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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ ENGENHARIA EM PROCESSOS DE PRODUÇÃO Eduardo Comunhão Felipe de Jesus Manzoni João Paulo Gomes Alledo José Edmilson da Silva Rafael Venâncio Ribeiro de Sousa Valdinar Pereira Nascimento AUTOMAÇÃO DE FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO EM ALUMÍNIO

Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

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Modelo de ATPS para ergonomia - Faculdade Anhanguera

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Page 1: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ

ENGENHARIA EM PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Eduardo Comunhão

Felipe de Jesus Manzoni

João Paulo Gomes Alledo

José Edmilson da Silva

Rafael Venâncio Ribeiro de Sousa

Valdinar Pereira Nascimento

AUTOMAÇÃO DE FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO EM ALUMÍNIO

SANTO ANDRÉ

2014

Page 2: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ

ENGENHARIA EM PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Eduardo Comunhão, RA 3786765865

Felipe de Jesus Manzoni, RA 4201778936

João Paulo Gomes Alledo, RA 3775779379

José Edmilson da Silva, RA 3724679493

Rafael Venâncio Ribeiro de Sousa, RA 4211726336

Valdinar Pereira Nascimento, RA 4237830046

AUTOMAÇÃO DE FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO EM ALUMÍNIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera de Santo André, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia em Processos de Produção sob a orientação do professor Dr. Reinaldo Aparecido Teixeira.

SANTO ANDRÉ

2014

Page 3: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

FOLHA DE APROVAÇÃO

Eduardo Comunhão, RA 3786765865

Felipe de Jesus Manzoni, RA 4201778936

João Paulo Gomes Alledo, RA 3775779379

José Edmilson da Silva, RA 3724679493

Rafael Venâncio Ribeiro de Sousa, RA 4211726336

Valdinar Pereira Nascimento, RA 4237830046

AUTOMAÇÃO DE FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO EM ALUMÍNIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadorado Centro Universitário Anhanguera de Santo André, como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia de Processos de Produção, sob a orientação do Professor Dr. Reinado Aparecido Teixeira.

Aprovada em.........de....................de...............

Page 4: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que fizeram e fazem parte de nossas

caminhadas.

Page 5: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por ter

derramado suas bênçãos sobre nós, dando-nos

forças e sabedoria para que completássemos, com

sucesso, mais esta etapa de nossas vidas. À

Anhanguera Educacional, por ceder o seu nome, o

espaço e a oportunidade para o desenvolvimento

deste trabalho. Também agradecemos ao nosso

orientador Professor Dr. Reinaldo Aparecido

Teixeira.

Page 6: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

EPÍGRAFE

Que os vossos esforços desafiem as

impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes

coisas do homem foram conquistadas do que

parecia impossível. Charles Chaplin.

Page 7: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

RESUMO

O objetivo do presente trabalho é abordar de forma rápida e sutilmente as mais

variadas tecnologias disponíveis no mercado para automação do processo de

fundição sob pressão. Tornando assim possível garantir melhorias permanentes,

como a redução do tempo de ciclo da célula e do processo produtivo; melhoria do

controle dos parâmetros de processos; melhoria do fluxo das operações, o que

tornou sua sequencia mais regular; quando foi eliminado áreas de estoque

intermediário; melhoria do ambiente fabril, o que tornou mais organizado e com

boas condições de saúde e segurança, o que garantiu melhor ergonomia para os

operadores.

Palavras chaves: Tecnologias; automação; fundição sob pressão.

Page 8: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

ABSTRACT

The objective of this study is to address quickly and subtly the various technologies

available in the market for automation of the casting process pressure. Thus making

it possible to ensure permanent improvement, by reducing the cycle time of the cell

and the production process; improved control of process parameters; improving the

flow of transactions, which became his most regular sequence; when it was

eliminated intermediate storage areas; improvement of the manufacturing

environment, which made it more organized and with good health, safety which

ensured better ergonomics for operators.

Key words: Technology; automation; die casting.

Page 9: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma do Processo de Produção do Alumínio.................................18

Figura 2 - Elaboração de uma peça cilíndrica pelo processo de moldagem em areia.

...................................................................................................................................21

Figura 3 - Peças fundidas em fundição de precisão (a) e sob pressão em alumínio.

...................................................................................................................................22

Figura 4 - Tampa de bueiro em ferro fundido............................................................23

Figura 5 - Esquema básico de uma fundição............................................................24

Figura 6 - Peça a ser fundida (a), modelo com marcação de macho (b), caixa de

macho (c), molde com macho (d) e macho (m).........................................................26

Figura 7 - Contração de uma peça solidificada.........................................................27

Figura 8 - Extração do modelo...................................................................................28

Figura 9 - Marcação de macho..................................................................................29

Figura 10 - Sistema de canal.....................................................................................30

Figura 11 - Formação do rechupe no massalote.......................................................30

Figura 12 - Solidificação............................................................................................31

Figura 13 - Formação do rechupe.............................................................................32

Figura 14 - Classificação dos principais processos de fundição................................37

Figura 15 - Escultura produzida pelo processo de fundição de precisão..................39

Figura 16 - Peças em aço produzidas em fundição de precisão...............................39

Figura 17 - Processo de modelação com cera..........................................................41

Figura 18 - Ilustração esquemática de lingoteiras.....................................................43

Figura 19 - Molde metálico permanente para vazamento de metal líquido...............43

Figura 20 - Representação esquemática do processo de fundição sob pressão em

câmara quente...........................................................................................................45

Figura 21 - Representação esquemática do processo de fundição sob pressão em

câmera a frio..............................................................................................................45

Figura 22 - Esquema de fundição centrífuga de tubos..............................................47

Figura 23 - Ilustração do processo de centrifugação.................................................47

Figura 24 - Representação esquemática dos tipos de máquinas de lingotamento

contínuo para aço......................................................................................................49

Page 10: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

Figura 25 - Equipamento de lingotamento contínuo para pequenos perfis e placas de

ligas de alumínio e cobre...........................................................................................50

Figura 26 - Equipamento de lingotamento contínuo com rolos gêmeos (a) com perfil

na horizontal, (b) perfil descendente e (c) perfil ascendente.....................................52

Figura 27 - Rotas para o processamento no ESS.....................................................54

Figura 28 - Novos processos de tixoconformação: "nova reofundição": (a) usando

uma rampa de resfriamento; (b) rampa d resfriamento simples; (c) VBT com injeção

direta (d) VBT simples...............................................................................................55

Figura 29 - Evolução microestrutural para liga Al7-Si 0,3Mg: (a) microestrutura inicial

dendrítica, (b) após a laminação a 350ºc, (c) após 1 min no ESS a 580ºC (d) 30min

no ESS a 580ºC.........................................................................................................57

Figura 30 - Etapas do processo Squezze Casting.....................................................57

Figura 31 - Preço unitário comparado com número de peças para diversos

processos. ................................................................................................................59

Figura 32 Fluxo do Processo Anterior.......................................................................62

Figura 33 Injetora Buhler 840 ton..............................................................................63

Figura 34 Forno Westofen Striko 900........................................................................64

Figura 35 Pulverizador Automático ou Reciprocador.................................................65

Figura 36 Robô ABB instalado na porta frontal da Injetora........................................67

Figura 37 Robô ABB IRB 4600-40/2.55.....................................................................68

Figura 38 Prensa hidráulica Pretranza......................................................................69

Figura 39 Estampo Rebarbador e/ou Troquel...........................................................70

Figura 40 Lay out da Célula Automatizada Atual.......................................................71

Page 11: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Investimentos Realizados...........................................................................72

Tabela 2 Custos em reais por peça...........................................................................73

Page 12: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

LISTA DE ABREVIATURAS

Al Aluminio

Si Silicio

Fe Ferro

Cu Cobre

Mg Magnésio

Zn Zinco

Pb Chumbo

Mpa Mega Pascal

Page 13: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

Sumário

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................15

2. OBJETIVO DA PESQUISA.................................................................................16

3. JUSTIFICATIVA..................................................................................................17

4. REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................18

4.1 História do alumínio..........................................................................................18

4.2 Produção do alumínio......................................................................................19

4.3 Introdução à fundição.....................................................................................20

4.3.1 Generalidades..........................................................................................20

4.3.2 Histórico...................................................................................................21

4.3.3 Etapas para obtenção de uma peça fundida............................................22

4.3.4 Aplicações de peças fundidas..................................................................24

4.4 Partes essenciais de uma fundição................................................................26

4.5 Moldes e machos............................................................................................27

4.6 Modelos e caixas de macho............................................................................29

4.7 Canais e massalotes (sistema de alimentação)..............................................32

4.7.1 Canais de enchimento...............................................................................32

4.7.2 Massalotes (montantes)............................................................................33

4.8 Areia de moldagem.........................................................................................35

4.8.2 Compentes.............................................................................................36

4.9 Ligas usadas.................................................................................................37

4.9.1 Ligas ferrosas............................................................................................38

4.9.2 Ligas não ferrosas.....................................................................................38

4.10 Principais processos de fundição..................................................................39

4.10.1 Moldagem em areia................................................................................40

4.10.2 Fundição de precisão (cera perdida)....................................................40

4.10.2.1 Produção de modelo em cera......................................................41

4.10.2.2 Produção de moldes cerâmicos...................................................43

4.10.3 Moldes permanentes por gravidade........................................................45

4.10.4 Fundição sob pressão.............................................................................47

4.10.5 Fundição centrífuga.................................................................................49

4.10.6 Fundição contínua ou lingotamento contínuo............................................51

4.10.7 Processo no estado semissólido – tixoconformação...............................54

Page 14: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

4.10.7.1 Processos de preparação do estado líquido................................56

4.10.7.2 Processos de preparação no estado sólido..................................58

4.10.8 Critérios para escolha do processo.........................................................60

4.10.9 Relevâncias de peças em alumínio para indústria automobilística........61

5. DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DO TRABALHO...................................63

5.1 Processo produtivo anterior.............................................................................63

5.2 Tempo de ciclo................................................................................................64

5.3 Máquina injetora..............................................................................................65

5.4 Forno westofen................................................................................................65

5.5 Pulverizador automático acheson DAG 1000................................................66

5.6 Robô ABB IRB 4600F – 40/ 2.55.....................................................................68

5.7 Prensa hidráulica.............................................................................................70

5.8 Estampo rebarbador........................................................................................72

5.9 Lay Out da célula automatizada......................................................................73

5.10 Investimentos realizados...............................................................................74

5.11 Análises e considerações finais.....................................................................74

6. CONCLUSÃO.....................................................................................................77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................78

GLOSSÁRIO.............................................................................................................82

APÊNDICE.................................................................................................................83

Page 15: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

15

1. INTRODUÇÃO

A globalização da economia criou em todos os setores industriais uma

necessidade crescente de resposta rápida às solicitações do mercado. Este tipo de

resposta traduz-se na redução drástica do tempo de colocação no mercado de

novos produtos, sendo um fator crítico para a competitividade comercial das

empresas, determinando assim a sua capacidade de subsistência.

Uma das tecnologias mais determinantes na mudança radical de

funcionamento das empresas perante estes novos desafios foi à introdução dos

sistemas de automatização.

