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Exegese em Gn.49 - III Parte

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SEMINRIO TEOLGICO PRESBITERIANOSeminrio Teolgico PresbiterianoRev. Denoel Nicodemos EllerDepartamento de Teologia ExegticaExegese de PentateucoExegese em Gnesis 49.8-12Parte IIIGladson Pereira da Cunha e Silvino da Cunha DiasTrabalho da Disciplina de Exegese de Antigo TestamentoProf. Rev. Manasss Jmior VillaaBelo HorizonteDezembro2002ndiceHYPERLINK \l "_Toc4681997" 1.Mensagem para os Dias do Autor3HYPERLINK \l "_Toc4681998" 1.1Jac profetiza sobre o louvor e domnio de Jud4HYPERLINK \l "_Toc4681999" 1.2Jac profetiza sobre o governo estvel de Jud6HYPERLINK \l "_Toc4682000" 1.3Jac profetiza sobre a vinda de um Governante Universal6HYPERLINK \l "_Toc4682001" 1.4Jac profetiza sobre o governo deste Governante Universal8HYPERLINK \l "_Toc4682002" 2Mensagem para todas as pocas8HYPERLINK \l "_Toc4682003" 2.1A Escatologia9HYPERLINK \l "_Toc4682004" 2.2O Rei10HYPERLINK \l "_Toc4682005" 2.3O Reino13HYPERLINK \l "_Toc4682006" 2.Mensagem para os Dias de Hoje17HYPERLINK \l "_Toc4682007" 3Concluso20HYPERLINK \l "_Toc4682008" 4Bibliografia2120Mensagem para os Dias do AutorChegamos ao momento mais importante de todo este trabalho, onde todas as coisas que foram anteriormente tratadas devero tomar corpo e transmitir algo para as nossas vidas como estudantes da palavra de Deus. Anteriormente, vimos e analisamos todos os contextos que envolviam a percope com a qual estamos trabalhando. Como tambm, levantamos os temas principais desta passagem. E agora com tudo isso em mos nos surge a pergunta: Qual a mensagem que o autor pretendia transmitir aos seus leitores primrios? O que Israel aprendeu ao ouvir estas palavras? O que Deus queria ao revelar tal futuro a Jud?Algo que devemos manter em nossas mentes que esta passagem uma profecia, e como tal, deve ser considerada como real mensagem de Deus revelada por meio de Jac Van Groningen, Gerard, Revelao Messinica no Velho Testamento, (So Paulo: Luz Para o Caminho Publicaes, 1995), 164. Sendo assim, compreendemos que Deus est revelando a sua vontade com respeito aos filhos de Jac. Segundo o Dr. Gerard Van Groningen, Deus estava revelando o que se devia esperar no desenvolvimento da vida divinamente planejada da prognie [de Jac] Ibid., 164.Ao reunir os seus filhos ao redor de si, Jac proferiu inicialmente duas palavras de condenao: a primeira a Rben, seu primognito, a segunda a Simeo e Levi. Isto implica que a Rben no foi dada a bno da primogenitura, a qual tambm no coube a Simeo e Levi, seus sucessores diretos. Nenhum deles recebeu o direito de primogenitura por causa de seus atos injustos (Gn. 34.25-27; 35.22), tanto que estes pecados foram condenados por Jac (Gn. 49.2-7). Nem mesmo Jos que, de acordo com Van Groningen, tinha vrias indicaes de que Jos queria que ele fosse o herdeiro de uma dupla bno Ibid., 168, foi agraciado com a possibilidade de levar a herana especial da famlia. Contudo, esta herana foi dada a Jud que se tornou o ancestral especfico e precursor do rei prometido Ibid., 156. Sobre isto, Joo Calvino diz: De fato, a poro dobrada, a qual ele [Jac] recentemente havia assegurado aos filhos de Jos, estava ligada ao direito de primogenitura: mas o reino foi transferido tribo de Jud Calvin, John, Genesis, (Carlisle: The Banner of Truth Trust,1979), 450. Afinal de contas, o que significou tudo isto para o povo de Israel? Qual foi o entendimento que eles tiveram acerca destas coisas? Anteriormente dissemos que Israel estavam sendo preparados para se tornar nao e, por conta disso, era necessrio que ele tomasse conhecimento de certas coisas que lhe diziam respeito. Yahweh tinha propsitos bem claros para toda aquela nova nao, de modo que tais propsitos deveriam ser claramente expostos compreenso deles. Lanando mo da anlise da estrutura do texto e dos contextos prximo anterior e posterior, chegamos a concluso que estamos diante de um quadro proftico, em que o patriarca Jac anunciou o que iria acontecer aos seus filhos nos ltimos dias {yimfYah tyirAxa):B expresso proftica escatolgica hebarica. Este termo indica um momento aguardado pelos crentes da antinga aliana, sendo este o alvo da esperana daquelas pessoas. Cf. Paula, Jos Joao, O Pentecoste, (Belo Horizonte: STPRDNE, 2000), 25. E a bno de Jud foi a superioridade, que em sua tribo permaneceria o trono real, o qual Deus aprovou, e o qual estava fundamentado em seu Palavra [atravs de Jac] Calvin, 450 . Vejamos ento, quais as mensagens que Jac retirou deste texto.Jac profetiza sobre o louvor e domnio de JudJac inicia seu discurso a respeito de Jud fazendo um trocadilho com o nome do seu filho, ele diz !yexa) !UdOy hfTa) hfdUh:y . A idia que podemos ver nesta primeira parte do vers.8 a magnitude de Jud. O verbo hdy no hifil (UdOy) acentua o reconhecimento de algum a quem dada ateno, podendo este reconhecimento tomar a forma de ao de graas, elogio, louvor Van Groningen, Revelao Messinica, 159. Groningen nos informa que este verbo refora o fato que os demais filhos de Jac no daro graas por ele, mas que este tributo seria oferecido a ele Ibid., 159.Jac demonstrava com isso a excelncia de Jud sobre os seus irmos. Calvino considera que houve um acrscimo etimolgico ao nome de Jud, isto porque o seu nome seria igualmente celebrado com [Rben], o primognito Calvin,. Era como se Jud houvesse assumido a posio de primognito passando a ter direito de comando sobre seus irmos. Desta