúncia formulada pela própria candidata,
e através da Notícia de Fato 1466/2018-72 que posteriormente
culminou na abertura do Procedimento Preparatório Eleitoral
de mesmo número, desvendou o início da fraude existente.
Naqueles autos do procedimento ministerial foram
investigadas as candidaturas femininas das senhoras Alcelina
Bernardo dos Santos, Maria Campos de Lacerda, Joseane Soares
da Silva, Maria Delzane Bezerra de Souza, Yohanie Stepanhie
Sousa Melo e Janaína Martins Cavalcanti de Sousa, supostas
candidatas que teriam fraudado a composição da Coligação
impugnada, no único intuito de preencher a cota mínima de
30% destinado a um dos gêneros.
Ressalte-se que todas as candidatas acima
citadas tiveram seu registro indeferido perante a Justiça
Eleitoral.
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a. Detalhamento do “caso Alcelina”, a candidata
que não sabia que era candidata
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Conforme já mencionado, o PPS utilizou
ilegalmente do nome da SRA. ALCELINA B. DOS SANTOS, inserindo
seu nome na lista de candidatas a deputada estadual, em 2018,
pela Coligação Impugnada. Nos autos do PPE n.º 1466/2018-72,
a Procuradoria Regional Eleitoral realizou a oitiva da
“candidata artificial”, que expressamente consignou que
nunca autorizou que seu nome fosse utilizado nestas eleições
de 2018.
Em complemento, a Sra. Alcelina ainda denunciou
que outras duas candidatas (Joseane Soares da Silva e Maria
Campos de Lacerda) estariam usando indevidamente sua foto no
RRC delas. Nota-se que o desdém em cumprir a legislação
eleitoral foi algo tão acintoso, que três candidatas foram
registradas com a mesma fotografia de urna.
Tal fato explicita que o único objetivo da
Coligação ora representada era registrar candidatura de
mulheres, a qualquer custo!
FOTO DE URNA DE
ALCELINA (PPS)
FOTO DE URNA DE
JOSEANE SOARES(PPS)
FOTO DE URNA DE MARIA
CAMPOS LACERDA (PPS)
Foto extraída
diretamente do RRC desta
candidata artificial
(doc. em anexo)
Foto extraída
diretamente do RRC desta
candidata artificial
(doc. em anexo)
Foto extraída
diretamente do RRC desta
candidata artificial
(doc. em anexo)
A FRAUDE SALTA AOS OLHOS!!!
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Acredita-se que a Sra. Alcelina foi escolhida
pelo PPS para ser alvo da FRAUDE pela facilidade operacional
de obter seus dados, já que esta mulher já havia sido
candidata a vereadora de Campina Grande, no ano de 2016.
Desta maneira, foi fácil operacionalizar o golpe da
candidatura artificial, já que o retrato da vítima já estava
disponível no sistema DivulgaCand de 2016:
Em seu depoimento perante a Procuradoria
Eleitoral, a SRA. ALCELINA afirmou “que nao participou de
qualquer convenção para as eleições de 2018; Que nao tinha
qualquer conhecimento a respeito de sua candidatura; Que
apenas teve conhecimento do respectivo registro apos um
telefonema da secretaria do TRE que tinha por objetivo
convocá-la para apresentar a respectiva documentaçao; ...
Que nao disponibilizou em qualquer momento o seu nome para
concorrer ao pleito em 2018, assim como tambem nao assinou
qualquer documento para que isso acontecesse; ... Que ao
tomar conhecimento da candidatura ora contestada, entrou em
contato com o presidente do partido, o senhor LAERTE DE MELO,
porem este informou que o caso deveria ser resolvido pelos
representantes estaduais e que encaminharia o caso para eles;
Que posteriormente um senhor chamado CLEITON entrou em
contato com a depoente a fim de perquirir se ela poderia
assinar um determinado documento; Que ela nao tem
conhecimento de que documento seria, todavia, se negou a
assiná-lo; Que acredita que o documento fosse uma autorizaçao
expressa para o registro da candidatura; Que o senhor CLEITON
conversou de forma grosseira indagando a depoente se "ela
queria acabar com o partido”.
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b. Do “caso Stephanie Vital”, (a substituta
fictícia da Sra. Alcelina)
Yohanie Stepanhie Sousa Melo (nome de urna
Stephanie Vital) é filiada ao PPS e, originalmente, não fora
escolhida em convenção para que seu nome compusesse a lista
de candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa.
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A ideia da agremiação PPS e da “Coligação Força
do Trabalho V”, era levar adiante a fraude da candidatura
fantasma da Sra. ALCELINA, deixando o seu nome da lista de
candidatas, à sua completa revelia, sem o seu consentimento,
conforme já exposto no tópico supra.
O plano saiu dos trilhos quando a Sra. ALCELINA
descobriu a fraude que utilizara seu nome e denunciou a
matéria, fazendo com que o PPS e a Coligação tivessem que
reagir, promovendo a exclusão da candidatura da Sra.
ALCELINA.
Seguindo obstinadamente no seu objetivo de
burlar a cota de gênero entre os candidatos, o PPS realizou
a troca da candidatura da Sra. ALCELINA (cuja fraude fora
descoberta) pela Sra. STEPHANIE VITAL. Ocorre que, esta
última não gozava das condições mínimas de registrabilidade,
afinal, seu nome sequer havia sido escolhido na convenção
partidária, não constando na ata apresentada à Justiça
Eleitoral.
Caso a Coligação e o PPS quisessem agir nos
ditames legais, após a revelação da fraude com o nome da
Sra. ALCELINA, estes deveriam ter renunciado à candidatura
de 2 homens (em respeito à proporcionalidade da cota de
gênero) ou, alternativamente, ter realizado um aditivo à ata
de convenção, modificando o nome das candidatas indicadas
pelos convencionais, e passando a indicar uma candidata real,
disposta a participar do pleito.
Contudo, de forma deliberada, a Coligação e o
Partido Político apenas substituíram o nome das mulheres,
mesmo sabendo que havia um obstáculo jurídico intransponível
ao deferimento da candidatura (a ausência do nome em ata).
Tudo isso para maquiar a situação, dando ares de
legitimidade, aparentando respeito à cota de gênero, para
que o DRAP da Coligação não fosse questionado.
Visivelmente, a Sra. STEPHANIE VITAL foi
utilizada como uma peça para maquiar a fraude ocorrida, para
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suprir lacuna da ausência da Sra. Alcelina, tudo para dar
aparência de legalidade à chapa. Ela nunca levou sua
candidatura a sério, tanto que não fez campanha, não tendo
recebido qualquer voto.
A prova que a Sra. STEPHANIE VITAL nunca teve
uma pretensão eleitoral legítima é extraída, além do contexto
de sua candidatura fictícia gerida em uma tentativa de
maquiar uma farsa, como também no fato que esta não fez
campanha eleitoral em busca de votos.
Em acréscimo, STEPHANIE VITAL também não
realizou qualquer ato de campanha, não produziu material
eleitoral, não participou de guia eleitoral, não registrou
qualquer pedido de realização de propaganda de rua junto ao
juízo zonal, não realizou qualquer despesa, não auferiu
receita de doação eleitoral, assim como não apresentou
prestação de contas à Justiça Eleitoral.
Ou seja, esta é uma candidata que não obteve
nenhum voto, não arrecadou recursos e não efetivou despesas
em sua campanha eleitoral, que desde o início já estava
fadada ao indeferimento.
