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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
EXERCÍCIOS FUNCIONAIS PARA EQUINOS DE PATRULHAMENTO
STÉPHANIE DE SOUZA VITÓRIO ALVES
Mestrado 2019
PROZOOTEC – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
STEPHANIE DE SOUZA VITÓRIO ALVES
EXERCÍCIOS FUNCIONAIS PARA EQUINOS DE PATRULHAMENTO
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Sergipe como parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Zootecnia.
Orientadora: Prof.ª Drª. Paula Gomes Rodrigues
Co-Orientadora: Prof.ª Drª. Kátia de Oliveira
SÃO CRISTÓVÃO – SE
2019
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
A474e
Alves, Stephanie de Souza Vitório Exercícios funcionais para eqüinos de patrulhamento /
Stephanie de Souza Vitório Alves ; orientadora Paula Gomes Rodrigues. – São Cristóvão, SE, 2019.
33 f. : il.
Dissertação (mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Sergipe, 2019.
1. Zootecnia. 2. Cavalos – Exercícios. 3. Alongamento
(Fisiologia). 4. Músculos - Hipertrofia. I. Rodrigues, Paula Gomes, orient. II. Título.
CDU 636.1.043.2
“Não importa o que aconteça, continue a nadar.”
(WALTERS, GRAHAM; PROCURANDO NEMO, 2003)
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço à Deus por ter me dado forças e equilíbrio para conseguir chegar
até aqui e alcançar a realização de mais um sonho.
Aos meus pais, por sempre estarem ao meu lado e me apoiarem em todas as minhas decisões.
Agradeço a eles todo o amor, carinho, compreensão e princípios, que me deram em todos os
momentos da minha vida, sem eles eu nada seria.
À minha orientadora, a Prof.ª Dr.ª Paula Gomes Rodrigues, que Deus colocou na minha vida
para que eu pudesse alcançar o meu objetivo de ser Mestre. Muito obrigada professora por ter me
acolhido e me ajudado, sendo sempre tão presente, paciente e compreensiva.
À minha coorientadora, a Prof.ª Dr.ª Kátia Oliveira por sua disponibilidade e ajuda essencial
para a realização do trabalho.
Ao Esquadrão da Polícia Montada do Estado de Sergipe por disponibilizar os animais e o
espaço para a realização desse trabalho, e em principal ao Cabo Clístenes por todo ajuda, apoio e
paciência.
Aos integrantes do Núcleo de Estudos em Equideocultura da UFS e demais discentes dos
departamentos de Zootecnia e Medicina Veterinária que participaram do experimento.
Ao Programa de Pós-Graduação de Zootecnia (PROZOOTEC/UFS) por todo apoio e a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa a mim
concedida.
Ao meu namorado Heitor Rocha por toda a ajuda, incentivo e companheirismo em todos os
momentos. À minhas amigas, Helena Mariana, Natalí Oliveira e Lordâmares Soalheiro por todo
incentivo e paciência comigo.
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................... i
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................... ii
LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................................... iii
RESUMO GERAL .............................................................................................................................. iv
ABSTRACT ......................................................................................................................................... v
INTRODUÇÃO GERAL ..................................................................................................................... 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 8
CAPÍTULO 1: EXERCÍCIOS FUNCIONAIS PARA EQUINOS DE PATRULHAMENTO ......... 10
RESUMO ........................................................................................................................................... 11
ABSTRACT ....................................................................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 13
2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................................... 15
3. RESULTADOS ............................................................................................................................. 19
4. DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 21
5. CONCLUSÕES ............................................................................................................................. 24
AGRADECIMENTOS....................................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 25
i
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Espessura (cm) do Longissimus Dorsi e área transversal total (cm2) do Musculus
Multifidus nos lados direito e esquerdo do corpo de equinos de trabalho submetidos a treinamento
funcional durante 90 dias. .................................................................................................................. 19
Tabela 2 – Comprimento (cm) da passada, ao passo e ao trote, de equinos de trabalho submetidos a
exercícios funcionais ao longo de 90 dias de avaliação. .................................................................... 20
Tabela 3 – Comportamento de equinos de trabalho submetidos a exercícios funcionais ao longo de
90 dias de avaliação. ......................................................................................................................... 20
ii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Imagens ultrassonográficas dos músculos do lado esquerdo (E) do corpo dos animais. (A)
- linha amarela representando a espessura do músculo Longissimus Dorsi; (B) – linha amarela
representando área transversal total do Musculus Multifidus. ........................................................... 17
Figura 2 – Determinação do comprimento de passada por meio do programa Kinovea®, a linha verde
representa a calibração do programa e a linha vermelha representa a distância percorrida pelo membro
posterior esquerdo. (A) – Primeiro contato ao solo do membro posterior esquerdo; (B) – Segundo
contato ao solo do membro posterior esquerdo. ................................................................................ 17
iii
LISTA DE ABREVIATURAS
cm – centímetro
cm² – centímetro quadrado
CPP – comprimento da passada ao passo
CPT – comprimento da passada ao trote
EPMon – Esquadrão da Polícia Montada
Kg – Quilogramas
L5 – 5ª Vértebra lombar
LD – Longissimus dorsi
MM – Musculus Multifidus
T17-18 – 17ª e 18ª vértebras torácicas
UFS – Universidade Federal de Sergipe
US – Ultrassonografia
iv
RESUMO GERAL
ALVES, Stéphanie de Souza Vitório. Exercícios funcionais para equinos de patrulhamento. Sergipe: UFS, 2019. 33p. (Dissertação – Mestrado em Zootecnia).
