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1 Ex.ma Senhora Dra. Maria Filomena Aldeias Inspeção-Geral da Educação e Ciência Equipa Multidisciplinar da Área Territorial Do Sul Via Correio Eletrónico. Lisboa, 13 de maio de 2015 Assunto: Avaliação Externa das Escolas - CONTRADITÓRIO. O AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO ALGUEIRÃO, representada neste ato pela Diretora Maria de Fátima Fernandes Morais, tendo sido notificado do Projeto de Relatório de Avaliação Externa concretizada entre os dias 9 a 12 de fevereiro de 2015, após audição dos vários intervenientes neste procedimento, vem oportunamente exercer o direito ao CONTRADITÓRIO, que assenta essencialmente na insuficiência dos elementos recolhidos para a classificação obtida, na contradição entre a fundamentação e a decisão e erro na apreciação dos elementos de facto, nos termos e com os fundamentos seguintes: I – INTRODUÇÃO – DO ENQUADRAMENTO DO PROCEDIMENTO A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de educação e do ensino não superior, desenvolvendo o regime previsto na Lei de Bases do Sistema Educativo, designado por sistema de avaliação. Os parâmetros de avaliação inicialmente previstos por este diploma legal foram ao longo do tempo objeto de várias transformações por força da delegação de

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Ex.ma Senhora

Dra. Maria Filomena Aldeias

Inspeção-Geral da Educação e Ciência

Equipa Multidisciplinar da Área Territorial

Do Sul

Via Correio Eletrónico.

Lisboa, 13 de maio de 2015

Assunto: Avaliação Externa das Escolas - CONTRADITÓRIO.

O AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO ALGUEIRÃO, representada

neste ato pela Diretora Maria de Fátima Fernandes Morais, tendo sido notificado do

Projeto de Relatório de Avaliação Externa concretizada entre os dias 9 a 12 de

fevereiro de 2015, após audição dos vários intervenientes neste procedimento, vem

oportunamente exercer o direito ao CONTRADITÓRIO, que assenta

essencialmente na insuficiência dos elementos recolhidos para a classificação

obtida, na contradição entre a fundamentação e a decisão e erro na apreciação dos

elementos de facto, nos termos e com os fundamentos seguintes:

I – INTRODUÇÃO – DO ENQUADRAMENTO DO PROCEDIMENTO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de educação e do ensino

não superior, desenvolvendo o regime previsto na Lei de Bases do Sistema

Educativo, designado por sistema de avaliação.

Os parâmetros de avaliação inicialmente previstos por este diploma legal foram ao

longo do tempo objeto de várias transformações por força da delegação de

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competências para a IGEC prevista no Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março, e

no Decreto-Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro, que culminou com a

apresentação de um relatório final publicado em http://www.ige.min-

edu.pt/upload/Relatorios/AEE2_GT_2011_RELATORIO_FINAL.pdf.

Também o Conselho Nacional de Educação se pronunciou em duas ocasiões sobre

o Avaliação Externa das Escolas, vide os Pareceres n.ºs 5/2008 e 3/2010,

manifestando em 2008 diversas preocupações sobre os riscos do instrumento de

avaliação se revelar redundante e desequilibrado, suscetível a desigualdades e

injustiças de subvalorização / sobrevalorização e em 2010 recomendou a melhoria da

produção e a disponibilização de informação que contribua para aperfeiçoar a aferição do contexto

em que se inserem as escolas, o seu desempenho e valor acrescentado, a equidade dos resultados

alcançados e a eficiência na utilização dos recursos que permitam, de uma forma justa e

enquadrada, a comparação entre escolas.

O que é uma escola de qualidade?

Quanto a nós é um erro notório equiparar a classificação atribuída às escolas ao

caminho dirigido a uma educação de qualidade. A educação de qualidade relaciona-

se com a “capacidade que a instituição escolar tem para facilitar que as pessoas se transformem

em melhores pessoas, que a sociedade se transforme em melhor sociedade. É uma atividade de

conhecimento transformador” (CASASSUS, 2009, p.74).

E ao contrário do que é proclamado, o conteúdo avaliado não é a escola, tão pouco

a sua cultura e identidade organizacional, mas antes a sua capacidade de exibir e

copiar o modelo escolar (em vigor em determinado momento) que se pretende

difundir à escala nacional.

Pela fundamentação plasmada no Projeto de Relatório de Avaliação Externa,

ponderados os dados recolhidos e a prova produzida, não se consegue descortinar

quais os elementos que permitiram conduzir, de forma objetiva e sem margem

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para dúvidas, à classificação do ora requerente, ou seja, quais foram os motivos de

facto e a indicação crítica das provas nos vários domínios que serviram para

formar a convicção à equipa de Inspetores intervenientes.

De facto, como se verá, existiu claramente uma insuficiência para a decisão

assente nos 3 (três) domínios considerados, pois não nos permite verificar a

sequência de um processo lógico e racional na sua apreciação.

Por outro lado, existe também contradição entre a fundamentação e a decisão e

erro na apreciação dos elementos de facto.

O princípio da livre apreciação que assiste legitima e inevitavelmente à equipa de

avaliação externa, face à ausência de normativos legais que o norteiem, terá

obrigatoriamente de ponderar as circunstâncias objetivas que resultaram do

conhecimento empírico, que deponham a favor das escolas tendo em vista uma

avaliação para a qualidade, designadamente os previstos no supra identificado

relatório final (pág. 20), apresentado pelo grupo de trabalho da Inspeção-Geral em

2011, a saber:

- A preocupação central com o progresso das aprendizagens dos alunos, com os resultados

académicos e os resultados educativos no sentido mais lato;

- As práticas de inclusão e de apoio aos alunos com mais dificuldades de aprendizagem; oferta

formativa diferenciada;

- A valorização de formas de trabalho cooperativo entre docentes e de supervisão da prática letiva

em sala de aula;

- A organização da escola que favorece a participação e o envolvimento dos pais e encarregados de

educação;

- Uma liderança clara e que dá espaço e até suscita o desenvolvimento das lideranças intermédias

e a colaboração entre os diversos órgãos de gestão;

- A valorização dos progressos alcançados e a capacidade de os assinalar;

- As regras claras e um ambiente de disciplina e respeito;

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- A informação que circula, o que é especialmente relevante na construção dos agrupamentos de

escolas como organizações;

- O esforço na autoavaliação, construindo uma equipa com este propósito, adotando

instrumentos, mesmo que simples, de observação e acompanhamento.

Neste contexto, o douto Projeto de Relatório de Avaliação Externa teria também

de ponderar o contexto social em que este Agrupamento de Escolas se encontra

inserido, o que não se verificou.

Embora não se pretenda com este procedimento pôr em causa o atual modelo de

avaliação das escolas, salvo o devido respeito e melhor entendimento,

consideramos que o Agrupamento de Escolas do Algueirão foi deveras subavaliado

nos 3 (três) domínios do quadro de referência da avaliação externa.

Vejamos,

II – QUANTO AO DOMÍNIO RESULTADOS

1. Dos Resultados Académicos

No que concerne aos resultados académicos diz o projeto de relatório que no triénio

2010/2011 a 2012/2013, as taxas de conclusão do ensino básico, comparados com as dos

Agrupamentos que apresentavam valores análogos nas variáveis de contexto, evidenciaram uma

evolução positiva no 4º ano.

De facto, no 4º ano registaram-se valores acima do esperado nos últimos dois anos

do triénio, fruto do esforço e da preocupação central com o progresso das

aprendizagens dos alunos e os resultados educativos.

