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Contabilidade Internacional Rosimary Yuri Arimura MBA GFCA T6 Berrini - Page 1 Prof. Jose Hernandez Perez Junior Maio/2013 Analise os fatos apresentados a seguir e identifique se estão de acordo com as Normas Brasileiras (NBC)/ Internacionais (IFRS) de Contabilidade. Fundamente sua resposta com a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral Correspondente. Caixa e Equivalentes de Caixa 1. A empresa Auditada aplicou recursos em debêntures emitidas por companhia aberta com vencimento para daqui a 24 meses. Esses instrumentos financeiros estão cotados no mercado financeiro por valores superiores aos valores de emissão atualizados porque oferecem taxa atraente de remuneração e tem boa liquidez. Parte desses títulos deverá ser negociada em curto prazo e parte deverá ser mantida até o vencimento.O contador ajustou todos os papéis ao valor de mercado e apropriou a contrapartida no PL Patrimônio Líquido como Ajuste de Avaliação Patrimonial. Os Instrumentos Financeiros de CURTO PRAZO DESTINADOS À NEGOCIAÇÃO foram corretamente ajustados a VALOR JUSTO, no entanto, o contador lançou sua contrapartida no PL incorretamente, pois deveria lançar na DRE no RESULTADOS do PERÍODO (Ganho ou Perda). (ERRO DE CLASSIFICAÇÃO DE AJUSTE). Os Instrumentos Financeiros MANTIDOS ATÉ O VENCIMENTO não deveriam ter sido ajustados a VALOR JUSTO poissão avaliados pelo Custo Amortizado. (ERRO DE AJUSTE) Duplicatas a Receber - Clientes 2. A baixa de duplicatas de devedores incobráveis é efetuada diretamente no Resultado do Exercício após autorização do diretor comercial. NBC TG 30 /CPC 30 Quando houver incerteza acerca do recebimento do valor já reconhecido como receita, tal valor incobrável ou cujo recebimento deixou de ser provável deve ser reconhecido como DESPESA e NÃO como AJUSTE (DEDUÇÃO) da receita originalmente reconhecida. Devedores Duvidosos (há uma possibilidadede receber) Devedores Incobráveis(não vai receber mesmo!) TVM para os quais haja INTENÇÃO ou OBRIGATORIEDADE e CAPACIDADE FINANCEIRA para sua manutenção em carteira até o vencimento. CUSTO AMORTIZADO AJUSTADO AO VALOR RECUPERÁVEL (MENOR) RESULTADO DO PERÍODO - PERDA OU REVERSÃO DA PERDA TVM adquiridos com o propósito de serem negociados CONCEITO AVALIAÇÃO APROPRIAÇÃO DO AJUSTE VALOR JUSTO RESULTADO DO PERIODO - GANHO OU PERDA TVM que NÃO se enquadrem como para negociação NEM como mantidos até o vencimento. VALOR JUSTO PL - AJUSTE de AVALIAÇÃO PATRIMONIAL - GANHO OU PERDA TVM - Títulos e Valores Mobiliários DESTINADOS À NEGOCIAÇÃO DISPONÍVEIS PARA VENDA MANTIDOS ATÉ O VENCIMENTO

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Prof. Jose Hernandez Perez Junior Maio/2013

Analise os fatos apresentados a seguir e identifique se estão de acordo com as Normas Brasileiras (NBC)/

Internacionais (IFRS) de Contabilidade.

Fundamente sua resposta com a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral Correspondente.

Caixa e Equivalentes de Caixa

1. A empresa Auditada aplicou recursos em debêntures emitidas por companhia aberta com vencimento para

daqui a 24 meses. Esses instrumentos financeiros estão cotados no mercado financeiro por valores

superiores aos valores de emissão atualizados porque oferecem taxa atraente de remuneração e tem boa

liquidez. Parte desses títulos deverá ser negociada em curto prazo e parte deverá ser mantida até o

vencimento.O contador ajustou todos os papéis ao valor de mercado e apropriou a contrapartida no PL –

Patrimônio Líquido como Ajuste de Avaliação Patrimonial.

Os Instrumentos Financeiros de CURTO PRAZO – DESTINADOS À NEGOCIAÇÃO foram corretamente ajustados a

VALOR JUSTO, no entanto, o contador lançou sua contrapartida no PL incorretamente, pois deveria lançar na DRE no

RESULTADOS do PERÍODO (Ganho ou Perda). (ERRO DE CLASSIFICAÇÃO DE AJUSTE).

Os Instrumentos Financeiros MANTIDOS ATÉ O VENCIMENTO não deveriam ter sido ajustados a VALOR JUSTO

poissão avaliados pelo Custo Amortizado. (ERRO DE AJUSTE)

Duplicatas a Receber - Clientes

2. A baixa de duplicatas de devedores incobráveis é efetuada diretamente no Resultado do Exercício após

autorização do diretor comercial.

NBC TG 30 /CPC 30 – Quando houver incerteza acerca do recebimento do valor já reconhecido como receita, tal valor incobrável ou cujo recebimento deixou de ser provável deve ser reconhecido como DESPESA e NÃO como AJUSTE (DEDUÇÃO) da receita originalmente reconhecida.

Devedores Duvidosos (há uma possibilidadede receber) ≠ Devedores Incobráveis(não vai receber mesmo!)

TVM para os quais haja INTENÇÃO ou

OBRIGATORIEDADE e CAPACIDADE

FINANCEIRA para sua manutenção em

carteira até o vencimento.

CUSTO AMORTIZADO AJUSTADO AO

VALOR RECUPERÁVEL (MENOR)

RESULTADO DO PERÍODO - PERDA OU

REVERSÃO DA PERDA

TVM adquiridos com o

propósito de serem

negociados

CONCEITO

AVALIAÇÃO

APROPRIAÇÃO DO

AJUSTE

VALOR JUSTO

RESULTADO DO PERIODO -

GANHO OU PERDA

TVM que NÃO se enquadrem

como para negociação NEM como

mantidos até o vencimento.

VALOR JUSTO

PL - AJUSTE de AVALIAÇÃO

PATRIMONIAL - GANHO OU PERDA

TVM - Títulos e

Valores MobiliáriosDESTINADOS À NEGOCIAÇÃO DISPONÍVEIS PARA VENDA MANTIDOS ATÉ O VENCIMENTO

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A contabilidade reconhece a PERDA no momento que considera o DEVEDOR DUVIDOSO! Fazendo um AJUSTE no ATIVO, e em contrapartida lançano RESULTADO como DESPESA, ou seja, o IMPAIRMENT – Ativo DETERIORADO na capacidade econômica de gerar benefícios futuros. E se num próximo momento deixar de gerar um benefício futuro, não sendo mais considerado um ATIVO, será baixado no próprio ajuste! Portanto, o procedimento correto caso este DEVEDOR se torne INCOBRÁVEL, é baixardo AJUSTE e não do RESULTADO como menciona o fato apresentado, pois deste modo não reconhece o AJUSTE, só está baixando no RESULTADO quando é solicitado. Existe também um problema administrativo e de controle: “segregação de funções”, pois quem deveria autorizar a baixa é o diretor geral ou o financeiro e não pelo diretor comercial como menciona a questão.

