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1 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DO TATUAPÉ – COMARCA DA CAPITAL-SP PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E EVIDÊNCIA ALEXANDRE ZINETTI NETO, brasileiro, casado, administrador aposentado, portador da Cédula de Identidade RG nº 4.465.795, CPFMF nº 304.173.928-34, domiciliado em São Paulo – SP, na Rua dos ingleses, 542 apto 41 – Bela Vista, associado sob o nº 307.363.00, ANDRÉ LUIZ BISCA, brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 21.615.728-6, CPFMF nº 195.229.898-94, domiciliado em São Paulo – SP, na Rua Elba 1 , Moinho Velho – Ipiranga, associado sob o nº 313.723, ANTONIO CRAVEIRO SILVA, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 11.322.291, CPFMF nº 364.402.308-59, domiciliado em São Paulo – SP, na Avenida Pedroso de Morais, 517, 5º andar, cj 53, associado sob o nº 274.872-00, BENEDITO APARECIDO DA SILVA, brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 5.694.697-1, CPFMF nº 433.251.738-53, domiciliado em Guarulhos – SP, na Av. Dr. Renato Andrade Maia, 1250 – Pq. Renato Maia, associado sob o nº 297.149-00, CARLOS EDUARDO GARCIA MIGUEL, brasileiro, casado, divorciado, RG 18.189.753-2, CPF 107.435.928-32, com endereço comercial na Rua Dr. Bittencourt Rodrigues, 196, cj12, SP/SP, associado sob o nº 318.883, CARLOS MARCELO GAROFALLO, brasileiro, casado, Fisioterapeuta, portador da Cédula de Identidade RG nº 7421032, CPFMF nº 111.577.858-75, residente e domiciliado na Rua Dr. Virgilio de Camargo, 311 ap 71 – Pinheiros, São Paulo, SP, associado sob o nº 250.185, CELSO CAMPELLO, Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1006932-65.2020.8.26.0008 e código BD61F4A. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CRISTIANO MEDINA DA ROCHA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 29/06/2020 às 11:32 , sob o número 10069326520208260008. fls. 1

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO … · 2020. 6. 29. · associado sob o nº 906.343-00, LEANDRO JORGE BITTENCOURT CANO, brasileiro, casado, juiz de direito, portador

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    EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DO TATUAPÉ – COMARCA DA CAPITAL-SP PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E EVIDÊNCIA

    ALEXANDRE ZINETTI NETO, brasileiro, casado, administrador

    aposentado, portador da Cédula de Identidade RG nº 4.465.795, CPFMF nº

    304.173.928-34, domiciliado em São Paulo – SP, na Rua dos ingleses, 542 apto 41 –

    Bela Vista, associado sob o nº 307.363.00, ANDRÉ LUIZ BISCA, brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 21.615.728-6, CPFMF nº

    195.229.898-94, domiciliado em São Paulo – SP, na Rua Elba 1 , Moinho Velho –

    Ipiranga, associado sob o nº 313.723, ANTONIO CRAVEIRO SILVA, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 11.322.291, CPFMF nº

    364.402.308-59, domiciliado em São Paulo – SP, na Avenida Pedroso de Morais, 517,

    5º andar, cj 53, associado sob o nº 274.872-00, BENEDITO APARECIDO DA SILVA, brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 5.694.697-1,

    CPFMF nº 433.251.738-53, domiciliado em Guarulhos – SP, na Av. Dr. Renato

    Andrade Maia, 1250 – Pq. Renato Maia, associado sob o nº 297.149-00, CARLOS EDUARDO GARCIA MIGUEL, brasileiro, casado, divorciado, RG 18.189.753-2, CPF 107.435.928-32, com endereço comercial na Rua Dr. Bittencourt Rodrigues, 196, cj12,

    SP/SP, associado sob o nº 318.883, CARLOS MARCELO GAROFALLO, brasileiro, casado, Fisioterapeuta, portador da Cédula de Identidade RG nº 7421032, CPFMF nº

    111.577.858-75, residente e domiciliado na Rua Dr. Virgilio de Camargo, 311 ap 71 –

    Pinheiros, São Paulo, SP, associado sob o nº 250.185, CELSO CAMPELLO,

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    brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 21.730.609,

    CPFMF nº 251.272.998-28, domiciliado em São Paulo – SP, na Rua Baronesa de Itu,

    459 apto 52, associado sob o nº 312.998-00, EDUARDO LOPES DA SILVA, Casado, Empresário, Rg. 9.990.670-3, CPF 006.770.068-37, Rua Coronel Meireles 788 Ap.

    146, CEP 03612.000 SP.SP, associado sob o nº 150.669, GILDO DE SOUZA LUQUE, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, portador da Cédula de Identidade RG nº

    13.377.916-6, CPF: 066.188.858-41, Endereço: Rua Azevedo Soares, 1826 Torre 2

    Apto. 261 São Paulo – SP, associado sob nº 910.458, GILMAR CÍCERO ALTAMIRANO, brasileiro, casado, publicitário, portador da Cédula de Identidade RG nº 7.181.533-8, CPFMF nº 666.543.198-34, domiciliado em São Paulo – SP, na Rua

    Tavares Bastos, 2251, associado sob o nº 910.321, HERÓI JOÃO PAULO VICENTE, brasileiro, casado, advogado, portador do RG 20.898.282, CPFMF nº 143.917.778-35,

    com endereço comercial na Rua Itassucê, 26, Pacaembu, São Paulo, SP, associado

    sob o nº 147.125, IGOR FROIMAN PARADA, brasileiro, casado, empresário, portador do RG nº 28.751.325-7, CPFMF nº 282.381.898-70, domiciliado em São Paulo – SP,

    na Rua Cel. Gustavo Santiago, 86 apto 13, associado sob o nº 277.932-00, JOSÉ VICTOR TARABAY, brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 9.275.906, CPFMF nº 086.575.098-06, associado sob o nº 906.343, domiciliado

    em São Paulo – SP, na Rua Santa Virginia, 247 apto 172, Tatuapé - São Paulo, SP,

    associado sob o nº 906.343-00, LEANDRO JORGE BITTENCOURT CANO, brasileiro, casado, juiz de direito, portador da Cédula de Identidade RG nº 17.423.020-5, CPFMF

    nº 136.017.988-75, associado sob o nº 316.577, domiciliado em São Paulo – SP, com

    endereço profissional no Foro da Comarca de Guarulhos, SP, MAURÍCIO NALE PINTO FERREIRA, brasileiro, divorciado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 19.265.967-4, CPFMF nº 148.254.608-60, associado sob o nº

    908.036, domiciliado em São Paulo – SP, na Avenida Senador José Ermirio de

    Moraes, 1608, Apto. 22, bloco 02, São Paulo, SP, PAULO ROGÉRIO FILGUEIRA CARRERA, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 71.795.893, CPFMF nº 944.262.448-20, domiciliado em São Paulo – SP, na Av.