Embora no 6º ano se tenha verificado uma descida em 2011/2012 e 2012/2013,

não nos podemos abstrair que este último ano letivo coincidiu com o momento em

que foram introduzidas novas políticas educativas, nomeadamente as provas finais

de ciclo, pelo que terá forçosamente de ser ponderada a inerente e natural

adaptação gradual dos alunos e dos docentes, acrescendo ainda o facto da data em

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que esta direção tomou posse (7 de janeiro de 2012), quando já o ano letivo ia a

meio, pelo que pouco podia ter sido feito para inverter o rumo dos acontecimentos.

Relativamente ao 9º ano, verificaram-se oscilações, no entanto com valores acima

do esperado em 2010/2011 e 2012/2013, merecendo particular destaque a

relevante subida do último ano letivo ora avaliado, claro indicativo de tendência de

subida, como aliás por várias vezes e formas foi apresentado, quer nos documentos

de apresentação (objetiva), quer na fundamentação assente em dados estatísticos,

pela Diretora do Agrupamento.

Após tomada de posse, esta direção fez um levantamento exaustivo, criterioso e

objetivo das situações que necessitavam de intervenção, envolvendo toda a

comunidade educativa, com particular incidência para as suas estruturas de gestão

intermédia, tendo sido implementadas várias dinâmicas, nomeadamente criação de

instrumentos de análise e reflexão dos resultados e que permitiram, como

reconhece a equipa de avaliação externa no relatório, a identificação dos anos de

escolaridade e das disciplinas com menor sucesso.

O Agrupamento não se ficou pela identificação dos problemas, criou mecanismos e

implementou estratégias que alterassem esse estado de arte. Objetivo que tem

vindo progressivamente a dar resultados positivos, facto que está plasmado

aquando da análise dos resultados 2012/2013 e 2013/2014.

Entre as várias medidas implementadas sublinha-se a criação da Oferta

Complementar denominada TAC - Treino e Aplicação de Conhecimentos, dirigida

aos alunos de 6º e 9º ano – Português e Matemática – dado que foi onde

encontrámos mais dificuldades; e dos projetos Mestre 7 e Mestre 8 direcionado ao

7º ano na disciplina de Matemática, e ao 8º ano, a Português.

A par destes projetos foram e são, ainda, disponibilizados apoios educativos,

organizados por nível de proficiência.

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Consubstanciando, assim, uma atitude assertiva face aos problemas encontrados,

assente em resultados objetivos, tendo por base a análise evolutiva a partir de 7 de

janeiro 2012 (tomada de posse) em diante. Parece-nos por isso, ferido de

fundamento consistente a opinião de que o Agrupamento se escuda em causas de

natureza externa para justificar o insucesso, quando comprovadamente esta

unidade orgânica olhou para dentro da sua dinâmica organizacional, analisou,

refletiu e atuou, sendo evidente a sua evolução, quer ao nível de sucesso educativo,

quer ao nível comportamental, dado que também a indisciplina passou a ser

residual, fruto da atuação e implementação de várias dinâmicas.

Também não pode proceder, nem podemos concordar, pelas razões apontadas,

com a opinião vertida no projeto de relatório de que o Agrupamento aponta

essencialmente causas de natureza externa, bem como o comprometimento da

compreensão abrangente e a reflexão sobre os resultados académicos. Pelo

contrário, a análise no seio da organização tem vindo a ser prática constante,

sistemática e objetiva com evidências visíveis na alteração de toda a vida escolar, ao

contrário do que consta no relatório.

Tal como qualquer investigação do paradigma educativo comprova, o investimento

em educação não é visível a curto prazo. O mesmo deve ser consistente,

fundamentado e contextualizado. É o que o Agrupamento tem vindo a

implementar.

Considera-se, mais uma vez, ferido de fundamento consistente a opinião de

comprometimento de compreensão abrangente e reflexão dos resultados, bem

como do seu impacto no planeamento e nas práticas profissionais, quando a

própria equipa de avaliação externa reconhece a evolução.

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Concordamos com o facto de que constitui, e sempre constituirá, uma área de

investimento, embora longe das considerações que colocam o Agrupamento tão

aquém do desejável.

A compreensão, análise, reflexão e medidas implementadas, influenciam

naturalmente a quase ausência de abandono considerado pela equipa de avaliação

externa. Pesando para tal o investimento na diversidade das ofertas educativas deste

Agrupamento, mais uma vez com vista à promoção do sucesso educativo,

investimento que se tem traduzido na construção do processo educativo que

valorize os reais progressos identificados com cada aluno.

Embora consideremos que este é o domínio que se afigura mais perto da realidade

do Agrupamento, em termos de classificação, não podemos deixar a nota de que a

apresentação das conclusões neste campo são de cariz simplista, carecem de falta de

fundamentos objetivos, retrata pouco rigor na análise do trabalho desenvolvido

pelo Agrupamento, aturada reflexão e análise em sede de Departamentos face ao

que são as propostas pela tutela e tomando como referência os normativos em

vigor.

2. Dos Resultados Sociais

É reconhecido pela equipa de avaliação externa o forte envolvimento na vida do

Agrupamento.

Não corresponde à verdade a opinião de que este envolvimento não se verifica nas

propostas de iniciativas por parte dos alunos, pois muitas, grande parte delas, vêm

por sua solicitação, juntando-se claro está a mais-valia de serem os alunos parte

integrante da sua dinamização. Estas atividades não acabam por se assumir como

contextos favoráveis ao desenvolvimento de formação pessoal e social, como

deduz a equipa, elas são, na sua essência, fatores de desenvolvimento pessoal e

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social, projetados meticulosamente para tal. Não se trata de uma consequência da

sua existência, estas atividades existem com o propósito específico de gerar forte

dimensão motivacional junto dos alunos deste Agrupamento.

A opinião vertida no projeto de relatório de que aos alunos não foram estabelecidas

regras de conduta parece-nos fruto de uma inferência isolada e meramente

circunstancial e por isso, desfasada da realidade. Pois, contrariamente ao afirmado,

não só foram estabelecidos, como são do perfeito conhecimento dos alunos.

Aos alunos incumpridores das regras de sala de aula a quem é aplicada a medida

disciplinar de saída da sala de aula é solicitado o preenchimento de uma ficha

reflexiva. Neste espaço o aluno é ainda levado a refletir e interiorizar a sua conduta

conjuntamente com o professor que receciona os alunos naquele espaço.

No início de cada ano letivo os diretores de turma são orientados no sentido de,

não só darem a conhecer o Regulamento Interno do Agrupamento, como também

o Estatuto do Aluno e Ética Escolar. A par destas ações, em muitas turmas, são

definidas e trabalhadas regras de sala de aula no início de cada ano letivo. Estas

regras são registadas pelos alunos no caderno diário e afixadas na sala de aula. Em

suma as regras são definidas, trabalhadas e dadas a conhecer a todos os alunos e

Encarregados de educação, em articulação com os Diretores de turma, Psicóloga,

Mediadores EPIS e outros agentes da ação educativa, nomeadamente Assistentes

Operacionais.

De notar ainda que foram criadas e desenvolvidas nesta área várias ações de

formação dinamizadas pela Psicóloga, escola segura, Junior Achievement, entre

outras.

E por consequência deste trabalho resultou um reduzido número de alunos

envolvidos em medidas disciplinares sancionatórias.

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Quanto ao facto de existir por vezes alguma perturbação, parece-nos utópico e

desfasado da realidade afirmar que não exista por vezes algum ruído dentro de uma

qualquer sala de aula em qualquer parte do mundo.