3. O contador da empresa Auditada registra no Ativo os juros a receber sobre duplicatas a receber vencidas há

mais de 30 dias em contrapartida de receitas financeiras. Regra Geral – procedimento incorreto. A duplicata está vencida portanto já é um DEVEDOR DUVIDOSO e por isso não procede o contador: “registrar no Ativo os juros a receber sobre duplicatas a receber vencidas há mais de 30 dias em contrapartida de receitas financeiras.” Se fosse o caso de Duplicatas a PAGAR, daí sim, faria o ajuste! Os juros desta duplicata vencida poderá ser recebida pela empresa, mas não é certo seu recebimento, é PROVÁVEL, portanto passa a ser um ATIVO CONTINGENTE! E neste caso, se faz somente a divulgação em NOTA EXPLICATIVA (valor). Desnecessária a divulgação caso o GANHO seja remoto ou possível! Se houver uma negociação entre as partes sendo aceita como parte de pagamento uma nota promissória, por exemplo, efetua-se a baixa da duplicata, passando a ter um ATIVO representado pela NOTA PROMISSÓRIA aceita, sendo o valor do Juros acordado lançado no RESULTADO.

4. A empresa Auditada não atualiza as Faturas de Exportação a Receber de acordo com a variação cambial incorrida no mês. O contador explicou que a variação cambial é reconhecida totalmente na liquidação da fatura. Esse procedimento é adotado para evitar a tributação do ganho de variação cambial antes do recebimento financeiro. Procedimento Incorreto, pois a empresa Auditada não está avaliando a VALOR JUSTO. A fatura de Exportação pode ser em DOLAR (U$) por exemplo, mas o valor entrará na empresa em REAIS! Portanto, o VALOR JUSTO em REAIS é o valor do DOLAR (U$) emREAIS atualizado pela TAXA DO FECHAMENTO DO DIA → Classificação em Nível 2 no que se refere a descrição do nível de hierarquia do Valor Justo, pois o objeto aqui de conversão é a FATURA DE EXPORTAÇÃO EM DOLAR e não o papel MOEDA em si, que seria classificada em Nível 1, visto que existe um mercado ativo da Taxa de Câmbio e que neste caso, utiliza como referência e atualiza a FATURA. O contador ao fundamentar seus lançamentos está confundindo a norma contábil com procedimento fiscal. Pelo aspecto fiscal, a empresa pode optar em reconhecer a variação cambial pelo regime de caixa ou competência e aqui o faz, pelo regime de caixa, mas contabilmente deverá reconhecer a variação cambial pelo regime de competência. (IFRS) No caso de existirem na empresa transações cujos termos são determinados numa outra moeda que não a moeda funcional da entidade, é necessário seguir a regra do IAS 21 de contabilização de transações em moeda estrangeira. É o caso de exportação, importação, concessão/captação de empréstimos, que devem ser integrados à contabilidade da empresa. O procedimento de cálculo e contabilização é o seguinte: inicialmente, no momento da transação, deve-se converter os valores pela taxa de câmbio da data da transação; nos períodos posteriores, os itens monetários são convertidos pela taxa de fechamento (do balanço) e contabilizados na DRE receita e despesa. Já os itens não monetários são contabilizados diretamente no PL, tendo um cálculo diferenciado dependendo do registro feito: a parcela desses itens que são registrados ao custo histórico é convertida pela taxa histórica (data da transação); e a registrada pelo valor justo (fair value) pela taxa da data da determinação do valor justo.

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5. A empresa Auditada vende seus produtos em 7 pagamentos sem Juros, pois na composição do preço de venda já embute o custo financeiro. O sistema contábil registra as vendas e as correspondentes contas a receber pelo valor nominal. Não há ajuste a valor presente. Procedimento Incorreto. O aspecto importante a observar é a “ESSÊNCIA SOBRE A FORMA”, pois exemplificando, caso exista um valor a receber no valor nominal de R$ 1000 (=valor futuro), tendo os juros embutidos, p.ex de R$ 200 (=receita financeira), portanto a receita comercial é de R$ 800. Portanto, na “FORMA”, a receita de venda da empresa é de R$ 1000, mas na sua “ESSÊNCIA”, o valor é de R$ 800! O contador observou somente a “FORMA” não a sua “ESSÊNCIA”! Não separou do valor nominal a parte correspondente a receita comercial da financeira, consequentemente não apropriou adequadamente esta receita financeira, ou seja, de acordo com o vencimento das parcelas em REGIME DE COMPETÊNCIA. Assim como não avaliou o ATIVO a VALOR JUSTO, pois lançou como contas a receber os R$1000, mas este não é o VALOR JUSTO e sim os R$800, portanto deverá ajustar a VALOR PRESENTE. NBC TG 12 – Ativos e passivos monetários com Juros implícitos ou explícitos embutidos devem ser mensurados pelo Valor Presente quando do seu reconhecimento inicial, por ser este o valor de Custo Original dentro da filosofia de Valor Justo(Fair Value).Por isso, quando aplicável, o custo de ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida; ou então a conta de receita, despesa ou outra conforme a situação. A esse respeito, uma vez ajustado o item não monetário, não deve ser mais submetido a ajustes subsequentes no que respeita à figura de juros embutidos. Ressalte-se que nem todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao efeito do ajuste a valor presente; por exemplo, um ítem não monetário que, pela sua natureza, não está sujeito ao ajuste a valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e serviços.

Estoques

6. A empresa Auditada realiza boa parte de suas compras na modalidade FOB – Free on board. O frete pago aos transportadores é agregado ao custo dos estoques adquiridos influenciando o cálculo do custo médio. Procedimento CORRETO. O custo dos estoques deve compreender todos os custos de aquisição, transformação e outros custos incorridos para trazer dos estoques ao seu local e condição de consumo ou venda. A definição de custo de aquisição descreve como: “saída imediata ou futura de recursos financeiros para aquisição de bens e serviços, menos impostos recuperáveis e mais gastos necessários para transporte e colocação em condições de venda ou consumo.” Muitas vezes, a nota da aquisição da mercadoria poderá vir separada do frete, portanto é dada entrada de mercadoria no estoque e posteriormente é computada o valor do frete, provocando alteração do custo médio para mais. CUSTO DO ESTOQUE → pgto ao fornecedor (-) impostos recuperáveis (+) gastos e outros para tiver para colocar o estoque em utilização. NBC TG 30 /CPC 30 - Na modalidade FOB o valor paga pelo comprador inclui somente o valor da mercadoria. Assim sendo, o gasto do frete e do seguro é de responsabilidade do comprador. A responsabilidade do vendedor está limitada a “por a mercadoria a bordo” do veículo do comprador ou de quem este indicar para o transporte. Os gastos incorridos no transporte da mercadoria do estabelecimento do vendedor até o estabelecimento do comprador devem ser acrescentados ao custo da aquisição da mercadoria para fins de determinação do valor que será incorporado ao estoque.

