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Mdulo de Processo CivilEtapa Execuo Civil e Tutela ColetivaProfessor Erik Navarro

Mdulo de Processo CivilEtapa Execuo Civil e Tutela ColetivaProfessor Erik Navarro

T.102. Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela ColetivaCURS02014ENFASE

Aula 1O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Assuntos tratados:1 Horrio.S Cumprimento de sentena / Introduo / Princpios / Princpio da mxima efetividade da execuo / Princpio da menor onerosidade do executado/ Nulla executio sine titulo / Nulla titulus sine lege / Princpio da patrimonialidade / Princpio do desfecho nico ou do resultado nico da execuo / Princpio da disponibilidade da execuo / Lealdade e boa-f processual / Princpio da primazia da tutela especfica ou princpio da maior coincidncia possvel2 Horrio.S Princpio do contraditrio / Princpio da responsabilidade objetiva do exequente / Execuo de ttulos judiciais / Diferenas entre a execuo dos artigos 461 e 461-A e a do artigo 475-J do Cdigo de Processo Civil / Obrigao de dar, fazer ou no fazer / Obrigao de pagar quantia em dinheiro / Natureza jurdica da multa / Liquidao de sentena1 HorrioCumprimento de sentena1. IntroduoH um tempo atrs o mdulo se chamaria processo de execuo e atualmente no se pode dizer isso. Em 2006, o Cdigo de Processo Civil passou por duas grandes reformas, que s sero superadas pelo novo Cdigo de Processo Civil, que ser aprovado na Cmara dos Deputados. At 2005, sempre que se falava em execuo, falava-se em ao autnoma de execuo que gerava um processo de execuo, seja aparelhado por um ttulo executivo extrajudicial, seja por uma sentena condenatria (ttulo executivo judicial).T.102. Mdulo de Processo CivilExecuo Civil e Tutela ColetivaAula 1

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Desde 1973, em relao h alguns procedimentos especiais (como por exemplo a ao possessria), a possibilidade de a execuo prosseguir dentro do mesmo processo que originou a sentena. Esses processos, que eram muito especficos, eram denominados processos sincrticos, pois, num nico processo, era realizada a atividade de cognio e depois se executava a deciso.Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br1

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Em 2005, com a alterao no Cdigo de Processo Civil, instaurou-se o procedimento de cumprimento de sentena, que substitui a ao autnoma de execuo. Atualmente, a execuo de ttulo judicial deixou de ser a regra, mas em relao execuo de ttulo extrajudicial, necessria uma ao autnoma para forar o cumprimento de determinado ttulo.Existem algumas excees regra do processo sincrtico, como, por exemplo, a execuo contra a Fazenda Pblica, a execuo de uma sentena penal transitada em julgado, ou, ainda, para aqueles que entendem que a sentena arbitral um ttulo executivo judicial (como diz a lei), ser necessria uma ao autnoma de execuo.Qual seria o maior expoente do sincretismo processual? Se duas pessoas tem uma relao jurdica de direito material, na qual uma delas tenha a obrigao de pagar determinada quantia outra. Vencida a obrigao, credor ajuza a ao de cobrana. Se o devedor estiver dilapidando o seu patrimnio, possvel que o credor prove e faa o pedido de arresto ou bloqueio dos bens da outra parte, a fim de garantir a satisfao de seu crdito em face de eventual condenao? Sim. Trata-se de medida cautelar proferida incidentalmente em uma ao ordinria. Proferida a sentena, ser expedido o mandado de penhora e avaliao dos bens arrestados, iniciando-se o cumprimento ou execuo da sentena, no mesmo processo da ao de cobrana. Veja-se, num nico processo, possvel praticar as trs atividades tpicas da jurisdio: cognio, cautelar e execuo. O ideal do processo sincrtico a possibilidade de se buscar todas as atividades jurisdicionais num mesmo processo.Com o cumprimento de sentena, o legislador criou uma nova fase no processo cognitivo para as obrigaes de pagar, mas a execuo j era dessa forma nas hipteses de obrigao de dar, fazer ou no fazer.De acordo com a Teoria Quinria, so cinco os tipos de tutela ju risdicional: declaratria, constitutiva/desconstitutiva, declaratria, mandamental e executiva lato sensu. Sempre que se busca obrigaes de dar ou de fazer a execuo se d nos prprios autos, na forma do artigo 461 do Cdigo de Processo Civil.Na mandamental h uma ordem de pagar, ao passo que na executiva o juiz faz do Estado substituto do credor para obter o provimento. Exemplo: numa execuo, ao invs de o juiz determinar que o ru apresente o bem, ele pode expedir um mandado de busca e apreenso da coisa.Na reforma de 2005, o legislador tentou criar, para as sentenas que contm obrigao de pagar, um procedimento similar ao que j ocorria com as sentenas que determinavam obrigaes de dar ou fazer. Contudo, ele foi mais tmido na reforma, pois o juiz no dispe de tantos mtodos coercitivos e no pode atuar de ofcio.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Em suma, existem dois tipos de execuo, a judicial e a extrajudicial, as quais podem se referir a diversos tipos de obrigao, dar, fazer/no fazer e obrigao de pagar quantia em dinheiro. As obrigaes de dar coisa certa ou incerta e de fazer ou no fazer podem ser reunidas em um nico grupo, ao qual se aplica um mesmo regime jurdico; pagar quantia em dinheiro um outro grupo, com regime jurdico prprio. O 1 grupo tem regime jurdico previsto nos artigos 461 e 461-A do Cdigo de Processo Civil, enquanto o segundo grupo regulado no artigo 475-J do Cdigo, primordialmente.Todas essas execues tem regramentos comuns, inclusive o artigo 475-R do Cdigo de Processo Civil, ltimo do captulo que regula o cumprimento de sentena, diz que naquilo que no houver incompatibilidade, aplica-se o regime jurdico da execuo de ttulo extrajudicial, pois esse captulo no regula propriamente os atos de expropriao dos bens do devedor, mas apenas o modo de iniciar a execuo e as defesas que podem ser aduzidas pelo devedor2. PrincpiosOs processualistas que estudam execuo afirmam que existe uma teoria geral da execuo. Os autores que estudaram as execues perceberam que h normais gerais que regulam todas as execues, as quais podem ser traduzidas em um corpo de princpios, podendo, ento, se falar em teoria geral da execuo.Um autor clssico o Araken de Assis, que tem um manual tradicional. Os mais atuais so os professores Cassio Scarpinella Bueno, Eduardo Talamini, Luiz Rodrigues Wambier e Teresa Arruda Alvim Wambier.Existem cerca de onze princpios relativos execuo (dependendo da viso de cada autor). Os dois mais importantes so dois, os quais esto interligados (um depende do outro): o princpio da mxima efetividade da execuo e o princpio da menor onerosidade ao executado. O princpio da razoabilidade/proporcionalidade traduz muito bem o que se pretende na execuo: garantir a efetividade da execuo para o credor, conjugada com a menor onerosidade possvel para o executado.OCdigo de Processo Civil, em seu artigo 655, e a Lei de Execuo Fiscal, em seu artigo 11, trazem uma ordem de bens a serem penhorados.Art. 655. A penhora observar, preferencialmente, a seguinte ordem: (Redaodada pela Lei n 11.382, de 2006).I - dinheiro, em espcie ou em depsito ou aplicao em instituio financeira;(Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).II - veculos de via terrestre; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.III - bens mveis em geral; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).IV - bens imveis; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).V - navios e aeronaves; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).VI - aes e quotas de sociedades empresrias; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).VII - percentual do faturamento de empresa devedora; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).VIII - pedras e metais preciosos; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).IX - ttulos da dvida pblica da Unio, Estados e Distrito Federal com cotao em mercado; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).X - ttulos e valores mobilirios com cotao em mercado; (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).XI - outros direitos. (Includo pela Lei n 11.382, de 2006). 1 Na execuo de crdito com garantia hipotecria, pignoratcia ou anticrtica, a penhora recair, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, ser tambm esse intimado da penhora. (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006). 2 Recaindo a penhora em bens imveis, ser intimado tambm o cnjuge do executado. (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).LEF, Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecer seguinte ordem:I - dinheiro;II - ttulo da dvida pblica, bem como ttulo de crdito, que tenham cotao em bolsa;III - pedras e metais preciosos;IV - imveis;V - navios e aeronaves;VI - veculos;VII - mveis ou semoventes; eVIII - direitos e aes. 1 - Excepcionalmente, a penhora poder recair sobre estabelecimento comercial, industrial ou agrcola, bem como em plantaes ou edifcios em construo. 2 - A penhora efetuada em dinheiro ser convertida no depsito de que trata o inciso I do artigo 9. 3 - O Juiz ordenar a remoo do bem penhorado para depsito judicial, particular ou da Fazenda Pblica exeqente, sempre que esta o requerer, em qualquer fase do processo.Essa ordem absoluta? No, pois o executado pode requerer a substituio de um bem penhorado (que esteja no topo da lista), por outro (em posio abaixo nessa lista) demonstrado que no haver iliquidez. O juiz pode quebrar a ordem,T.102. Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela ColetivaAula 1aCUR50ENFA5E