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    Guilherme, 1515 ed. Firenze, Apto 101, associado sob o nº 160.926, SILVIO DOS SANTOS, brasileiro, casado, Administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG nº 13.982.968-4, CPFMF nº 073.589.908-89, domiciliado em São Paulo

    – SP, na Rua Arnaldo Cintra, 454 – torre 4, apto. 131, associado sob o nº 139.852,

    SUZY MIRANDA SANCHES, brasileira, solteira, empresaria, portadora da Cédula de Identidade RG nº 12.166.581, CPFMF nº 052.961.648-30, domiciliada em São Paulo

    – SP, na Av. Renata 150 – Chácara Belenzinho, associada sob o nº 307.427-00,

    WANDERLEY FERREIRA DA SILVA, brasileiro, casado, administrador, portador da Cédula de Identidade RG nº 6.161.863-7, CPFMF nº 658.887.158-91, domiciliado em

    São Paulo – SP, na Rua Milton, 150 – Vila Izolina Mazzei, associado sob o nº

    287.824.00, todos representados por seu procurador ao final assinado

    (DOCUMENTOS PESSOAIS e PROCURAÇÕES EM ANEXO), com endereço na Rua Dr. Gastão Vidigal, nº 174, 2º andar, Centro, Guarulhos-SP, CEP 07090--150, para

    onde requer sejam remetidas todas as intimações regulares (docs. anexos), vêm, com

    fulcro nos artigos 300 a 311e 318 e seguintes, do Código de Processo Civil vigente,

    propor a presente

    AÇÃO ORDINÁRIA DE CONHECIMENTO, COM PEDIDO DE TUTELAS DE URGÊNCIA E EVIDÊNCIA

    em face de ANDRES NAVARRO SANCHEZ, brasileiro, casado, empresário, inscrito no CPFMF nº 070.785.708-20, com endereço comercial nesta Capital-SP, na Rua São

    Jorge nº 777, Parque São Jorge, CEP 03087-000; e, em face do SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA, associação civil, recreativa e desportiva, de fins não econômicos, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 61.902.722/0001-26, com sede na Capital

    de São Paulo, na Rua São Jorge nº 777, Parque São Jorge, CEP 03087-000, pelos

    motivos de fato e de direito que passam a expor:

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    I - DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL

    1. Conforme se verifica no art. 1º do Estatuto Social do SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA (DOC.1), trata-se de uma associação de fins não econômicos, com sede nesta Capital, no bairro do Tatuapé. Portanto, mister se faz o processamento da presente demanda neste Foro Regional da Comarca de São Paulo.

    II – DO INTERESSE PROCESSUAL

    2. No caso vertente, impõe-se reconhecer o interesse processual dos

    autores, nas qualidades de associados do clube réu, consubstanciado no intuito de

    buscar a via judicial para o caso em testilha, sob pena de ofensa à garantia do amplo

    acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, da Constituição Federal) 1 , de tal modo que o

    exaurimento do caminho administrativo não é condição para propositura da presente

    ação.

    3. Já o art. 4º, §2º da Lei 9.615/98 (Lei Pelé) prevê que a organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural

    brasileiro e é considerada de elevado interesse social2 (DOC.2). 1 Constituição Federal> Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 2 Lei Pelé (9.615/98) Art. 4º O Sistema Brasileiro do Desporto compreende: (...) IV - o sistema nacional do desporto e os sistemas de desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, organizados de forma autônoma e em regime de colaboração, integrados por vínculos de natureza técnica específicos de cada modalidade desportiva. (...) § 2o A organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social, inclusive para os fins do disposto nos incisos I e III do art. 5o da Lei Complementar no 75, de 20 de maio de 1993. (Redação dada pela Lei nº 10.672, de 2003

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    4. Fato é que, a má administração do Sport Club Corinthians Paulista, conforme restará ao final demonstrado, lesa o patrimônio público imaterial, de forma

    direta, devendo o Poder Judiciário agir em nome dos interesses sociais espelhados no

    requerimento levado a efeito pelos autores.

    5. E nesta linha, importante ressaltar, que as instituições de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, que se imbuírem de interesse social e utilidade

    pública (art.33, II do Estatuto do Torcedor3 – DOC.3), devem ser fiscalizadas tanto pelo Poder Público quanto pelo Poder Judiciário.

    6. O Superior Tribunal de Justiça dispôs sobre o tema na jurisprudência abaixo colacionada, de Relatoria do MINISTRO FELIX FISCHER, a saber:

    “PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 267 DO STF. DESPORTO. PATRIMÔNIO CULTURAL. AFASTAMENTO DE DIRIGENTE. POSSIBILIDADE. I - "Não cabe mandado

    de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição." (Súmula n.º 267 do c. STF). II - A organização desportiva do País integra o patrimônio cultural brasileiro,

    devendo ser considerada de elevado interesse social (art. 4º, § 2º, da Lei nº 9615/98, com

    redação dada pela Lei nº 10.672/2003). III - A mesma Lei nº 10.672/2003 incluiu a previsão

    quanto à possibilidade de afastamento de dirigente, nos termos do art. 46-A, § 2º, I.

    Recurso desprovido. (RMS 17.562/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,

    julgado em 16/12/2004, DJ 14/02/2005, p. 218)”

    3 Estatuto do Torcedor (10.671/03) Art. 33. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, cada entidade de prática desportiva fará publicar documento que contemple as diretrizes básicas de seu relacionamento com os torcedores, disciplinando, obrigatoriamente: (Vigência) (...) II - mecanismos de transparência financeira da entidade, inclusive com disposições relativas à realização de auditorias independentes, observado o disposto no art. 46-A da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998; e III - a comunicação entre o torcedor e a entidade de prática desportiva.

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    7. Ademais, as Leis Municipais nºs 14.399/07 (Dia do Torcedor Corinthiano – DOC.4) e 15.741/13 (Dia da Independência Corinthiana – DOC.5) também demonstram de forma insofismável o interesse social e de utilidade pública

    reconhecidos pela Municipalidade de São Paulo.

    8. Portanto, resta comprovado o interesse social e de utilidade pública para o pedido de afastamento IMEDIATO do réu Andres Navarro Sanches da Diretoria do Sport Club Corinthians Paulista, mormente a ponto de justificar o interesse processual

    dos autores na presente demanda.

    III – LEGITIMIDADE ATIVA

    9. Os autores, sem exceção, são associados do Sport Club Corinthians Paulista, conforme fazem provas as respectivas carteiras associativas (cit. DOCS.

