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Edição Especial Revista Pensar Direito, v.7, n. 1, Jul./2015 COMPARAÇÃO ENTRE PLANILHA DE QUANTITATIVOS E PROJETO EXECUTIVO EM LICITAÇÕES PÚBLICAS DE ENGENHARIA CIVIL 1 Admilson Eustáquio Prates2 Jhone Rafael Teixeira Andrade3 Leonardo Augusto Couto Finelli4 Kátia Suely de Melo Gusmão5 Robson Rener Ribeiro Silva6 RESUMO A carência de profissionais qualificados, somada às incompatibilidades no planejamento de obras e serviços no Brasil, vem trazendo uma série de prejuízos aos órgãos públicos, principalmente na elaboração do projeto básico. Denomina-se projeto básico o conjunto de serviços e seus custos, que formam a planilha orçamentária, em conjunto com um projeto executivo, por meio do qual se faz o levantamento dos quantitativos. Pensando nisso, buscou-se com o presente artigo estudar processos licitatórios, com intuito de averiguar os possíveis problemas comuns entre eles e mostrar o quanto cada um desses pode ser significativo para todo o processo de licitação, e o quanto isso pode alterar o valor de contrato e, consequentemente, elevar o custo da obra para a administração pública. Para tanto, utilizamos referências bibliográficas de autores que trabalham o tema e, principalmente, a lei de licitações (Lei n. 8.666/93), que serviram de embasamento para a elaboração deste trabalho. Palavras-chave: Licitação Pública. Planilha de Quantitativos. Projeto Executivo. Projeto Básico 1 INTRODUÇÃO Percebe-se através de estudos de jornais e revistas de engenharia civil, como por exemplo, Zênite ILC, Licitações e contratos – Orientações e Jurisprudência do Tribunal de Contas da União (TCU) e Jornal do Brasil, uma grande quantidade de dinheiro público investido em obras no Brasil. Isso expõe, ao mesmo tempo, 1 Texto construído no ano de 2014. 2 Orientador e professor das Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE) no período de 2013/2014. Professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Goiás/Câmpus Formosa/GO. Doutorando em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Mestre em Ciências da Religião pela PUC/SP 3 Graduado em Engenharia Civil pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE). 4 Professor Coorientador das Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE). 5 Advogada. Professora Universitária e Coordenadora Adjunta do Curso de Direito das Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE). 6 Graduado em Engenharia Civil pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE).

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Edição Especial Revista Pensar Direito, v.7, n. 1, Jul./2015

COMPARAÇÃO ENTRE PLANILHA DE QUANTITATIVOS E PROJETOEXECUTIVO EM LICITAÇÕES PÚBLICAS DE ENGENHARIA CIVIL1

Admilson Eustáquio Prates2Jhone Rafael Teixeira Andrade3Leonardo Augusto Couto Finelli4

Kátia Suely de Melo Gusmão5Robson Rener Ribeiro Silva6

RESUMO

A carênciade profissionais qualificados, somada às incompatibilidades noplanejamento de obras e serviços no Brasil, vem trazendo uma série de prejuízosaos órgãos públicos, principalmente na elaboração do projeto básico. Denomina-seprojeto básico o conjunto de serviços e seus custos, que formam a planilhaorçamentária, em conjunto com um projeto executivo, por meio do qual se faz olevantamento dos quantitativos. Pensando nisso, buscou-se com o presente artigoestudar processos licitatórios, com intuito de averiguar os possíveis problemascomuns entre eles e mostrar o quanto cada um desses pode ser significativo paratodo o processo de licitação, e o quanto isso pode alterar o valor de contrato e,consequentemente, elevar o custo da obra para a administração pública. Para tanto,utilizamos referências bibliográficas de autores que trabalham o tema e,principalmente, a lei de licitações (Lei n. 8.666/93), que serviram de embasamentopara a elaboração deste trabalho.

