19
01 - (UFG GO/2009) Observe a figura a seguir. Disponível em:< www.olhares.aeiou.pt>. Acesso em: 20 out. 2008. A foto ilustra um estilo arquitetônico conhecido como art déco, que foi adotado como parte de um projeto de modernização do estado de Goiás nas décadas de 1930 e 1940. Com base na análise da imagem, identifica-se como característica desse padrão arquitetônico a a) utilização de temas da Antiguidade Clássica e a aplicação de princípios estéticos assimétricos. b) tematização dos princípios de luminosidade e o emprego de movimentos da arquitetura medieval. c) adoção de linhas e volumes futuristas e a valorização da estética decorativa. d) superposição entre a estrutura construtiva colonial e a concepção funcionalista de uso do espaço. e) incorporação de padrões construtivos rústicos e o uso da simplicidade das formas. 02 - (UEG GO/2008) O protestantismo encontra-se em franca expansão no estado de Goiás. Suas origens remontam aos movimentos reformistas ocorridos na Europa entre os séculos XIV e XVI. Sobre a Reforma Protestante, é CORRETO afirmar:

Exercicios - História de Goiás

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Page 1: Exercicios - História de Goiás

01 - (UFG GO/2009)

Observe a figura a seguir.

Disponível em:< www.olhares.aeiou.pt>. Acesso em: 20 out. 2008.

A foto ilustra um estilo arquitetônico conhecido como art déco, que foi adotado como

parte de um projeto de modernização do estado de Goiás nas décadas de 1930 e 1940.

Com base na análise da imagem, identifica-se como característica desse padrão

arquitetônico a

a) utilização de temas da Antiguidade Clássica e a aplicação de princípios estéticos

assimétricos.

b) tematização dos princípios de luminosidade e o emprego de movimentos da

arquitetura medieval.

c) adoção de linhas e volumes futuristas e a valorização da estética decorativa.

d) superposição entre a estrutura construtiva colonial e a concepção funcionalista de uso

do espaço.

e) incorporação de padrões construtivos rústicos e o uso da simplicidade das formas.

02 - (UEG GO/2008)

O protestantismo encontra-se em franca expansão no estado de Goiás. Suas origens

remontam aos movimentos reformistas ocorridos na Europa entre os séculos XIV e XVI.

Sobre a Reforma Protestante, é CORRETO afirmar:

Page 2: Exercicios - História de Goiás

a) Martinho Lutero pregou a volta dos valores clássicos greco-romanos para combater a

corrupção da Igreja.

b) As teses reformistas de Lutero tiveram apoio de setores da burguesia e da nobreza do

Sacro Império Romano-Germânico, interessados em escapar da influência da Igreja.

c) A Reforma Protestante impediu o desenvolvimento do capitalismo, uma vez que

condenava radicalmente a usura.

d) Na Inglaterra, a Reforma Protestante foi suprimida através da criação da Igreja

Anglicana, resultante de um acordo entre Henrique VIII e o Papa.

03 - (UEG GO/2008)

Claros Clarins no ar rabiscam

o canto da vitória!

Aliança Liberal.

Getúlio Vargas, Pedro Ludovico!

De novo se abre a boca do cenário

e no palco aparece

Goiânia.

ROCHA, B. Metrópole do Oeste In: OLIVEIRA,

E.C. “As imagens de Goiânia na literatura

mudancista”. In: CHAUL. N. F.; DUARTE, L. S.

(Org.). As cidades dos sonhos:

desenvolvimento urbano em Goiás. Goiânia:

Editora da UFG, 2004. p. 177.

No poema citado, aparece uma visão personalista da construção de Goiânia. Identifique

dois outros elementos históricos que se relacionam à construção da nova capital.

04 - (UEG GO/2008)

Page 3: Exercicios - História de Goiás

A história de Goiás não começa em 1722, com a Bandeira do Anhanguera, como quer a

versão tradicional, pois, há milênios, a região já era habitada por indígenas. Sobre esses

grupos indígenas, é INCORRETO afirmar:

a) Os grupos indígenas que habitavam a região onde atualmente é Goiás pertenciam ao

tronco Gê, que povoou a região do Cerrado há cerca de 10.000 anos.

b) Os grupos indígenas que os europeus encontraram na época do contato praticavam a

agricultura, complementando sua base alimentar com a caça, a pesca e a coleta.

c) O grupo indígena mais importante e numeroso do atual território goiano foi o dos

Goyá, responsável pelas principais influências culturais e étnicas que os indígenas

legaram ao povo goiano.

d) Dentre os grupos indígenas que habitavam onde hoje é o estado de Goiás, os que mais

resistiram à colonização branca, inclusive através da guerra, foram os Caiapó do sul e

os Avá-Canoeiro.