    PESSOAIS), sendo que alguns deles exercem a função de Conselheiros Trienais,

    eleitos para a gestão do triênio 2018/2020, consoante se infere das próprias carteiras

    citadas, bem como da inclusa cópia da ata assemblear que os elegeu (DOC.6), razão pela qual resta comprovada a legitimidade ativa.

    IV- DOS FATOS

    10. Consoante o disposto no art. 41 do seu Estatuto Social (cit. DOC.1), a associação ré é constituída por 04 (quatro) Poderes, dentre eles, a DIRETORIA

    EXECUTIVA, para o qual o réu ANDRES NAVARRO SANCHEZ foi eleito para exercer o cargo de Presidente, relativo ao triênio 2018/2020 (cit. DOC.6). https://www.corinthians.com.br/clube/diretoria

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    11. Como expressamente previsto no art.112, §14, do Estatuto da agremiação, é atribuição do Presidente da Diretoria “praticar qualquer ato de administração de acordo com este Estatuto e as leis em vigor”. Portanto, deve o mandatário servir ao clube com lealdade e empregar, no exercício de sua função, o

    cuidado e a diligência que todo administrador ativo e probo costuma empregar na

    gestão de seus próprios negócios, sempre visando à moralidade, à consecução dos

    objetivos sociais, à preservação de sua higidez financeira e à conservação e

    incremento do seu patrimônio. Quadra destacar que o Presidente é a personificação

    corporal da instituição, modelo de conduta para todos os demais associados. Como

    não poderia deixar de ser, sobrevindo a hipótese de executar ações reprováveis e/ou

    contrárias ao Estatuto Social, Profut, Estatuto do Torcedor e à Lei Pelé, sujeita-se às

    sanções cabíveis, mais especificamente à destituição, consoante restará abaixo

    demonstrado.

    12. No caso versado, o senhor Presidente - ora réu - vem agindo em franco descompasso com as prescrições estatutárias e leis aplicáveis. Para não nos

    perdermos em alegações generalistas, é conveniente apontar, preliminarmente, o art.

    106 do Estatuto Social (cit. DOC.1), que fixa os motivos para se requerer a destituição do Presidente da Diretoria. Vejamos:

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    13. “In casu”, conforme será abordado a seguir, houve nítida transgressão às alíneas “b”, “d” e “e”, do mencionado art. 106 do Estatuto Social. Vejamos.

    i) INFRINGÊNCIA POR TER ACARRETADO PREJUÍZO CONSIDERÁVEL AO PATRIMÔNIO OU À IMAGEM DO CLUBE (alínea “b”)

    14. Após uma análise técnica sobre o balanço de 2019 (DOC.7) - balanço esse ainda não levado à apreciação do Conselho Deliberativo, porém devidamente

    publicado no site oficial do clube, ainda que a destempo, conforme exige o art. da Lei

    Pelé4 (cit. DOC.2), bem como o Estatuto do Torcedor (cit. DOC.3) – e parecer técnico sobre o balanço de autoria de empresa especializada no segmento – PLURI

    AUDITORIA (DOC.8), conclui-se que houve uma piora considerável na saúde financeira do Sport Club Corinthians Paulista, mormente com redução de receitas, aumento desproporcional de despesas, enorme déficit e elevação substancial do endividamento líquido, sendo que a nefasta combinação não poderia vir em momento tão desfavorável em que a economia global encontra-se

    fragilizada pela pandemia.

    15. Mas que fique bem claro, que os atos perdulários que serão narrados são anteriores à situação extraordinária da pandemia, de tal modo que não pode servir de escudo ou justificativa para isentar de responsabilidade o gestor.

    4 Lei Pelé (Lei 9615/98) Art. 46-A. As ligas desportivas, as entidades de administração de desporto e as de prática desportiva envolvidas em qualquer competição de atletas profissionais, independentemente da forma jurídica adotada, ficam obrigadas a: I - elaborar suas demonstrações financeiras, separadamente por atividade econômica, de modo distinto das atividades recreativas e sociais, nos termos da lei e de acordo com os padrões e critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade, e, após terem sido submetidas a auditoria independente, providenciar sua publicação, até o último dia útil do mês de abril do ano subsequente, por período não inferior a 3 (três) meses, em sítio eletrônico próprio e da respectiva entidade de administração ou liga desportiva;

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    16. De proêmio, cumpre salientar que o orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo para o exercício do ano de 2019 apresentava um superávit de

    R$650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), conforme previsão orçamentária

    (DOC.9).

    17. Porém, muito distante do valor aprovado, foi realizado um prejuízo de R$177.020.000,00 (cento e setenta e sete milhões e vinte e mil reais), denotando

    claramente a incapacidade do réu ANDRES NAVARRO SANCHEZ em administrar o clube, uma vez que não conseguiu cumprir o que por ele e sua diretoria foi proposto,

    no orçamento aprovado pela maioria dos membros do Conselho Deliberativo, além de

    infringir as normas estatutárias do clube com relação aos gastos, conforme até o final

    restará demonstrado (DOC.10).

    18. Com efeito, o endividamento no ano de 2019, sem sombra de dúvida, pode trazer sérias consequências financeiras e, até mesmo, morais, podendo destacar

    a perda do patrimônio, exclusão de programa de benefício fiscal, pagamento de juros

    altíssimos e multas punitivas, além do comprometimento do nome da instituição

    perante os órgãos de proteção ao crédito, prejudicando a sua credibilidade no

    mercado.

    19. No tocante ao PROFUT (Lei nº 13.155/15 – DOC.11), em relação ao endividamento, pelo menos dois artigos foram afrontados substancialmente (artigos

    4º, V, “b” e 25, VI)5, acarretando, portanto, prejuízo considerável ao patrimônio e à

    imagem do clube. 5 Profut (Lei 13.155/15)> Art. 4º Para que as entidades desportivas profissionais de futebol mantenham-se no Profut, serão exigidas as seguintes condições: V - redução do défice , nos seguintes prazos: b) a partir de 1º de janeiro de 2019, para até 5% (cinco por cento) de sua receita bruta apurada no ano anterior; Art. 25. Consideram-se atos de gestão irregular ou temerária praticados pelo dirigente aqueles que revelem desvio de finalidade na direção da entidade ou que gerem risco excessivo e irresponsável para seu patrimônio, tais como:

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    20. A partir de 1º de janeiro de 2.019, a redução do défice deveria ficar na casa dos 5% (cinco por cento) de sua receita bruta apurada no ano anterior, ou seja, até R$ 23.497.000,00 (vinte e três milhões, quatrocentos e noventa e sete mil reais), sendo, no caso em tela, 7,5 vezes superior ao estabelecido em lei.