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.fundamentando com a melhor conjugao possvel entre os princpios da melhor efetividade da execuo e menor onerosidade do executado. Isso pode acontecer ainda que o bem seja dinheiro.2.1. Nulla executio sine tituloNo h de se falar em execuo vlida sem que exista ttulo. Esse princpio cnone, sendo referido por todos os autores. a lei que determina que algo ttulo executivo. Contudo, decises que deferem antecipao de tutela podem ser objeto de execuo, mas a deciso interlocutria que defere a antecipao de tutela no relacionada como nenhum dos ttulos.Ento, alguns autores, como Marinoni e Joo Gabriel Garcia Medina entendem que trata-se de uma exceo a esse princpio; na verdade, se estaria criando um novo princpio, da execuo sem ttulo. Erik Navarro no concorda com essa opinio, entendendo que uma exceo no pode fundamentar um princpio novo. Araken de Assis e o Ministro Teori Albino Zavascki entendem que a deciso interlocutria est includa no art. 475-N, inciso I, do Cdigo de Processo Civil.Art. 475-N. So ttulos executivos judiciais: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)I - a sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia de obrigao de fazer, no fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)Esse dispositivo traz o principal ttulo executivo judicial, afirmando que a expresso sentena est sendo utilizada como sinnimo de pronunciamento judicial, que abarca o acrdo e a deciso interlocutria que antecipa a tutela.2.2. Nulla titulus sine legeEsse princpio decorre do primeiro, pois a lei que define o que ttulo executivo. Se aquele ttulo no for executivo, de acordo com a lei, ele poder fundamentar apenas uma ao monitria, mas nunca uma execuo.2.3. Princpio da patrimonialidadeEst expresso no artigo 591 do Cdigo de Processo Civil.T.102. Mdulo de Processo CivilExecuo Civil e Tutela ColetivaAula 1

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Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigaes, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restries estabelecidas em lei.Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br5

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Hoje esse princpio bvio, mas na antiguidade, o sujeito poderia responder com a vida ou com o prprio corpo na execuo. Ainda h resqucios desses sistema antigo, na hiptese de priso civil por dvida de alimentos.Esse princpio tambm evoluiu, pois hoje h limitao do patrimnio do devedor na execuo. Especialmente aps a Constituio de 1988, isso foi ficando mais claro, sendo necessria a preservao de um mnimo existencial para preservar a dignidade da pessoa do devedor. Por exemplo, uma lei hoje traz um rol de bens impenhorveis, outra lei traz um rol de bens de famlia, tambm impenhorveis, pois garantem o mnimo existencial.2.4. Princpio do desfecho nico ou do resultado nico da execuoEsse princpio normalmente no cobrado em provas, mas foi cobrado no ltimo concurso para juiz federal do Tribunal Regional Federal da 2- Regio.Na ao de conhecimento, o resultado pode ser o julgamento procedente ou improcedente, pois se discute quem tem o direito. Na execuo, o nico resultado possvel a satisfao do exequente. O executado est indefeso, pois ele tem que cumprir a obrigao da forma mais onerosa possvel. Na ao de execuo, o executado citado para realizar o pagamento.Na execuo de ttulo extrajudicial, o devedor ajuza embargos execuo, que uma nova ao, na qual o devedor pode discutir diversas matrias e inclusive produzir provas.Na hiptese do cumprimento de sentena, o devedor pode apresentar sua impugnao ao cumprimento de sentena, e alguns autores at entendem que trata-se de processo autnomo, mas Erik Navarro no concorda, afirmando que apenas um incidente, j que a prpria execuo no autnoma.Tambm possvel que, atravs de simples petio (sem nova ao ou incidente processual), o devedor apresente sua execuo de pr-executividade alegando matrias que o juiz poderia reconhecer de ofcio, como a prescrio, por exemplo. E caso o juiz reconhea tal pedido, profere sentena de mrito na execuo.2.5. Princpio da disponibilidade da execuoDecorre, de certa forma, do princpio anterior, pois o credor que decide se a execuo prosseguir, a qualquer momento, independentemente de concordncia do executado.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execuo ou de apenas algumas medidas executivas.Pargrafo nico. Na desistncia da execuo, observar-se- o seguinte: (Includo pela Lei n 8.953, de 13.12.1994)a) sero extintos os embargos que versarem apenas sobre questes processuais, pagando o credor as custas e os honorrios advocatcios; (Includo pela Lei n 8.953, de 13.12.1994)b) nos demais casos, a extino depender da concordncia do embargante. (Includo pela Lei n 8.953, de 13.12.1994)Se o executado ou impugnante trouxer questes de mritos relevantes em seus embargos ou impugnao, a desistncia da execuo no pode ser feita apenas pelo exequente, dependendo da concordncia do executado.Na hiptese de os embargos continuarem a tramitar, parte da doutrina afirma que eles ganham natureza de ao autnoma, j que a execuo no mais existe, o que tem reflexos importantes, como, por exemplo, nos efeitos do recebimento do recurso de apelao dos embargos, que teriam duplo efeito e no apenas efeito devolutivo.2.6. Lealdade e boa-f processual importante porque a lei processual traz vrias penas quele que no observa esse princpio.Art. 600. Considera-se atentatrio dignidade da Justia o ato do executado que: (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).I - frauda a execuo; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)II - se ope maliciosamente execuo, empregando ardis e meios artificiosos; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)III - resiste injustificadamente s ordens judiciais; (Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)IVno indica ao juiz onde se encontram os bens sujeitos execuo.(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)IV - intimado, no indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais so e onde se encontram os bens sujeitos penhora e seus respectivos valores. (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).Traz trs condutas tipificadas como atentatrias contra a dignidade da justia. Ademais, o artigo 593 do Cdigo de Processo Civil traz as hiptese de fraude execuo e todos eles trazem a ideia de o devedor que se desfaz do patrimnio e provoca a insolvncia.Art. 593. Considera-se em fraude de execuo a alienao ou onerao de bens:

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.I - quando sobre eles pender ao fundada em direito real;II - quando, ao tempo da alienao ou onerao, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo insolvncia;III - nos demais casos expressos em lei.Oinciso I do artigo 600 do Cdigo traz uma hiptese que pode configurar fraude execuo ou resistncia injustificada s decises judiciais.Omais importante o inciso IV. Antes de 2005, o executado era citado para pagar ou indicar bens penhora, ele tinha a preferncia de indicar, que s era invertida caso ele no se manifestasse ou no pagasse. Atualmente, se o exequente conhece o patrimnio do executado, pode pedir que a penhora recaia sobre determinados bens.Caso ele no conhea os bens do devedor, o juiz determina que o executado indique a localizao dos bens. Findo o prazo e o devedor no indica, isso configura ato atentatrio justia, ensejando multa de 20% do valor da execuo, destinado ao exequente.Ademais, pode ocorrer a situao denominada contempt of court, ou, numa traduo literal, o desprezo pelo judicirio, que, de acordo com o artigo 14, pargrafo nico do Cdigo de Processo Civil, configura ato contra a dignidade da jurisdio, ensejando o pagamento de multa destinada ao Estado.Art. 14. So deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: (Redao dada pela Lei n 10.358, de 27.12.2001)I - expor os fatos em juzo conforme a verdade;II - proceder com lealdade e boa-f;III - no formular pretenses, nem alegar defesa, cientes de que so destitudas de fundamento;IV - no produzir provas, nem praticar atos inteis ou desnecessrios declarao ou defesa do direito.V - cumprir com exatido os provimentos mandamentais e no criar embaraos efetivao de provimentos judiciais, de natureza antecipatria ou final.(Includo pela Lei n 10.358, de 27.12.2001)Pargrafo nico. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violao do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatrio ao exerccio da jurisdio, podendo o juiz, sem prejuzo das sanes criminais, civis e processuais cabveis, aplicar ao responsvel multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e no superior a vinte por cento do valor da causa; no sendo paga no prazo estabelecido, contado do trnsito em julgado da deciso final da causa, a multa ser inscrita sempre como dvida ativa da Unio ou do Estado. (Includo pela Lei n 10.358, de 27.12.2001)