Como se não bastasse, ainda cabe chamar a atenção
que os arts. 25 e 26 da Resolução n.º 23.548 do TSE impõe
que o DRAP e os RRCs sejam alimentados com os e-mails
pessoais dos candidatos. Ao se conferir estas informações
das candidatas artificiais, percebe-se prova cabal da
existência de premeditação na fraude, bem como se comprova
o envolvimento direto da Coligação na articulação dos atos
abusivos.
No caso da presente candidata artificial do PPS,
o e-mail inserido no sistema foi [email protected],
enquanto o contato telefônico fornecido no RRC foi(83) 98720-
3822. Entretanto, cabe elucidar que este referido número é
o telefone pessoal do SR. CARLOS CLEYTON LEITE, que é o
Secretário Geral do PPS Estadual (vide certidão em anexo),
bem como o representante legal da coligação representada
(vide ata em anexo).
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Não sobram dúvidas que o responsável pelo
lançamento das informações das candidatas artificiais foi o
Sr. CARLOS CLEYTON LEITE, que é o próprio representante legal
da “Coligação Força do Trabalho V”. E se todos os partidos
outorgaram a este a cidadão a capacidade de representação,
fica evidente que todos os candidatos e partidos, além de
terem sido beneficiários da fraude, anuíram com esta.
c. Do “caso Joseane”, a candidata que não se
desincompatibilizou, não apresentou documentos,
bem como só subscreveu o seu RRC depois que
passou a ser investigada pela Procuradoria
Eleitoral
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Outra candidata artificial do PPS foi a SRA.
JOSEANE SOARES DA SILVA, que também teve seu nome inserido na
“Coligação Força do Trabalho V” apenas para fraudar a regra
da cota de gênero. A prova que a candidatura da SRA. JOSEANE
nunca foi real é que a mesma sequer chegou a se
desincompatibilizar do seu cargo público.
A Procuradoria Regional Eleitoral tomou o
depoimento da SRA. JOSEANE, momento em que esta reconheceu que
assinou o seu próprio RRC apenas no dia 13 de setembro de
2018, quase um mês após o início da campanha, quando o Sr.
Clayton (representante legal da coligação) compareceu na sua
cidade para coletar sua assinatura.
Ressalte-se que sua oitiva foi realizada no dia
14/09/2018, portanto um dia depois da assinatura do seu RRC,
muito embora a pretensa candidata já tivesse sido intimada
anteriormente para comparecimento e depoimento. Ou seja:
ficou claro que se não fosse a audiência no MPE a candidata
sequer teria subscrito seu próprio RRC.
Ainda no depoimento, a candidata afirmou que não
abriu conta bancária específica para movimentação de valores
da campanha eleitoral, além de ter afirmado que “não fez
CNPJ” e, que não realizou nenhuma despesa de campanha.
Além disso tudo, disse que é servidora do
Município de Itaporanga, mas não pediu afastamento e
continuava trabalhando normalmente durante o período
eleitoral. É claro que o fato dela ter continuado em sua
função pública apenas explicita que a sua postulação
eleitoral nunca foi verdadeira, tratando-se de mera
candidatura artificial para preencher a cota de gênero.
Note-se que no processo de registro de
candidatura da Sra. Joseane houve intimação, nos termos da
art. 37 da Resolução TSE nº 23.548/2017, para que a candidata
sanasse os problemas, contudo o prazo transcorreu in albis
e a sua candidatura foi indeferida.
Se fosse um fato isolado já soaria estranho: uma
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candidata ter sido intimada para regularizar seu
requerimento, mas não o fazer no tempo e modo correto, tendo
como indeferida sua pretensão de concorrer ao cargo eletivo
almejado.
Contudo, no caso em apreço a situação é
gravíssima, a candidata deixou de apresentar os todos
documentos obrigatórios, quais sejam:
(a) fotografia do candidato, conforme disposto
no art. 28, II, da Resolução TSE n.º 23.548/2017;
(b) declaração atual de bens;
(c) cópia do documento oficial de identificação;
(d) comprovante de escolaridade;
(e) certidão da Justiça Federal de 1º grau, do
domicílio do candidato;
(f) certidão da Justiça Federal de 2º grau, do
domicílio do candidato;
(g) certidão da Justiça Estadual de 1º grau, do
domicílio do candidato; e
(h) certidão da Justiça Estadual de 2º grau, do
domicílio do candidato.
A candidata simplesmente não apresentou nenhum
documento dos requeridos para formalização e deferimento de
seu registro de candidatura. Além de tudo isso, a própria
candidata reconheceu que não subscreveu seu RRC, só tendo
assinado tal depoimento depois que fora intimada para ser
ouvida perante o Ministério Público.
Não se tem sombra de dúvidas que se está diante
de mais uma situação de fraude, onde a legislação eleitoral
foi driblada pela artimanha de um coligação que apresentou
candidatas fantasmas, que nunca tiveram a real intenção de
postular um mandato eletivo. Trata-se de fraude à lei
eleitoral!
Não pode essa justiça especializada fazer vista
grossa às afrontas que foram perpetradas pelas candidatas e
pela Coligação impugnada, devendo agir com o rigor necessário
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para imprimir a sanção cabível e afastar essa prática dos
pleitos vindouros.
d. Do “caso Maria Lacerda” – mais uma notável fraude
A Sra. Maria Campos de Lacerda também foi uma
das “candidatas” que visou apenas o preenchimento da cota de
gênero.
Tal qual a Sra. Joseane Soares, sua foto no
Candex era idêntica à da Sra. Alcelina, configurando, em
tese, o ilícito em debate na presente peça, bem como o de
falsidade ideológica, tipificada no art. 350 do CE.
Importante frisar que a Sra. Maria Lacerda teve
seu registro indeferido por não apresentar as seguintes
informações/documentos exigidos por lei:
- declaração atual de bens;
- fotografia em conformidade com o disposto no
art. 28, II, da Resolução TSE n.° 23548/2017;
- comprovante de escolaridade;
- copia de documento oficial de identificação;
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certidões das Justiças Estadual e Federal de 1° e 2° Graus;
- filiação partidaria.
Assim, temos que não por um simples motivo, ou
acalorada discussão jurídica, mas por diversos requisitos
legais não cumpridos, o registro foi indeferido.
É de se estranhar que uma pretensa candidata a
uma cadeira legislativa, tão concorrida e almejada, não
apresente tais documentos, mesmo sendo exigidos por lei, e
mesmo depois de ter sido intimada em duas oportunidades pelo
relator de seu RRC para fazê-lo.
e. Do “caso Maria Delzane”
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Mais uma das “candidatas artificiais”, a SRA.
MARIA DELZANE BEZERRA DE SOUZA também prestou depoimento perante
o Ministério Público Eleitoral, oportunidade na qual alegou
não saber se já havia se filiado a outro partido
anteriormente.
Frise-se que a Sra. Delzane já era uma das
candidatas substitutas. Ela substituiu a Sra. Maria Lacerda.
A Sra. Delzane disse, quando ouvida pelo MPE,
que a sua filiação quem realizou foi a Sra. Neuriana, tia de
seu esposo. Alegou, ainda, que disponibilizou seu nome ao
partido PPS para concorrer às eleições de 2018, mas que não
fez qualquer tipo de campanha eleitoral visando angariar
votos de eleitores.
Novamente estamos diante de um caso de fraude à
eleição cometida com o intuito claro de apenas falsear a
verdade quando da intenção de candidaturas femininas
concorrerem ao pleito para o cargo em destaque.