forma, atravs de seus atos, Jud conquistaria o reconhecimento de sua majestade entre os filhos de seus, alcanando maior destaque e autoridade entre as demais tribos. Entretanto, a sua grande honra, porm, consistiria em dar ao mundo o Messias que, as o leo da tribo de Jud (Ap.5.5) conquistou o mundo e estabeleceu um Reino Eterno von Orelli, C, Judah; In: Jackson, Samuel Macauley, The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge Vol. VI, (New York: Funk & Wagnalls Co, 1909), p. 243.O versculo continua dizendo que a mo de Jud estaria sobre o pescoo dos seus inimigos [!yeb:yo) vero(:B a!:dfy]. Claramente, percebemos que Jud no estaria livre de inimigos, pelo contrrio, estes lhe dariam muitos problemas e muitas vezes se empenhariam para despojar-lhe deste direito, contudo Jac lhe prometeu vitria Calvin, Gnesis, 451. Jud, como lder, tomaria a frente das batalhas, ele recebeu a garantia de que seria vitorioso sobre os seus oponentes Van Groningen, Revelao Messinica, 165.Ao longo do desenvolvimento da histria de Israel, vemos Jud se destacando como liderana como uma tribo guerreira. Todavia, Jud somente posio de total destaque em Davi, quando, de acordo com Calvino, a fora e os efeitos desta profecia aparecem plenamente Calvin, Gnesis, 452. Tanto isto verdade que, por algum tempo chegou-se a imaginar que o termos Shiloh fazia referncia a pessoa de Davi Van Groningen, Revelao Messinica, 164, tamanha era a fora com que Davi subjugava os seus inimigos. Contudo, devemos notar um detalhe. Shiloh subjugaria as naes no pela fora, mas pela livre vontade das mesmas. Pois, ao contrrio de Shiloh, Davi fazia uso dos estratagemas militares para conquistar as naes inimigas.Ainda nesta perspectiva, Jac utiliza-se das palavras )yibfl h"y:ra) rUG [lit. leozinho, leo e leoa] para se referir a fora que Jud haveria de ter. Estas trs palavras so usadas para expressar a preeminncia e o poder de Jud [sobre seus irmos] Ibid., 159. Segundo John Skinner, citado por Van Groningen, estes termos expressam o crescimento do poder, do valor da preeminncia Ibid., 160 de Jud, pois se trata de um desenvolvimento progressivo de um animal smbolo de fora. Para Joo Calvino, todo o versculo 9 confirma o que fora dito na sentena anterior, que Jud seria formidvel sobre os seus inimigos Mas, apesar de todas as lutas, as batalhas e as dificuldades que Jud enfrentaria, as vitrias alcanadas redundaria em mais louvor, ainda, por parte dos seus irmos. Isto porque eles seriam beneficiados, de alguma forma, pelo governo de Jud Van Groningen, Revelao Messinica, 159.Jac profetiza sobre o governo estvel de Jud Jac continua o seu discurso proftico a respeito de Jud dizendo o cetro nem o que determina A traduo de Almeida Revista e Atualizada, da SBB, traduz a palavra q"qox:m por basto. Em ambos os casos a palavra denota q"qox:m um objeto simblico de domnio. [q"qox:mU +eb"$ rUsfy-)ol] sero afastados de Jud. O uso das palavras +eb"$ e qox:m est em um paralelismo, como os que so geralmente encontrados nos salmos e nas demais poesias hebraicas, de modo que as duas palavras se referem a uma mesma coisa, que o governo pertenceria e permaneceria nas mos de Jud e seus descendentes. Desta forma, Jud desenvolveria o seu destaque at assumir a liderana real, o que veio acontecer em Davi. Davi descendente de Jud, porm, como afirma Van Groningen, no h nenhum trao de sangue real na linha familiar Van Groningen, Revelao Messinica, 257. Pelo contrrio, Davi descendia de uma linhagem mista e, por vezes, no to real assim. Na rvore genealgica de Davi encontramos Raabe, uma prostituta canania, Rute, uma moabita. H at quem diga que Davi era filho bastardo Anotaes em sala da aula de Teologia Sistemtica II, idia proposta pelo Rev, Ludgero Moraes. Contudo, Davi escolheu este homem para desenvolver o reino em Israel.O que Davi fez em Israel pode ser encarada como uma transformao quase completa na sua vida poltica e econmica La Sor, William, Hubbard, David A., Bush, Frederic, Introduo ao Antigo Testamento, (So Paulo: Edies Vida Nova, 1999), 197. Davi e Salomo juntaram Jud e Israel, formando uma entidade militar capaz de dominar seus vizinhos, como comentamos anteriormente, e um empreendimento comercial que trouxeram riquezas e fama sem precedentes Ibid., 197, de forma que este perodo chamado de Era de Ouro de Israel, entretanto, aps Salomo o reino foi mutilado.Mas devemos ter em mente, como comenta Calvino, que o reino, que iniciou de Davi, era um tipo de preldio e sombra representativa daquela grande graa que estava encoberta e contida em suspense, at a vinda do Messias Calvin, Genesis, 452.Jac profetiza sobre a vinda de um Governante Universal Em meio a profecia sobre Jud, um novo elemento inserido. Jac estava pronunciando os orculos sobre a vida real que pertenceria ao seu quarto filho, e imediatamente ele muda o discurso, e isto pode ser percebido na prpria estrutura gramatical do texto hebraico.Desde o versculo 8, grande parte do discurso de Jac, que vinha sendo feito em 2 pessoa masculino singular. Tanto , que no versculo 8, Jac usa uma srie de aparatos lingsticos para enfatizar que a pessoa a quem ele estava si dirigindo era Jud. Posteriormente, Jac passa a usar a 3 pessoa masculino singular, como se ele estivesse falando a terceiros a respeito de Jud. Isto tem inicio a partir da segunda parte do versculo9. Esta forma continua no versculo 10, entretanto, nota-se que h uma mudana de sujeito.Este novo sujeito indicado pelo nome Shiloh. Sem