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.A doutrina costuma entender que para que o devedor se sujeite esta multa, ele tem que se enquadrar na conduta prevista no inciso III do artigo 660, que fala em resistncia injustificada s ordens judiciais. De acordo com o artigo 14, no s as partes, mas tambm um terceiro, pode sofrer esta multa.2.7. Princpio da primazia da tutela especfica ou princpio da maior coincidncia possvelQuando um sujeito de determinada relao jurdica material faz jus a uma determinada prestao, ele quer aquela prestao e no outra. Quando a prestao dinheiro, no h problemas.Em caso de obrigao de fazer ou dar, surgem os problemas, pois a coisa pode perecer ou a tutela especfica no pode ser entregue in natura. O juiz deve utilizar de todos os meios possveis para impor que o executado entregue a tutela especfica. Contudo, h casos em que isso no possvel e, nesses casos, a tutela pode ser convertida ao seu equivalente em pecnia. Contudo, alm do equivalente em dinheiro, se buscar um acrscimo, isto , a reparao do dano causado pela impossibilidade da tutela especfica.2 Horrio2.8. Princpio do contraditrioNa execuo, o contraditrio um pouco mais tmido, pois, para que o ru se defenda, ele precisa ter uma postura ativa, j que precisa ajuizar uma ao autnoma de embargos ou um incidente de impugnao ao cumprimento de sentena.2.9. Princpio da responsabilidade objetiva do exequenteSempre que se pratica atos de execuo, se fere a esfera jurdica do executado, atacando-se seu patrimnio com fundamento num ttulo executivo. Mas nem sempre assim, pois nas hipteses de execuo provisria de deciso que antecipou tutela antecipada ou de sentena que ainda no transitou em julgado, o prejuzo do devedor nos atos de execuo pode ser maior.A execuo provisria regida pelo artigo 475-O do Cdigo de Processo Civil, que impe vrios limites conduta do exequente, a simples penhora ou bloqueio de bens pode gerar prejuzos e danos ao executado.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 475-O. A execuo provisria da sentena far-se-, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: (Includo pela Lei n11.232, de 2005)I - corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqente, que se obriga, se a sentena for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - fica sem efeito, sobrevindo acrdo que modifique ou anule a sentena objeto da execuo, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuzos nos mesmos autos, por arbitramento; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)III - o levantamento de depsito em dinheiro e a prtica de atos que importem alienao de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de cauo suficiente e idnea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos prprios autos. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 1 No caso do inciso II do caput deste artigo, se a sentena provisria for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficar sem efeito a execuo. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 2 A cauo a que se refere o inciso III do caput deste artigo poder ser dispensada: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)I - quando, nos casos de crdito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilcito, at o limite de sessenta vezes o valor do salrio-mnimo, o exeqente demonstrar situao de necessidade; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - nos casos de execuo provisria em que penda agravo perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justia (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difcil ou incerta reparao. (Redao dada pela Lei n 12.322, de 2010) 3 Ao requerer a execuo provisria, o exequente instruir a petio com cpias autenticadas das seguintes peas do processo, podendo o advogado declarar a autenticidade, sob sua responsabilidade pessoal: (Redao dada pela Lei n 12.322, de 2010)I - sentena ou acrdo exeqendo; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - certido de interposio do recurso no dotado de efeito suspensivo; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)III - procuraes outorgadas pelas partes; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)IV - deciso de habilitao, se for o caso; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)V - facultativamente, outras peas processuais que o exeqente considere necessrias. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)A lei tem por objetivo efetivar a execuo que se funde num ttulo definitivo, mas confere uma possibilidade ao exequente de promover a execuo provisria, por sua conta e risco. Nesse sentido, o exequente arcar com todos os danos que causar ao executado em razo da execuo e a responsabilidade objetiva, sem necessidade

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.de comprovao de culpa ou dolo. Ademais, os danos sero liquidados nos prprios autos, invertendo-se os polos, o antes executado vira exequente (possuindo um ttulo executivo judicial) e o anterior exequente se torna executado.Art. 574. O credor ressarcir ao devedor os danos que este sofreu, quando a sentena, passada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigao, que deu lugar execuo.Isso tambm pode ocorrer numa execuo definitiva, apesar de no ser muito comum.3. Execuo de ttulos judiciais3.1. Diferenas entre a execuo dos artigos 461 e 461-A e a do artigo 475-J do Cdigo de Processo CivilArt. 461. Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de fazer ou no fazer, o juiz conceder a tutela especfica da obrigao ou, se procedente o pedido, determinar providncias que assegurem o resultado prtico equivalente ao do adimplemento. (Redao dada pela Lei n 8.952, de 13.12.1994) 1 A obrigao somente se converter em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossvel a tutela especfica ou a obteno do resultado prtico correspondente. (Includo pela Lei n 8.952, de 13.12.1994) 2 A indenizao por perdas e danos dar-se- sem prejuzo da multa (art. 287). (Includo pela Lei n 8.952, de 13.12.1994) 3 Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficcia do provimento final, lcito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificao prvia, citado o ru. A medida liminar poder ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em deciso fundamentada. (Includo pela Lei n 8.952, de 13.12.1994) 4 O juiz poder, na hiptese do pargrafo anterior ou na sentena, impor multa diria ao ru, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatvel com a obrigao, fixando-lhe prazo razovel para o cumprimento do preceito. (Includo pela Lei n 8.952, de 13.12.1994) 5 Para a efetivao da tutela especfica ou a obteno do resultado prtico equivalente, poder o juiz, de ofcio ou a requerimento, determinar as medidas necessrias, tais como a imposio de multa por tempo de atraso, busca e apreenso, remoo de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessrio com requisio de fora policial. (Redao dada pela Lei n 10.444, de 7.5.2002) 6 O juiz poder, de ofcio, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. (Includo pela Lei n 10.444, de 7.5.2002)T.102. Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela ColetivaAula 1aCUR50ENFA5E

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Art. 461-A. Na ao que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela especfica, fixar o prazo para o cumprimento da obrigao. (Includo pela Lei n 10.444, de 7.5.2002) 1 Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gnero e quantidade, o credor a individualizar na petio inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregar individualizada, no prazo fixado pelo juiz. (Includo pela Lei n 10.444, de 7.5.2002) 2 No cumprida a obrigao no prazo estabelecido, expedir-se- em favor do credor mandado de busca e apreenso ou de imisso na posse, conforme se tratar de coisa mvel ou imvel. (Includo pela Lei n 10.444, de 7.5.2002) 3 Aplica-se ao prevista neste artigo o disposto nos 1o a 6o do art. 461.(Includo pela Lei n 10.444, de 7.5.2002)Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou j fixada em liquidao, no o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenao ser acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se- mandado de penhora e avaliao. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 1 Do auto de penhora e de avaliao ser de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnao, querendo, no prazo de quinze dias. (Includo pela Lei n11.232, de 2005) 2 Caso o oficial de justia no possa proceder avaliao, por depender de conhecimentos especializados, o juiz, de imediato, nomear avaliador, assinando- lhe breve prazo para a entrega do laudo. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 3 O exeqente poder, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 4 Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput deste artigo, a multa de dez por cento incidir sobre o restante. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 5 No sendo requerida a execuo no prazo de seis meses, o juiz mandar arquivar os autos, sem prejuzo de seu desarquivamento a pedido da parte. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)3.1.1. Obrigao de dar, fazer ou no fazer - artigos 461 e 461-A O Juiz tem muito mais poder, dispes de maiores meios coercitivos, podendo inclusive atuar de ofcio para buscar o cumprimento da obrigao.T.102. Mdulo de Processo CivilExecuo Civil e Tutela ColetivaAula 1

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O Juiz pode iniciar a execuo de ofcio.Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br12