A adoção de um programa de treinamento funcional para equinos atletas e de trabalho gera inúmeros benefícios à saúde dos animais, aumentando sua flexibilidade, promovendo hipertrofia muscular, reduzindo a ocorrência de lesões e melhorando seu desempenho atlético como um todo. Objetivou-se avaliar o efeito de exercícios funcionais na biometria da musculatura epaxial, cinemática e comportamento de equinos submetidos a um programa de treinamento funcional. O experimento foi realizado no Esquadrão da Polícia Montada (Aracaju-SE) entre os meses de janeiro e abril de 2018. Foram utilizados oito equinos sem raça definida, com 14,0 ± 3,5 anos de idade e peso médio de 418 ± 50 kg submetidos ao trabalho patrulhamento. Todos os animais foram submetidos a exercícios de alongamento passivo (protração dos membros anteriores e posteriores, cruzamento dos membros anteriores), mobilização dinâmica (extensão cervical, flexão cervical longitudinal e lateral) e fortalecimento muscular (levantamento de externo e spinning) três vezes por semana, durante 90 dias. Os dados foram coletados nos dias 0, 30, 60 e 90 após início da realização dos exercícios. A espessura do músculo Longissimus dorsi (LD) e a área total transversal do Musculus multifidus (MM) foram determinadas por meio de ultrassonografia, do lado esquerdo e direito do corpo dos animais. Para a análise cinemática foram realizadas filmagens dos animais para determinação do comprimento da passada ao passo (CPP) e ao trote (CPT). A avaliação comportamental consistiu na aplicação de questionários aos militares para se determinar a frequência com que os comportamentos alerta, assustado, distraído, sonolento e teimoso eram observados nos animais considerando-se uma escala de 1 (nunca) a 5 (constantemente). Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado com medidas repetidas ao longo do tempo. Os dados foram analisados por meio de análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey. A espessura do LD apresentou maior tamanho (P<0,05) aos 90 dias após início dos exercícios funcionais, tanto do lado esquerdo quanto direito do corpo dos animais. A área transversal total do MM, em ambos os lados do corpo, apresentou aumento (P<0,05) aos 30, 60 e 90 dias de avaliação. O CPP e CPT aumentaram (P<0,05) ao longo do período experimental, atingindo valores máximos a partir de 90 e 60 dias respectivamente. Os comportamentos avaliados não diferiram ao longo dos dias de avaliação (P>0,05). Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que a adoção de um programa de treinamento funcional para equinos é capaz de promover uma rápida hipertrofia dos músculos Longissimus dorsi e Musculus multifidus e aumentar o comprimento da passada ao passo e trote. Palavras-chave: alongamento, biomecânica, etologia, hipertrofia muscular, mobilização dinâmica.
v
ABSTRACT
ALVES, Stéphanie de Souza Vitório. Functional exercises for patrolling horses. Sergipe: UFS, 2019. 33p. (Dissertation - Master in Zootecnia). The adoption of a functional training program for athletic and working horses generates innumerable animal health benefits, increasing their flexibility, promoting muscle hypertrophy, reducing the occurrence of injuries and improving their athletic performance as a whole. The objective was to evaluate the effect of functional exercises on the biometry of the epaxial musculature, on the kinematics and behavior of horses submitted to a functional training program.The experiment was carried out in the Mounted Police Squad (Aracaju-SE) from January to April, 2018. Eight mixed-breed equines with 418 ± 50 kg body weight and 14.0 ± 3.5 years of age submitted to patrolling work were used. All animals were submitted to passive stretching exercises (prostration of the anterior and posterior limbs, crossing of the anterior limbs), dynamic mobilization (cervical extension, longitudinal and lateral cervical flexion) and muscular strengthening (external lifting and spinning) 3 times a week, for 90 days. The data were collected on days 0, 30, 60 and 90 after beginning the exercises. The thickness of the Longissimus dorsi muscle (LD) and the total cross-sectional area of Musculus multifidus (MM) were determined by ultrasonography on both left and right sides of the animals. For the kinematic analysis, the animals were filmed to determine the stride length at walk (SLW) and trot (SLT). Behavioral assessment consisted in applying questionnaires to the military to determine how often alert, frightened, distracted, sleepy, and stubborn behaviors were observed in animals considering a scale of 1 (never) to 5 (consistently). A completely randomized design was adopted with measures repeated over time. The data were analyzed through analysis of variance and the means compared by the Tukey test. An increased (P<0.05) was observed in the LD thickness, on both sides, at 90 days after the beginning of the functional exercises. The total cross-sectional area of the MM, on left and right sides, showed a increase (P<0.05) at 30, 60 and 90 days of evaluation. The SLW and SLT increased (P<0.05) throughout the experimental period, reaching maximum values at 90 and 60 days, respectively. The behaviors evaluated did not differ during the evaluation days (P> 0.05). Based on the results obtained, it can be concluded that the adoption of a functional training program for working horses is capable of promoting a rapid hypertrophy of Longissimus dorsi and Musculus multifidus muscles and observed an increase on stride length at walk and trot. Keywords: biomechanics, dynamic mobilization, etology, muscular hypertrophy, stretching.
6
INTRODUÇÃO GERAL
A utilização de equinos tanto para o esporte como para o trabalho vem se tornando cada vez
mais popular nos últimos anos. Com isso, a intensidade e a frequência de treinamento e trabalho
destes animais vêm crescendo significativamente e, como consequência, a ocorrência de desordens
musculoesqueléticas aumentou (MARANHÃO et al., 2006; ALEMAN, 2008; SALES et al., 2013).
Movimentos repetitivos ou incorretos, uso de equipamentos inadequados, fadiga, problemas de
conformação, treinamentos constantes sem dias de descanso e traumatismos são fatores relacionados
ao surgimento de lesões induzidas pelo exercício (MARANHÃO et al., 2006).
Dentre os diversos tipos de desordens musculoesqueléticas, aquelas localizadas na região
toracolombar são consideradas como as principais causas de perda de desempenho atlético em
equinos, além de serem também um dos principais fatores causadores de claudicação nestes animais
(BORGIA, 2017; MAYAKI et al., 2019). As lombalgias correspondem a 4,35% da casuística de
enfermidades locomotoras em equinos, refletindo um número relativamente alto quando se considera
que as claudicações representam a principal causa de inatividade em animais atletas (ALVES et al.,
2007).
Equinos com dores decorrentes de distúrbios na região toracolombar apresentam diminuição
da flexibilidade da coluna, redução do passo e diminuição da impulsão (WENNERSTRAND et al.,
2004), além de alterações comportamentais (MAYAKI et al., 2019). As dores musculares podem ser
consideradas como importantes causadoras de estresse em animais sendo capazes de alterar seu
comportamento normal. No caso de equinos pode-se observar maior teimosia e agressividade quando
o animal tentar se defender de algo ou de alguma situação que intensifica a sensação de desconforto
(FUREIX et al., 2010).
Entretanto, o sinal mais evidente do estabelecimento de desordens musculares não está
relacionado apenas à dor na região afetada, mas também ao baixo desempenho atlético que o animal
passa a apresentar, uma consequência do grande desconforto físico gerado pelo surgimento de tensão
muscular e restrições de movimento decorrentes das lesões musculoesqueléticas (BORGIA, 2017).
Uma técnica rápida e segura que vem sendo amplamente utilizada para constatação precoce
de desordens musculoesqueléticas em equinos, é a ultrassonografia (KERSTEN et al., 2004). Com o
equipamento de ultrassom se torna possível a realização de mensurações biométricas de diversos
grupos musculares, auxiliando na avaliação funcional do animal com base na presença ou ausência
de atrofia, hipertrofia ou assimetria muscular, além de permitir o acompanhamento ao longo do tempo
da evolução de um músculo submetido a protocolos terapêuticos ou a treinamentos físicos específicos
(STUBBS et al., 2010).