Esse ramo de atividade caracteriza-se principalmente pela produção de peças

em grandes volumes e em estado semi ou completamente acabados para

montagem e/ou utilização final.

Neste trabalho será apresentado como foi o desenvolvimento de um processo

produtivo em célula automática em fundição sob pressão.

Na operação automatizada podem-se agregar outras operações, sendo o

mais comum o acabamento da peça, como a remoção dos massalotes1, canais2 e

bolsas3.

Serão considerados os custos e as tecnologias aceitas e aplicadas em

processos automatizados, a fim de melhorar a eficiência e a produtividade em até

20%.

Page 16: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

16

2. OBJETIVO DA PESQUISA

Demonstrar que com a aplicação das tecnologias disponíveis no mercado atual

foi possível atingir os objetivos específicos aqui estabelecidos. Desta forma

podemos ter maior competitividade frente aos constantes desafios exigidos pelo

mercado automotivo da atualidade.

Os objetivos específicos são:

1) Reduzir os tempos de ciclo da célula e do processo produtivo;

2) Melhorar o controle dos parâmetros do processo;

3) Melhorar o fluxo das operações do processo produtivo, tornando a sua

seqüência mais linear e regular;

4) Eliminar áreas de estoque intermediário;

5) Possuir um ambiente fabril limpo, organizado, com boas condições de

saúde, segurança e ergonomia dos colaboradores;

6) Desenvolver melhorias tecnológicas no processo, permitindo que sua

utilização e domínio possam ser o diferencial.

Page 17: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

17

3. JUSTIFICATIVA

É cada vez mais evidente a preocupação dos profissionais dos setores de

Produção, Engenharia, Vendas, Marketing e até mesma da alta administração para

que se possa aumentar os níveis de produção e qualidade, diminuindo assim cada

vez mais os custos que são agregados ao produto final.

Este assunto já está bem difundido em países chamados de primeiro mundo,

onde se sabe que os processos de fundição estão em sua grande maioria

automatizados.

Então, para que possamos ser mais competitivos ao menos de igual para igual

com outros mercados tivemos que viabilizar nossos processos de fundição sob

pressão.

As empresas estão cada vez mais competitivas, e esse movimento envolve

qualidade, produtividade e pontualidade nos prazos de entrega.

A necessidade de busca por maior eficiência nos sistemas industriais deve ser

continua.

A automação que se realizou se justificou pela necessidade da busca contínua

da qualidade nas indústrias. O sistema implementado tornou o processo mais

confiável, evitando-se assim erros que redundariam em uma perda da eficiência do

processo como um todo.

Page 18: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

18

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1 História do alumínio

A história do alumínio está entre as mais recentes no âmbito das descobertas

minerais.

À bauxita, minério que deu origem à obtenção de alumínio, foi identificado pela

primeira vez em 1821, na localidade de Les Baux, ao Sul da França, por Berthier.

Naquela época, o alumínio ainda não era conhecido, pois só foi isolado em 1824

pelo químico Hans Christian Oersted (Oersted, 2000, pg 16)

A primeira obtenção industrial do alumínio por via química foi realizada por

Henry Sainte-Claire Deville, (Deville, 2000, pg 16).

O processo químico inicial utilizado por Deville - usando cloreto duplo de

alumínio e sódio fundido, reduzindo-o com sódio - foi substituído com sucesso pelo

processo eletrolítico por meio de corrente elétrica, descoberto por Paul Louis

Toussaint Heroult (Heroult, 2000, pg 16) e Charles Martin Hall (Hall, 2000, pg 16).

Heroult e Hall, sem se conhecerem, inventaram ao mesmo tempo o procedimento de

que marcou o início da produção do alumínio. 

As primeiras referências sobre a bauxita no Brasil estão nos Anais de 1928, da

Escola de Minas de Ouro Preto. Já a primeira utilização desse minério para a

produção de alumina e alumínio no País, em escala industrial, foi feita pela Elquisa, -

hoje Alcan - em 1944, durante a 2ª Grande Guerra Mundial, que mais tarde

participaria da consolidação da indústria no Brasil.

O primeiro milhão de toneladas de produção anual de bauxita foi atingido em

1917, quase no fim da Primeira Guerra, quando a mineração havia se expandido

para a Áustria, Hungria, Alemanha e Guiana Britânica, na América do Sul.

Na época da Segunda Guerra, por volta de 1943, os maiores produtores de

bauxita eram os Estados Unidos, a Guiana Britânica, Hungria, Iugoslávia, Itália,

Grécia, Rússia, Suriname, Guiana, Indonésia e Malásia.

Page 19: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

19

Em 1952, a Jamaica iniciou intensa mineração de bauxita, ultrapassando o

Suriname, por anos o maior produtor. Na década de 60, Austrália e Guiné juntaram-

se a esse time.

A transformação da alumina em alumínio metálico recebe o nome de Redução,

e se realiza em cubas eletrolíticas em altas temperaturas, processo patenteado em

1886 por Hall-Heroult. 

4.2 Produção do alumínio

O alumínio não ocorre isolado na crosta terrestre e sua obtenção depende de

etapas de processamento até chegar ao seu estado metálico. Para que a produção

do alumínio seja economicamente viável, é preciso que os minérios geradores de

alumínio - sendo a bauxita o principal - contenham, no mínimo, 30% de alumina.

A alumina, óxido de alumínio de alta pureza é obtido do processamento da

bauxita em operações químicas, por meio do processo Bayer. Nesta etapa,

conhecida como Refinaria, o minério é transformado em alumina calcinada, que será

utilizada em seguida no processo eletrolítico, como o principal insumo para a

produção de alumínio.

Neste processo, o alumínio se deposita no fundo da cuba, sendo extraído por

sucção para cadinhos, que transferem o metal líquido à fundição para a obtenção do

alumínio primário. Na forma de lingotes, vergalhões, placas e tarugos, o alumínio

está pronto para a transformação em indústrias que atendem diversos setores.

Page 20: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

20

Figura 1 - Fluxograma do Processo de Produção do Alumínio (Internetional Aluminium, 2005)

http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/10023/10023_2.PDF

4.3 Introdução à fundição

4.3.1 Generalidades

Uma fundição se dá por meio do derramamento do dado metal (ou liga

metálica) líquido no interior de uma cavidade denominada molde cuja forma

corresponde, em negativo, à da peça desejada. Com a solidificação do metal

derramado, obtemos a peça fundida. Esse método milenar de fabricação de peças

evoluiu com a humanidade e tornou-se um dos mais versáteis, permitindo a

fabricação de peças púnicas ou em série nas mais variadas formas e complexidades

e nos mais diversos tamanhos.

Page 21: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

21

Há ainda o relevante fato de o processo ser um dos métodos mais

econômicos de se produzir em série uma vasta gama de componentes metálicos. As

etapas básicas de um processo de fundição, geralmente, se dividem em projeto e

confecção do modelo, confecção do molde e dos machos, derramamento do metal

líquido, desmoldagem e acabamento. Em muitos contextos fabris, a fundição pode

ser considerada um processo de fabricação de peças metálicas, que representa o

caminho mais curto entre a matéria-prima metálica líquida e a peça semiacabada, já

em condições de uso, para utilização imediata.

4.3.2 Histórico

Os objetos em metal mais antigos, conhecidos até agora, datam de 10.000

a.C. Eram pequenos enfeites de cobre nativo e batidos no formato desejado. No

período de 5.000 a 3.000 a.C., apareceram os primeiros trabalhos com cobre

fundido, sendo os moldes feitos de pedra lascada. Na sequência, inicia-se a Era do

Bronze. O processo de fundição de ferro tem lugar na China em 600 a.C.; já o de

aço se dá bem mais tarde, na Inglaterra, em 1740, atribuído ao inventor inglês, filho

de imigrantes alemães, Benjamin Hustsman.

Cronograma evolutivo da tecnoligia da fundição:

4000 a.C.: processo de fundição por cera perdida (modelos perdidos) que surge em

países como China, Egito, Índia e Nigéria, e na América do Sul.

2800 a.C.: processos de obtenção de ferro, a partir dos seus minérios, por redução

com carvão vegetal, na Mesopotâmia.

1000 a.C.: início da Idade do Ferro, com a obtenção de ferro forjado.

250 a 100 a.C.: no Império Romano, a metalurgia do ferro passa a fazer parte

constante em processos de infraestrutura e aplicações importantes do cotidiano

(armamentos, canalizações diversas, charruas, ferramentas, machados).

1300 a 1400: desenvolvimento de fornos de fusão industrial. Tecnologia de obtenção

de ferro fundido no forno cubilô.

1760: início da Primeira Revolução Industrial – o Coque substituiu o carvão industrial

no Alto-Forno. Início de utilização do Alto-Forno na Europa.

Page 22: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

22

1855: implantam-se os processos Bessemer, Thomas e Siemens-Martin, para a

elaboração do aço, a partir da gus.

1890: F. Osmond estuda o comportamento do ferro a altas temperaturas e define os

pontos críticos do Diagrama de Ferro Carbono.

1944: o alemão Johannes Croning elabora e desenvolve o processo de fundição

Shell Molding, registrando-o sob patente.

1960 em diante: desenvolvimento da fabricação por controle das transformações

para obtenção, em especial, de peças fundidas em aço de alta resistência.

4.3.3 Etapas para obtenção de uma peça fundida

Para estabelecer o processo de fabricação de uma peça fundida, parte-se do

desenho técnico da peça a ser produzida ou até mesmo de uma réplica. A partir

disso, realiza-se o projeto que define todo o processo de fabricação na fundição . A

figura 2 mostra um típico exemplo das etapas para a fabricação de uma peça

cilíndrica com um furo passante em molde de areia. Tudo começa com o projeto da

peça desejada (1). A partir desse projeto, é feito o modelo (3), possuindo algumas

alterações, como as marcações de macho (4), em, que serão colocados os machos

(para compor as partes internas da peça fundida), feito com o auxílio de caixa de

machos (2).

Com uma parte do modelo partido, começa a primeira etapa da moldagem

(a), que é moldar a caixa inferior do molde de areia, usando para apoio uma caixa de

moldar (7) e um estrado (10). Em seguida, molda-se a caixa superior (b) e, para

manter as duas caixas na posição correta, usam-se pinos-guias (5). Moldadas as

duas partes, está pronto o molde (6).

Feitos os detalhes dos canais de enchimento (12, 15 e 16) e colocado o

macho (c e d), as caixas são abertas. Observa-se o vazio que corresponderá à peça

(8), o macho posicionado (9) e o canal para a saída dos gases (17). As caixas são

travadas por pesos ou presilhas (13) a fim de se evitar vazamento de metal fora do

molde. Após o vazamento e a solidificação, temos a peça.

Page 23: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

23

Figura 2 - Elaboração de uma peça cilíndrica pelo processo de moldagem em areia. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Page 24: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

24

4.3.4 Aplicações de peças fundidas

Algumas características da fundição a colocam em uma posição estratégica:

O fato de a fundição ser o caminho mais curto entre a liga metálica líquida e a

peça pronta torna o processo atrativo economicamente para muitas situações.

Por não haver limites para a confecção de formas de moldes e conjuntos

fundidos, a fundição é considerada o processo com a maior liberdade de

formas disponíveis.

