EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA · PDF fileeles cabem propor Ação de Contestação ou de Impugnação de Filiação (art. 362 do Código Civil)

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  • EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CVEL DA COMARCA DE Processo N ..............., qualificada no instrumento de mandato anexo, por seu advogado que esta subscreve (doc. 01), nos autos da Ao de Investigao de Paternidade e Pedido de Herana, cumulada com Negatria de Paternidade, que lhe movem ..........., em trmite neste r. Juzo e respectivo Ofcio, vem, respeitosamente, perante V.Exa., apresentar sua CONTESTAO, o que o faz, mediante as seguintes razes de fato e de direito. I - DOS FATOS .............., ..........., ............ e ............, propuseram contra ......, Ao Ordinria Negatria de Paternidade, sob o fundamento de que no so filhos genticos deste e, cumulativamente, propem, tambm, Ao Investigatria de Paternidade e Pedido de Herana, contra ..........., em face desta ser a nica herdeira necessria de ............... Alegam, na primeira das aes cumuladas, que no so filhos do primeiro Ru assim, requerem seja isto reconhecido. Por outro lado, alegam serem filhos de .........., buscando a declarao de paternidade.

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  • Por fim, no Pedido de Herana, pleiteam que lhes sejam deferido "tudo aquilo" que foi atribudo Segunda R, herdeira de ............ Juntam, com a inicial documentos e exames periciais e pedem que seja declarado: que no so filhos de .........; que so filhos de ........; e que lhes sejam deferidos os bens deixados por este lltimo. Estes os pedidos feitos nas aes propostas cumulativamente, que vm instrudos com documentos e exames laboratoriais desprovidos de qualquer prova a alicerar seus pedidos. II - DAS PRELIMINARES 1. INTRODUO Depreende-se da inicial que os Autores propuseram trs aes totalmente distintas e que, "sponte prpria", resolvem cumul-las. Na primeira, contra .........., pretendem ver declarado que no so filhos legtimos deste. No segundo pedido, sustentam ser filhos de ......... e assim querem ser declarados. E, por fim, vista dos primeiro e segundo pleitos reivindicam a herana deixada pelo "pai" investigado, isto , pedem dinheiro. Desta forma, os segundo e terceiro pedidos esto intimamente relacionados e ligados ao primeiro, de vez que, improcedente este, os demais no subsistem. Com evidncia, portanto, a R ....., tem legtimo interesse processual no andamento do feito relativo primeira Ao - Negatria de Paternidade - dada as consequncias que lhe adviro do seu resultado com as demais - Investigatria de Paternidade e Petio de Herana. Se no por este motivo, outras razes mais ressurgem, que podero prejudicar a escorreita prestao jurisdicional.

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  • De fato, de acordo com informaes prestadas aos familiares da R, as condies de sade, tanto fsica como mental, do Sr. ....., so extremamente precrias, encontrando-se o mesmo enfermo e em fase terminal. Oficiosamente, soube-se, ainda, que o Sr. ......, no mais possui condies de assumir obrigaes, responsabilidades e capacidades para os atos da vida civil e, por esta razo, tambm no tem condies mentais de prestar quaisquer informaes, esclarecimentos ou provas do que est sendo alegado contra ele, por se encontrar sob cuidados de mdicos e de enfermeiras, vinte e quatro horas por dia, sendo o seu estado geral classificado, no jargo da medicina, como extremamente preocupante. Ainda segundo as mesmas informaes oficiosas, as quais, com certeza, o MM. Juiz dever apurar para a consecuo de sua nobre funo jurisdicional. os familiares do Ru deixaro correr sua revelia a ao proposta contra ele. Procede esta assertiva, pois tm interesse na procedncia daquela ao, uma vez que, dela dependem as demais "pretenses financeiras" consubstanciadas nas demais aes. Nessas circunstncias, com fundamento no artigo 365 do Cdigo Civil, 50 e 54 do Cdigo de Processo Civil, a R, se reserva ao direito de acompanhar a primeira ao, na qualidade de assistente litisconsorcial onde o Sr. ........... figura como Ru, intervindo para o fim de protestar por apresentao de provas inclusive periciais, inquirio e oitiva de testemunhas, depoimento pessoal dos Autores, Ru, verificao de documentos, impugnando-os, enfim, intervir no processo na qualidade de terceiro interessado. Sobre isto, vale aqui transcrever parte do v. Acrdo proferido pela Quarta Cmara Civil do E. Tribunal de Justia de So Paulo, no julgamento do Agravo de Instrumento n 125.591, de 15/02/90, de lavra do Des. Alves Braga: "CONTESTAO - Negatria de paternidade - Inaplicabilidade da presuno da verdade dos fatos alegados e no contestados - Recurso no provido. Nas aes de estado e com maior razo naquelas que envolve afirmao ou negao de parentesco, no prevalece o princpio da presuno de verdade dos fatos alegados e no contestados. A segurana e a certeza dos laos de famlia no interessam somente s partes e admitir-

