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WEDLEY GONÇALVES VELOSO EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE EUCALIPTO Lavras – MG 2013

Exigências Nutricionais de Eucalipto

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Exigências Nutricionais de Eucalipto

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Page 1: Exigências Nutricionais de Eucalipto

WEDLEY GONÇALVES VELOSO

EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE EUCALIPTO

Lavras – MG 2013

Page 2: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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WEDLEY GONÇALVES VELOSO

EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DE EUCALIPTO

Trabalho acadêmico apresentado para a disciplina GEF 113 – Silvicultura de Florestas de Produção como requisito parcial para aprovação.

Professor Dr. Renato Luiz Grisi Macedo

Lavras – MG 2013

Page 3: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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RESUMO

O Eucalyptus é um dos gêneros mais amplamente plantados comercialmente em escala

global para fornecimento de matéria prima para indústrias de papel e celulose, produção

de carvão vegetal para siderúrgicas, e madeira serrada, chapas e aglomerados para as

indústrias moveleiras. O conhecimento das exigências nutricionais do eucalipto mostra-

se importante para a correta definição da quantidade de nutrientes a serem aplicados nos

plantios, a fim de evitar gastos excessivos com fertilizantes e problemas de deficiência e

toxicidade em decorrência do fornecimento de doses erradas de macro e

micronutrientes. A expressão “exigências nutricionais”, refere-se às quantidades de

macronutrientes e micronutrientes que uma cultura retira do solo, do adubo e do ar, para

atender às suas necessidades, crescer e produzir adequadamente. As exigências

nutricionais do eucalipto são menores em comparação a outras culturas, notando-se uma

variação quanto à exigência em função da espécie, idade, fertilidade do solo,

produtividade e local. A exigência em relação aos macronutrientes apresenta a seguinte

ordem de acordo com o acumulado na parte aérea: N > Ca ≥ K > S ≥ Mg > P. Em

relação aos micronutrientes O manganês foi o micronutriente mais extraído e exportado,

e portanto, mais exigido, seguido pelo Fe, B, Cu e Zn.

Palavras-chave: Eucalipto. Macronutrientes. Micronutrientes. Exigência nutricional.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4

2. HISTÓRICO DO EUCALIPTO....................................................................................................... 5

3. NUTRIENTES ................................................................................................................................ 10

3.1. COMPOSIÇÃO ELEMENTAR DA PLANTA ............................................................................................ 10

3.2. ELEMENTOS ESSENCIAIS .................................................................................................................. 10

3.3. FUNÇÕES DOS NUTRIENTES .............................................................................................................. 11

3.4. FUNÇÕES DOS MACRONUTRIENTES .................................................................................................. 11

3.5. FUNÇÕES DOS MICRONUTRIENTES ................................................................................................... 13

3.6. SINTOMAS VISUAIS DE DEFICIÊNCIA DE NUTRIENTES EM EUCALIPTO ............................................. 15

4. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DO EUCALIPTO ..................................................................... 19

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 28

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRICAS ........................................................................................... 29

ANEXO 1 ............................................................................................................................................ 35

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1. INTRODUÇÃO

O Eucalyptus é um dos gêneros mais amplamente plantados comercialmente em

escala global para fornecimento de matéria prima para indústrias de papel e celulose,

produção de carvão vegetal para siderúrgicas, e madeira serrada, chapas e aglomerados

para as indústrias moveleiras. As plantas desse gênero são de crescimento rápido e se

adaptam a diferentes condições de solo e clima, o que justifica a elevada utilização

desse gênero nos reflorestamentos (JESUS, 2008).

As plantações comerciais de eucalipto no Brasil normalmente ocupam solos de

baixa fertilidade natural (BARROS e NOVAIS, 1996), caracterizados pelo baixo teor de

nutrientes disponíveis para as plantas e pequena reserva nutricional. Além disso, são

solos com baixa saturação por bases, elevada acidez, alta capacidade de fixação de

fósforos e ricos em sesquióxidos de Fe e Al, características que, em conjunto com o

curto ciclo de corte da cultura e a exportação de nutrientes, indicam que a manutenção

da produtividade é dependente da adição de fertilizantes (BARROS e NOVAIS, 1996).

Embora consiga boa resposta de crescimento nestas condições, assim como

outras culturas florestais de curta rotação, é grande a sua demanda de nutrientes, que são

armazenados em diferentes compartimentos das árvores e posteriormente exportados

durante o corte. Esta situação levou à aplicação de grandes quantidades de fertilizantes

na última década (GONÇALVES et al., 2004) e significou um grande custo econômico

à silvicultura no Brasil, além de uma potencial fonte de interferência no solo.

No Brasil, com a intensificação da silvicultura clonal e o plantio de materiais

genéticos mais produtivos e exigentes nutricionalmente, tem aumentado o aparecimento

de sintomas de deficiência de micronutrientes. Até então, os programas de adubação de

eucalipto voltavam-se ao suprimento de macronutrientes, com poucas empresas

utilizando micronutrientes. (PINHEIRO, 1999; BOUCHARDET, 2002).

O conhecimento das exigências nutricionais de eucalipto mostra-se importante

para a correta definição da quantidade de nutrientes a serem aplicados nos plantios, a

fim de evitar gastos excessivos com fertilizantes e problemas de deficiência e toxicidade

em decorrência do fornecimento de doses erradas de macro e micronutrientes. O

conhecimento das exigências nutricionais em espécies florestais é de grande

importância, pois é imprescindível no crescimento e na distribuição de biomassa. É um

dos principais fatores que normalmente assume a maior importância na produção e que

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mais limita o aumento de produtividade das plantas (SENA, 2008; SILVA et al, 2007;

TUCCI, 1991).

Segundo Sarcinelli et al. (2004) o conhecimento das exigências nutricionais em

espécies florestais permite a identificação e correção de deficiências que podem ocorrer

em exemplares plantados em diferentes substratos degradados, possibilitando, dessa

maneira, intervenções corretas, sem desperdícios e de menor impacto ambiental. Assim,

a correção das limitações nutricionais do solo durante a formação das mudas no campo

é de grande importância ecológica e econômica em programas florestais. Dessa forma,

este trabalho tem como objetivo descrever as exigências nutricionais de eucalipto.