Dos dados recolhidos e divulgados mensalmente, verifica-se que essa perturbação é

residual e está confinada apenas a algumas turmas e disciplinas/professores.

Cumulativamente com esta circunstância, pesa o facto das turmas que foram

auscultadas/selecionadas assentarem nas que evidenciam resultados menos

favoráveis e mais problemáticas, logo expectável que não sejam absolutamente

exemplares. Importante será dizer que não corresponde à regra, mas sim à exceção,

realidade que nos parece existir numa grande parte das escolas, mesmo as

consideradas ou ditas “de excelência”.

Foram apresentados procedimentos, definição de estratégias, implementação de

medidas, resultantes de ações concertadas entre as estruturas educativas do

Agrupamento, que procedem à análise e reflexão dos dados disponibilizados, quer

em reuniões de Departamento, quer em Conselho Pedagógico e até mesmo em

Conselho Geral, factos que podem ser comprovados através das respetivas atas, de

onde originaram medidas como implementação de coadjuvações comportamentais

em turmas dos 2º e 3º ciclo tendo em vista especificamente os índices de

indisciplina.

Encontramos no projeto do relatório de avaliação externa deste agrupamento

inúmeras incongruências entre a realidade constatada, o que versa no relatório e as

conclusões tiradas pela equipa, pois reconhecem as dinâmicas como fatores

dissuasivos de indisciplina, os dados são claros quanto à sua diminuição, uma vez

que as medidas disciplinares sancionatórias são de fraca expressão.

Ainda assim, e através do recurso à expressão “apesar de” coloca-se tudo em causa,

retratando, na nossa modesta opinião, e mais uma vez, falta de rigor na

fundamentação das conclusões retiradas, pondo em causa a qualidade, a eficácia e

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eficiência do todo o trabalho desenvolvido pelo Agrupamento, em prol do sucesso

deste agrupamento, com todos os constrangimentos que tal atitude pode causar na

continuidade de evolução do mesmo.

Tal como consta em atas lavradas em Conselho Pedagógico, dos Departamentos e

dos Conselhos de Turma, é feita a reflexão sobre a prevenção e tratamento bem

como de outros comportamentos que possam motivar a indisciplina, razão pela

qual aparece as várias ações de formação desenvolvidos no Agrupamento quer para

alunos, quer para pais. A saber:

21/03/2012 – Sessão dinamizada pelo para Assistentes Operacional;

03/04/2012 – Sessão dinamizada pelo IDT para Diretores de Turma;

09/04/2012 – Sessão para pais e Encarregados de Educação de

Orientação Escolar, dinamizada pela Psicóloga do Agrupamento;

11/04/2012 – Sessão para pais e Encarregados de Educação – de

Orientação Escolar, dinamizada pela Psicóloga do

Agrupamento;11/04/2012 – Sessão dinamizada pelo IDT para pais e

Encarregados de Educação (2.º e 3.º Ciclos);

22/05/2012 – Sessão sobre Bullying, dinamizada pelo IAC, para pais e

Encarregados de Educação (Drª. Melanie Tavares);

23/10/2013 – Ação para pais e Encarregados de Educação sobre o

Síndrome de Asperguer, dinamizada por uma Encarregada de Educação;

30/10/2013 – Ação para docentes, dinamizada pela CPCJ de Sintra;

27/11/2013 – Ação para docentes e assistentes operacionais sobre o

Síndrome de Asperguer, dinamizada por uma Encarregada de Educação;

04/04/2014 – Sessão sobre Bullying, dinamizada pelo IAC para alunos

(Dr. Luís Fernandes);

07/04/2014 – Sessão sobre Bullying, dinamizada pelo IAC para

Assistentes Operacionais (Drª. Melanie Tavares);

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13/11/2014 – Ação para pais e Encarregados de Educação sobre

Alimentação Saudável, dinamizada pela Enfermeira Paula do Centro de

Saúde de Algueirão – Mem Martins;

29/01/2015 – Sessão sobre Bullying, dinamizada pelo IAC, para pais e

Encarregados de Educação (Drª. Melanie Tavares).

São reconhecidos ainda pela comunidade educativa como positivos neste

subdomínio as várias atividades de solidariedade como:

31/01/2014 – Jantar solidário MDS;

2013/ 2015 - Loja Solidária;

2013/2014 - Entrega de material escolar em parceria com uma ONG –

Organização Não Governamental;

2013/2015 – Recolha de alimentos e vestuário para diferentes

instituições;

2013/2015 – Colaboração com a Associação Dikonia;

2013/2015 – Participação na campanha da Operação Nariz Vermelho;

2013/2015 – Participação na campanha do Pirilampo Mágico;

2012/2015 – Colaboração na campanha do Banco Alimentar contra a

fome.

Assim, mais uma vez o relatório aponta aspetos positivos como por exemplo o

acompanhamento de perto que o Agrupamento faz ao percurso dos seus alunos,

para depois com uma simples conjunção adversativa - “porém” - deitar por terra, de

forma simplista, pouco rigorosa e com absoluta falta de fundamentos, o trabalho

desenvolvido pelo Agrupamento.

O Agrupamento sabe o impacto da sua ação, porque conhece a continuidade do

percurso dos seus alunos, quer seja pela via profissionalizante, quer seja pela via do

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ensino regular, até porque faz o acompanhamento e encaminhamento próximo dos

seus alunos no âmbito da comunidade escolar.

O alargamento ao ensino secundário, a resposta às famílias, tendo sido criado um

gabinete GAF – Gabinete de Apoio à Família, as respostas diversificadas para dar

resposta às famílias e crianças / jovens com necessidades educativas especiais, a

reflexão com a comunidade através de momentos culturais, artísticos e outros,

promovidos e organizados pelos alunos, professores e comunidade em geral, são

aspetos reconhecidos e enfatizados pela equipa de avaliação externa que depois de

apontar todos estes aspetos positivos, refere simplesmente haver necessidade de ter

atenção aos almoços servidos no refeitório e ao desconforto das salas, fatores que

como é sabido ultrapassa as competências da direção do Agrupamento, por

limitação e dependência financeira da tutela, embora essas necessidades e / ou

constrangimentos lhes tenham sido comunicadas atempadamente.

Assim, como V.ªs Ex.ªs certamente comprovarão, encontramos no projeto de

relatório uma total falta de rigor na sustentação da análise sobre as dinâmicas

desenvolvidas pelo Agrupamento, ou seja, uma total discrepância entre as

evidências e as conclusões. Evidências que, como supra referido, são claras através

do conhecimento do trabalho desenvolvido em várias vertentes da comunidade

educativa e do trabalho operacionalizado pela Psicóloga.

3. Do Reconhecimento da Comunidade

Da leitura que fazemos, relativamente ao que foi a análise da equipa da AE

(avaliação externa), o reconhecimento da comunidade assume-se como “globalmente

positivo”, não se entendendo muito bem o que é “globalmente”, dado que é por

demais evidente, não só o nível de satisfação, como o grande envolvimento que

existe entre o Agrupamento e a comunidade, sendo transversal ao poder local, às

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várias parcerias estabelecidas (reconhecido pela equipa da AE), aos assistentes

operacionais, pais/encarregados de educação, professores e alunos.

Trata-se, sem margem para qualquer dúvida, de um Agrupamento com elevada

participação da comunidade na sua vida, sendo as suas práticas educativas

reconhecidas e ao qual têm sido atribuídos prémios de Mérito e Excelência pela

Câmara Municipal de Sintra, em três anos consecutivos, no âmbito de

desenvolvimento de projetos de qualidade e excelência, bem como bolsas musicais

e bolsas EPIS pelas Boas Práticas organizativas de inclusão social de jovens em

abandono escolar.