05 - (UFG GO/2007)

A Constituinte de 1988 abrigou diversas propostas para a formação de novas unidades

federativas, cujas proposições foram discutidas em meio à forte disputa política.

O projeto de criação do Estado do Triângulo, em Minas Gerais, foi vetado. A singularidade

do caso goiano, com a criação do Estado do Tocantins, vincula-se

a) ao desenvolvimento econômico da região norte de Goiás que motivou a proposta

separatista.

b) ao aumento das tensões sociais advindas da campanha pela separação do norte

goiano.

c) ao investimento na modernização da região com base na atração de capital

estrangeiro.

d) à adequação das elites goianas às perspectivas políticas advindas da divisão do

território.

e) à emergência de uma cultura nortista, avessa aos valores culturais do povo goiano.

06 - (UFG GO/2007)

Ficou mais, assentado e prometido em palavra de rei testemunhado,

que o crioulinho

que viesse ao mundo

Page 4: Exercicios - História de Goiás

com o primogênito do casal

seria forro sem tardança na pia batismal.

CORALINA, Cora. Estória do aparelho azul-pombinho. Melhores poemas. Seleção de Darcy F.

Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 45.

A partir dos casos contados pela sua bisavó, Cora Coralina rememora as experiências

vividas em Goiás por volta de 1860, entre as quais encontra-se a escravidão. Relacione a

conjuntura econômica goiana, em meados do século XIX, à alforria como prática

abolicionista.

07 - (UEG GO/2007)

Goiás, minha cidade...

Eu sou aquela amorosa

de tuas ruas estreitas,

curtas,

indecisas,

entrando,

saindo

uma das outras

Eu sou aquela menina feia da Ponte da Lapa,

Eu sou Aninha.

CORALINA, Cora. Minha cidade. In: TELES, José Mendonça. No santuário

de Cora Coralina. Goiânia: Kelps, 2003. p. 41.

A Cidade de Goiás, nos seus quase trezentos anos de existência, foi objeto de avaliações

ambivalentes, sendo considerada, às vezes, motivo de orgulho, outras vezes, de vergonha.

Acerca das representações construídas sobre a cidade, é INCORRETO afirmar:

a) Em 1739, foi transformada em vila, recebendo o nome de “Vila Boa de Goiás”,

toponímia resultante do aportuguesamento de “Bueno”, sobrenome do descobridor

oficial das minas de Goiás.

Page 5: Exercicios - História de Goiás

b) Em 1819, foi elevada à condição de cidade, recebendo o nome de “Cidade de Goiás”,

quando, em virtude da intensa exploração do ouro e do rápido crescimento

demográfico, experimentou fortes alterações urbanísticas, com a construção de novas

igrejas e prédios públicos.

c) Em 1937, depois de perder o posto de capital, passa a ser conhecida como “Goiás

Velho”, expressão que representava o atraso e a decadência do estado, que se

pretendiam eliminar com a transferência da capital para Goiânia.

d) Em 2001, a cidade de Goiás é reconhecida pela UNESCO como “Patrimônio da

Humanidade”, em virtude dos seus monumentos arquitetônicos, representativos da

arquitetura colonial brasileira.

08 - (UEG GO/2007)

BRAGA, J. Retrato falido. Goiânia, O Popular, 1994, p. 27.

Charges e caricaturas são fontes preciosas para o estudo do passado. Na ilustração ao

lado, o cartunista Jorge Braga ironiza um evento ocorrido no estado de Goiás e o ambiente

político que o envolvia. Identifique esse evento e as circunstâncias de sua ocorrência.

09 - (UFG GO/2006)

Observe a imagem a seguir:

Page 6: Exercicios - História de Goiás

Foto do banquete oferecido ao presidente da República, no Palácio das Esmeraldas de Goiânia, em 7 de agosto

de 1940. Acervo: Museu Pedro Ludovico Teixeira. In: PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta de Sant´Anna.