    21. De igual modo, a fim de evitar o risco excessivo e responsabilidade

    patrimonial, o défice ou prejuízo anual não poderia estar acima de 20% (vinte por cento) da receita bruta apurada no ano anterior, isto é, até R$ 93.989.000,00 (noventa e três milhões, novecentos e oitenta e nove mil reais), sendo apresentado um rombo de 1,88 vezes maior que o fixado na legislação de regência.

    22. Tais dados podem ser facilmente comprovados no balanço financeiro (cit. DOC.7), o qual, diga-se de passagem, foi publicado a destempo, conforme alhures mencionado, contrariando o disposto no art. 46-A, I, da Lei Pelé6 (Lei nº 9.615/98 – cit. DOC.2).

    23. Urge destacar D.Magistrado, que o Sport Club Corinthians Paulista corre um grande risco de exclusão ao programa de parcelamento fiscal previsto na Lei

    13.155/15 - PROFUT (cit. DOC.11), mormente pela infringência aos dispositivos indigitados, sendo a presente demanda uma verdadeira salvaguarda da instituição à

    luz do art. 23, I, “a”7, uma vez que os autores buscam a destituição do causador das VI - formar défice ou prejuízo anual acima de 20% (vinte por cento) da receita bruta apurada no ano anterior; 7 Profut (Lei 13.155/15) Art. 23. A Apfut poderá deixar de realizar a comunicação a que se refere o inciso IV do caput do art. 22 desta Lei, caso: I - a entidade desportiva profissional, quando cabível: a) adote mecanismos de responsabilização pessoal dos dirigentes e membros de conselho que tiverem dado causa às irregularidades;

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    irregularidades, o que poderá levar a APFUT (Autoridade Pública de Governança do

    Futebol)8 a não descredenciar o clube.

    24. Só para se ter uma noção, estamos diante do maior rombo financeiro da história centenária do Sport Club Corinthians Paulista, gerando reflexos negativos perante a imprensa escrita e falada de tal modo a causar enormes prejuízos à sua imagem. Tal afirmação é facilmente comprovável, destacando-se abaixo apenas alguns dentre inúmeros endereços eletrônicos com conteúdo depreciativo:

    https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2020/05/05/rombo-do-

    corinthians-esta-ligado-a-queda-da-receita-com-venda-de-atleta.htm

    https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2020/06/08/corinthians-

    atinge-3-meses-de-salarios-atrasados-e-pode-perder-jogadores.htm

    https://www.gazetaesportiva.com/times/corinthians/crise-financeira-forca-corinthians-interromper-basquete-profissional-no-clube/

    https://globoesporte.globo.com/blogs/blog-do-rodrigo-capelo/post/2020/06/17/as-financas-do-corinthians-em-2019-o-clube-que-espanholizaria-o-futebol-brasileiro-afunda-em-crise-na-despedida-de-andres-sanchez.ghtml

    8 Profut CAPÍTULO II DA AUTORIDADE PÚBLICA DE GOVERNANÇA DO FUTEBOL - APFUT Seção I Disposições Gerais Art. 19. Fica criada, no âmbito do Ministério do Esporte, a Autoridade Pública de Governança do Futebol - APFUT, sem aumento de despesa, com as seguintes competências: I - fiscalizar as obrigações previstas no art. 4º desta Lei e, em caso de descumprimento, comunicar ao órgão federal responsável para fins de exclusão do Profut; II - expedir regulamentação sobre procedimento de fiscalização do cumprimento das condições previstas nos incisos II a X do caput do art. 4º desta Lei; III - requisitar informações e documentos às entidades desportivas profissionais; e (Vide ADIN 5450) IV - elaborar e aprovar o seu regimento interno.

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    https://sportbuzz.uol.com.br/noticias/futebol/corinthians-bate-recorde-de-deficit-financeiro-e-fecha-2019-com-uma-divida-de-665-milhoes-de-reais.phtml

    https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/divida-do-corinthians-dispara-e-chega-a-r-665-milhoes-clube-teve-deficit-recorde-em-2019.ghtml

    https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/corinthians-apresenta-divida-de-r-48-milhoes-em-direitos-de-imagem-com-jogadores-veja-lista.ghtml

    https://www.foxsports.com.br/br/article/r-737-milhoes-corinthians-e-o-time-brasileiro-que-mais-deve-a-uniao-segundo-ranking_3vn49i

    https://www.terra.com.br/esportes/lance/corinthians-fecha-2019-com-r-177-milhoes-de-deficit-e-ve-divida-crescer,70ef50e2d7d7eca4784025976abbb93cevg8kdgz.html

    https://istoe.com.br/corinthians-divida-com-jucilei-salarios-atrasados-e-processos-na-fifa-forcam-o-adiamento-de-projetos/

    https://www.meutimao.com.br/noticias-do-corinthians/340066/em-meio-a-crise-financeira-corinthians-ja-pegou-mais-de-r-70-milhoes-em-emprestimos-em-2020

    https://www.lance.com.br/corinthians/fecha-2019-com-177-milhoes-deficit-divida-crescer.html

    https://esportes.r7.com/prisma/cosme-rimoli/depois-das-marmitas-do-serasa-o-corinthians-tem-a-luz-cortada-26042020

    https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/corinthians-nao-paga-conta-e-sede-do-parque-sao-jorge-sofre-corte-de-energia-eletrica.ghtml

    https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2020/05/04/corinthians-tem-deficit-de-r-177-milhoes-em-2019-e-bate-recorde-do-clube.htm

    https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2020/05/05/com-deficit-recorde-andres-admite-que-corinthians-exagerou-em-contratacoes.htm

    https://esportes.r7.com/prisma/cosme-rimoli/exclusivo-taca-do-mundial-do-corinthians-volta-a-ser-penhorada-20032019

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    https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/justica-determina-penhora-da-taca-do-mundial-de-clubes-de-2012-do-corinthians.ghtml

    https://www.meutimao.com.br/noticias-do-corinthians/350268/corinthians-faz-uma-contratacao-a-cada-255-dias-com-andres-sanchez-relembre-todas

    https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2018/01/29/corinthians-paga-empresa-de-alimentacao-e-encerra-processo-judicial.htm

    https://ndmais.com.br/esportes/por-divida-corinthians-tem-contas-bloqueadas-pela-justica/

    https://www.lance.com.br/corinthians/deixa-pagar-conta-luz-sede-social-tem-energia-cortada.html

    25. No futebol, embora não exista muito mistério, há uma fórmula válida em

    qualquer tempo e lugar, a fim de evitar que um clube do porte do Sport Club Corinthians

    Paulista venha a cair tão vertiginosamente do ponto de vista financeiro: “Não gastar mais do que arrecada”. Porém, infelizmente, não é o que vem ocorrendo nos dias atuais.