7
Outro método utilizado no diagnóstico de desordens musculoesqueléticas em equinos é a
avaliação da qualidade do andamento do animal por meio da análise cinemática (CHRISTOVÃO et
al., 2007). Uma vez que, as características de potência, força, amplitude e impulsão do animal são
diretamente influenciadas por problemas musculares, articulares, pontos de tensão e restrição
musculoesquelética, dores agudas ou crônicas (OLIVEIRA, 2017).
Para que equinos atletas e de trabalho apresentem bom desempenho físico e possuam uma
qualidade de vida satisfatória é essencial que estes animais tenham sua saúde e integridade física
preservadas, sendo assim, ainda mais importante que o tratamento é a adoção de práticas que atuem
na prevenção, dessa forma, evita-se o estabelecimento das desordens musculoesqueléticas.
Atualmente, cada vez mais se busca técnicas menos invasivas e eficazes para reduzir a
incidência de desordens musculoesqueléticas. Dentre essas técnicas, os exercícios funcionais vêm
sendo estudados nos últimos anos, e seus benefícios na redução de lesões musculoesqueléticas, bem
como a melhora do desempenho físico de equinos, vem sendo comprovados (STUBBS et al., 2011;
OLIVEIRA et al., 2015; CLAYTON, 2016; TABOR et al., 2018).
Exercícios funcionais são movimentos que utilizam o próprio peso do animal para desenvolver
a estabilidade do core (centro da força corporal), fortalecendo os mais diversos grupos musculares
promovendo uma melhora no equilíbrio e na flexibilidade, reduzindo o surgimento de lesões e
contribuindo para um melhor desempenho animal (OLIVEIRA, 2018). No grupo desses exercícios
funcionais, incluem-se exercícios de alongamento passivo, mobilização dinâmica, fortalecimento
muscular.
O alongamento passivo promove o alongamento das fibras musculares melhorando a
flexibilidade do animal (OLIVEIRA, 2019); a mobilização dinâmica se trata de uma série de
exercícios que exigem a ativação de diversos grupos musculares simultaneamente, promovendo
desenvolvimento e hipertrofia muscular (CLAYTON, 2016). Já os exercícios de fortalecimento
muscular promovem uma ativação neuro-muscular reflexiva resultante de estímulos manuais que
promovem o fortalecimento de grupos musculares específicos (OLIVEIRA, 2018).
Diversas pesquisas mostram que são inúmeros os benefícios proporcionados pela prática de
exercícios funcionais em equinos, entre os quais se destacam hipertrofia muscular (D’ ANGELIS et
al., 2007; STUBBS et al. 2011; OLIVEIRA et al., 2015; TABOR, 2015), melhora na qualidade do
andamento (CLAYTON et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2015), reabilitação em casos de desordens
musculoesqueléticas (STUBBS et al., 2011; CLAYTON, 2016).
Diante do exposto, objetivou-se avaliar o efeito da adoção de um programa de treinamento
funcional no desenvolvimento da musculatura epaxial, biomecânica e comportamento de equinos de
trabalho.
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEMAN, M. A review of equine muscle disorders. Neuromuscular disorders, v. 18, n. 4, p. 277- 287, 2008. ALVES, A.L.G.; FONSECA, B.P.A.; THOMASSIAN, A.; NICOLETTI, J.L.M.; HUSSNI, C.A; SILVEIRA, A.B. Lombalgia em equinos. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 44, n. 3, p.191-199, 2007. BORGIA, L. R. Lombalgia em equinos atletas e as técnicas fisioterápicas para a reabilitação. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Anhanguera Educacional Leme, Leme, 2017. CHRISTOVÃO, F. G.; BARROS, R. M. L.; FREITAS, E. V. V.; NETO, J. C. L.; QUEIROZ-NETO, A. Análise cinemática tridimensional do movimento de eqüinos em esteira rolante. Arquivo Brasileiro De Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 59, n. 4, p. 862-868, 2007 CLAYTON, H.M.; LAVAGNINO, M; KAISER, L. J; STUBBS, N.C. Swing phase kinematic and kinetic response to weighting the hind pasterns. Equine Vet J, v. 43, p. 210-215, 2011. CLAYTON, H. M. HORSE SPECIES SYMPOSIUM: Biomechanics of the exercising horse. Journal of Animal Science, v. 94, n. 10, p. 4076-86, 2016. D'ANGELIS, F. H.; MOTA, M. D. S.; FREITAS, E. V. V.; FERRAZ, G. C.; ABRAHÃO, A. R.; LACERDA-NETO, J. C.; QUEIROZ-NETO, A. Aerobic training, but not creatine, modifies longissimus dorsi muscle composition. Journal of Equine Veterinary Science, v. 27, n. 3, p. 118-122, 2007. FUREIX, C.; MENGUY, H.; HAUSBERGER, M. Partners with bad temper: reject or cure? A study of chronic pain and aggression in horses. Plos One, v. 5, n. 8, p. 124-134, 2010. KERSTEN, A. A. M.; EDINGER, J. Ultrasonographic examination of the equine sacroiliac region. Equine Veterinary Journal, v. 36, n. 7, p. 602-608, 2004. MAYAKI, A. M.; INTAN-SHAMEHA, A. R.; NORANIZA, M. A; MAZLINA, M.; ADAMU, L.; ABDULLAH, R. Clinical investigation of back disorders in horses: A retrospective study (2002-2017). Veterinary World, v. 12, p. 377-381, 2019. MARANHÃO, R. P. A.; PALHARES, M. S.; MELO, U. P.; REZENDE, H. H. C.; BRAGA, C. E.; SILVA FILHO, J. M.; VASCONCELOS, M. N. F. Afecções mais frequentes do aparelho locomotor dos equídeos de tração no município de Belo Horizonte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 58, n. 1, p. 21 – 27, 2006. OLIVEIRA, K.; SOUTELLO, R. V.; DA FONSECA, R.; COSTA, C.; PAULO, R. D. L.; FACHIOLLI, D. F.; CLAYTON, H. M. Gymnastic training and dynamic mobilization exercises Improve stride quality and increase epaxial muscle size in therapy horses. Journal of Equine Veterinary Science, v. 35, n. 11-12, p. 888-893, 2015. OLIVEIRA, K. Restrição de Movimento: Horsemove método. 1. ed. E-book.75 p. 2017. OLIVEIRA, K. Pilates para cavalos: Horsemove método. 1. ed. E-book. 35 p. 2018.