A exemplo de todas as candidatas artificiais
acima, a SRA. MARIA DELZANE não realizou qualquer ato de
campanha, não se apresentou publicamente como candidata, e
teve seu registro indeferido por ausência de condição de
registrabilidade.
f. Similitude dos fatos entre todas candidatas do PPS
Todas as mulheres acima relacionadas são
“candidatas artificiais”, que reconhecidamente não fizeram
campanha, não se portaram como uma autêntica postulante a
cargo eletivo. E todas tiveram o seu registro indeferido por
vícios triviais no RRC, que deliberadamente não foi
apresentado de forma satisfatória.
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E outro ponto em comum entre todos os casos é
que, após a verificação de pendências, nenhum dos casos
atendeu às diligências da Secretaria Judiciária do TRE/PB,
nenhum dos casos apresentou justificativa, tampouco qualquer
dos casos apresentou recurso visando a reformar a decisão de
indeferimento do TRE/PB.
Igualmente, em nenhum dos casos houve a
arrecadação de recursos para gastos em campanha, abertura de
conta bancária, geração de CNPJ ou mesmo apresentação de
prestação de contas perante a Justiça Eleitoral.
Em todas as candidaturas aqui questionadas foi
percorrido o mesmo caminho:
- realizar requerimento de registro de candidatura
- ter irregularidades detectadas pelo TRE/PB
- receber intimação do TRE para sanar irregularidade
- quedar-se silente em relação à irregularidade
- não promover a diligência requerida pelo TRE/PB
- ter o registro indeferido, pelo TRE/PB
- realizar substituição (se antes do prazo legal)
- não abertura de conta bancária
- nenhuma doação
- nenhuma despesa
- não prestação de contas
- não fazer campanha
- não informar à Justiça Eleitoral site ou rede social
- não informar ao juízo zonal realização de ato eleitoral
- não votar em si mesma (comprovação via boletim de urna)
- computar ZERO VOTO em favor da coligação fraudadora
É um trilhar tortuoso e ilegítimo. As
candidaturas são apresentadas com o único intuito de burlar
a legislação e ludibriar a Justiça Eleitoral no interesse
precípuo de se conseguir legitimar a Coligação impugnada em
concorrer às vagas do pleito.
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g. Do “caso Lilian Bandeira” – a candidata que
pede votos para concorrente direto
A SRA. LILIAN DA SILVA BANDEIRA é mais uma candidata
fantasma. A sua postulação eleitoral fictícia serve para
demonstrar a fraude alegada na presente ação de impugnação
ao mandato eletivo.
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De início, cabe demonstrar que citada postulante
obteve o ínfimo resultado de 5 (cinco) votos, o que já
demonstra que sua candidatura era meramente formal, não tendo
sido algo com consistência eleitoral real.
Em acréscimo, além da inexpressiva votação, é
possível se constatar que nem a própria LILIAN BANDEIRA votou
nela mesma. Para chegar a essa conclusão basta se observar
que o seu título eleitoral (inscrição n.º 017726181228) é
vinculado à Seção Eleitoral n.º 105 da 77ª Zona Eleitoral de
João Pessoa e, ao se analisar o boletim de urna da referida
seção, observa-se que ZERO voto foi destinado à candidata
ora representada (doc. em anexo).
Como se não bastasse nem a própria candidata
votar nela mesma, ainda causa espanto observar que, durante
todo o período eleitoral, esta se dedicou à postulação de
outra candidatura. Como prova, apresenta-se publicação em
rede social da candidata, onde a mesma se engaja em angariar
votos para a candidata “FABÍOLA REZENDE”, que igualmente
disputava o cargo de Deputada Estadual. Vejamos:
Extraído de do Perfil Lílian Bandeira (@liliandasilvabandeira)7
7 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1950761201650127&set=pb.100001487974622.-2207520000.1544915988.&type=3&theater
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Ainda cabe chamar a atenção que o supracitado
pedido de voto foi realizado no dia 16 de agosto de 2017, ou
seja, no pontapé inicial da campanha, no primeiro dia em que
o calendário eleitoral autorizou a realização de propaganda,
menos de uma semana após a apresentação do pedido de registro
de candidatura, o que revela que a candidatura artificial de
LÍLIAN BANDEIRA já fora premeditadamente criada apenas para
burlar o sistema de cotas de gênero previsto pela legislação.
Por fim, cabe mencionar que LÍLIAN BANDEIRA não
participou do guia eleitoral, não indicou redes sociais à
Justiça Eleitoral, não protocolizou qualquer requerimento
junto ao juízo zonal eleitoral com a finalidade de agendar
propaganda de rua, tampouco apresentou prestação de contas
eleitoral. Ainda vale relembrar que nem mesmo a própria LÍLIAN
BANDEIRA votou nela mesma.
Em conjunto, todos estes fatos demonstram,
inarredavelmente, a fraude às regras de registro de
coligação, por meio de uma candidatura fantasma, que se
utilizou de LÍLIAN BANDEIRA para preencher a cota de gênero.
h. Do “caso Juliana Lima” – esposa e marido
candidatos ao mesmo cargo
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A candidata JULIANA DE LIMA DA SILVA, filiada
ao PMN, não é novata no mundo político. Para se ter ideia,
no ano de 2012, ela já foi vereadora titular de mandato no
Município de Sumé-PB, após ser a 6ª parlamentar mais votada
no prélio do referido ano. Já em 2016, JULIANA foi candidata
a vice-prefeita de Sumé-PB. Sem dúvidas, trata-se de uma
mulher com reduto e potencial de representação política.
Ocorre que, em 2018, JULIANA LIMA foi utilizada
como mero utensílio de burla à legislação eleitoral,
apresentando seu nome para ser candidata a deputada estadual,
mesmo sem que esta tivesse a real intenção de disputar o
cargo eletivo. Tudo se tratou, novamente, de uma forma de
burlar a regra da cota de gênero.
Não apenas pelo inexpressivo resultado de ter
obtido apenas 29 votos no pleito de 2018, mas o principal
fato que demonstra a artificialidade da candidatura de
JULIANA a deputada estadual pelo PMN é o fato que SEU MARIDO
concorreu ao mesmo cargo, igualmente pelo PMN.
JULIANA LIMA é casada com “IVANDRO PRODUÇÕES”
(Ivandro de Oliveira Araújo), que também é filiado ao partido
PMN, sendo que ambos foram candidatos a uma vaga na
Assembleia Legislativa da Paraíba. IVANDRO PRODUÇÕES logrou
744 votos, enquanto JULIANA LIMA serviu de anteparo jurídico
para garantir a postulação do marido, em relação à cota de
gênero.
Outro fato que comprova a artificialidade da
candidatura é que nem a própria JULIANA LIMA votou nela
mesma. Vê-se isso a partir da constatação que o seu título
eleitoral (n.º 073063790876) é cadastrado na Seção n.º 091,
na Zona Eleitoral n.º 43 de Sumé-PB. Ao se observar o boletim
de urna da referida seção eleitoral se confirma que o
candidato IVANDRO PRODUÇÕES obteve 21 votos naquela urna,
enquanto JULIANA LIMA não registrou qualquer voto em seu
favor.
Desta maneira, o fato da candidata JULIANA LIMA
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não ter votado em si mesma, aliada à sua insignificante
votação, bem como ao fato dela ter trabalhado ativamente a
favor da postulação eleitoral de seu marido – que igualmente
disputava um assento na Assembleia Legislativa – demonstra
a artificialidade de sua candidatura, que apenas foi
registrada para bater a meta da cota de gênero da coligação.