2. HISTÓRICO DO EUCALIPTO

Eucalipto é a designação vulgar das várias espécies vegetais do gênero

Eucalyptus, ainda que o nome se aplique a outros gêneros de mirtáceas, nomeadamente

dos gêneros Corymbia e Angophora. Nativos da Oceania, constituem de longe o gênero

dominante da flora neste continente, formando densos maciços florestais nativos. O

gênero inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo

apenas um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné

e Indonésia, e mais uma espécie (a mais setentrional) no sul das Filipinas. Adaptados a

praticamente todas as condições climáticas, os eucaliptos caracterizam a paisagem da

Oceania de uma forma que não é comparável a qualquer outra espécie, noutro

continente (REMADE, 2013).

Os primeiros eucaliptos provenientes da Austrália, tornaram-se reconhecidos na

Europa por meio do botânico David Nelson e do médico William Anderson, que

integravam as expedições do capitão Cook, realizadas entre 1766 e 1779. Valendo-se do

material existente no herbário do Jardim Botânico de Kew, em Londres, o botânico L.

Hériter de Brutelle descreveu pela primeira vez esse importante gênero da família das

mirtáceas, em Sertum Anglicum, publicados em Paris, em 1788 (LEÃO, 2000).

Pouco tempo depois, o botânico francês Labillardière, que acompanhava a

expedição do navegador Entrecasteau, reconheceu como sendo do gênero Eucalyptus L.

Hériter um grupo de vigorosas árvores existentes na chamada Terra de Van Diemen,

grande ilha ao sul da Austrália. Em 6 de maio de 1792, ele descreveu essas plantas com

entusiasmo no diário de bordo do La Recherche. Impressionado com o formato de sua

copa, seu belo porte e prevendo a utilidade que teriam no futuro, deu-lhes o nome de

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Eucalyptus globulus, alusivo à forma de globo do fruto que envolvia sua semente

(LEÃO, 2000).

Nos anos seguintes, essa árvore só podia ser vista em coleções de alguns jardins

botânicos europeus. A aclimatação do Eucalyptus globulus em Paris, foi inicializada em

1860, pelo francês P. Ramel, com material trazido da Austrália. Semeadas em viveiro,

as mudas atingiram a altura de quatro metros no primeiro ano. Desde então, vários

plantios no campo foram feitos, com grande sucesso, no litoral francês, italiano e no

Norte da África. O eucalipto desenvolveu-se bem nos climas europeus, tanto em terras

férteis como em solos arenosos, alcalinos e até mesmos alagadiços. Foi amplamente

cultivado para purificar o ar e também por suas propriedades medicinais, pois

descobriu-se que o Eucalyptus globulus possuía importantes qualidades terapêuticas

devido ao seu óleo essencial, uma espécie de cânfora. Os ingleses empregaram o

eucalipto em suas colônias do Cabo da Boa Esperança para modificar as condições

climáticas e afastar os insetos de alguns locais considerados inabitáveis, “pois uma

árvore que cresce com tanta rapidez, que retira do solo a cada 24 horas a água

equivalente a dez vezes o seu peso e que espalha na atmosfera eflúvios canforados, só

pode sanear terrenos insalubres” (FIGUIER, 1908).

Na América do Sul,o Chile talvez tenha sido o primeiro país a receber algumas

mudas de eucalipto em 1823, trazidas por um veleiro inglês. No Brasil, os primeiros

exemplares de E. gigantea parecem ter sido plantados em 1824 no Jardim Botânico do

Rio de Janeiro, pelo seu diretor frei Leandro do Sacramento. Também o major Archer

empregou essa essência no reflorestamento das matas da Tijuca. Em 1875, o fazendeiro

Matias Velho plantou três mil exemplares em sua propriedade de São José do Norte, no

Rio Grande do Sul. Mas foi em São Paulo, por volta de 1900, que o reflorestamento

com eucalipto atingiu dimensões de atividade econômica (LEÃO, 2000).

Lenha para locomotivas, dormentes para linhas férreas, postes para energia

elétrica. Não havia madeira que bastasse para suprir as necessidades da Cia. Paulista de

Estradas de Ferro. A empresa, uma das encarregadas do transporte no Estado de São

Paulo, decidiu realizar os primeiros plantios de árvores em uma área de sua propriedade,

em Jundiaí (SP). Edmundo Navarro de Andrade, agrônomo de 23 anos, foi o

responsável por esses plantios. Naquele local, cultivou quase uma centena de espécies

nativas, todas eram adequadas, mas o crescimento demorava muito, o que não atendia às

necessidades urgentes da companhia (LEÃO, 2000).

Page 8: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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Andrada decidiu então iniciar as primeiras pesquisas científicas para a utilização

do eucalipto em grande escala a partir de sementes trazidas de Portugal, país onde

estudara e onde o eucalipto já era empregado em reflorestamento. Essa árvore até o

momento, era utilizada apenas para fins ornamentais, sombreamento ou como quebra-

vento. Após seis anos de estudos, confirmou-se a excelência da sua madeira, apesar do

seu rápido crescimento. Dessa forma, em 1909, a Cia. Paulista adquiriu uma área de 2,4

mil hectares em Rio Claro, SP, onde Navarro de Andrade instalou o segundo dos 17

hortos que criaria para a empresa nos anos seguintes (LEÃO, 2000).

Navarro de Andrade estudou o eucalipto sob todos os aspectos: montou ensaios

de aclimatação, observou os tipos de semeaduras e o comportamento das mudas no

viveiro, reuniu 250 diferentes espécies numa coleção, analisou o desempenho de cada

uma em relação aos vários tipos de solos, verificou a sua resistência às temperaturas e

secas. Os resultados desse trabalho, foram publicados no livro A Cultura do Eucalyptus,

de 1909, considerado até hoje um dos mais completos compêndio sobre o assunto

(LEÃO, 2000).