Palavras-chave: Licitação Pública. Planilha de Quantitativos. Projeto Executivo.Projeto Básico

1 INTRODUÇÃO

Percebe-se através de estudos de jornais e revistas de engenharia civil,

como por exemplo, Zênite ILC, Licitações e contratos – Orientações e Jurisprudência

do Tribunal de Contas da União (TCU) e Jornal do Brasil, uma grande quantidade de

dinheiro público investido em obras no Brasil. Isso expõe, ao mesmo tempo,

1 Texto construído no ano de 2014.2 Orientador e professor das Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE) no período de2013/2014. Professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Goiás/CâmpusFormosa/GO. Doutorando em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de SãoPaulo – PUC/SP. Mestre em Ciências da Religião pela PUC/SP3 Graduado em Engenharia Civil pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE).4 Professor Coorientador das Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE).5 Advogada. Professora Universitária e Coordenadora Adjunta do Curso de Direito das FaculdadesIntegradas do Norte de Minas (FUNORTE).6 Graduado em Engenharia Civil pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE).

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algumas irregularidades que acabam gerando custos desnecessários aos órgãos

públicos. Desde que passou a ser considerada como princípio constitucional através

da Constituição de 1988, a licitação passou a ganhar status em nosso país. Ao

mesmo tempo são recorrentes os problemas enfrentados pela administração pública

quando se pretende executar uma obra ou serviço (TISAKA, 2011).

De maneira geral, a grande problematização da má elaboração do projetoexecutivo e consequentemente da planilha de quantitativos são: os projetos

arquitetônicos mal elaborados e incompletos, memoriais descritivos 7 com

informações imprecisas, especificações técnicas deficientes e, por fim, as planilhasorçamentárias e cronogramas que não condizem com os projetos. Sem esseselementos do projeto e seus complementares , fica quase impossível fazer uma

planilha de quantitativos precisa. Essa, quando apresenta erros, promove gastossignificativos de dinheiro e tempo para o órgão interessado (LIMA, 2010).

Os erros que ocorrem no projeto básico devem ser percebidos no início

do processo licitatório. A partir deles decorrerão todos os procedimentos para

análise, elaboração e execução da licitação. Não se pode dizer que todos os

documentos técnicos serão perfeitos e com todos os detalhes necessários, pois

durante uma obra podem ocorrer diversos imprevistos, entretanto ao se prever

esses erros no início, ao longo do processo terão suas modificações e falhas

evitadas, acarretando um menor custo ao órgão público (LIMA, 2010).

Nesse sentido, ainda, cumpre ressaltar que é de suma importância a

comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em

características, quantidades e prazos com o objeto da licitação e do pessoal técnico

adequado e disponível para a realização e verificação do objeto licitado, bem como

da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará

(BRASIL, 1993).

O órgão licitatório que é responsável por avaliar todos os documentos

recebidos pelos concorrentes da licitação junto com as propostas, é responsável

7Descrição de todas as características de um projeto arquitetônico, especificando os materiais que serão necessários à obra, da fundação ao

acabamento. Normalmente tem o objetivo de explicitar, na forma de um texto, as informações mais importantes e que constam do projeto completo e que,porém, devido ao volume de informações ser grande, não são facilmente observáveis, principalmente para uma pessoa sem a formação técnica.8

São os projetos de Elétrica, hidráulica e Estrutura feita por profissionais especializados a partir das informações contidas no Anteprojeto. Os projetos

Complementares são normalmente coordenados por arquiteto responsávelpelo projeto, pois costumam gerar interferências que precisam ser solucionadas.

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também por avaliar se o projeto e a planilha estão de acordo com o que foi licitado

anteriormente e se há compatibilidade entre eles. Também tem a responsabilidade

de fiscalizar o andamento da execução das obras licitadas, para que se cumpra

fielmente a execução dos projetos executivos e suas planilhas de quantitativos de

acordo com o que foi contratado inicialmente (BRASIL, 1993).

2 LICITAÇÕES PÚBLICAS DE ENGENHARIA CIVIL

São processos administrativos, isonômicos9, nos quais a administração

seleciona a proposta mais vantajosa, menos onerosa e com a melhor qualidade

possível para o interesse público na contratação de uma obra ou serviço de

engenharia civil (LICITAÇÃO.NET, 2014).

Para candidatar-se a uma licitação o proponente deve apresentar uma

proposta de trabalho. Essa deve conter o projeto básico, seguido do projeto

executivo que por sua vez contém a planilha orçamentária.