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais. Os atos executivos so atpicos, de livre escolha do juiz (poder praticar qualquer ato lcito para efetivar a execuo, desde que preserve o mnimo existencial do executado), no gerando precluso pro iudicato. A multa no tem valor nem forma de clculo especificada pela lei e, aps fixada, pode tambm ser alterada (aumentada ou diminuda), podendo ser diminuda, se for excessiva, mesmo aps o cumprimento da obrigao. O Juiz poder efetivar sua deciso atravs da tcnica mandamental ou atravs da tcnica executiva lato sensu, optando pela mais efetiva e a menos onerosa para o executado, a depender da obrigao (exemplo: em casos de obrigao personalssima, a tcnica executiva incompatvel, se utiliza normalmente a tcnica mandamental, com a imposio de astreintes). No h limite para a multa imposta, mas a jurisprudncia afirma que o valor da multa no supere o valor da obrigao, via de regra, e apenas em casos excepcionais ela pode superar o valor da obrigao, mas isso pode acontecer se a postura do devedor for altamente reprovvel, se ele apresentar uma postura de desvalor do executado, e devidamente fundamentada. A multa fixada em sede de tutela antecipada no pode ser exigida antes do trnsito em julgado, diante da precariedade da deciso da tutela de urgncia. Se no confirmada a tutela antecipada na sentena, a multa no mais existir.3.1.2. Obrigao de pagar quantia em dinheiro - artigo 475-J O Juiz no pode atuar de ofcio, dispondo apenas de meios executivos tpicos, j previamente especificados pela lei. A jurisprudncia pacfica no sentido de que aps o trnsito em julgado o juiz deve intimar o advogado do executado, dando a eles quinze dias para pagar a dvida e, findo esse prazo, incide a multa de 10% sobre o valor da condenao. Apenas o exequente pode dar incio execuo, requerendo ao juiz a expedio de mandado de pagamento, penhora e avaliao dos bens do devedor - princpio dispositivo. A multa fixa e incide uma nica vez, dependendo da intimao especfica do advogado, que s pode ser feita aps o trnsito em julgado. Na hiptese de execuo provisria, que corre conta e risco do exequente, no se impe a multa de 10%.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais. Aps tal fase, acontecero os atos normais de execuo previstos no Cdigo de Processo Civil. Na hiptese de revelia do Ru ou sua citao por edital, no basta a intimao do advogado ou do curador especial para a imposio da multa. O Superior Tribunal de Justia j entendeu, pela relatoria da Ministra Nancy Andrigui, que nesses casos, seria necessria uma intimao pessoal ao Ru, mas com as dificuldades existentes nos casos de revelia, o tribunal mudou de posio, afirmando que a melhor opo era que no houvesse necessidade de intimao do Ru. O Superior Tribunal de Justia no contemplou a hiptese de o ru, no obstante revel, ter advogado constitudo nos autos. Registre-se que h dois grandes efeitos da revelia so o material, que a confisso ficta, e o processual, que deixar de intimar o ru. Na reforma de 2006, o segundo efeito da revelia deixou de existir quando o Ru, ainda que revel, tenha advogado constitudo no autos. Ento, nessa hiptese, deve ocorrer a intimao especfica do Ru para a multa prevista no artigo 475-J do Cdigo de Processo civil.3.1.3. Natureza jurdica da multaH uma discusso sobre a natureza jurdica da multa para o executado, tanto a do 475-J quanto a que pode ser imposta pelo juiz nos casos do artigo 461 do Cdigo de Processo Civil. Os processualistas se dividem em trs grupos: aqueles que entendem que ela tem natureza coercitiva (de modo que a multa compensa o exequente), outro que entendem pela natureza punitiva (a multa vai para o Estado, j que a punio pelo descumprimento da ordem judicial), outros que entendem que ela possui natureza jurdica punitiva e coercitiva (divide-se a multa entre o Estado e o exequente). Erik Navarro entende que, diante da natureza jurdica da multa, de direito processual e material, a multa deveria ser dividida.J o Superior Tribunal de Justia tem uma posio mais ampla, com uma viso de julgador e no de processualista, afirmando que ela tem natureza processual, sendo punitiva e coercitiva, mas tambm tem natureza material, isto , de compensao para o titular do direito. Ento, de certa forma, essa multa remunera o exequente, pelo tempo que ele ficou sem a prestao. Ademais, para o tribunal, quando o Cdigo entende que a multa deve ir para o Estado, ele fala expressamente, como no caso do contempt of court. Portanto, o valor da multa ser todo revertido ao exequente.Normalmente, as bancas de concurso pblico so baseadas nas jurisprudncias recentes dos tribunais superiores.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.3.2. Liquidao de sentenaPara que um ttulo seja executado, deve ser fixado o an debeatur, ou seja, a necessidade de se cumprir a obrigao, e, nas hipteses de obrigao de pagar quantia certa, tambm deve ser fixado o quantum debeatur, isto , o valor da obrigao. Os ttulos executivos extrajudiciais so lquidos por natureza, mas as sentenas podem ser ilquidas. Da entra o procedimento de liquidao de sentena, nas hipteses em que proferida uma sentena ilquida.A liquidao de sentena uma forma de obteno do quantum debeatur. Ela abre uma nova fase de cognio do processo, tendo natureza jurdica de incidente processual que cria nova fase de conhecimento naquele processo.O Cdigo de Processo Civil atual no define de forma adequada o que sentena, mas a doutrina evoluiu muito, refletindo no Novo Cdigo de Processo Civil, que determina que sentena o ato do juiz com contedo do que o artigo 267 e 269 do Cdigo atual, coloca fim a qualquer fase de cognio do processo.Portanto, para a doutrina majoritria atual, a deciso de pe fim liquidao teria a natureza jurdica de sentena, mas isso no pacfico. Alguns acreditam que trata-se de deciso interlocutria, pois o artigo 475-H afirma que caberia agravo de instrumento de tal deciso, mas ano se pode definir a natureza de um ato jurdico pelo recurso cabvel, ela deve ser definida por sua essncia.Quando o juiz concluir que o valor da liquidao zero, surge um srio problema, pois isso objeto de precluso e transita em julgado. Parte da doutrina entende que a deciso que julga a liquidao de sentena meramente declaratria, pois o ttulo judicial j foi formado e a liquidao s afirmar seu valor; outra parte da doutrina entende que a deciso que julga a liquidao constitutiva, pois ttulo executivo ilquido no existe, o ttulo s se forma com a definio do quantum debeatur.Para que a sentena seja submetida ao procedimento de liquidao, deve ser necessrio provar um ou mais fatos novos (fatos posteriores prpria sentena), quando se tem a liquidao por artigos, ou deve ser necessria a realizao de uma percia, que no diga respeito a fatos novos, ocorrendo a liquidao por arbitramento.A liquidao por arbitramento, prevista no artigo 475-B e 475-C do Cdigo de Processo Civil, bem mais simples, pois basta a percia e que seja dado contraditrio s partes.Art. 475-B. Quando a determinao do valor da condenao depender apenas de clculo aritmtico, o credor requerer o cumprimento da sentena, na forma do