Enquanto reconhecimento do trabalho do Agrupamento no Domínio

Resultados (preenchido pelos subdomínios dos resultados académicos,

sociais e reconhecimento da comunidade), a menção qualitativa de

Suficiente assume-se como total afronta à dignidade profissional dos vários

agentes educativos, à idoneidade das instituições com que temos parcerias e

que nos reconhecem Mérito nas nossas práticas, assim como uma

exacerbada injustiça para uma comunidade educativa que se empenha, que

evolui e se vê de repente (após uma análise de alguns dias) perante um

parecer demasiado simplista, vindo de uma instituição da qual se esperaria

cautela e sobretudo rigor no presente procedimento, plasmado em parcos

parágrafos de fraca e insuficiente fundamentação.

Consideramos redutora a dedução implícita no projeto de relatório ao

parecer restringir os resultados apenas na vertente da avaliação sumativa,

uma vez que também deveriam ser ponderados a preocupação central com

o progresso das aprendizagens dos alunos e os resultados educativos no

sentido mais lato.

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O Domínio em análise não se circunscreve apenas a Resultados

Académicos, estende-se obrigatoriamente também, como um todo, aos

Resultados Sociais e ao Reconhecimento da Comunidade.

Pelo exposto, e dado que nem sempre os valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados académicos dos alunos estiveram aquém do

esperado, havendo mesmo anos, cujos valores evidenciam melhoria face ao

esperado, estando até acima dos valores esperados, como é o caso de

2010/2011 e 2012/2013, e pela abrangência deste Domínio, Resultados

Académicos, Resultados Sociais e Reconhecimento da Comunidade,

consideramos a menção classificativa de MUITO BOM a que melhor

espelha o trabalho e a ação deste Agrupamento.

III – QUANTO AO DOMÍNIO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

EDUCATIVO

1. Do Planeamento e Articulação

Está patente no Projeto Educativo, e reconhecido no relatório enquanto linha

orientadora, a promoção de articulação curricular, horizontal e vertical, prevendo-se

formas de articulação e no plano de estudos para o desenvolvimento do currículo.

Mais uma vez, fruto naturalmente de reflexão, análise e operacionalização por parte

do Conselho Pedagógico e da ação concertada entre os Departamentos

Curriculares no que é a sua preocupação pedagógica, na formação de jovens

preconizando o sucesso educativo.

Após o envolvimento da comunidade educativa e verificando-se a necessidade de

implementar dinâmicas de autorregulação, foi implementado o processo de

autoavaliação e priorizadas as ações de melhoria, visando, tal como consta no

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projeto de relatório, a implementação e o desenvolvimento de um sistema de

gestão pedagógica. É reconhecido ainda no referido documento que o trabalho

realizado teve já impacto, nomeadamente no planeamento e na definição do perfil

de competências para o final de cada nível de educação e ensino.

Pese embora o facto de seguidamente entrar em contradição num claro

desencontro entre o texto e a conclusão/consideração, de que não existem

evidências de que seja orientador da ação. “Porém”, afirmam, que estas "dinâmicas"

estão circunscritas a algumas iniciativas na sua maioria recentes, não se assumindo

como ação estratégica.

Discordamos totalmente de tais considerações, dado que carecem de fundamento

consistente e rigor de análise.

É notório que não podem ser implementadas ações indiscriminadamente

direcionadas a todas as vertentes em simultâneo. Têm as mesmas de ser priorizadas

de acordo com as necessidades do contexto. As referidas ações darão o seu fruto ao

longo do tempo numa ótica de trabalho sistemático e continuado. Não se trata de

um método experimental de ação/reação trata-se antes do paradigma de

desenvolvimento pessoal e social do indivíduo.

Falamos de uma escola, de educação, de desenvolvimento gradual com critérios na

promoção e operacionalização das suas ações. É para nós bem claro que o perfil de

competências é passível de ser objetivamente analisado quanto ao seu impacto no

final de cada nível de educação e ensino.

Relembramos que esta direção tomou posse a 7 de janeiro de 2012, passando por

um processo de estudo, análise, enquadramento estrutural, criação de dinâmicas e

implementação das mesmas, parecendo-nos por isso de total injustiça as conclusões

tiradas por esta equipa de AE que nos parece totalmente desalinhada com o

trabalho desenvolvido pelo Agrupamento, que se tem empenhado sistematicamente

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na valorização do que ainda falta, desvalorizando com igual sistematicidade o que já

foi alcançado.

A gestão articulada do currículo, ainda que frágil, como é adjetivada, é já uma

prática, uma realidade assumidamente intencional e estratégica contrariamente ao

que é afirmado e ao que era feito na anterior direção. Facto identificado no

relatório no ciclo avaliativo anterior. Realça-se, por isso, o salto qualitativo que

podia e devia ter ser valorizado.

No que respeita ao trabalho desenvolvido pelos docentes das AEC - Atividades de

Enriquecimento Curricular, o mesmo é em estreita relação e articulação com os

Departamentos, dado que toda a planificação curricular é orientada pelos mesmos

que sustentam e orientam em todas as suas vertentes do seu desenvolvimento. As

decisões a respeito são, ou não, ratificadas pelo órgão de gestão competente, o

Conselho Pedagógico. Não se entende assim, mais uma vez, a pertinência da

conclusão retirada pela equipa, relativamente ao que afirma, e passamos a citar “não

decorrer de uma articulação que sustente o planeamento e a concretização conjunta entre os

docentes”. Relembramos ainda, que a gestão dos professores alocados às atividades

de enriquecimento curricular são da competência das entidades promotoras, não

sendo a distribuição de serviço letivo da responsabilidade do Agrupamento com

todos os constrangimentos que daí advém na preparação de reuniões. Ainda assim,

e porque faz parte das linhas orientadoras do Agrupamento, a consonância de

trabalho orientado pelo PE, assenta na articulação promovida, e conseguida,

estando mesmo integradas nos documentos estruturantes do Agrupamento a

dinâmica destas atividades, bem como as dinâmicas da CAF – Componente de

Apoio à Família, de JI e 1ºciclo também supervisionadas pelos respetivos

Departamentos no âmbito pedagógico e pela Câmara Municipal de Sintra no

âmbito financeiro e no cumprimento dos requisitos constantes no Regulamento da

Autarquia.

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Diz ainda a equipa da AE que "As atividades e os projetos previstos evidenciam a aposta que,

é de realçar, na contextualização do currículo enquanto a intervenção estratégica assente no

conhecimento da comunidade, das suas oportunidades e potencialidades.”

Contudo, refere a equipa não ficar claro o seu impacto na consecução do Projeto

Educativo. Ora, mais uma vez se afigura a clara e a inexplicável preocupação em

desvalorizar o que objetivamente é feito, face ao que subjetivamente se diz não se

encontrar.

Verifica-se lamentavelmente na linha do que tem vindo a ser constante ao longo do

projeto de relatório, a falta de fundamentação e rigor nas afirmações que alicerçadas

de forma simplista apenas rematam concluindo que "contudo não fica claro o seu

impacto". Pergunta-se de que forma se pretende que seja medido o referido impacto

para além do que é refletido no sucesso dos alunos nomeadamente na elevada taxa

de ingresso dos alunos no ensino secundário, que assim prosseguem os seus

estudos e naqueles, que optando pela vida ativa, são absorvidos por empresas

locais (?).