9
OLIVEIRA, K. Alongamento preventivo – tendão & ligamento: Horsemove método. 1. ed. E-book. 25 p. 2019. SALES, J. V. F.; DUMONT, C. B. S.; LEITE, C. R.; MORAES, J. M.; GODOY, R. F.; LIMA, E. M. M. Expressão do Mg+2, CK, AST e LDH em equinos finalistas de provas de enduro. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 33, n. 1, p. 105-110, 2013. STUBBS, N. C.; RIGGS, C. M.; HODGES, P. W.; JEFFCOTT, L. B.; HODGSON, D. R.; CLAYTON, H. M.; MCGOWAN, C. M. Osseous spinal pathology and epaxial muscle ultrasonography in thoroughbred racehorses. Equine Veterinary Journal Suppl, v. 38, p. 654-661, 2010. STUBBS, N. C.; KAISER, L. J.; HAUPTMAN, J.; CLAYTON, H. M. Dynamic mobilization exercises increase cross sectional area of musculus multifidus. Equine veterinary journal, v. 43, n. 5, p. 522-529, 2011. TABOR, G.; WILLIAMS, J. Equine Rehabilitation: A Review of Trunk and Hind Limb Muscle Activity and Exercise Selection. Journal of Equine Veterinary Science, v. 60, p. 97-103, 2018. TABOR, G. The effect of dynamic mobilisation exercises on the equine multifidus muscle and thoracic profile. Tese de doutorado, Universidade de Plymouth, Plymouth/UK, 2015. WENNERSTRAND, J.; JOHNSTON, C.; HOLM, K. R.; ERICHSEN, C.; EKSELL, P.; DREVEMO, S. Kinematic evaluation of the back in the sport horse with back pain. Equine Veterinary Journal, v. 36, p. 707-711, 2004.
10
CAPÍTULO 1: EXERCÍCIOS FUNCIONAIS PARA EQUINOS DE PATRULHAMENTO1
1 Parcialmente redigido sob as normas do periódico Journal of Equine Veterinary Science.
11
RESUMO
Objetivou-se avaliar o efeito de exercícios funcionais na biometria da musculatura epaxial, cinemática e comportamento de equinos submetidos a um programa de treinamento funcional. Oito equinos de patrulhamento foram submetidos a exercícios de alongamento passivo, mobilização dinâmica e fortalecimento muscular três vezes por semana. A espessura do músculo Longissimus dorsi (LD) e a área total transversal do Musculus multifidus (MM) foram determinadas por meio de ultrassonografia. Para a análise cinemática avaliou-se o comprimento da passada ao passo (CPP) e ao trote (CPT). A avaliação comportamental consistiu na aplicação de questionários aos militares para se determinar a frequência com que os comportamentos alerta, assustado, distraído, sonolento e teimoso eram observados nos animais considerando-se uma escala de 1 (nunca) a 5 (constantemente). A espessura do LD apresentou maior tamanho (P< .05) aos 90 dias após início dos exercícios funcionais, do lado esquerdo e direito do corpo dos animais. A área transversal total do MM, em ambos os lados do corpo, apresentou aumento significativo (P< .05) aos 30, 60 e 90 dias de avaliação. O CPP e CPT aumentaram (P< .05) ao longo do período experimental, atingindo valores máximos a partir de 90 e 60 dias, respectivamente. Os comportamentos avaliados não diferiram ao longo dos dias (P> .05). Conclui-se que, a prática de exercícios funcionais é capaz de promover hipertrofia dos músculos Longissimus dorsi e Musculus multifidus e aumentar o comprimento da passada ao passo e trote.
Palavras-chave: alongamento, biomecânica, etologia, hipertrofia muscular, mobilização dinâmica.
12
ABSTRACT
The objective was to evaluate the effect of functional exercises on the biometry of the epaxial musculature, kinematics and behavior of horses submitted to a functional training program. Eight patrol horses were submitted to passive stretching exercises, dynamic mobilization and muscular strengthening three times a week. The thickness of the muscle Longissimus dorsi (LD) and the total transverse area of Musculus multifidus (MM) were determined by ultrasonography. For the kinematic analysis the stride length at walk (LW) and trot (LT) were evaluated. Behavioral assessment consisted in applying questionnaires to the military to determine how often alert, frightened, distracted, sleepy and stubborn behaviors were observed in animals considering a scale of 1 (never) to 5 (consistently). The LD thickness presented a larger size (P < .05) at 90 days after the beginning of the functional exercises, on the left and right sides of the animals body. The total cross-sectional area of the MM, on both sides, showed a significant increase (P < .05) at 30, 60 and 90 days of evaluation. LW and LT increased (P < .05) throughout the experimental period, reaching maximum values from 90 and 60 days, respectively. The behaviors evaluated did not differ over the days (P> .05). It is concluded that the practice of functional exercises is able to promote hypertrophy of the Longissimus dorsi and Musculus multifidus muscles and increase on stride length at walk and trot. Keywords: biomechanics, dynamic mobilization, etology, muscular hypertrophy, stretching.
13
1. INTRODUÇÃO
Desde o processo de domesticação, os equinos vêm sendo cada vez mais requeridos na
realização de variados tipos de esportes e trabalho [1]. Com isso, a frequência e a intensidade das
atividades destes animais vêm crescendo significativamente os predispondo ao surgimento de
desordens musculoesqueléticas [1, 2, 3].
Durante a realização de atividades físicas de alta intensidade, as forças mecânicas geradas
pelos exercícios atuam sobre o sistema músculo esquelético dos animais levando ao desenvolvimento
de desordens [1]. Dentre os diversos tipos de desordens musculoesqueléticas, aquelas localizadas na
região toracolombar possuem maior destaque, pois são consideradas as principais causadoras de perda
de desempenho atlético em equinos, além de serem também uma das principais causas de claudicação
nestes animais [4]. Equinos com dor decorrente de distúrbios nesta região apresentam diminuição da
flexibilidade da coluna, redução do passo, diminuição da impulsão, baixo desempenho [5] e
alterações comportamentais [4].
No dorso, encontram-se dois importantes músculos epaxiais envolvidos na locomoção e
desempenho físico dos equinos: o Longissimus dorsi (LD) e o Musculus multifidus (MM) [6, 7, 8]. O
LD é um musculo mobilizador superficial que se localiza acima dos processos transversos das
vértebras dorsais e lombares mobilizando as articulações intervertebrais [9, 10, 11]. Este músculo
possui funções importantes no corpo dos equinos, tais como: estabilização e projeção da coluna
vertebral, sustentação e movimentação da cabeça e do pescoço, além de ser responsável por sustentar
o peso do cavaleiro/amazona durante o trabalho e transmitir a energia gerada pelos membros
posteriores aos anteriores do animal [10, 12, 13, 14].