    26. Prova insofismável da alegação V. Exa. encontrará nas palavras inequívocas do próprio réu Instado a se manifestar sobre os défices galopantes do

    clube, o Sr. Andrés afirmou (DOC.12): “...a comissão (de finanças) tem razão, realmente o fluxo de caixa está difícil de administrar há vários anos, sendo que esse ano não é diferente. Infelizmente o custo de futebol depende da venda de jogador e televisão. Afirmou que infelizmente contratamos, este ano, jogador mais do que devíamos e que espera que daqui para frente não se contrate tanto, sendo que quando se contrata é posto dentro do balanço o que se pagou dos direitos econômicos e o que é que tem a receber de salários, por isso que dá esse salto grande na dívida. Mas assumiu que realmente o clube está difícil de administrar, pelo problema do fluxo de caixa. E disse ter duas maneiras: contratar menos, procurar gastar menos e aumentar a receita. Um mês melhora,

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    outro mês piora, mas disse que o principal é, para melhorar realmente, é definirmos não contratar mais jogadores, aguardamos um ano e meio sem contratar jogador e realmente em um ano a dívida praticamente se paga quase toda e o fluxo de caixa conserta.”

    27. Exa., o discurso do réu faz corar até santo de pedra. Está

    demonstrada de forma indubitável a impossibilidade de o réu continuar ocupando o cargo de Presidente, porquanto, ciente da necessidade de cessar as contratações, faz

    exatamente o contrário daquilo que a Lei OBRIGA.

    28. Provas não faltam. O Clube acaba de anunciar a contratação do conhecido atleta Jô até o fim do ano de 2023. Os valores da negociação? Fala-se em salário mensal de inacreditáveis R$700.000,00 (setecentos mil reais). A verdade, ninguém além da diretoria sabe...

    https://esportes.r7.com/prisma/cosme-rimoli/jo-de-volta-ao-corinthians-para-desviar-

    o-foco-das-dividas-

    17062020#:~:text=O%20Corinthians%20acaba%20de%20anunciar,mensais%2C%2

    0o%20teto%20no%20clube

    ii) TRANSGRESSÕES ESTATUTÁRIAS (alínea “d”)

    29. No dia 03 de dezembro de 2019, os autores notificaram o réu (DOC.13), requerendo a dirimição formal de algumas dúvidas que pairavam em relação à vida

    financeira do Sport Club Corinthians Paulista. Assim o fizeram, nos seguintes moldes

    (destacou-se apenas a parte que interessa à lide vertente):

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    “i. O CORINTHIANS está divulgando em sua sede social e ou em seu sítio oficial suas demonstrações financeiras, conforme art. 122, Parágrafo Segundo do Estatuto ? Queiram em caso positivo, informar através de links.

    30. Sobreveio resposta formal da Diretoria em 17 de janeiro de 2019, nos seguintes termos (DOC.14) - grifo e negrito nossos:

    “Em atendimento as indagações encaminhadas à diretoria, esclarecemos

    abaixo as questões na ordem em que foram formuladas:

    i. Os balancetes são analisados mensalmente pelo Conselho Fiscal e pelo CORI. Os mesmos encontram-se disponíveis no Departamento Financeiro para avaliação por qualquer conselheiro interessado. As demonstrações

    financeiras anuais, bem como o orçamento, estao divulgadas no site do Clube.

    Acesso por

    www.corinthians.com.br/clube/transparencia/balancetescorinthians ou

    orçamento. Não houve divulgação mensal no site para preservação do clube em relação a comentários na imprensa evitando exposição desnecessária. As informações financeiras de Junho/2019 encontram-se disponíveis no link acima.”

    31. Ora, os termos do parágrafo segundo do art. 122 do Estatuto Social,

    determinam expressamente o dever da Presidência, capitaneada por ANDRES NAVARRO SANCHEZ, em publicar em sua sede social e no seu sítio oficial, suas demonstrações financeiras:

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    32. Cabe frisar que o Sr. Presidente, ora réu, pela enorme quantidade de requerimentos a ele endereçados e recebidos, por atas de reuniões que participou e

    até matérias jornalísticas, tem ciência, foi alertado, cobrado e instado a publicar

    mensalmente as demonstrações financeiras do Corinthians, porém reiteradamente se nega a fazê-lo, de forma até acintosa, em clara desídia e desrespeito, não só ao Estatuto Social e às leis do desporto, mas também aos associados, que têm o direito de acompanhar mensalmente o que vem sendo gasto nos departamentos. Aliás, com um rombo de R$ 177.000.000,00 nos cofres do clube, está mais do que explicada a razão para esconder do público em geral a malfadada não divulgação dos dados financeiros, impedindo fiscalização. Em resumo, a falta de transparência resulta em desconfiança e um profundo sentimento de insegurança.

    33. A audácia do réu é tão grande, que ele não hesitou em admitir a falta

    de transparência intencional, dolosa, sob a justificativa inacreditável de “preservação do clube em relação a comentários na imprensa”. Ora, como se afere dos documentos ora anexados (cit. DOCS.13/14), não há como se aceitar intuito velado de preservar a instituição, diante de tanto desprezo institucional com que o

    Presidente age, ciente do rombo financeiro que provocou, por não cumprir,

    voluntariamente, a regra orçamentária prevista (cit. DOC.9), estimada em um superávit de R$650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), e apresentando déficit

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    de aproximadamente R$177.000.000,00 (cento e setenta e sete milhões de reais),

    conforme já demonstrado (cit. DOC.10). É inacreditável: O réu alega que a verdade (crescimento desenfreado das dívidas) gera problemas de imagem ao Clube, mas se

    nega peremptoriamente a cumprir as determinações estatutárias e legais que se

    observadas não ensejariam a inadimplência monumental ! VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM !!! Não obstante, os réus, ao deixarem de publicar mensalmente as demonstrações financeiras, ferem de morte o interesse social ao descumprirem os ditames do art.33, inciso II do Estatuto do Torcedor9 , acostado como DOC.3), e, art.25, VIII do PROFUT10.