O trabalho colaborativo, o qual mereceria referência substancial, é seguidamente, e

mais uma vez, desvalorizado, verificando-se grosseira contradição de todo o

discurso, com um simples "no entanto os documentos ainda se encontram em atualização” e

espantosamente contrariando o atrás exposto, num total inexplicável desencontro,

assente numa lamentável falta de consistência lógica aquando da afirmação de que

os documentos "não refletem estratégias adotadas".

Importa aqui relembrar que é reconhecido pela equipa a existência de reflexão,

partilha, elaboração de materiais e instrumentos de avaliação, potenciadas as

reuniões conjuntas entre grupos de recrutamento e afins, entre docentes dos

diferentes ciclos, sendo que depois do reconhecimento das dinâmicas efetivamente

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implementadas e objetivamente desenvolvidas, a equipa conclui que não é evidente

o trabalho de articulação e que o mesmo não se assume como gesto pedagógico.

Ora, grave seria se a escola cristalizasse e não demonstrasse a preocupação

constante de atualização dos seus documentos. As unidades orgânicas são

realidades dinâmicas, em constante necessidade de reajuste, ao que se acresce a

velocidade de mudança das políticas educativas a que as referidas unidades estão

sujeitas, o que por si só já justificava a atualização dos documentos.

Uma vez mais lamentavelmente o que está a ser desenvolvido pelos agentes

educativos deste Agrupamento é desvalorizado e desconsiderado face ao que

timidamente e pouco consolidado, referem estar por fazer.

O conselho deixado pela equipa de AE relativamente à "necessidade de investimento na

reflexão sobre gestão pedagógica o seu papel e a sua monitorização e avaliação com efeitos no

planeamento e na realização do processo de ensino e de aprendizagem" está inequivocamente

plasmado nas dinâmicas do Agrupamento, identificado no PAM - Plano de Ação

de Melhoria, e já em curso, como tivemos oportunidade de demonstrar

documentalmente e em sede de painel. Relembramos que nos encontramos em

pleno processo de autorregulação com a aplicação do modelo CAF (Common

Assessment Framework), do qual consta o referido PAM - Plano de Ação de

Melhoria.

2. Das Práticas de Ensino

No seguimento das práticas constantes deste projeto de relatório são identificados

pontos positivos que ultrapassam largamente os pontos negativos ou a quase

ausência deles. Neste domínio é referida a existência de atividade autónoma por

parte dos alunos, apoio aos que evidenciam maiores dificuldades, trabalho mais

intenso de conteúdos onde os alunos manifestam mais dificuldade e sentem

maiores obstáculos, tomada de medidas de superação das mesmas, para

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imediatamente se concluir, e sem que nada o fizesse esperar, de forma

contraditória, a equipa de AE afirma que não existe diferenciação pedagógica, não

existem evidências de trabalho efetivo generalizado e sistemático de adequação do

ensino às capacidades e aos ritmos de aprendizagem dos alunos enquanto dinâmica

transversal a todos os Departamentos.

Sugere-nos concluir que existe aqui uma atitude que em nada abona a favor do que

deve ser o conceito pedagógico, a favor da qualidade da escola, preconizado pelo

propósito e essência do que é, ou deve ser, o objetivo da avaliação externa das

unidades orgânicas.

Afinal, face ao que assistimos e presenciamos no que respeita à atitude avaliativa

desta equipa transcrita no documento ora contraditado, o que se pretende é

valorizar o que ainda falta implementar num clima de clara e inequívoca

desmotivação, destabilização organizacional e até falta de consideração face ao que

é o trabalho de uma comunidade educativa.

Lamentavelmente esta é a nossa experiência. Para tal pesa o já exposto neste já

longo contraditório em consonância com as conclusões que foram sendo expressas

e verbalizadas pelos inspetores presentes neste Agrupamento, tais como, "o

laboratório está muito limpo, logo não é utilizado", conclusão exacerbada tão longe ao

ponto de fazerem constar no relatório o facto da componente experimental não

assumir uma estratégia intencional e que fomente a atitude positiva face ao método

cientifico e à aprendizagem das ciências desde a educação pré-escolar. Conclusão

esta que foi retirada da simples observação da alegada “anormal” limpeza dos

laboratórios. Não é de todo verdade, sendo que desde o pré-escolar que as crianças

se deslocam ao edifício sede para entrarem em contacto com a atividade

experimental, existindo até um horário exposto para que todos possam ter acesso

ao laboratório de forma equitativa e cumprindo o rigor da igualdade de

oportunidades certificando-nos de que todos os alunos, sem excepção, possam ter

acesso às referidas atividades.

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Contrariamente ao que é afirmado no projeto de relatório, as referidas atividades

não estão de todo circunscritas ao Clube da Ciência em Ação e à Semana da

Ciência. Na verdade, e em bom rigor, o que acontece é que, para além da prática

continuada das aulas experimentais, o Agrupamento promove também os referidos

projetos e/ou clubes, face ao que considera importante no processo educativo, a

prática da atividade experimental. Acrescenta-se que, para além da vinda ao

Agrupamento dos alunos do JI e 1º Ciclo para participarem em atividades de cariz

experimental, estes projetos levam professores do edifício sede do Agrupamento às

escolas de 1º Ciclo onde desenvolvem, com os alunos, atividades experimentais.

Não podemos de deixar de registar a postura que roça a intimidação protagonizada

por dois elementos da equipa de avaliação, face a alguns docentes que foram

abordando, tendo a diretora sentido necessidade de intervir a fim de repor a

tranquilidade do procedimento que lhe deveria ser inerente. Estamos a falar de

expressões e comentários tais como: “Fazem isso? Para quê? Não serve para nada!”, “É

para fazer de conta e depois guardam na gaveta”.

Foi destacado pela positiva no projeto de relatório a valorização artística nas várias

vertentes, a abrangência dos projetos e das atividades que vão desde a música, à

expressão dramática e educação ambiental. Reconhecem estas atividades como

forma de enriquecer a experiência de aprendizagem das crianças e alunos na sua

formação integral. Destacam a educação para a saúde e o trabalho transversal

referindo as ações de formação direcionadas a alunos, pais e encarregados de

educação, docentes e assistentes operacionais. É reconhecida ainda a prática da

interdisciplinaridade e a articulação entre os diferentes Departamentos Curriculares

e destes com os Centros de Recursos do Agrupamento. É reconhecida a "clara

aposta" na promoção de práticas que promovem o desenvolvimento de

competências pessoais e sociais. É reconhecida a promoção e realização de

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atividades nas bibliotecas. São reconhecidos os espaços interativos como

potenciadores das aprendizagens e do trabalho autónomo.

Reconhecimento que resultou por parte da equipa da AE, contraditoriamente, ao

apontamento da falta de evidências de planeamento estratégico, na falta de

evidências nos impactos pretendidos a níveis vários dos diferentes domínios ao

mesmo tempo que afirmam a necessidade de maior utilização dos recursos

tecnológicos, maior conhecimento de boas práticas e redefinição conjunta de

estratégias educativas.

Relembramos que o Agrupamento foi distinguido por três anos consecutivos com

prémios atribuídos pela Câmara Municipal de Sintra, no âmbito das práticas de

excelência, da EPIS no âmbito das Boas Práticas organizativas de inclusão social de

jovens em abandono escolar.