7. A administração da empresa Auditada não realiza o inventário físico de seus estoques porque tem bom controle sobre o estoque de matéria prima e produtos acabados e não pode parar a produção para inventariar produtos em processo. Não é um problema contábil e sim um problema administrativo de CONTROLE, pois mesmo tendo um “bom sistema de controle do estoque”, existe uma movimentação no período, incluindo o estoque inicial mais o que foi comprado, menos o consumido ou vendido, apresentando o estoque final. No entanto, não há confiabilidade nos dados apresentados comparando a sua ficha de estoque e o saldo final apresentado, pois poderá haver neste intervalo de tempo, uma quebra ou erro na entrada ou saída, então para VERIFICAR o fato real, deverá ser efetuado a CONTAGEM DO ESTOQUE. Portanto, se não houve a CONTAGEM DO ESTOQUE, o contador NÃO está SEGURO que o

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SALDO esteja correto, portanto irá fazer uma NOTA EXPLICATIVA, alertando o usuário que o SALDO apresentado não é totalmente CONFIÁVEL, pois a empresa NÃO realizou o INVENTÁRIO FÍSICO. E que este VALOR DO ESTOQUE influencia diretamente no CUSTO, pois se existe um ESTOQUE MAIOR, colocar R$ 1 a mais, a contrapartida está no RESULTADO, na RECEITA com uma ↓ da DESPESA, com um CUSTO MENOR, LUCRO MAIOR!! Um R$1,0 no ATIVO é um R$ 1,0 no RESULTADO, por isso o CONTROLE DO ESTOQUE é IMPORTANTE, pois permite FRAUDES por meio da MANIPULAÇÃO dos ESTOQUES! Por isso também a importância do INVENTÁRIO FÍSICO, a contagem propriamente dita! Característica Qualitativa de Melhoria → VERIFICABILIDADE (ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar). NBC 16 – ESTOQUES – Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Ovalor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente tributáveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser

deduzidos na determinação do custo de aquisição.

8. Durante o acompanhamento do inventário físico de produtos acabados em 31 de dezembro de 200ª o auditor constata a existência de diversos produtos separados e identificados como já vendidos, com cópias de notas fiscais com data de emissão em 30 de dezembro de 200ª. Obtém a informação que os produtos serão enviados aos clientes nos primeiros dias de 200B, mas serão contabilizados como receitas de vendas e registradas no livro fiscal Registro de Saídas da data de emissão de notas fiscais. Procedimentos Incorretos: a empresa não vai incluir no inventário este estoque, baixando do estoque, vai considerar

como vendido, receita de venda, vai apropriar o custo no resultado e vai lançar também no livro fiscal de saída.

Ativo: Contas a receber, Estoques

Passivo: Impostos a recolher

Resultado: receita de vendas, custo das vendas, impostos sobre vendas

CPC 30 – RECONHECIMENTO DAS RECEITAS – a emissão da nota fiscal em 30/12/200ª é somente um ato

administrativo! O registro no livro fiscal Registro de Saídas deverá acontecer no dia de “fato” da saída dos produtos,

sendo fato gerador da cobrança de impostos, se houver, IPI e ICMS e contabilizados como Receitas de Vendas no dia

em que forem devidamente ENTREGUES, transferindo ao comprador os RISCOS, BENEFÍCIOS e CONTROLE de tais

bens. O faturamento poderá então ser efetuado, dependendo da negociação acordada, sendo então a entrega o fato

gerador de tributação - PIS/COFINS. Portanto, é ainda ESTOQUE da EMPRESA(afeta POSIÇÃO PATRIMONIAL),

podendo ser reclassificado, mas continua ainda dentro da empresa sob CONTROLE e RESPONSABILIDADE dela, por

isso NÃO deve RECONHECER a RECEITA (REGIME DE COMPETÊNCIA), ou seja, ANTECIPAR A RECEITA, nem ANTECIPAR

o fato gerador de IMPOSTOS, prejudicando financeiramente a empresa, pois também não é devido. O RESULTADO

também está incorreto devido ao reconhecimento da RECEITA NÃO REALIZADA e sua contrapartida que é o CONTAS

A RECEBER também indevido, pois não exerce o DIREITO de RECEBER!

9. A empresa Auditada importa matéria prima e contabiliza no estoque a variação cambial sobre os passivos

em moeda estrangeira decorrentes da importação de matéria prima. Procedimento Incorreto → deve ser contabilizado no RESULTADO. Exemplificando, se a empresa compra uma matéria prima importada de U$ 1000 e chegou hoje. É contabilizada no estoque de U$ 1000 onde ao ser convertida (taxa de câmbio R$ 2) é lançado R$ 2000 e em contrapartida no Passivo, uma obrigação de U$ 1000, sendo seu VALOR JUSTO de R$ 2000. Em um próximo momento, houve uma variação do câmbio, passando o DOLAR a valer R$2,10, portanto se faz um AJUSTE na obrigação, que passa a R$ 2100, ou seja

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uma VARIAÇÃO CAMBIAL de R$ 100 em contrapartida, no RESULTADO, uma DESPESA FINANCEIRA, portanto NÃO CONTABILIZA no ESTOQUE e sim no RESULTADO em regime de COMPETÊNCIA. Nota Explicativa → Conversão de Operações em Moeda Estrangeira e Moeda Funcional – os direitos e obrigações monetários denominados em moedas estrangeiras são convertidos às taxas de câmbio vigentes na data das demonstrações contábeis. As receitas de vendas, custo e despesas denominadas em moedas estrangeiras são convertidas pela taxa média de câmbio do mês de suas ocorrências. A moeda funcional da empresa é o Real (R$).

10. Ao comparar o custo da produção deste período com o do período anterior, o auditor constatou uma redução no custo de depreciação. Segundo o gerente de custos, as taxas de depreciação foram reduzidas pela metade por orientação da diretora comercial porque houve redução no preço de vendas para acompanhar a concorrência e para que a margem de lucro não fosse comprometida ajustaram o custo por meio da redução da depreciação. Procedimento Incorreto. É uma FRAUDE! Houve uma “maquiada” nos RESULTADOS! Apresenta um problema Administrativo de CONTROLE e de SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES. Os reflexos deste erro se apresentam: 1) o Valor atribuido ao CUSTO DO ESTOQUE está errado, ou seja, está sub-avaliado(=menor do que deveria), não é o VALOR JUSTO, pois não agregou o valor da depreciação adequadamente; 2) do produto que já foi vendido, o CUSTO DAS VENDAS também está menor, resultando num LUCRO MAIOR; Portanto, o ESTOQUE está MENOR, o CUSTO está MENOR e o LUCRO está MAIOR! O imposto sobre este LUCRO também fica MAIOR! 3) no ATIVO IMOBILIZADO está SUPERAVALIADO, consequência do Valor da DEPRECIAÇÃO ter sido considerada pela METADE, então o VALOR CONTÁBIL que corresponde ao CUSTO DE AQUISIÇÃO diminuido da DEPRECIAÇÃO acumulada correspondente; justificando portanto o VALOR CONTÁBIL MAIOR. O reconhecimento da depreciação dos bens operacionais das empresas é um importante componente na formação do resultado destas e, para as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real, de suma importância na determinação de impostos e contribuições.Os bens operacionais (imobilizados) têm um prazo determinado de vida útil finito e em decorrência do seu uso, ou mesmo obsolescência, se desgastam. Essa diminuição de utilidade e de valor deve ser reconhecida através da denominada depreciação contábil.Considerando-se que o valor da depreciação afeta negativamente o resultado do exercício, pois se classifica como uma despesa, conclui-se que em uma empresa lucrativa, sob uma ótica tributária, deseja-se que sejam maiores os débitos dedutíveis de depreciação, pois haverá imediata redução do Imposto de Renda e da Contribuição Social.Por outro lado em uma empresa com baixa lucratividade possivelmente é interessante que as despesas de depreciação sejam apropriadas em um lapso maior de tempo, postergando-se o reconhecimento de tais encargos. Nesse contexto, um aspecto importante trata das taxas de depreciação fixadas pela Receita Federal do Brasil (IN SRF 162/1998 e IN SRF 130/1999) e a possibilidade destas serem alteradas para mais ou para menos.