Peças desde poucas gramas, como joias, até peças com dezenas de

toneladas, como turbinas para hidroelétricas, peças de navio e potes de

escória, podem ser produzidas por fundição.

Então muitas aplicações são possíveis, de simples peças decorativas a de

alta tecnologia e de quaisquer portes.

Exemplos:

Eletrodomésticos: carcaça de motores (como de geladeiras) e

componentes de compressores, peças injetadas e outros componentes.

Figura 3 - Peças fundidas em fundição de precisão (a) e sob pressão em alumínio.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Elétrica: carcaça de proteção em equipamentos e componentes, carcaça de

motores.

Page 25: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

25

Indústria de bens e capital: carcaças e peças de máquinas de porte como

tornos, fresas, furadeiras, plainas.

Saneamento e água para cidades: tubos fundidos de grande porte, válvulas

de bueiros e portas de acesso, equipamentos de proteção,

Figura 4 - Tampa de bueiro em ferro fundido.

Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Automotivo: as aplicações são enormes. Talvez o maior mercado individual

de fundidos, como blocos de motor, cabeçotes de motor, várias peças

injetadas sob pressão, carcaças de subconjuntos, coletores de descarga,

corpo de bomba de combustível, corpo de bomba de injeção, braços de

suspensão, peças do conjunto de freio, carcaça de diferencial para ônibus,

caminhões, tratores etc.

Indústria: perfis e lingotes para usinagem (como de ferros fundidos),

conformação mecânica, conexões, peças de válvulas e de motores,

componentes de máquinas como carcaças de engrenagens de portes, potes

de escória, lingoteiras, equipamentos em materiais de desgaste.

Aerospacial: paletas de turbina, bloco de motores, componentes de motores.

Brinquedos: muitos brinquedos utilizam peças injetadas sob pressão.

Informática: muitos computadores usam em suas estruturas peças fundidas

injetadas.

Utilidades do lar: panelas, peças de equipamentos de cozinha e jardinagem,

utensílios.

Ourivesaria: joias diversas, usualmente em metais nobres, como ligas de

ouro, prata e platina.

Decoração: peças de adorno, bancos, mesas, lustres, postes decorativos,

peças decorativas, acabamento em pontes e obras.

Page 26: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

26

Artes plásticas: estátuas, pedestais, esculturas, bustos, formas abstratas.

Médica: próteses dentária e ortopedia.

4.4 Partes essenciais de uma fundição

Uma fundição funciona de maneira integrada, na qual cada setor fica

responsável por uma determinada etapa do processo. A fabricação de uma peça

fundida requer, pelo menos, os seguintes setores:

De projetos.

De confecção e reparação de modelos, caixas de macho e elementos de

modele, ou seja, modelação.

De fabricação de peças fundidas, ou seja, a fundição propriamente dita.

A fábrica de fundição pode ser dividida nas seguintes áreas:

De preparação de areia para moldação.

De moldação.

De confecção de machos, ou seja, macharia.

De preparação do metal líquido, ao seja, área de fusão.

De vazamento dos moldes.

De rebarbação e limpeza, ou seja, área de acabamento de peças.

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27

Figura 5 - Esquema básico de uma fundição.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.5 Moldes e machos

Os materiais utilizados na fabricação de moldes em fundição são,

principalmente, areia e metal. Os moldes metálicos são empregados, sobretudo, em

fundição sob pressão e em fundição em coquilha. A grande maioria de fundidos

produzidos é obtida por moldes confeccionados à base de areia, em moldação

manual ou mecanizada.

Uma areia de moldação é constituída, essencialmente, por grãos refratários

de areia-base e pelo aglomerante desses grãos. Há variedades tanto na areia-base

como no aglomerante. Macho é a parte do molde fabricado separadamente e

colocado em sua cavidade após a extração do modelo para:

Obter, de maneira mais econômica, formas internas ou externas de uma

peça.

Facilitar a construção do modelo.

A figura 6 (a) mostra uma peça com uma forma interna com diâmetro variável.

Para facilitar a moldação dessa peça, utiliza-se um modelo, Figura 6 (b), para a

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28

obtenção da forma geral da cavidade do molde, na qual é posicionado o macho,

preparado numa caixa de macho, Figura 6 (c), paralelamente à confecção do molde,

Figura 6 (d).

Existem diferentes tipos de areia para macho. Elas podem ser classificadas

de forma diferentes, dependendo do tipo de processo usado para sua aglomeração.

Duas bastante usuais são as areias constituídas por grãos de areia silicosa e que

podem ser aglomeradas ou com silicato de sódio mais aplicação de gás carbônico,

ou uma segunda opção que seria a aglomeração pro resinas de cura a frio.

Figura 6 - Peça a ser fundida (a), modelo com marcação de macho (b), caixa de macho (c), molde com macho (d) e macho (m).

Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

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29

4.6 Modelos e caixas de macho

Na preparação de um molde, utilizam-se modelos e caixas de macho. O

modelo de uma peça a ser obtido em fundição é utilizado para dar forma e

dimensões à cavidade do molde. A caixa do macho é utilizada para preparar os

machos.

Os moldes e os machos devem satisfazer as seguintes qualidades:

Exatidão de formas e dimensões.

Permanência de forma e dimensão como decorrer do tempo.

Facilidade de extração.

Bom estado de superfície.

Os modelos e as caixas de macho possuem uma série de alterações em relação ao

projeto da peça mecânica para adaptá-la ao processo de fundição. Entre as

alterações, destacam-se:

Sobre-espessura de usinagem: a maioria das peças fundidas é usinada

após sua limpeza, a fim de se obter dimensões, formas ou estado de

superfícies prefixadas. Quando no desenho da peça a ser obtida em fundição

existe algum sinal de usinagem, deve-se aumentar no modelo a espessura da

face assimilada, ou seja, considerar uma sebre-espessura de usinagem.

Acréscimos para compensar a contração linear: durante o resfriamento da

peça no molde, após sua solidificação, ocorre uma contração, ou seja, a peça

sólida terá dimensões inferiores à cavidade do molde, Figura 7. Como as

dimensões da cavidade do molde são as do modelo da peça, deve-se ter

dimensão linear do modelo diferente da peça bruta de fundição. Na confecção do

modelo, para compensar a contração do metal no estado sólido, deve-se mudar

as dimensões indicadas no desenho da peça. Na prática, são adotados valores

médios expressos pelo coeficiente de contração linear.

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Figura 7 - Contração de uma peça solidificada. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Ângulos de saída: para facilitar a extração do mode modelo e do macho, é

necessário dar a suas paredes urna inclinação ou saída. Um modelo sem salda,

Figura 8 (a), ou um modelo com contrassaída, Figura 8 (b), quebra a areia quando

é retirado do molde. Já o modelo com saída, na mesma circunstância, não danifi-

ca as paredes do molde, Figura 8 (c)

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31

Figura 8 - Extração do modelo.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Marcações de macho: marcações em modelo são partes salientes, que,

após a moldação deixam sua impressão no molde, permitindo o

posicionamento do macho. As marcações do modelo correspondem às

marcações dos machos. Há também as marcações que servem para

posicionar os machos entre si. A Figura 9 apresenta um modelo com

marcação horizontal e o molde fechado, obtido com esse modelo. As

marcações contribuem para o perfeito posicionamento dos machos, a esta-

bilidade dos machos e a saída dos gases dos machos.

Page 32: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

32

Figura 9 - Marcação de macho. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Cantos arredondados: para facilitar o processo de moldagem, evitar defeitos,

concentração de tensões e trincas a quente na peça fundida, é comum fazer ar-

redondamentos em todos os cantos possíveis.

4.7 Canais e massalotes (sistema de alimentação)

4.7.1 Canais de enchimento

O sistema de canais de enchimento deve ser dimensionado de tal forma que

o metal líquido limpo preencha a cavidade do molde, a uma dada temperatura e

durante um intervalo de tempo, a fim de conseguir peças íntegras. A Figura 10

apresenta um sistema de canais de enchimento em que se indicam os diferentes

elementos que o compõem. O metal líquido vazado no funil, que se situa na

superfície do molde, desce até o nível do canal de distribuição em que o metal passa

através dos ataques e a cavidade correspondente à peça. É utilizado a câmera ou o

sistema de retenção de escórias para assegurar o enchimento da cavidade com o

metal líquido.

Page 33: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

33

Figura 10 - Sistema de canal. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.7.2 Massalotes (montantes)

O massalote é uma reserva de metal líquido, adjacente à peça, cujo objetivo

é fornecer metal líquido para compensar a contração no estado líquido e durante a

solidificação, ou seja, alimentar a peça a fim de evitar a formação de vazios ou,

tecnicamente falando, os chamados rechupes.

Um massalote é colocado na parte da peça, que se solidifica por último, ou

seja, adjacente ao ponto quente da peça. O massalote deve descolar esse ponto

quente, Figura 11, de maneira que o rechupe seja formado nele.

Figura 11 - Formação do rechupe no massalote. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Page 34: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

34

O metal líquido é vazado na cavidade do molde a uma temperatura superior à

temperatura de início de solidificação, ou seja, vaza-se o molde com metal

sobreaqueeido. A diferença entre a temperatura de vazamento e a de início de

solidificação corresponde ao valor do grau de sobreaquecimento no metal líquido no

instante do vazamento. Após o preenchimento do molde, ocorre o resfriamento do

metal em três etapas:

Da liga no estado líquido.

Da liga durante sua solidificação.

Da liga do estado sólido até a temperatura ambiente.

Cada uma dessas etapas é, geralmente, acompanhada por uma

contração do metal. Imediatamente, após o vazamento de um molde, tem-se a

cavidade completamente preenchida por metal líquido, Figura 12, que inicia seu

resfriamento com uma consequente contração. As partes mais finas se solidificam an-

tes das mais espessas.

Figura 12 - Solidificação.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Em urna mesma secção, a solidificação progride da periferia para o centro da

peça e certa quantidade de liga líquida fica envolvida por metal já solidificado, Figura

13 (a). Em razão da contração desse líquido restante, ao terminar a solidificação da

peça, nota-se urna cavidade em seu interior, ou seja, tem-se um rechupe, Figura 13 (b).

Em decorrência da contração, obtém-se uma peça com rechupe com superfície

irregular e dimensões incorretas, corno pode ser observado na Figura 13 (b). Para

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conseguir uma peça sem defeitos, é necessário compensar a contração. Para

compensar a contração, que se processa durante o resfriamento no estado líquido e

durante a solidificação, é necessário ter uma reserva de metal líquido, adjacente à

peça, denominado massalote, Figura 11.

Figura 13 - Formação do rechupe.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.8 Areia de moldagem

Areia de moldagem é um sistema heterogêneo constituído essencialmente de um

elemento granular refratário (normalmente areia silicosa) e aglomerante. A areia de

moldagem deve apresentar elevada refratariedade, boa resistência mecânica,

permeabilidade adequada e plasticidade. Já a areia destinada à fabricação de

machos, além dos requisitos exigidos para a areia de moldagem, deve ter boa co-

lapsibilidade, definida como a perda de resistência da areia após o início da

solidificação da peça.

4.8.1 Classificação

Page 36: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

36

Quanto à origem: natural; semissintética ou sintética.