Face ao que atrás mencionado sobre os resultados positivos concluídos pela equipa,

a mesma vem depois aconselhar maior investimento no planeamento, apontando

falta de evidências de um trabalho efetivo, generalizado e sistemático, de adequação

do ensino às capacidades e ritmos de aprendizagem dos alunos, enquanto dinâmica

transversal a todos os departamentos. Parece-nos mais uma vez, que estes pareceres

assentam em pressupostos que carecem de fundamento e rigor, sem prova

sistemática que os sustentem, não passando de conjunções pouco adequadas e

ainda menos consistentes e feridas de argumentos válidos e sólidos que validem as

menções classificativas atribuídas.

Da leitura do relatório destacam-se a qualidade do trabalho realizado, os inúmeros

pontos positivos que não estão espelhados na síntese avaliativa situando-se o

trabalho desenvolvido certamente acima da menção de Suficiente atribuída nos

vários domínios.

3. Da Monitorização e Avaliação do Ensino e das Aprendizagens

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Tal como consta no projeto de relatório de avaliação, o Agrupamento, fruto da

análise e reflexão da Direção em conjunto com os Departamentos Curriculares e

em sede de Conselho Pedagógico, na sequência da constatação da diferença dos

resultados internos e externos e perseguindo o objetivo do reforço, do rigor e da

exigência dos processos avaliativos procedeu à revisão dos critérios de avaliação

atribuindo percentagem diferente aos domínios cognitivo e das atitudes em cada

ano de escolaridade, conferindo gradualmente maior peso ao primeiro.

Contrariamente ao que é afirmado, tal não é assumido como uma ação de melhoria,

como consta na interpretação da equipa da avaliação externa. Trata-se antes, como

já foi atrás exposto, de uniformizar critérios no âmbito de todo o Agrupamento.

O relatório aponta para a identificação das causas subjacentes às diferenças entre a

avaliação externa e interna, trabalho que tem vindo a ser realizado e que está

plasmado nas estratégias implementadas bem como nas ações de melhoria.

A saber, apoios disciplinares em grupos de homogeneidade relativa (por níveis),

projetos como Mestre 7 e Mestre 8, Clube de Ciência em Ação, coadjuvações

pedagógicas à disciplina de Matemática, diversificação de recursos didáticos,

trabalho colaborativo, implementação de estratégias pedagógicas e organizacionais

promotoras da melhoria das aprendizagens, investimento ao nível da acessibilidade

a meios digitais como por exemplo "Escola Virtual" e outras aplicações digitais,

reflexão sobre os resultados escolares incluindo-se aqui a análise das variáveis

contextuais, participação do Agrupamento nos concursos "SuperTmatik" com

alunos do 4º ao 7º anos de escolaridade, "Canguru Matemático" com alunos do 4º ao

9º anos de escolaridade, atividades em articulação interdisciplinar/pluridisciplinar,

atividades lúdicas motivadoras da aprendizagem dos alunos, TAC - Treino e

Aplicação de Conhecimentos, que tem como objetivo combater o insucesso e

promover o mérito dado que são apoios extensivos aos alunos que têm bons

resultados no sentido de lhes proporcionar oportunidades de os melhorarem

acrescenta-se ainda coadjuvações comportamentais nas turmas mais problemáticas,

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procurando a tranquilidade em sala de aula, onde o processo de ensino

aprendizagem possa decorrer de forma adequada

Algumas destas práticas e estratégias constam no PAM - Plano de Ação de

Melhoria, outras são implementadas para lá do PAM, dado considerarmos

necessária a sua implementação rumo ao que se pretende evoluir e aperfeiçoar.

Carece de sustentação a afirmação de que as formas de avaliação das aprendizagens

não se veem refletidas nas práticas e na avaliação final. As formas de avaliação são

uniformes, cumpridos os critérios de avaliação e aplicados por todos os

departamentos, salvaguardando o respeito pela especificidade das áreas

disciplinares.

Há ainda a referir a importância dos testes intermédios enquanto processo de

monitorização do processo avaliativo.

Ainda, e perseguindo o objetivo de melhorar as práticas pedagógicas, será reforçada

a supervisão pedagógica, recorrendo ao observatório (modelo CAF - Common

Assessment Framework), desenvolvida no presente momento, pelos

Coordenadores de Departamento em situações pontuais e que necessitam de

intervenção urgente.

Esta dinâmica foi identificada no processo de autorregulação do Agrupamento

(CAF - Common Assessment Framework) e consta nos documentos com a data

para o seu início e do conhecimento da equipa da AE.

O Agrupamento não se confina à alteração de critérios de avaliação, não os entende

como ação de melhoria ao abrigo do princípio da autonomia, contrariando-se por

completo a análise e conclusão retirada pela equipa AE. A alteração dos critérios

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pretende a uniformização de procedimentos e a diminuição da discrepância entre a

avaliação interna e a avaliação externa.

Consta também no projeto de relatório, a existência do principio da transparência

relativamente aos conhecimentos que os alunos têm dos seus critérios de avaliação,

reconhecendo-se o conhecimento dos mesmos por parte dos pais e encarregados

de educação, sendo ainda referido e reconhecido, que existem evidências de que os

alunos são envolvidos nas práticas de autoavaliação e de correção, contudo e mais

uma vez num processo de desvalorização afirma-se que "ainda que não abrangentes”, o

que não corresponde inteiramente à verdade material.

Entende este Agrupamento que se revestem de grande fragilidade as conclusões

que norteiam este projeto de relatório e os pontos negativos que se pretendem

forçosamente apontar são ténues e desprovidos de fundamento que o suporte, pelo

que, uma vez superados, este Agrupamento mereceria a menção classificativa de

Excelente, ainda que consideremos que no limite mínimo a classificação de Muito

Bom seria de toda a justiça e contextualizado com o trabalho desenvolvido bem

como com os resultados que daí advêm.

Uma escola não se constrói e desenvolve só de resultados académicos e mesmo

esses têm inequivocamente vindo a melhorar significativamente. É uma verdade

objetiva, plasmada na análise estatística e sem margem para interpretações dúbias.

A equipa AE reconhece o bom desempenho do grupo de recrutamento de

Educação Física, nomeadamente na definição de perfis de competência.

Reconhece as taxas de sucesso dos alunos do 1º ciclo apoiados no último triénio e

reconhece que nos 2º e 3º ciclos se evidenciou “um progresso substancial” no último

ano dada a implementação estratégica dos apoios educativos por níveis, afirmando

de seguida que “Estes dados parecem indicar uma tendência positiva, porém, carecem de um

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conhecimento aprofundado do seu impacto, assente na avaliação da eficácia de todas as medidas

implementadas, com reporte ao conselho pedagógico, de forma a estimular o exercício de reflexões

conjuntas conducentes à melhoria dos resultados escolares “um progresso substancial”.

Impugnamos mais uma vez estas afirmações motivadas por falta de coerência na

análise, contradição de discurso e clara desvalorização do trabalho sério,

empenhado e de valor pedagógico, reconhecido ao longo do relatório embora

sistematicamente posto em causa pela equipa de AE, com afirmações e conclusões

manifestamente incongruentes com o que plasmam ao longo do documento,

deixando transparecer uma atitude de clara intenção punitiva, que foi aliás

acompanhada pela postura adotada durante a visita à unidade orgânica.

Relativamente ao reporte ao Conselho Pedagógico da eficácia das medidas, o

mesmo é feito sistematicamente. Analisa-se, reflete-se e apontam-se caminhos.

Basta para isso consultar o que consta lavrado em atas do mesmo órgão.

