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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS TÉCNICO DO MPU – APOIO TÉCNICO ADMINISTRATIVO - ÁREA ADMINISTRAÇÃO PROFESSOR: MARCO AURÉLIO CORRÊA AULA 2 Prof. Marco Aurélio Corrêa www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal! É sempre uma satisfação iniciar mais uma aula com vocês. Na nossa Aula 1, estudamos temas importantíssimos e recorrentemente cobrados em provas de concurso: 1 Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração. 2 Processo administrativo. 2.1 Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle. 2.2 Estrutura organizacional. Conforme cronograma proposto, estudaremos nesta Aula 2 os seguintes tópicos de nosso edital: 6 Legislação administrativa. 6.1 Administração direta, indireta, e funcional. 6.2 Atos administrativos. 6.3 Requisição. Motivem-se pessoal! Sei o quanto é difícil, mas, acreditem! A recompensa que espera por vocês é muito boa. Não tenham dúvida disso. Vamos começar então? Bora!

Exercícios Comentados Administração Aula 02.Fazer

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Olá pessoal!

É sempre uma satisfação iniciar mais uma aula com vocês. Na nossa Aula 1, estudamos temas importantíssimos e recorrentemente cobrados em provas de concurso:

� 1 Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração.

� 2 Processo administrativo. 2.1 Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle.

� 2.2 Estrutura organizacional.

Conforme cronograma proposto, estudaremos nesta Aula 2 os seguintes tópicos de nosso edital:

� 6 Legislação administrativa.

� 6.1 Administração direta, indireta, e funcional.

� 6.2 Atos administrativos.

� 6.3 Requisição.

Motivem-se pessoal! Sei o quanto é difícil, mas, acreditem! A recompensa que espera por vocês é muito boa. Não tenham dúvida disso.

Vamos começar então? Bora!

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Conteúdo da Aula

Aula 2

� 6 Legislação administrativa.

� 6.1 Administração direta, indireta, e fundacional.

� 6.2 Atos administrativos.

� 6.3 Requisição.

1 Legislação Administrativa ............................................................................................. 3

1.1 Administração Direta ..................................................................................................................... 3

1.2 Administração Indireta .................................................................................................................. 3

1.3 Atos Administrativos...................................................................................................................... 7

1.4 Requisição .................................................................................................................................... 11

2 Questões Comentadas ............................................................................................... 13

3 Questões Utilizadas na Aula ....................................................................................... 37

4 Referências ................................................................................................................ 45

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1 Legislação Administrativa

1.1 Administração Direta

CCOONNCCEEIITTOO

Carvalho Filho: conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado.

AABBRRAANNGGÊÊNNCCIIAA

Inciso I do artigo 4º do Decreto Lei 200/1967:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

Em sentido amplo, abrange todos os órgãos dos poderes políticos (Executivo, Legislativo e Judiciário) das pessoas federativas cuja competência seja a de executar a atividade administrativa.

1.2 Administração Indireta

CCOONNCCEEIITTOO

Carvalho Filho: conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva administração direta, possui o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.

Quando não pretende executar determinadas atividades por meio de seus próprios órgãos, o poder público transfere a sua titularidade (descentralização por serviço) ou a mera execução (descentralização por colaboração) a outras entidades públicas ou privadas.

AABBRRAANNGGÊÊNNCCIIAA

Inciso II do artigo 4º do Decreto Lei 200/1967:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

(...)

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

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a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista;

d) Fundações públicas.

FFiiqquuee

AAtteennttoo!!

Enquanto a administração direta reflete a administração centralizada, a administração indireta conduz à noção de administração descentralizada.

Mas, cuidado! Nem toda descentralização envolverá, necessariamente, entidades da administração indireta. Por meio da descentralização por colaboração, por exemplo, a execução de um serviço público pode ser transferida por contrato ou ato unilateral para uma empresa privada.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDAASS EENNTTIIDDAADDEESS QQUUEE CCOOMMPPÕÕEEMM AA AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO IINNDDIIRREETTAA

Autarquias Personalidade jurídica De direito público Forma de Criação Por lei específica Forma de entrada em funcionamento Usualmente por decreto

Patrimônio Próprio. Inicialmente criado a partir de transferência do ente federativo criador da autarquia.

Tipo de controle incidente Finalístico, exercido pela pessoa instituidora da autarquia

Relação com a PJ criadora De vinculação

Atribuições É um serviço autônomo. Como tal, exerce atividades típicas de Estado

Privilégios processuais

Prescrição quinquenal: dívidas contra autarquias prescrevem em cinco anos Prazo: em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar Duplo grau de jurisdição obrigatório. Não se aplica quando: - Direito de valor certo não excedente a sessenta salários mínimos; - Sentença for fundamentada em jurisprudência do Pleno do STF ou em súmula do STF ou de tribunais superiores

Prerrogativas Capacidade de autoadministração, na medida em que possui certa independência em relação à pessoa que a instituiu.

Princípio da especialização Sua atuação está limitada à execução do serviço público específico que lhe foi transferido

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FFiiqquuee

AAtteennttoo!!

Cuidado! Não façam confusão entre autarquias comuns, autarquias em regime especial, agências executivas e agências reguladoras. As diferenças entre essas entidades encontram-se resumidas no esquema abaixo.

Fundações Públicas

Personalidade jurídica - de direito público: autarquia fundacional ou fundação autárquica - de direito privado:

Elementos essenciais - dotação patrimonial pelo instituidor - atividade de interesse social - ausência de fins lucrativos

Formas de criação

- de direito público: criadas mediante lei específica (o mesmo que ocorre com as autarquias) - de direito privado: autorização em lei, com posterior inscrição no registro competente

Atribuições É a personificação de um patrimônio, que possui finalidade específica, não lucrativa, de cunho social

Foro processual Na justiça federal, tanto para as de direito público quanto para as de direito privado

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Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Características Comuns

Personalidade jurídica Direito privado

Forma de criação Autorização em lei específica, com posterior inscrição no registro competente

Atribuição Exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos

Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

Diferenças Aspecto Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Forma jurídica Qualquer das formas admitidas em nosso ordenamento jurídico

Sociedades Anônimas (S.A.)

Composição do capital Integralmente público

Obrigatoriamente formada por capital público e privado, com a maioria das ações com direito a voto pertencente à pessoa política instituidora ou à entidade integrante de sua administração indireta

Foro processual (para entidades

federais) Justiça federal Justiça estadual

CCEENNTTRRAALLIIZZAAÇÇÃÃOO

Situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, ou seja, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional.

DDEESSCCEENNTTRRAALLIIZZAAÇÇÃÃOO

Por intermédio da descentralização, o Estado executa suas tarefas indiretamente, isto é, ele delega a atividade a outras pessoas de direito público ou privado, integrantes ou não da estrutura da Administração Pública.

� Descentralização Política: ocorre quando o ente descentralizado exerce atribuições próprias que não decorre do ente central. É a situação dos estados membros da federação (e Distrito Federal) e, no Brasil, também dos municípios.

� Descentralização Administrativa: para Di Pietro, a descentralização administrativa ocorre quando as atribuições que os entes descentralizados exercem só possuem o valor jurídico que lhes empresta o ente central. Suas atribuições não decorrem, com força própria, da Constituição Federal, mas sim do poder central.

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DDEESSCCOONNCCEENNTTRRAAÇÇÃÃOO

Técnica administrativa utilizada para a criação de órgãos, de modo a propiciar melhoria na estrutura funcional da pessoa política ou da entidade da administração indireta.

FFiiqquuee

AAtteennttoo!!

Apesar de a técnica da desconcentração estar, normalmente, relacionada à ideia de centralização administrativa (administração direta), ela também ocorre nas entidades da administração indireta.

Por exemplo, quando uma agência reguladora cria suas superintendências especializadas em assuntos específicos, está adotando a técnica da desconcentração.

Nesse caso, costuma-se dizer que houve desconcentração dentro da descentralização.

1.3 Atos Administrativos

CCOONNCCEEIITTOO

Hely Lopes Meirelles: é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

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Maria Sylvia Di Pietro: declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle do Poder Judiciário.

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Classificação dos Atos Administrativos Gerais Alcança todos os administrados

Individuais Alcança destinatários determinados ou determináveis Interno Vale para a própria Administração Pública Externo Vale para os administrados em geral

De império Contém coercitividade De gestão Sem supremacia

De expediente Para mero andamento dos serviços

Vinculados Possui todos os requisitos e condições para sua realização previstos em lei

Discricionários

- Quando a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados - Há liberdade de escolha prevista na própria lei - Mérito administrativo (oportunidade e conveniência) - Elementos em que se aplica a discricionariedade: motivo e objeto

Simples Um único ato e uma única manifestação de vontade Complexo Um único ato com manifestação de vontade de dois ou mais órgãos

Composto Manifestação de vontade de um só órgão, mas a edição do ato ou a produção de seus efeitos depende de outro ato que o aprove. Dois atos: um principal e outro acessório ou instrumental.