Graças ao trabalho de Navarro, que obteve reconhecimento internacional, o

Brasil era citado, no final dos anos 1950, como o país com as mais extensas plantações

dessa cultura em todo o mundo (LEÃO, 2000).

Atualmente, segundo o último levantamento realizado pela Associação

Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF) em 2011, a área de plantios

de Eucalyptus totalizou 4.873.952 ha, o que corresponde a 74,8 % da área ocupada por

plantios florestais no país, sendo o restante ocupado por plantios de Pinus (Gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição da área de plantios florestais no Brasil por gênero, 2011

Page 9: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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Em relação ao indicador de 2010, a área de plantios de Eucalyptus obteve um

crescimento de 2,5% (119.617 ha), (Gráfico 2). O principal fator que alavancou esse

crescimento foi o estabelecimento de novos plantios frente à demanda futura dos

projetos industriais do segmento de Papel e Celulose (ABRAF, 2012).

Gráfico 2. Histórico da área de plantios de Eucalyptus no Brasil, 2005-2011

Da área plantada com Eucalyptus no Brasil (4.873.952 ha), 54,2% está

concentrado na região Sudeste. Dos estados brasileiros, Minas Gerais, São Paulo e

Bahia são os que possuem as maiores áreas plantadas desse gênero (Figura 1) (ABRAF,

2012).

Quem vê hoje as grandes áreas reflorestadas com eucaliptos, não imagina que,

em um passado bem próximo, sua implantação no país foi uma grande incógnita.

Page 10: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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Figura 1. Área e distribuição de plantios florestais com Eucalyptus nos Estados do Brasil, 2011

Page 11: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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3. NUTRIENTES

3.1. Composição Elementar da Planta

A análise elementar da matéria seca das plantas mostra que cerca de 90% do

total de elementos corresponde ao C, O e H, o restante, aos minerais. São três os meios

que contribuem com elementos químicos para a composição das plantas: o primeiro

meio é o ar contribuindo com o C (como CO2), o segundo a água, contribuindo com H e

O e por último o solo, contribuindo com os demais elementos minerais ao atuar como

reservatório dos mesmos (FAQUIN, 2005).

Do ponto de vista quantitativo, o solo é o meio menos importante no

fornecimento de elementos às plantas; entretanto, é o mais facilmente modificável

(torná-lo produtivo) pelo homem, tanto no aspecto físico (aração, gradagem, drenagem)

quanto no químico (calagem e adubação). A solução do solo é o compartimento de onde

a raiz retira ou absorve os elementos essenciais. Quando a fase sólida (matéria orgânica

+ minerais) não consegue transferir para a solução do solo quantidades adequadas de

um nutriente qualquer, é necessária sua aplicação mediante o emprego do fertilizante,

que contém o elemento em falta (FAQUIN, 2005).

3.2. Elementos Essenciais

Somente a análise química da planta não é suficiente para o estabelecimento da

essencialidade de um elemento. As plantas absorvem do solo, sem muita discriminação,

os elementos essenciais, os benéficos e os tóxicos, podendo estes últimos, inclusive,

levá-las à morte. Segundo Faquim (2005), todos os elementos essenciais devem estar

presentes nos tecidos das plantas, mas nem todos os elementos presentes são essenciais.

De acordo com Malavolta (1980), um elemento é considerado essencial quando satisfaz

dois critérios de essencialidade:

• Direto - o elemento participa de algum composto ou de alguma reação,

sem o qual ou sem a qual a planta não vive;

• Indireto - na ausência do elemento a planta não completa seu ciclo de

vida; o elemento não pode ser substituído por nenhum outro; o elemento

deve ter um efeito direto na vida da planta e não exercer apenas o papel

de, com sua presença no meio, neutralizar efeitos físicos, químicos ou

biológicos desfavoráveis para a planta.

Page 12: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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Além do C, O e H (orgânicos), treze elementos (minerais) são considerados

essenciais para o desenvolvimento das plantas, sendo estes divididos por aspectos

puramente quantitativos em dois grupos:

• Macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg e S;

• Micronutrientes: B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn.

Alguns elementos podem afetar o crescimento e desenvolvimento das plantas,

embora não se tenha determinado condições para caracterizá-los como essenciais, como

por exemplo, o sódio, silício, cobalto, níquel, selênio e alumínio (MARSCHNER,

1986).

Os macronutrientes têm, em geral, seus teores expressos em percentagem (%) e

os micronutrientes em partes por milhão (ppm), todos na forma elementar. A única

distinção na classificação entre macro e micronutrientes é a concentração exigida pelas

plantas. Os macronutrientes ocorrem em concentrações de 10 a 5.000 vezes superior à

dos micronutrientes.

3.3. Funções dos Nutrientes

As funções exercidas pelos nutrientes podem ser classificadas em três grandes

grupos:

• Estrutural - o elemento faz parte da molécula de um ou mais compostos

orgânicos da planta;

• Constituinte de enzimas – trata-se de um caso particular do primeiro;

refere-se geralmente a metais ou elementos de transição (Mo), que fazem

parte do grupo prostético de enzimas e que são essenciais à atividade das

mesmas;

• Ativador enzimático – sem fazer parte do grupo prostético, o elemento

dissociável da fração proteica da enzima, é necessário à atividade da

mesma.

3.4. Funções dos Macronutrientes

Nitrogênio (N): De maneira geral, o N é o nutriente mineral mais exigido pelas

plantas. Cerca de 90% do N da planta encontra-se em forma orgânica e é assim que

Page 13: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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desempenha as suas funções, como componente estrutural de macromoléculas e

constituinte de enzimas. Os “aminoácidos livres” dão origem: a outros aminoácidos e às

proteínas e, por conseqüência, às coenzimas; são percursores de hormônios vegetais –

triptofano do AIA e metionina do etilemo; núcleos porfirínicos – clorofila e

citocromos; reserva de N nas sementes – asparagina, arginina; às “bases nitrogenadas”

(púricas e pirimídicas), aos nucleosídeos; nucleosídeos e por polimerização destes

ácidos nucléicos – DNA e RNA;ATP; coenzimas como o NAD (dinucleotídeo de

nicotinamida e adenina) e o NADP (dinucleotídeo de nicotinamida adenina e fosfato).