    34. Não bastasse a resposta da Diretoria, que, por si só, caracteriza confissão expressa do descumprimento estatutário, é necessário trazer também à

    baila resposta de outro Presidente, desta feita, do Conselho Fiscal, que instado a esclarecer especificamente sobre o cumprimento da regra aludida, não titubeou em

    delatar a desconformidade (DOC.15), assim o fazendo:

    “... o Conselho Fiscal informa que as obrigações decorrentes dos artigos estatutários supracitados, com relação aos meses de janeiro a maio de 2020, NÃO FORAM ATENDIDAS ATÉ ESTA DATA” (12 de junho de 2.020)

    35. Mas não é só, pois outra infringência ocorreu.

    9 Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/03) Art. 33. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, cada entidade de prática desportiva fará publicar documento que contemple as diretrizes básicas de seu relacionamento com os torcedores, disciplinando, obrigatoriamente: (Vigência) (...) II - mecanismos de transparência financeira da entidade, inclusive com disposições relativas à realização de auditorias independentes, observado o disposto no art. 46-A da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998; e III - a comunicação entre o torcedor e a entidade de prática desportiva. 10 Profut (Lei 13.155/15) Art. 25. Consideram-se atos de gestão irregular ou temerária praticados pelo dirigente aqueles que revelem desvio de finalidade na direção da entidade ou que gerem risco excessivo e irresponsável para seu patrimônio, tais como: (Vide ADIN 5450) (...) VIII - não divulgar de forma transparente informações de gestão aos associados e torcedores

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    36. Com efeito, dispõe o Estatuto Social em seu art. 119, §3º (cit. DOC.1) que o Conselho de Orientação – CORI DEVERÁ APROVAR PREVIAMENTE quaisquer operações de contratação de empréstimos bancários ACIMA de 10.000 (dez

    mil) salários mínimos, que no ano de 2019 foram equivalentes a R$ 9.980.000,00 (nove

    milhões e novecentos e oitenta mil reais):

    37. No mesmo requerimento visto alhures, os autores solicitaram (cit. DOC.13):

    v. Qual é o valor total do endividamento bancário do SCCP? Houve empréstimos bancários durante a atual gestão? Em caso positivo, qual o

    valor? Fora respeitada a regra do artigo 119, § 3º do Estatuto ?

    38. A resposta do gestor (cit. DOC.14), espantosa, afirma que houve

    tomada de empréstimo na ordem de R$70.103.766,44 (SETENTA MILHÕES, CENTO E TRÊS MIL, SETECENTOS E SESSENTA E SEIS REAIS E QUARENTA E QUATRO CENTAVOS), portanto, em valor muito acima do estabelecido pelo Estatuto, E A DEPENDER DE AUTORIZAÇÃO PRÉVIA DO CORI, O QUE DE FATO NÃO OCORREU:

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    v- os contratos de operações bancárias foram realizados com Banco BMG- saldo devedor de R$25.406.667,09 com vencimentos em março/2020 e Banco Daycoval - saldo devedor de R$44.697.099,35, com pagamentos trimestrais a partir de Janeiro/2020. Destaque-se que em dezembro 2018 os

    saldos de emprestimos eram de R$ 30,5M (R$ 15M em 2017). lmportante

    notar que os investimentos realizados (em atletas) foram de R$ 107M.

    39. Portanto, conforme se verifica Exa., a atitude de zelo de solicitar autorização prévia ao CORI não foi cumprida! Frise-se, por suma importância e relevância, que existe prova cabal da alegação, conforme declaração do Presidente do CORI, Sr. Roberson (DOC.16):

    “c) Empréstimos Bancários – DOIS DELES PASSARAM SEM O CRIVO DO CORI E JÁ FOI RELATADO EM ATA DE FEVEREIRO E TAMBÉM MENCIONADO NA ÚLTIMA REUNIÃO QUE TIVEMOS VIRTUALMENTE, CHAMANDO A ATENÇÃO DA DIRETORIA QUE HOUVE SIM UM DESRESPEITO AO ESTATUTO SOCIAL E AO ÓRGÃO CORI.”

    40. Ora, a discussão aqui promovida se refere ao descumprimento de obrigações estatutárias OBJETIVAS, dentre elas, a de obter-se APROVAÇÃO PRÉVIA do Conselho de Orientação – CORI para a realização de empréstimos bancários acima de 10.000 (dez mil) salários mínimos. Ignorada esta importante avaliação, segue-se clara violação, necessária e suficiente para a destituição do réu, do cargo para o qual foi eleito.

    41. Evidente, portanto, mais um descumprimento estatutário, ficando reconhecida a prática de ato irregular do réu Andrés Navarro Sanchez, motivador de

    sua destituição. Entrementes há muito mais, ainda, infelizmente.

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    42. Excelência, a relação de descumprimentos estatutários é deveras extensa. Vamos à próxima transgressão explícita, vista nesta exordial. Os autores,

    continuaram interpelando o Presidente (cit. DOC.13):

    vii. As receitas e despesas do Clube estão respeitando a previsão orçamentária anual?”

    43. Pelo réu, sobreveio nova resposta-confissão (cit. DOC.14) da falta de apreço ao Estatuto Social (cit. DOC.1) e ao PROFUT (cit. DOC.11):

    vii - houve um excedente de despesas em relação ao orçamento original. No caso das receitas não há distorção significativa.”

    44. Consoante última proposta orçamentária anexa (cit. DOC.9), resta clara e evidente a infração ao art. 120 do Estatuto Social, que a propósito prescreve que o

    orçamento deve ser revisto na metade do ano e projetado por mais 6 (seis) meses,

    fato esse que não ocorreu nos últimos dois exercícios:

    45. Cabe reprisar que o presente pedido tem sua procedência definida por inúmeros motivos, um deles, que o Sr. Presidente da Diretoria não cumpriu (e nem

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    cumprirá) a própria peça orçamentária por ele sugerida e aprovada pelos órgãos

    deliberativos do Clube. E, jocosamente, sequer apresenta qualquer justificativa

    plausível para a sua desídia, no tocante aos destinos e desígnios da entidade.

    46. Para fechar o quadro denominado “TRANSGRESSÕES ESTATUTÁRIAS”, também foi vilipendiado o art. 111, item12:

    47. É que os autores fizeram dois requerimentos ao Presidente da Diretoria: (i) um na reunião presencial do Conselho Deliberativo solicitando informações sobre o departamento jurídico da instituição (cit. DOC.12); (ii) e outro por escrito requisitando dados sobre a venda e antecipação do pagamento do atleta profissional “Pedrinho”

    (DOC.17) - porém, desta vez, não obtiveram respostas. O que seria uma obrigação de esclarecer aos agentes fiscalizadores, acabou se tornando uma indiferença

    inaceitável. Cada palavra tem a sua consequência e cada silêncio também. No caso,

    a destituição do réu Andres Navarro Sanches, notadamente pela sua omissão, pois

    estamos diante de uma norma cogente, a qual não abre caminhos para

    discricionariedades.

    iii. PRÁTICA DE ATOS DE GESTÃO IRREGULAR E TEMERÁRIA (alínea “e”)

    48. A alínea “e” do art. 106 do Estatuto Social transcrito alhures,

    expressamente aduz ser um dos motivos para requerer a destituição do Presidente da

    Diretoria, A PRÁTICA DE ATO DE GESTÃO IRREGULAR OU TEMERÁRIA.