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memria discriminada e atualizada do clculo. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 1 Quando a elaborao da memria do clculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poder requisit-los, fixando prazo de at trinta dias para o cumprimento da diligncia. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 2 Se os dados no forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-o corretos os clculos apresentados pelo credor, e, se no o forem pelo terceiro, configurar-se- a situao prevista no art. 362. (Includo pela Lei n11.232, de 2005) 3 Poder o juiz valer-se do contador do juzo, quando a memria apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da deciso exeqenda e, ainda, nos casos de assistncia judiciria. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 4 Se o credor no concordar com os clculos feitos nos termos do 3o deste artigo, far-se- a execuo pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora ter por base o valor encontrado pelo contador. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)Art. 475-C. Far-se- a liquidao por arbitramento quando: (Includo pela Lei n11.232, de 2005)I - determinado pela sentena ou convencionado pelas partes; (Includo pela Lei n11.232, de 2005)II - o exigir a natureza do objeto da liquidao. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)A liquidao por artigos, regulada pelos artigos 475-E e 475-F do Cdigo de Processo Civil, mais complexa, pois cada artigo se refere um fato novo, se assemelhando ao procedimento comum.Art. 475-E. Far-se- a liquidao por artigos, quando, para determinar o valor da condenao, houver necessidade de alegar e provar fato novo. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)Art. 475-F. Na liquidao por artigos, observar-se-, no que couber, o procedimento comum (art. 272). (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)E quando a liquidao depender apenas de clculos aritmticos? Antigamente havia a liquidao por clculos do contador, mas isso no mais existe. Hoje a lei exige que o prprio exequente, ao iniciar a execuo, traga uma memria de clculos. Se o executado no concordar com o valor dos clculos, antes de impugnar a execuo, ele poder impugnar apenas os clculos, pedindo que o juiz nomeie um contador do juzo, na forma do artigo 475-B do Cdigo de Processo Civil. Ademais, o juiz pode de ofcio valer-se do contador do juzo quando a memria de clculos apresentada pelo credor for aparentemente excessiva.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.A liquidao da sentena no depende do trnsito em julgado, podendo, inclusive, ser realizada na pendncia de recurso com efeito suspensivo, pois o artigo 475-A, 2, do Cdigo de Processo Civil prev a liquidao provisria, uma vez que ela no implica a prtica de nenhum ato executivo.Art. 475-A. Quando a sentena no determinar o valor devido, procede-se sua liquidao. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 1 Do requerimento de liquidao de sentena ser a parte intimada, na pessoa de seu advogado. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 2 A liquidao poder ser requerida na pendncia de recurso, processando-se em autos apartados, no juzo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cpias das peas processuais pertinentes. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 3 Nos processos sob procedimento comum sumrio, referidos no art. 275, inciso II, alneas 'd' e V desta Lei, defesa a sentena ilquida, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critrio, o valor devido. (Includo pela Lei n11.232, de 2005)Sentenas proferidas no rio sumrio no podem ser ilquidas, pois a ideia do juzo transferir a prtica desses atos para dentro do processo, na forma do artigo 475-A, 3, do Cdigo de Processo Civil.Observao - novo email do professor: [email protected] de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Assuntos tratados1 HorrioS Cumprimento de sentena / Rito /Defesa do devedor / Efeito suspensivo da impugnao / Recurso contra deciso sobre a impugnao2 HorrioS Ttulos executivos judiciais em espcie / Competncia para cumprimento de sentena / Execuo de indenizao por ato ilcito em prestao alimentcia3 HorrioS Resoluo de questes sobre cumprimento de sentena1 Horrio1. Cumprimento de sentena1.1. RitoO assunto tratado no art. 475-J do CPC vigente:Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou j fixada em liquidao, no o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenao ser acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se- mandado de penhora e avaliao. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 1o Do auto de penhora e de avaliao ser de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnao, querendo, no prazo de quinze dias. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 2o Caso o oficial de justia no possa proceder avaliao, por depender de conhecimentos especializados, o juiz, de imediato, nomear avaliador, assinando- lhe breve prazo para a entrega do laudo. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 3o O exeqente poder, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 4o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput deste artigo, a multa de dez por cento incidir sobre o restante.(Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 5o No sendo requerida a execuo no prazo de seis meses, o juiz mandar arquivar os autos, sem prejuzo de seu desarquivamento a pedido da parte. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.As discusses doutrinrias relevantes sobre este tema esto resolvidas pela jurisprudncia e o que cobrado em prova o bsico sobre o instituto.Esclarecendo o procedimento. Em se obtendo o ttulo judicial, antes da execuo, o juiz deve intimar o advogado do executado para que, em 15 dias, seja providenciado o pagamento sob pena de multa de 10% sobre o valor da condenao.Bom lembrar (assunto j abordado na aula passada) que isso depende do trnsito em julgado da sentena. O regime de cumprimento de sentena serve para todo ttulo executivo judicial, mesmo aqueles que dependem de ao autnoma de execuo para serem cobrados (sentena arbitral, sentena penal condenatria transitada em julgado, sentena estrangeira homologada pelo STJ e etc.).Seguindo o procedimento: caso o ru tenha ficado revel sem advogado nos autos, o prazo deve passar in albis, ou seja, no se faz a intimao. Transitou em julgado, passaram-se os 15 dias e a multa j incide. Ocorre que se o ru ficou revel com advogado constitudo, deve ele ser intimado (o advogado). Isso porque o efeito processual da revelia no se produz se o ru revel tiver advogado constitudo nos autos, o que significa que as intimaes ocorrem normalmente, inclusive esta.Caso o ru no pague, o juiz tem que esperar um pedido do exequente para que possa ser expedido um mandado de penhora e a avaliao (no pode ser feito de ofcio).Cumprido o mandado de avaliao e penhora, julga-se eventual impugnao do devedor e, se no houve impugnao ou se ela no foi bem sucedida, resta apenas a expropriao do bem do devedor. Os meios para realizar a expropriao so os seguintes, na ordem de preferncia: Adjudicao; Alienao por iniciativa particular ou a venda em hasta pblica - a chamada Arrematao.Este o rito. Neste momento sero estudadas a impugnao (que diferente da defesa do devedor em execuo fundada em ttulo extrajudicial), os ttulos judiciais e algumas peculiaridades com relao ao mandado de penhora e avaliao.Importante ressaltar que o devedor no intimado para nomear bens penhora, mas sim para pagar! Quando o credor faz o pedido para que o juiz expea esse mandado de avaliao e penhora, ele j o faz estipulando quais so os bens do devedor que ele quer ver penhorados. Se o credor no conhecer os bens, conforme j visto, o juiz intimar o executado para que em 5 (cinco) dias indique esses bens. Caso ele no o faa comete atentado contra a dignidade da justia e punido com multa de 20% do valor da execuo.Situao hipottica: um Oficial de Justia indo penhorar uma turbina de avio. Ter ele condies de avaliar esse objeto? Desta forma, quando a avaliao depender de conhecimentos tcnicos, o juiz nomear perito avaliador.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Desta maneira, o Oficial de Justia se tornou uma figura importante no processo, j que ele quem faz a avaliao. Isso importante porque o valor da avaliao utilizado como base para o executado garantir a execuo e conseguir impugn-la. Sem garantir a execuo o devedor no pode se defender atravs da impugnao.Havendo impugnao fundamentada da avaliao, o juiz nomear um perito avaliador.Situao hipottica: O Oficial de Justia avalia um bem em 100 e o perito avalia este mesmo bem em 50. O que faz o juiz?Na aula passada, quando foi abordada a desnecessidade de liquidao por clculos do contador, foi dito que o exequente deveria apresentar uma memria de clculos e que, na verdade, o devedor poderia impugnar essa memria de clculos. Quando o devedor o fizer, o juiz manda para um perito, que decidir qual o valor correto.A situao hipottica narrada acima diferente. A partir do momento em que o perito define o valor da avaliao do bem isso no altera o valor da execuo, constituindo somente a avaliao do bem penhorado. Isso importante, dentre outros motivos, para saber se sero necessrios mais bens para satisfazer a execuo. No caso da aula passada, o que se discutia era o valor executado, no o valor da avaliao do bem penhorado.Isto um problema porque, quando for abordado o tema "impugnao ao cumprimento de sentena" na forma "excesso de execuo", ser visto que o juiz s poder reconhecer o excesso de execuo, e consequentemente baixar o valor da execuo, julgando a impugnao ao cumprimento de sentena.Quando o devedor no concorda com a memria de clculo e o perito daquela execuo lhe d razo, a execuo continua pelo valor que o exequente quis, mas para garantir a execuo e apresentar a impugnao ser respeitado o valor definido pelo perito do juzo.Ditado pelo professor: "Diferenciar:a) Impugnao memria de clculos apresentada pelo credor;b) Impugnao avaliao do bem penhorado feita pelo Oficial de Justia.Em "a", o valor determinado pelo contador do juzo no alterar o valor da execuo, pois isso depende de impugnao ao cumprimento de sentena fundada em excesso de execuo. No entanto, esse valor altera o montante necessrio para garantir a execuo e permitir a apresentao de impugnao.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Em "b", quando provocado o contador, o valor por ele definido restringe-se avaliao do bem penhorado, o que, naturalmente, tambm tem implicaes na garantia ou no da execuo."Feita a penhora e avaliao, deve o ru ser intimado, atravs de seu advogado, de que a penhora se efetivou. Por mais que ele saiba, deve ser efetivamente intimado. Caso no haja advogado e o ru no for encontrado no precisa intimar.Essa intimao importante, porque da data da realizao da penhora que passa a fluir o prazo para apresentao da impugnao ao cumprimento de sentena.1.2. Defesa do devedor (impugnao)At 2005 no se falava em cumprimento de sentena nem em processo sincrtico (neste caso, pelo menos no com essa voracidade toda, segundo Navarro), de modo que a defesa do devedor era uma ao autnoma de embargos.Assim, antes se tinha uma sentena dada num processo de conhecimento, da se ajuizava uma ao autnoma de execuo e, consequentemente, era criado um processo de execuo. Para o ru se defender ele deveria ajuizar uma ao de embargos, que criava um novo processo de conhecimento.Atualmente isso tudo passou a ser fase do processo. Assim, tem-se a fase cognitiva, depois a fase de execuo e, caso a impugnao seja aceita, cria-se uma nova fase cognitiva para julg-la. Caso a execuo continue normalmente, volta-se para a fase executiva.Desta forma, a defesa do devedor que antes era feita em um processo autnomo, passou a ser um incidente dentro do cumprimento de sentena, ou seja, uma fase cognitiva aberta dentro do cumprimento de sentena, tendo natureza de incidente processual de natureza cognitiva (uma nova fase de conhecimento dentro do mesmo processo).Isso no pacfico. Cndido Dinamarco continua entendendo que trata-se de ao autnoma, como eram os embargos. Isso porque ele sempre defendeu que os embargos no tinham que ter acabado. Contudo, amplamente majoritria a tese de que trata-se de um incidente processual.Em condies normais, antes da formao do ttulo judicial, j ocorreu um amplo debate com o juiz acerca da existncia ou no do direito do exequente, de modo que no se pode admitir uma ampla discusso da questo atravs da impugnao ao cumprimento de sentena.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Assim, diferentemente do que ocorre na execuo fundada em ttulo extrajudicial, o art. 475-L traz um rol taxativo que elenca as matrias que aqui podem ser alegadas.Neste momento, fica claro que, de regra, no se pode violar a coisa julgada. dizer que no d para rediscutir o que tinha que ser discutido na fase de conhecimento. As matrias elencadas no dispositivo ou trazem vcios muito graves relacionados citao (neste caso importante, j que a citao pressuposto de existncia do processo), relacionados penhora ou ainda questes relacionadas ao ttulo ou dvida em si, mas posteriores sentena.Segue dispositivo legal:Art. 475-L. A impugnao somente poder versar sobre: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)I - falta ou nulidade da citao, se o processo correu revelia; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - inexigibilidade do ttulo; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)III - penhora incorreta ou avaliao errnea; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)IV - ilegitimidade das partes; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)V - excesso de execuo; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)VI - qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigao, como pagamento, novao, compensao, transao ou prescrio, desde que superveniente sentena. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 1o Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se tambm inexigvel o ttulo judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicao ou interpretao da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatveis com a Constituio Federal. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 2o Quando o executado alegar que o exeqente, em excesso de execuo, pleiteia quantia superior resultante da sentena, cumprir-lhe- declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeio liminar dessa impugnao. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)Todas as hipteses sero abordadas.Numa rpida passagem, mister comentar alguns incisos. O inciso III assegura o combate avaliao errnea, ainda que no se tenha impugnado em momento anterior, ou seja, se o ru quiser, pode garantir a execuo e depois impugnar o excesso de penhora ou alguma questo com relao avaliao do bem.Continuando no texto legal, o inciso IV trata da ilegitimidade das partes. Neste tpico, bom frisar que uma coisa a ilegitimidade no processo de conhecimento, e outra coisa a ilegitimidade no processo de execuo. Exemplo: na fase de conhecimento se cobrava uma dvida garantida por um fiador. O fiador no figurou no processo, e o