Fósforo (P): O fósforo é, dos macronutrientes, um dos menos exigidos pelas

plantas. Na planta, ele é responsável pela energia (forma ATP), atua na multiplicação

das células, promovendo o crescimento das raízes, maturação e melhor formação dos

grãos e frutos, faz parte dos compostos essenciais ao metabolismo vegetal. O fósforo faz

parte estrutural dos ésteres de carboidratos, fosfolipídeos das membranas celulares,

coenzimas e ácidos nucleícos (MARSCHNER, 1995; MALAVOLTA et al., 1997).

Potássio (K): O potássio, de maneira geral, é o segundo nutriente mais exigido

pelas culturas. É, depois do fósforo, o nutriente mais consumido como fertilizante pela

agricultura brasileira. O potássio não faz parte de nenhum composto orgânico, não

desempenhando função estrutural na planta. Este macronutriente atua na ativação de

aproximadamente 50 enzimas, destacando-se as sintetases, oxiredutases,

desidrogenases, transferases, quinases e aldolases (MENGEL e KIRKBY, 1978;

MARSCHNER, 1995; MALAVOLTA et al., 1997). . O potássio está ainda envolvido

na síntese de proteínas, no controle osmótico das células. Outro efeito atribuído ao K é

que plantas bem nutridas são mais resistentes a secas e geadas, em razão da maior

retenção de água. O potássio está envolvido também nos mecanismos de defesa das

plantas a pragas e doenças e na fotossíntese (PRETTY, 1982).

Cálcio (Ca): O cálcio, o magnésio e o enxofre são conhecidos como

macronutrientes secundários. Do ponto de vista da nutrição mineral das plantas, nenhum

nutriente pode ser considerado secundário. Na adubação, os três são realmente

secundários, por se constituírem componentes de fertilizantes e corretivos, que são

comercializados por seu conteúdo em NPK ou por sua capacidade corretiva. Por isso,

não são valorizados diretamente. Ao contrário dos outros macronutrientes, uma alta

proporção do Ca na planta encontra-se nas paredes celulares (apoplasto). Este fato é

Page 14: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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devido ao Ca integrar a lamela média das paredes celulares. O Ca também é requerido

para a alongação e divisão celular, refletindo drasticamente no crescimento radicular, e

é indispensável para a germinação do grão de pólen e para o crescimento do tubo

polínico o que pode ser devido ao seu papel na síntese da parede celular ou ao

funcionamento da plasmalema.

Magnésio (Mg): A função mais conhecida do Mg é a de compor a molécula da

clorofila, que são porfirinas magnesianas. Além desta, outras importantes funções são

desempenhadas pelo Mg, como a ativação enzimática; o Mg ativa mais enzimas de

qualquer outro elemento na planta. Neste caso, o principal papel do M é atuar como

cofator de enzimas fosforilativas, formando uma ponte entre o pirofosfato do ATP ou

ADP e a molécula da enzima. Assim, o Mg participa de uma série de processos vitais da

planta que requerem e fornecem energia como a fotossíntese, respiração, síntese de

macromoléculas – carboidratos, lipídeos, proteínas – e absorção iônica.

Enxofre (S): Este elemento está presente em todas as proteínas uma vez que a

cisteína e a metionina, que são os mais importantes aminoácidos, contém S. Uma das

principais funções do enxofre nas proteínas ou polipeptídeos é a formação da ligação

dissulfeto (S-S) que atuam na estabilidade da estrutura terciária das proteínas. O enxofre

atua nas reações de oxiredução da fotossíntese, na redução de NO3 e do SO4 e sendo

que o aminoácido cisteína pode se converter no aminoácido metionina e no dipeptídeo

cistina e esses aminoácidos entram na composição das proteínas, está é a maior fração

do enxofre nas plantas.

3.5. Funções dos Micronutrientes

Boro (B): O B é o único nutriente que não atende ao critério direto de

essencialidade, mas satisfaz o critério indireto. Uma importante função atribuída ao

boro é a de facilitar o transporte de açúcares através das membranas. A importância do

boro está associada à formação da parede celular, mais especificamente na síntese dos

seus componentes, como a pectina, a celulose e a lignina (MARSCHNER, 1995;

MORAES et al., 2002; SILVEIRA et al., 2002).

Cloro (Cl): O Cl atua na fotossíntese – Fotólise da água no Fotossistema II,

Reação de Hill (MARSCHNER, 1986). Atua também como ativador de enzimas, entre

elas a ATPase localizada na membrana do tonoplasto e outras vesículas fechadas e

Page 15: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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como íon acompanhante. Pouco se sabe sobre a função do cloro em outros processos

metabólicos. Tem sido também atribuído ao cloro uma importante função, atuando na

regulação osmótica, o que afetaria indiretamente a fotossíntese e o crescimento da

planta, via controle da abertura e fechamento estomacal.

Cobre (Cu): A principal função do cobre no metabolismo vegetal é como

ativador ou componente de enzimas que participam de reações de oxi-redução, assim, o

cobre participa de uma série de processos metabólicos nos vegetais.

Ferro (Fe): o Fe é componente de uma série de enzimas, a maioria das quais

participam de reações de oxi-redução no metabolismo, em que há mudança reversível

de valência. O Fe também é componente de dois complexos enzimáticos ligados ao

metabolismo do Nitrogênio, a Nitrogenase - responsável pela fixação biológica do N2 –

e a Redutase do Nitrato – responsável pela redução do NO3- → NO2

-, no processo da

redução assimilatória do Nitrato. O Fe também está envolvido na síntese da clorofila.

Manganês (Mn): O Mn é o micronutrente mais abundante no solo depois do

ferro. A função do Mn mais bem estudada em plantas é a sua participação, juntamente

com o cloro na evolução do O2 no processo fotossintético (quebra fotoquímica da água

no fotossistema II), na reação de Hill. Parece, também, que o Mn está envolvido na

formação, multiplicação e funcionamento dos cloroplastos.