2.1Projeto Básico

Inicialmente, é importante dizer que caso a Administração Pública decida

licitar com utilização do projeto básico, esse deve corresponder exatamente ao que

determina o art. 6º, inciso IX, da Lei das Licitações (TCU, 2013, p.28).

Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nívelde precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo deobras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicaçõesdos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e oadequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e quepossibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e doprazo de execução.

O projeto básico deve ser, portanto, completo, adequado e suficiente para

permitir a elaboração das propostas das empresas interessadas no certame 10

9 Igualdade de direitos.10 A palavra certame, segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é derivada do latimcertámen que significa disputa ou desafio.

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licitatório e a escolha da proposta mais vantajosa para a Administração Pública

(TCU, 2013, p.28).

Após a elaboração do projeto básico, a Administração Pública 11 deve

providenciar o projeto executivo, que deve apresentar os elementos necessários à

realização do empreendimento com nível máximo de detalhamento de todas as suas

etapas. Para a execução desse projeto, deve-se ter pleno conhecimento da área em

que a obra será executada e de todos os fatores específicos necessários à atividade

de execução (TCU, 2009, p.26).

2.2 Projeto Executivo

A Lei n° 8.666/93, denominada como a Lei de Licitações e Contratos

Públicos, em seu artigo 6º, inciso X, conceitua o projeto executivo como sendo “O

conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de

acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas –

ABNT.” (BRASIL, 1993).

Essa lei estabelece que o projeto executivo seja elaborado após a

conclusão do projeto básico e previamente à execução da obra. Mas,

excepcionalmente, a lei permite que o projeto executivo seja desenvolvido

concomitantemente à realização do empreendimento. Nesse caso, deve haver a

autorização expressa da Administração Pública (BRASIL, 1993).

2.3 Planilhas de Quantitativos

Paralelo à elaboração do projeto básico também é construída a planilha

de quantitativos, o que significa a composição de insumos de determinado produto

que se utiliza como base para quantificar os itens levantados em um projeto.

Segundo Mattos (2006), o início da orçamentação de uma obra requer o

conhecimento dos diversos serviços que a compõe. Não basta saber quais os

serviços, é preciso saber também quanto de cada um deve ser feito. Em outra

passagem, Mattos (2006) argumenta que: a etapa de levantamento de quantidades

(ou quantitativos) é uma das que mais se exigem do orçamentista, porque demanda

11 A administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviçospúblicos, sendo dividida em administração direta e indireta.

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leitura de projeto, cálculos de áreas e volumes, consulta a tabelas de engenharia e

tabulação de números.

Conforme Mattos (2006), para se fazer o levantamento de todo o material

que será usado em um determinado serviço ou obra, é imprescindível que o

orçamentista tenha em mãos os projetos executivos tais como: projeto hidráulico,

elétrico, arquitetônico, estrutural, dentre outros, uma vez que a ausência desses

projetos inviabiliza os dados do quantitativo real, para se chegar com precisão ao

custo desse empreendimento.

A memória de cálculo deve ser de fácil manipulação para o levantamento

das quantidades de cada material dentro de um processo, a fim de que as contas

possam ser conferidas por outra pessoa e que uma mudança de características ou

dimensões do projeto não acarrete um segundo levantamento completo. Em vista

disso, são normalmente usados padrões para formulários em cada empresa

(MATTOS, 2006).

Para se elaborar uma planilha de quantitativos com alto nível de precisão,

é fundamental as informações do projeto executivo, as especificações técnicas e os

memoriais descritivos e de cálculo, que hoje pode considerar itens básicos para

execução de qualquer processo licitatório (TISAKA, 2011).

2.4 Planilha Orçamentária

Sendo uma das ferramentas indispensáveis para se executar uma obra, a

planilha orçamentária tem o papel de preestabelecer o valor a ser investido no

projeto ou serviço. Segundo Sampaio (1989, p.17), “o orçamento é o cálculo dos

custos para executar uma obra ou um empreendimento, quanto mais detalhado,

mais se aproximará do custo real”.