Em equinos com distúrbios musculares na região dorsal, o LD tende a entrar em espasmo
podendo promover o encurtamento do comprimento do passo dos animais, prejudicando o movimento
de flexão da região tóraco-lombar [8, 15].
O Musculus multifidus representa a camada mais profunda do sistema medial do músculo LD
[12]. Por ser considerado um musculo do tipo estabilizador, o MM desempenha um importante papel
na estabilização das articulações intervertebrais, evitando micromovimentos entre as superfícies
articulares durante a locomoção do animal [7, 10]. A falta de atividade ou atrofia desse músculo em
equinos resulta em uma instabilidade vertebral que promove o surgimento de patologias nas vertebras,
como a osteoartrite [16, 17], afetando o desempenho físico do animal. A atrofia do MM é persistente
e sua reversão só ocorre com a prática regular de exercícios funcionais que visem a ativação deste
músculo [7].
A prática de exercícios funcionais em equinos vem sendo bastante estudada nos últimos anos
por ser uma técnica simples e não invasiva que pode ser utilizada para prevenir e reabilitar equinos
14
em casos de lesões musculo esqueléticas [7, 11], e também promover hipertrofia muscular [7, 18, 19,
8] e melhora na qualidade do andamento [20, 8].
Estes exercícios consistem de movimentos que utilizam o próprio peso do animal para
desenvolver a estabilidade do core (centro da força corporal), fortalecendo os mais diversos grupos
musculares, promovendo uma melhora no equilíbrio e na flexibilidade, reduzindo o surgimento de
lesões e contribuindo para um melhor desempenho atlético do animal [21].
Exercícios de alongamento passivo, mobilização dinâmica e fortalecimento muscular
constituem os principais tipos de exercícios funcionais realizados em equinos. O alongamento
passivo é um exercício que objetiva promover o alongamento das fibras musculares proporcionando
uma maior flexibilidade ao animal e uma redução no risco do surgimento de lesões devido à
diminuição da tensão sobre as articulações, tendões, músculos e ligamentos [22]. Enquanto os
exercícios de mobilização dinâmica envolvem movimentos controlados de flexão longitudinal e
lateral do pescoço e do dorso enquanto estabiliza-se o dorso e membros para manter o equilíbrio o
que promove o recrutamento de diversos grupos musculares (epaxial, abdominal, pélvicos,
isquiotibiais e peitorais) mobilizadores superficiais e estabilizadores profundos [11].
Já nos exercícios de fortalecimento muscular, os músculos são ativados por meio de uma
resposta neuro-reflexiva à uma pressão manual aplicada em áreas específicas, como na linha media
ventral, que proporciona o fortalecimento do cinturão torácico auxiliando na manutenção da postura
e estabilização da coluna e região pélvica [21].
Sendo assim, com o crescente surgimento de desordens musculoesqueléticas causadas por
atividades físicas intensas e um aumento na preocupação com a qualidade de vida e desempenho dos
equinos, o uso de uma pratica simples e não invasiva, como os exercícios funcionais, é de fundamental
importância para promover uma significativa melhora no sistema musculoesquelético destes animais
Portanto, objetivou-se avaliar o efeito da adoção de um programa de treinamento funcional
no desenvolvimento da musculatura epaxial, biomecânica e comportamento de equinos de trabalho.
15
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Animais de Produção
(CEPAP) da Universidade Federal de Sergipe (protocolo nº 07/2017).
2.1 Local, delineamento e animais
O experimento foi realizado no Esquadrão da Polícia Montada (EPMon) do Estado de Sergipe
(Aracaju/SE, Brasil) entre os meses de janeiro à abril de 2018. As coletas de dados ocorreram nos
dias 0, 30, 60 e 90 após início do período experimental e o delineamento utilizado foi inteiramente ao
acaso com medidas repetidas no tempo.
Foram utilizados oito equinos sem raça definida com idade média de 14 ± 3,5 anos e peso
corporal médio de 418 ± 50 kg, todos em perfeito estado de higidez. Os animais foram mantidos em
baias individuais durante todo o período experimental, onde receberam ração comercial peletizada e
feno ofertados em três refeições diárias, calculadas de maneira a suprir as exigências nutricional de
equinos submetidos a trabalho leve [23].
O trabalho realizado pelos animais consistia na atividade de patrulhamento urbano ao passo,
em dias alternados. Todos os animais trabalharam em dois turnos distintos: manhã e noite, com
duração de 6 horas cada. Nos dias de descanso os animais permaneciam nas baias e não realizavam
qualquer outro tipo de atividade física.
2.2 Exercícios funcionais
Antes do início das sessões de exercício funcional os animais foram conduzidos por meio de
cabresto e submetidos a um aquecimento muscular prévio durante dez minutos, ao passo [24].
Os exercícios funcionais foram aplicados três vezes na semana, sempre em dias alternados e
consistiu na realização de três grupos de exercícios: alongamento passivo, mobilização dinâmica e
fortalecimento muscular [14, 10].
Para o alongamento passivo foram realizados os exercícios de protração dos membros
torácicos, protração dos membros pélvicos, cruzamento do membro torácico esquerdo sobre o direito
e cruzamento do membro torácico direito sobre o esquerdo [22]. Os animais foram mantidos em cada
uma destas posições durante 30 segundos e, após realização de todos os exercícios, adotava-se um
intervalo de 30 segundos. Após este período o animal realizava uma nova série de exercícios,
totalizando três repetições [24].
Na mobilização dinâmica foram realizados os exercícios de extensão cervical, flexão cervical
longitudinal (cabeça no peito, cabeça entre os carpos, cabeça entre os cascos) e flexão cervical lateral
16
(cabeça na espádua, na patela e no jarrete) para os lados direito e esquerdo do corpo do animal. Foram
adotadas cinco repetições para cada exercício, com duração de cinco segundos cada [10].
Nos exercícios de fortalecimento muscular foram realizados: o levantamento do esterno,
cernelha e tórax visando fortalecimento do cinturão torácico e o spinning (desequilíbrio dinâmico)
para fortalecimento da musculatura pélvica. Para o primeiro aplicava-se manualmente uma pressão
na linha medial ventral, o animal era continuamente estimulado de forma a manter esta postura
durante cinco segundos, sendo cinco repetições com intervalo de dez segundos entre cada uma delas.
Para o segundo, o animal era conduzido por meio de cabresto de forma a realizar um pequeno círculo
ao passo, de maneira a cruzar seus membros pélvicos um sobre o outro durante o movimento; este
exercício foi realizado para os lados esquerdo e direito do animal, adotando-se dez voltas para cada
lado [21].