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    49. Aliás, o parágrafo único do art. 106 do Estatuto Social, também prevê o afastamento imediato do gestor improbo.

    50. De igual modo, a Lei nº 13.155/15 (PROFUT) tantas vezes citada nesta exordial, enfatiza, no seu Capítulo III, as hipóteses caracterizadoras da gestão

    temerária, aplicáveis ao presente pedido, com estes dizeres:

    “Art. 25. Consideram-se atos de gestão irregular ou temerária praticados pelo dirigente

    aqueles que revelem desvio de finalidade na direção da entidade ou que gerem risco

    excessivo e irresponsável para seu patrimônio, tais como: VI - formar défice ou prejuízo anual acima de 20% (vinte por cento) da receita bruta apurada no ano anterior; (...) VIII - não divulgar de forma transparente informações de gestão aos associados e torcedores.”

    51. Retomando as explicações acima narradas, o Presidente da Diretoria,

    ora réu, gerou um prejuízo anual superior de 20% da receita bruta apurada no ano

    anterior, gerando um rombo de 1,88 vezes maior do que permitido, sendo certo que

    também não divulgou as informações solicitadas sobre o atleta profissional “Pedrinho”,

    bem como sobre o departamento jurídico.

    52. Por conseguinte, é nitidamente perceptível a sabotagem deliberada de atuação estatutária dos órgãos fiscalizatórios do Sport Club Corinthians Paulista

    (Conselhos Fiscal (CF), Orientação (CORI) e Deliberativo (CD)), ditada pela falta de

    transparência do presidente da diretoria, o qual por motivos não esclarecidos, NÃO CUMPRIU, NÃO CUMPRE E JÁ DEMONSTROU QUE NÃO CUMPRIRÁ regularmente o Estatuto, deixando, no jargão popular, “o barco ao sabor dos ventos”,

    o que à luz do PROFUT, compromete, sem sombra de dúvidas, os destinos da

    entidade. Portanto, dirigentes de futebol que agem de modo irresponsável, como na

    espécie, podem e devem ser punidos com o rigor da lei, principalmente em

    consonância com o art. 27, parágrafo 11, da Lei Pelé, que reza aos administradores

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    de entidades desportivas profissionais, inclusive, responderem solidária e

    ilimitadamente pelos atos de gestão temerária, assim considerados aqueles que põe

    em risco o patrimônio e higidez financeira do Clube.

    53. Aliás, sobre o tormentoso aspecto da higidez financeira da entidade, é absolutamente importante destacar que o Corinthians tem hoje centenas de ações

    ajuizadas nas áreas cível, trabalhista e fiscal (DOCS.18/20), além de inúmeros títulos protestados (DOC.21) comprovando insofismavelmente que a atitude de gastar muito mais do que arrecada, além inclusive dos limites legais, não pode mais ser tolerada,

    pena de colocar em risco a própria subsistência da instituição. Mais um motivo

    relevante para a destituição liminar do gestor temerário, na acepção jurídica do termo,

    conforme se viu alhures.

    V – DA POSIÇÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

    54. O Superior Tribunal de Justiça, em jurisprudência já antiga (Resp 161658/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. 24.08/1999), mas ainda válida

    para o caso, firmou entendimento de que nos litígios dessa natureza, em que há

    discussão “interna corporis” a respeito da validade de decisões tomadas por gestores

    de clubes esportivos que maculam o estatuto e as leis, deve ser adotada a teoria

    administrativa do órgão independente.

    55. Ao atribuir à assembleia geral a competência para destituir os administradores, a lei civil (art. 59 do CC) objetivou assegurar às associações a

    soberania das decisões majoritárias dos associados, consagrando o princípio da

    autonomia privada.

    56. Entrementes, a Corte Superior deixou estampada a possibilidade da destituição judicial dos administradores de associação, em caráter excepcional,

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    quando, de plano, que é a hipótese dos autos, conforme farta documentação e

    explanação retro citadas, verificar-se a existência de irregularidades – atos contrários

    à lei “lato sensu”, no caso Profut, Lei Pelé e Estatuto do Torcedor, ou ao próprio

    Estatuto Social – imputáveis à administração.

    VI – DA TUTELA CAUTELAR PROVISÓRIA

    57. Quanto ao instituto da tutela provisória, vale salientar, que o Novo Diploma

    Processual Civil reuniu as tutelas antecipadas e acautelatórias em um único instituto, qual

    seja, o da tutela provisória.

    58. A Tutela Provisória pode se fundar na urgência ou na evidência, consoante dispõem os arts. 300 a 311 do CPC.

    59. Neste mister, impõe demonstrar que a Tutela Provisória pretendida se encaixa tanto na evidência quanto na urgência.

    60. A Tutela de Evidência dispõe que será concedida, independentemente da demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo quando a petição

    inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor,

    a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável11.

    61. Neste prisma, todo o fartíssimo material probatório que acompanha esta petição inicial, não deixa dúvidas quanto:

    11 CPC> Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: (...) IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

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    A existência do endividamento crescente (suicídio financeiro) e risco ao patrimônio e à

    higidez financeira do Clube (vide por obséquio DOC.10, e art. 106, “b” do Estatuto Social (cit. DOC.1), além dos DOCS.17/18);

    O prejuízo gerado à imagem do clube (vide links colacionados no parágrafo 24 acima) e art. 106, “b” do Estatuto Social (cit.DOC.1);

    O absoluto descumprimento de normas estatutárias (vide art. 106, “d”, art. 111, “12”, art.119, §4º, art.120, § único, e, art.122, §2º, todos do Estatuto Social (cit. DOC.1);

    A prática de reiterados atos de gestão irregular ou temerária (PROFUT / art. 25, VI e VIII –

    cit. DOC.11), e, art.106 “e” do Estatuto Social (cit. DOC.1); devendo ao réu Andrés, ser aplicado afastamento preventivo, nos termos do art. 106,