Orçamento é um documento valioso em qualquer estudo preliminar ou de

viabilidade. Uma obra iniciada sem a definição do seu custo ou sem o seu

provisionamento adequado dos recursos necessários, pode resultar numa obra

inacabada. O orçamento, como parte integrante dos contratos é, portanto, o

documento por meio do qual o auditor acessa as mais variadas informações dos

projetos de arquitetura e de engenharia, podendo ainda efetuar diversas

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confrontações com os documentos e relatórios de prestação de contas (CARDOSO,

2009, p. 15).

Tisaka (2011) afirma que o orçamento, ao ser elaborado, deverá conter

todos os serviços a serem executados na obra, compreendendo o levantamento dos

quantitativos físicos do projeto, da composição dos custos unitários de cada serviço,

das leis sociais e dos encargos complementares apresentados em planilha.

Nesse contexto, cumpre ressaltar que o orçamento é considerado parte

integrante do projeto básico e, em virtude disso, é entendido como elemento

imprescindível em qualquer licitação, nos termos do que estabelece o artigo 6°da Lei

de licitações e contratos públicos n° 8.666/93 (BRASIL, 1993).

Da análise das definições descritas, nota-se que o orçamento é uma

ferramenta de importância para abordar os custos relacionados à realização de uma

obra, sendo necessário efetuar o levantamento de dados com exatidão para que ele

seja o mais real possível.

Desta forma, o presente estudo tem por objetivo uma análise de oito

projetos e planilhas de licitações públicas abordando os seus principais aspectos,

com embasamento na Constituição Federal do Brasil (BRASIL, 1988), na Lei de

Licitações e Contratos N° 8.666/93 (BRASIL, 1993) apresentando uma comparação

entre os projetos executivos e suas planilhas de quantitativos contidos nesse

processo. Visa com isso a comparação entre o projeto executivo, a planilha de

quantitativos e a legislação vigente, de modo a expor as falhas comuns encontradas

e o modo em que estas afetam economicamente os cofres públicos. Coloca também

a necessidade de uma maior fiscalização pelo poder competente e ao mesmo tempo

mostrar uma realidade que está relacionada diretamente com o profissional de

engenharia civil (CARDOSO, 2009).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O método utilizado foi uma revisão bibliográfica e pesquisa documental,

cujo objetivo foi explicitar as divergências entre a planilha de quantitativos e o projeto

executivo, dentro do processo licitatório de obras públicas. Tendo como foco a

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identificação das diversas falhas desse processo. O estudo de pesquisa foi dedutivo,

uma vez que buscou-se de processos licitatórios já existentes nos quais foram

encontrados erros nos levantamentos de quantitativos em comparação com seus

respectivos projetos. Como base para análise, estabeleceu-se um estudo de caso

desses processos.

Foram selecionados oito processos licitatórios em que o foco foi analisar

os projetos executivos e suas planilhas de quantitativos, processos esses

executados na região Norte de Minas que apresentaram problemas em sua

execução. Esses foram buscados via internet em sites de prefeituras. Trabalhou-se

com aqueles que estavam disponíveis no período de fevereiro a maio de 2014 para

serem baixados para impressão e análise off-line.

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

Para cada edital licitado, encontraram-se diversos vícios nos termos de

referência e/ou nos projetos executivos oriundos de processos licitatórios da

Administração Pública Brasileira.

Utilizou-se como critério para identificar os erros encontrados, a

comparação entre o projeto executivo e a planilha de quantitativos, já que através

desta tornou-se possível perceber que nas obras analisadas houve alteração em

alguns de seus itens, quais sejam eles alvenaria, concreto, aço, formas de madeira,

instalação elétrica e hidráulica e escavação.

Assim, para melhor visualização foi produzida a tabela 1, a seguir, com o

comparativo dos erros nas obras.

TABELA 1 - COMPARATIVA DAS OITO OBRAS ANALISADAS

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Obras

SERVIÇOS

Obra

112

Obra

213

Obra

314

Obra

415

Obra

516

Obra

617

Obra

718

Obra

819

Alvenaria de vedação X

Concreto estrutural. X X X X X

Aço CA 50/60. X X X X

Formas de madeira. X X X

Inst. Elétrica. X

Inst. Hidráulica. X X X

Escavação de terra. X X X X X

Fonte: Coletado dos editais de licitações analisados.