Como prova de que ambos os candidatos são
casados, além das notícias extraídas da imprensa
apresentadas em anexo, indica-se que estes residem no mesmo
local, conforme se pode observar nos dados contidos no RRC
de ambos.
i. Do “caso Mairla Gomes” – a reincidente em
candidaturas artificiais para fraudar a lei
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Filiada ao PMN, nas eleições de 2016 MAIRLA
RANIELLY GOMES LEITE ofereceu seu nome para ser candidata a
vereadora na cidade de Queimadas-PB. Após julgamento do
deferimento do DRAP da coligação, MAIRLA GOMES solicitou
desistência de sua “postulação” eleitoral, retirando o seu
nome da disputa ao parlamento mirim de Queimadas-PB.
Em 2018, também pelo PMN, MAIRLA GOMES figurou
na lista de candidatas da coligação ora questionada,
auxiliando no atendimento meramente formal da cota de gênero,
perante a Justiça Eleitoral. Mas, novamente, esta cidadã não
realizou campanha eleitoral, demonstrando que sua presença
na coligação significou mera burla à legislação eleitoral.
MAIRLA GOMES, em 2018, obteve 3 (três) votos,
sendo que nem ela mesma escolheu o seu próprio nome na urna.
Comprova-se que nem mesmo a candidata votou nela mesmo porque
ao se conferir o Boletim de Urna do local de votação da
candidata (Seção n.º 092, Zona Eleitoral n.º059 de
Queimadas), vê-se que não há qualquer registro de voto em
favor de MAIRLA GOMES.
j. Do “caso Luma Gouveia” – O DESVIO DE RECURSOS
DO FUNDO ESPECIAL ELEITORAL
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A eleição de 2018 não foi a primeira em que a
jovem LUMA ALVES GOUVEIA fora utilizada como meio para a
prática de fraude à legislação eleitoral, por meio da
apresentação de postulação artificial, com vistas a
preencher a reserva de cota de gênero, nas coligações.
Em 2016, LUMA GOUVEIA se candidatou a vereadora
em João Pessoa, tendo recebido apenas 3 (três) votos. Vale
salientar que nem ela mesma escolheu seu próprio nome na
urna, já que ao se conferir o boletim de urna de sua seção
eleitoral (Seção n.º 214 da 76ª Zona de João Pessoa) é
possível observar que esta candidata artificial não recebeu
qualquer voto. Inclusive, na rede social Facebook da
candidata, há a prova que, naquele ano de 2016 em que ela
fora candidata a vereadora, a mesma pediu voto para o
candidato adversário “Major Fabio”8.
8 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=941874052584281&set=pb.100002850861446.-2207520000.1545876341.&type=3&theater
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Por conseguinte, em relação ao citado ano de
2016, não tendo a candidata votado nela própria, bem como se
obtendo a pífia votação de apenas 3 (três) votos e tendo
pedido votos para outrem, facilmente se percebe a
artificialidade de sua candidatura.
Já especificamente no ano de 2018, a situação na
qual se envolveu a candidata LUMA GOUVEIA é muito mais
delicada, porque a fraude praticada por meio de sua
candidatura artificial no presente ano representa várias
incursões típicas em razão de CRIMES cometidos no contexto
do processo eleitoral.
Recém chegada no partido DEMOCRATAS, sem
qualquer tradição ou perspectiva política, esta candidata
fictícia recebeu a expressiva doação de R$ 150.000,00 (cento
o cinquenta mil reais) da Direção Nacional da Agremiação
Partidária, por meio do Fundo Especial Eleitoral, na cota
reservada às mulheres.
Todos os fatos adiante expostos induzem à
conclusão de que LUMA GOUVEIA foi candidata exclusivamente
para preencher a cota de gênero imposta pela legislação
eleitoral e, nesta qualidade de mulher, poder desviar
recursos do Fundo Eleitoral Especial em favor próprio e em
benefício de seus parentes.
Iniciando a contextualização, vale dizer que,
neste prélio de 2018, LUMA GOUVEIA obteve 90 (noventa) votos.
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Considerando o recebimento de doação de R$ 150.000,00,
atinge-se a espantosa média de R$ 1.666,67 reais gastos na
campanha para cada voto auferido, o que representa a maior
disparidade no cálculo unitário despesa/voto, entre todos os
candidatos, de todos os cargos, em todos os tempos, em toda
história da Paraíba.
Fatos estranhíssimos aconteceram na gestão
financeira de LUMA GOUVEIA, como, por exemplo, a contratação
de sua prima "KATIANE BERNARDO DA SILVA”, para alugar um
FIAT UNO MILLE, ano 1992, placa MMN-3845-PB, por um único
mês, pelo valor de R$ 8.000,00. De gasolina para o citado
UNO MILLE/1992 rodar durante o mês do aluguel, foi gasto o
valor R$ 3.250,00.
Além de uma extensa relação de parentes de sua
mãe contratados como “serviços de terceiros”, LUMA GOUVEIA
chegou ao ponto de remunerar um “motorista de carro de som”,
quando sua campanha sequer teve carro de som. Aliás, pela
legislação eleitoral, carros de som foram expressamente
vedados para o ano de 2018, o que demonstra a pouquíssima
verossimilhança das informações alegadas por LUMA GOUVEIA.
E ainda há mais. Considerando-se que o domicílio
eleitoral de LUMA GOUVEIA é João Pessoa, bem como nesta
cidade ela obteve 80% dos seus votos (71 votos), foi
realizada diligência junto à 76ª Zona Eleitoral (responsável
por registro das propagandas de rua) para verificar se a
candidata realizou o agendamento/comunicação de eventos,
carreatas, caminhadas ou distribuição de panfletos. Contudo,
não havia um único requerimento em nome da LUMA GOUVEIA, o
que leva à conclusão que não existiu qualquer atividade
partidária em seu nome.
Contudo, a despeito de não haver a realização de
nenhuma atividade eleitoral, de acordo com os registros de
despesa da prestação de contas, supostamente foram gastos R$
113.600,00 especificamente com elaboração, confecção e
distribuição de material de campanha impresso, envolvendo-
se “coordenadores de campanha”, “coordenadores locais”,
“coordenadores de militância” e “distribuidores de
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material”. Tudo isso sem haver um único evento eleitoral.
Por sua vez, foram gastos R$ 35.000,00 com
“coordenação de marketing”, “marketing digital”, e “produção
de vídeos para redes sociais”. Entretanto, a candidata sequer
tem redes sociais apresentadas à Justiça Eleitoral (exigência
do Art. 23, I Resolução n.º 23.551/2017). Igualmente, o seu
facebook, com apenas 395 “amigos”, não possui qualquer alusão
a sua candidatura ou às eleições de 2018, não havendo
qualquer vestígio de que tenha sido utilizado na campanha,
tampouco há qualquer sinal que o perfil tenha sido turbinado
com o auxílio do marketing contratado.
Para se ter uma noção da desproporção dos
valores, para obter os seus 90 votos, LUMA GOUVEIA destinou
R$ 41.600,00 especificamente para mobilização e militância
(pessoal de rua). Isso significa uma quantia superior àquilo
que fora gasto por CIDA RAMOS, a deputada estadual mais
votada e de maior campanha, que destinou apenas R$39.119,00,
para poder ter seus 56.048 votos.
Neste contexto, não há como se acreditar que a
candidatura de LUMA GOUVEIA realmente tivesse o objetivo de
representar uma legítima postulação eleitoral com o objetivo
41600
90
39119
56048
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
Despesa commilitância
patrocinada
Votos
Comparação do valor gasto com "militância patrocinada"/voto auferido
LUMA GOUVEIA CIDA RAMOS
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de ser eleita. Na verdade, apura-se que a sua candidatura se
tratou de um ardil para atender à cota de gênero da coligação
e, em seguida, poder tredestinar ilicitamente os recursos do
Fundo Especial das Mulheres.