História de Goiás (1722-1972). 5.ed. Goiânia: Editora. da UCG, 1989. p. 105.

A associação da fotografia ao contexto histórico do Estado Novo, em Goiás, sinaliza:

a) a adoção de uma política de reforma agrária, voltada para os migrantes pioneiros da colonização agrícola

em Goiás.

b) o estímulo do governo central brasileiro ao processo de redistribuição populacional na região Centro-

Oeste.

c) a articulação com o governo federal, visando à modernização de Goiás, com a criação de colônias

agrícolas.

d) as políticas de combate às endemias que assolavam as populações interioranas, iniciando a campanha

sanitarista em Goiás.

e) a difusão do projeto estadonovista de ocupação do Centro-Oeste, baseado na urbanização e na

industrialização da região.

10 - (UFG GO/2006)

A paisagem urbana abaixo mostra um dos edifícios coloniais da cidade de Goiás que, em 2001, obteve o título

de Patrimônio Mundial concedido pela Unesco. Explique a função desse edifício no século XVIII e sua relação

atual com a preservação do patrimônio cultural da cidade.

Casa de Câmara e Cadeia, construída em 1761, atual Museu das Bandeiras.

Patrimônio mundial no Brasil. 3.ed. Brasília: Caixa Econômica Federal, 2004. p. 235.

11 - (UEG GO/2006)

Você voltou para a civilização, né? Você tinha ido para Goiás.

Ana Maria Braga, apresentadora de TV, entrevistando a atriz Glória Pires.

In: O Popular, Goiânia, 1o maio 2005.

Page 7: Exercicios - História de Goiás

Até 1930, o estado de Goiás continuava fora da corrente de progresso que, nos últimos 80

anos, vinha transformando São Paulo e outros estados a partir da modernização da

agricultura e de um começo da industrialização.

PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta S. de. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG, 1994,

p. 90.

Conceitos como “progresso” e “civilização” são recorrentes na análise dos fenômenos

econômicos e culturais. Acerca do uso desses conceitos para a compreensão da história de

Goiás, julgue os seguintes itens:

I. A construção da estrada de ferro provocou uma profunda transformação econômica,

pois o Estado passou a exportar produtos agropecuários para o Sudeste do país.

II. A mudança da capital na década de 1930 provocou o aumento da população e a

intensificação da urbanização, eliminando os traços rurais da cultura goiana.

III. Os conceitos de “progresso” e “civilização” são insuficientes como instrumentos de

análise cultural, pois é impossível afirmar que os valores culturais goianos são

superiores ou inferiores aos de outros estados.

IV. A necessidade de construir uma nova capital, segundo Pedro Ludovico, se justificava

pela defesa do patrimônio histórico da cidade de Goiás, ameaçada pelo crescimento

demográfico.

São CORRETAS as seguintes assertivas:

a) I e II

b) I e III

c) II e IV

d) III e IV

12 - (UEG GO/2006)

“Não conheci, todo mundo comenta... que ele era como vou te dizer... não levava desaforo

pra casa. A fazenda em Santa Bárbara é uma das primeiras fazenda-empresa. Ia buscar

mão-de-obra, dava roupa, comida, tudo. A pessoa fugia e ele trazia de volta para trabalhar

e pagar o que devia. Daí eles exageram fala que é Caiado, prendeu, torturou.”

Page 8: Exercicios - História de Goiás

(Entrevista de Bruno Caiado, comentando sobre Ubirajara Caiado.) RIBEIRO, Miriam Bianca

Amaral.

“Memória, família e poder. História de uma permanência política – os Caiado em Goiás”.

In: CHAUL, Nasr Fayad (Org.) Coronelismo em Goiás: estudos de casos e famílias. Goiânia:

Kelps, 1998. p. 281.

A citação é um exemplo das relações de trabalho no regime político, econômico e social

que foi dominante em Goiás durante a chamada República Velha, o coronelismo.

Apresente duas características definidoras dessas relações de trabalho em Goiás, no

referido período.