Molibdênio (Mo): O Mo é o micronutriente menos abundante no solo e o menos

exigido pelas culturas. É componente de duas enzimas essenciais ao metabolismo de

nitrogênio, a Redutase do Nitrato e a Nitrogenase e está intensamente relacionado com o

transporte de elétrons durante as reações bioquímicas (DECHEN, HAAG, e

CARMELLO, 1991)

Zinco (Zn): Ao lado do B, o Zn é o micronutriente que mais frequentemente

promove deficiência nas culturas nos solos das regiões tropicais. Sua principal função

no metabolismo é composição e ativador enzimático, citando-se as desidrogenases

(alcoólica, glutâmica e lática), sintetases, carboxilases, isomerases. A função básica do

zinco está relacionada ao metabolismo de carboidratos e proteínas, de fosfatos e

também na formação de auxinas, RNA e ribossomos. Existem evidências de que o zinco

tem influência na permeabilidade de membranas e é estabilizador de compostos

celulares.

Page 16: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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Cobalto (Co): A essencialidade do Co restringe-se, por enquanto, às plantas

superiores que dependem da fixação biológica do N2O Co é essencial para a fixação

biológica do N2 por bactérias fixadoras de vida livre ou por sistemas simbióticos,

mediante a participação na composição da vitamina B12 e da coezima cobamida,

também conhecida como Dacobalamina. A cobamida funciona como ativadora de

enzimas importantes que catalizam reações bioquímicas em culturas de bactérias

fixadoras de N2.

Níquel (Ni): A essencialidade do Ni para as plantas é ainda discutida, mas

alguns autores já o colocam na lista dos micronutrientes; outros o colocam essencial

apenas para algumas espécies de plantas e outros afirmam a necessidade de maiores

estudos. O Ni é importante catalisador de muitas enzimas, como: urease, superóxido

dismutase, NiFe hidrogenases, metilcoenzima M reductase, monóxido de carbono

dehidrogenase, acetil coenzima A sintase, hidrogenases, RNase-A e, provavelmente,

muitas outras. Enfatizou que é preciso entender que o Ni afeta a atividade de 3-4 ou

mais enzimas críticas em rotas bioquímicas fundamentais da planta, afetando a ciclagem

de C e N e também dos metabólitos secundários. Como consequência final há

comprometimento do mecanismo de defesa da planta contra doenças.

3.6. Sintomas Visuais de Deficiência de Nutrientes em Eucalipto

A observação do aspecto vegetativo do eucalipto tem se mostrado como um bom

método de diagnose de possíveis deficiências nutricionais que nele possa ocorrer. É um

método qualitativo que se baseia no aparecimento de sintomas característicos em

diversas partes da planta, principalmente nas folhas, quando a mesma se encontra com

deficiência de um ou mais nutrientes (MALAVOLTA et al., 1962; MOREIRA et al.,

1983).

Como vantagem pode-se dizer que é um método rápido e qualitativamente

eficiente, porém, uma das desvantagens é que a diagnose é feita, muitas vezes, num

estágio de crescimento da planta, quando a correção da deficiência já não é tão efetiva

dada a queda da produtividade já estabelecida ou mesmo alterações na morfologia da

árvore (BARROS et al., 1990). Os principais sintomas visuais de deficiência de

nutrientes em eucalipto são descritos a seguir:

• Nitrogênio: Inicialmente as folhas velhas apresentam coloração verde

clara, que vão ficando amarelecidas e com pequenos pontos

Page 17: Exigências Nutricionais de Eucalipto

16

avermelhados ao longo do limbo. Posteriormente, os pontos cobrem todo

o limbo, ocorrendo um avermelhamento generalizado (Figura 2.A).

• Fósforo: As folhas velhas ficam com coloração verde escura, mostrando-

se arroxeadas próximo às nervuras e com pontuações escuras ao longo do

limbo. No estádio final, as pontuações tornam-se necróticas (Figura 2.B).

• Potássio: Inicialmente as folhas velhas apresentam avermelhamento das

bordas que progride em direção ao centro da folha. Nesta fase, muitas

vezes ocorre um secamento das pontas das folhas (Figura 2.C).

• Cálcio: As folhas novas mostram deformação seguida de enrolamento.

Apesar de bem menos freqüente que a deficiência de B, pode ocorrer a

morte das gemas apicais, podendo, em estádios mais avançados, ocorrer

a seca de ponteiro (Figura 2.D).

• Magnésio: As folhas velhas apresentam manchas amareladas, com as

nervuras permanecendo verdes. Além dessas manchas, formam-se outras,

numerosas, marrons, de tamanho, forma e contornos variáveis, podendo

também ocorrer clorose internerval (Figura 2.E).

• Enxofre: As folhas novas mostram leve clorose ou avermelhamento de

forma uniforme (Figura 2.F).

• Boro: As folhas novas apresentam intensa clorose marginal seguida de

secamento das margens. As nervuras tornam-se extremamente salientes

com posterior necrose (aspecto de “costelamento”). As folhas mais novas

apresentam-se encarquilhadas e espessas. Na planta ocorre perda de

dominância causada pela morte da gema apical. No estádio final,

observa-se seca de ponteiro e morte descendente dos ramos, com

posterior superbrotamento das gemas laterais, resultando na bifurcação

do tronco. Em algumas situações pode ocorrer quebra do ponteiro

(Figura 2.G).

Page 18: Exigências Nutricionais de Eucalipto

17

• Cobre: Folhas novas deformadas; morte descendente dos ramos, caules e

ramos tortuosos; perda de lignificação, ficando os ramos e o caule com

aspecto de “caídos”.

• Ferro: As folhas novas apresentam clorose internerval com aparência de

um reticulado fino, ou seja, as nervuras ficam verde-escuras, enquanto o

limbo foliar fica verde-claro (Figura 2.H).

• Manganês: As folhas novas apresentam clorose internerval com

aparência de reticulado grosso, ou seja, as nervuras e áreas adjacentes

ficam verde-escuras enquanto o restante do limbo foliar permanece

verde-claro (Figura 2.I).

• Zinco: As folhas novas tornam-se lanceoladas, estreitas e pequenas

(Figura 2.J). Na região apical ocorre um superbrotamento das gemas com

posterior perda da dominância. A árvore fica sem ponteiro dominante,

acarretando uma redução no crescimento em altura.