Esta artificialidade na candidatura de 2018 é
reforçada ainda mais quando se visualiza que a burla à
legislação também fora cometida no ano de 2016, quando nem
a própria candidata votou nela mesma.
Estes fatos ora expostos, aliados ao contexto de
todas as outras candidatas da coligação “Força do Trabalho
V”, revelam que a artificialidade das candidaturas imperou
na coligação ora representada, havendo a clara percepção da
ocorrência de fraude das mais variadas espécies, mas todas
vinculadas por um único objetivo: apresentar uma falsa
postulação eleitoral, com o afã de burlar a legislação
aplicável à matéria!
Não resta dúvida, portanto, que a Coligação
representada levou as ditas candidatas a registro apenas no
intuito de formatar legalmente a cota de gênero mínima de
30%, neste caso destinada ao sexo feminino, visando para
cumprir, apenas formalmente, condição sine qua non à sua
participação nas eleições proporcionais.
4.B O DESATENDIMENTO DA REGRA DA COTA DE GÊNERO
Seja qual for o cenário de avaliação, em nenhum
deles a “Coligaçao Força do Trabalho V” consegue anteder a
regra do art. 10, §3º da Lei das Eleições, referente à
proporcionalidade 30%/70% das cotas mínimas de gênero.
Assim, ante a ignorância do TRE acerca das
fraudes cometidas, a representação por sexo por
requerimentos de registro dos candidatos da “Coligaçao Força
do Trabalho V” ficaria com 45 homens e 22 mulheres, o que
equivaleria a 67,16% homens e 32,84% mulheres.
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Contudo, após análise dos pedidos de registro,
o TRE apenas deferiu os requerimentos de registros de
candidaturas de 41 homens e 15 mulheres, totalizando 73,21%
de homens e 26,79% de mulheres, o que é um quantitativo de
reserva de gênero aquém daquele determinado pela norma.
No caso concreto, levando-se em consideração os
candidatos apresentados pela “Coligaçao Força do Trabalho
V”, eliminando-se as candidaturas artificiais que
representam fraude, chega-se ao total de 45 homens e 13
mulheres, perfazendo um total de 77,58% homens e 22,41%
mulheres, o que é patamar ainda mais distante de se atender
à determinação da Lei das Eleições, revelando a iniludível
necessidade de firme repreensão por parte da Justiça
Eleitoral, por meio do acolhimento da presente AIME, de
acordo com os fundamentos jurídicos adiante expostos.
5. DO SUBSTRATO JURÍDICO
A Constituição da República Federativa do Brasil
preconiza que a soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos. Ocorrendo eventual fraude no processo eleitoral ou em
relação ao cumprimento de leis eleitorais, passa a ser
cabível a AIME, nos termos do art. 14, §10. Vejamos:
Art. 14, § 10 - O mandato eletivo poderá ser
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
quinze dias contados da diplomação, instruída a
ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
Com amparo do referido dispositivo
constitucional, o foco da presente AIME é demonstrar a
ocorrência de fraude na composição da Coligaçao “Força do
Trabalho V”, que apresentou candidatas artificiais, que
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nunca tiveram uma real intenção de postular um cargo eletivo.
A única motivação da apresentação do nome das referidas
mulheres no rol dos candidatos foi BURLAR A LEGISLAÇÃO
ELEITORAL, tendo restado caracterizado o cometimento de
fraude.
Replicando a conceituação clássica do
doutrinador Pontes de Miranda, transcrita originalmente no
REspE n.º 1-49 (TSE), cabe mencionar que “FRAUDE consiste em
se praticar o ato de tal maneira que eventualmente possa ser
aplicada outra regra jurídica e deixar de ser aplicada a
regra jurídica fraudada. Aquela não incidiu, porque incidiu
essa; a fraude à lei põe diante do juiz o suporte fático, de
modo tal que pode o juiz errar. A fraude à lei é infração à
lei, confiando o infrator em que o juiz erre. O juiz aplica
a sanção, por ser seu dever de respeitar a incidência da lei
(de não errar)”.
Na hipótese em análise, a alegação de fraude se
circunscreve à apresentação de candidaturas femininas
artificiais, pela “Coligação Força do Trabalho V”, onde as
mulheres integrantes da coligação postulante a uma vaga na
Assembleia Legislativa não tinham a real pretensão de lograr
êxito em uma disputa eleitora, mas tão somente ludibriar a
Justiça Eleitoral, utilizando-se de um ardil para preencher
a cota de reserva de gênero ou para receber recursos do Fundo
Especial das Mulheres, para gastar os recursos em finalidades
não-eleitorais.
5.1 A primeira FRAUDE observada no caso em apreço
foi em relação “reserva de cota de gênero”, sendo esta uma
regra extraída do art. 10, § 3º, da Lei 9.504/97, que
disciplina: “Do número de vagas resultante das regras
previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá
o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta
por cento) para candidaturas de cada sexo”.
Sendo o percentual mínimo uma condição para o
registro da Coligação, o próprio sistema CANDex alerta quando
não há a observância desse critério. Tudo isso, como se sabe,
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é no intuito de se conseguir a aprovação DRAP – demonstrativo
de regularidade dos atos partidários –, requisito
imprescindível para admissão, ou não, da participação do
partido/coligação nas eleições proporcionais.
Se a indigitada participação de gênero for
inferior a 30%, estará configurada irregularidade por
violação ao multicitado art. 10, § 3º, da Lei 9.504/97, e,
por consequência, o partido/coligação não terá o DRAP
deferido, prejudicando todas as demais candidaturas
integrantes da coligação.
Nesta situação em que o DRAP é indeferido pela
Justiça Eleitoral, todos os candidatos da coligação não terão
seus pedidos de registro de candidatura aprovados, o que
deve importar na queda total da coligação e candidaturas,
conforme jurisprudência pacífica do TSE9.
Ou seja, descumprindo-se a reserva de cota de
gênero no lançamento das candidaturas, a coligação não será
admitida na disputa proporcional e as condições pessoais
(condições de elegibilidade e causas de inelegibilidade) de
cada um dos candidatos da coligação sequer serão avaliadas
e julgadas.
Desde o ano de 2009, quando houve a alteração da
redação da Lei das Eleições para criar a cota de gênero, o
TSE manteve-se firme no sentido de que o descumprimento da
aludida regra impede a regularidade do registro da coligação
interessada em participar das eleições. Vejamos:
9 “Os processos de registros de candidaturas individuais vinculam-se ao
registro principal da coligação ou do partido (DRAP), cujo indeferimento
acarreta, irremediavelmente, a prejudicialidade dos demais. Precedentes.
3. Embargos de declaração não conhecidos”. (TSE - ED-AgR-REspe nº 92-
80/SC, ReI. Min. Dias Toffoli, DJe de 22.10.2013).
“O indeferimento do pedido de registro da coligação, em decisão
transitada em julgado, acarreta o prejuízo dos requerimentos individuais
de candidatura a ela vinculados.” (TSE - RESPE: 18768. Rel. Min. Luciana
Lóssio. DJE 06/03/2017)
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“[...]. Eleições 2012. DRAP. Percentuais de
gênero. Não observância [...].
1. A norma prevista no art. 10, § 3º, da Lei
9.504/97 tem caráter objetivo e o seu
descumprimento impede a regularidade do
registro da coligação ou do partido
interessado em participar das eleições.
2. No caso, facultou-se à coligação, no prazo
legal, adequar o DRAP aos percentuais de
gênero, mas a determinação não foi atendida
oportunamente.
3. Inviável a análise documental em recurso
de natureza extraordinária para se aferir a
suposta adequação do DRAP aos percentuais de
gênero. [...]”