11. Devido ao terremoto ocorrido no Japão, a empresa Auditada teve redução temporária significativa no volume de produção e vendas porque depende de peças importadas do Japão. Para que não ocorresse aumento no custo unitário da produção devido à menor diluição dos custos fixos, o gerente de custos resolveu apropriar parte dos custos fixos diretamente no resultado do período como outras despesas operacionais. Procedimento correto pois o que está sendo apurado aqui é o CUSTO DE OCIOSIDADE – o grande efeito da ociosidade sobre as demonstrações financeiras é lançar parte dos CUSTOS DIRETAMENTE no RESULTADO ao invés de incorporá-los ao CUSTO DE PRODUÇÃO e consequentemente aos CUSTOS DOS ESTOQUES. Conceitualmente, a OCIOSIDADE é o potencial NÃO utilizado, parcial ou integral, de produção (máquina ou fábrica). Geralmente são compostos por elementos de natureza FIXA (p.ex: custos de manutenção, seguros, aluguéis, depreciação, etc, uma vez que são esses custos que continuam a ser incorridos em caso de reduçaõ do nível de produção ou de parada total da produção.

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Exemplificando – CUSTO FIXO NÃO depende do VOLUME DE PRODUÇÃO!

CUSTO FIXO VOLUME PRODUÇÃO CUSTO / UNIDADE LANÇAMENTO - CUSTO

12000 10000 1,20 12000

12000 4000 3,0 - NÃO PODE!!! USAR 1,2 4800

6000 RESULTADO – PERDA DA CAPACIDADE OCIOSA

(OUTRAS DEPESAS)x 1,2

7200

*ATENÇÃO!! Não confundir CAPACIDADE OCIOSA com RESERVA PRODUTIVA! P.Ex: Capacidade Instalada 15000 unid Produção Normal 10000 unid Diferença 5000 unid(RESERVA PRODUTIVA= Capacidade Nominal Instalada – Produção Normal!) Real 4000 unid ( MOTIVO = fora do controle da empresa!)

OCIOSIDADE = 10000 – 4000 = Volume de Produção REAL ficou MENOR que o NORMAL, devido a algum FATO EXTRAORDINÁRIO fora do controle da empresa!! Pois se fosse uma sazonalidade normal esta seria considerada antecipadamente na determinação do volume de produção! Também NÃO se pode agregar ao CUSTO DO ESTOQUE a PERDA COM CAPACIDADE OCIOSA, portanto é RESULTADO!.

12. A empresa Auditada mantém em estoque o produto ALFA cujo custo de produção foi $ 20 e o valor de

mercado é de $ 18 e o produto BETA cujo custo de produção também foi de $ 20 e o valor de mercado é $ 25. Considerando que a mais valia do produto BETA compensa a menos valia do produto ALFA, o contador JULGOU desnecessário efetuar qualquer ajuste ao valor de mercado.

ALFA BETA Total

Custo Produção 20 20 40

Valor Mercado 18 25 43

Ganho ou Perda (2) 5

O contador analisou os totais apresentados e “julgou” não ser necessário o ajuste, compensado uma perda provável com um ganho provável, no entanto, este procedimento está incorreto, pois não se permite fazer tais compensações, portanto se deve analisar cada caso separadamente!Deve ser RECONHECIDO um AJUSTE DE ALFA, reconhecendo uma PERDA DE 2, no ativo de 20 para 18 e no caso de Beta, não há fato a ser reconhecido!

13. A empresa Auditada planta e colhe soja. Parte da colheita é destinada à negociação e parte será consumida

no processo de produção de óleo vegetal. (I) estoque destinado à negociação foi avaliado ao valor de mercado em contrapartida do Resultado do Exercício. (II) O estoque destinado à produção de óleo foi avaliado ao custo de produção (sementes, adubo, mão de obra de plantio e colheita e outros). Na mensuração inicial, ambos (I) e (II) devem ser mensurados a VALOR JUSTO. Logo, o estoque destinado à produção de óleo foi mensurado indevidamente ao custo de produção, ou seja, deveria ter sido avaliado a VALOR JUSTO. A partir daí, se mantiver o estoque da maneira apresentada e houver modificação nos valores do VALOR JUSTO, o estoque destinado à NEGOCIAÇÃO deverá sofrer AJUSTES CONCOMITANTEMENTE, no entanto o mesmo EFEITO não ocorrerá com o estoque destinado à PRODUÇÃO DE ÓLEO, ou seja, não ajusta mais!

CPC 20 – Ativo Biológico e Produto agrícola – um ativo biológico destinado à venda (commodity) deverá ser mensurado ao valor justo, menos o custo de vender no momento do reconhecimento inicial e no final de cada período de competência, exceto para os casos em que o valor justo não possa ser mensurado de forma confiável. Um

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ganho ou perda proveniente da mudança no valor justo, menos custo de vender, de um ativo biológico reconhecido no momento inicial até o final de cada período deverá ser incluído no resultado líquido do exercício em que teve origem. No caso de produtos agrícolas destinados à venda colhido/extraído de ativos biológicos também serão mensurados a valor justo, menos o custo de vender, no momento da colheita. O produto agrícola destinado a consumo e transformação no processo produtivo deverá ser mensurado ao valor justo, menos o custo de vender, no momento da colheita o que sera considerado como seu CUSTO de AQUISIÇÃO ou FORMAÇÃO.

14. A empresa Auditada produz durante o período de fevereio a dezembro de cada ano. Em janeiro de cada

ano, há uma parada para férias e reparos do imobilizado. Os valores gastos nesse período são estimados e apropriados como custo da produção do período de produção anterior em contrapartida de provisão registrada no passivo. A provisão fica registrada no Passivo na data do balanço. A questão aqui se refere a DEFINIÇÃO do que se compreende por PASSIVO, que por definição é uma OBRIGAÇÃO PRESENTE da entidade proveniente de EVENTOS PASSADOS cuja liquidação se espera que resulte em uma SAÍDA DE RECURSOS da entidade que incorporam benefícios econômicos. Define-se como PROVISÃO, um PASSIVO de prazo ou valor incertos. O fato aqui é que somente em janeiro é que haverá gastos referentes à férias e reparos do imobilizado, gerando um PASSIVO aser liquidado no futuro; portanto procedimento INCORRETO, fazer uma ESTIMATIVA dos gastos, APROPRIAÇÃO no custo da produção anterior em contrapartida o registro de uma PROVISÃO registrada no PASSIVO na data do balanço. Este PASSIVO é FICTÍCIO, não existe, pois o serviço só será efetuado em janeiro quando houver a parada, consequentemente, haverá prestação dos serviços de reparos do imobilizado, gerando uma OBRIGAÇÃO PRESENTE, um PASSIVO a ser liquidado em futuro próximo!