Constitutivo Cria nova situação jurídica Alienativo Transferência de bens e direitos Extintivo Põe fim a uma situação jurídica

Abdicativo Titular abdica de direito Modificativo Altera situações jurídicas preexistentes Declaratório Declara situações jurídicas preexistentes

Válido De acordo com as exigências legais Nulo Que contém vício insanável

Inexixtente Que não se aperfeiçoou como ato administrativo Perfeito Ciclo de formação encerrado

Imperfeito Ainda não completou seu ciclo de formação Pendente Sujeito a condição ou termo para que possa produzir efeitos

Consumado Já exauriu seus efeitos

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Espécies dos Atos Administrativos Normativo Comandos gerais e abstratos para todos os administrados Punitivo Impõe sanções a servidores ou a administrados em geral

Enunciativo

Não contém manifestação de vontade Ato administrativo em sentido formal Declara situações preexistentes Ex: certidão, atestado, parecer etc.

Ordinatório

Inferiores hierarquicamente aos normativos Não atingem os administrados Endereçados aos servidores públicos Atos internos

Negocial

Não possui imperatividade/coercitividade Não é contrato Precário: - não gera direitos - pode ser revogado a qualquer tempo - há predominância do interesse do particular Definitivo: - há predominância do interesse da Administração - só é revogado por interesse público superveniente, desde que não tenha gerado direitos adquiridos

Atos Negociais - Desmembramento Licença

Ato vinculado e definitivo Predominância do interesse do particular

Autorização

Ato discricionário e precário Predominância do interesse do particular Concedida para a realização de uma atividade ou utilização de um bem Pode ser revogada a qualquer tempo, sem indenização

Permissão

Ato discricionário e precário Predominância do interesse da coletividade Não onerosa: - discricionária - revogada a qualquer tempo - não gera dever de a Administração Pública indenizar o particular Onerosa: - continua sendo discricionária - possui revogação limitada - revogação deve ser fundamentada em falta do particular, inadequada realização da atividade permitida ou superveniência de interesse público

Extinção dos Atos Administrativos

Desfazimento volitivo (com manifestação de vontade)

Anulação

Opera efeitos ex tunc A anulação de ato nulo é, ela própria, um ato vinculado Não gera direitos Os efeitos já produzidos perante terceiros de boa fé devem ser mantidos Não gera direito adquirido

Revogação

Opera efeitos ex nunc Ocorre por motivos de oportunidade e cnveniência Atos irrevogáveis: - consumados - vinculados

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- que geraram direitos adquiridos - que integram um procedimento - quando exaurida a competência da autoridade - os meros atos administrativos

Cassação Ocorre quando o particular deixa de cumprir os requisitos para a manutenção do ato

Formas de desfazimento sem manifestação de vontade Extinção natural

Ato consumado. Cumprimento normal de seus efeitos

Extinção subjetiva

Quando deixa de existir o sujeito

Extinção objetiva

Quando deixa de existir o objeto

Caducidade Surge nova norma jurídica contrária à anterior que respaldava a prática do ato

Contraposição Um ato extingue o anterior, por ter seus efeitos opostos ao dele

1.4 Requisição

A requisição é uma forma de intervenção do Estado na propriedade.

Por algum motivo, entre as várias formas existentes de intervenção do estado na propriedade (servidão administrativa, ocupação temporária, tombamento, desapropriação etc.), a banca exigiu somente o conhecimento acerca da requisição.

A Constituição Federal assegura o direito individual à propriedade:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]

XXII - é garantido o direito de propriedade;

Por outro lado, condiciona o uso desse direito ao atendimento da função social:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei [...]

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Se a propriedade não atender a sua função social, o Estado poderá intervir para forçar esse atendimento.

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2 Questões Comentadas

1. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Os termos concentração e centralização estão relacionados à ideia geral de distribuição de atribuições do centro para a periferia, ao passo que desconcentração e descentralização associam-se à transferência de tarefas da periferia para o centro.

A centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, ou seja, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional. O termo concentração relaciona-se com a ideia de executar diretamente e sem lançar mão da criação de órgãos especializados.

O termo desconcentração representa uma técnica administrativa utilizada para a criação de órgãos, de modo a propiciar melhoria na estrutura funcional da pessoa política ou da entidade da administração indireta. Na desconcentração, o Estado continua executando diretamente suas atividades (sem a criação de uma nova pessoa jurídica), porém, por meio de órgãos criados para tal finalidade.

Já na descentralização, o Estado executa suas tarefas indiretamente, isto é, ele delega a atividade a outras pessoas de direito público ou privado, integrantes ou não da estrutura da Administração Pública.

Assim, a concentração e a descentralização não se associam à ideia de transferência de tarefas e tanto a ideia de desconcentração como a de descentralização associam-se à transferência de tarefas do centro para a periferia (e não o contrário, como afirma o item). Questão Errada.

2. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo - Área Material e Patrimônio) A desconcentração consiste na criação, pelo poder público, de uma pessoa jurídica de direito público ou privado com a atribuição de titularidade e execução de determinado serviço público.

A situação trazida pelo item é um exemplo de descentralização. A desconcentração representa uma técnica administrativa utilizada para a criação de órgãos, por meio dos quais o Estado executa diretamente suas tarefas e atividades. Questão Errada.

3. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento - Área Suporte à Gestão) A expressão administração pública, em sentido orgânico, refere-se aos agentes, aos órgãos e às entidades públicas que exercem a função administrativa.

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Conforme esquema acima, a expressão “Administração Pública” admite mais de um sentido. No sentido objetivo (ou material, funcional), exprime a ideia de atividade, tarefa, ação etc., enfim, representa a própria função administrativa, constituindo-se como o alvo que o governo quer alcançar.

No sentido subjetivo (ou formal, orgânico), ao contrário, a expressão indica o universo de órgãos e pessoas que desempenham a função administrativa. Questão Certa.

4. (CESPE – CNJ 2013 – Técnico Judiciário - Área Administrativa) As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público interno, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Já as entidades administrativas integram a administração pública, mas não têm autonomia política, como as autarquias e as fundações públicas.

As entidades políticas, pessoas políticas ou entes federados são os integrantes da federação brasileira, caracterizados por possuírem autonomia política, traduzida esta pela capacidade de auto-organização (elaboração das próprias constituições ou leis orgânicas), e, sobretudo, pela possibilidade de legislar.

Assim, as entidades políticas são as pessoas jurídicas de direito público interno (União, estados, DF e municípios), dotadas de diversas competências de natureza política, legislativa e administrativa, conferidas diretamente pela Constituição Federal.

Entidades administrativas são as pessoas jurídicas (de direito público ou privado) que integram a administração pública formal brasileira, sem, no entanto, dispor de autonomia política. São as pessoas jurídicas que compõem a administração pública indireta, quais sejam, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Questão Certa.

5. (CESPE – CNJ 2013 – Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere que determinada sociedade de economia mista exerça atividade econômica de natureza empresarial. Nessa situação hipotética, a referida sociedade não é considerada integrante da administração indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada como tal, ela deve prestar serviço público.

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O Brasil não adota o critério material (baseado na natureza da atividade desenvolvida pela entidade) para distinguir quais são as entidades pertencentes ou não à administração pública.

O sentido adotado é o formal. Ou seja, a lei (ou ato infralegal) é quem define quais são as entidades que compõem a administração pública. E assim o fez o Decreto Lei 200/1967 que, no inciso II de seu artigo, estabeleceu a estrutura da Administração Indireta Federal:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

(...)

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista;

d) Fundações públicas.

Assim, por força do referido dispositivo (sentido formal), tanto as sociedades de economia mista (e empresas públicas) prestadoras de serviço público, quanto as que exploram atividade econômica são consideradas integrantes da administração pública indireta. Questão Errada.

6. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em direito admitidas, a critério do poder público, que procede à sua criação.

Boa oportunidade para revisarmos as principais diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista:

Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Diferenças

Aspecto Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Forma jurídica Qualquer das formas admitidas em nosso ordenamento jurídico

Sociedades Anônimas (S.A.)