Quanto ao uso: nova ou reciclada. As fundições que trabalham basicamente

com areia usada (reciclada) utilizam cerca de 10% de areia nova para

recompor as perdas durante a reciclagem e manter as propriedades da areia

estáveis. Na areia reciclada, são usadas pequenas quantidades de

aglomerantes e água.

Quanto ao emprego: areia de moldagem (faceamento ou enchimento) e

areia de macho.

Quanto ao estado de umidade: úmida (verde) ou seca (estufada).

4.8.2 Compentes

Areia-base: pode ser silicosa e não silicosa.

Silicosa: a areia-base é refratária, normalmente silicosa. Se for originária

de areia de praia deve ser lavada previamente para a retirada dos sais. A com-

posição química da areia-base afeta a dilatação térmica da areia, a reatividade

com o metal fundido, mas principalmente a refratariedade do molde. Esta última

propriedade é particularmente importante na fundição de aço.

A granulometria da areia-base afeta a permeabilidade da areia e a

penetração metálica. Considerando que a distribuição dos grãos seja

relativamente estreita; quanto maior for o diâmetro destes mais permeáveis,

maior será a areia (isso é bom, pois facilita o escoamento dos gases), e maior

será a penetração metálica, implicando num acabamento pobre.

Assim, existe um compromisso entre esses dois aspectos e a decisão

depende do metal em questão. Para ligas fluidas, como as de alumínio e magnésio,

é necessário utilizar areias finas para minimizar a penetração metálica. As ligas

ferrosas tendem a gerar gases, optando-se por areias mais grossas.

Não silicosa: a opção por uma areia de base não si-

licosa parte da constatação de que a areia silicosa apresenta inúmeras

desvantagens em relação às não silicosas, como elevada reatividade com o

metal fundido e elevada expansão volumétrica. Das areias não silicosas, pode-se

Page 37: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

37

citar a zirconita, que seria a areia ideal em termos de propriedades, se não

fosse seu alto custo, e a de cromita, que apresenta maior capa,-; cidade de

extração de calor do que a areia comum. Outras como olivina e chamote também

são usadas.

Aglomerantes: são materiais que envolvem e ligam entre si os grãos,

conferindo à areia, após a computação, secagem ou reação química às

características necessárias ao processo de moldagem, ou seja, resistência às

solicitações dinâmicas, estáticas e térmicas, provocadas pelo metal fundido. Para um

dado aglomerante, com o aumento do seu teor, reforça a resistência, dureza e diminui

a permeabilidade. Os aglomerantes se subdividem em:

Orgânicos: a resistência é atingida por meio de uma leve socagem seguida de uma

secagem do molde em estufa. A resistência final pode ser superior à alcançada com

aglomerantes inorgânicos. Com o advento das resinas os aglomerantes orgânicos

naturais caíram em desuso. Exemplo: melaço de cana, amido de milho, óleos etc.

Inorgânicos: a resistência é atingida por meio de socagem. Essas substâncias

tendem a sinterizar quando em contato com o metal fundido, o que dificulta a

desmoldagem. São eles argila (normalmente, bentonitas), silicato de sódio e cimento.

Aglomerantes sintéticos: são as resinas que conferem excelente resistência aliada

a uma boa colapsibilidade e capacidade de fabricar secções finas, compensando o

elevado custo desse insumo.

4.9 Ligas usadas

As peças fundidas são constituídas por ligas metálicas. As ligas metálicas

utilizadas em fundição são divididas em dois grandes grupos: ferrosas e não ferrosas.

Entre toda a produção de fundidos, o ferro fundido (cerca de 83%) ocupa a maior

fatia, seguido do aço (10%) e das ligas não ferrosas (7%).

4.9.1 Ligas ferrosas

Page 38: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

38

As ligas ferrosas são classificadas em aço e ferros fundidos. Os aços e ferros

fundidos comuns são, basicamente, ligas constituídas pelos elementos: ferro,

carbono, silício, manganês, fósforo e enxofre. Quando são incluídos voluntariamente

outros elementos ou alguns dos citados em concentrações mais elevadas, a fim de

melhorar as propriedades mecânicas, temos aços ou ferros fundidos ligados.

De acordo com Colpaert (2008), aço é uma liga constituída essencialmente de

ferro e carbono cuja porcentagem de carbono varia entre 0,008% e 2,11%. Já o

ferro fundido é uma liga essencialmente de ferro e carbono cuja porcentagem de

carbono varia entre 2,11% e 4,5%. Apesar de ser possível usar praticamente

quaisquer tipos de ligas ferrosas na fundição, desde as mais simples até as mais

sofisticadas e de alta liga, os principais tipos usados são:

Aço-carbono: é aço comum, ou seja, que não apresenta elementos de ligas.

A temperatura de fusão desse aço gira em torno de 1500 °C.

Ferros fundidos: podem ou não apresentar carbono livre em sua

microestrutura. Esse carbono livre, de coloração escura, chama-se grafita.

Os ferros fundidos que não apresentam grafitas são chamados de ferro

fundidos brancos, já os que apresentam grafitas são denominados de acordo

como a grafita que se encontra, como lamelar, esferoidal, vermicular e nodular.

4.9.2 Ligas não ferrosas

Embora seja possível utilizar ligas fundidas dos mais diferentes tipos de metal,

as ligas não ferrosas mais utilizadas em fundição são as de alumínio, cobre e zinco.

Ligas de alumínio: são as mais versáteis de todas as ligas empregadas

em fundição. Suas principais características de fundição são baixa

viscosidade e temperatura de fusão, além de elevado coeficiente de

transferência de calor. A maior parte das ligas de alumínio não possui

tendências ao fenômeno de trinca a quente e mostra bom acabamento

superficial após a fundição.

Ligas de cobre: podem ser fundidas por processos que permitam obter uma

grande variedade de formas geométricas, como a fundição em areia, em casca,

o processo por cera perdida e a fundição sob pressão. Quanto às

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propriedades mecânicas das peças fundidas, pode-se citar resistência à

corrosão, ao desgaste (ligas de bronzes), à compressão, à fadiga e às con-

dufividades térmica e elétrica;

Ligas de zinco: o zinco é um dos metais não ferrosos amplamente usados

há muito tempo em diversas aplicações, funcionais e decorativas. Seu

uso é muito intenso em fundição sob pressão, em que se conseguem

peças de fino acabamento para uso em brinquedos, eletrônicos,

eletrodomésticos etc. Nesse grupo, tem-se a liga ZAMAC composta

basicamente por aproximadamente 4% de AI e 96% de Zn, além de

elementos de liga Mg e Cu. É possível a presença de alguns residuais de Sn,

Fe e Pb. Na verdade, o nome ZAMAC deriva das iniciais dos elementos que

compõem a liga: Zn, Al, Mg e Cu.

4.10 Principais processos de fundição

Os principais processos de fundição são moldagem em areia, moldagem em

casca, sob pressão, shell molding4 e cold box5, fundição de precisão, centrífuga e

alta precisão. Todas as técnicas citadas são usadas na fundição dos metais. A

escolha do processo adequado depende do tamanho e da geometria da peça, do

tipo de liga a ser fimdida, do número de peças a ser produzido e da qualidade

superficial desejada, entre outros parâmetros. Além da escolha do processo

tecnicamente viável, pondera-se o lado econômico.

Shey (2000) classifica os principais processos de fundição apresentados na

Figura 14.

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40

Figura 14 - Classificação dos principais processos de fundição. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.10.1 Moldagem em areia

O método mais tradicional utilizado em fundição é o de moldes de areia. Esse

processo consiste em assentar o modelo na areia para obter a forma da peça a ser

fundida no molde. O processo de moldagem em areia é composto por uma vasta

gama de métodos e entre estes podemos citar moldagem em areia com argila,

ligantes químicos, shell molding e cold box.

4.10.2 Fundição de precisão (cera perdida)

Esse processo é uma adaptação relativamente recente do processo de

cera perdida, utilizado desde a Antiguidade na produção de joias e utensílios

domésticos. Ele apresenta como grande vantagem à liberdade de formas, excelente

acabamento e estreita tolerância dimensional. Conforme Martinez et al., 2002, o

processo de fundição por cera perdida ou microfusão tem recursos que permitem, em

um "curto" espaço de tempo, a fabricação de grande quantidade de peças. O

formato pode variar desde o mais simples até o mais complexo, com espessuras de

paredes reduzidas, alta qualidade superficial e tolerâncias dimensionais estreitas.

Além de apresentar possibilidades de uso de ligas alternativas.

Page 41: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

41

Também possibilita a eliminação de uma série de operações de usinagem,

soldagem e encaixes, entretanto requer controles rígidos em todas as etapas e

pode ser ajustado para atender às solicitações do cliente. O processo de fundição

de precisão tende a compatibiliza a obtenção de peças com bom acabamento

superficial e um mínimo de operações posteriores ao vazamento da peça. As

principais vantagens são:

Redução da usinagem, em que o corte dos gastos é bastante expressivo.

Redução de gastos com acabamento superficial da peça.

Transformação de um conjunto de peças (unidas anteriormente por meio

de soldas, rebites, encaixes etc.) numa única peça fundida.

O processo possui algumas desvantagens também, como investimento

relativamente alto, manuseio de produtos químicos à base de polímeros e/ou

resinas, geração de resíduos cerâmicos, ou seja, o material do molde usado não

pode ser reutilizado, restrito a peças de pequeno porte.

O modelo deve ter a geometria exata requerida pela peça final, mas também

deve ser feito "ligeiramente" maior, para compensar a contração volumétrica tanto

do material usado para fabricar o modelo (cera, plástico) quanto da solidificação do

metal. Ele deve ser construído com um ou mais canais de entrada, normalmente

localizados nas seções de maior massa. Esse canal possui três funções distintas:

Ligar esse modelo ao canal central, formando um cacho.

Servir de saída para o material do modelo durante a deceragem.

Servir de entrada do metal líquido durante o vazamento, garantindo um

enchimento completo e uma solidificação.

4.10.2.1 Produção de modelo em cera

O processo de fundição de precisão permite várias opções quanto ao tipo de

matriz em razão do baixo ponto de fusão, boa fluidez e ausência de abrasividade

das ceras. Primeiramente, por meio do desenho de uma peça, elabora-se o projeto,

adaptando-o ao processo de cera perdida, a partir do qual se consegue fabricar a

matriz. Na seleção do material da matriz é preciso considerar o seu custo e a sua

vida útil, a qualidade e eficácia de produção dos modelos. A matriz pode ser feita em

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42

material rígido, como resinas, ou comumente de polímeros como borracha, mais

especificamente silicone.

A Figura 15 mostra uma peça produzida pelo método de cera perdida.

Figura 15 - Escultura produzida pelo processo de fundição de precisão. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Figura 16 - Peças em aço produzidas em fundição de precisão.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

O modelo possui as dimensões aproximadamente 3% maiores do que as da

peça final por consequência da contração da cera (»1,5%) e do aço inox (»1,5%). As

principais propriedades exigidas para a cera estão correlacionadas principalmente

com a injeção, extração, manuseio, montagem, controle dimensional, molhabilidade,

deceragem e queima.