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.devedor principal foi condenado. Na hora de executar o exequente o faz em desfavor do fiador. A priori, s se pode executar quem est no ttulo, assim, como o fiador no estava no ttulo, trata-se de parte ilegtima na execuo.Sobre o excesso de execuo (inciso V) h interessante questo. A prpria lei estipula um requisito especfico para a petio inicial (da impugnao), qual seja, a indicao do valor que o impugnante entende correto. A falta desse requisito gera indeferimento de plano da impugnao.Alguns autores defendem, com base na boa f processual, que se o nico argumento for o excesso da execuo, nota-se a presena de um valor incontroverso, qual seja a diferena entre o valor executado e o valor excessivo impugnado. Em sendo assim, seria requisito de admissibilidade da impugnao fundada em excesso de execuo o pagamento do valor incontroverso. Trata-se de posicionamento minoritrio, apesar de ser o mais correto, segundo Navarro.No ltimo inciso (VI), digna de nota a previso da prescrio. Isso porque se havia a possibilidade de se alegar a prescrio na fase de conhecimento do processo, no se pode faz-lo aqui. O trnsito em julgado se sobrepe a esta alegao, ainda que se trate de questo de ordem pblica.Nesse diapaso, importante ressaltar que o que prescreve a pretenso. A pretenso aquilo que permite ao polo ativo da relao jurdica impor o cumprimento da obrigao outra parte. Isso s existe nos chamados "direitos no potestativos".O direito potestativo d ao seu titular uma posio jurdica em que ele se esgota assim que exercido. Exemplo: a partir do momento em que uma pessoa registra um ttulo no registro de imveis se torna proprietria.Por outro lado, para que um credor tenha seu crdito satisfeito necessrio que o devedor pague, ou seja, para que o titular do direito no potestativo se satisfaa, necessrio um ato da outra parte (o devedor deve pagar o que deve ao credor) - a prestao. A possibilidade que se tem de coagir a outra parte a cumprir sua prestao o que se denomina pretenso.Em resumo, o direito no potestativo envolve uma pretenso de exigir uma prestao. Na maior parte das vezes essa pretenso tem um prazo para ser exercida - trata-se do prazo prescricional.No tocante matria tratada neste encontro, depois que a sentena que condena o ru transita em julgado (antes disso qualquer execuo provisria corre por conta e risco do exequente), surge uma nova pretenso, porque se no houver o pagamento voluntrio da condenao, o exequente tem, de novo, uma pretenso de obrigar o ru a cumprir com sua prestao.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Ento, do trnsito em julgado da sentena passa a fluir um novo prazo prescricional para a execuo dessa sentena. Trata-se de um novo prazo prescricional dentro do mesmo processo, como se fosse uma prescrio intercorrente.Esse prazo o mesmo da ao de conhecimento, j que a pretenso a mesma. O trnsito em julgado da sentena apenas zerou a contagem. dessa prescrio que a lei est falando.Ressalte-se que o mandamento legal segundo o qual o juiz deve arquivar o processo caso o exequente no pea a expedio de mandado de avaliao e penhora, nada tem a ver com a prescrio. Apenas se tira da Vara o processo - arquivamento sem baixa. Desde que esteja dentro do prazo prescricional, o exequente pode peticionar pedindo o desarquivamento do processo e, em seguida, pedir a expedio do mandado de penhora e avaliao.O principal foco de discusso, entretanto, encontra-se no inciso II do art. 475-L do CPC vigente (inexigibilidade do ttulo). A causa mais polmica se refere ao pargrafo primeiro do dispositivo:Art. 475-L. (...) 1o Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se tambm inexigvel o ttulo judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicao ou interpretao da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatveis com a Constituio Federal. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)A situao a seguinte: executa-se uma sentena cujo fundamento , principalmente, essa norma (em sentido amplo) que o Supremo declarou inconstitucional, de modo que, em se retirando essa lei/norma, a sentena teria outro resultado.Esse artigo no bem visto. Isso porque trata-se de relativizar a coisa julgada, ento devida mxima ateno. H quem entenda que, para que isso ocorra, basta uma deciso do STF seja em controle concentrado, seja uma deciso plenria em controle difuso. Este no o entendimento majoritrio, mas o entendimento mais radical em favor deste dispositivo.O posicionamento mais radical contra ele, pela sua inconstitucionalidade (NERI). Isso porque, em verdade, est-se diante de uma ao rescisria.Se o ttulo executado for um acrdo do TJ. Como se pode admitir que um juiz de primeiro grau (onde tramitar a execuo) rescinda um acrdo do TJ? No se pode. Todas as rescisrias comeam, pelo menos, no Tribunal. Nesse passo, ao se imaginar uma ao de execuo de ttulo judicial em que o ttulo seja um acrdo do STJ, seria o caso de um juiz de primeiro grau rescindindo o acrdo proferido naquele Superior

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Tribunal! Assim, essa corrente mais radical entende inconstitucional o 1 do art. 475-L por estes fundamentos. Esse posicionamento tambm no o majoritrio.H ainda um entendimento (um pouco menos radical, mas ainda contrrio ao dispositivo) no sentido de que aquela deciso do Supremo aduzida no tipo legal deve ser dada em controle concentrado, j que para atingir aes individuais, a deciso deve ter efeitos erga omnes, o que no ocorre com as decises proferidas em controle difuso.Sustenta ainda essa parcela doutrinria que esta deciso do Supremo (dada em controle concentrado) j deveria existir antes da formao da coisa julgada, ou seja, o juiz teria dado uma sentena e aplicado uma lei que o Supremo j tinha declarado inconstitucional, fazendo o ttulo nascer com defeito (genericamente falando).Ada Pellegrini sustenta que, para que seja efetivado o mandamento do 1 do art. 475-L do CPC vigente, a deciso do Supremo realmente tem que ser dada em controle concentrado, mas essa deciso pode ser posterior, desde que na modulao dos efeitos ela pegue a poca em que a deciso transitou em julgado.Navarro concorda com este posicionamento, entendendo que se o STF deu efeitos ex nunc sua deciso, ele quis congelar e estabilizar as situaes jurdicas criadas at o momento da sua deciso. Por isso, o ttulo executivo em questo deve estar abrangido pela modulao de efeitos da deciso do STF.Impende salientar que o Professor Teori Zavascki, atualmente tem um posicionamento bastante favorvel a este dispositivo, contudo, no Supremo, quem falou alguma coisa a respeito recentemente foi o Min. Celso de Mello.Segue ementa do julgado:AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO 659.803 RIO GRANDE DO SUL RELATOR MIN. CELSO DE MELLO AGTE.(S) UNIOADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIO AGDO.(A/S) CLUDIA FONTOURA DIAS ADV.(A/S) RENATA ALVARENGA FLEURYE M E N T A: RECURSO EXTRAORDINRIO - COISA JULGADA EM SENTIDO MATERIAL - INDISCUTIBILIDADE, IMUTABILIDADE E COERCIBILIDADE: ATRIBUTOS ESPECIAIS QUE QUALIFICAM OS EFEITOS RESULTANTES DO COMANDO SENTENCIAL - PROTEO CONSTITUCIONAL QUE AMPARA E PRESERVA A AUTORIDADE DA COISA JULGADA - EXIGNCIA DE CERTEZA E DE SEGURANA JURDICAS - VALORES FUNDAMENTAIS INERENTES AO ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITO - EFICCIA PRECLUSIVA DA "RES JUDICATA"- "TANTUM JUDICATUM QUANTUM DISPUTATUM VEL DISPUTARIDEBEBAT" - CONSEQUENTE IMPOSSIBILIDADE DE REDISCUSSO DE CONTROVRSIA J APRECIADA EM DECISO TRANSITADA EM JULGADO, AINDA

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.QUE PROFERIDA EM CONFRONTO COM A JURISPRUDNCIA PREDOMINANTE NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - A QUESTO DO ALCANCE DO PARGRAFO NICO DO ART. 741 DO CPC - MAGISTRIO DA DOUTRINA - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.A supervenincia de deciso do Supremo Tribunal Federal, declaratria de inconstitucionalidade de diploma normativo utilizado como fundamento do ttulo judicial questionado, ainda que impregnada de eficcia "ex tunc" - como sucede, ordinariamente, com os julgamentos proferidos em sede de fiscalizao concentrada (RTJ 87/758 - RTJ 164/506-509 - RTJ 201/765) -, no se revela apta, s por si, a desconstituir a autoridade da coisa julgada, que traduz, em nosso sistema jurdico, limite insupervel fora retroativa resultante dos pronunciamentos que emanam, "in abstracto", da Suprema Corte. Doutrina. Precedentes.- O significado do instituto da coisa julgada material como expresso da prpria supremacia do ordenamento constitucional e como elemento inerente existncia do Estado Democrtico de Direito.O que o Min Celso de Mello diz, em seu posicionamento que trata no s do art. 475-L mas tambm do art. 741, p. nico; todos do CPC, que trata-se de coisa julgada, cuja soberania deve ser respeitada. Desta maneira, ressalvadas as teses de relativizao da coisa julgada - com as quais ele no concorda -, a nica forma de rescindira sentena transitada em julgado atravs da ao rescisria, cujo prazo de dois anos.Assim, se j se passaram dois anos do trnsito em julgado, independentemente do tipo de deciso tomada pelo STF, a verdade que este fundamento j no mais pode ser utilizado, dada soberania da coisa julgada (coisa julgada soberana).Esse posicionamento o que de mais novo se tem a respeito do tema. Ento, atualmente, numa prova objetiva, esse o posicionamento a ser adotado.Ditado pelo professor:"Sobre a inexigibilidade do ttulo fundada em declarao de inconstitucionalidade da norma que lhe d suporte 'art. 475-L, 1 e art. 741, pargrafo nico':Primeira corrente - A norma inconstitucional porque viola a coisa julgada, bem como a competncia dos Tribunais para julgar Ao Rescisria (artigos 102, 105 e 109, todos da Constituio Federal). Nesse sentido, Nlson Neri.Segunda corrente - A norma constitucional, desde que proferida a deciso em controle concentrado de constitucionalidade e desde que abrangido o perodo pela modulao de efeitos dessa deciso (ressalta-se que, se no houver modulao, os efeitos so ex-tunc). Nesse sentido, Ada Pellegrini.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Terceira corrente - Necessidade de que o acrdo do STF seja anterior data de formao do ttulo executivo. Nesse sentido, Marinoni.No obstante, entende o Prof. Marinoni, assim como o Min. Gilmar Mendes, que as decises proferidas em controle difuso, desde que proferidas pelo plenrio, tem a mesma fora vinculante do que aquelas proferidas em controle concentrado, o que no majoritrio.Quarta corrente - Admite-se inclusive deciso do Supremo proferida em controle difuso, desde que haja resoluo do Senado ampliando-lhe os efeitos subjetivos. Nesse sentido, Araken de Assis.Quinta corrente - Admite-se deciso em controle difuso sem qualquer outra exigncia. Nesse sentido, Min. Teori Zavascki.Observao: O ltimo acrdo a respeito foi relatado pelo Min. Celso de Mello, preservando a autoridade da coisa julgada e exigindo que seja respeitado o prazo de dois anos equivalente ao da ao rescisria.1.2.1. Efeito suspensivo da impugnaoAnteriormente, uma vez apresentados os embargos, a execuo era suspensa. Isso era ruim, porque bastava o executado garantir o juzo que, mesmo que os embargos no tivessem fundamento nenhum, a execuo ficava suspensa at o julgamento dos embargos.Agora necessrio, alm da garantia do juzo, para que a impugnao alcance efeitos suspensivos, necessrio ainda que haja fumus boni iuris e periculum in mora, na forma do art. 475-M do CPC:Art. 475-M. A impugnao no ter efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execuo seja manifestamente suscetvel de causar ao executado grave dano de difcil ou incerta reparao. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)O efeito suspensivo impede a alienao do patrimnio (a penhora j foi executada), e demais meios de expropriao.No obstante, o pargrafo primeiro do art. 475-M aduz que a execuo pode continuar, desde que o exequente preste cauo suficiente e idnea. Isso porque se a execuo seguir e o patrimnio for alienado, isso gerar um dano, uma perda para o executado; e se a impugnao for julgada procedente, deve o exequente devolver esse valor.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Para garantir que o exequente arque com os prejuzos causados pela continuidade da execuo, deve ele caucionar o juzo. Segue dispositivo legal: 1o Ainda que atribudo efeito suspensivo impugnao, lcito ao exeqente requerer o prosseguimento da execuo, oferecendo e prestando cauo suficiente e idnea, arbitrada pelo juiz e prestada nos prprios autos. (Includo pela Lei n11.232, de 2005)Em verdade, h uma forma de seguir sem a cauo, mas o assunto ser tratado em momento oportuno.Por hora, devem ser lembrados os seguintes tpicos:S Para apresentar impugnao deve-se garantir o juzo;S Para obter efeito suspensivo, devem ser demonstrados o fumus boni iuris e o periculum in mora;S Ainda que concedido efeito suspensivo, a execuo pode continuar a partir da apresentao de cauo.Em prol da dignidade da pessoa humana, a cauo pode ser relevada motivadamente pelo juiz, aplicanso-se-lhe por analogia o disposto no art. 475-O, 2 do CPC, relativo execuo provisria (tema que ser abordado em momento oportuno).1.2.2. Recurso contra a deciso em impugnaoAntes de se especificar o recurso cabvel, mister primeiro saber a natureza jurdica da deciso.Para parte da doutrina, trata-se de deciso interlocutria. Para o Prof. Erik, trata- se de uma sentena, porque a partir do momento em que se define o conceito de sentena como sento um ato que tem por contedo um dos incisos do art. 267 ou 269 do CPC e que coloca fim a uma fase cognitiva do processo, esta deciso tem que ser uma sentena. Efetivamente, dever conter uma das matrias elencadas e encerra uma fase cognitiva que a fase de impugnao ao cumprimento de sentena.Ocorre que o art. 475-M, 3 do CPC definiu qual seria o recurso capaz de combater a deciso que resolve a impugnao: 3o A deciso que resolver a impugnao recorrvel mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extino da execuo, caso em que caber apelao. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)Sendo assim, o recurso depender do resultado da impugnao. Caso a execuo prossiga, caber agravo de instrumento; caso seja extinta, caber apelao. A deciso aqui foi pragmtica: o agravo de instrumento proposto direto no Tribunal; a apelao