Composição do capital

Integralmente público

Obrigatoriamente formada por capital público e privado, com a maioria das ações com direito a voto pertencente à pessoa política instituidora ou à entidade integrante de sua administração indireta

Foro processual (para entidades

federais) Justiça federal Justiça estadual

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Quem pode se revestir de qualquer das formas em direito admitidas é a empresa pública. As sociedades de economia mista só podem ser criadas sob a forma de Sociedades Anônimas. Questão Errada.

7. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés, assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal.

As autarquias federais, nos litígios comuns, sendo autoras, rés, assistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na justiça federal (CF, 109, I). Questão Certa.

8. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta, as empresas públicas são criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste serviços públicos.

As empresas públicas podem ser conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da administração indireta, instituídas pelo Poder Público mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público, para a exploração de atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos. Questão Certa.

9. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das empresas públicas, dado o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado.

A questão possui dois erros:

1) Faltou deixar claro que se trata de empresa pública federal, pois, se for uma empresa pública estadual ou municipal, competirá à justiça estadual o julgamento de suas causas.

2) A questão afirma que as empresas públicas prestam serviços públicos, como se esta fosse única atividade desenvolvida por essas entidades. As empresas públicas também podem ser instituídas para a exploração de atividade econômica.

Questão Errada.

10. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo - Área Material e Patrimônio) A empresa pública é pessoa jurídica de direito público, já que seu capital é inteiramente público.

A despeito de o capital da empresa pública ser integralmente público, essa entidade possui personalidade jurídica de direito privado. Questão Errada.

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11. (CESPE – Banco da Amazônia S/A 2012 – Técnico Científico - Área Administração) As relações de trabalho nas empresas públicas e sociedades de economia mista, entidades integrantes da administração pública indireta, regem-se pela legislação trabalhista, razão por que seus empregados, embora considerados servidores públicos, não gozam do direito à estabilidade, não se submetem ao estágio probatório, nem são proibidos de acumular cargos e funções públicas.

As relações de trabalho nas empresas públicas e sociedades de economia mista realmente são regidas pela legislação trabalhista (CLT). Assim, por não possuírem vínculo estatutário, os colaboradores dessas entidades não gozam do direito à estabilidade.

No entanto, esses colaboradores são considerados empregados públicos, e não servidores públicos, como afirma o item. Além disso, a proibição de acumular funções e cargos públicos remunerados abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público, conforme estabelece o inciso XVII do artigo 37 da CF/88. Questão Errada.

12. (CESPE – Banco da Amazônia S/A 2012 – Técnico Científico - Área Direito) As empresas estatais exploradoras de atividade econômica ou de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços estão dispensadas de observar os princípios da licitação.

As regras relacionadas à licitação pública para as empresas públicas (EP) e sociedades de economia mista (SEM) são as seguintes:

EP e SEM – Atividades Econômicas EP e SEM – Serviços Públicos Não sujeitas à licitação para contratos relativos a suas atividades-fim. Sujeitas a licitação nas demais hipóteses. Previsão constitucional de regime próprio de licitação a ser estabelecido em lei ordinária da União, de caráter nacional (CF/88, art. 173, § 1º, III)

Sujeitas a licitação, sem quaisquer peculiaridades.

Questão Errada.

13. (CESPE – TJ/RR 2012 – Analista Processual) As denominadas entidades de apoio não têm fins lucrativos e são instituídas por iniciativa do poder público para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado.

As denominadas entidades de apoio são pessoas jurídicas privadas que, sem integrarem a estrutura da administração pública, colaboram com o Estado no desempenho de atividades não lucrativas e as quais o poder publico dispensa especial proteção. Exercem atividades de interesse público, mas, não exclusivas do Estado. São instituídas por iniciativa privada (e não por iniciativa do poder público, conforme afirma o item) e recebem fomento do poder público. Questão Errada.

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14. (CESPE – TJ/RR 2012 – Analista Processual) Formada mediante a conjugação de capitais público e privado, a sociedade de economia mista é organizada sob a forma de sociedade anônima e prescinde da participação do poder público na sua gestão.

A sociedade de economia mista realmente é formada mediante a conjugação de capitais público e privado e organizada sob a forma de sociedade anônima. No entanto, esse tipo de entidade não prescinde (dispensa) da participação do poder público na sua gestão.

Pelo contrário, por deter a maioria do capital com direito a voto, a pessoa política instituidora (ou a respectiva entidade da administração indireta) detém o controle acionário e participa na gestão da entidade. Questão Errada.

15. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas.

Conforme Inciso II do artigo 4º do Decreto Lei 200/1967:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

(...)

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista;

d) Fundações públicas.

Segundo Carvalho Filho, a administração indireta é conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva administração direta, possui o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.

Explicando melhor esse conceito, temos que:

� Pessoas administrativas: são as pessoas jurídicas (de direito público ou privado) que integram a administração pública formal brasileira, sem, no entanto, dispor de autonomia política. São as pessoas jurídicas que compõem a administração pública indireta, quais sejam, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

� Desempenho de atividades administrativas de forma descentralizada: por intermédio da descentralização, o Estado executa suas tarefas indiretamente, isto é, ele delega a atividade a outras

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pessoas de direito público ou privado, integrantes ou não da estrutura da Administração Pública (nesse caso, integrantes da administração indireta.).

Questão Certa.

16. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) Embora possuam capital exclusivamente público, as empresas públicas são pessoas jurídicas a que se aplicam, preponderantemente, normas de direito privado.

A banca deu o gabarito desta questão como Certo. Porém, em minha opinião, essa questão poderia ter sido anulada. Isso porque a banca não deixou claro a que tipo de empresas públicas ela se referiu, se as prestadoras de serviços públicos ou se as exploradoras de atividade econômica.

Essa distinção faz com que a entidade se submeta, de forma diferenciada, às regras de direito público ou privado. Essas entidades (EP ou SEM) possuem regime jurídico híbrido. No entanto, se a entidade é prestadora de serviços públicos, sua atividade é predominantemente regida pelo direito público. Já as entidades exploradoras de atividade econômica têm sua atividade predominantemente regida pelo direito privado.

Como a banca não deixou claro a que tipo de empresa pública se referiu, a questão poderia ter duas respostas, motivo pelo qual considero que deveria ter sido anulada. De qualquer forma, o gabarito oficial foi Certo.

17. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) Tanto a criação quanto a extinção de órgãos públicos depende da edição de lei específica; contudo, a estruturação e o estabelecimento das atribuições desses órgãos, desde que não impliquem aumento de despesa, podem ser processados por decreto do chefe do Poder Executivo.

A criação e a extinção de órgãos públicos dependem, em regra, da edição de lei específica. No entanto, de acordo com a alínea “a” do inciso VI do artigo 84 da CF/88, compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

Trata-se do denominado Decreto Autônomo, que independe de lei, pois retira seus requisitos de validade diretamente da Constituição. Questão Certa.

18. (CESPE – TRE/RJ 2012 – Técnico Judiciário – Área Administrativa) Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui competências internamente, tem-se um exemplo de processo de descentralização.

Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui competências internamente, tem-se um exemplo de processo de desconcentração, a qual se em uma técnica administrativa utilizada para a criação de órgãos, de modo

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a propiciar melhoria na estrutura funcional da pessoa política ou da entidade da administração indireta. Questão Errada.

19. (CESPE – TJ/AC 2012 – Técnico em Administração) As autarquias, pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indireta, poderão, em caráter excepcional, ser criadas por lei infraconstitucional.

O inciso XIX do artigo 37 da CF/88 prevê que somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

A criação de autarquias por lei infraconstitucional é a única forma de se criar autarquias. Portanto, esse tipo de criação não será em caráter excepcional, como afirma o item. Questão Errada.

20. (CESPE – ANATEL 2012 – Analista Administrativo) Não há relação de subordinação hierárquica entre determinada autarquia e o órgão ou entidade estatal ao qual ela se vincula.

Realmente não há relação de subordinação hierárquica entre determinada autarquia e o órgão ou entidade estatal ao qual ela se vincula (um ministério, por exemplo). A relação é de vinculação. Também não há controle hierárquico. O tipo de controle existente é o finalístico, ou seja, controla-se basicamente o atingimento das metas que a autarquia se propôs a cumprir. Questão Certa.

21. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento – Área Suporte à Gestão) A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua criação depende de lei específica.

As autarquias são definidas como entidades administrativas autônomas (também denominadas serviço autônomo), integrantes da administração indireta, criadas por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio e atribuições estatais determinadas. Questão Errada.

22. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento – Área Suporte à Gestão) Compreendem-se como entidades da administração direta, dotadas de personalidade jurídica própria, as autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

De acordo com o que prevê o Decreto Lei 200/1967, essas entidades integram a administração indireta, e não a direta, como afirma o item. Questão Errada.

23. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento – Área Suporte à Gestão) As fundações legalmente constituídas e estabelecidas no território nacional, por prestarem relevantes serviços de cunho social, são consideradas entidades da administração pública indireta.

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De acordo com o Decreto Lei 200/1967, somente as fundações públicas (tanto as de direito público quanto as de direito privado) são entidades integrantes da administração indireta.

As fundações privadas (que não se confundem com fundações públicas de direito privado), que são aquelas instituídas por particulares que querem colaborar com o poder público na prestação de serviços de cunho social, não integram a administração pública indireta. Questão Errada.

24. (CESPE – TRT 10ª Região 2012 – Analista Judiciário – Área Judiciária) As autarquias federais detêm autonomia administrativa relativa, estando subordinadas aos respectivos ministérios de sua área de atuação.

As autarquias federais detêm autonomia administrativa. Essas entidades não estão subordinadas aos respectivos ministérios de sua área de atuação. A relação existente é de vinculação e não de subordinação. O tipo de controle exercido pelos ministérios sobre as respectivas autarquias é o finalístico, de resultados, e não o hierárquico. Questão Errada.

25. (CESPE – MMA 2011 – Analista Ambiental) No âmbito da União, a administração direta compreende os serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos respectivos ministérios, enquanto a administração indireta é exercida por entidades dotadas de personalidade jurídica própria.

Conforme determina o inciso I do artigo 4º do Decreto Lei 200/1967, a administração direta se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

Já o inciso II do artigo 4º do mesmo decreto lei prevê que a administração indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. Questão Certa.

26. (CESPE – ECT 2011 – Analista de Correios – Área Administração) As autarquias são dotadas de personalidade jurídica de direito privado; as fundações públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito público. Tanto estas quanto aquelas integram a administração indireta.

Vamos analisar cada trecho da questão:

“As autarquias são dotadas de personalidade jurídica de direito privado”: errado. As autarquias são dotadas de personalidade jurídica de direito público.

“as fundações públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito público”: errado. As fundações públicas podem ser dotadas de personalidade jurídica de direito público ou privado.

“Tanto estas quanto aquelas integram a administração indireta”: certo. Conforme o Decreto Lei 200/1967, as autarquias e as fundações públicas,

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juntamente com as empresas públicas e sociedades de economia mista, integram a chamada administração pública indireta.

No entanto, as duas primeiras afirmações estão erradas. Questão Errada.

27. (CESPE – ECT 2011 – Auxiliar de Enfermagem do Trabalho) Entidade da administração indireta, criada por lei específica, pode ser extinta por ato do Poder Executivo, desde que demonstrada e comprovada sua ineficiência.

Entidade da administração indireta, criada por lei específica, somente pode ser extinta pela mesma forma de sua criação, ou seja, lei específica. Questão Errada.

28. (CESPE – CNJ 2013 – Analista Judiciário – Área Judiciária) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem do que se denomina poder extroverso, que permite ao poder público editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações.

Nem todos os atos administrativos derivam do chamado poder extroverso do Estado. Ou seja, nem todos os atos administrativos são dotados de imperatividade e coercitividade. São exemplos desses atos temos o de gestão e o de mero expediente. Questão Errada.

29. (CESPE – CNJ 2013 – Técnico Judiciário – Área Programação de Sistemas) Admite-se a anulação de concurso público, pela própria administração, ante a ocorrência de vício insanável e ofensivo aos princípios da igualdade, da competitividade, da moralidade, da impessoalidade e da publicidade.

Se um ato (ou qualquer procedimento) efetuado pela Administração Pública contiver vício insanável e/ou ofender princípios que norteiam a atuação administrativa, a administração não só pode como deve anulá-lo.

Nesse sentido estabeleceu o artigo 53 da Lei 9.784/1999:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Esse entendimento foi firmado e sumulado pelo STF, conforme súmula abaixo transcrita:

Súmula 473 STF: a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Questão Certa.

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30. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Especialista em Gestão de Telecomunicações – Área Administrativa) O ato administrativo eficaz é aquele apto a produzir todos os seus efeitos típicos.

Ato eficaz é aquele que já está disponível para a produção de seus efeitos próprios. Ou seja, a produção de seus efeitos não depende de evento posterior, como uma condição suspensiva, um termo inicial ou um ato de controle (aprovação, homologação etc.). Questão Certa.

31. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Especialista em Gestão de Telecomunicações – Área Administrativa) A ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina a sua anulação deve decorrer expressamente de violação da lei.

A ilegalidade decorre de violação à lei. A ilegitimidade, que também enseja a anulação do ato administrativo, decorre de violação a princípios que norteiam a Administração Pública. Assim, a ilegalidade e a ilegitimidade decorrem, respectivamente, de violação à lei e aos princípios administrativos, e não somente à lei, como afirma o item. Questão Errada.

32. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Especialista em Gestão de Telecomunicações – Área Administrativa) Os elementos vinculados de um ato administrativo são sempre a competência, a finalidade e a forma.

São elementos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e

objeto (mnemônico clássico: CoFiFoMoOb). Os elementos competência, finalidade e forma são sempre elementos vinculados.

Os elementos motivo e objeto podem ser vinculados ou discricionários. Nos atos vinculados, esses elementos são vinculados. Ou seja, a um motivo corresponderá um único objeto. Verificado o motivo, a prática do ato (com aquele conteúdo estabelecido em lei) é obrigatória.

Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha do objeto, dentre os possíveis, autorizados na lei. Assim, conforme normalmente estabelece a doutrina majoritária, temos que:

� Os elementos competência, finalidade e forma são sempre elementos vinculados.

� Nos atos vinculados, o motivo e o objeto também são vinculados. � Nos atos discricionários, o motivo e o objeto também são discricionários.

Questão Certa.

33. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) Caso um ato administrativo seja expedido sem finalidade pública, ele poderá ser convalidado posteriormente por autoridade superior que estabeleça os motivos determinantes.

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Convalidar um ato significa corrigi-lo, regularizá-lo, desde a origem (ex tunc), de tal modo que:

� Os efeitos já produzidos pelo ato passem a ser considerados efeitos válidos.

� O ato permaneça no mundo jurídico como um ato válido, apto a produzir efeitos regulares.

A convalidação somente será possível se o vício do ato se constituir em um defeito sanável. Alguns elementos do ato administrativo não admitem convalidação. Essa é uma boa oportunidade para revisarmos os elementos do ato administrativo e suas respectivas regras de convalidação:

Assim, dos cinco elementos do ato administrativo (CoFiFoMoOb), temos que somente a competência (quanto à pessoa, desde que não exclusiva) e a forma (desde que não essencial à validade do ato) são passíveis de convalidação. Vícios nos demais elementos (finalidade, motivo e objeto) não podem ser convalidados.

O item traz uma situação em que um suposto ato administrativo foi expedido sem finalidade pública. Nesse caso, o ato não poderá ser convalidado, pois, como vimos acima, o elemento finalidade é um dos que não admite convalidação, pois deve ser sempre o interesse público. Questão Errada.

34. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) O auto de infração expedido por fiscal e aprovado por sua chefia constitui exemplo de ato composto.

Ato administrativo composto é aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus efeitos depende de outro ato que o aprove. A função desse outro ato é meramente instrumental, qual seja autorizar a prática do ato principal ou conferir eficácia a ele.

A situação trazida pelo item constitui um exemplo de ato composto, na medida em que a manifestação de vontade partiu de somente um órgão, mas o ato

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principal precisou de um acessório, que o aprovasse, para que pudesse produzir seus efeitos. Questão Certa.

35. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) As portarias que designam servidor para cargo secundário constituem exemplos de atos enunciativos.

Para uma parte restrita da doutrina, os atos enunciativos são os atos que contêm um juízo de valor, uma opinião, uma sugestão ou uma recomendação de atuação administrativa. Constituem exemplos desse tipo de ato as notas técnicas e os pareceres.

As portarias que designam servidor para um determinado cargo criam uma nova situação jurídica individual para seu destinatário. Dessa forma, constituem exemplos de atos constitutivos e não enunciativos. Questão Errada.

36. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) O motivo, que autoriza a prática do ato administrativo, representa um pressuposto subjetivo, por estar relacionado ao agente público, e é reconhecido como requisito de natureza vinculatória.