4.10.2.2 Produção de moldes cerâmicos

Page 43: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

43

Os moldes em casca na fundição de precisão são feitos pela imersão da

árvore (cacho) em um banho cerâmico e remoção do banho em seguida para

escoamento da lama em excesso e produção de uma camada uniforme.

Finalmente, realiza-se a cobertura com uma camada de partículas (estuco) de

material refratário granulado, pela imersão em uni leito fluidizado ou aspersão do

processo é repetido (de cinco a dez vezes, dependendo do tamanho das peças)

até a formação de uma casca refratária forte o suficiente para resistir a,

basicamente, dois grandes esforços:

Saída do material termoplástico (cera) sob ação do calor.

Entrada do metal líquido, suportando-o até completa solidificação.

O processo está descrito a seguir e é mostrado na Figura 17:

O modelo em cera é injetado. (1)

Usualmente, vários modelos em cera são colados em um canal central,

formando um cacho. (3)

O cacho é submerso em uma lama cerâmica, usualmente de sílica vítrea ou

zirconita em pó e usando como ligante a sílica coloidal ou outros produtos de

características similares. (4)

O cacho é submerso em uma caixa com grãos fluidizados em ar (em

suspensão) de sílica vítrea ou zircofita para engrossar e dar corpo à casca.

(5)

A casca é seca, evaporada a solvente e vai adquirindo resistência para ser

manipulada. Os passos 3, 4 e 5 são repetidos de três a seis vezes, para

atingir a espessura de casca desejada. (6)

A casca é inicialmente aquecida para que a cera funda e saia, deixando o

vazio do molde. (7)

A casca já fria não apresenta muita resistência mecânica, por isso é

colocada em uma caixa e adicionado areia e material refratário e vibrado

para adensamento. (8)

A casca é sinterizada normalmente em temperaturas da ordem de 900 a

1.000 °C. Por vezes, a casca é sinterizada sem a caixa de apoio e só montada

no momento do vazamento. (9)

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44

O conjunto é vazado. (10)

Figura 17 - Processo de modelação com cera.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Na produção de moldes de cera por injeção, o material que constitui o

molde influencia na precisão das dimensões do modelo. Por exemplo, Yarlagadda

e Holck (2003) mostraram que existem vantagens e desvantagens na produção de

modelos de cera utilizando como molde de injeção o poliuretano ou o silicone.

Modelos de cera produzidos a partir de moldes de silicone não só têm melhor

acabamento superficial, mas também são capazes de produzir padrões de cera com

formas complexas. Do ponto de vista da precisão, os moldes de poliuretano são

superiores aos de silicone, produzindo modelos mais precisos e com menos

distorções. Assim, se o requisito é a produção exata com modelos de cera com

valor mínimo de distorção, o molde em poliuretano é a melhor opção.

Page 45: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

45

4.10.3 Moldes permanentes por gravidade

Siegel (1982) define o processo de fundição de molde permanente como

qualquer processo de fundição em que o metal líquido é vertido em um molde

metálico que pode ser utilizado um grande número de vezes, sendo por isso

denominado permanente.

Uma das aplicações mais importantes de moldes permanentes, que são

moldes metálicos, é na produção de lingotes, os quais são fundidos de forma

cilíndrica ou prismática, e processados termomecanicamente. A Figura 18 ilustra

esquematicamente alguns desses moldes metálicos para a produção de lingotes,

os quais são chamados de lingoteiras.

Podem ser também feitos moldes metálicos para a produção de peças, como

no caso dos processos estudados anteriormente. A Figura 19 mostra um molde

metálico útilizado em fundição. Esses moldes apresentam vantagens, pois as peças

têm maior uniformidade, melhor acabamento superficial, tolerâncias dimensionais

mais estreitas e melhores propriedades mecânicas. No entanto, a utilização de

moldes permanentes é normalmente limitada à fabricação de peças pequenas.

Figura 18 - Ilustração esquemática de lingoteiras.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

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46

Figura 19 - Molde metálico permanente para vazamento de metal líquido. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.10.4 Fundição sob pressão

Os processos de injeção do metal sob pressão e o de injeção de polímeros

são similares, mas devido ao desgaste acentuado das matrizes metálicas, a injeção

de metais fica restrita aos não ferrosos de baixo ponto de fusão, principalmente

ligas de alumínio e de zinco. O acabamento das peças é excelente e o limite de

peso é dado pela capacidade de fechamento da máquina, que opera

hidraulicamente.

Os moldes metálicos utilizados em fundição sob pressão são chamados de

matrizes. A matriz é feita de aço ferramenta resistente a elevadas temperaturas,

como, por exemplo, o aço H13. Geralmente, é construída em duas partes que são

fechadas hermeticamente no momento do vazamento do metal líquido. O metal é

bombeado na cavidade da matriz sob pressão suficiente para o preenchimento total

de todos os seus espaços e cavidades. A pressão é mantida até que o metal se

solidifique. Então, a matriz é aberta e a peça ejetada por meio de pinos acionados

Page 47: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

47

hidraulicamente. Muitas matrizes são refrigeradas à água. Isso é importante para

evitar superaquecimento da matriz, aumentando sua vida útil e evitando defeitos

nas peças.

O processo de fundição sob pressão realizado na máquina de câmara

quente, mais usada para ligas não ferrosas de menor ponto de fusão, como as ligas

de zinco, é mostrado na Figura 20. Utiliza um equipamento no qual existe um

recipiente aquecido (forno), no qual o metal líquido está depositado. No seu interior

está um pistão hidráulico que, ao descer, força o metal líquido a entrar em um canal

que o leva diretamente à matriz. O processo também pode ser realizado em

máquina de câmara a frio, Figura 21, mais usada para ligas não ferrosas de maior

ponto de fusão.

A pressão exercida pelo pistão faz com que todas as cavidades da matriz

sejam preenchidas, formando assim a peça após a solidificação. Logo após a

solidificação do metal, o pistão retorna à sua posição inicial, mais metal líquido entra

na câmara, por meio de um orifício, e o processo se reinicia.

Como todo o processo de fabricação, a fundição sob pressão tem uma série

de vantagens e desvantagens.

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48

Figura 20 - Representação esquemática do processo de fundição sob pressão em câmara quente. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Figura 21 - Representação esquemática do processo de fundição sob pressão em câmera a frio.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

As vantagens são:

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49

Peças de ligas como as de alumínio, fundidas sob pressão, apresentam

maiores resistências do que as fundidas em areia.

As peças fundidas sob pressão podem receber tratamento de superfície com

um mínimo de preparo prévio da superficie.

É possível a produção de peças com formas mais complexas.

É possível a produção de peças com paredes mais finas e tolerâncias

dimensionais mais estreitas.

Consegue-se alta capacidade de produção.

Consegue-se alta durabilidade das matrizes.

As desvantagens são:

Limitações no emprego do processo que é usado para ligas não ferrosas com

poucas exceções.

Limitação no peso das peças (raramente superiores a cinco quilos).

Retenção de ar no interior das matrizes, originando

peças incompletas e porosidade na peça fundida.

Alto custo do equipamento e dos acessórios, o que

limita seu emprego a grandes volumes de produção.

A indústria automobilística utiliza uma grande quantidade de peças fundidas

sob pressão, como tampas de válvulas, fechaduras, carcaças de motor de

arranque, maçanetas, caixas de câmbio de máquinas agrícolas. O mesmo ocorre

com a indústria aeronáutica, que utiliza peças fundidas principalmente de ligas de

alumínio e magnésio. Essa variedade de produtos indica a importância desse

processo de fabricação dentro do setor de indústria metal-mecânica.

4.10.5 Fundição centrífuga

Na fundição em centrífuga, o metal fundido é introduzido em um molde, que

gira durante a solidificação, Figuras 22 e 23. A força centrífuga melhora a alimentação e

o enchimento dos detalhes da superfície atingida.

Page 50: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

50

Figura 22 - Esquema de fundição centrífuga de tubos. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Figura 23 - Ilustração do processo de centrifugação.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

A força centrífuga decorrente é suficiente para que o metal não só não

Page 51: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

51

escorra, como para garantir urna macroestrutura colunar praticamente livre de

defeito. Com esse processo se fabricam tubos de ferro fundido nodular para

transporte de água e esgoto, tubos para indústria petroquímica, cilindros para

laminadores. Na área de não ferrosos a centrifugação também é bastante empregada

para a produção de buchas e mancais em ligas de cobre. O processo impõe

limitações na forma de peças, e é normalmente restrito à produção de formas

geométricas cilíndricas.

4.10.6 Fundição contínua ou lingotamento contínuo

Várias são as possibilidades de se obter barras e pla-

cas fundidas (lingotadas) continuamente. Em termos de produção por tonelada, a

superioridade da produção de aço é inabalável, e embora existam muitas

configurações de equipamentos de lingotamento contínuo, a que tem sido mais

usada modernamente é a máquina curva para aços. A Figura 24 mostra diversas

configurações de equipamento de lingotamento contínuo para aços. O modelo de

máquina horizontal é usado na produção de perfis de ferro fundido.

As lingoteiras (local onde se solidifica o metal) são normalmente oscilantes

(para evitar agarramento do metal no molde) e feitas de cobre com revestimento de

cromo (ou equivalente) e refrigeradas intensamente por água. Nas máquinas

verticais é comum o molde ser fixo e feito de grafite ou carbureto de silício. Para

evitar o agarramento do metal no molde, às vezes se usa oscilar a barra que está

sendo solidificada.

A qualidade dos produtos obtida é também de se ponderar. Mínima concentração

de escória, inclusões, defeitos de estrutura, uniformidade de produção estão presentes

em produtos fundidos continuamente. Nos processos contínuos, a incidência de defeitos

é em menor número quando comparado com os processos em moldes de areia ou

coquilha.

A instalação de fundição contínua pode limitar-se a máquinas relativamente

pequenas, como é o caso de seções pequenas de alumínio, até verdadeiras plantas

industriais de grande porte, caso das placas de aço de grandes dimensões como

2.000 x 300 mm .

Page 52: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

52

Figura 24 - Representação esquemática dos tipos de máquinas de lingotamento contínuo para aço. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Para obtenção de perfis de pequeno porte em alumínio e cobre, como barras

triangulares de 30 mm de lado para posterior laminação e extrusão, uma opção é o

lingotamento contínuo com roda refrigerada e cinta de aço, Figura 25. Esse

processo é muito usado na fabricação do "fio máquina". Trata-se de uma barra com

diâmetro aproximado de 10 a 15 mm de Cu ou Al. O vergalhão segue posteriormente

para trefilação para produção de condutores elétricos.

Page 53: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

53

Figura 25 - Equipamento de lingotamento contínuo para pequenos perfis e placas de ligas de alumínio e cobre.

Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

No processo de lingotamento contínuo usando rolos gêmeos, o metal líquido é

alimentado por uma válvula de cerâmica entre a fresta de dois rolos em giro e

refrigerado à água. O metal esfria entre os rolos e se solidifica, conforme mostra a

Figura 26. Adicionalmente a barra ou placa solidificada sai dos rolos com redução de

5 à 20% de sua espessura, o que inclusive facilita a expulsão de inclusões ou gases

em direção ao metal ainda não solidificado. No Brasil o equipamento mostrado na

Figura 26 (a) é muito utilizado para fabricação de chapas de Al com espessuras

entre 2 e 12 mm.