13 - (UEG GO/2006)

O CineTeatro Goiânia, inaugurado em 1942, é um monumento representativo da história

de Goiânia. Sobre essa edificação, é INCORRETO afirmar:

Disponível em: <http://www.faquini.com.br/goiás250/9030056.jpg>

Acesso em: 5 jun. 2006.

a) Foi construído para servir de palco do chamado Batismo Cultural de Goiânia, quando a

cidade foi oficialmente inaugurada.

b) Mesmo sendo uma construção moderna, incorporou as tradições históricas goianas,

sendo, por isso, o seu formato similar ao das igrejas coloniais de Goiás.

c) Incorporou o imaginário marcial da época, o que explica o seu formato de navio de

guerra.

Page 9: Exercicios - História de Goiás

d) É representativo da art déco, estilo arquitetônico que prioriza fachadas com rigor

geométrico e estilo linear, produzindo um efeito de monumentalidade nas edificações.

14 - (UFG GO/2005)

Leia o trecho a seguir:

A impraticabilidade de se povoar a dita capitania [Goiás] nem outra qualquer parte da

América Portuguesa senão com os nacionais da mesma América. E que achando-se todo o

sertão daquele vasto continente coberto de índios, estes deviam ser principalmente os

que povoassem os lugares, as vilas e as cidades que se fossem formando.

Carta régia de D. José I a D. José Vasconcelos, governador da Capitania de Goiás.

1758. In: PALACIN, Luís. O século do ouro em Goiás. Goiânia: Ed. da UCG, 1994. p. 87.

O documento aponta a preocupação da Coroa Portuguesa com o povoamento da Capitania

de Goiás, Cujo desdobramento foi a política de:

a) Ocupação das terras indígenas.

b) Guerra justa contra as tribos indígenas.

c) Mestiçagem de brancos, índios e negros.

d) Embates intermitentes com as tribos indígenas.

e) Implantação de aldeamento indígenas.

15 - (UFG GO/2005)

[…] pois que sendo menor o número das fábricas de mineirar que ficam ao sul de São Felix,

elas renderam ao quinto na Casa Real de Fundição, em 1777, 216 marcos de ouro, e as do

norte, 38 marcos. Isso demonstra que, apesar da maior extensão do terreno e o maior

número de escravos ocupado no exercício de mineirar, há muito extravio do ouro e a

necessidade de empregar a maior vigilância para evitar esse roubo no norte.

Relatório do governador José de Vasconcelos. In: PALACIN, Luis et al.

História de Goiás em documentos. Goiânia: Ed. da UFG, 2001. p. 97–98. [Adaptado]

O documento acima ressalta as dificuldades da coleta do tributo régio do quinto. No que

se refere à mineração na capitania de Goiás colonial e ao controle da extração aurífera,

Page 10: Exercicios - História de Goiás

a) Explique a razão da diferença de arrecadação do quinto entre as regiões mineradoras

do norte e do sul;

b) Analise a função desempenhada pelas duas Casas Reais de Fundição (Vila Boa e São

Felix).

16 - (UEG GO/2005)

O processo de ocupação e desbravamento do interior brasileiro talvez seja uma das etapas

mais interessantes da formação social do Brasil no período colonial. As entradas e

bandeiras que desbravaram o sertão estão na origem da formação dos primeiros núcleos

urbanos no interior do país, como no caso da região de Goiás.

Sobre o processo de ocupação e povoamento de Goiás, é CORRETO afirmar:

a) Até o início do século XVIII, a região do atual Estado de Goiás era desabitada e

considerada território desconhecido tanto por portugueses quanto por indígenas, que

ocupavam preferencialmente o litoral brasileiro.

b) A bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva foi a primeira expedição de exploração do

atual território goiano, que lançou as bases para outros descobertos, como o das

minas de Cuiabá.

c) Por causa da grande distância a ser percorrida entre a região das minas dos Goyases e

o Estado de São Paulo, foi pequena a utilização da mão-de-obra africana na região,

ficando a extração aurífera sob o encargo de indígenas escravizados.

d) O curto período de exploração aurífera em Goiás deve-se ao rápido esgotamento dos

veios auríferos localizados nos leitos dos rios e à técnica rudimentar utilizada na

extração do ouro.

e) O declínio da produção aurífera trouxe poucos abalos à dinâmica social goiana, visto

que já havia se estabelecido na região uma intensa atividade comercial e agrícola que

sustentava o crescimento

17 - (UEG GO/2004)

A integração de Goiás nos quadros da economia nacional encontrou na construção de

Brasília um momento de inflexão: Goiânia transformou-se em ponto de apoio fundamental

para a construção da nova capital.