Outros Ativos Circulantes

15. A empresa Auditada instalou um escritório de vendas na região Nordeste e o contador abriu uma conta de Despesas Antecipadas na qual registrou todos os gastos incorridos até o início das operações do escritório, tais como, aluguel, salários e encargos de funcionários, treinamento do pessoal e outras despesas. A amortização foi iniciada quando o escritório entrou em operação e será efetuada pelo período de cinco anos, conforme legislação fiscal. Procedimento Incorreto, pois utilizando como referência de DESPESA ANTECIPADA - SEGUROS pagos a vista, passa a ter DIREITOS, ou seja é um ATIVO e lança no RESULTADO como DESPESAS todo o mês de vigência. No caso relatado, lançou os gastos no ATIVO, no entanto, NÃO atende a definição de ATIVO, pois NÃO é um DIREITO da empresa; portanto deverá ser lançado no RESULTADO. Consequentemente, também não procede a “amortização” relativa efetuada.

16. A empresa Auditada contratou seguro contra sinistros que possam ocorrer em seus veículos e efetuou o

pagamento do prêmio à vista para aproveitar o desconto concedido pela seguradora. O contador contabilizou o valor pago no Ativo DIFERIDO e está efetuando a amortização pelo prazo de vigência da apólice. Houve um erro de CLASSIFICAÇÃO DA CONTA, pois não existe ATIVO DIFERIDO e este erro não afeta o RESULTADO. O contador deve contabilizar como DESPESA ANTECIPADA no ATIVO CIRCULANTE sendo correta a amortização pelo prazo de vigência da apólice.

Realizável a Longo Prazo

17. A empresa Auditada apurou PREJUÍZO FISCAL nos últimos anos e o contador contabilizou no ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO os impostos a recuperar sobre esses prejuízos. Como a empresa ainda está em fase de implantação e suas operações ainda não atingiram os níveis ideais, não há expectativa de geração de lucros nos próximos anos. O contador não efetuou qualquer ajuste ao valor recuperável.

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Prejuízo Fiscal é a situação onde a empresa apresentou mais despesas do que receitas. Quando a empresa tem LUCRO FISCAL gera IMPOSTOS A PAGAR, quando têm PREJUÍZO FISCAL gerando um CRÉDITO de IMPOSTOS A RECUPERAR, classificado como um DIREITO, neste caso um ATIVO FISCAL DIFERIDO da empresa. A contabilização no ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO está correto, no entanto, relata-se não haver expectativa de geração de lucros nos próximos anos, portanto os CRÉDITOS obtidos não serão compensados; portanto deve-se fazer o IMPAIRMENT DO ATIVO FISCAL DIFERIDO, um AJUSTE ao VALOR RECUPERÁVEL do ATIVO DIFERIDO. É semelhante a uma conta a receber, no entanto, neste caso, o recebimento é duvidoso....Não é que ele vai receber, mas vai realizar, deixando de pagar no futuro, pois para realizar este ATIVO, tem que haver LUCRO no FUTURO para poder compensar, o que não parece ser provável no caso apresentado.

18. Um fornecedor da empresa Auditada não cumpriu cláusulas contratuais de fornecimento de matéria prima.

A empresa entrou com ação judicial para cobrar indenizações previstas no contrato. De acordo com advogados as chances de a empresa ganhar a causa é alta devido às provas de que dispõe, mas o processo deverá levar longo tempo para ser decidido. Considerando os fatos, o contador reconheceu no ATIVO REALIZÁVEL a LONGO PRAZO as indenizações a receber e em contrapartida apropriou ganhos com multas no RESULTADO. Procedimento INCORRETO, pois se refere a um ATIVO CONTINGENTE que não deve ser reconhecido, exceto se já tiver sido TRANSITADO e JULGADO, ou seja, sem admissão de recursos. A situação apresentada é provável o recebimento, mas não é certo; portanto classificado como um ATIVO CONTINGENTE que deverá ser mencionado em NOTA EXPLICATIVA. ATIVO CONTINGENTE = definido como um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.

Investimentos

19. A empresa Auditada adquiriu ações de outra empresa que está com sérias dificuldades operacionais e financeiras apresentando situação de PASSIVO a DESCOBERTO. Esse investimento foi justificado por expectativa de lucratividade futura que poderá ser obtida caso a empresa investida consiga superar as dificuldades financeiras que está atravessando e está registrado no ativo da empresa Auditada pelo Custo histórico de Aquisição. A empresa que apresenta situação de Passivo a Descoberto tem maior Passivo que Ativo, não tem riqueza e sim pobreza. A chance da empresa Auditada obter algum lucro na aquisição destas ações é que a empresa investida consiga apresentar resultados positivos (=lucros), portanto é necessário fazer um AJUSTE ao VALOR RECUPERÁVEL, o IMPAIRMENT. Exemplificando, se o ativo estiver avaliado a $1000 (valor de custo), se faz um ajuste de ($ 1000), pois o valor recuperável é zero, sendo o saldo “zerado”, lançando no resultado uma PERDA de $ 1000.

Auditoria de Imobilizado

20. Ao caminhar pela fábrica, o auditor observa que diversas máquinas e equipamentos de uma linha de produção estão desativados. Questionado sobre o fato, o gerente da produção informa que aquela linha de produção fabricava o produto Xistol que foi retirado de linha porque oferecia riscos aos consumidores e a empresa foi impedida de produzi-lo. Como aquelas máquinas e equipamentos somente serviam para fabricar o produto Xistol, o gerente de produção informou que deverão ser vendidas como sucata. Essas máquinas e equipamentos estão registrados no Ativo Imobilizado pelo Valor de Custo de Aquisição menos a deprecição acumulada. O contador informou que estão sendo depreciadas normalmente que o valor como sucata é menor que o contábil. As máquinas e equipamentos em questão não são mais classificadas em ativo imobilizado, pois elas não estão mais em operação, devendo ser transferidas para o ativo circulante, onde não sofrerá mais depreciação, sendo

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reclassificados em ativos destinados à negociação, porque deverá vender (=sucata). O Valor de venda é menor que o valor contábil, portanto fazer um ajuste ao valor recuperável pela venda(não mais pelo uso!). Exemplificando, se o valor de custo do imobilizado for $ 100 menos a depreciação acumulada de ($30), sendo o valor contábil final de $70. No momento que não está mais em operação, transfere-a do imobilizado para ativo circulante, onde não sofrerá mais depreciação, estando disponível à negociação pois será vendida. Faz-se o ajuste ao valor recuperável pela venda de p.ex de $ 60 e em contrapartida no RESULTADO como uma PERDA na linha de outras.

21. A empresa Auditada deprecia o imobilizado de acordo com a tabela de vida útil divulgada pelas autoridades fiscais (imposto de renda). A administração alega que não possui informações suficientes para determinar a vida útil do imobilizado. Procedimento Incorreto, pois o imobilizado deve ser depreciado de acordo com a vida útil. A administração tem que estimar a vida útil; ou seja o USUÁRIO! O contador tem que orientar a administração.