Para finalizar o subdomínio em análise a equipa de AE termina escrevendo: “São de

realçar, pelo papel que têm desempenhado na prevenção do abandono, a oferta de várias

modalidades do Desporto Escolar, com participação em atividades concelhias, regionais, nacionais

(e acrescentamos, internacionais com vários 1ºs lugares), como estratégia de incentivo a alunos mais

desmotivados. Destaca-se, também neste âmbito, a diversificação das ofertas educativa e formativa,

o que potencia aprendizagens noutras áreas de interesse, de acordo com as caraterísticas sociais,

económicas e culturais da comunidade, a par do trabalho realizado pelos diretores de turma”,

concluindo após o que reconhece ser um trabalho de qualidade óbvia, que o

Agrupamento tem produzido impacto aquém dos valores esperados, o que mais

uma vez, se reveste de total e inqualificável ausência de sentido pedagógico,

coerência de análise e fundamentação consistente, muito aquém dos propósitos a

que o procedimento da Avaliação Externa se propõe e tem na sua génese.

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Relembramos ainda a pertinência das ofertas educativas, para além do ensino

regular, contextualizadas nas necessidades e interesses dos alunos, bem como o

enquadramento social e regional em que o Agrupamento se encontra.

Percursos de Currículo Alternativo;

Cursos Vocacionais;

Cursos de Educação e Formação;

Cursos Profissionais;

Pief de 2º e 3º Ciclos.

Pelo exposto, no que respeita ao domínio da Prestação do Serviço

Educativo (preenchido pelos subdomínios Planeamento e Articulação,

Práticas de Ensino e Monitorização e Avaliação do Ensino e das

Aprendizagens) a menção qualitativa de Suficiente assume-se como

insuficiente face aos elementos recolhidos e à contradição entre a

fundamentação e a decisão plasmada no projeto de relatório, e à ausência

de ponderação e valoração de outros fatores tais como a valorização de

formas de trabalho cooperativo entre docentes e de supervisão da prática

letiva em sala de aula e a valorização dos progressos alcançados e a

capacidade de os assinalar; Pelo que consideramos a menção classificativa

de MUITO BOM a que melhor espelha o trabalho e a ação do

Agrupamento.

IV - II – QUANTO AO DOMÍNIO LIDERANÇA E GESTÃO

1. Da Liderança

O projeto de relatório refere que o PE - Projeto Educativo, expressa a missão, a

visão e os princípios orientadores pelos quais o Agrupamento se rege. Refere

claramente que também traça áreas de intervenção prioritárias face às problemáticas

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identificadas e define objetivos que norteiam a construção do PAAA - Plano Anual

de Atividades do Agrupamento. Admite portanto que há uma visão estratégica,

contextualizada e planeada.

Como ponto crítico foi apontado o elevado número de objetivos, mas é reconhecida a

sua pertinência.

Se o PE - Projeto Educativo, hierarquiza áreas de intervenção que são priorizadas,

defende-se o contrário quando é afirmado seguidamente que os objetivos não

foram hierarquizados. Eles são hierarquizados quando hierarquizamos as áreas de

intervenção e quando os mesmos norteiam o PAAA - Plano Anual de Atividades

do Agrupamento, que como sabemos é de aplicação anual.

Sabendo que são feitos relatórios intercalares de avaliação de modo a monitorizar o

desenvolvimento do PAAA - Plano Anual de Atividades do Agrupamento, é

imediatamente aferido o grau de consecução dos objetivos do PAA - Plano Anual

de Atividades do Agrupamento e eminentemente do PE - Projeto Educativo.

Compete à diretora submeter à aprovação do conselho geral o projeto educativo

elaborado pelo conselho pedagógico.

O Conselho Geral está efetivamente em estreita relação com a direção, vide o

disposto no art.º 13º do DL n.º 75/2008, de 22 de abril, com as posteriores

alterações introduzidas pelos DL n.ºs 224/2009, de 11 de setembro, e 137/2012, de

2 de julho, sendo que não entendemos a razão pela qual a equipa de AE apontou a

expressão “dispersão de ação”, dado que também o grau de consecução dos objetivos

é monitorizado neste órgão, de onde saem as orientações tidas como pertinentes,

ao abrigo das competências previstas no art.º 20º do mesmo dispositivo legal.

Relativamente à ausência de indicadores de medida, efetivamente foi apontado pela

última AE como ponto negativo, tendo sido posteriormente alterado e retificado

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por esta direção, que criou os seguintes indicadores de medida para as Áreas de

intervenção prioritária (melhorias de resultados):

Diferencial entre o CIF e CE 5%;

Aumentar a taxa de sucesso em 4%;

Aproximar a média de classificação de exame à média nacional em cada

disciplina em 3%.

O relatório reconhece que a direção aposta estrategicamente na relação com

diversas organizações locais, pais e encarregados de educação. Demonstra também

opção clara de abertura à comunidade, explora as potencialidades do meio com

dinâmicas inovadoras, resultando um efeito multiplicador de oportunidades de

aprendizagem para todas as crianças e alunos.

Reconhece a importância da implementação do GAF- Gabinete de Apoio à

Família, nomeadamente no esforço que faz na dinamização de sessões para pais e

encarregados de educação.

Estão espelhados no relatório, quanto à liderança aspetos positivos em quantidade

e qualidade contrariamente à existência de pontos negativos.

2. Da Gestão

Quanto à gestão é referido e reconhecida a boa gestão dos recursos humanos,

norteada pelo conhecimento que a diretora tem dos perfis dos docentes e não

docentes e pelo envolvimento dos mesmos nas decisões e corresponsabilização da

melhoria do serviço prestado.

A distribuição do serviço reflete a adequação de perfil na afetação de docentes a

projetos no âmbito da oferta formativa.

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Privilegia a continuidade pedagógica, critério seguido também na atribuição de

direção de turma.

Promove a colaboração dos respetivos coordenadores na preparação antecipada do

trabalho a realizar em cada turma, contribuindo para um melhor desempenho.

A organização pedagógica assenta em princípios que salvaguardam o interesse dos

alunos que são expressos nos critérios estabelecidos para a constituição de grupos e

turmas e para a elaboração de horários.

Está patente a estratégia de estabilidade e de valorização do conhecimento

adquirido das potencialidades e dificuldades.

Quanto aos recursos financeiros o relatório reconhece:

Ação estratégica nomeadamente na monitorização dos diferentes

intervenientes para a adoção de medidas de poupança.

A gestão (continua o relatório) privilegia uma distribuição equitativa do

orçamento pelos diferentes níveis de ensino.

Promove ações de formação para pessoal docente na área cientifico-pedagógica e

para pessoal não docente assumindo-se uma oportunidade de intervenção em sede

de PE - Projeto Educativo.

Existem protocolos estabelecidos com a Câmara Municipal de Sintra, com Centros

de Formação, sendo identificado como uma mais-valia, na disponibilização da

formação.

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Os docentes frequentaram ações de formação sobre temáticas diversas.

São dinamizadas ações internamente pela Psicóloga, promovendo desenvolvimento

profissional.

Tem sido feito investimento na melhoria da circulação de informação

nomeadamente criação de blogues enquanto instrumentos de divulgação de

informação e dialogo à distancia.

Facilidade de comunicação com a direção, com Diretores de Turma realçando a

facilidade com que os pais e encarregados de educação se articulam com os

Diretores de Turma.

3. Da Autoavaliação e Melhoria

O Agrupamento procede à análise dos resultados e à aplicação de questionários de

satisfação. Aponta a equipa de AE como ponto negativo a ausência de formalidade.

Diz-se que os questionários não produzem efeitos.

Ora, estes questionários foram aplicados e posteriormente trabalhados os seus

resultados que levaram à criação de ações e sua implementação. Que formalidade

acrescida se pretende?