Acerca da integração econômica de Goiás entre as décadas de 1950 e 1970, marque a

alternativa CORRETA:

Page 11: Exercicios - História de Goiás

a) Houve uma enorme resistência da elite política goiana em ceder imensa quantidade de

terras para a formação do Distrito Federal, uma vez que a atividade pecuarista era

desenvolvida intensivamente nas terras onde a nova capital seria construída.

b) A construção de Brasília recebeu apoio inconteste de todos os partidos políticos, pois a

interiorização da capital já estava prevista na primeira constituição republicana. O

sonho de se construir uma nova capital ultrapassou as divisões ideológicas.

c) O golpe de 1964 paralisou os investimentos na modernização da agricultura brasileira.

O modelo econômico adotado reservava à agricultura papel secundário, concentrando

os investimentos no desenvolvimento industrial.

d) A modernização da agricultura goiana foi uma decorrência da transferência da capital,

pois o estado de Goiás tornou-se responsável pelo abastecimento de Brasília, o que

permitiu uma profunda alteração na agricultura goiana, com o crescimento da

pequena propriedade.

e) A integração da economia goiana nos fluxos de investimentos nacionais iniciou-se no

final da década de 1920 com a chegada dos trilhos, mas só ganhou impulso decisivo

com o desenvolvimento da agricultura moderna, com o cultivo da soja.

18 - (UFG GO/2003)

Na segunda metade do século XIX, surgiram no Brasil as ferrovias no processo de

modernização dos meios de transportes com o apoio de capitais estrangeiros, em sua

maioria ingleses. Assim, construíram-se troncos ferroviários na região Sudeste para

atender aos interesses dos produtores de café no escoamento da produção para os portos

do Rio de Janeiro e Santos. Já no início do século XX, implantou-se a Companhia de

Estradas de Ferro de Goiás com investimentos de capitais franceses.

Sobre a construção das ferrovias, julgue os itens abaixo:

01. Para a instalação da rede ferroviária na região Sudeste foi necessário reunir um capital

considerável, pois a concessão de privilégios (garantia de juros baixos entre outros)

por parte do governo não era suficiente. Assim, os capitais ingleses, na forma de

empréstimos e de investimentos, foram aplicados na construção de vários troncos.

02. A construção da estrada de ferro em Goiás visava à inserção da economia do estado

nos mercados capitalistas das regiões Norte e Nordeste, muito interessados na compra

do milho e das carnes bovina e suína.

03. A Estrada de Ferro de Goiás e a implantação das charqueadas nas cidades ao longo dos

trilhos possibilitaram um crescimento substancial da pecuária, pois a carne, em parte

industrializada e em parte como gado gordo para o abate, era exportada para os

mercados paulistas com custos mais baixos.

Page 12: Exercicios - História de Goiás

04. A implantação pioneira do transporte ferroviário em Goiás explica-se pela

dinamicidade das relações comerciais inter-regionais e internacionais e pelo fato de a

ferrovia ter-se tornado a principal via de comunicação com a região Sul.

19 - (UFG GO/2003)

“Conheci ali o doutor Xavier de Almeida, figura respeitável, um coronel formado em

direito, ex-Presidente do Estado, vivendo da saudade do passado, e sob o impacto, que o

tempo amainou mas não destruiu, da rasteira que o Senador Totó Caiado lhe havia dado

na política.”

(ROSA, Joaquim. Por esse Goiás afora. Goiânia: Cultura Goiana, 1974. p. 61.)

O trecho acima do memorialista Joaquim Rosa relata tanto sua passagem pela cidade de

Morrinhos, em 1925, quanto os conflitos políticos em Goiás na época da revolução de

1909. Assim, o coronelismo na Primeira República (1889–1930) foi um fenômeno político

brasileiro que envolveu proprietários rurais cujo poder local apoiava-se no clientelismo.

Com base no exposto, julgue os itens abaixo:

01. Um exemplo típico do poder local dos “coronéis do sertão” localizou-se no interior da

região Nordeste, em torno do rio São Francisco, onde eles exerceram seu poder por

intermédio de bandos armados – os jagunços.