22. A empresa Auditada está construindo um imóvel para uso próprio. O contador classificou este imóvel como

Obras em Andamento no grupo do Imobilizado e está agregando todos os custos incorridos na construção, inclusive parte dos juros sobre empréstimos que a empresa tomou para financiamento de capital de giro. A classificação efetuada pelo contador das Obras em Andamento no grupo do Imobilizado está correto, sendo também correta, a alocação de todos os custos incorridos na construção, inclusive de parte dos juros sobre empréstimos que a empresa tomou para financiamento do capital giro. P.ex: se a obra consome $50 no ativo, tem $80 de empréstimo no passivo – caso não tivesse $50 na obra, este numerário estaria no caixa da empresa e precisaria somente de$30 para o seu capital de giro! Portanto, na “FORMA”, tomou $80 de empréstimos para CAPITAL DE GIRO, mas em sua “ESSÊNCIA” utiliza parte para obras e parte para o capital de juros. O pagamento dos JUROS referentes a este empréstimo será apropriado PARTE de seus JUROS serão alocados ao CUSTO da OBRA e PARTE como DESPESA FINANCEIRA.

23. A empresa Auditada adquiriu máquinas e equipamentos para montagem de linha de produção de um novo

produto. Devido à entrada de novos concorrentes no mercado, as vendas desse produto estão abaixo do mínimo estabelecido no projeto de aquisição dessas máquinas e equipamentos. A área de marketing está pessimista quanto à recuperação do mercado e não está encontrando alternativas para utilização da capacidade ociosa das máquinas e equipamentos. As máquinas estão registradas no Imobilizado pelo Custo de Aquisição e estão sendo depreciadas normalmente. Existe um Indicador Externo (=queda significativa do valor do mercado do ativo ou produto ou serviço por ele gerado; alterações desfavoráveis no ambiente operacional) e Interno (=evidência de obsolescência ou dano; mudanças estratégicas ou operacionais desfavoráveis; desempenho abaixo das previsões) que conduz a realização do TESTE DE IMPAIRMENT – Perda do Valor Recuperável; ou seja a administração deverá fazer a comparação do VALOR CONTÁBIL com o VALOR RECUPERÁVEL pelo uso(fluxo de caixa descontado) ou pela venda. Não é porque existe o INDICADOR é que haverá o AJUSTE, mas este será efetuado ou não através dos resultados do TESTE de IMPAIRMENT.

24. Os gastos de manutenção da frota de veículos da empresa Auditada são apropriados numa conta do

Imobilizado e depreciados com base na vida útil dos veículos. Procedimento Incorreto. O correto é lançar os gastos de manuntenção da frota de veículos como DESPESA. Não se deve confundir MANUTENÇÃO com REPARO ou REFORMA! MANUTENÇÃO é DESPESA, o REPARO pode ser ativado se o valor for relevante. P.ex: aviação civil – a cada dois anos ocorre a parada para REPAROS de peças desgastadas – custo elevado com duração aproximada de dois anos; portanto é ativado e depreciado em nos próximos dois anos. No caso de ser um componente significativo – turbina do avião, é considerado um ítem específico, onde se tira de um avião e coloca em outro – ítem do ativo imobilizado. Um veículo onde não foi colocado óleo e o motor fundiu. Faz-se a substituição do motor, sendo que o motor fundido será dado como parte de pagamento de um novo, gerando uma receita, apropria o custo e baixa o custo e agrega ao veículo o motor novo. Se for uma REFORMA, daí aumenta a vida útil, faz-se uma nova estimativa.

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25. A empresa Auditada alugou um terreno por período de 10 anos e construiu com recursos próprios um galpão para depósito de matéria prima. Considerando que o terreno não pertence à empresa e, consequentemente, o galpão também não é de sua propriedade, o contador registrou todos os custos da construção diretamente no resultado do período da construção como RESULTADO de OPERAÇÕES NÃO RECORRENTES. Procedimento INCORRETO. O correto é o registro de todos os custos da construção no Ativo Imobilizado, mesmo não sendo propriedade da empresa, pois atende aos critérios de reconhecimento de um ATIVO descrito como um RECURSO (bem ou direito) CONTROLADO pela entidade como resultado de EVENTOS PASSADOS e do qual se espera que resultem FUTUROS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS para a entidade.

Intangível

26. A empresa Auditada fabrica produtos de tecnologia de ponta e mantém um departamento de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Produtos. No ativo da empresa há uma conta no grupo Intangível na qual são apropriados todos os gastos incorridos com o pessoal alocado a esse departamento assim como parte das despesas administrativas calculadas por rateios. Periodicamente, o contador analisa os gastos apropriados nessa conta e baixa para o resultado os gastos mais antigos numa base PEPS – primeiro que entra, primeiro que sai, mantendo nessa conta os gastos incorridos nos últimos dois anos. Há um problema de CONTROLE, deve-se segregar as atividades de PESQUISA e de DESENVOLVIMENTO. Procedimento Incorreto, pois os gastos incorridos com o pessoal alocado, assim como parte das despesas administrativas calculadas por rateios devem ser apropriados como DESPESASna fase da PESQUISA, visto que não existe um ATIVO e somente poderia ser ativado os GASTOS incorridos com o DESENVOLVIMENTO(= tudo que for relativo ao CUSTO), sendo depois amortizado pela vida útil. Portanto, o procedimento na base PEPS também está incorreta, não existindo tais lançamentos no resultado por esta metodologia.

27. A empresa Auditada adquiriu os direitos de uso de um novo programa de Gestão Empresarial e contratou

uma consultoria para implantação desse programa. O contador abriu uma conta no Intangível e apropriou os custos do direito de uso, da consultoria, dos salários e encargos dos funcionários alocados no processo de implantação e dos custos de treinamento do pessoal que irá utilizar o programa. O contador apropriou corretamente na conta do Intangível:

os custos do direito de uso,

da consultoria (considerando CUSTO DO ATIVO até o momento em que estará pronto para usar),

dos salários e encargos dos funcionários alocados no processo de implantação; Mas, deveria ter lançado em DESPESAS (RESULTADO), os CUSTOS DE TREINAMENTO DO PESSOAL que irá utilizar o programa, pois se refere ao CAPITAL INTELECTUAL sobre a qual a EMPRESA NÃO tem o CONTROLE, ou seja NÃO é ATIVO.

28. A empresa Auditada desenvolveu uma MARCA que foi registrada nos órgãos competentes. O contador

registrou no Intangível o custo de desenvolvimento e registro da marca. Os produtos lançados com essa marca tiveram grande aceitação no mercado e a marca se tornou valiosa. Uma empresa de consultoria foi contratada para determinar o valor de mercado que a marca poderia alcançar numa eventual venda. O laudo de avaliação da consultoria apresentou valor da marca muito maior que o registrado contabilmente. Com base nesse laudo, o contador atualizou o valor contábil da marca ao valor apresentado no laudo e registrou a contrapartida no PATRIMÔNIO LIQUIDO na conta AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL. Se a empresa registrou a MARCA, passou a ter o CONTROLE, ou seja, é um ATIVO da empresa. Procedimento correto registrar no Intangível: o custo de desenvolmento e registro da marca. No entanto, procedimento incorreto reconhecer esse ajuste conforme informado no enunciado, pois o valor da marca apresentado pelo laudo de avaliação é um valor SUBJETIVO; portanto não há um VALOR JUSTO CONFIÁVEL!No entanto, mesmo sendo um valor SUBJETIVO, exista uma EVIDÊNCIA de uma PERDA PROVÁVEL, o AJUSTE AO VALOR RECUPERÁVEL deverá ser efetuado, ou seja, o IMPAIRMENT. P.ex: a marca ADES – dependendo do valor registrado pode ter efetuado um

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IMPAIRMENT devido a perda de valor proveniente do recall de produtos contaminados com produtos de limpeza. Se por ex, ela comprou a MARCA e pagou um valor X, daí sim, fez um AJUSTE, agora se foi desenvolvido por ela e registrado por um valor pequeno, daí não fez nenhuma alteração.