Observando a tabela acima, pode-se averiguar que a obra de número 1,

referente à Construção da 1ª Etapa da pista de bicicross no município de

Pirapora/MG, foi a que mais ocorreu divergências de quantitativos em relação ao

projeto executivo, tendo em vista que houve irregularidades em seus serviços, quais

12 Obra 1 - Construção da 1º Etapa da pista de bicicross – Site:<http://www.pirapora.mg.gov.br/arquivos-licitacao/48 >.13 Obra 2 - Prestação de serviços de construção da pista de skate no município de Pirapora –Site: < http://www.pirapora.mg.gov.br/licitacoes >.14 Obra 3 - Reforma do espaço físico da lavanderia atual para o novo Serviço de Nutrição e Dietética–SND, do Hospital Universitário Clemente de Faria da UNIMONTES.Site: < http://ftp.unimontes.br/images/stories/arquivos/2013/07_-_Julho/Edita. 2013. pdf >.15 Obra 4 - Contratação de empresa especializada na construção de quadra coberta com vestiário naescola municipal Eunice carneiro, no bairro José Corrêa machado.Site: <http://www.montesclaros.mg.gov.br/central_compras/paginas/Tomada_de_preco/2012/tp%2020-12/edital-tp-020-12. pdf >.16 Obra 5 - Contratação de empresa especializada para realizar a urbanização do parque GuimarãesRosa no município de montes claros.Site: < http://www.montesclaros.mg.gov.br/central_compras/paginas/convite_eng.htm >.17 Obra 6 - Contratação de empresa especializada no ramo de construção civil para execução dareforma do posto de saúde Paulo Vieira Souto, no Bairro Pernambuco.Site: < http://www.bocaiuva.mg.gov.br/index. php?option=com_docman&ltemid=83&limitstart=63 >.18 Obra 7 - Contratação de empresa especializada no ramo de construção civil para construção deUBS – Porte I no distrito de Engenheiro Dolabela, de acordo com a portaria Nº. 340/2013 doMinistério da Saúde.Site: < http://www.bocaiuva.mg.gov.br/index.php?option=com_docman&Itemid=83&limitstart=7 >.19 Obra 8 - Contratação de empresa especializada no ramo de construção civil para construção deacademia da saúde (Bairro Tancredo Neves), de acordo com a portaria Nº. 1.401/2011 do Ministerioda Saúde. Site: <http://www.bocaiuva.mg.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_details&gid=20&Itemid >.

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sejam eles o concreto estrutural, formas de madeira, aço CA 50/60 e escavação de

terra.Em contrapartida, a obra de número 2, que foi a Prestação de serviços de

construção da pista de skate no município de Pirapora/MG, teve irregularidades nos

serviços de alvenaria de vedação, aço CA 50/60 e escavação de terra.

Em relação à reforma do espaço físico da lavanderia atual para o novo

Serviço de Nutrição e Dietética – SND, do Hospital Universitário Clemente de Faria

da UNIMONTES, referente à obra de número 3, teve falhas nos serviços de

instalações elétricas e instalações hidráulicas.

Já a obra de número 4, que foi a Contratação de empresa especializada

na construção de quadra coberta com vestiário na Escola Municipal Eunice carneiro,

no município de Montes Claros, teve falhas nos serviços de concreto estrutural, aço

CA 50/60 e instalações hidráulicas.

Em seguida, ficou a obra de número 5, referente à Contratação de

empresa especializada para realizar a urbanização do parque Guimarães Rosa no

município de Montes Claros, que teve ocorrência de erros nos seguintes serviços:

instalações hidráulicas e escavação de terra.

Já a obra de número 6 – contratação de empresa especializada no ramo

de construção civil para execução da reforma do Posto de Saúde Paulo Vieira

Souto, localizada no bairro Pernambuco, no município de Bocaiuva –, ocorreu erros

nos serviços de alvenaria de vedação, aço CA 50/60 e escavação de terra.

A obra de número 7, referente à construção de UBS – Parte I, no distrito

de Engenheiro Dolabela, teve alterações nos seguintes itens: concreto estrutural e

formas de madeira.