02. José Leopoldo de Bulhões Jardim, chefe político goiano, ministro da Fazenda por duas

vezes e senador federal até 1918, foi acusado pelos grupos de oposição de impedir o

progresso de Goiás na questão da via férrea.

03. O governador Xavier de Almeida (1901–1905) implantou um sistema de arrecadação

de rendas que beneficiou os pecuaristas exportadores de gado, o que resultou num

apoio político a seu governo por parte dos coronéis interioranos ligados a essa

atividade econômica.

04. Em Goiás, a oligarquia sediada na capital controlou a política e a administração

estaduais, representou o Estado no plano nacional, reconheceu e garantiu o poder das

chefias locais, como foi o caso dos coronéis de Morrinhos e Porto Nacional.

20 - (UFG GO/2002)

Já afirmamos, e o repetimos sem receio de contradita, que o que representa o presidente

Getúlio Vargas, para o Brasil, representa Pedro Ludovico para Goiás.

Revista Oeste, ano II, novembro de 1943, p.369, Goiânia: Ed. UCG, 1983. Ed. Fac-similar.

Page 13: Exercicios - História de Goiás

A comparação entre Pedro Ludovico e Getúlio Vargas abre uma perspectiva de análise

política que permite o debate entre os acontecimentos regionais e sua repercussão

nacional.

Acerca das relações entre região e nação nessa conjuntura (1937-45), pode-se afirmar que:

01. o regionalismo era uma força política incontestável. As lideranças locais dominavam o

processo de decisões e se impunham ao poder central, pois controlavam os votos e

cargos políticos da região.

02. no governo Vargas, a excessiva descentralização política foi substituída por um tipo de

controle fundado nas idéias liberais: o respeito à constituição e às liberdades

democráticas definiram um novo sentido para a atividade política.

03. entre Vargas e Ludovico, há um horizonte de aproximação que se fundamenta no

projeto de centralização do poder, na estratégia de ocupação das regiões interioranas

e no personalismo como forma de dominação política.

04. a aproximação entre Vargas e Ludovico vincula-se ao estabelecimento de políticas

sociais que permitiram a livre organização dos trabalhadores como forma de combater

o poder das antigas oligarquias regionais.

21 - (UFG GO/2002)

A casa pobre.

Mandrião de saias velhas

da minha bisavó.

Recortadas, costuradas para mim.

Timão de restos de baeta.

Vida sedentária.

Orgulho e pobreza do passado.

CORALINA, Cora. O cântico de Aninha. In: ______Vintém de cobre.

Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 1995. p.45.

Cora Coralina (1889-1985) transforma o passado vivido em poesia. A dureza das antigas

regras de educação, as moedas de cobre, roupas velhas (mandrião) costuradas,

remendadas. Nas imagens da poetisa goiana, há o registro de expressões de um mundo

ainda ligado à época em que os escravos usavam casacos (timão) de um tipo de pano

empregado para reter o ouro (baeta). A poesia de Cora Coralina registra, embora em um

Page 14: Exercicios - História de Goiás

tempo posterior, as marcas do empobrecimento da região no final do século XVIII. Goiás e

Minas Gerais enfrentaram, de forma diversa, a dura tarefa de adaptar-se ao mundo longe

da sombra do rico minério.

Explique como a economia goiana e a mineira reagiram à crise da mineração.

22 - (ACAFE SC/2002)

Joinville, cidade catarinense conhecida como “Manchester Catarinense”, hoje também é conhecida

internacionalmente pelo Festival de Dança, evento cultural anual.

Acerca de Joinville, a alternativa incorreta é:

a) Joinville é a maior cidade de Santa Catarina em população e sua economia assenta-

se, em grande parte, na indústria metal-mecânica e têxtil.

b) O sucesso do Festival resultou em um convênio da Prefeitura Municipal com o Ballet

Bolshoi da Rússia, para a criação de uma escola de dança.

c) Uma das resultantes do evento é o fato daquele festival promover as vendas no

comércio, além do turismo para a cidade.

d) O Festival de Dança de Joinville faz parte do calendário das festas de outubro em Santa

Catarina, com grande repercussão nacional, evidenciando a cultura germânica.

e) O início da colonização de Joinville, com imigrantes alemães, data de meados do

século XIX e seu nome original era Colônia Dona Francisca.