29. Um laboratório farmacêutico mantém equipe de biólogos realizando pesquisas com o objetivo de descobrir

uma vacina contra o vírus A1N1. O contador abriu uma conta no grupo de INTANGÍVEL – pesquisa em andamento na qual está registrado todos os custos incorridos na pesquisa. Pretende iniciar a amortização quando a vacina for descoberta. Procedimento INCORRETO, pois está ativando custos incorridos na pesquisa e este não representa um ATIVO para a EMPRESA! Deve apropriar estes custos incorridos em DESPESAS (RESULTADO). No entanto, se estas PESQUISAS conduzirem a descoberta de uma FÓRMULA, p.ex, esta se transforma em ATIVO, passando para a fase do DESENVOLVIMENTO, podendo aí, alocar os custos incorridos no INTANGÍVEL, sendo depois amortizado pela vida útil.

30. Determinada companhia aérea lançou campanha para escolha de sua marca por meio de uma pesquisa em

site da internet criado para esse fim. Os participantes que votaram na marca vencedora ganharam uma passagem aérea da própria companhia para ser utilizada quando desejarem. Os gastos para desenvolvimento do site, registro da marca escolhida, criação da logomarca e outros incorridos no desenvolvimento da marca foram ativados no intangível como custo da marca. Os gastos com as passagens aéreas dos vencedores estão sendo apropriados como despesa em regime de competência na medida em que são utilizadas pelos vencedores. A marca não será amortizada. Procedimento CORRETO ativar no INTANGÍVEL como Custo da MARCA:

Gastos com desenvolvimento do site,

Registro da Marca escolhida,

Criação da Logomarca,

Outros gastos no desenvolvimento da Marca; E os gastos com as passagens aéreas dos vencedores é nula, visto que só vai autorizar se houver a poltrona disponível e se houver alguma despesa, será apropriada em regime de competência, ou seja, a medida em que vão ocorrendo.Caso verídico realizado pela Companhia Aérea AZUL. Não existe PASSIVO nesta situação, caso diferente se for considerado o Programa de MILHAGENS. E a MARCA não será amortizada, pois para AMORTIZAR é necessário determinar a vida útil, sendo aqui, INDETERMINADO! Se p.ex a marca em questão fosse: COPA 2014, daí temos uma vida útil determinada! Passivo

31. Ao efetuar o follow-up da circularização de advogados, o auditor constata a existência de diversas ações movidas por ex-funcionários contra a empresa cobrando horas extras trabalhadas e não recebidas. Na opinião dos advogados, os funcionários apresentaram provas de seus direitos e dificilmente os juízes decidirão a favor da empresa. Ao ser questionado, o contador informou que a empresa realmente adota a política de não pagar as horas extras e não provisiona as contingências para que os juízes não interpretem como confissão de culpa. Procedimento INCORRETO pois trata-se de um PASSIVO OMITIDO, ou seja, a empresa não declara nas Demonstrações Financeiras. A circularização neste caso serve para OBTER as informações em aberto e averiguar os efeitos que vão causar. A empresa deveria ter efetuado uma PROVISÃO, pois existem EVENTOS PASSADOS caracterizado pelas HORAS EXTRAS NO PASSADOe não recebidas, que geraram as diversas ações movidas por ex-funcionários cujas sentenças são desfavoráveis à empresa, portanto, PROVÁVEL uma saída de recursos para liquidar a obrigação, sendo reconhecida como uma OBRIGAÇÃO - um PASSIVO(presumindo-se que possa ser feita uma estimativa confiável). Portanto, a PROVISÃO deve ser reconhecida e divulgada.

32. A empresa Auditada vende eletrodomésticos com garantia de um ano e mantém um departamento de assistência técnica para conserto de produtos que apresentam defeito durante o prazo de garantia. Como a

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empresa já reconhece as despesas com salários e encargos sociais e outras despesas desse departamento em regime de competência o contador julgou que não há necessidade de construir provisão para garantias. Procedimento INCORRETO do contador, pois trata-se de um PASSIVO OMITIDO. Deve constituir PROVISÃO para GARANTIAS já que a venda do produto está associada a uma garantia de uma ano de assistência técnica, apropriando neste período de competência as receitas geradas, portanto apropriando também as despesas relativasaos gastos com consertos/defeitos. Obrigação presente - consertar os produtos com defeito, como resultado de evento passado que dá origem auma obrigação legal- a venda com garantia.De acordo com os termos do contrato de venda, o fabricante se compromete a consertar, por reparo ou substituição, os defeitos do produto que se tornarem aparentes durante o prazo de garantia. É provável (ou seja, mais provável que sim do que não) que existirão reclamações dentro das garantias.

33. A empresa Auditada tem efluentes químicos que são lançados num córrego existente nos fundos da fábrica. Esse córrego atravessa um bairro pobre, recebe esgotos não tratados e deságua num rio que dispersa os efluentes químicos. Assim sendo, a administração da empresa julga que não há riscos ambientais. O reconhecimento da existência de um passivo ambiental não está ligado necessariamente a uma obrigação legal de assim o fazer, ou seja, um PASSIVO OMITIDO. A empresa pode reconhecê-lo por sua diretoria se achar correto e adequado o fazer -responsabilidade ambiental. Assim sendo, fica a critério de cada organização reconhecer suas exigibilidades espontaneamente ou por imposição jurídica.A empresa tem que analisar qual é a perda provável decorrente do Passivo Ambiental, averiguar o risco, o tamanho da contaminação e seus efeitos. Observe que pode representar uma “AMEAÇA” a continuidade da empresa. Caso reconheça e não tiver como estimar o valor, fazer uma nota explicativa. Diferença básica de Passivos Ambientais e Contingências Ambientais (passivos contingentes), segundo Tadeu Cendón Ferreira (PwC) – “na contingência ambiental não é provável que ocorra uma saída de recursos”.

34. A empresa Auditada encerra seu exercício social em 31 de dezembro de cada ano e aproveita que o mês de

janeiro é fraco para suas atividades e concede férias coletivas para seus funcionários. Durante o mês de janeiro executa reparos em seu parque industrial para que no início das atividades em primeiro de fevereiro as máquinas e equipamentos estejam em perfeitas condições de uso. O contador, no início de cada ano prepara orçamentos dos gastos que serão incorridos em janeiro e constitui provisão que é reconhecida no Passivo da empresa. Essa provisão aparece no balanço de 31 de dezembro e é liquidada em janeiro com a apropriação dos gastos efetivamente incorridos. Procedimento INCORRETO do contador, pois trata-se de um PASSIVO FICTÍCIO, pois NÃO HOUVE o EVENTO PASSADO que geraria a OBRIGAÇÃO de PAGAR, pois este só vai ocorrer no mês seguinte quando a empresa fizer a manutenção, ou seja, as PROVISÕES de MANUTENÇÕES não devem ser reconhecidos, como regra geral. A exceção que constituiria um PASSIVO referente a um reparo futuro poderia ser justificável por exemplo se no contrato de locação de uma máquina estabelecesse em sua devolução – perfeitas condições de funcionamento, ou seja, há um CREDOR que é o proprietário da máquina, gerando uma CONTA A PAGAR.