Os elementos competência, finalidade e forma são sempre elementos vinculados. Os elementos motivo e objeto podem ser vinculados ou discricionários. Nos atos vinculados, esses elementos são vinculados. Nos discricionários, também serão discricionários.

Assim, a questão possui dois erros: o motivo possui natureza discricionária, e não vinculatória. O motivo não representa um pressuposto subjetivo, pois a margem de escolha é estabelecida pela própria lei e não é prerrogativa do agente público, e sim da Administração. Questão Errada.

As competências conferidas são definidas em legislação própria, assim como os limites de seu exercício. Dessa forma, a atuação do agente público fica sujeita a um sistema de vigilância que desencadeia repercussão nos casos em que essa atuação gere prejuízos aos particulares. Acerca do controle e responsabilidade dos atos públicos, julgue os itens que se seguem. 37. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) O controle judicial do ato administrativo pode ser exercido a priori ou a posteriori, mas deve, sempre, ser provocado pela parte interessada.

O controle judicial do ato administrativo realmente pode ser exercido a priori (antes de o ato produzir seus efeitos. Ex: ação popular para atacar ato lesivo ao patrimônio público, mas que ainda não tenha causado efetivamente a lesão) ou a posteriori (depois de o ato produzir seus efeitos).

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O controle judicial deve sempre ser provocado pela parte interessada, já que o Poder Judiciário, em regra, não agende ofício, ou seja, precisa ser instado a agir, por intermédio de uma ação impetrada pela parte interessada em atacar o ato administrativo. Questão Certa.

38. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Administrativa) O ato administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por decisão judicial.

A Administração pode (e deve) anular seus próprios atos, quando estes estiverem eivados de vício de legalidade. Não precisa de decisão judicial para anulá-los (apesar de também poderem ser anulados por essa via).

Nesse sentido estabeleceu o artigo 53 da Lei 9.784/1999:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Questão Errada.

39. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Processual) Quando o vício do ato administrativo atinge o motivo e a finalidade, não é possível a sua convalidação.

Dos cinco elementos do ato administrativo (CoFiFoMoOb), temos que somente a competência (quanto à pessoa, desde que não exclusiva) e a forma (desde que não essencial à validade do ato) são passíveis de convalidação. Vícios nos demais elementos (finalidade, motivo e objeto) não podem ser convalidados. A finalidade da edição de um ato administrativo não pode ser outra que não o interesse público. Questão Certa.

40. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Processual) A anulação de ato administrativo pela administração pública independe de provocação e produz efeitos ex tunc.

A anulação deve ocorrer quando há vício no ato, relativo à legalidade (ofensa à lei) ou à legitimidade (ofensa aos princípios e ao direito como um todo). É sempre um controle de legalidade, nunca um controle de mérito.

Como a anulação retira do mundo jurídico atos com defeito de validade (atos inválidos), ela retroage seus efeitos ao momento da prática do ato (ex tunc). Dessa forma, após a anulação, todos os efeitos produzidos pelo ato são em regra desconstituídos. Devem, entretanto, ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa fé.

O artigo 53 da Lei 9.784/1999 estabeleceu que a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

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Dessa forma, de fato, a anulação de ato administrativo pela administração pública independe de provocação e produz efeitos ex tunc. Questão Certa.

41. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Processual) A revogação não pode atingir os meros atos administrativos, tais como as certidões e os atestados.

A revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério discricionário da Administração, tornou-se inoportuno e/ou inconveniente.

Existem determinadas situações, seja pela natureza do ato praticado, seja pelos efeitos por ele já produzidos, que são insuscetíveis de modificação por parte da Administração, com base em critérios de conveniência e oportunidade. Assim, são insuscetíveis de revogação:

� Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos. � Os atos vinculados, por não comportarem juízo de oportunidade e

conveniência. � Os atos que já geraram direitos adquiridos. � Os atos que integram um procedimento. � E, segundo Di Pietro, os meros atos administrativos, como as

certidões, os atestados, os votos e os pareceres.

Questão Certa.

42. (CESPE – MPE/PI 2012 – Técnico Ministerial – Área Administrativa) O princípio da impessoalidade em relação à atuação administrativa impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se, obrigatoriamente, à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência.

O princípio da impessoalidade costuma ser tratado pela doutrina sob diversas vertentes:

� Como determinante da isonomia: objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontram em idêntica situação jurídica.

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� Como determinante da finalidade: a Administração deve voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não para o privado. Dessa forma, a impessoalidade veda que sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros.

A Administração tem que ser impessoal, sem ter como objetivo o atendimento deste ou daquele indivíduo de forma diferenciada. O alvo a ser alcançado pela Administração é sempre o interesse público.

� Como vedação de autopromoção do agente público: veda a promoção pessoal do administrador público pelos serviços, obras e outras realizações alcançadas pela Administração Pública. Representa a vedação à personalização das realizações da Administração. Em outras palavras, é a vedação da promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador.

Essa faceta está consagrada no § 1º do artigo 37 da CF/88:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Assim, o princípio da impessoalidade, como determinante da finalidade, de fato impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se, obrigatoriamente, à vontade da lei e ao interesse público. Questão Certa.

43. (CESPE – MPE/PI 2012 – Técnico Ministerial – Área Administrativa) Inerente aos atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteriza-se por ser um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite prova em contrário.

A presunção de legitimidade é um dos atributos do ato administrativo. Caracteriza-se por ser um princípio de direito público relativo (Juris tantum). Apesar de provocar a chamada inversão do ônus da prova (se a Administração é quem acusa, cabe ao particular provar o contrário), justamente por ser relativa admite prova em contrário. Questão Errada.

44. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo – Área Técnico em Material e Patrimônio) Em decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial, interditar determinado estabelecimento comercial.

O atributo da autoexecutoriedade permite que o ato administrativo seja materialmente implementado diretamente pela Administração, inclusive mediante o uso da força, se necessário, sem a necessidade de obtenção de autorização judicial prévia.

São exemplos típicos de atos autoexecutórios: a retirada da população de um prédio que ameaça desabar, a demolição desse mesmo prédio, a destruição de

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alimentos impróprios para o consumo encontrados em um determinado supermercado, a interdição desse mesmo supermercado, a demolição de obra clandestina que ponha em risco a segurança da população etc. Questão Certa.

45. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo – Área Técnico em Material e Patrimônio) Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética, esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a que estava vinculado o servidor.

Ato administrativo complexo é aquele que, para sua formação, necessita da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridades. Significa que o ato não pode ser considerado perfeito (completo, concluído, formado) com a manifestação de um só órgão ou autoridade.

Na situação descrita pelo item, tem-se um ato complexo, na medida em que a aposentadoria do servidor necessitou da manifestação de vontade de dois órgãos, o órgão a que estava vinculado o servidor, o qual concedeu a aposentadoria, e o TCU, que editou o ato de homologação (registro).

Nesse sentido, o STF pacificou entendimento de que a aposentadoria é ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União. Questão Certa.

46. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo – Área Técnico em Material e Patrimônio) Os atos discricionários praticados pela administração pública submetem-se ao controle do Poder Judiciário, tanto sob o aspecto da legalidade como sob o da moralidade.

FFiiqquuee

AAtteennttoo!!

Prezado aluno, cuidado para não confundir a impossibilidade de adentrar o mérito administrativo com a possibilidade de efetuar controle judicial dos atos discricionários. Essas duas coisas não se confundem.

O Poder Judiciário efetua o controle judicial tanto dos atos vinculados quanto dos discricionários. Esse controle pode ser tanto de legalidade quanto de legitimidade.

O que é vedado ao Judiciário é adentrar o mérito administrativo do ato. Ou seja, não cabe o Judiciário analisar aspectos de oportunidade e conveniência do ato administrativo, pois efetuar tal análise compete somente ao administrador.

Assim, os atos administrativos (tanto os vinculados quanto os discricionários) se submetem ao controle de legalidade (em face da lei) e de legitimidade (em

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face dos princípios – que é o caso da moralidade, mencionada pelo item – e do direito como um todo). Questão Certa.

47. (CESPE – MPOG 2012 – Analista de Infraestrutura) Os atos administrativos classificam-se, quanto à formação da vontade administrativa, em atos simples, compostos e complexos, constituindo a aposentadoria de servidor público exemplo de ato administrativo complexo.

Quanto à formação da vontade administrativa, os atos classificam-se em:

� Simples: é o que decorre de uma única manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal (ato simples singular) ou colegiado (ato simples colegiado).

� Composto: é aquele cujo conteúdo resulta da manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus efeitos depende de outro ato que o aprove. A função desse outro ato é meramente instrumental, qual seja autorizar a prática do ato principal ou conferir eficácia a ele.