Os animais foram contidos em cabrestos de corda e cenouras foram utilizadas como petiscos,
atuando como estímulo para que os animais mantivessem a postura correta durante o tempo requerido.
2.3 Biometria muscular
Foi determinada a espessura (cm) do músculo Longissimus Dorsi (LD) e a área (cm²)
transversal total do Musculus Multifidus (MM). Estas características foram avaliadas por meio de
ultrassonografia (Honda eletronics HS-1500, transdutor linear de 1,5 – 2 MHz e probe de 12 cm de
comprimento), com a probe orientada transversalmente à linha média dorsal em um ângulo de 45º
aproximadamente [7]. A área a ser avaliada foi previamente lavada com água e sabão e, após secagem,
aplicava-se gel no local. Os animais foram mantidos em tronco de contenção para obtenção das
imagens.
Para determinação da espessura do LD adotou-se a região compreendida entre as duas últimas
vértebras torácicas (T17-T18) para obtenção das imagens. Para avaliação da área transversal do MM a
área localizada sobre a quinta vértebra lombar (L5) foi utilizada como ponto de referência [7]. As
imagens obtidas foram salvas e posteriormente avaliadas em computador com auxílio do software
IMAGEJ® (Figura 1).
17
Figura 1 - Imagens ultrassonográficas dos músculos do lado esquerdo (E) do corpo dos animais.
(A) - linha amarela representando a espessura do músculo Longissimus Dorsi; (B) – linha amarela representando área transversal total do Musculus Multifidus.
2.4 Avaliações cinemáticas lineares
Para avaliação cinemática foi determinado o comprimento da passada ao passo e ao trote [8].
O comprimento de passada é definido como a distância percorrida por um mesmo membro do animal
ao tocar no solo duas vezes consecutivas, neste estudo o membro posterior esquerdo foi utilizado
como referência [25] (Figura 2).
Figura 2 – Determinação do comprimento de passada por meio do programa Kinovea®, a linha verde representa a calibração do programa e a linha vermelha representa a distância percorrida pelo membro posterior esquerdo. (A) – Primeiro contato ao solo do membro posterior esquerdo; (B) –
Segundo contato ao solo do membro posterior esquerdo.
A
B
A B
A
18
Os dados para as avaliações cinemáticas foram obtidos a partir da coleta de imagens realizadas
em pista de areia após aquecimento prévio dos animais ao passo durante 10 minutos. Com auxílio de
câmera digital (Sony Cyber-Shot, DSC-H300) posicionada sobre um tripé e cerca de 5 metros de
distância do animal, foram realizadas quatro filmagens de cada animal, sendo duas ao passo e duas
ao trote. De forma a padronizar a metodologia, todas as filmagens foram realizadas do lado esquerdo
do plano sagital dos animais [25].
O zoom da câmera foi ajustado de forma que fossem capturadas de 2 a 3 passadas do animal
em cada filmagem. Os valores médios considerando as duas filmagens, para cada andamento, foram
utilizados nas análises estatísticas.
As imagens obtidas foram avaliadas em computador com auxílio do programa Kinovea®
versão 0.8.15 [25]. A distância horizontal entre os mourões da pista de areia foi utilizada para
calibração do programa.
2.5 Avaliação comportamental
O comportamento dos animais foi avaliado por meio de questionário aplicado aos militares
que formavam os respectivos conjuntos com os animais do experimento. Este questionário foi
aplicado uma vez ao mês durante todo o período experimental para cada animal e, para isso, os
militares foram previamente treinados para que se familiarizassem com a definição de cada uma das
cinco características comportamentais avaliadas.
O questionário considerou as seguintes características comportamentais [24, 26]:
• Alerta: animal com pescoço e orelhas eretas direcionadas ao objeto e/ou pessoa de interesse;
• Assustado: animal se assusta facilmente e/ou reage com medo a determinadas situações e/ou
objetos;
• Distraído: animal desvia a atenção para outras situações que não seja a colocação/retirada dos
equipamentos e comandos de equitação durante o trabalho;
• Sonolento: animal cabisbaixo com olhos parcial ou totalmente fechados, podendo as orelhas
estarem posicionadas horizontalmente;
• Teimoso: animal fica girando ao ser montado, tenta evitar a colocação ou retirada dos
equipamentos, durante o patrulhamento reluta em obedecer a determinados comandos, neste caso não
há sinais de medo ou agressividade;
As frequências de ocorrência de cada característica avaliada foram determinadas e
classificadas dentro de uma escala de 1 a 5 [24, 26], onde:
• 1 = NUNCA tal comportamento era observado;
• 2 = RARAMENTE tal comportamento era observado;
19
• 3 = OCASIONALMENTE tal comportamento era observado;
• 4 = FREQUENTEMENTE tal comportamento era observado;
• 5 = CONSTANTEMENTE tal comportamento era observado.
2.6 Análises estatísticas
Os dados foram analisados estatisticamente mediante análise de variância com o modelo linear
geral do pacote PROC GLIMMIX pelo programa SAS. Em caso de diferença estatística as médias
foram comparadas entre si pelo teste de Tukey. Todos os procedimentos estatísticos foram avaliados
considerando 5% de significância.
3. RESULTADOS
3.1 Biometria muscular
A espessura do músculo Longissimus Dorsi aumentou aos 90 dias após início dos exercícios
funcionais, tanto do lado direito (P<0,0001) quanto esquerdo (P<0,0001) do corpo do animal, como
ilustrado na tabela a seguir (Tabela 1).
Tabela 1 – Espessura (cm) do Longissimus Dorsi e área transversal total (cm2) do Musculus
Multifidus nos lados direito e esquerdo do corpo de equinos de trabalho submetidos a treinamento funcional durante 90 dias.
Dias de
Avaliação
Longissimus Dorsi (cm) Musculus Multifidus (cm²)
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
D0 6,51 ± 0,11b 6,67 ± 0,15b 4,63 ± 0,18d 4,91 ± 0,19c
D30 6,65 ± 0,11b 6,72 ± 0,15b 5,35 ± 0,18c 5,61 ± 0,19b
D60 6,89 ± 0,11b 6,89 ± 0,15b 5,72 ± 0,18b 5,98 ± 0,19a
D90 7,39 ± 0,11a 7,39 ± 0,15a 6,10 ± 0,18a 6,19 ± 0,19a
Valor de P <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001
Valor de P = probabilidade; a,b,c diferença dentro de coluna.