entrarmos em detalhes sobre o significado deste nome, podemos admitir, como j o fizemos anteriormente, que este termo se refere a uma indicao do Messias. Sobre isto, Dr. Van Groningen concorda conosco Van Groningen, Revelao Messinica, 166. De fato, parafraseando o que Calvino disse a respeito do reino davdico, Jud era um preldio e uma sombra representativa daquele que seria o grande Rei.Acreditamos, como explicaremos mais frente, que j naqueles dias havia embrionariamente o pensamento da vinda de uma pessoa especial que funcionaria como o redentor, como prometido em Gen.3.15. Neste texto, esta personagem ganha mais uma caracterstica, alm de redentor, agora ele destacado como um monarca.Esta pessoa rgia, como Van Groningen costuma chamar, seria o governador, o vencedor e o realizador prspero Ibid., 166, tais atribuies podem ser claramente percebidas no texto. Primeiramente, governador est ligado ao fato do cetro real ser transferido de Jud para ele, fazendo dele o novo governante, no somente sobre Israel, mas sobre todas as naes. Dr. Groningen entende que este governante preeminentemente real e triunfante mediador foi indicado como o meio pelo qual q palavra falada a Abrao havia de cumprida (Gn.12.3) Ibid., 166. Sendo que, a amplitude deste governante, maior que a do primeiro.O termo vencedor pode ser inferido da obedincia que ele teria de todas as naes da terra. Isto , como governante, Shiloh dominaria sobre as naes isto faz dele um vencedor. bem verdade que o termo hebraico para esta obedincia, tah:Qiy , designa uma voluntariedade em servir, como veremos de forma mais detalhada posteriormente. Quanto terceira qualificao, ou seja, realizador prspero, pode ser encontrada nos versculos 11 a 12. A prosperidade mencionada em ambos os versculos, que ao nosso modo de ver, beira ao desperdcio, fruto das bnos reservadas a Jud e particularmente ao seu sucessor Ibid., 163. Contudo, entendemos que indiretamente esta prosperidade est ligada ao justo governo messinico. Porm, este ltimo elemento est diretamente ligado ao prximo tpico. Jac profetiza sobre o governo deste Governante Universal Por fim, a ltima mensagem, que entendemos ter sido compreendida nos tempos de Moiss, acerca do governo de Shiloh. Num silogismo bem simples, se o cetro, que smbolo da autoridade real, foi passado de Jud para Shiloh. Logo, o domnio que pertencia a Jud foi transferido tambm para o novo Dominador. Mesmo porque, como enfatizaremos muitas vezes neste trabalho, quase impossvel falarmos de rei sem falarmos do seu reino.Joo Calvino, complementando o que acabamos de falar, diz que o domnio, o qual ele [Jac] transferiu para a tribo de Jud, ele [mesmo] declarou que no seria um domnio comum, por dele proceder a plenitude da beno prometida Calvin, Genesis, 452-453. Calvino parece interpretar os versculos 11 e 12, como a terra que ser dada por herana na distribuio das terras em Cana Ibid.,. Contudo, perceptvel nos textos bblicos que, tal abundncia, no era realidade em Jud, nem mesmo durante a era dourada de Davi e Salomo, por isso, no concordamos com o Reformador Genebrino.O texto parece relacionar toda esta abundncia de vveres ao reinado do Messias. Desta forma, somos levados a entender que apenas quando o Messias receber o cetro e iniciar o seu domnio, que esse estado de coisas se tornar factual. Logo, todas essas bnos somente nos alcanaram na completa consumao do reino messinico. Com isto, passaremos para a prxima etapa deste trabalhoMensagem para todas as pocasComo j vimos anteriormente, a percope com a qual viemos trabalhando nestes ltimos meses possua uma mensagem que possivelmente foi compreendida pelos israelitas, quando a mesma lhes foi dada. clara a mensagem de que Jud alcanaria destaque entre os seus irmos, mesmo porque ele, como tribo, j se encontrava como a tribo mais numerosa entre as demais Halley, Henry H., Manual Bblico, (So Paulo: Edies Vida Nova, 1998), 136. E, alm disso, era a primeira tribo, do grupo de vanguarda, que se levantava para a marcha Ibid., 136, o que confirma o que haviam dito anteriormente.Mas qual a relevncia teolgica deste texto? Ser possvel encontrarmos alguma doutrina, mesmo que embrionariamente, nesta percope? Existe algum aspecto cristolgico presente nesta passagem? Acreditamos que a resposta para estas perguntas : Sim. Isto porque, ao observarmos o texto de Gnesis 49.8-12, possvel encontrarmos alguns pontos teolgicos importantes dentro da dogmtica crist.De acordo com Van Groningen a profecia de Jac referente aos seus filhos tem alguns aspectos escatolgicos definidos Van Groningen, Revelao Messinica, 171.. Isto porque Jac falou a respeito dos futuros desenvolvimentos na vida de seus filhos e especialmente em relao Jud Ibid., 171. Mas como podemos relacionar Escatologia e Antigo Testamento? possvel termos uma previso escatolgica j em Gnesis? E o que o Dr. Van Groningen define como aspectos escatolgicos? A Escatologia Primeiramente, acreditamos que seja necessrio definir o que Escatologia. O termo escatologia relativamente recente e restrito ao meio teolgico, no sendo usado nem no Antigo Testamento nem no Novo Testamento Smith, Ralph L., Teologia do Antigo Testamento, (So Paulo: Edies Vida Nova, 2001), 357 . Concordamos com o Dr. J. Lindblom, citado por Ralph Smith, quando ele afirma que devemos considerar como escatolgico, qualquer evento que se refere era por vir Ibid., 358. Contudo, esta definio de Lindblom muito simplista, o que torna necessrio procurarmos outras definies