Se não produzissem efeitos não tinham sido identificadas áreas a melhorar, não

teriam sido criadas dinâmicas e estratégias para o efeito e não tinha, na sequência

desse trabalho e outro, sido criado o PAM- Plano de Ação de Melhoria.

No sentido de ser aprofundado ainda mais esse trabalho foi implementado o

modelo CAF - Common Assessment Framework, seguindo rigorosamente todos os

passos e aplicados os procedimentos a que o modelo obriga.

A implementação do modelo CAF - Common Assessment Framework, iniciou-se

com uma ação de formação em articulação com o Centro de Formação CFAES

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(Centro de Formação da Associação de Escolas de Sintra), estando prevista e

calendarizada a 2ª ação também em articulação com o mesmo centro de formação.

Em julho de 2013, um ano depois da tomada de posse esta direção, a diretora

elaborou um relatório de autoavaliação que se reportava ao triénio 2010-2011 a

2012-2013, onde estava estabelecido um plano estratégico que elencava algumas

ações. Este trabalho não foi fundamentado em perceções nem conceitos empíricos,

mas sim em resultado da aplicação de instrumentos de recolha, registo e análise. O

impacto naturalmente que não atingiu a sua plenitude dado que o plano estratégico

ainda está em plena aplicação.

A afirmação de que as ações delineadas não constituem ainda plano de melhoria

reveste-se de um manifesto desconhecimento da realidade sendo completamente

infundada e ausência de rigor concetual deixando transparecer desconhecimento do

modelo CAF - Common Assessment Framework.

Simultaneamente à desvalorização de todo o processo de autoavaliação pondo em

causa a veracidade do PAM - Plano de Ação de Melhoria, e seus contributos e

resultados, o relatório sublinha e realça resultados bem como a aposta no

conhecimento aprofundado das diferentes áreas do Agrupamento, na divulgação

dos resultados junto da comunidade escolar, realçando os seus benefícios.

A afirmação “Porém, a proliferação e dispersão de ações não se compaginam com a identificação

de prioridades” é contraditória. Existem prioridades definidas e as ações são

direcionadas a essas prioridades. Realçamos que a própria equipa AE reconheceu a

existência dessas prioridades e das estratégias criadas em sua função. Mais uma vez

estamos perante opiniões revestidas de enorme contradição e subjetividade

baseadas em perceções ou interpretação dos factos e sem fundamento válido.

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É para nós claro que subsiste um trabalho a desenvolver no âmbito da

autorregulação. O mesmo está já identificado e em desenvolvimento, com várias

etapas cumpridas, outras em fase de implementação e outras já calendarizadas,

como é o caso da supervisão pedagógica, que a implementação do observatório

prevê.

Após análise do domínio Liderança e Gestão, onde se reflete sobre o

trabalho desenvolvido na liderança, gestão e autoavaliação, não poderia de

todo ser concluído que o Agrupamento produziu um impacto aquém dos

valores esperados com consequente atribuição de classificação de

suficiente. Está patente mais uma vez uma total incongruência entre o

plasmado no projeto do relatório, a realidade dos factos materiais e a

classificação atribuída, que em justiça não deveria ser inferior a MUITO

BOM, pois está patente na organização e no espirito da comunidade

educativa deste agrupamento uma liderança clara que suscita o

desenvolvimento das lideranças intermédias e a colaboração entre os

diversos órgãos de gestão e a valorização dos progressos alcançados e a

capacidade de os assinalar.

V - CONCLUSÃO

Em síntese não pode este Agrupamento aceitar a classificação atribuída de

suficiente em todos os 3 (três) domínios em análise, dado que, como também foi

reconhecido pelo exposto no projeto de relatório, o Agrupamento tem

desenvolvido um trabalho de qualidade, com dinâmicas implementadas que estão a

dar os seus frutos, e que são da responsabilidade deste órgão de gestão a partir de

janeiro de 2012.

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O projeto de relatório não espelha uma avaliação que assente em critérios de justiça

e coerência, não foi considerado e ponderado o esforço, empenho e dedicação que

esta unidade orgânica tem vindo a encetar face ao objetivo de mudar o rumo dos

acontecimentos menos positivos, que, diga-se, irão existir sempre em qualquer

escola.

Relembramos a dependência extrema dos resultados académicos face aos outros

domínios, plasmada amplamente no projeto de relatório.

Não podem os outros domínios serem prejudicados e desconsiderados, por razões

de independência e autonomia, pois estes assumem valoração idêntica ou superior

face aos resultados académicos.

Foi claramente de forma sistemática uma avaliação muito pouco fundamentada que

atirou o Agrupamento para um fosso de descontentamento, injustiça e

desmotivação e instabilidade organizacional que de todo não acreditamos assentar

no conceito e definição dos propósitos da Avaliação Externa das Escolas que

pretende contribuir para o melhor conhecimento das escolas e do serviço público

de educação reforçando a sua capacidade para desenvolver a sua autonomia.

Consideramos que a classificação de global de MUITO BOM, será a mais

condizente e justa em comparação como o que objetivamente foi demonstrado

durante apenas 4 dias de permanência no Agrupamento da equipa de AE.

Não pode, nem deve, uma equipa de avaliação pôr em causa o trabalho exaustivo

de uma comunidade educativa, que apresentou resultados objetivos e confiança

para a sua concretização, ao mesmo tempo que não honra nem respeita a avaliação

como fator social que se sabe ser complexo, bem como não foi tido em conta o

campo epistemológico enquanto estudo interdisciplinar e de experiência educativa,

cujos lugares comuns são contexto politico, social, cultural, económico e ideológico

e os atores são os alunos, professores, pais e encarregados de educação, autarquias

e claro está o conhecimento.

O princípio da livre apreciação ou discricionariedade que assiste inevitavelmente à

equipa de avaliação externa, face à ausência de normativos legais que o norteiem e

Page 34: Ex.ma Senhora - IGECProjeto de Relatório de Avaliação Externa concretizada entre os dias 9 a 12 de ... quer ao nível comportamental, dado que também a indisciplina passou a ser

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regulem, terá obrigatoriamente de ponderar as circunstâncias objetivas que

resultaram do conhecimento empírico, que deponham a favor das escolas tendo

em vista uma avaliação para a qualidade, designadamente os previstos no supra

identificado relatório final (pág. 20), os quais não foram devidamente

considerados e ponderados de forma a oferecer elementos para a aperfeiçoar

planos de ação e desenvolvimento deste Agrupamento, nomeadamente:

- A preocupação central com o progresso das aprendizagens dos alunos;

- As práticas de inclusão e de apoio aos alunos com mais dificuldades de aprendizagem; oferta

formativa diferenciada;

- A valorização de formas de trabalho cooperativo entre docentes e de supervisão da prática letiva

em sala de aula;

- A organização da escola que favorece a participação e o envolvimento dos pais e encarregados de

educação;

Neste contexto, o douto Projeto de Relatório de Avaliação Externa teria também

de ponderar o contexto social em que este Agrupamento de Escolas se encontra

inserido, o que não se verificou.

Pelo exposto, nestes termos, vem o AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO

ALGUEIRÃO requerer a V.ª Ex.ª a reapreciação da motivação exposta no

Projeto de Relatório de Avaliação Externa de forma a ser ajustado em

conformidade, consubstanciando uma alteração da classificação global do

Relatório de Avaliação Externa para MUITO BOM em todos os 3 (três)

domínios.

Com os melhores cumprimentos,

Pelo Agrupamento de Escolas do Algueirão

A Diretora

Maria de Fátima Fernandes Morais