A área transversal total do Musculus Multifidus apresentou aumento de tamanho nos lados
esquerdo (P<0,0001) e direito (P<0,0001) já no primeiro mês de avaliação. Para o lado direito o
aumento deste músculo foi contínuo ao longo de todo o período de avaliação até os 90 dias, já para o
lado esquerdo foi observado crescimento aos 60 dias seguido por uma estabilização aos 90 dias
(Tabela 1).
20
3.2 Avaliações cinemáticas
O comprimento de passada ao passo aumentou (P<0,0000) a partir dos 60 dias de avaliação
experimental, este crescimento foi contínuo e atingiu seu valor máximo aos 90 dias. O comprimento
de passada ao trote (CPT) também diferiu ao longo do tempo (P<0,0003). Aos 30 dias houve uma
diminuição em relação ao dia 0, entretanto, partir do dia 60, o CPT apresentou um aumento que se
estabilizou até o último dia de avaliação (Tabela 2).
Tabela 2 – Comprimento (cm) da passada, ao passo e ao trote, de equinos de trabalho submetidos a exercícios funcionais ao longo de 90 dias de avaliação.
Dias de Avaliação Comprimento (cm) de passada
Passo Trote
0 174,57 ± 12,08c 220,20 ± 23,10ab
30 169,40 ± 8,54c 208,69 ± 21,23b
60 193,35 ± 22,05b 235,85 ± 29,34a
90 207,52 ± 22,70a 235,39 ± 29,11a
Valor de P <0,0000 <0,0003 a,b,c diferença dentro de coluna.
3.3 Avaliação comportamental
Os comportamentos avaliados no experimento não apresentaram diferença significativa ao
longo dos dias de avaliação (P>0,05), como apresentado na tabela abaixo (Tabela 3).
Tabela 3 – Comportamento de equinos de trabalho submetidos a exercícios funcionais ao longo de 90 dias de avaliação.
Dias de Avaliação
Comportamento
Alerta Assustado Distraído Sonolento Teimoso
0 3,16 ± 0,16 2,37 ± 0,14 1,75 ± 0,18 1,87 ± 0,19 2,18 ± 0,28
30 3,14 ± 0,16 2,60 ± 0,14 1,62 ± 0,18 1,92 ± 0,19 2,37 ± 0,28
60 3,47 ± 0,17 2,34 ± 0,15 1,67 ± 0,19 1,76 ± 0,20 2,50 ± 0,29
90 3,35 ± 0,17 2,38 ± 0,15 1,68 ± 0,19 2,04 ± 0,20 2,44 ± 0,29
Valor de P 0,4458 0,5617 0,9455 0,9031 0,8961
Frequência de ocorrência de cada comportamento: 1 = nunca, 2 = raramente, 3 = ocasionalmente, 4 = frequentemente, 5 = constantemente.
21
4. DISCUSSÃO
O aumento da espessura do músculo Longissimus Dorsi, comparando o primeiro e último dia
de avaliação, foi cerca de 10% no lado esquerdo e 13% no lado direito. Já o aumento da área
transversal total do Musculus Multifidus, foi em média 31% do lado direito e 26% do lado esquerdo
ao se comparar os valores no início e término do período experimental. Estes resultados indicam que
a prática de exercícios funcionais pode promover efeito positivo sobre o desenvolvimento e
fortalecimento muscular.
Os exercícios de mobilização dinâmica realizados no presente estudo (extensão cervical,
flexão cervical longitudinal e flexão cervical lateral) consistiram de movimentos que buscam
promover a ativação dos músculos localizados na região dorsal, principalmente o LD e o MM, e, por
meio de uma resposta fisiológica decorrente de uma adaptação das células musculares obtida diante
de uma maior exigência de trabalho, ocorreu um tamanho das suas fibras musculares, resultando na
hipertrofia muscular [21].
O Longissimus Dorsi localiza-se acima dos processos transversos das vertebras dorsais e
lombares e é responsável por diversas funções, tais como: estabilização e projeção da coluna
vertebral, sustentação e movimentação da cabeça e do pescoço [10, 12, 13], transmissão da energia
gerada pelos membros posteriores aos anteriores [14], sustentação do peso do cavaleiro/amazona
durante o trabalho [10, 14], sendo assim, é considerado o músculo mais importante para a
manutenção da postura corporal do animal. Portanto, de maneira indireta, pode-se afirmar que a
hipertrofia do LD pode promover uma melhora na capacidade atlética e de trabalho dos animais,
fornecendo mais força e deixando-os mais preparado para realização da atividade física a que são
submetidos.
Equinos da raça Puro-Sangue Árabe, submetidos a um treinamento aeróbico em esteira
durante três dias na semana, apresentaram hipertrofia do LD aos 90 dias após início do treinamento
[19]. Isto ajuda a confirmar a hipótese de que exercícios funcionais são extremamente eficazes no
desenvolvimento muscular.
São diversos os fatores relacionados aos exercícios funcionais que podem influenciar ou não
no desenvolvimento muscular dos animais, tais como a velocidade e tipo do exercício, além da
duração do programa de treinamento funcional. Equinos submetidos a exercícios de mobilização
dinâmica e ginástica (extensão cervical, alongamento, flexão lateral da pélvis, caminhada sobre
obstáculos, recuo e spinning), não apresentaram hipertrofia do LD após 90 dias de exercícios
funcionais [8]. Resultado que difere do obtido no presente estudo, onde os exercícios funcionais
realizados (protração dos membros torácicos e pélvicos, cruzamento do membro torácico, extensão
cervical, flexão cervical longitudinal, flexão cervical lateral, levantamento do esterno, cernelha e
22
tórax e spinning) foram capazes de recrutar um maior número de grupos musculares simultaneamente.
Isto demonstra que a escolha dos tipos de exercícios que serão adotados dentro de um programa de
treinamento funcional regular é de extrema importância para obtenção de resultados positivos.
A área do Musculus Multifidus de cavalos de corrida Puro-Sangue Inglês submetidos aos
mesmos exercícios funcionais adotados no presente estudo ao longo de 84 dias de avaliação sendo
cinco dias de exercícios semanais, também apresentou crescimento significativo após 42 dias (14.52
cm² e 15.26 cm² ao início e final da avaliação, respectivamente) [18].
Equinos Puro Sangue Árabe de equitação [7] (9.5 cm² e 10.7 cm², respectivamente no primeiro
e último dia de avaliação) e de equoterapia [8] (6.83 cm² antes e 10.38 cm² após o término do período
experimental) submetidos à mobilização dinâmica durante 90 dias, também apresentaram resultados
positivos quanto ao aumento da área do MM.