Page 54: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

54

Figura 26 - Equipamento de lingotamento contínuo com rolos gêmeos (a) com perfil na horizontal, (b) perfil descendente e (c) perfil ascendente.

Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.10.7 Processo no estado semissólido – tixoconformação

O processamento de ligas metálicas no estado semissólido (ESS) ou

tixoconformação é uma tecnologia que ganhou destaque como alternativa aos

processos convencionais de fundição sob pressão e forjamento. Os estudos

relacionados com o comportamento dinâmico de ligas metálicas no ESS começaram

a ser realizados no Massachusetts Institute of Technology (MIT) no início da década de

1970, por Spencer e Flemings (1971), ficando evidentes as modificações

microestruturais causadas pela agitação mecânica imposta durante a solidificação.

Page 55: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

55

ESS têm lugar em temperaturas mais baixas do que as convencionais; maior

rendimento energético em decorrência de menores temperaturas de conformação;

fabricação de peças mais íntegras; peças tixoconfonnadas possuem estrutura

uniforme, contêm menos porosidade e exibem menor contração durante a

solidificação (sendo assim, podem ser submetidas a tratamentos térmicos - T5 e T6

- e soldagem); fabricação de peças com seção fina (por conta das altas pressões

utilizadas nesse processo, é possível produzir peças complexas - near net shape); as

propriedades mecânicas e o acabamento final são excelentes, inferiores somente ao

forjamento.

A fabricação de peças, via tixoconformação, também apresenta algumas

desvantagens como alto custo do material de partida; altos custos de investimento

para os equipamentos de processo. Em alguns casos, tem-se difícil controle da

microestnitura porque ela é muito sensível à temperatura, sendo necessário seu

rigoroso controle durante o processamento. A microestrutura afeta diretamente a

viscosidade da pasta no ESS e muda bastante as condições de fluxo; grande

possibilidade de aparecimento de inclusões devida à formação de óxidos.

Além das vantagens já citadas, peças tixoconformadas em ligas de Al

apresentam excelente resistência à fadiga e por isso os produtos despertaram a

atenção da indústria automobilística. Essa vantagem é devida principalmente à

estrutura globular formada nesses processos. Para obtê-la, existem várias

metodologias que são denominadas condicionamento microestrutural, sendo as

principais: (i) reofundição (R_F); (ii) agitação eletromagnética (MHD); (iii) tratamento

termomecânico (TTM); (iv) processos baseados em vazamento em baixa

temperatura denominados "nova reofundição" (new reocasting; cooling slope e low

superheat casting) (VBT).

A Figura 27 apresenta algumas possíveis rotas para o processamento de

ligas no ESS, que podem ser subdivididas em duas grandes linhas: (i) preparação

no estado líquido; (ii) processos de preparação no estado sólido.

Page 56: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

56

Figura 27 - Rotas para o processamento no ESS. Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.10.7.1 Processos de preparação do estado líquido

Nessa categoria, estão incluídos os métodos que visam a fragmentar a

estrutura dendritica do metal que está solidificando. As variantes mais empregadas

já foram mencionadas e são a agitação mecânica e a agitação eletromagnética.

Completando essas técnicas, também podem ser adicionados elementos refinadores

de grão que melhoram as condições de nucleação da fase sólida.

A agitação mecânica ou reofundição foi o primeiro método de condicionamento

microestrutural em estado líquido, mas o processo industrial mais comum é a agitação

eletromagnética, executada em equipamento convencional de lingotamento contínuo

ao qual se acrescentam indutores eletromagnéticos rotativos ou com movimento

linear. Desse modo, as dendritas se fragmentam quando no ESS iniciam seu

crescimento e esferoidização.

Outra forma de obter o material condicionado é usar o chamado "Osprey".

Nesse processo o metal fundido é vazado por um bico situado no fundo de um

cadinho. Um jato a alta pressão de gás inerte (normalmente N2) faz com que o

líquido seja transformado em finas gotículas, rapidamente resfriadas em voo (103 K.s-

1) e depositadas em um substrato móvel. Esse processo forma uma estrutura com

Page 57: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

57

finas partículas caldeadas umas ás outras que, quando reaquecidas até o ESS, geram

uma estrutura também globularizada, adequada aos processos no ESS.

Recentemente, foi desenvolvido um novo processo

bastante promissor denominado "nova reofundição".

O resfriamento da liga é feito de forma controlada e pode ser subdividido em

duas variantes, sendo (i) cooling slope e (ii) low superheat casting, que

denominaremos respectivamente de rampa de resfriamento e vazamento em baixa

temperatura (VBT). A Figura 28 ilustra esquematicamente esses novos processos.

Na primeira variante, o metal líquido é resfriado de maneira controlada até o ESS

ao longo de uma rampa, até um molde localizado no final. O produto obtido pode ser

resfriado para posterior tixoconfonnação, Figura 28 (b), ou montando um aparato

adequado, é possível até mesmo fazer reofundição imediata, Figura 28 (a).

No segundo caso, o vazamento da liga é feito a urna temperatura muito próxima

da linha liquidus (cerca de 15 °C acima) com taxa de resfriamento controlada. Nesse

processo, o material obtido também pode ser tixoconformado posteriormente, Figura

28 (d), ou logo após o vazamento em um molde adequado, Figura 28 (c).

Figura 28 - Novos processos de tixoconformação: "nova reofundição": (a) usando uma rampa de resfriamento; (b) rampa d resfriamento simples; (c) VBT com injeção direta (d) VBT simples. Fonte,

livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Page 58: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

58

4.10.7.2 Processos de preparação no estado sólido

Nesse grupo de técnicas, parte-se de uma liga solidificada convencionalmente,

modificando sua microestrutura, normalmente dendrítica, por meio de um tratamento

termomecânico (TTM). Nos processos realizados em estado sólido, a variante mais

utilizada é o processo denominado SIMA (strain induced melt activated), que consiste

em uma deformação a quente (acima da temperatura de recristalização), e depois a

frio, para finalmente levar a liga ao ESS para posterior tixoconformação.

A deformação objetiva introduzir urna quantidade crítica de energia em forma

de discordâncias, para que no decorrer do aquecimento ocorra recristalização,

obtendo-se grãos pequenos e equiaxiais. Superada a temperatura solidus, inicia a

formação do líquido, que penetra nos contornos de grão, formando-se então a

microestrutura desejada. Finalmente, com a permanência no ESS tem lugar o

engrossamento/globularização das partículas, que atingem dimensões da ordem de

50 - 90 mm.

Os fatores críticos são a razão e a temperatura de deformação. O primeiro

parâmetro deve ser no mínimo 10%, enquanto a temperatura deve ser tão baixa

quanto possível para introduzir o máximo de energia de deformação. A Figura 29

apresenta a típica evolução microestrutural dessa rota de condicionamento.

Na verdade, quando a liga é conformada em uma temperatura em que se

inicia a solidificação, pode-se dizer que se trata de uma situação em que existe a

conjugação da fundição e a conformação mecânica simultaneamente. Se a

conformação for iniciada exatamente dessa forma, ou seja, quando a temperatura

está sobre a linha liquidus da liga, o processo denomina-se Squezze Casting.

O Squezze Casting consiste na aplicação de uma pressão da ordem de 70

MPa sobre o metal durante sua solidificação, o que irá garantir uma peça com maior

densidade do que o fundido convencional. Por esse processo esquematizado na Fi-

gura 30, são produzidas atualmente peças como pistões, rodas e flanges em ligas

de alumínio.

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59

Figura 29 - Evolução microestrutural para liga Al7-Si 0,3Mg: (a) microestrutura inicial dendrítica, (b) após a laminação a 350ºc, (c) após 1 min no ESS a 580ºC (d) 30min no ESS a 580ºC. Fonte, livro

Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Figura 30 - Etapas do processo Squezze Casting.Fonte, livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

Page 60: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

60

4.10.8 Critérios para escolha do processo

Primeiramente, é preciso verificar se cada um dos processos

existentes, incluindo os de areia, é adequado ao: Tamanho e à geometria

da peça.

Tipo de liga a ser fundida.

Acabamento e à tolerância dimensional exigido.

Número de peças encomendado.

Restando dois ou mais processos tecnicamente viáveis, o critério de

desempate será o econômico. A avaliação econômica deve considerar:

Custo de equipamento (incluindo amortização e manutenção) e material

permanente.

Custo de produção: custo dos insumos, incluindo mão de obra, taxas

administrativas e lucro.

Cada processo apresenta um custo unitário que varia (inversamente) com o

número de peças a produzir segundo uma dada equação. Assim podemos

calcular a partir de quantas peças o processo A torna-se mais viável

economicamente que o processo B. O gráfico da Figura 31 exemplifica como

varia o custo para a produção de um determinado fundido, fabricado por

diversos processos, na hipótese de todos serem tecnicamente viáveis.

Page 61: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

61

Figura 31 - Preço unitário comparado com número de peças para diversos processos. Fonte,

livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas (2014).

4.10.9 Relevâncias de peças em alumínio para indústria automobilística

Dados recentes levantados pela consultoria internacional Ducker Worldwide

trazem um panorama detalhado da penetração do alumínio, por peso e componente,

nas principais montadoras em atuação nos Estados Unidos. O estudo identifica, por

exemplo, quantos carros de uma mesma fabricante são equipados com para-

choques ou capôs de alumínio; quanto representa o metal não-ferroso no total de

peso dos veículos de cada empresa; e quais os lançamentos por marca que mais

fazem uso das vantagens dos componentes do metal leve.

Nos últimos três anos, Honda e BMW passaram a frente da GM e da Nissan e

assumiram a liderança no consumo de alumínio na América do Norte. Em termos de

conteúdo por veículo, os modelos da BMW são os que mais levam alumínio; já na

proporção percentual do metal não ferroso em relação à massa total dos carros, a

Honda sai na frente. Nesse mesmo período (2006-

Page 62: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

62

2009), as duas fabricantes, que produzem apenas veículos com estrutura

monocoque, acrescentaram alumínio em margens históricas. Se não fosse por

blocos de ferro fundido e, em alguns casos, de magnésio/alumínio, o consumo

médio dos lançamentos da BMW ultrapassaria 226,80 kg quilos de alumínio/veículo

nos Estados Unidos, contra a média atual de 190,96 kg/carro (ASSOCIAÇAO

BRASILEIRA DE ALUMÍNIO - ABAL, 2009).

Importante notar que a tendência de substituição dos carros de grande porte,

notadamente esportivos ou SUV’s, observada na GM, Ford, Chrysler e Nissan,

acabou por diminuir o peso médio dos veículos dessas montadoras, o que,

indiretamente, reduziu também o consumo de alumínio.

No levantamento por componente, alguns dados revelam tendências

de consumo para os próximos anos: a penetração dos blocos de alumínio nos

veículos fabricados no território norte-americano passou de 52% em 2006 para 69%

em 2009. O aumento representa o maior vetor de crescimento do alumínio durante a

última década. As rodas de liga leve, que foram responsáveis pelo maior aumento

do consumo de alumínio automotivo na década de 90, tiveram, em 2009, 69% de

penetração e devem continuar tendo uma importante participação no incremento do

uso do metal não-ferroso. Acoplamentos de direção, braços e ligamentos de

suspensão, calipers de freio, capôs e para-choques também apresentaram

crescimento expressivo no último triênio.