melhores. Uma boa definio, talvez um pouco mais ampla que a Lindblom, a que feita pelo Dr. William G. T. Shedd. Ele diz que, no estudo da dogmtica, entendemos escatologia como aquela diviso da dogmtica a qual trata dos eventos relacionados s ltimas coisas, entre eles o segundo advento de Cristo Shedd, William G.T., Dogmatic Theology, Vol. II, (New York: Charles Scribners Sons: 1888), 591 . A definio do Rev. Jos Joo de Paula, nosso professor multifacetado, sobre a viso escatolgica das Escrituras de muita valia para nosso trabalho. Ele diz que esta perspectiva a ordem pela qual Deus estabeleceu o alvo definitivo da criao, isto , a consumao do reino de Deus, quando Deus ser tudo em todos(I Co.15.24-28) Paula, Jos Joo, O Pentecoste, (Belo Horizonte: STPRDNE, 2000), 25. Mas ser que no Antigo Testamento podemos inferir uma perspectiva escatolgica, ainda mais em se tratando de uma passagem de Gnesis, o incio da revelao?Ele ainda compreende que os profetas do Antigo Testamento tratam em suas profecias o conceito de que todas as coisas esto convergindo para um momento histrico, que ser definido pelo estabelecimento de uma nova ordem, cuja possibilidade de mudanas nula Ibid., 25 Sobre isto, Louis Berkhof, nosso grande mestre, concorda com o Rev. Jos Joo. Ele entende que a idia escatolgica se faz presente no Antigo Testamento Berkhof, Louis, Teologia Sistemtica, (So Paulo: Editora Cultura Crist, 2001), 615. Segundo ele, os profetas do Antigo Testamento descrevem a vinda do Messias e o fim do mundo como coincidentes, isto , o ltimo acontece como conseqncia do primeiro Ibid., 615. E justamente este o primeiro aspecto que Van Groningen levanta a respeito do contexto escatolgico de Gnesis 49.8-12, Isto, os aspectos messinicos so geralmente inseparveis das perspectivas escatolgicas Van Groningen, Revelao Messinica, 171.O Rei O primeiro aspecto escatolgico que o texto nos apresenta a idia de um Governante Universal, ou como ele chamado no hebraico, Shiloh Deste ponto em diante, o termo Shiloh ser usado para definir o governante messinico. . Como j dissemos anteriormente, este termo hebraico se refere ao Messias, sendo esta a segunda designao messinica que podemos encontrar nas Escrituras Shedd, Dogmatic, 262, a primeira designao que encontramos est em Gnesis 3.15, que (arez [lit. semente, descendente]. Nesta profecia de Jac, Shiloh seria um descendente de Jud que num tempo futuro deveria assumir o governo que seria de Jud como tribo. Shiloh uma designao para o Rei Messinico.Entretanto temos uma outra problemtica. Como estamos tratando de um tema escatolgico, portanto relacionado ao fim, quando que o cetro se apartou das mos de Jud sendo transferido para Shiloh, no primeiro ou no segundo advento de Cristo?Para o Dr. William Shedd historicamente o cetro, que [smbolo]de um governo autnomo, no se afastou da nao hebraica, representada pela tribo de Jud, at a destruio de Jerusalm, em 70 a.D Ibid., 263. Se concordarmos com Shedd, temos que aceitar a idia de que Cristo assumiu o seu oficio real no momento da sua encarnao, sendo, portanto, que o seu primeiro advento marca a transio do governo de Jud para o governo Shiloh. claro que devemos entender que o governo de Cristo desde a eternidade. Berkhof, tratando do comeo do reino de Cristo, afirma que a realeza espiritual de Cristo lhe foi conferida, no que ele chama, nas profundezas da eternidade, e que comeou a agir como tal logo aps a Queda Berkhof, Sistemtica, 378. E podemos completar esta idia, dizendo que ele assumiu a sua realeza de modo histrico, no seu nascimento. Augustus H. Strong confirma a nossa idia, quando ele trata do oficio real de Cristo, ele dizia que este [poder soberano] deve ser distinguido da soberania a qual Cristo originalmente possua em virtude da sua natureza divina. A realeza de Cristo a autoridade soberana do Redentor Divino-Humano, a qual pertencia a ele por direito de nascimento Strong, Augustus Hopkins, Systematic Theology, (Valley Forge: Judson Press, 1907), 775. No entanto, Strong continua dizendo que Jesus no exerceu esta autoridade real at o momento em que ele entrou em seu estado de exaltao Ibid., 775. Voltando-nos para Berkhof ao tratar sobre o estado de exaltao de Cristo, ele nos informa que um dos elementos deste estado o fato de Jesus ter se assentado destra de Deus(Mt.26.64; Ef.1.20-21; Hb.10.12). Este momento na exaltao marca o instante em que Cristo assumiu o as rdeas do governo sobre a Igreja e todo universo, como Deus-Homem Berkhof, Sistemtica, 323. Se considerarmos ento as afirmativas de Strong e Berkhof sobre o ofcio real de Cristo, somos levados a aceitar que o rei messinico foi coroado no pice de sua exaltao, que precedente a sua humilhao.Mas tanto em Berkhof quanto em Strong percebemos a distino entre dois tipos de realeza; uma que pertence a Cristo, pelo fato dele fazer parte da Divindade, juntamente com o Pai e o Esprito Santo e uma segunda ele assume na exaltao. Jean Bosc, explica esta pequena discrepncia. Ele comenta que os telogos calvinistas ortodoxos realmente fazem uma diviso entre o que eles chamam de regnum essentiale (reino essencial), o qual est ligada a sua essncia divina, ou seja, Cristo Rei, porque ele Deus, e regnum personale (reino pessoal), o qual pertence ao Deus-Homem (qeanqrwpoj) Bosc, Jean, The Kingly Office of the Lord Jesus Christ, (Edinburgh: Oliver & Boyd Ltd, 1959), 100-101, sendo justamente esta a realeza envolvida com o aspecto redentivo do ofcio real messinico Ibid., 101.Mas