Já os serviços de concreto estrutural, aço CA 50/60 e escavação de terra

apresentaram irregularidades no quantitativo da obra de número 8, referente à

construção de academia da saúde, no município de Bocaiuva.

Assim, a obra de número 1 foi tomada como eixo desse estudo, já que

em comparação com as outras 7 obras analisadas, foi a que ocorreu mais

divergências na comparação entre a planilha de quantitativos e o projeto executivo.

Vê-se que, quando esses erros ocorrem, eles influenciam no cronograma

da obra, e em gastos excessivos aos cofres públicos, antes não esperados.

4.1 Estudo de Caso

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Para ilustrar a discussão passou-se a análise refinada de um projeto aqui

apresentado como estudo de caso. Para tal foi escolhido o projeto de número 1 que

refere-se a construção da 1º Etapa da pista de bicicross no município de

Pirapora/MG.

Na Tabela 2, em anexo, há uma planilha de quantitativos representada

em condições originais e refere-se ao projeto executivo do processo licitatório. Em

estudo, constataram-se falhas causadoras de ônus à administração pública. Já na

tabela 3, em anexo, apresentou-se a mesma planilha com as devidas revisões

retificando as falhas iniciais. Observou-se os itens enumerados nos tópicos 1.1.3,

1.6.2, 1.6.3, 1.6.5, 1.7.5, 1.7.6, 1.7.7, 1.7.11, 1.7.12, 1.7.13, que tiveram os seus

quantitativos alterados e verificaram-se consequentemente os seguintes erros.

No item 1.1.3, aterro compactado/modelação dos obstáculos, foi

verificado inicialmente um quantitativo de 1535,71 m³ de terra, com a revisão deste

item houve uma alteração de 948,29 m³ de terra o que leva ao incremento de

aproximadamente 62% a mais da quantidade inicial calculada, chegando então ao

valor de 2.520 m³ usados na obra em questão.

Em seguida, ao analisar os itens 1.6.2; 1.7.6; 1.7.11, que anteriormente

apresentavam quantidade somada de 677,44 m³, referentes a formas de madeira,

houve um acréscimo total após a revisão de 208,04 m² de formas, alcançando um

incremento de aproximadamente 31%, finalizando uma quantidade total de 885,48

m² de formas.

Após esse item verificou-se o serviço de aço Ca 50/60 que inicialmente

somados os itens 1.6.3; 1.7.7; 1.7.12 tinham a quantidade total de 3.648,41 kg de

aço, após revisão foi acrescido à quantidade de 4.099,52 kg de aço, incrementando

uma porcentagem de 112,36%, portanto foi usada a quantidade total de 7.747,93 kg

de aço.

Por último, analisou-se o serviço de concreto estrutural fck = 20 MPa que

inicialmente somava-se os itens 1.6.5; 1.7.5; 1.7.13 na quantidade total de 63,9 m³,

porém após análise e revisão foi acrescidos 46,78 m³ de concreto, o que leva a um

incremento de 73%, ficando então a quantidade total de 110,68 m³.

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Originalmente, o contrato apresentava o valor orçado em R$539.965,46.

Após a revisão, através de uma análise sucinta de todo o projeto executivo,

evidenciam-se o valor aditivado de R$116.269, 30, o que remete a um incremento

de aproximadamente 22% além do que foi contratado inicialmente. Em decorrência

disso, observa-se que houve uma alteração contratual que elevou o preço final do

contrato para R$ 656.234,76, o que permite concluir as falhas juntamente com o

ônus.

Percebe-se, portanto, que há claras divergências no resultado dos

quantitativos, ao se ter em vista o que fora estabelecido pelo contrato inicial licitado.

Em relação, inclusive, aos outros itens citados, que também tiveram seus

quantitativos alterados, em razão de não suprir a necessidade da obra em questão,

voltando para um elevado aumento do valor global previsto em contrato.

Algumas hipóteses foram levantadas a respeito dos problemas

encontrados no estudo desse artigo. O que leva a se perguntar: por que ocorrem

tantos erros na elaboração do edital de licitação? Em especial, pode-se destacar a

parte técnica, uma vez que foi o foco do estudo de caso desse artigo.