Acoplamentos de alumínio, componente estrutural de alumínio fundido mais

significativo em termos de consumo, estão hoje em uso em cerca de 50% dos

veículos fabricados em 2009.

Braços e ligamentos de suspensão de alumínio já equipam em média um

terço dos modelos de 2009. Dessa fatia, mais de 50% é composta por componentes

forjados. Capôs de alumínio são o diferencial de mais de 22% dos veículos norte-

americanos.

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63

5. DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DO TRABALHO

A produtividade é um dos principais indicadores de eficiência do processo

produtivo. Aumentar a eficiência das operações e reduzir desperdícios de tempo,

matéria prima e mão de obra são ações importantes na melhoria da produtividade e,

consequentemente, a lucratividade de uma fábrica. Assim com o objetivo de

melhorar a produtividade de uma célula de injeção de Alumínio foram

implementados equipamentos periféricos, tais como: Pulverizador automático de

molde, Robô para extração da peça fundida, Forno dosador automático, Prensa

hidráulica automática com estampo rebarbador, também foi otimizado o lay out do

processo anterior e realizado o fechamento da célula já automatizada, desta forma a

célula ficou enclausurada evitando-se riscos potenciais de acidentes de trabalho, o

que é mais comum no formato da célula anterior a automação.

Para que possamos entender o que foi automatizado na célula, temos antes

que conhecer o processo anterior de uma forma bem sucinta.

5.1 Processo produtivo anterior

Para que possamos entender o que foi efetivamente implementado e

otimizado no processo atual temos antes que saber como o processo anterior

funcionava.

Logo abaixo está representado um fluxo da célula de injeção que foi

automatizada.

Page 64: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

64

Figura 32 Fluxo do Processo Anterior

5.2 Tempo de ciclo

O tempo de ciclo considerado aqui para estudos e conclusões ao final será o

lead time que a peças leva do momento da injeção até chegar o ponto de esta

pronta para ser embalada e enviada ao cliente. Em alguns casos temos tempos

extras onde a peça é enviada para operações complementada (tratamentos

superficiais; impregnação,...).

Vamos aqui considerar um processo em que temos que entregar peças

apenas brutas e sem operações complementares, o que vai nos facilitar bastante a

compreensão dos resultados finais.

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65

5.3 Máquina injetora

A máquina injetora escolhida para à automatização foi uma Buhler com 840

toneladas de força de fechamento, em função da necessidade e geometria das

peças fundidas em carteira. Consumo de energia: 37 Kw/h

Figura 33 Injetora Buhler 840 ton.Fonte: Catalogo Buhler

5.4 Forno westofen

Forno da Marca Striko Westofen com capacidade de manter até 900 kilos de

alumínio com temperatura controlada através da regulagem adequada de seu set

point.

Este forno dispõe de CLP que está ligado diretamente ao programa da

máquina de onde são enviadas informações de quantidade e temperatura

necessária para dosagem automática da câmara de injeção da máquina. Esta

operação era antes realizada pelo operador de fundição, que retirava o metal líquido

do antigo forno de espera para alimentar a câmara de injeção. Desta forma foi

reduzido muito os perigos que o operado de fundição ficava exposto com a

transferência do metal liquido, evitando assim potenciais queimaduras e outro

aspectos insalubres. Consumo elétrico: 25 Kw/h

Page 66: Exemplo de Trabalho Para Ergonomia - g8 Automacao de Fundicao Sob Pressao Em Aluminio Rev5

66

Figura 34 Forno Westofen Striko 900.Fonte: http://www.strikowestofen.com/Die-Casting.html

5.5 Pulverizador automático acheson DAG 1000

O Dag 1000BL é um duplo eixo, reciprocador servo-controlado com precisão

de posicionamento de ± 0,5 milímetros em operação contínua. O controlador

Acheson oferece programação por imagem, sem linguagem de programação

necessária. Com teach in / programação off-line, o aparelho é capaz de armazenar

100 programas, cada um com 99 etapas , com todos os programas armazenados

em um EEPROM trocável . A concepção rígida e robusta do Dag1000BL inclui uma

unidade de ar condicionado controlado ventilador para uso em temperaturas do ar

ambiente até 104 ° F. Quatro I individualmente programável / S de são padrão.

O colector de pulverização segmentado e expansível, com o bico Deltacast

(TM) , tem quatro circuitos de pulverização / sopro independentes com dois circuitos

adicionais de ar infláveis independentes. Dois lubrificantes ou diferentes razões de

diluição pode ser usado com o sistema.

Esta operação também era realizada pelo operador de fundição com

possíveis riscos de queimaduras devido sua exposição próxima ao molde de injeção.

O principal ganho nesta operação não esta relacionado ao tempo de

aplicação do desmoldante que anteriormente era realizado pelo operador de

fundição, mas sim na homogeneidade com que o pulverizador aplica o desmoldante.

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67

Assim sendo a extração da peça fundida se dá com maior eficiência/facilidade.

Consumo elétrico: 1,5 Kw/h

Figura 35 Pulverizador Automático ou ReciprocadorFonte: Catalogo Pretranza

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5.6 Robô ABB IRB 4600F – 40/ 2.55

Um robô da marca ABB modelo IRB 4600F-40-2.55 foi posicionado na frente

da porta da máquina injetora que trabalha em conjunto com o CLP da injetora para

retirar a peça após ser injetada e ter obedecido ao tempo de espera para

solidificação, tempo este que é programado de acordo com os parâmetros de

processo do próprio fundido.

Este robô esta realizando a função que anteriormente era do operador de

fundição que retirava a peça fundida com o auxilio de alicate com cabo prolongado

para se evitar exposição maior do operador ao calor da peça e do molde. O robô tem

as funções de retirada da peça do molde realizar o resfriamento em tanque de água

e posteriormente posicionar o fundido no interior do estampo rebarbador que faz

parte do processo de rebarbação automática, (prensa hidráulica) que veremos mais

a frente. Consumo elétrico: 2,9 Kw/h.

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Figura 36 Robô ABB instalado na porta frontal da Injetora.Fonte Própria

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70

Figura 37 Robô ABB IRB 4600-40/2.55Fonte http://www.abb.com/product/seitp327/06b05498c73c87a3c1257545003ab670.aspx?

productLanguage=pt&country=BR&tabKey=2

5.7 Prensa hidráulica

Foi instalada uma prensa hidráulica com 35 toneladas próxima à máquina de

injeção de modo a compor parte da célula de injeção. Esta prensa obedeceu os

limites de alcance do braço do Robô afim de facilitar a entrada da peça fundida,

distancia esta que já havia sido determinado em lay-out previamente validado como

veremos mais a frente.

Neste processo (rebarbação mecanizada) realizado através da prensa

hidráulica que ainda conta com seu estampo rebarbador que veremos logo à seguir,

tivemos um grande ganho de mão de obra, pois a operação de acabamento, onde

anteriormente eram retiradas todas as rebarbas da peça manualmente, agora esta

sendo realizada de forma automática.

Com a agregação desta etapa do processo houve uma redução significativa

de mão de obra que anteriormente utilizava um operador de fundição, o qual estava

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71

exposto ao processo insalubre e suscetível a acidentes com as ferramentas

disponíveis para o processo, como: lixadeiras e serras fitas. Consumo elétrico: 18,5

Kw/h

Figura 38 Prensa hidráulica Pretranza. Fonte: Catalogo Pretranza.

5.8 Estampo rebarbador

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72

Estampo rebarbador, também conhecido como Troquel é um dispositivo no

qual é acomodada a peça a ser rebarbada que tem como característica principal o

formato geométrico do fundido que se deseja realizar a retirada das rebarbas

resultantes da linha de fechamento do molde de fundição. Este dispositivo tem a

forma negativa do fundido nas regiões onde serão retiradas as rebarbas.

O estampo rebarbador foi desenvolvido pelo setor de Engenharia de Produto

e construído por empresa contratada do ramo.

Como já foi dito anteriormente, este dispositivo faz parte do processo de

rebarbação e o mesmo é fixado no interior da prensa hidráulica.

Figura 39 Estampo Rebarbador e/ou TroquelFonte: http://ferramentariama.com.br/projetos/troquel.html

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73

5.9 Lay Out da célula automatizada

Após a conclusão das instalações e já com a célula em funcionamento temos o novo

lay out que podemos ver logo abaixo na figura 40.

Figura 40 Lay out da Célula Automatizada Atual Fonte: Adaptado do catalogo Pretranza

Prensa Hidráulica

Robô ABB

Pulverizador Pretranza

Forno Dosador Westofen

Tanque de resfriamento

Caçamba peças acabadas

Caçamba de rebarbas

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74

5.10 Investimentos realizados

Para a implementação das melhorias realizadas foi necessário um

investimento total de R$ 921.580,49 já inclusos os custos de instalações conforme

tabela abaixo.

Investimentos Realizados em Novembro de 2013. €= 3,0328Equipamentos Marca Modelo Valor em Euro (€) Valor em ReaisPrensa Hidráulica Pretranza PREN ../35 ton 41.360,00 125.436,61Pulverizador Pretranza L2/4 1300x1000 34.080,00 103.357,82Forno Dosador Westofen Wstofen 900 120.000,00 363.936,00Robô para extração ABB IRB 4600F/40-2.55 73.447,00 222.750,06Estampo Rebarbador Ferramentaria Própria 75.500,00Instalações 30.600,00Total de Investimentos 921.580,49

Tabela 1 Investimentos Realizados

5.11 Análises e considerações finais

Após todo o investimento realizado e já com a célula funcionando conforme

descrito nos tópicos de instalação dos respectivos equipamentos, foi realizado um

breve estudo comparativo entre os ganhos obtidos e agregados ao custo de um

determinado produto que anteriormente era realizado com processo totalmente

manual, quando eram fabricadas 40 peças/hora e passou a ser fabricada 46

peças/hora, um ganho de 15% de produtividade.

Este ganho de 15% de produtividade se deu por conta da padronização nos

tempos de alimentação do metal líquido da injetora, pulverização automática e

abertura e fechamento da injetora, tempos estes que estavam sob o controle do

operador de fundição.

Tivemos ainda mais um ganho de produtividade que certamente ajudou a

diminuir o custo final do produto, custo este que estava ligado diretamente à

quantidade de horas que a máquina injetora estava efetivamente em produção.

No processo anterior onde tínhamos um operador no pé da máquina injetora,

havia a necessidade de parar o processo por 30 minutos todos os turnos de trabalho

para refeição, onde nesta configuração eram produzidas 300 peças por turno.

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Com o processo na configuração atual totalmente automatizado, tivemos um

acréscimo de 68 peças por turno. Então se levarmos em consideração a

comparação do processo atual com o processo anterior, temos um aumento que

totalizou um ganho de 18,5% de produtividade.

O valor de 18,5% no ganho de produtividade esta bem próximo dos 20%

inicialmente proposto no inicio deste trabalho.