Figura 2. Sintomas Visuais de Deficiência de Nutrientes em Eucalipto. (A) Sintoma de deficiência de

nitrogênio. (B) Sintoma de deficiência de fósforo. (C) Sintoma de deficiência de potássio. (D) Sintoma de

deficiência de cálcio. (E) Sintoma de deficiência de magnésio. (F) Sintoma de deficiência de enxofre. (G)

Sintoma de deficiência de boro. (H) Sintoma de deficiência de ferro. (I) Sintoma de deficiência de

manganês. (J) Sintoma de deficiência de zinco.

Page 19: Exigências Nutricionais de Eucalipto

18

Fonte: Silveira et al. (2001).

Page 20: Exigências Nutricionais de Eucalipto

19

4. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DO EUCALIPTO

A expressão “exigências nutricionais”, refere-se às quantidades de

macronutrientes e micronutrientes que uma cultura retira do solo, do adubo e do ar, para

atender às suas necessidades, crescer e produzir adequadamente. A quantidade de

nutrientes exigida é função dos seus teores no material vegetal e do total de matéria seca

produzida.

As exigências nutricionais do eucalipto são menores em comparação à outras

culturas (Tabela 1), notando-se uma variação quanto à exigência em função da espécie,

idade, fertilidade do solo, produtividade e local (ARAUJO, 2011). A exigência

nutricional de uma espécie em comparação com outra pode variar de nutriente para

nutriente, o que representa uma característica importante na seleção de sítios para o

plantio e na determinação da quantidade e parcelamento de adubação (REIS e

BARROS, 1990).

Tabela 1. Acúmulo de macronutrientes em componentes removidos da área de produção, por espécies de

Eucalyptus, Pinus (nutrientes acumulados até a idade considerada) e algumas culturas agricolas

(nutrientes acumulados num ciclo de produção), expresso em Kg de nutrientes por tonelada de biomassa

produzida.

Page 21: Exigências Nutricionais de Eucalipto

20

Segundo Reis e Barros (1990), os fatores que levam uma espécie a absorver

maior ou menor quantidade de nutrientes mostram, em geral, interações complexas. De

uma forma mais simples, pode-se dizer que uma espécie que absorve maior quantidade

de nutriente por unidade de biomassa produzida é mais exigente do que outra que

absorve menor quantidade. Dentro dessa visão e considerando as exigências nutricionais

dos eucaliptos, pode se dizer com base nos resultados obtidos por Morais (1988), que o

Eucalyptus saligna e o E. citriodora (atualmente Corymbia citriodora) seriam mais

exigentes em nitrogênio, fósforo e potássio do que o E. grandis e o E. citriodora seria

particularmente exigente em potássio (Tabela 2). Já o E. clõeziana aos oito anos, idade

em que o estudo foi conduzido, seria a espécie menos exigente nos nutrientes

determinados, à exceção do magnésio, para o qual não difere das demais espécies.

Tabela 2. Quantidade de nutrientes por quantidade de biomassa da parte aérea produzida por várias

espécies de eucalipto, aos oito anos de idade, cultivas na região de Viçosa, MG.

Fonte: Morais (1988).

Diferentes autores mencionam que o conteúdo de macronutrientes nas partes do

eucalipto em povoamentos florestais é variável de acordo com a espécie, a idade, as

condições de clima e solo e a produtividade (HAAG, 1963; McCOOLL e

HUMPHREYS, 1967; LUBRANO, 1970; LAMB, 1976).

No que se refere à quantidade total de macronutrientes na parte aérea, Silveira et

al. (2001) apresentam a seguinte ordem: N > Ca ≥ K > S ≥ Mg > P. Bellote et al. (1980)

verificaram que o cálcio é o nutriente mais extraído pelo eucalipto, seguido, em ordem

decrescente de: N, K, S, Mg e P.

Bellote et al. (1980) identificaram o magnésio como o nutriente mais exportado

por meio do caule, seguido, em ordem decrescente, por P, Ca, K=S e N. Segundo

Silveira et al. (2001), mais de 50% do cálcio total do eucalipto está alocado no tronco.

Assim, com o descascamento da madeira no campo, o Ca é o nutriente mais

beneficiado, permanecendo na área de produção. Considerando somente a extração de

Page 22: Exigências Nutricionais de Eucalipto

21

madeira, a porcentagem de nutrientes exportada em relação ao total pode variar de 23 a

46% para nitrogênio; 23 a 53% para fósforo; 27 a 43% para potássio; 11 a 26% para

cálcio e 25 a 30% para magnésio (SILVEIRA et al., 2001). Quanto aos micronutrientes,

Bellote (1979) menciona o manganês como o mais extraído e exportado pelo eucalipto,

seguido pelo ferro, boro, cobre e zinco.

Os níveis críticos dos principais elementos no solo para o crescimento de mudas

de eucalipto no viveiro, bem como para manutenção no campo, são apresentados a

seguir (Tabela 3) (BARROS e NOVAIS, 1999). Segundo Novais et al. (1986), o nível

crítico de manutenção refere-se ao teor do elemento que o solo deve ter, além do

requerido para o crescimento e desenvolvimento inicial da muda, em condições de

campo, para atingir determinada produtividade ao final do ciclo. A necessidade de

determinação dos níveis críticos de determinado nutriente, para cada espécie vegetal ou

grupo de espécies afins, fundamenta-se não apenas em suas exigências nutricionais

variáveis mas também nas suas diferentes eficiências de absorção e/ou utilização do

nutriente.

Tabela 3. Níveis críticos dos principais elementos no solo para o crescimento de mudas de eucalipto no

viveiro e para manutenção no campo. Fonte: 5ª aproximação

.