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.deve subir junto com os autos. Se a execuo fosse continuar, seria muito burocrtico, j que demandaria a realizao de autos suplementares e etc.Bom ressaltar que, neste caso, h duas possibilidades de condenao em honorrios. Na sentena que forma o ttulo judicial j h condenao em honorrios. Se a pessoa no pagou voluntariamente, quando o juiz expede o mandado de penhora e avaliao ele j fixa uma verba honorria, somando-se esta verba ao total da execuo com finalidade de definir o quantum a ser pago e/ou o valor da garantia do juzo.Assim, quando o executado ope a impugnao, acaba gerando uma nova fase de conhecimento, ou seja, mais trabalho para o advogado. Desta forma, se ele perde a impugnao devem ser impostos novos honorrios para o advogado.O STJ entende que a soma dos honorrios impostos no incio da execuo e os impostos aps a deciso dos embargos no pode passar de 20% do valor da execuo. Navarro no concorda. Para ele, so fases distintas e, como tais, cada uma delas deveria obedecer ao limite mximo.2 Horrio1.3. Ttulos executivos judiciaisNesta segunda parte, ser abordado o rol do art. 475-N do CPC, que trata dos ttulos executivos judiciais.Segue dispositivo:Art. 475-N. So ttulos executivos judiciais: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)I - a sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia de obrigao de fazer, no fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - a sentena penal condenatria transitada em julgado; (Includo pela Lei n11.232, de 2005)III - a sentena homologatria de conciliao ou de transao, ainda que inclua matria no posta em juzo; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)IV - a sentena arbitral; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)V - o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)VI - a sentena estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justia; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)VII - o formal e a certido de partilha, exclusivamente em relao ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a ttulo singular ou universal. (Includo pela Lei n11.232, de 2005)

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Pargrafo nico. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluir a ordem de citao do devedor, no juzo cvel, para liquidao ou execuo, conforme o caso. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)1.3.1. Sentena que reconhece a obrigaoA primeira observao digna de nota que o primeiro inciso do dispositivo traz a palavra "sentena" como sinnimo de deciso exequvel, j que o dispositivo no fala nos acrdos e nas decises em tutela antecipada, por exemplo. Ressalta-se ainda que no se exige o trnsito em julgado, dadas hipteses de execuo provisria.At 2005 este inciso fazia aluso apenas sentena cvel condenatria, agora, ele trata de sentena que reconhea obrigao. As sentenas declaratrias e as constitutivas (positivas ou negativas) so intransitivas, ou seja, no precisam ser executadas, produzindo efeitos por si ss, diferente da condenatria (condena-se algum a uma prestao, se o condenado no prestar, executa-se). Assim, s fazia sentido se falar em execuo de sentena condenatria.Ocorre que, pela leitura do inciso I do dispositivo colacionado, aparentemente fez meno o legislador s sentenas declaratrias. Para entender o motivo de tal redao, necessrio voltar para os idos de 2003/2004, quando alguns acrdos do Min. Teori Zavascki, ainda Ministro do STJ, em que eram julgados casos complicados que realmente prejudicavam o contribuinte em matria tributria.O caso era o seguinte: O sujeito ajuizava uma ao declaratria pedindo direito compensao tributria dizendo pagava um tributo indevido (e j tinha pagado boa parte dele, inclusive) e por isso queria compensar esses valores pagos indevidamente com outros valores de tributos devidos. O contribuinte obtinha a declarao desse direito e comeava a compensar.Ocorre que tempos depois aquela empresa parava de exercer atividade comercial (ficava inerte). Quando isso acontece, como no h faturamento, praticamente no h tributos a pagar, e o sujeito ainda tinha crditos sem ter com o que compensar. Da ele executava essa sentena.O judicirio, nesse momento, dizia que no se podia executar porque no se tinha uma sentena condenatria, mas sim declaratria, devendo, portanto, o contribuinte ajuizar uma ao de repetio de indbito, apesar de ele j ter levado anos para ter reconhecido o direito de compensar, e etc.O Min. Teori passou a falar o seguinte: uma sentena declaratria da obrigao que reconhea todos os seus elementos (sujeitos ativo e passivo, objeto, prazo e montante), a partir do momento em que fique clara sua exigibilidade, equivalente a uma sentena condenatria, ento, passvel de execuo.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.O que o cdigo fez foi somente positivar esse entendimento. Assim, na verdade, a sentena que reconhece a existncia de uma obrigao s pode ser executada se essa obrigao for lquida certa e exigvel, ou seja, se equivale sentena condenatria abrangendo tambm os acrdos e sentenas declaratrios, o que evita que haja esse tipo de discusso.1.3.2. Sentena penal condenatriaA sentena penal condenatria, na forma do inciso II do art. 475-N tambm ttulo executivo judicial, exigindo-se, entretanto o trnsito em julgado, em homenagem presuno de no culpabilidade.Tem-se a chamada actio civilis ex delicto, que a possibilidade de se buscar no juzo cvel uma reparao em razo de ter sofrido o cometimento de um crime. Alm dela, possvel esperar a condenao criminal transitar em julgado, pegar aquele valor e executar no cvel.Normalmente essa sentena ilquida, devendo o exequente liquid-la para s ento prosseguir com a execuo. Tudo isso atravs de uma ao autnoma. O rito dessa ao autnoma o do cumprimento de sentena.Ocorre que nessas transformaes recentes (2008) adveio o art. 387, IV e 63, todos do CPP. Seguem dispositivos:Art. 387. O juiz, ao proferir sentena condenatria: (Vide Lei n 11.719, de 2008)IV - fixar valor mnimo para reparao dos danos causados pela infrao, considerando os prejuzos sofridos pelo ofendido; (Redao dada pela Lei n 11.719, de 2008).Art. 63. Transitada em julgado a sentena condenatria, podero promover-lhe a execuo, no juzo cvel, para o efeito da reparao do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeirosIsso significa que a sentena penal quando for executada no cvel no precisa mais de liquidao? A resposta que, se somente se quer executar o mnimo, no. Mas se a vtima achar que o dano foi maior do que aquilo, possvel que se liquide a diferena.Da indaga-se: E se houver uma liquidao no cvel e o juiz concluir que o montante total do dano inferior ao mnimo colocado pelo juzo criminal?Parte da doutrina diz que o juiz criminal, ao fixar o mnimo da indenizao, ele um juiz criminal atuando com competncia cvel neste momento. Todavia, essa anlise fruto de uma cognio sumria, no fazendo coisa julgada, de modo que se a liquidao no cvel for diferente daquilo, prevalece esta, para mais ou para menos.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Navarro discorda. Isso porque, segundo ele, entender dessa forma considerar a fixao do mnimo legal de indenizao como um efeito anexo diferenciado da sentena penal condenatria. Isso transita em julgado, naturalmente. At porque pode ser revisto esse valor pelo ru em recurso na esfera criminal ainda.Por esse motivo, a liquidao no cvel serviria to somente para aumentar esse valor, mas nunca para diminuir.Todavia, a discusso maior a seguinte: E se, depois do trnsito em julgado da condenao, houver uma reviso criminal julgada procedente?Tudo depende. Seguindo do mais fcil para o mais difcil.Se houve reviso criminal julgada procedente para rescindir a condenao antes da execuo cvel, esta no ser mais possvel, j que no h mais ttulo.Se a execuo j tiver sido iniciada, trata-se de perda do ttulo no meio do processo, ou seja, uma perda superveniente das condies da ao. A existncia do ttulo uma condio da ao de execuo. Em sendo assim, no h interesse de agir na ao de execuo sem que haja ttulo. A consequncia ento a extino do processo de execuo.O caso mais dramtico quando, aps a vtima j ter recebido o dinheiro, sobrevm deciso em reviso criminal que anula a sentena. Nestes casos se pode pensar em repetio de indbito, todavia, ainda resiste a discusso de at quando esse valor ser considerado indbito. Navarro entende que se deve respeitar o prazo prescricional da Lei Civil. Nesse esteio, importa saber o ponto inicial da contagem deste prazo. Normalmente o prazo prescricional s pode ser contado a partir da actio nata.Isso porque sem ela no h pretenso, e sem pretenso no corre prazo para que ela seja exercida. A actio nata comea da data em que foi julgada procedente a reviso criminal.1.3.3. Sentena homologatria de conciliao ou de transaoConciliao gnero do qual transao espcie. Todos os acordos de vontade que objetivam resolver o mrito do processo so chamados de conciliao (auto composio da lide). A novidade toca na matria que no foi posta em juzo.A vantagem que se tem um ttulo executivo judicial que mais fcil de cobrardepois.1.3.4. Sentena arbitralUm dos mais fortes argumentos daqueles que veem na arbitragem atividade tipicamente jurisdicional este dispositivo.