(TSE - AgR-REspe nº 11781, rel. Min. Nancy
Andrighi, DJE 6.11.2012)
Se o percentual mínimo de 30% é condição para a
participação do partido nas eleições e se a Coligação
impugnada não apresentou candidaturas reais, ao contrário,
apresentou candidaturas fictícias, ela sequer poderia ter o
seu registro admitido. Assim, todos os candidatos
apresentados por ela não teriam sequer buscado e recebido os
votos que os elegeram.
Na prática, a fraude cometida viabilizou que a
coligação tivesse 45 candidatos homens com densidade
eleitoral, o que culminou na eleição de três dos seus
postulantes, sendo eles: (i) o Sr. Melchior Naelson Batista
da Silva (REDE), (ii) o Sr. Érico Djan Corte de Alencar (PPS)
e (iii) o Sr. João Bosco Carneiro Júnior (PPS).
Sem a existência da fraude, a “Coligação Força
do Trabalho V” sequer existiria, porque não teria seu DRAP
deferido pela Justiça Eleitoral. Em acréscimo, sem a
existência da fraude, a coligação não conseguiria registrar
a candidatura de tantos candidatos homens “puxadores de
voto”, diminuindo-se a média de votos da coligação, o que
alteraria o cálculo do quociente partidário, bem como
alterando-se a distribuição das vagas entre as coligações
participantes do pleito.
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Vale relembrar que aqui se está tratando de
eleições proporcionais, onde os três eleitos não obtiveram
esta condição exclusivamente por méritos próprios, mas pelo
universo dos votos de toda coligação fraudulenta. Em
acréscimo, também se deve relembrar que nesta AIME se está
apontando fraude em relação a 9 (nove) candidatas mulheres.
Levando-se em conta a regra da proporcionalidade 70%/30% por
gênero, estas 9 (nove) candidatas artificiais possibilitaram
o registro adicional irregular de outros 27 (vinte e sete)
homens candidatos reais, o que turbinou o quociente obtido
da coligação.
A fraude ora impugnada gerou uma verdadeira
anomalia na disputa entre coligações, violentando o
“princípio da igualdade de oportunidades”, ja que a Coligação
ora representada, ao adicionar “candidatas laranjas”, também
pôde acrescentar em 27 (vinte e sete) o número de candidatos
homens na disputa, aumentando-se o número total de
postulantes, obtendo-se mais votos, elevando-se o seu
quociente e, por fim, criando um privilégio concreto em
relação às demais coligações.
Equivale dizer que o status de eleitos, agora
atribuído a três dos candidatos impugnados (Sr. Melchior, Sr.
Érico Djan e Sr. João Bosco), só foi possível alcançar em razão
da fraude lançada na lista de candidatos, resultado das
candidaturas fictícias e fraudulentas aqui apontadas.
Neste particular, configurada a fraude que
possibilitou o registro, a disputa e a recepção dos votos
que deram à Coligação impugnada o quociente capaz de eleger
os três candidatos impugnados, necessário desconstruir os
mandatos obtidos a partir do deplorável expediente
antidemocrático e temerário.
Mais uma vez, cabe registrar que esta AIME é a
ação constitucional pertinente para veicular a pretensão da
impugnação ao mandato dos eleitos e a pretensão da derrubada
de toda coligação, em virtude da fraude à regra da reserva
de cota de gênero. E, à luz do art. 14, §10 da CRFB/1988, a
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citada “fraude” é compreendida como qualquer manobra que
objetive enganar a Justiça Eleitoral e proporcionar
resultados diversos daqueles que seriam possíveis, fosse
regular e imaculado o ambiente da disputa.
In casu, a Coligação representada, que não tinha
candidaturas femininas suficientes e, por isso, nem
participaria da eleição proporcional, logrou registrar
candidatos, disputar o pleito e receber votos, em tudo
ludibriando a Justiça Eleitoral com as ditas candidaturas
artificiais, que serviram para burlar o espírito
constitucional da representatividade universal na política.
Em verdade, a Coligação impugnada simulou
candidaturas que não eram de verdade, com a finalidade
específica de burlar a legislação eleitoral e conseguir a
regularidade do DRAP, no que, como se vê, logrou sucesso, já
que esse ardil em relação às mulheres possibilitou o
incremento da candidatura adicional de muitos outros homens,
o que elevou a média total de votos obtida.
Nesse quadrante, a fraude na composição da lista
de candidatos a deputado estadual também caracteriza abuso
de poder, praticado pelo partido/coligação, que tem a
exclusiva prerrogativa constitucional de conduzir as
candidaturas à Justiça Eleitoral e tem a responsabilidade
de, em prévia convenção partidária, formar o grupo de
candidatos que vai buscar os votos do eleitorado.
Enfim, a Coligação aqui impugnada agiu de forma
contrária à lei, tangenciando a disposição legal e desviando-
se do rumo traçado pelo ordenamento jurídico de regência.
5.2 A segunda espécie de FRAUDE observada na ação
telada diz respeito à candidatura artificial da Sra. LUMA
GOUVEIA, que pôs seu nome à disposição da coligação, para
ser uma candidata artificial, com dois objetivos bem claros:
(i) fraudar a regra da cota de gênero, computando-se uma
mulher a mais na coligação e, concomitantemente, (ii) receber
recursos do Fundo Especial Eleitoral reservado às mulheres
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e utilizar tal dinheiro em prol de finalidades inidôneas,
não eleitorais.
O foco das duas fraudes é vinculado ao mesmo
objetivo: utilizar-se das legítimas prerrogativas das
mulheres para criar uma vantagem inidônea aos integrantes da
coligação, por meio da prática de um abuso de direito
consistente na apresentação de candidaturas artificiais.
Sem dúvidas, ambas as fraudes contêm, entre
si, o mesmo suporte jurídico: utilizar uma prerrogativa
legalmente atribuída às mulheres para poder atingir uma
finalidade ilícita, por meio de um ABUSO DE DIREITO! E o
abuso de direito, nos dois casos, consiste na apresentação
de uma candidatura artificial feminina.
Sobre a candidata LUMA GOUVEIA, conforme já
foi mencionado, no ano de 2016 ela foi candidata a vereadora
de João Pessoa, tendo obtido apenas 3 (três) votos.
Analisando o boletim de urna de sua sessão foi possível
verificar que nem ela mesma votou em seu próprio número.
Igualmente, durante o pleito, esta fez campanha eleitoral
ativa em prol do seu candidato “adversário” Major Fabio.
Já em 2018, a candidata artificial LUMA
GOUVEIA pôs seu nome à disposição do partido para atender à
regra da cota de gênero, bem como para poder tredestinar
ilicitamente os recursos públicos do Fundo Eleitoral
Especial da Mulheres.
A postulação eleitoral artificial de LUMA
GOUVEIA possibilitou que esta recebesse R$ 150.000,00 (cento
e cinquenta mil reais) da direção nacional do DEMOCRATAS,
por meio do Fundo Especial Eleitoral. Este dinheiro foi gasto
preponderantemente com a contratação de familiares, que
foram beneficiários dos pagamentos realizados com o dinheiro
da campanha.
Após esta parte autora fazer um levantamento
geral nas informações da prestação de contas de LUMA GOUVEIA,
analisando-se os contratos firmados, confrontando-se com
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outros dados colhidos em processos judiciais em trâmite no
TJPB (sistema PJ-e), descobriu-se que os “fornecedores” da
campanha desta candidata artificial, em sua ampla maioria,
são seus parentes. Os nomes destacados abaixo representam os
familiares de LUMA GOUVEIA beneficiários dos pagamentos com
os recursos oriundos do Fundo Especial das Mulheres:
Conforme já mencionado, a artificialidade da
candidatura e a fraude à lei foram tão grandes que LUMA
GOUVEIA chegou ao ponto de alugar, de sua própria prima
(Katiane Bernardo da Silva), um FIAT UNO MILLE, ano 1992,
placa MMN-3845-PB, por um único mês, pelo valor de R$
8.000,00. Tudo com recursos do Fundo Especial das Mulheres.