O nitrogênio é o nutriente que se encontra em maiores concentrações nos

vegetais superiores. Apesar da grande quantidade de nitrogênio que pode ser acumulada

nos plantios florestais de eucalipto, 120 a 1.300 Kg ha-1, dependendo da qualidade do

sítio, do material genético e da produção do povoamento (BARROS et al., 1990), a

exigência deste nutriente por eucalipto é relativamente baixa e principalmente nos

Page 23: Exigências Nutricionais de Eucalipto

22

primeiros dois anos após o plantio, onde se observou respostas mais acentuadas a

nitrogênio (BARROS et al., 1990; SANTOS, 2001). No entanto, árvores mais velhas

ainda têm uma significativa procura por N, média de 9,2% entre o sexto e sétimo ano

(LEITE et al., 2011). Esses fatos podem ser, contudo, decorrente da maior quantidade

de N mineralizado da matéria orgânica do solo (GAMA-RODRIGUES, 1997) ou até

mesmo da limitação do nutriente no sitema.

A exigência de N por eucalipto à idade de 4,5 anos, no Brasil, varia de 150 a 327

Kg ha-1 (SANTANA et al., 2008), com valores mais baixos em solos arenosos.

Em relação ao potássio, sua quantidade disponível nos primeiros 20 cm (15 a 50

kg ha-1) da maioria dos solos florestais é insuficiente para atender a exigência média de

K pelo Eucalyptus com idade de aproximadamente 8 anos (140 a 340 kg ha-1), conforme

mostra a Tabela 4. Além disso, a eficiência da adubação potássica nesses solos é baixa,

uma vez que apresentam significativa lixiviação, em razão de serem altamente

intemperizados e por apresentarem textura arenosa, com baixa capacidade de troca

catiônica (SILVEIRA e MALAVOLTA, 2000).

Tabela 4. Produtividade de florestas de Eucalyptus e o conteúdo de potássio*.

Segundo Novais et al. (1980), o nível crítico de K no solo para suprir a exigência

de E. grandis, na fase inicial do crescimento, está abaixo de 0,23 mmolc dm-3 (extrator

Mehlich 1), quando o solo é pobre em Ca e Mg. Para E. cloeziana, os valores estavam

Page 24: Exigências Nutricionais de Eucalipto

23

na faixa de 0,28 a 0,79 mmolc dm-3, sendo que os valores mais altos foram obtidos para

solos que receberam calagem. Ainda em relação ao nível crítico de K no solo para o

crescimento de mudas de E. grandis, Prezotti (1985) verificou que os níveis para

obtenção de 90% da produção máxima foram de 1,20 a 1,33 mmolc dm-3 para solos de

textura média a arenosa e 1,87 a 2,18 mmolc dm-3 para os de textura argilosa. Estes

valores foram mais altos que os encontrados por Novais et al. (1980), sendo justificados

em razão do pequeno volume de solo (400 cm3) que foi utilizado para a produção das

mudas.

Barros e Novais (1996) relataram que a exigência de potássio pelas plantas de

eucalipto aumenta com a idade do plantio. De acordo com os mesmos autores, plantas

jovens requerem pouco potássio e solos com níveis de K em torno de 0,51mmolc dm-3

(20 mg kg-1) são suficientes para o crescimento inicial das mudas.

A exigência nutricional de fósforo por eucalipto é alta na fase inicial de

crescimento da cultura, necessitando portanto de maiores níveis críticos de P no solo

quanto mais jovens forem as plantas (NOVAIS et al., 1982). Esses autores estimaram

que o nível crítico de P no solo era de 52 mg dm-3 aos 85 dias e caiu para 12 mg dm-3

aos 133 dias de idade. Atribuiu-se esse decréscimo às variações no crescimento

radicular e, ou, a possíveis alterações metabólicas das plantas. Novais et al. (1986)

também encontraram resultados semelhantes, onde o nível crítico de P nos solos

arenoso e argiloso, que foram de 80 e 60 mg dm-3, respectivamente, na fase inicial,

reduziu drasticamente na fase de manutenção (4,5 e 6,5 mg dm-3, respectivamente),

confirmando a maior exigência deste nutriente por eucalipto na fase inicial de

crescimento. Segundo Leite et al. (2011) o teor de fósforo nos eucaliptos atinge 51,7 %

do acúmulo máximo depois de dois anos, caindo drasticamente nos últimos três anos do

ciclo produtivo (Figura 3).

Page 25: Exigências Nutricionais de Eucalipto

24

Figura 3. Distribuição relativa dos nutrientes acumulados na biomassa florestal em todo o ciclo

de cultivo.

Fonte: Leite et al. (2011).

Assim como o fósforo, a exigência nutricional de enxofre decresce com o

aumento da idade do eucalipto. Silveira et al. (2003), encontrou uma queda acentuada

das concentrações de S nas diferentes partes das mudas de E. grandis em função da

idade (Figura 4).

Figura 4. Concentração de enxofre (S) nas diferentes partes das mudas de Eucalyptus grandis em

função da idade.

Este nutriente ainda, segundo os mesmos autores, foi o elemento que mais

diminuiu com o desenvolvimento da muda (Tabela 5).

Page 26: Exigências Nutricionais de Eucalipto

25

A exigência de cálcio e magnésio por eucalipto durante o seu crescimento inicial

é baixa comparada a outras culturas. Conforme resultados experimentais obtidos por

Novais et al. (1979) e Barros et al. (1986), o nível crítico estabelecido de Ca+2 + Mg+2

no solo para mudas de eucalipto é baixo, 5 mmolc dm-3. Porém, Novais (1986) alerta

para o aumento do nível crítico em função da maior produtividade do sítio, podendo

atingir cerca de 10 mmolc dm-3 de Ca+2 + Mg+2 para uma produtividade de 50 m³ ha-1

ano-1.Os níveis requeridos destes nutrientes pela espécie são praticamente 10 vezes

menores que os considerados baixos pela Comissão de Fertilidade do Solo de Minas

Gerais (1978) para culturas diversas. Isso demonstra uma exigência do eucalipto ao

cálcio e magnésio bem inferior à da maioria das plantas cultivadas (Tabela 1)

(BARROS et al., 1981).