Pode citar também, como uma das possíveis hipóteses, a desonestidade

dos profissionais que trabalham nos setores de licitação pública, hipótese essa que

pode ser comprovada através de mídias como jornais e revistas eletrônicas, que

denunciam essas fraudes em que esses profissionais negociam propinas com

empresas de Engenharia Civil para que façam vistas grossas sobre as

irregularidades contidas tanto na contratação inicial quanto no decorrer do contrato

de uma obra ou serviço de Engenharia Civil. Isso faz com que, após o início da obra,

essas empresas façam o levantamento desses quantitativos, algumas vezes até

maior que o real executado, para aumentar o valor global do contrato inicial.

Um exemplo de fraudulência foi à deflagração da operação feita pela

polícia federal no Norte de Minas que ficou conhecida como Sertão Veredas, onde

uma quadrilha, formada por empresários da construção civil em conjunto com

servidores públicos e agentes políticos atuantes na região, fraudava processos

licitatórios, direcionando as contratações para empresas integrantes da organização

criminosa (G1, 2013).

Outra hipótese que pode ser levantada para a não correta elaboração do

edital de licitação pode estar relacionada com a falta de qualificação do profissional

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de engenharia. Isso porque, se esse profissional que elabora a parte técnica do

edital de licitação não tiver uma qualificação suficiente para elaborar um projeto bem

detalhado assim como o levantamento da planilha de quantitativos, ele pode acabar

favorecendo os erros, e consequentemente acarretar futuras contratações de

aditivos para a administração pública.

Por fim, pode-se levantar também, a hipótese da má ou até mesmo falta

de fiscalização na elaboração e finalização de todo o edital público antes da

licitação, o que favorece e muito o aumento de irregularidades e consequentemente

o gasto maior do dinheiro público.

Segue abaixo a tabela 4 comparativa, onde foi calculado somente o custo

total dos itens que apresentaram irregularidades no contrato inicial, em paralelo com

o quantitativo acrescido de cada um desses itens e o valor total do acréscimo

respectivamente dos mesmos, juntamente com o incremento percentual de cada

item, deixando explícito que essas irregularidades existem e que afetam diretamente

os cofres públicos.

TABELA 4

Fonte: Coletada dos editais de licitação analisados – adaptada.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebeu-se com essa pesquisa, que existem alguns editais com vícios

comuns que estão ligados diretamente com o quantitativo de obra.

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Consequentemente, acarretando custo diferente do valor contratado incialmente.

Nesse sentido a pesquisa alcançou seu objetivo principal de publicitar tal

problemática.

Com a comparação entre os editais, observaram-se as divergências nos

itens de alvenaria de vedação, concreto estrutural, aço CA 50/60, formas de

madeira, instalações elétricas e hidráulicas e escavação de terra, sendo os erros

presentes nas planilhas e nos projetos analisados, em que se demonstrou o quanto

é prejudicial esses erros quando ocorrem processos de licitação.

Não obstante ter encontrado erros em todos os editais analisados, foi no

de número 1, que se refere à construção da 1º Etapa da pista de bicicross no

município de Pirapora/MG, que se verificou uma maior incidência desses erros, o

que levou a utilizar o referido edital como objeto de estudo desse artigo. Ademais,

através de uma análise minuciosa dele, percebeu-se que as possíveis causas das

divergências apontadas entre o seu projeto executivo e a planilha de quantitativos se

devem a carência de profissionais qualificados, da má ou até mesmo da falta de

fiscalização na elaboração e finalização de todo o edital público antes da licitação.

Vale ressaltar, portanto, que esta comparação é de extrema importância,

pois através dela conseguiu-se identificar vícios existentes em editais que precisam

ser solucionados, para se evitar prejuízos posteriores. Fica então o ensejo para a

progressão da investigação em trabalhos futuros.

6 REFERÊNCIAS

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CONTINUAÇÃO

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CONTINUAÇÃO

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CONTINUA

Fonte: Coletado do edital da obra 1 – Pista de Bicicross, Pirapora/MG

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ANEXO B – TABELA 2

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ANEXO B – TABELA 2

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Fonte: Coletado do edital da obra 1 – Pista de Bicicross, Pirapora/MG - Adaptada.