� Complexo: é aquele que, para sua formação, necessita da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos ou autoridades. Significa que o ato não pode ser considerado perfeito (completo, concluído, formado) com a manifestação de um só órgão ou autoridade.

A aposentadoria de servidor é exemplo de um ato complexo, na medida em que necessita da manifestação de vontade de dois órgãos, o órgão a que estava vinculado o servidor, o qual concede a aposentadoria, e o TCU, que edita o ato de registro.

Nesse sentido, o STF pacificou entendimento de que a aposentadoria é ato complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas da União. Questão Certa.

48. (CESPE – Banco da Amazônia S/A 2012 – Técnico Científico – Área Administração) Os atos administrativos diferenciam-se dos demais atos jurídicos por serem dotados de certos atributos que possibilitam ao Poder Público garantir a supremacia do interesse público sobre o privado, como a imperatividade decorrente do poder extroverso do Estado.

Os atos administrativos possuem certos atributos que possibilitam ao Poder Público garantir a supremacia do interesse público sobre o privado, o que os diferencia dos demais atos jurídicos. São os seguintes esses atributos:

� Presunção de legitimidade: é um dos atributos presentes em todos os atos administrativos (tanto para os que imponham obrigações quanto para os que reconhecem ou conferem direitos aos administrados). Se o ato teve origem na Administração, presume-se que é legítimo.

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Cabe destacar que essa presunção de legitimidade é relativa (Juris tantum, e não absoluta, Juris et de jure). Significa dizer que admite prova em contrário. Importante mencionar ainda que, como decorrência da presunção relativa de legitimidade, cabe ao particular provar a existência de vício no ato administrativo. A esse aspecto dá-se o nome de inversão do ônus da prova.

� Imperatividade: traduz a possibilidade de a Administração Pública, unilateralmente, criar obrigações para os administrados ou impor-lhes restrições.

A imperatividade decorre do chamado poder extroverso do Estado, que representa a prerrogativa que o poder público tem de praticar atos que extravasam sua própria esfera jurídica e adentram a esfera jurídica alheia, alterando-a, independentemente da anuência prévia de qualquer pessoa.

� Autoexecutoriedade: atributo que permite que o ato administrativo seja materialmente implementado diretamente pela Administração, inclusive mediante o uso da força, se necessário, sem a necessidade de obtenção de autorização judicial prévia.

� Tipicidade: atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Representa a conformidade com a lei.

Questão Certa.

49. (CESPE – TJ/RR 2012 – Administrador) Atos de império, sempre gerais, são todos aqueles que a administração pratica usando de sua supremacia sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento.

Os atos de império, também chamados de atos de autoridade, são aqueles que a Administração impõe coercitivamente aos administrados, criando para eles obrigações ou restrições, de forma unilateral e independentemente de sua anuência.

São exemplos de atos de império a desapropriação de um bem privado, a interdição de um estabelecimento comercial, a apreensão de mercadorias, a imposição de multas administrativas etc.

Assim, a questão possui dois erros. Os atos de império não são necessariamente gerais e são sempre destinados aos administrados, e não aos administrados ou servidores, como afirma o item. Questão Errada.

50. (CESPE – TJ/RR 2012 – Administrador) Uma vez anulado o ato administrativo, seus efeitos também são anulados, desde a sua formação, portanto, ele não produzirá efeitos para aqueles a quem foi destinado.

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A anulação de um ato administrativo, em regra, produz efeitos ex tunc, ou seja, os efeitos do ato também são anulados desde a sua formação. No entanto, os efeitos já produzidos perante terceiros de boa fé devem ser mantidos. Questão Errada.

51. (CESPE – TJ/RR 2012 – Analista Processual) No que se refere à formação da vontade, os atos administrativos simples são aqueles que decorrem da declaração de vontade de um único órgão, o qual pode ser tanto singular quanto colegiado.

Quanto à formação da vontade administrativa, os atos administrativos classificam-se em simples, compostos e complexos:

Atos administrativos simples são aqueles que decorrem de uma única manifestação de vontade de um único órgão. Esse órgão pode ser singular (ocasião em que o ato será simples singular) ou colegiado (ocasião em que o ato será simples colegiado). Questão Certa.

52. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) Consideram-se atos enunciativos os que alteram uma relação jurídica, criando, modificando ou extinguindo direitos, dos quais é exemplo o parecer.

Para uma parte restrita da doutrina, os atos enunciativos são os atos que contêm um juízo de valor, uma opinião, uma sugestão ou uma recomendação de atuação administrativa. Constituem exemplos desse tipo de ato as notas técnicas e os pareceres.

Os atos que alteram uma relação jurídica, criando, modificando ou extinguindo direitos são respectivamente os atos constitutivos, modificativos e extintivos. Questão Errada.

Josué, servidor público de um órgão da administração direta federal, ao determinar a remoção de ofício de Pedro, servidor do mesmo órgão e seu inimigo pessoal, apresentou como motivação do ato o interesse da administração para suprir carência de pessoal. Embora fosse competente para a prática do ato, Josué, posteriormente, informou aos demais servidores do órgão que a remoção foi, na verdade, uma forma de nunca mais se deparar com Pedro, e que o caso serviria de exemplo para todos. A afirmação, porém, foi gravada em vídeo por um dos presentes e acabou se tornando pública e notória no âmbito da administração. À luz dos preceitos que regulamentam os atos administrativos e o controle da administração pública, julgue os três itens seguintes, acerca da situação hipotética acima. 53. (CESPE – ANATEL 2012 – Técnico Administrativo) Ainda que as verdadeiras intenções de Josué nunca fossem reveladas, caso Pedro conseguisse demonstrar a inexistência de carência de pessoal que teria ensejado a sua remoção, por força da teoria dos motivos determinantes, o

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falso motivo indicado por Josué como fundamento para a prática do ato afastaria a presunção de legitimidade do ato administrativo e tornaria a remoção ilegal.

A teoria dos motivos determinantes aplica-se tanto aos atos vinculados quanto aos discricionários, mesmo aos atos discricionários em que, embora não fosse obrigatória, tenha havido a motivação.

Significa que a Administração Pública está sujeita ao controle administrativo e judicial (controle de legalidade ou legitimidade) relativo à existência e à pertinência ou adequação dos motivos – fático e legal – que ela declarou como causa determinante da prática de um ato.

Caso seja comprovada a não existência da situação declarada, ou a inadequação da situação ocorrida (pressuposto de fato) e o motivo descrito na lei (pressuposto de direito), o ato será nulo.

Assim, caso Pedro conseguisse demonstrar a inexistência de carência de pessoal que teria ensejado a sua remoção, por força da teoria dos motivos determinantes, o falso motivo indicado por Josué como fundamento para a prática do ato afastaria a presunção de legitimidade do ato administrativo e tornaria a remoção ilegal. Questão Certa.

54. (CESPE – ANATEL 2012 – Técnico Administrativo) Pedro não poderá ingressar em juízo visando à anulação do ato administrativo, visto que é proibido, em qualquer hipótese, o exame pelo Poder Judiciário da conveniência e oportunidade de atos administrativos.

De fato, é vedado ao judiciário analisar a conveniência e oportunidade (mérito) do ato administrativo. No entanto, isso não impede que Pedro ingresse em juízo com uma ação que vise discutir a ilegalidade ou ilegitimidade do referido ato. Questão Errada.

55. (CESPE – ANATEL 2012 – Técnico Administrativo) O ato administrativo que removeu Pedro foi praticado por Josué com desvio de poder e poderá ser anulado por autoridade competente do próprio órgão, desde que haja provocação por parte do interessado, no caso, Pedro.

O excesso de poder e o desvio de poder são modalidades do gênero abuso de poder.

� Excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua esfera de competências.

� Desvio de poder: quando a atuação do agente, embora dentro de sua órbita de competências, contraria a finalidade explícita ou implícita na lei que determinou ou autorizou sua atuação.

O ato administrativo que removeu Pedro foi realmente praticado por Josué com desvio de poder, na medida em que, apesar de ser competente para a prática

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do ato, atuou contrariamente à sua finalidade (que deveria ser a necessidade de pessoal/serviço e não a punição – ou algo equivalente – de servidor desafeto seu).

No entanto, a questão apresenta erro quando afirma que o ato poderá ser anulado por autoridade competente do próprio órgão, “desde que haja provocação por parte do interessado, no caso, Pedro”. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade. Tal anulação prescinde da provocação por parte do interessado. Questão Errada.