35. A empresa Auditada tem diversos financiamentos e empréstimos em moeda estrangeira que são atualizados mensalmente com base na variação cambial em contra partida do resultado financeiro. O gerente financeiro acredita numa queda da taxa de câmbio e que a empresa vai economizar muitos reais quando for liquidar esses empréstimos e não vê necessidade de efetuar operação de hedge. A atualização mensal com base na variação cambial em contrapartida do resultado financeiro configura um procedimento CORRETO do contador, pois trata-se da aplicação do conceito de VALOR JUSTO. No entanto, o procedimento do gerente financeiro em não efetuar operações de hedge para proteção coloca em “risco” o patrimônio da empresa que não pertence a ele, ou seja, não pode expor a empresa ao “risco”. Há necessidade de se fazer uma NOTA EXPLICATIVA para explicar o fato.Representa uma administração temerária, como ocorrido em fatos veridícos: o caso da Sadia e Aracruz. NBC TG40 – Instrumentos financeiros – exposição ao risco e como a administração protege a empresa!

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36. A empresa Auditada está divulgando campanha publicitária para promover seus produtos e prometendo

devolver o dinheiro a consumidores que comprovarem que utilizaram seus produtos durante um período de 15 dias e não obtiveram os resultados anunciados. Como não há como saber quantos clientes solicitarão a devolução do dinheiro, pois é a primeira vez que a empresa realiza essa promoção, o contador não efetuou qualquer provisão, pois não há como estimar o valor das perdas prováveis. A conduta da empresa criou uma expectativa válida nos seus clientes de que irá reembolsá-la caso não obtenham os

aresultados anunciados no prazo de 15 dias. O Procedimento do contador está CORRETO em NÃO efetuar qualquer

PROVISÃO, visto que neste caso é a primeira vez, ou seja,NÃO existe um histórico e somente se provisiona valores

PROVÁVEIS com estimativas razoavelmente “confiáveis”! No entanto, deverá divulgar em NOTA EXPLICATIVA, pois

representa um PASSIVO CONTINGENTE que é uma OBRIGAÇÃO POSSÍVEL, mas não sabe o quanto é PROVÁVEL sua

ocorrência! Quando houver outras campanhas, daí sim poderá fazer uma PROVISÃO!

Receitas Uma receita deve ser reconhecida quando a empresa transfere para o cliente: CONTROLE, RISCOS e BENEFÍCIOS sobre o bem vendido ou quando efetivamenteprestar os serviços!

37. A empresa Auditada é uma prestadora de serviços que presta serviços aos seus clientes ao longo de cada mês. No primeiro dia do mês seguinte da prestação do serviço emite notas fiscais que são encaminhadas para cobrança por meio de boletos bancários. O contador registra as notas como receitas de serviços incorridas no mês de emissão das notas para que não haja transgressão às regras tributárias. Procedimento INCORRETO, pois deve se reconhecer receitas e despesas no período da competência, ou seja, no período em que ocorreu a prestação de serviço. Neste caso, o fato gerador do Imposto – ISS - é a prestação do serviço, ou seja, não é a emissão da Nota Fiscal de Serviço. Portanto, ao não reconhecer a receita na competência correta, a empresa deixa também de reconhecer um direito a receber. Além de transgredir às regras tributárias, pois deixou de reconhecer também a obrigação tributária, ou seja, um PASSIVO OMITIDO, da DESPESA com IMPOSTOS.

38. A empresa Auditada é uma incorporadora imobiliária que vende apartamentos “na planta” para recebimento das parcelas ao longo do período de construção do edifício. O contador registra os contratos no ATIVO como CONTAS A RECEBER em contra partida de RECEITAS DIFERIDAS. Ao longo do período de construção os custos incorridos são apropriados no ATIVO como ESTOQUE DE APARTAMENTOS. Quando o edifício ficar pronto apropriará as receitas diferidas como receitas realizadas a medida que os apartamentos sejam entreguess aos compradores que efetivarem a negociação. No mesmo período em que as receitas serão apropriadas, baixará do estoque para o resultado o CUSTO PROPORCIONAL a cada apartamento que foi construído. Uma Incorporadora imobiliária administra um PROJETO, onde existe a incorporação ou compra do terreno, uma construtora presta serviços e depois, o lançamento de apartamentos na planta, ou seja, há o LANÇAMENTO DO PROJETO na PLANTA! Em geral, o comprador assina um contrato de compromisso de compra e venda futura, ou seja, a construtora se compromete a entregar o apartamento no “futuro” e o cliente a “pagar”! E com base neste contrato, o cliente se comprometeu via contrato a pagar as parcelas, gerando a “obrigação”, podendo a incorporadora, emitir recebíveis que podem até serem antecipados - receita antecipada (passivo)– adiantamento de clientes, que serão deduzidas do montante total, pois a precisa de $$ para a viabilizar a construção. Ou seja, O CONTADOR deve corrigir a conta de RECEITAS DIFERIDAS para RECEITAS ANTECIPADAS. A construtura presta serviços para a INCORPORADORA - que tem o CONTROLE - devendo lançar seu CUSTOS incorridos da obra no ATIVO como ESTOQUE de APARTAMENTOS conforme enunciado.Quando o apartamento ficar pronto, as receitas antecipadas deverão ser baixadas proporcionalmente como RESULTADO.

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Eventos Diversos

39. Ao auditar o balanço da empresa Auditada o auditor não encontrou qualquer irregularidade contábil ou operacional, mas por saber que a empresa está com dificuldades financeiras resolveu calcular os indicadores de liquidez que apresentaram os seguintes números: Liquidez corrente: 0,73; Liquidez seca: 0,42 e Liquidez Geral 0,68. Liquidez corrente = 0,73 - significa que a cada R$ 1,0 de dívida tem R$ 0,73 a receber no curto prazo. Liquidez seca = 0,42 – significa que a cada R$ 1,0 de dívida tem R$ 0,42 a receber no curto prazo sem os estoques. Liquidez geral = 0,68 – significa que a cada R$ 1,0 de dívida tem R$ 0,68 a receber no ativo e passivo total. Ou seja, os indicadores financeiros de liquidez indicam que a empresa se encontra “mal” financeiramente e que tais dados representam uma AMEAÇA a CONTINUIDADE que devem ser divulgadas em NOTAS EXPLICATIVAS.

40. A empresa Auditada é um laboratório farmacêutico cujo principal produto está sendo investigado pela

ANVISA sob suspeita de provocar efeitos colaterais graves. Caso as suspeitas se confirmem, a ANVISA proibirá a fabricação desse medicamento que representa 62% das vendas da empresa. Representa uma AMEAÇA a CONTINUIDADE que devem ser divulgadas em NOTAS EXPLICATIVAS. Muito cuidado em sua publicação, pois o fato é muito delicado! Podemos exemplificar assim: “a empresa está passando por uma situação de investigação do seu principal produto que poderá ser proibido sua fabricação. Caso ocorra tal fato, a empresa passará por sérias dificuldades mercadológicas que poderão conduzí-la a uma descontinuidade. A administração da empresa está fazendo esforços no sentido de superar estas dificuldades, buscando alternativas no mercado.”