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.A doutrina entendia que a sentena arbitral para ser executada precisava ser lquida. Agora, o pargrafo nico do art. 475-N diz que possvel a liquidao da sentena arbitral, sempre atravs de uma ao autnoma que obedecer o rito do cumprimento de sentena.1.3.5. Acordo extrajudicial homologadoA diferena entre o que dispe este inciso e o que dispe o inciso III que, aqui, j se traz um contrato de auto composio para o juiz homologar. Claro que este acordo com duas testemunhas j seria um ttulo executivo extrajudicial; quando ele homologado, ele vira um ttulo judicial, que mais rpido de ser executado.1.3.6. Sentena estrangeira homologada pelo STJNo ser estudada a homologao de sentena estrangeira. Neste ponto, basta saber que o STJ que efetivamente faz essa homologao. Antigamente era o STF que fazia, o que mudou com a EC 45. Quem executa essa sentena o juiz federal de primeiro grau do foro do domiclio do executado.1.3.7. Formal e Certido de partilhaEstes ttulos tm limitao subjetiva em termos de execuo, valendo somente em relao aos sujeitos elencados no dispositivo (herdeiros, inventariante e sucessores a ttulo universal ou singular).H ainda uma limitao objetiva - aqui s se podem incluir obrigaes de pagar quantia em dinheiro ou de dar coisa. dizer que as obrigaes de fazer ou no fazer no podem ser includas no formal.O pargrafo nico do art. 475-N do CPC traz os nicos casos em que o ttulo executivo judicial no ser cumprido no mesmo rgo do qual ele se originou. So trs casos que provam que h autonomia dos processos de execuo.2. Execuo provisria2.1. ProcedimentoQuando se tem ttulos executivos extrajudiciais, via de regra, a execuo j comea como definitiva. Se o ttulo for judicial, h trs possibilidades: execuo definitiva (que ocorre quando se tem o ttulo transitado em julgado); execuo provisria (execuo do ttulo submetido a recurso sem efeito suspensivo) e a sentena

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.que no pode iniciar a execuo, porque essa sentena ainda se submeter a recurso com efeito suspensivo.No poder sequer fazer a execuo provisria no significa que no se pode fazer a liquidao provisria se a sentena for ilquida (conforma j visto em aula anterior). Isso porque a liquidao provisria no enseja a prtica de nenhum ato de execuo.O art. 475-O do CPC traz a execuo provisria:Art. 475-O. A execuo provisria da sentena far-se-, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)I - corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqente, que se obriga, se a sentena for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - fica sem efeito, sobrevindo acrdo que modifique ou anule a sentena objeto da execuo, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuzos nos mesmos autos, por arbitramento; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)III - o levantamento de depsito em dinheiro e a prtica de atos que importem alienao de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de cauo suficiente e idnea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos prprios autos.(Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 1o No caso do inciso II do caput deste artigo, se a sentena provisria for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficar sem efeito a execuo. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005) 2o A cauo a que se refere o inciso III do caput deste artigo poder ser dispensada: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)I - quando, nos casos de crdito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilcito, at o limite de sessenta vezes o valor do salrio-mnimo, o exeqente demonstrar situao de necessidade; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - nos casos de execuo provisria em que penda agravo perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justia (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difcil ou incerta reparao. (Redao dada pela Lei n 12.322, de 2010) 3o Ao requerer a execuo provisria, o exequente instruir a petio com cpias autenticadas das seguintes peas do processo, podendo o advogado declarar a autenticidade, sob sua responsabilidade pessoal: (Redao dada pela Lei n 12.322, de 2010)I - sentena ou acrdo exeqendo; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - certido de interposio do recurso no dotado de efeito suspensivo; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)III - procuraes outorgadas pelas partes; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)IV - deciso de habilitao, se for o caso; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.V - facultativamente, outras peas processuais que o exeqente considere necessrias. (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)A grande diferena desse tipo de execuo para a definitiva so as limitaes que tm a execuo provisria de maneira a no permitir que se pratique atos dotados de definitividade (levantamento de depsito em dinheiro ou expropriao patrimonial do devedor).Outra grande peculiaridade o que est disposto no inciso I do dispositivo:I - corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqente, que se obriga, se a sentena for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)Se ela corre por conta e risco do exequente, no ele obrigado a inicia-la. A responsabilidade pelos danos que ela pode causar objetiva, ento o exequente, caso inicie a execuo, assume esse risco. A liquidao dos danos feita no prprio processo quando a sentena for revertida. Se for o caso, o exequente ser executado tambm no prprio processo (o exequente vira executado). Aqui tambm no incide a multa de 10%, que s exigvel a partir do trnsito em julgado.Como a lei diz que a execuo provisria uma iniciativa do exequente, no se fixam honorrios advocatcios. A fixao de honorrios devido ao princpio da causalidade (quem deu causa ao, paga os honorrios). O ru ainda no obrigado a cumprir aquela sentena, porque ainda no transitou em julgado. Na verdade, quem d causa execuo provisria o prprio exequente[footnoteRef:1]. [1: A propriso: RE 1323199 de 21/02/2003.]

Caso o exequente perca no final, havendo portanto necessidade arcar com eventuais prejuzos que o executado sofreu, essa liquidao se dar por arbitramento (percia). Todavia, se o juiz verificar que a nica forma de apurar o quantum debeatur atravs da liquidao por artigos, ele far desta forma, ainda que a lei diga que deve ser por arbitramento.Importante ressaltar que, caso o exequente apresente cauo suficiente e idnea, poder realizar o levantamento de depsito em dinheiro e demais atos que importem alienao - trata-se de diminuir o periculum in mora do executado, caso a condenao se reverta.O juiz pode ainda no exigir a cauo nos casos previstos no 2 do dispositivo: 2o A cauo a que se refere o inciso III do caput deste artigo poder ser dispensada: (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)

Mdulo de Processo Civil Execuo Civil e Tutela Coletiva Aula 02O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.I - quando, nos casos de crdito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilcito, at o limite de sessenta vezes o valor do salrio-mnimo, o exeqente demonstrar situao de necessidade; (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)II - nos casos de execuo provisria em que penda agravo perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justia (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difcil ou incerta reparao. (Redao dada pela Lei n 12.322, de 2010)Aqui h um periculum in mora violento para o exequente no pargrafo primeiro.O inciso II no acompanhou uma mudana legislativa que suprimiu o agravo de instrumento cabvel contra deciso do presidente ou vice do TJ pela inadmissibilidade do recurso especial ou extraordinrio, passando a prever o cabimento de agravo nos prprios autos do processo.Exemplo: TJ julga uma apelao improcedente por unanimidade (no cabe mais nenhum recurso ordinrio). Apresenta-se recurso especial. Vice Presidente no conhece do recurso. Neste caso, o recurso cabvel um agravo nos prprios