23 - (UFG GO/2001)

Em setembro de 1987, ocorreu o que ficou conhecido como “acidente radioativo de

Goiânia”. Wagner Mota, desempregado, dirigiu-se aos escombros do Instituto Goiano de

Radioterapia (IGR), apoderando-se de uma quantidade considerável de chumbo (98kg) que

protegia, sem que ele soubesse, uma cápsula de césio de um aparelho de raio X. Vendido

para o ferro-velho de Devair Ferreira, o material passou a ser tratado como objeto de

diversão (o azul da Prússia, brilhante no escuro). Quatro pessoas morreram na época e

quatro outras, mais tarde. Cerca de 700 pessoas foram contaminadas.

Sobre esse episódio recente da história de Goiânia, pode-se afirmar que:

01. Goiânia passou a ser chamada de a “Chernobil do Brasil” e ficou conhecida no mundo

todo: o povo e os produtos goianos passaram a ser estigmatizados.

02. o Comitê de Defesa de Goiânia reuniu pessoas interessadas em apurar

responsabilidades, exigindo um programa de ações para o amparo das vítimas e da

cidade. A Fundação Leide das Neves foi criada para dar assistência às vítimas.

Page 15: Exercicios - História de Goiás

03. na época, Goiânia sediou uma competição internacional que desviou a atenção da

população e atrasou o diagnóstico e tratamento do problema.

04. a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), a União e os médicos do IGR saíram

ilesos do episódio: a prontidão na localização e solução do problema provou o preparo

do sistema brasileiro de gestão de materiais radioativos.

24 - (UFG GO/1999)

O Goiás que Bernardo Élis romanceia, em “Chegou o Governador”, é repleto de lirismo,

pleno de amor. Amor de mulher goiana, em um ambiente centrado no poder

administrativo, impregnado da impetuosidade de um jovem governador, de sua febre de

realizações, de seus delírios e frustrações, sensatez e prostração. É a descrição de um

Goiás em transição econômica, social e cultural, nos primórdios do século XIX, retratado

pela Vila Boa de Santana de Goiás, antigo pólo minerador, a Vila Boa de memórias,

tradições e revelações luso-brasileiras.

Com base no romance de Bernardo Élis, “Chegou o Governador”, e no processo histórico

que lhe serve de inspiração, julgue os itens:

01. Nos primórdios do século XIX, Vila Boa vivia o apogeu das produção aurífera,

inaugurando sua Casa de Fundição, remetendo aos cofres da Coroa Portuguesa o

maior rendimento do quinto já produzido em Goiás.

02. O pano de fundo do romance é o próprio processo histórico da Capitania de Goiás,

após a crise mineratória, aproveitando o envolvimento do General D. Francisco de

Assis Mascarenhas, governador da capitania de Goiás, com Ângela Ludouvico, uma

plebéia, o que serve para atestar que o concubinato era uma das formas mais comuns

em Goiás.

03. O concubinato, retratado por Bernardo, tornou-se comum em Goiás, não só pelos

exemplos, dados pelo próprio Governo, mas também pelo alto preço do casamento,

causando perplexidade aos viajantes europeus que passaram por Goiás, no século XIX.

04. Bernardo absorve no romance a idéia de decadência social e econômica de Vila Boa,

repassando para o leitor a decadência do ouro e a decadência da sociedade, idéia

marcante na historiografia da região, questionada por estudos recentes.

25 - (UFG GO/1999)

“O que se evidencia é a total impossibilidade de atribuir aos Caiado o sinônimo de atraso.

Ao contrário, a capacidade de atualizar-se é uma exigência da permanência política. Isso

não quer dizer que em algum momento o grupo familiar que estudamos deixou de ser

assumida e ostensivamente conservador. O que se consta é a não oposição entre o

conservador e o moderno. A sua permanência política está diretamente vinculada a sua

Page 16: Exercicios - História de Goiás

articulação e rearticulação nas diversas composições de classes dominantes ao longo da

história regional e nacional, perpassando uma experiência política que se estabelece

através do vínculo com os Bulhões, no século passado e chega aos nossos dias atuando ao

lado da ação neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.”

RIBEIRO, M. B. do Amaral. Memória, Família e Poder: História de uma permanência política –

Os Caiado em Goiás. In: CHAUL, Nasr Fayad (Coord). Coronelismo em Goiás: estudos de Casos e

Famílias.