56. (CESPE – ANAC 2012 – Analista Administrativo) Os atos vinculados são insuscetíveis de revogação pela administração pública.

Existem determinadas situações, seja pela natureza do ato praticado, seja pelos efeitos por ele já produzidos, que são insuscetíveis de modificação por parte da Administração, com base em critérios de conveniência e oportunidade. Assim, são insuscetíveis de revogação:

� Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos. � Os atos vinculados, por não comportarem juízo de oportunidade e

conveniência. � Os atos que já geraram direitos adquiridos. � Os atos que integram um procedimento. � E, segundo Di Pietro, os meros atos administrativos, como as certidões,

os atestados, os votos e os pareceres.

Questão Certa.

57. (CESPE – ANAC 2012 – Analista Administrativo) O atributo da presunção de legitimidade é o que autoriza a ação imediata e direta da administração pública nas situações que exijam medida urgente.

A presunção de legitimidade é um dos atributos presentes em todos os atos administrativos (tanto para os que imponham obrigações quanto para os que reconhecem ou conferem direitos aos administrados). Significa que se o ato teve origem na Administração, presume-se que é legítimo.

O atributo do ato administrativo que autoriza a ação imediata e direta da administração pública nas situações que exijam medida urgente é a autoexecutoriedade, por meio do qual, o ato administrativo pode ser materialmente implementado diretamente pela Administração, inclusive mediante o uso da força, se necessário, sem a necessidade de obtenção de autorização judicial prévia. Questão Errada.

58. (CESPE – ANAC 2012 – Técnico em Regulação de Aviação Civil) Em razão do princípio da legalidade que vincula a administração, os atos administrativos possuem presunção absoluta de legitimidade.

A presunção de legitimidade é um dos atributos presentes em todos os atos administrativos (tanto para os que imponham obrigações quanto para os que

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reconhecem ou conferem direitos aos administrados). Se o ato teve origem na Administração, presume-se que é legítimo.

Cabe destacar que essa presunção de legitimidade é relativa (Juris tantum, e não absoluta, Juris et de jure). Significa dizer que admite prova em contrário. Importante mencionar ainda que, como decorrência da presunção relativa de legitimidade, cabe ao particular provar a existência de vício no ato administrativo. A esse aspecto dá-se o nome de inversão do ônus da prova. Questão Errada.

59. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) Mediante requisição administrativa, o Estado pode dispor de bem de particular para desenvolver atividade pública, sem a necessidade de pagamento prévio ou posterior de indenização, a despeito de desgaste ou dano ao bem.

Vamos revisar os principais aspectos atinentes à requisição administrativa:

Conforme demonstra o esquema acima, em caso de dano ao bem ou serviço requisitado, o Estado estará obrigado a indenizar. Essa indenização será sempre ulterior. Questão Errada.

60. (CESPE – ANAC 2012 – Especialista em regulação de Aviação Civil) Requisição é o direito real público que possibilita ao poder público usar da propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo.

O conceito de requisição apresentado pelo item está incorreto. A requisição é um instrumento de intervenção estatal na propriedade por meio do qual, em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares, com indenização ulterior, caso ocorra dano no bem ou serviço requisitado. Por meio da requisição, um policial pode requisitar o carro de um particular para perseguir um criminoso, por exemplo. Questão Errada.

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Bom pessoal, terminamos aqui nossa Aula 2.

Na nossa próxima aula, avançaremos nos seguintes tópicos da nossa matéria:

� Evolução da administração pública no Brasil após 1930.

� Reformas administrativas.

� A nova gestão pública.

� Cultura Organizacional.

Força nos estudos e até nossa Aula 3!

“A única coisa que se coloca entre um homem e o que ele quer na vida é normalmente meramente a vontade de tentar e a fé para acreditar que aquilo é possível.”

Richard M. Devos

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3 Questões Utilizadas na Aula

1. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Os termos concentração e centralização estão relacionados à ideia geral de distribuição de atribuições do centro para a periferia, ao passo que desconcentração e descentralização associam-se à transferência de tarefas da periferia para o centro. 2. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo - Área Material e Patrimônio) A desconcentração consiste na criação, pelo poder público, de uma pessoa jurídica de direito público ou privado com a atribuição de titularidade e execução de determinado serviço público. 3. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento - Área Suporte à Gestão) A expressão administração pública, em sentido orgânico, refere-se aos agentes, aos órgãos e às entidades públicas que exercem a função administrativa. 4. (CESPE – CNJ 2013 – Técnico Judiciário - Área Administrativa) As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público interno, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Já as entidades administrativas integram a administração pública, mas não têm autonomia política, como as autarquias e as fundações públicas. 5. (CESPE – CNJ 2013 – Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere que determinada sociedade de economia mista exerça atividade econômica de natureza empresarial. Nessa situação hipotética, a referida sociedade não é considerada integrante da administração indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada como tal, ela deve prestar serviço público. 6. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) As sociedades de economia mista podem revestir-se de qualquer das formas em direito admitidas, a critério do poder público, que procede à sua criação. 7. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às autarquias federais, sejam estas autoras, rés, assistentes ou oponentes, são processadas e julgadas na justiça federal. 8. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta, as empresas públicas são criadas por autorização legal para que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste serviços públicos. 9. (CESPE – TJDFT 2013 – Analista Judiciário - Área Judiciária) Pertence à justiça federal a competência para julgar as causas de interesse das

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empresas públicas, dado o fato de elas prestarem serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado. 10. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo - Área Material e Patrimônio) A empresa pública é pessoa jurídica de direito público, já que seu capital é inteiramente público. 11. (CESPE – Banco da Amazônia S/A 2012 – Técnico Científico - Área Administração) As relações de trabalho nas empresas públicas e sociedades de economia mista, entidades integrantes da administração pública indireta, regem-se pela legislação trabalhista, razão por que seus empregados, embora considerados servidores públicos, não gozam do direito à estabilidade, não se submetem ao estágio probatório, nem são proibidos de acumular cargos e funções públicas. 12. (CESPE – Banco da Amazônia S/A 2012 – Técnico Científico - Área Direito) As empresas estatais exploradoras de atividade econômica ou de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços estão dispensadas de observar os princípios da licitação. 13. (CESPE – TJ/RR 2012 – Analista Processual) As denominadas entidades de apoio não têm fins lucrativos e são instituídas por iniciativa do poder público para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado. 14. (CESPE – TJ/RR 2012 – Analista Processual) Formada mediante a conjugação de capitais público e privado, a sociedade de economia mista é organizada sob a forma de sociedade anônima e prescinde da participação do poder público na sua gestão. 15. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas. 16. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) Embora possuam capital exclusivamente público, as empresas públicas são pessoas jurídicas a que se aplicam, preponderantemente, normas de direito privado. 17. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) Tanto a criação quanto a extinção de órgãos públicos depende da edição de lei específica; contudo, a estruturação e o estabelecimento das atribuições desses órgãos, desde que não impliquem aumento de despesa, podem ser processados por decreto do chefe do Poder Executivo. 18. (CESPE – TRE/RJ 2012 – Técnico Judiciário – Área Administrativa) Quando determinada pessoa jurídica de direito público distribui competências internamente, tem-se um exemplo de processo de descentralização.

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19. (CESPE – TJ/AC 2012 – Técnico em Administração) As autarquias, pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração indireta, poderão, em caráter excepcional, ser criadas por lei infraconstitucional. 20. (CESPE – ANATEL 2012 – Analista Administrativo) Não há relação de subordinação hierárquica entre determinada autarquia e o órgão ou entidade estatal ao qual ela se vincula. 21. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento – Área Suporte à Gestão) A autarquia, mesmo sendo integrante da administração pública indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua criação depende de lei específica. 22. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento – Área Suporte à Gestão) Compreendem-se como entidades da administração direta, dotadas de personalidade jurídica própria, as autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. 23. (CESPE – INPI 2012 – Analista de Planejamento – Área Suporte à Gestão) As fundações legalmente constituídas e estabelecidas no território nacional, por prestarem relevantes serviços de cunho social, são consideradas entidades da administração pública indireta. 24. (CESPE – TRT 10ª Região 2012 – Analista Judiciário – Área Judiciária) As autarquias federais detêm autonomia administrativa relativa, estando subordinadas aos respectivos ministérios de sua área de atuação. 25. (CESPE – MMA 2011 – Analista Ambiental) No âmbito da União, a administração direta compreende os serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos respectivos ministérios, enquanto a administração indireta é exercida por entidades dotadas de personalidade jurídica própria. 26. (CESPE – ECT 2011 – Analista de Correios – Área Administração) As autarquias são dotadas de personalidade jurídica de direito privado; as fundações públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito público. Tanto estas quanto aquelas integram a administração indireta. 27. (CESPE – ECT 2011 – Auxiliar de Enfermagem do Trabalho) Entidade da administração indireta, criada por lei específica, pode ser extinta por ato do Poder Executivo, desde que demonstrada e comprovada sua ineficiência. 28. (CESPE – CNJ 2013 – Analista Judiciário – Área Judiciária) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem do que se denomina poder extroverso, que permite ao poder público editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações.