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  • se, em casos que tais, aquele princpio possibilitar a fraude." (RJTJESP-LEX 125/312). Por estas razes, a R requer que as alegaes de defesa, quer quanto s preliminares como quanto ao mrito e respeitantes quela ao, sejam levadas em considerao por V. Exa., para o bom andamento do feito e resultado justo da prestao jurisdicional, confiando, sobretudo, na douta sapincia deste d. Juzo. Para tanto, com fundamento no artigo 46 e nos termos do artigo 191 do Cdigo de Processo Civil, desde j requer que os prazos sejam contados em dobro. 2. Inpcia da Inicial - Falta do Fundamento Jurdico do Pedido na Negatria de Paternidade. Nos termos do pargrafo nico, incisos I, II, III e IV do artigo 295 do Cdigo de Processo Civil, a petio inicial formulada inepta em todo o seu contedo. de se notar que quanto Negatria de Paternidade, carece a mesma da exigncia do inciso III do artigo 282 do CPC, no mencionando os Autores os fundamentos jurdicos que embasam o pedido formulado. Em outras palavras, os fundamentos alegados pelos Autores em sua inicial, no conduzem consequncia jurdica perseguida. Tem entendido a jurisprudncia que irrelevante se o julgado se fundou em dispositivo legal diverso do indicado pelos autores, desde que tenha considerado os fatos como narrados na pea vestibular. No presente feito, entretanto, no pode o magistrado decidir com base nos fatos narrados, uma vez que no guardam qualquer relao com o pedido formulado. o mesmo que os Autores intentarem ao de prestao de contas, porm, narrando, no petitrio, fatos adequados ao ordinria de cobrana. Os fatos no se aplicam ao pedido. Isto, infelizmente para os Autores, ocorre nesta Ao. E a razo simples!

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  • A Ao Negatria de Paternidade uma ao personalssima e o seu exerccio privativo do pai, fazendo uso da mesma para anular a paternidade a ele atribuda na Certido de Nascimento do pseudo filho. Nestes autos, alm da falta do fundamento jurdico do pedido, a narrativa da mesma no condizente com a consequncia jurdica pleiteada, conforme j dito anteriormente. Com efeito, consoante nosso ordenamento jurdico, somente pode negar a paternidade aquele que pai. Filho, contesta ou impugna a filiao, mas nunca poder neg-la, a no ser que seja pai de si mesmo, o que, biologicamente impossvel.

    Desta feita, o pedido formulado pelos Autores despido de juridicidade e no se coaduna com a narrativa dos fatos expostos na inicial. Diante disso, o remdio legal inadequado. Mesmo que se admitisse ter ocorrido apenas um "equvoco", quanto ao nome atribudo ao, seu deferimento no poderia ter guarida, pois estariam eles a exercer um direito alheio em nome prprio, o que vedado pelo artigo 6 do Cdigo de Processo Civil. Por outro lado, os Autores, ............ e .... no anexaram petio inicial as suas respectivas certides de nascimento, documento este indispensvel propositura das aes aqui cumuladas, conforme prescreve o artigo 283 do Cdigo de Processo Civil.

    Desta forma, no pode a R e nem este d. magistrado ter certeza sobre a paternidade que estes Autores pretendem "negar" eis que, nos assentamentos pode estar consignado como pai dos mesmos uma outra pessoa, que no seja nem o Ru e nem o "pai investigando". Da mesma forma, nem se deve e muito menos se pode alegar que a filiao destes Autores consta das Certides de Casamento anexadas, uma vez que no nosso ordenamento jurdico, prova-se a filiao pela Certido de Nascimento, ex vi do artigo 348 do Cdigo Civil e artigos 50 a 64 da Lei n 6.015 de 31/12/73 (Lei dos Registros Pblicos). Concluindo, se os Autores pretendiam "negar" a filiao atribuda a............, isto , se pretendem exercer direito alheio em nome prprio,

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  • deveriam, pelo menos, provar esta filiao "ilegtima", juntando, para tanto, as comprovaes de que assim estavam registrados. Como no o fizeram, e tempo tiveram para isso, deve a Ao ser extinta sem conhecimento de seu mrito. Por fim, vale transcrever a lio do Digno Mestre, Moacir Amaral Santos (Primeiras Linhas de Direito Processual Civil): "Assim, ser inepta a inicial: a) quando da narrao do fato no ressaltar ou no se ficar sabendo qual a causa da lide, e, ainda, quando para o fato narrado no houver direito aplicvel; b) quando os fundamentos jurdicos do pedido forem inadmissveis ou evidentemente inaplicveis espcie que decorre do fato narrado; c) quando no se souber qual o pedido, ou este estiver em contradio com a causa de pedir.

    Alis, a inpcia da inicial redunda na inexistncia das condies da ao - falta de interesse de agir, ilegitimao para agir, impossibilidade jurdica do pedido - mas muitas vezes reside na absoluta incongruncia e mesmo na impossibilidade inteligncia dos elementos do libelo. 3. Da Incapacidade da Parte e Defeito de Representao na Petio de Herana. A Autora ............. casada com o Sr. ............ Porm, este no consta da inicial, mormente em relao Petio de Herana. A herana, em seu conjunto uma universalidade jurdica, e, por disposio do artigo 44 do Cdigo Civil considerada bem imvel. Nessas circunstncias, vista dos artigos 44, 233, 242, 273 do Cdigo Civil e artigos 6, 10, 11,