Goiânia: Kelps/Mestrado de História, 1998. p. 269.

O texto anterior discute o entrelaçamento das famílias que dominaram a cena política em

Goiás desde a proclamação da República, sem que se possa definir claramente quem de

fato pode ser chamado de conservador ou moderno. Com base no exposto, analise o texto

acima à luz das últimas eleições para o Estado de Goiás.

GABARITO:

1) Gab: C

2) Gab: B

3) Gab:

A concepção de que Goiânia foi fruto da vontade férrea de Pedro Ludovico é apenas uma

das interpretações possíveis sobre a construção da nova capital. Outros elementos

históricos estão também relacionados a este evento, tais como:

a) Marcha para Oeste: essa explicação concebe a construção de Goiânia como parte do

movimento de interiorização ocorrido no Governo Vargas que visava à integração

econômica do interior brasileiro às regiões mais dinâmicas do País.

b) O papel dos trabalhadores: dentro da perspectiva de que a história não é feita apenas

pelos “grandes homens”, a atuação dos trabalhadores não pode ser subestimada.

Vivendo em condições precárias nos bairros operários, foram os verdadeiros

construtores da cidade, embora, nem sempre, sejam reconhecidos por isso.

c) Revolução de 1930: Ao romper com o longo período de dominação caiadista,

estabelecido, principalmente na cidade de Goiás, a mudança política provocada pela

Revolução de 1930 fez com que os grupos políticos ligados ao Sul e Sudoeste

promovessem a construção de uma nova capital, mais bem situada geograficamente e

que estimulasse a dinamização econômica regional.

Page 17: Exercicios - História de Goiás

4) Gab: C

5) Gab: D

6) Gab:

Em fins do século XVIII, ocorre uma alteração na economia goiana com a crise do ouro,

provocando o decréscimo sensível da população escrava. Em meados do século XIX, o

abolicionismo se torna um movimento popular e a prática de alforriar escravos é

incentivada como valor social indicativo de benevolência.

7) Gab: B

8) Gab:

Trata-se do acidente radiológico com o Césio 137, em Goiânia. O contexto político que

circundava o acidente era extremamente problemático, já que o presidente José Sarney

não conseguia controlar a inflação e suas mazelas sociais no Brasil.

9) Gab: C

10) Gab:

– No século XVIII, o edifício era a Câmara dos Vereadores, que definia as principais regras de convivência,

ocupação do solo, abastecimento, higiene e controle de epidemias. No andar de baixo do edifício

funcionava a cadeia.

– Na atualidade: como museu, tem a função de preservação do acervo documental, bem como, a

conservação da cultura material da cidade.

11) Gab: B

12) Gab: Clientelismo e Coronelismo

Page 18: Exercicios - História de Goiás

13) Gab: B

14) Gab: E

15) Gab:

a) A diferença está no fato de o contrabando do ouro ser maior no norte devido às

dificuldades de controle para impedir esse extravio. O ouro bruto era mais facilmente

contrabandeado.

b) A função era fundir o ouro extraído na capitania, retirar a quinta parte para o tributo

régio da Metrópole, transformá-lo em barras com o selo da Coroa portuguesa, ampliar

o controle da produção e a arrecadação do quinto.

16) Gab: D

17) Gab: E

18) Gab: CECE

19) Gab: CCEC

20) Gab: EECE

21) Gab:

Tanto a economia goiana, quanto a mineira tenderam à pecuária bovina, sobretudo a

partir do século XIX, como via de sobrevivência e de relativo acúmulo de capital _ que

antes visava apenas o auto-abastecimento _ já que escoavam rebanho pelas ferrovias

para São Paulo.

22) Gab: D

23) Gab: CCCE

Page 19: Exercicios - História de Goiás

24) Gab: ECCC

25) Gab:

A ambigüidade de termos como moderno e conservador deve ser lembrada,

principalmente quando enfocamos processos históricos, marcados pelo cruzamento de

elementos e referências. Na realidade, influências modernas e tradicionais estão

misturadas. O aluno deveria referir-se à frente partidária que apoiou a candidatura de

Perillo. Correntes, as mais diversas, apoiaram a sua candidatura. O contraponto entre

moderno e tradicional deve ser explicado muito mais como recuso de propaganda.