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29. (CESPE – CNJ 2013 – Técnico Judiciário – Área Programação de Sistemas) Admite-se a anulação de concurso público, pela própria administração, ante a ocorrência de vício insanável e ofensivo aos princípios da igualdade, da competitividade, da moralidade, da impessoalidade e da publicidade. 30. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Especialista em Gestão de Telecomunicações – Área Administrativa) O ato administrativo eficaz é aquele apto a produzir todos os seus efeitos típicos. 31. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Especialista em Gestão de Telecomunicações – Área Administrativa) A ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina a sua anulação deve decorrer expressamente de violação da lei. 32. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Especialista em Gestão de Telecomunicações – Área Administrativa) Os elementos vinculados de um ato administrativo são sempre a competência, a finalidade e a forma. 33. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) Caso um ato administrativo seja expedido sem finalidade pública, ele poderá ser convalidado posteriormente por autoridade superior que estabeleça os motivos determinantes. 34. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) O auto de infração expedido por fiscal e aprovado por sua chefia constitui exemplo de ato composto. 35. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) As portarias que designam servidor para cargo secundário constituem exemplos de atos enunciativos. 36. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) O motivo, que autoriza a prática do ato administrativo, representa um pressuposto subjetivo, por estar relacionado ao agente público, e é reconhecido como requisito de natureza vinculatória. As competências conferidas são definidas em legislação própria, assim como os limites de seu exercício. Dessa forma, a atuação do agente público fica sujeita a um sistema de vigilância que desencadeia repercussão nos casos em que essa atuação gere prejuízos aos particulares. Acerca do controle e responsabilidade dos atos públicos, julgue os itens que se seguem.

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37. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) O controle judicial do ato administrativo pode ser exercido a priori ou a posteriori, mas deve, sempre, ser provocado pela parte interessada. 38. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Administrativa) O ato administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por decisão judicial. 39. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Processual) Quando o vício do ato administrativo atinge o motivo e a finalidade, não é possível a sua convalidação. 40. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Processual) A anulação de ato administrativo pela administração pública independe de provocação e produz efeitos ex tunc. 41. (CESPE – MPE/PI 2012 – Analista Ministerial – Área Processual) A revogação não pode atingir os meros atos administrativos, tais como as certidões e os atestados. 42. (CESPE – MPE/PI 2012 – Técnico Ministerial – Área Administrativa) O princípio da impessoalidade em relação à atuação administrativa impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se, obrigatoriamente, à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência. 43. (CESPE – MPE/PI 2012 – Técnico Ministerial – Área Administrativa) Inerente aos atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteriza-se por ser um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite prova em contrário. 44. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo – Área Técnico em Material e Patrimônio) Em decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial, interditar determinado estabelecimento comercial. 45. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo – Área Técnico em Material e Patrimônio) Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética, esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a que estava vinculado o servidor.

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46. (CESPE – CD 2012 – Analista Legislativo – Área Técnico em Material e Patrimônio) Os atos discricionários praticados pela administração pública submetem-se ao controle do Poder Judiciário, tanto sob o aspecto da legalidade como sob o da moralidade. 47. (CESPE – MPOG 2012 – Analista de Infraestrutura) Os atos administrativos classificam-se, quanto à formação da vontade administrativa, em atos simples, compostos e complexos, constituindo a aposentadoria de servidor público exemplo de ato administrativo complexo. 48. (CESPE – Banco da Amazônia S/A 2012 – Técnico Científico – Área Administração) Os atos administrativos diferenciam-se dos demais atos jurídicos por serem dotados de certos atributos que possibilitam ao Poder Público garantir a supremacia do interesse público sobre o privado, como a imperatividade decorrente do poder extroverso do Estado. 49. (CESPE – TJ/RR 2012 – Administrador) Atos de império, sempre gerais, são todos aqueles que a administração pratica usando de sua supremacia sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento. 50. (CESPE – TJ/RR 2012 – Administrador) Uma vez anulado o ato administrativo, seus efeitos também são anulados, desde a sua formação, portanto, ele não produzirá efeitos para aqueles a quem foi destinado. 51. (CESPE – TJ/RR 2012 – Analista Processual) No que se refere à formação da vontade, os atos administrativos simples são aqueles que decorrem da declaração de vontade de um único órgão, o qual pode ser tanto singular quanto colegiado. 52. (CESPE – TJ/RR 2012 – Técnico Judiciário) Consideram-se atos enunciativos os que alteram uma relação jurídica, criando, modificando ou extinguindo direitos, dos quais é exemplo o parecer. Josué, servidor público de um órgão da administração direta federal, ao determinar a remoção de ofício de Pedro, servidor do mesmo órgão e seu inimigo pessoal, apresentou como motivação do ato o interesse da administração para suprir carência de pessoal. Embora fosse competente para a prática do ato, Josué, posteriormente, informou aos demais servidores do órgão que a remoção foi, na verdade, uma forma de nunca mais se deparar com Pedro, e que o caso serviria de exemplo para todos. A afirmação, porém, foi gravada em vídeo por um dos presentes e acabou se tornando pública e notória no âmbito da administração. À luz dos preceitos que regulamentam os atos administrativos e o controle da administração pública, julgue os três itens seguintes, acerca da situação hipotética acima.

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53. (CESPE – ANATEL 2012 – Técnico Administrativo) Ainda que as verdadeiras intenções de Josué nunca fossem reveladas, caso Pedro conseguisse demonstrar a inexistência de carência de pessoal que teria ensejado a sua remoção, por força da teoria dos motivos determinantes, o falso motivo indicado por Josué como fundamento para a prática do ato afastaria a presunção de legitimidade do ato administrativo e tornaria a remoção ilegal. 54. (CESPE – ANATEL 2012 – Técnico Administrativo) Pedro não poderá ingressar em juízo visando à anulação do ato administrativo, visto que é proibido, em qualquer hipótese, o exame pelo Poder Judiciário da conveniência e oportunidade de atos administrativos. 55. (CESPE – ANATEL 2012 – Técnico Administrativo) O ato administrativo que removeu Pedro foi praticado por Josué com desvio de poder e poderá ser anulado por autoridade competente do próprio órgão, desde que haja provocação por parte do interessado, no caso, Pedro. 56. (CESPE – ANAC 2012 – Analista Administrativo) Os atos vinculados são insuscetíveis de revogação pela administração pública. 57. (CESPE – ANAC 2012 – Analista Administrativo) O atributo da presunção de legitimidade é o que autoriza a ação imediata e direta da administração pública nas situações que exijam medida urgente. 58. (CESPE – ANAC 2012 – Técnico em Regulação de Aviação Civil) Em razão do princípio da legalidade que vincula a administração, os atos administrativos possuem presunção absoluta de legitimidade. 59. (CESPE – TELEBRAS 2013 – Técnico em Gestão de Telecomunicações – Área Assistente Administrativo) Mediante requisição administrativa, o Estado pode dispor de bem de particular para desenvolver atividade pública, sem a necessidade de pagamento prévio ou posterior de indenização, a despeito de desgaste ou dano ao bem. 60. (CESPE – ANAC 2012 – Especialista em regulação de Aviação Civil) Requisição é o direito real público que possibilita ao poder público usar da propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo.

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GABARITO

1 E 11 E 21 E 31 E 41 C 51 C 2 E 12 E 22 E 32 C 42 C 52 E 3 C 13 E 23 E 33 E 43 E 53 C 4 C 14 E 24 E 34 C 44 C 54 E 5 E 15 C 25 C 35 E 45 C 55 E 6 E 16 C 26 E 36 E 46 C 56 C 7 C 17 C 27 E 37 C 47 C 57 E 8 C 18 E 28 E 38 E 48 C 58 E 9 E 19 E 29 C 39 C 49 E 59 E

10 E 20 C 30 C 40 C 50 E 60 E

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4 Referências ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 21 ed. São Paulo: Método, 2013. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2012. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39 ed. São Paulo: Malheiros, 2013. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2012.