o que o que o texto fala sobre Shiloh? Como j dissemos anteriormente, o texto nos informa sobre algumas caractersticas do Governante Universal profetizado por Jac. Dois temas so de extrema importncia para descrevermos este Rei Messinico, contudo, necessrio lembrarmos que est descrio ainda embrionria, visto que o texto se encontra num momento inicial da progresso revelacional.A primeira expresso {yiMa( tah:Qiy Ol:w [idiom. e para ele ser a obedincia dos povos]. Neste tema podemos destacar o substantivo tah:Qiy, como j dissemos, ele descreve a obedincia que seria prestada pelas naes a Shiloh. Esta obedincia fruto da expectativa das naes pela vinda do Rei Messinico, e no por causa de persuaso baseada no uso da fora fsica. A idia presente neste trecho uma submisso espontnea por parte de todos os povos da terra em reconhecimento da autoridade real desta personagem. E mais ainda, a vinda deste Rei aguardada pelas naes.Este tema est em paralelo com a profecia acerca do domnio de Jud. Este dominaria sobre os seus inimigos atravs do uso da fora militar. Jud era uma tribo blica, sempre preparada para as possveis guerras. Vemos em Davi um bom exemplo disto. Entretanto, Shiloh sem o uso das armas conquistaria os coraes dos povos e sua total sujeio. O segundo tema horyi( }epeGal yir:so) [idiom. amarrar videira seu jumento]. Juntamente com restante do v.11 e o v.12, este tema transmite a idia de uma abundncia de vveres. Ento, podemos dizer que o reino reservado para Shiloh um reino de fartura. Groningen interpreta estes versculos dizendo que eles servem para descrever as abundantes bnos reservadas [para Shiloh] Ibid., 163. Contudo, o primeiro tema nos lana a um campo de trabalho mais amplo. Porque quando falamos de obedincia de todos os povos, confirmamos que o Shiloh um Rei universal, que governa e controla todas coisas.Mas como Cristo, sendo o Rei Messinico, exerce este ofcio? Lembrando-nos que o seu ofcio real relaciona-se com o regnum personale, que por sua vez dividido em estado de graa ou atual e estado de glria ou futuro Bosc, The Kingly Office of Christ, 101. No estado de graa, no qual vivemos atualmente, a ao de Cristo est diretamente relacionado com a Igreja, que governada e defendida por ele Ibid., 101. Berkhof explica melhor estas duas aes. Segundo ele, Cristo exerce a sua funo de governo atravs do Esprito Santo e de seus oficiais (entenda-se presbteros, bispos, pastores), que so p ele escolhidos para este ofcio Berhkof, Sistemtica, 324. A segunda funo proteger a Igreja dos perigos circundantes, ou seja, os poderes naturais e sobrenaturais hostis aos Reino de Deus Ibid., 324. Jean Bosc entende que este ofcio messinico exclusivo para aqueles que, pela ao transformadora do Esprito Santo, fazem parte da Igreja de Cristo Bosc, The Kingly Office of Christ, 101. Deste modo, o reinado pessoal de Cristo, nos aspectos governamental e protetor, uma ao particularizada aos sditos do Reino. Vejamos, ento, algo sobre o Reino de Deus, que outro elemento escatolgico do texto.O ReinoUm segundo aspecto teolgico presente no texto, que se relaciona com o contexto escatolgico, no qual ele est inserido, o Reino Messinico. De fato, impossvel dissociar Cristo, exercendo o seu ofcio real, do seu Reino. Deste modo, Hoekema foi muito feliz ao expressar que o reino de Deus estava presente na prpria pessoa de Cristo Hoekema, A Bblia e o Futuro, . Mas o que o Reino de Deus? Qual a sua abrangncia? Qual a sua relao com a Igreja Neotestamentria? O que o texto fala a respeito deste Reino? Comearemos respondendo a ltima questo. Van Groningen afirma que a idia de reino no se faz presente no texto de forma explicita, pelo contrrio, ele est implcito na passagem Van Groningen, Revelao Messinica, 171. Para ele a idia de um reino apenas para servir de contexto, ou em outras palavras, de um pano de fundo Ibid., 171. Realmente, no existem no texto elementos explcitos deste reino. Entretanto, ao analisarmos os termos-chaves do texto, encontramos algumas palavras e expresses dos quais podemos inferir algo, que podem nos auxiliar na descrio deste Reino. Respondendo as demais perguntas, o que o Reino? Podemos definir o Reino de Deus o governo dele mesmo, como rei-criador, sobre sua inteira e boa criao Klooster, Fred H., Kingdom and Church A Biblical Theological Survey, (Grand Rapids: Calvin Theological Seminary, 1976), 4. Segundo o pensamento do Dr. Fred Klooster, todo o Universo desde o momento da sua criao constitui-se no Reino de Deus, onde ele mesmo exerce autoridade Ibid., 4. Concordando com o Dr.Klooster, Geerhardus Vos diz que o termos Reino de Deus designa o governo de Deus estabelecido atravs da criao e estendido atravs da providncia sobre o universo Vos, Geerhardus, Biblical Theology Old and New Testament, (Grand Rapids: The Banner Thruth Trust, 2001), 372.Porm, Geerhardus Vos, como Jean Bosc, qualificam mais especificamente esta definio de Reino. Para ele o Reino pode ser identificado de duas maneiras ou caractersticas diferentes, isto , o reino redentivo (regnum personale) e o no-redentivo (regnum essentiale) Ibid., 372-373 . O Reino No-Redentivo simplesmente o exerccio da soberania divina, no qual no encontramos necessariamente elementos redentores, que conduzem a salvao. Este Reino pode ser comparado a Revelao Geral, que de acordo com a nossa Confisso de F insuficiente para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessrio para a salvao Confisso de F de Westminster, (So Paulo: Editora Cultura