A hipertrofia do MM foi observada 42 e 90 dias após início da realização dos exercícios
funcionais, respectivamente para animais de corrida [18] e de equoterapia [8]. Estes resultados foram
diferentes daqueles obtidos neste estudo, onde se observou um aumento da área total deste músculo
já a partir de 30 dias após início dos exercícios. Esta hipertrofia precoce pode ter ocorrido pelo fato
dos animais apresentarem grande atrofia do MM visto seu tamanho reduzido ao início do período
experimental (4.91 cm² e 4.63 cm² para os lados esquerdo e direito, respectivamente), promovendo
um crescimento mais acentuado já nos primeiros dias de avaliação. Talvez, o trabalho de
patrulhamento não seja suficiente para promover uma estimulação mínima na musculatura do dorso
do animal visto que o trabalho é leve e sempre realizado ao passo, podendo então não ser encarado
como uma atividade física de alta intensidade tal como corrida [18] e equitação [7] ou de maior
resistência como a equoterapia [8].
Semelhante em outras espécies, a atrofia do MM em equinos pode causar instabilidade
intervertebral [16, 17], podendo estar intimamente relacionada ao surgimento de patologias vertebrais
ósseas graves [17]. Esta instabilidade vertebral irá persistir em animais atletas e de trabalho a menos
que exercícios funcionais específicos sejam realizados regularmente ao longo da vida do animal [7].
O MM representa a camada mais profunda do sistema medial do músculo longo do pescoço e
dorso [12]. É considerado um músculo epaxial estabilizador atuando na estabilização das articulações
vertebrais, evitando micromovimentos entre as superfícies articulares durante a locomoção do animal,
evitando assim o aparecimento de alterações artríticas [10]. Este músculo é responsável também pela
manutenção da postura e propriocepção do animal [27].
A ação da musculatura epaxial junto com a hipaxial possui grande importância na locomoção
dos equinos [28]. Portanto, a presença de uma atrofia muscular e desordens musculoesqueléticas são
23
fatores que podem alterar a biomecânica dos equinos. Problemas na região tóraco-lombar, por
exemplo, reduzem o alcance da rotação axial da pelve de equinos [5].
Um objetivo comum dos exercícios terapêuticos funcionais é melhorar ou restaurar a
amplitude de movimento dos animais [20]. O alongamento passivo é um tipo de exercício que tem
como principais objetivos promover flexibilidade, elasticidade e a manutenção da musculatura [10].
Esse exercício facilita um aumento na amplitude de movimento das articulações devido à
flexibilidade que proporciona [29].
O aumento do comprimento de passada tanto ao passo quanto ao trote pode estar relacionado
à maior capacidade de movimentação das articulações proximais dos membros anteriores e
posteriores promovidos pelos movimentos de protração e retração dos mesmos [8]. Quanto maior a
projeção do membro posterior em retração mais força será gerada, propiciando ao animal um
deslocamento mais rápido [10], ou seja, quanto mais amplo for o movimento articular maior será o
movimento de protração e retração dos membros e, consequentemente, maior será a velocidade de
deslocamento do animal.
Equinos submetidos a 90 dias de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular
apresentaram maior CP em comparação aos animais que realizaram exercícios de mobilização
dinâmica e ao grupo controle composto por animais sedentários [8], resultados que corroboram com
aqueles encontrados no presente estudo. Entretanto, não foram encontradas diferenças no
comprimento da passada ao trote quando os animais foram submetidos a três ou seis sessões de
alongamentos ao longo da semana em dias alternados durante 56 dias [30], provavelmente, os
resultados não foram positivos devido ao reduzido tempo de execução do estudo.
Os exercícios de alongamentos e fortalecimento muscular como protração dos membros
torácicos e pélvicos, cruzamento do membro torácico, levantamento do esterno, cernelha e tórax e
spinning, podem ser mais eficazes na melhora da qualidade do andamento de um animal quando
comparado aos exercícios de mobilização dinâmica pelo fato de serem mais eficientes no que diz
respeito ao aumento da flexibilidade da coluna vertebral, fortalecimento da musculatura abdominal,
aumento da amplitude de movimento das articulações dos membros, e fortalecimento dos músculos
abdutores e adutores acionados durante a movimentação [8].
Os exercícios de mobilização dinâmica, sozinhos, envolvem movimentos controlados de
flexão longitudinal e lateral do pescoço e do dorso enquanto se estabiliza o dorso e membros para
manutenção do equilíbrio do animal, recrutam diversos grupos musculares principalmente os epaxiais
profundos e superficiais e promovem estabilização e mobilização da coluna, vértebras e pescoço [11].
Portanto, estão mais relacionados com a manutenção da postura corporal, coordenação motora e
24
fortalecimento muscular do corpo como um todo, não interferindo de maneira significativa sobre a
amplitude do movimento.
O comportamento dos animais pode ser influenciado por diversos fatores, dentre eles a
presença de dor [4]. Equinos com dores decorrentes de desordens musculoesqueléticas apresentam
alterações comportamentais consequentes do estresse causado pela sensação de desconforto,
tornando-os, na maioria das vezes, mais teimosos, assustados e agressivos ao tentar defender-se de
algo ou de alguma situação que intensifica a dor [4, 31].
Entretanto, equinos que exercem atividade de patrulhamento urbano são submetidos a um
processo de doma e adestramento específico, visando tornar os animais mais confiantes, tranquilos e
obedientes, sendo condicionados a reagir o mínimo possível diante de situações adversas [32]. Isto
poderia explicar a ausência de alteração comportamental nos equinos deste experimento ao longo dos
dias de avaliação, pois os animais deste estudo foram treinados para assumirem determinado
comportamento durante o período de trabalho, comprometendo assim uma avaliação etológica
acurada e impedindo que se confirmasse os benefícios dos exercícios funcionais no comportamento
e bem-estar dos animais durante o trabalho.
Sendo assim, pode-se dizer que a adoção de um programa de treinamento funcional pode
promover o fortalecimento muscular e, consequentemente, melhorar a qualidade dos movimentos
motores dos equinos durante sua locomoção.
5. CONCLUSÕES
A adoção de um programa regular de treinamento funcional com duração de 90 dias promove
hipertrofia dos músculos Longissimus dorsi e Musculus multifidus em equinos de trabalho, refletindo
positivamente na qualidade do andamento dos animais por meio do aumento no comprimento da
passada ao passo e ao trote.
AGRADECIMENTOS
Os autores do trabalho agradecem a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - Brasil (CAPES) pela bolsa de estudos oferecida e ao Esquadrão da Polícia Montada
(EPMon) do Estado de Sergipe pelo apoio inestimável ao disponibilizar os animais utilizados neste
estudo.
25
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