Na tabela logo abaixo podermos ver um comparativo de custos por peça,

onde na coluna da célula automatizada já foi considerado que temos uma

produtividade de 15% maior que no processo anterior. Estes custos independem da

quantidade de horas trabalhas.

Nota: Custo do Kilowatt/hora considerado= R$ 0,32

Custos em Reais por Peça Célula automatizada Processo anteriorCusto Material R$ 1,75 R$ 1,75Custo Mão de Obra Direta R$ 0,30Insumos R$ 0,34 R$ 0,41

Energia Elétrica

Forno Dosador - 25,0 Kw/h R$ 0,17 Forno de Espera - 25 Kw/h R$ 0,20Máquina de injeção - 37 Kw/h R$ 0,26 Máquina de injeção - 37 Kw/h R$ 0,29Prensa Hidráulica - 18,5 Kw/h R$ 0,13

Robô de Extração - 2,9 Kw/h R$ 0,02

Pulverizador - 1,5 Kw/h R$ 0,01 Total R$ 2,68 R$ 2,95

Tabela 2 Custos em reais por peça

Na tabela acima foi possível notar que o preço final do fundido analisado teve

um ganho de 9,1%, aja visto que com a célula na configuração atual não temos mais

o custo de mão de obra, pois não há mais a necessidade de operadores de fundição

no pé da máquina injetora e na antiga área de acabamento. O valor do custo total

apresentado ainda não esta contemplando os custos com deslocamento do produto

que havia no processo anterior, pois após as peças serem fundidas eram levadas

para outra área onde era executado o processo de rebarbação. Este custo não será

levado em conta neste estudo, pois não dispomos de histórico para realizar tal

comparativo.

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Ainda podemos salientar que para o produto da analise em questão houve a

eliminação de estoque intermediário, o que propicia a otimização das áreas antes

utilizadas para este fim. O produto na configuração atual segue diretamente para

área de Expedição, quando então poderá ser enviado ao cliente.

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6. CONCLUSÃO

Com a conclusão de todos os tópicos inicialmente propostos no inicio este

trabalho, foi possível evidenciar que com os estudos aqui aplicados os resultados

mostraram-se muito favorável no transformação realizada. A célula totalmente

automatizada constituiu-se numa boa opção na busca da estabilidade de processo.

Podemos aqui citar algumas das melhorias alcançadas com a conclusão dos

trabalhos realizados.

A maior de todas as melhorias foi sem dúvidas a padronização do processo, o

que resulta em um produto com repetitividade de sua geometria, diminuindo assim

problemas de ordem dimensional e até mesmo no material.

Desta forma houve um ganho no controle dos parâmetros de processo.

Houve redução no tempo de ciclo da célula e do processo produtivo, aja visto

que tivemos um ganho de 18,5% de produtividade.

O fluxo das operações agora realizadas no processo atual tornou sua

sequencia mais linear o que objetivou a eliminação de estoque intermediários.

O ambiente fabril se tornou mais limpo, melhorou os aspectos de saúde e

segurança o que propiciou maior satisfação com todos os colaboradores.

Em se falando de competitividade, houve uma diminuição de 9,1% do custo do

produto analisado, o que favoreceu a lucratividade e tornou a empresa mais solida e

competitiva.

A visão do cliente acabou mudando, pois sua percepção e confiança melhorou

aja visto que hoje temos um processo menos suscetível a variações e com um

produto mais confiável, evitando assim possível incidentes de qualidade e por

consequência retrabalhos indesejados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DEVILLE, Henry Saint-Caire, A História do Alumínio no Brasil, p 16.

HEROULT ,Paul Louis Toussaint, A História do Alumínio no Brasil, p 16.

HALL, Charles Martin, A História do Alumínio no Brasil, p 16.

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BALDAM, Roquemar de Lima Baldam; VIEIRA, Estéfano Aparecido Vieira. Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas, editora Érica, 2ª Edição revisada – 2014, pag. 21 à 40, 371 e 372.

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BLANCO, Mirian Blanco, ABAL Associação Brasileira do Alumínio. Aluauto Alumínio em automotivos.Disponível em < http://www.abal.org.br/aluauto/ed21/PDFs/linha-montagem.pdf > Acesso em 23/10/13.

Forno Westofen Striko 900. Fonte: http://www.strikowestofen.com/Die-Casting.html. > Acesso em 25/02/2014.

Pulverizador Acheson. Fonte:http://news.thomasnet.com/companystory/Acheson-Introduces-Dag-1000-BL-Reciprocator-for-Die-Casting-Machines-509446. > Acesso em 25/02/2014.

Robô ABB IRB 4600-40/2.55 Fonte: http://www.abb.com/product/seitp327/06b05498c73c87a3c1257545003ab670.aspx?productLanguage=pt&country=BR&tabKey=2 > Acesso em 26/04/2014.

http://www05.abb.com/global/scot/scot241.nsf/veritydisplay/

cad39c28b12dab04c1257a85004233d4/$file/ROB0109EN_G_HR.pdf. > Acesso em

26/04/2014.

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ftp://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM233/Precis%E3o/FUNDI%C7%C2O%20EM

%20CASCA.pdf > Acesso em 10/05/2014.

http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/verran/materiais/

Aula_11_Processos_de_Moldagem_e_Macharia_em_Areias_Ligadas_Quimicament

e.pdf. > Acesso em 10/05/2014.

Links relevantes para a fundição

Associações de fundição

Associação Brasileira de Fundição (ABIFA) http://www.abifa.com.br

Association Technique de Fonderie http://www.atf.asso.fr

North American Die Casting Association (NADCA) http://www.diecasting.org

South African Institute of Foundrymen http://www.icon.co.za/—saiVprofile.htm

American Foundrymen's Society (AFS) http://www.afsinc.org

Norwegian Foundry Association http://www.tbi.no

Centre Technique des Industries de la Fonderie http://www.ctif.com

Italian Non Ferrous Foundry Association http://www.arnafond.com

Hommes et Fonderie http://www.attasso.fr

American Metalcasting (AMC) http://amc.aticorp.org

Spanish Foundry Association http://www.feaf.es

Belgian Foundry Association http://www.fabrimetal.be

Institute of British Foundrymen http://www.ibf.org.uk

Les Fondeurs de France http://http://www.fondeursdefrance.org

Canadian Foundry Association http://www.foundryassociation.ca

Swedish Foundry Association http://www.gjuteriforeningen.se

Danish Foundry Association http://www.di.dk

Association - Zinc Fonderie http://www.zinc-fonderie.asso.fr

Camara Industriales Fundidores (CIFRA) http://www.fundidores.org.ar

China Foundry Association http://www.foundry-china.com/cfa

Swiss Foundry Association http://www.jgp.ch/gvs

German Foundry Association http://www.dgv.de

Steel Founders Society of America http://www.sfsa.org

Sociedad Mexicana de Fundidores (SMF) http://www.smf.com.mx

European Foundry Association (CAEF) http://www.caef-eurofoundry.org

Ductile Iron Society http://www.ductile.org

Dutch Metais Association http://www.mkbnetni/sector/industrie/metaalunie

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Entidades relacionadas

Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM). http://www.abmbrasil.com.br

Institution of Mining and Metallurgy http://www.imm.org.uk

Asociación de Industriales Metalúrgicos de Galicia (Asime) http://www.asime.es

European Committee for the Valve Industry (CEIR) http://vnvw.ceir-online.org

Institute of Materiais http://www.instmat.co.uk

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) http://www.abnt.org.br

Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) http://www.abal.org.br

Gerrnan Valve Industry Association http://www.armaturen.vdma.org

Italian Institute for Foreign Trade http://www.ice.it

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA)

http://www.anfavea.com.br

Associação Brasileira de Fundição (ABIFA) http://www.abifa.org.br

Italian Vale Industry Association http://www.anima-it.com

International Metalworkers Federation http://www.imfinetal.org

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)

http://www.fiesp.org.br

Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ)

http://www.abirnaq.org.br

Bristish Pump Manufacturers http://www.bpma.org.uk

Associazione Nazionale fra Industrie Automobilische (ANFIA)

http://www.anfia.it

Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) http://www.ibs.org.br

ABIQUIM- Associação Brasileira da Indústria Química http://www.abiquim.org.br

British Valve and Actuator Manufacturers http://www.bvama.org.uk

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) http://www.ciesp.org.br

MIRA - Motor Industry Research Association http://www.mira.co.uk

Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS)

http://www.sindipecas.org.br

Revistas técnicas

Modem Casting http ://www.mo demcasting.com

Foundry Management & Technology http://www.foundrymag.com

Fundidores http://www.metaispain.com

Metal Casting and Surface Finishing www.metals.rala.com.au

Serviços de informação

Centro de Informação Metal Mecânica http://www.cimm.com.br

Foundry International/Castings Buyer/Foundry Trade Journal

http://ww-w.dmg.co.ukkastings

Mat-Web http://www.matls.com

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Foundry Planet http://www.foundry-planet.corn

The Copper Page http://www.copper.org

Foundry Gate http://www.foundrygate.com.br

Foundry Online http://www.implog.com/foundry

Marinha do Brasil - Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo

http://www.mar.mil.br

Metalworking Insider http://www.mmsonline.com

Metalcastings Online http://www.dmg.co.ukkastings/index.htm

Universidades e institutos

University of Birmingham Casting http://web.bham.ac.uk/h.s.h.lo

Faculdade de Tecnologia São Carlos (FATESC) http://www.fatesc.com.br

Institut für Giessereikunde - Germany Foundry Customer Institute

http://www.unileoben.ac.at

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT)

http://www.ipt.br

Cast Metais Institute http://ww-w.castmetals.com

Sociedade Educacional de Santa Catarina (SOCIESC) http://www.sociesc.com.br

Fonderie Fondeur http://www.ctif.com

Universidade de São Paulo (USP) http://www.usp.br

Engenharia de Fundição (SOCIESC) http://www.sociesc.org.br

Castings Development Centre (CDC) http://www.castingsdev.com

Instituto Mauá de Tecnologia - Centro Universitário http://www.maua.br

Fonte: Adaptado do livro Fundição – Processos e Tecnologias Correlatas

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GLOSSÁRIO

Bolsa: Bolsa de ar, parte externa da peça alocada em região especificas no molde

para absorção de ar e outras impurezas que provem do processo de injeção sob

pressão, evitando assim o aparecimento de defeitos na peça.

Canais: Canais de alimentação são os canais ou dutos por onde o metal líquido

passa para chegar ao molde.

Massalote: É uma reserva de metal para compensar a contração do material líquido

que vai se resfriando. Para compensar a contração da peça sólida, o molde é

construído com sobremetal.

Shell Molding: Traduzindo para o português, significa Moldagem em casca,

é um processo usado para Fundir com excelente precisão e baixo custo, inventado

em 1941 por Johannes Croning.

A Moldagem em Shell, é um processo similar ao processo de Moldagem em Areia

exceto pela mistura de resina (de 1 a 6%) na areia o que garante a união dos grãos.

Cold Box: Traduzindo para o português, significa Caixa Fria, consiste da mistura de

Areia + Sistema Fenólico-Uretânico (resina fenólica +isocianato)

Compactação (molde ou macho)

Introdução do Catalisador (Amina Terciária ) na forma de suspensão em um gás

(CO2- N2ou ar).

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APÊNDICE

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