Crist, 2001), 15.Paralelamente a este Reino, encontramos o Reino Redentivo, que segundo Vos, usualmente chamado de Teocracia, sendo que este aparece pela primeira vez, de forma explcita, em xodo (Ex. 19.6) Vos, Biblical Theology, 373. Neste texto, Yahweh inicia o prembulo do Pacto que seria feito entre ele e Israel. Como fruto da obedincia deste povo, eles seriam para Deus um reino de sacerdotes [{yinAhoK tekel:mam]. Considerando estas palavras de Vos, conclumos este Reino o exerccio do governo soberano de Deus sobre os todos os seus eleitos, portanto, sobre aqueles a quem a graa redentora que foi manifestada, em algum tempo. E continuando a sua exposio do assunto, Geerhardus Vos assume a realidade que ambos os Reinos so, ao mesmo tempo, presentes e futuros Ibid., 373, o que nos remete novamente a tenso entre o j e o ainda-no, de modo que podemos compreender que tal tenso escatolgica inerente tambm ao perodo do Antigo Testamento. necessrio esclarecer algumas coisas. Cremos que Cristo o Rei Messinico e, como tal, ele assumiu o Reino de Deus, contudo, este mesmo Reino ainda no foi consumado. Da, estamos ou no vivendo o tempo escatolgico profetizado por Jac e pelos demais profetas do Antigo Testamento? Antes de tratarmos do Reino, necessrio que respondamos esta questo.A Resposta bem simples, todavia complexa: J e Ainda-No. O Reino j foi inaugurado historicamente em Pentecoste, mas ainda no foi consumado. Anthony Hoekema entende que o crente j est vivendo a era escatolgica mencionada pelos profetas do Antigo Testamento, mas ainda no em seu estado final Hoekema, Anthony A., A Bblia e o Futuro, (So Paulo:Editora Cultura Crist, 2001), 83. Esta tenso, portanto, far parte da vida do crente at o momento atingirmos o momento da nossa completa redeno. William Hendriksen afirma que os profetas do Antigo Testamento contemplavam a primeira e a segunda vinda de Cristo como se fosse uma s Hendriksen, William, A Vida Futura segundo a Bblia, (So Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1988),17. Logo, ambas as vindas esto inseparavelmente associadas. Continuando, o seu estudo indutivo sobre escatologia, Hendriksen afirma que, na primeira vinda, Cristo estabeleceu certas condies como a paz, por exemplo, porm no numa situao definitiva e final. Para Hendriksen a paz que recebemos como parte do primeiro advento apenas advento da gloriosa e eterna paz em sua segunda vinda Ibid.,17. Portanto, o Reino j existe e Jesus Cristo o seu Rei, desta forma, no podemos considerar o Reino como uma instituio ainda por criar, pelo contrrio, ele uma realidade presente na vida da Igreja, da mesma sorte que em Israel. De fato, podemos perceber o Reino plenamente estabelecido na primeira vinda de Cristo. A idia que o Reino de Deus algo presente pode ser biblicamente provada ao observarmos os Evangelhos, principalmente o de Mateus, onde encontramos mais de 40 referncias ao Reino de Deus. Por certo o trecho que mais enfatiza o Reino de Deus o que est registrado em Mateus 12.28: Se, porm, eu expulso demnios pelo Esprito de Deus, certamente chegado o reino de Deus sobre vs. Nesta passagem, o evangelista Mateus usou o verbo grego e)/fqasen, para demonstrar que o milagre realizado por Jesus era uma indicao da presena do Reino no mundo. Este verbo um aoristo indicativo ativo de fqa/nw, neste caso, ele indica uma ao simples realizada definitivamente no passado Schalkwijk, Franz Leonard, Coin Pequena Gramtica do Grego Neotestamentrio, (Patrocnio: CEIBEL, 1998), 70. Joo Calvino ao comentar este versculo, afirmou que a palavra chegou enftica e implica que, sem qualquer pedido deles [judeus], Deus apareceu como seu Redentor, o qual eles fizeram tudo o que estava ao seu poder para afasta-lo para longe, e quando ele estava presente e preparado para salvar-lhes, rejeitaram dar-lhe um lugar Calvin, John, Calvins Commentary, Volume XVI Harmony of Matthew, Mark and Luke, Vol.II, (Grand Rapids: Baker Book House, 1979), 71 .Em outras palavras, Jesus est demonstrando aos judeus que o estavam acompanhando que o to aguardado reino messinico havia enfim chegado entre eles, sendo uma demonstrao deste fato, a expulso de demnios pelo poder do Esprito Santo. Este texto, portanto, evidencia a presena do Reino. John A. Broadus completa o que acabamos de dizer afirmando que a idia contida no texto que o Reino de Deus, a Dispensao Messinica apareceu em vosso meio Broadus, John A., Comentrio de Mateus, Vol. I (Duque de Caxias: Casa Publicadora Batista, 1942), 354. De acordo com Dr. Broadus o nosso Senhor d claramente a entender que ele o Messias, sem declarar todavia, de maneira clara Ibid., 354. O Messias no pode ser separado do seu Reino.Um outro aspecto que ainda temos que levantar, a respeito do Reino, qual a sua ligao entre ele e a igreja do Novo Testamento? Era inteno de Jesus Cristo fundar uma igreja? Comecemos respondendo a ltima questo.Em todos os evangelhos encontramos a palavra e)kklhsi/a sendo usada por Jesus em rarssimas vezes, e, como conclui John Bright, em duas passagens de extrema dificuldade (Mt. 16.16; 18.17) Bright, John, the Kingdom of God, (Nashville: Abingdon Press, 1953), 224. Para Bright, no existem dvidas de que era inteno de Jesus o estabelecimento da uma igreja, deste modo, como ele mesmo diz, a hiptese de que Jesus o grande fundador da Igreja est fora de questo, porque ela verdadeira Ibid., 225. Fred Klooster concorda com Bright. Ele explicando o texto de Mt.16.16, mostra que naquele momento Jesus prometeu