A demanda destes dois nutrientes é maior nos dois primeiros, de acordo com

Leite et al. (2011), onde a teor máximo atinge 64% e 56,1% do acúmulo total para Ca e

Mg, respectivamente (Figura 3). A definição da quantidade exigida de cálcio e

magnésio por eucalipto, pode ser feita com base nas quantidades de Ca exportadas com

a exploração das florestas, sendo em torno de 300 a 500 Kg de Ca por hectare, para

solos de baixa a média fertilidade, respectivamente. Estas quantidades de Ca

Tabela 5. Variações percentuais das concentrações de nutrientes nas mudas de E.

grandis em função da idade.

Page 27: Exigências Nutricionais de Eucalipto

26

correspondem a doses de calcário dolomítico equivalentes a 1.500 e 2.500 Kg por

hectare (GONÇALVES, 1995).

Um dos poucos trabalhos sobre o conteúdo de micronutrientes em Eucalyptus,

no Brasil, foi realizado por Bellote (1979). O manganês foi o micronutriente mais

extraído e exportado, e portanto, mais exigido, seguido pelo Fe, B, Cu e Zn. A

quantidade de Mn alocada na biomassa do eucalipto é de 3 a 5 vezes maior que a de

ferro, mostrando que a espécie é tolerante a esse micronutriente, conforme Barros e

Novais (1990).

A quantidade de boro exigida pelo eucalipto é baixa. De acordo com Ramos et

al. (2009), em trabalho realizado em plantios de Eucalyptus citriodora cultivados em

latossolos, a produção de matéria seca aumentou quando se aplicaram pequenas doses

de B, independentemente do tipo de solo e das tensões hídricas a que foram submetidos

(Figura 5). Foi observado também, que na dose superior a 2,25 mg dm-3 houve redução

na produção de matéria seca das plantas, indicando o efeito tóxico do B, uma vez que

existe uma estreita faixa entre o nível adequado e o tóxico para a maioria das plantas em

relação a este micronutriente, sendo portanto a dose adequada de B a ser fornecida às

plantas uma das maiores preocupações nas adubações (FAQUIN, 2005). Este trabalho

está de acordo com o observado por SIF (1980), onde o crescimento do eucalipto obteve

resposta não significativa à alta dose de boro aplicada - 10 Kg ha-1 - em condições de

campo, na região de Itamarandiba, MG.

A respeito do cobre, a baixa exigência pelo eucalipto é uma possível explicação

para a ausência de resposta das plantas. Para mudas de eucalipto em solos do cerrado,

Rodrigues (2010) não verificou influência das doses de Cu na produção de matéria seca

da parte aérea das mudas de eucalipto. Portanto, a disponibilidade natural desse

nutriente nos solos estudados já era adequada para atender às exigências das mudas de

eucalipto. Os menores teores estimados de Cu no solo pelo Mehlich-1 foram de 0,12 mg

dm-3 e de 0,09 mg dm-3 pelo DTPA, para a condição de não adição de Cu. Mesmo em

solução nutritiva, pequenas contaminações do nutriente levam a não obtenção de

resposta, conforme relatado por Soares et al. (2000).

Já o molibdênio, em função da sua pouca limitação ao crescimento do eucalipto

e dadas as maiores dificuldades para a sua análise, estudos referentes às exigências

nutricionais desta espécie por este micronutriente tem sido deixado de lado nos estudos,

na quase totalidade dos casos.

Page 28: Exigências Nutricionais de Eucalipto

27

Figura 5. Produção de matéria seca da parte aérea (MSP A) (A), da raiz (MSR) (B) e total (MST) (C), em

Eucalyptus citriodora aos 140 dias após o plantio, em função das doses de B. ** Significativo a 1%.

Fonte: RAMOS et al., 2009.

Page 29: Exigências Nutricionais de Eucalipto

28

5. CONCLUSÃO

Este trabalho de revisão de literatura sobre as exigências nutricionais do

eucalipto, nos permitiu verificar que a maioria das florestas de eucalipto no Brasil é

plantada em solos de baixa fertilidade, muitas vezes, resultando em limitações de

crescimento devido à oferta insuficiente de nutrientes. Com o plantio a cada dia de

materiais altamente produtivos, este problema torna-se mais intenso, devido à estreita

relação entre a biomassa e o seu conteúdo de nutrientes. Este trabalho apresentou as

principais exigências nutricionais do eucalipto, que concluímos serem menores que de

outras culturas. Este conhecimento a respeito das exigências nutricionais torna-se

necessário para a introdução de formas de manejo dos nutrientes para manter o

conteúdo dos mesmos dentro dos limites que garantam a sustentabilidade da produção.

Page 30: Exigências Nutricionais de Eucalipto

29

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRICAS

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Page 36: Exigências Nutricionais de Eucalipto

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ANEXO 1

Questionário referente à essência abordada neste trabalho

1. O que são exigências nutricionais?

Exigências nutricionais referem-se às quantidades de macronutrientes e micronutrientes

que uma cultura retira do solo, do adubo e do ar, para atender às suas necessidades,

crescer e produzir adequadamente.

2. Por que é importante se conhecer as exigências nutricionais do eucalipto?

O conhecimento das exigências nutricionais de eucalipto mostra-se importante para a

correta definição da quantidade de nutrientes a serem aplicados nos plantios, a fim de

evitar gastos excessivos com fertilizantes e problemas de deficiência e toxicidade em

decorrência do fornecimento de doses erradas de macro e micronutrientes.

Este conhecimento é imprescindível no crescimento e na distribuição de biomassa. É

um dos principais fatores que normalmente assume a maior importância na produção e

que mais limita o aumento de produtividade das plantas, além de permitir a

identificação e correção de deficiências que podem ocorrer em exemplares plantados em

diferentes substratos degradados, possibilitando, dessa maneira, intervenções corretas,

sem desperdícios e de menor impacto ambiental.

3. De maneira geral,como é a exigência nutricional do eucalipto?

As exigências nutricionais do eucalipto são menores em comparação à outras culturas,

notando-se uma variação quanto à exigência em função da espécie, idade, fertilidade do

solo, produtividade e local. Em relação aos macronutrientes os mais exigidos são o

nitrogênio e cálcio, e em relação aos micronutrientes os mais exigidos são magnésio e

ferro.