Outra prova da artificialidade da sua
candidatura é que nenhum registro de atividade de campanha
política foi registrada junto às zonas eleitorais, o que
demonstra que, apesar da expressividade de suas despesas,
LUMA GOUVEIA não realizou qualquer ato político durante o
período eleitoral.
Vale lembrar que em razão da Lei das Eleições10,
10 Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não depende de licença da polícia.
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os candidatos que quisessem realizar qualquer ato político
deveriam comunicar à autoridade policial, bem como ao juízo
zonal, a fim de garantir o direito de preferência pelo local.
A candidata LUMA GOUVEIA não tem registro de qualquer
comunicação desta natureza, o que ratifica a conclusão de
que não existiu qualquer atividade eleitoral em seu nome.
Neste contexto, não há como se acreditar que a
candidatura de LUMA GOUVEIA realmente representasse uma
legítima postulação eleitoral com o objetivo de ser eleita.
Na verdade, apura-se que a sua candidatura se tratou de um
ardil para atender à cota de gênero da coligação e, em
seguida, poder tredestinar ilicitamente os recursos do Fundo
Especial das Mulheres.
O grau de censura a ser aplicado ao presente caso
de LUMA GOUVEIA é qualificado, porque além de fraudar a regra
da cota de gênero, por meio da sua candidatura artificial a
referida candidata também fraudou a essência do Fundo
Especial das Mulheres, que é mais um relevantíssimo
instrumento de reafirmação da representatividade feminina na
política.
Esta artificialidade na candidatura de 2018 é
reforçada ainda mais quando se visualiza que a burla à
legislação também fora cometida no ano de 2016, quando nem
a própria candidata votou nela mesma.
Estes fatos ora expostos, aliados ao contexto de
todas as outras candidatas da coligação “Força do Trabalho
V”, revelam que a artificialidade das candidaturas imperou
na coligação ora representada, havendo a clara percepção de
fraudes das mais variadas espécies, mas todas vinculadas por
um único objetivo: apresentar uma falsa postulação
eleitoral, com o afã de burlar a legislação aplicável à
matéria!
§ 1º O candidato, partido ou coligação promotora do ato fará a devida comunicação à autoridade policial em, no mínimo, vinte e quatro horas antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a prioridade do aviso, o direito contra quem tencione usar o local no mesmo dia e horário.
Página 58 de 65
Não resta dúvida, portanto, que a Coligação
impugnada levou as ditas candidatas a registro apenas com o
intuito de formatar legalmente a cota de gênero mínima de
30%, neste caso destinada ao sexo feminino, visando a
cumprir, apenas formalmente, condição sine qua non à sua
participação nas eleições proporcionais.
6. A FRAUDE E O MOMENTO DE SUA AVALIAÇÃO
Durante toda a presente petição vestibular foram
demonstrados os fatos comprobatórios da existência de fraude
em relação às mulheres integrantes da “Coligação Força do
Trabalho V”, que apresentaram candidaturas artificiais, que
não representavam uma legítima postulação eleitoral.
As fraudes aqui farpeadas foram praticadas com
base em dois motivos determinantes: (i) preencher a cota de
gênero de candidatos que impõe a apresentação de 30% de
postulantes do sexo feminino e (ii) desviar recursos oriundos
do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, por meio do
emprego destes valores em finalidades não-eleitorais.
Para a prática da fraude, a Coligação
representada se valeu do rito procedimental das eleições, no
qual a Justiça Eleitoral analisa primeiro o DRAP, e só depois
se tem a votação propriamente dita, momento em que fica mais
fácil avaliar a existência das candidaturas artificiais.
Para comprovar a prática da fraude das
candidaturas artificiais, inicialmente se chama a atenção
que todas as candidatas do PPS, aqui mencionadas, trilharam
rigorosamente o mesmo caminho, sendo observados os mesmos
fatos em relação ao seu contexto eleitoral:
- realizar requerimento de registro de candidatura
- ter irregularidades detectadas pelo TRE/PB
- receber intimação do TRE para sanar irregularidade
- quedar-se silente em relação à irregularidade
- não promover a diligência requerida pelo TRE/PB
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- ter o registro indeferido, pelo TRE/PB
- realizar substituição (se antes do prazo legal)
- não abertura de conta bancária
- nenhuma doação
- nenhuma despesa
- não prestação de contas
- não fazer campanha
- não informar à Justiça Eleitoral site ou rede social
- não informar ao juízo zonal realização de ato eleitoral
- não votar em si mesma (comprovação via boletim de urna)
- computar ZERO VOTO em favor da coligação fraudadora
Além de todos estes fatos que escancaram que as
candidatas impugnadas nunca foram postulantes eleitorais pra
valer, ainda se tem os seguintes fatos, que fazem saltar aos
olhos a ocorrência de fraude à legislação eleitoral:
CANDIDATA
ARTIFICIAL
FATO COMPROVADO
Alcelina Não sabia que era candidata. Seu nome foi
registrado sem sua ciência ou concordância.
Sua foto foi utilizada no RRC de Joseane e Maria
Delzane.
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Yohanie
Stephanie Seu nome sequer constava na ata da convenção. Seu
nome foi inserido como substituição da Sra.
Alcelina apenas para maquiar a fraude.
Não recebeu votos.
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Joseane
Soares Não assinou o próprio RRC. Apenas subscreveu o
documento quando descobriu estar sendo investigada
pela Procuradoria Eleitoral.
Não se desincompatibilizou da função pública
porque sabia que sua candidatura não era real
Não apresentou absolutamente nenhum documento
exigido pela legislação, porque sabia que não era
candidata real
No seu RRC, foi utilizada a foto de Alcelina
Não recebeu votos.
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Maria Delzane Em depoimento à Procuradoria Eleitoral, disse que
sua filiação ao PPS foi realizada pela tia do seu
esposo, tendo demonstrado que não sabe sequer o
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que significa “filiação”. Reconheceu que não fez
campanha
No seu RRC, foi utilizada a foto de Alcelina
Não recebeu votos.
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Lilian
Bandeira Além de não ter feito campanha para si, já no
pontapé das eleições, no dia 16/08/2018, ela pediu
voto para concorrente, em suas redes sociais.
Não votou em si mesma.
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Juliana Lima Candidata a deputada estadual, sendo esposa de
outro candidato ao mesmo cargo, pelo mesmo
partido.
Segundo o boletim de urna de sua seção eleitoral,
ela não votou em si própria.
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Mairla Gomes Em 2016 foi candidata e, logo após o deferimento
do DRAP da coligação, pediu desistência.
Em 2018, obteve três votos. Segundo o boletim de
urna de sua seção eleitoral, ela não votou em si
própria.
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Luma Gouveia Em 2016 foi candidata, não votou em si própria e
fez campanha para “adversario” em suas redes
sociais.
Em 2018 recebeu doação de R$ 150.000,00 do Fundo
Especial das Mulheres e gastou expressivas
quantias contratando familiares a título de
“militância patrocinada”, mas nunca promoveu
qualquer ato político-eleitoral.
Gastou expressiva quantia com “marketing digital”,
mas não há sítio ou rede social comunicada à
Justiça Eleitoral
Sua presença na coligação auxiliou o deferimento
do DRAP em razão da fraude na cota de gênero.