construir a sua igreja, e isto, num tempo futuro Klooster, Fred H., A Convenant Challenge to our Broken World, (Atlanta: Darby Printing Co., 1982), 92. de se notar que Jesus promete estabelecer a sua Igreja sobre o fundamento da sua prpria realeza messinica, a qual nitidamente declarada nas palavras de Pedro Tu s o Cristo, o Filho do Deus vivo. Novamente, nos deparamos com a inseparvel relao Rei e Reino. Ainda preciso dizer que esta fundao da Igreja no evento de inaugurao institucional. Jesus no fundou uma organizao eclesistica com seu estatuto registrado em cartrio e outras burocracias, pelo contrrio, ele veio, como o Messias, para chamar o remanescente de Israel Bright, The Kingdom of God,225. Este remanescente formado por aqueles que fizeram da declarao de Pedro, a sua prpria declarao de f. Logo, lcito afirmar que a Igreja a congregao dos verdadeiros sditos do Reino.Mas qual a relao entre o Reino e a Igreja? Poderamos resumidamente dizer que a Igreja est inserida no Reino, de modo, que ela opera em favor deste ltimo. O Dr. Fred Klooster concorda conosco, em nossa afirmao, e ainda nos auxilia na ampliao deste conceito. De acordo com ele, a Igreja no um fim em si mesma, muito antes pelo contrrio, ela, juntamente com o Pacto, tem como o seu objetivo de existncia o Reino Klooster, A Convenant, 92. Klooster acredita que a Igreja trabalha no mundo como uma agncia, uma embaixada do Reino de Deus, sendo que uma faceta deste trabalho a administrao dos sacramentos pactuais e usar as chaves do Reino Ibid., 92, isto , abrir o reino para os penitentes ou fech-lo para os incrdulos.Mensagem para os Dias de HojeParafraseando o apostolo Paulo, que faremos a vista destas coisas? Diante de to extenso trabalho, algumas perguntas nos vm a mente: O que isso tudo tem a ver conosco? Qual a relevncia disto tudo para os cristos do sculo XXI? Qual ou quais os ensinos contidos nesta poro da Palavra de Deus? Temos diante de ns uma promessa. Uma promessa bipartida. A sua primeira parte se cumpriu na tribo de Jud, que exerceu domnio sobre todo o Israel at a diviso dos reinos do norte e do sul, e aps isso, depois da Queda do Reino do Norte diante dos Assrios, at a Queda de Jerusalm, em 70 a.D.A segunda parte foi cumprida em Jesus Cristo, que, como Rei, assumiu o domnio do seu Reino Prometido, conquistando assim a obedincia dos povos. O Reino to aguardado pelos judeus j chegou. Na pessoa e obra de Jesus, tomando as palavras de John Bright, o Reino foi introduzido [definitivamente] no mundo Bright, The Kingdom of God, 215. O reino existe de fato, mais ainda aguardamos a sua total consumao. Portanto, como cristos, entendemos que todo o motivo da nossa existncia, que tem como seu objetivo a glorificao de Deus e o gozo eterno de suas bnos, e aguardar e esperar pela volta de nosso Rei Jesus.Pensando desta mesma forma, Wayne Grudem admite que o verdadeiro cristianismo nos treina a viver aguardando a bendita esperana e a manifestao da glria do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus(Tt.2.13) Grudem, Wayne, Teologia Sistemtica, (So Paulo: Edies Vida Nova, 2001), 932. Desta forma, aceitamos que o texto trabalhado vem justamente nos ensinar isto, que devemos aguardar a nossa bendita Esperana, que Cristo.Como j havamos afirmado, esta percope a segunda predio acerca da vinda de uma Pessoa Especial. Logo, possvel que j havia uma perspectiva quanto a sua vinda, antes mesmo que Jac profetizar a respeito dele. Podemos perceber isto nos patriarcas anti-diluvianos, para quem cada criana que nascia reacendia a esperana de redeno (Gn.5.29). Mas, acreditamos ainda que os patriarcas Abrao, Isaque e Jac viviam e criam na esperana da vinda do Redentor.Agora a promessa renovada e ampliada em Jac. O Redentor no simplesmente redentor, mas ele um Governador, que soberanamente dominar sobre todas as naes. A promessa feita a Eva comea a tomar forma. Progressivamente ela veio recebendo novas caractersticas, mas a idia de um rei permaneceu. A esperana agora revivida nos coraes dos filhos de Jac. O Rei vir.Entretanto, o que mais nos chama a ateno nisto, que esta revelao que foi registrada por Moiss, foi dada a um povo que acabara de sair de um perodo de 400 anos de subservincia. Israel acabara de ser liberto do Egito, onde talvez esta esperana tenha desaparecido, por conta da associao com os egpcios, em seus cultos Vos, Biblical Theology, 111. Porm, a promessa da vinda de um Rei, que submeteria todas as naes sob o seu julgado, deve ter acalentado os coraes daqueles homens.Hoje esta esperana deve ser nossa. Assim como todos os servos de Deus no passado, ns devemos aguardar a vinda do nosso rei. E isto um fator importante na vida crist. Grudem entende que o quanto realmente aguardamos a volta de Cristo mede a condio espiritual de nossas vidas Grudem, Sistemtica, 932.A nossa perspectiva escatolgica muito diferente da perspectiva do homem veterotestamentrio. Dizemos isto, nos baseando na premissa de que eles esperavam o que ainda no havia vindo, ao contrrio deles, ns esperamos por aquele que j veio. Esperamos por aquele que j empoeirou os seus ps pelas estradas deste mundo, que vive entre ns, sofreu as nossas dores e levou sobre si os nossos pecados e nos redimiu.Sendo assim, podemos acreditar em sua segunda vinda, porque ele j cumpriu a sua palavra na primeira vinda. O fato dele ter vindo uma primeira vez, no nosso ponto de vista, uma indicao infalvel que ele voltar. O fato do reino ter sido inaugurado razo o suficiente para aguardamos intensamente pela sua plena consumao. O fato do Esprito Santo estar presente em ns, sugere que devemos viver nesta expectativa. O apostolo Paulo trata sobre este tema na epstola aos Efsios, quando ele afirma que no momento em que cremos, fomos naquele instante selados com o Esprito Santo, qual o penhor da nossa herana, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glria (Ef.1.13-14). E uma segunda oportunidade, Paulo faz uso da expresso fostes selados, referindo-se ao Esprito Santo como o agente que nos conduz a salvao, e muito mais do que isso, ele quem nos assegura esta mesma salvao e, ainda, nos motivao a esperarmos pelo dia da redeno (Ef.4.30).portanto, a nossa plena redeno garantida pela presena consoladora do Santo Esprito, que tem como misso dar testemunho da obra redentora de Cristo Torrey, R.A., What the Bibles Teaches, (New York: Fleming H. Revell Company, 1898), 152-153 , In: Paula, O Pentecoste, 17.Concluindo, Gnesis 49.8-12 nos ensina, nestes dias em que vivemos, que devemos ansiar intensamente pela chegada do nosso Rei, Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta mensagem escatolgica, acerca da vinda do Rei e da Consumao do Reino, tem como misso incentivar a nossa responsabilidade para ouvir os imperativos e aguardar as palavras da profecia Shedd, Russel Philip, A Escatologia do Novo Testamento, (So Paulo: Edies Vida Nova,1991), 67. Cristo sem demora vem (Ap.22.7,12). Para consumar eternamente o seu reino, vencer os nossos inimigos e viver eternamente entre ns. Maranata, Jesus!23ConclusoSe pudssemos definir o nosso trabalho, neste semestre, poderamos simplesmente dizer: do):m bO+ . Tivemos muito trabalho, mas valeu a pena cada momento, quando as idias pareciam correr da nossa frente, quando todas as coisas pareciam travar e parecia que estvamos indo pelo caminho errado. Contudo, entendemos que tivemos a orientao de Deus, pois o nosso instrumento de trabalho era a sua prpria palavra revelada, a qual procuramos ser fieis em todos os momentos. Acreditamos ter alcanado o nosso objetivo neste trabalho. No apenas o objetivo acadmico, mas tambm fomos levados reflexo de nossas atitudes e pensamentos com relao s promessas feitas por Deus aos seus filhos, entre os quais ns estamos. Quantas vezes no somos acometidos por pensamentos que colocam em dvida a nossa f, principalmente quanto a realidade do reinado soberano de Cristo, bem da realidade de sua segunda vinda? Ser que vale a pena esperar? Ser que Deus cumprir suas promessas?Mas, ao voltarmos os nossos olhos para este texto, percebemos que podemos confiar, porque, antes de ns, muitos outros creram, esperaram e perseveraram, de modo que estes alcanaram a sua salvao, e o mesmo acontecer conosco, que igualmente esperamos, quando Shiloh nos reunir como um s povo.Foi um grande trabalho! Maranata, ora vem Senhor Jesus!Bibliografia1._________________ , Bblia de Estudo de Genebra, So Paulo: Editora Cultura Crist e Sociedade Bblica do Brasil, 20002._________________ , Bblia On-Line, Verso 2.01, So Paulo: Sociedade Bblica do Brasil, 19993.Berkhof, Louis, Teologia Sistemtica, So Paulo: Editora Cultura Crist, 20014.Bright, John, the Kingdom of God, Nashville: Abingdon Press, 19535.Broadus, John A., Cometrio de Mateus, Vol.I, Duque de Caxias: Casa Publicadora Batista, 19426.Bosc, Jean, The Kingly Office of the Lord Jesus Christ, Edinburgh: Oliver & Boyd Ltd, 19597.Calvin, John, Genesis, Carlisle: The Banner of Truth Trust,19798.___________, Calvins Commentary - Volume XVI, Harmony of Matthew, Mark and Luke, Grand Rapids: Baker Book House, 19799.________________, Confisso de F Westminster, So Paulo: Editora Cultura Crist, 2001 10.Grudem, Wayne, Teologia Sistemtica, So Paulo: Edies Vida Nova, 200111.Hendriksen, William, A Vida Futura segundo a Bblia, So Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 198812.__________________, Comentrio de Mateus Vol. II, So Paulo: Editora Cultura Crist, 200113.Hoekema, Anthony A., A Bblia e o Futuro, So Paulo: Editora Cultura Crist, 200114.Klooster, Fred H., A Convenant Challenge to our Broken World, Atlanta: Darby Printing Co., 198215.________________, Kingdom and Church A Biblical Theological Survey, Grand Rapids: Calvin Theological Seminary, 197616.________________, Perspectives on the Christian Reformed Church,Grand Rapids: Baker Book House, 198317.La Sor, William, Hubbard, David A., Bush, Frederic, Introduo ao Antigo Testamento, So Paulo: Edies Vida Nova, 199918.Paula, Jos Joo, O Pentecoste, Belo Horizonte: STPRDNE, 200019.Schalkwijk, Frans Leonard, Coin Pequena Gramtica do Grego Neotestamentrio, Patrocnio: CEIBEL, 199820.Simes, Ulisses Horta, Reino de Deus Contemporneo, Milenar ou Escatolgico, Governador Valadares: No Editado, 198721.Shedd, Russell Philip, A Escatologia do Novo Testamento, So Paulo: Edies Vida Nova,199122.Shedd, William G.T., Dogmatic Theology, Vol. II, New York: Charles Scribners Sons: 188823.Smith, Ralph L., Teologia do Antigo Testamento, So Paulo: Edies Vida Nova, 200124.Strong, Augustus Hopkins, Systematic Theology, Valley Forge: Judson Press, 190725.Stuart, Douglas, Old Testament Exegisis, Philadelphia: The Westminster Press, 199826.Travis, Stephen, Creio na Segunda Vinda de Jesus, Campinas: Luz Para o Caminho Publicaes,199027.Van Groningen, Gerard, Revelao Messinica no Velho Testamento, So Paulo: Luz Para o Caminho Publicaes, 199528.Vos, Geerhadus, Biblical Theology Old and New Testament, Grand Rapids: The Banner of Truth Trust, 2001