Após a comprovação destes atos fraudulentos
consistente na apresentação das candidaturas artificiais,
tem-se a enfatizar que a observância aos mandamentos do art.
10, §3º da Lei das Eleições deve acontecer durante todo o
processo eleitoral, e não apenas no instante de apresentação
das candidaturas.
A respeito, é de bom alvitre transcrever as
disposições da Resolução n.º 23.548/2017, do TSE, que
regulamenta o processo de registro de candidatura para as
eleições de 2018. A citada norma preconiza que a cota de
gênero também deve ser observada em relação às substituições
entre candidatos(as). Vejamos:
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Art. 20. Cada partido político ou coligação
poderá registrar candidatos [...]
§ 2º Do número de vagas resultante das regras
previstas neste artigo, cada partido político ou
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por
cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para
candidaturas de cada sexo (Lei nº 9.504/1997,
art. 10, § 3º).
§ 4º O cálculo dos percentuais de candidatos para
cada sexo terá como base o número de candidaturas
efetivamente requeridas pelo partido político ou
coligação e deverá ser observado nos casos de
vagas remanescentes ou de substituição.
A norma deixa claro que a observância da regra
da cota de gênero não é algo estanque e aplicável apenas no
momento inicial do protocolo do DRAP. Trata-se de prestigiada
regra cuja aplicação deve ser acompanhada durante todo o
processo eleitoral. Por conseguinte, a fraude na
apresentação das candidatas artificiais substitutas também
é igualmente reprovável e, com o mesmo grau de censura, deve
ser repreendido pelo TSE.
Vale observar como o TSE trata o assunto com
primazia:
“Representação. Eleição proporcional. Percentuais
legais por sexo. Alegação. Descumprimento
posterior. Renúncia de candidatas do sexo feminino.
1. Os percentuais de gênero previstos no art. 10, §
3º, da Lei nº 9.504/97 devem ser observados tanto
no momento do registro da candidatura, quanto em
eventual preenchimento de vagas remanescentes ou na
substituição de candidatos, conforme previsto no §
6º do art. 20 da Res.-TSE nº 23.373. [...]
(TSE - REspe nº 21498, rel. Min. Henrique Neves,
DJE de 23.5.2013)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO
REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2014.
REGISTRO DE CANDIDATURA. INDEFERIMENTO. CARGO.
DEPUTADO FEDERAL. VAGA REMANESCENTE. PERCENTUAIS
MÍNIMOS DE GÊNERO. ART. 10, § 3º, DA LEI Nº
9.504/97. NÃO OBSERVÂNCIA. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO
Página 62 de 65
ESPECÍFICA DE TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.
1. Os percentuais de gênero previstos no art. 10,
§ 3º, da Lei nº 9.504/97 devem ser observados tanto
no momento do registro da candidatura quanto em
eventual preenchimento de vagas remanescentes ou na
substituição de candidatos, conforme previsto art.
19, § 7°, da Resolução-TSE n° 23.405/2014.
2. In casu, não se verifica ser possível o
deferimento da candidatura do ora Agravante para
concorrer à vaga remanescente, porquanto isso
importaria o descumprimento das quotas de gênero
determinadas pela legislação eleitoral.
3. [...]
(TSE - Respe nº 55188, Rel. Min. Luiz Fux, DJE
23/10/2014)
Isto posto, tem-se a destacar que a FRAUDE
cometida pela “Coligação Força do Trabalho V” ocorreu não
apenas no momento da apresentação inicial das candidaturas,
mas também em todas as oportunidades que o PPS trocava suas
candidatas fantasmas por outras candidatas igualmente
artificiais que não tinham as mais basilares condições de
registrabilidade!
E ainda cabe enfatizar que o indeferimento de
tantas candidatas do PPS, todas por gritantes vícios nas
condições de registrabilidade, a exemplo de ausência de foto,
ausência de nome em ata e etc., apenas ratifica que as
mulheres citadas nunca tiveram uma postulação eleitoral
verdadeira, tratando-se de mero estratagema para ludibriar
a Justiça Eleitoral, induzindo-a a erro no momento da
avaliação do DRAP.
De arremate, apenas para comprovar que a FRAUDE
não se deveu a fatos supervenientes ao registro de
candidatura, mas sim a um ardil premeditado, vale repisar
que, no dia 16/08/2018, primeiro dia em que fora autorizada
a realização de propaganda eleitoral, a candidata LILIAN
BANDEIRA (PPS) já estava pedindo ativamente voto para sua
“adversaria” e correligionaria Fabíola Rezende:
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Dessa forma, inconteste que o comportamento da
Coligação representada, inscrevendo candidaturas fictícias
que possibilitaram o deferimento do seu DRAP, a recepção de
votos e a consequente formação de quociente partidário,
conceituado como fraude e/ou abuso de poder, exige pronta
atuação da Justiça Eleitoral.
Desconstituídos tais mandatos e suplências, a
nulidade dos votos atribuídos à Coligação impugnada é
consequência lógica da procedência da ação e reconhecimento
da participação fraudulenta da “Coligação Força do Trabalho
V” no processo eleitoral.
Daí decorre a necessidade de distribuir aos
demais partidos/coligações, que alcançaram o quociente
eleitoral, as três cadeiras alcançadas ilicitamente pelos
membros da “Coligação Força do Trabalho V”. Tudo isso segundo
as regras do cálculo de sobras eleitorais, de acordo com as
solenidades de praxe, em conformidade com a disciplina do
art. 106 e seguintes do Código Eleitoral.
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7. DOS REQUERIMENTOS
PELO O EXPOSTO, requer a Coligação impugnante:
1. Seja recebida a presente AIME, com os documentos que a
instruem, especialmente o PPE 1.24.000.001466.2018-72,
oriundo da Procuradoria Regional Eleitoral da Paraíba;
2. Seja determinada a notificação dos representados para
que lhes sejam oportunizada a apresentação de defesa, no
prazo legal;
3. Em audiência de instrução, sejam ouvidas as testemunhas
arroladas abaixo:
3.1 Cláudia Carolina Rodrigues de Carvalho
3.2 Carlos Clayton Leite
4. Em audiência de instrução, sejam tomados os depoimentos
pessoais das partes representadas:
4.1 Alcelina Bernardo dos Santos
4.2 Lilian Bandeira
4.3 Yohanie Stephanie Sousa Melo
4.4 Janaina Martins Cavalcanti de Sousa
4.5 Maria Delzane B. Souza
4.6 Joseane Soares da Silva
4.7 Luma Gouveia
4.8 Juliana Lima
4.9 Ivandro Oliveira Araújo (Ivandro Produções)
5. Produzir todas as provas em direito admitidas.
6. Seja, ao final, julgado procedente o pedido para
6.1. Reconhecer a prática da fraude e do abuso de
poder na composição da lista de candidatos às
eleições proporcionais, atribuída a Coligação
“Força do Trabalho V” e, consequentemente, a
todos os candidatos e suplentes daquela
coligação;
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6.2. Desconstituir todos os mandatos obtidos pela
Coligação, dos titulares e dos suplentes
impugnados;
6.3. Declarar nulos todos os votos atribuídos à
Coligação impugnada, para determinar sejam os
três mandatos por ela alcançados,
distribuídos, segundo as regras do art. 106, e
seguintes, do Código Eleitoral.
Rodrigo Nóbrega Farias Frederich Diniz Tomé de Lima
OAB/PB N.º 10.220 OAB/PB N.º 14.532
Jaldemiro Rodrigues de Ataíde Jr.
OAB/PB N.º 11.591