    parágrafo único do Estatuto Social (cit. DOC.1) e art. 23 c/c art. 27 da Lei Pelé12 (cit. DOC.2), e art.4º do PROFUT13 (cit. DOC.11). 12 Já com relação à gestão temerária, a legislação desportiva trouxe de forma clara as hipóteses de afastamento preventivo e imediato de dirigentes em caso de gestão temerária (artigos 23 e 27 da Lei 9.615/98 - Lei Pelé - com suas posteriores alterações, bem como artigo 4º da lei 13.155/15 - Lei do Profut). Lei Pelé (9.615/98) Art. 23. Os estatutos ou contratos sociais das entidades de administração do desporto, elaborados de conformidade com esta Lei, deverão obrigatoriamente regulamentar, no mínimo: I - instituição do Tribunal de Justiça Desportiva, nos termos desta Lei; II - inelegibilidade, por dez anos, de seus dirigentes para desempenho de cargos e funções eletivas ou de livre nomeação de: a) condenados por crime doloso em sentença definitiva; b) inadimplentes na prestação de contas de recursos públicos em decisão administrativa definitiva; c) inadimplentes na prestação de contas da própria entidade; d) afastados de cargos eletivos ou de confiança de entidade desportiva ou em virtude de gestão patrimonial ou financeira irregular ou temerária da entidade; e) inadimplentes das contribuições previdenciárias e trabalhistas; f) falidos. § 1o Independentemente de previsão estatutária, é obrigatório o afastamento preventivo e imediato dos dirigentes, eleitos ou nomeados, caso incorram em qualquer das hipóteses do inciso II do caput deste artigo, assegurados o processo regular e a ampla defesa para a destituição. (grifos nossos) Art. 27. As entidades de prática desportiva participantes de competições profissionais e as entidades de administração de desporto ou ligas em que se organizarem, independentemente da forma jurídica adotada, sujeitam os bens particulares de seus dirigentes ao disposto no art. 50 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, além das sanções e responsabilidades previstas no caput do art. 1.017 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, na hipótese de aplicarem créditos ou bens sociais da entidade desportiva em proveito próprio ou de terceiros. § 5o O disposto no art. 23 aplica-se, no que couber, às entidades a que se refere o caput deste artigo. § 11. Os administradores de entidades desportivas profissionais respondem solidária e ilimitadamente pelos atos ilícitos praticados, de gestão temerária ou contrários ao previsto no contrato social ou estatuto, nos termos da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. 13 Profut (13155/15)

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    62. Para simplificar o entendimento da matéria deduzida nesta inicial, pede-se vênia para apresentar o quadro sinóptico abaixo:

    Art. 4º Para que as entidades desportivas profissionais de futebol mantenham-se no Profut, serão exigidas as seguintes condições: VIII - previsão, em seu estatuto ou contrato social, do afastamento imediato e inelegibilidade, pelo período de, no mínimo, cinco anos, de dirigente ou administrador que praticar ato de gestão irregular ou temerária; (grifos nossos)

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    63. Não entendendo pelo cabimento da Tutela de Evidência, verifica-se ainda que

    a presente demanda cumpre os requisitos para se conceder a tutela de urgência, posto que

    há, “in casu”, patente e incontroversa probabilidade do direito e risco ao resultado útil do

    processo, exigência do art. 300 do Código de Processo Civil14.

    14 Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

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    64. A probabilidade do direito resta indubitável, uma vez demonstrada exaustivamente todas as irregularidades à luz do Estatuto Social, PROFUT, Lei Pelé e Estatuto

    do Torcedor.

    65. Já o perigo de dano útil resta inconteste, posto que restou demonstrado na presente ação que o réu Andres Navarro Sanches utiliza de seu cargo para promover

    verdadeira devassa financeira, denegrindo a imagem da instituição Sport Club Corinthians

    Paulista, envolvendo, assim, o nome da agremiação em diversos escândalos e chafurdando o

    clube em dívidas, a ponto de corrermos o risco de perder um parcelamento fiscal (PROFUT),

    além de evitar uma intromissão indevida perante os órgãos fiscalizatórios do clube,

    comprometendo o resultado útil, uma vez que, de forma deliberada, não prestou informações

    sobre assuntos de extrema relevância.

    66. A Tutela Provisória, no caso em apreço, para afastamento provisório do cargo de dirigente, é abalizada no poder de cautela de que dispõe o Magistrado, inclusive para

    proteção do patrimônio cultural brasileiro, paulista, ante o interesse social apontado, conforme

    já devidamente demonstrado.

    67. Ademais, mister ressaltar que o afastamento provisório não implica a perda definitiva da função do dirigente, mas tão somente ato de cautela em face das vistosas

    ilegalidades perpetradas, não havendo que falar em ato arbitrário do Judiciário, mas sim de

    moralizar uma situação que está sem controle pelos órgãos internos do clube, o que gera um

    verdadeiro clima de impunidade.

    68. Por fim, também não há que falar em inviabilização da gestão do clube em virtude do afastamento cautelar do réu Andres Navarro Sanches, pois o estatuto contempla

    perfeitamente a solução, com a assunção do cargo pelos vice-presidentes eleitos, consoante

    art. 108:

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    69. Assim sendo, não restam dúvidas quanto à necessária concessão da tutela provisória, seja de evidência ou de urgência, determinando o afastamento IMEDIATO do réu

    Andres Navarro Sanches, inaudita altera pars.

    70. A Lei Pelé em seu art. 23, II, e parágrafo primeiro, impõe o afastamento preventivo e imediato dos dirigentes, caso incorram em quaisquer das hipóteses nele

    previstas, ressalvando-se a garantia do devido processo legal e ampla defesa para destituição

    do cargo. Em outras palavras, o contraditório é apenas e tão somente para a destituição do

    cargo, o que será observado com a citação dos réus e contestação, e não para o afastamento

    provisório. Sendo assim, diante do poder geral de cautela, justifica-se a medida extrema, pois

    diante de documentos oficiais e provas irrefutáveis da existência de irregularidades praticadas

    por Andres Navarro Sanches na administração da instituição desportiva, há fortes indícios de

    atuação prejudicial ao patrimônio e imagem do Sport Club Corinthians Paulista.

    71. Com efeito, o seguinte julgado que se amolda à espécie:

    TJSP - AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 2109345-76.2014.8.26.0000 COMARCA: SÃO JOSÉ DO RIO PARDO – Rel. Des. L.B. Giffoni Ferreira. J. 05/04/14 - ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA – DESTITUIÇÃO DO PRESIDENTE DA ENTIDADE ASSOCIATIVA – INCONFORMISMO – QUESTÃO DA LEGITIMIDADE AINDA NÃO ENFRENTADA PELO MM. JUÍZO A QUO – ACERTO NO AFASTAMENTO PROVISÓRIO COM BASE NO PODER DE CAUTELA – PRESENÇA DE FORTES INDÍCIOS DE ATUAÇÃO PREJUDICIAL AOS INTERESSES DA ASSOCIAÇÃO – POSSIBILIDADE DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL PELO INTERVENTOR NOMEADO - DECISÃO MANTIDA – AGRAVO DESPROVIDO.

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    72. Importa colacionar EMENTA do v.acórdão proferido na Apelação nº 0069611-14.2008.8.26.0114, da Comarca de Campinas, acolhendo semelhante pedido de associados

    da Associação Atlética Ponte Preta:

    “AÇÃO DECLARATÓRIA. ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA PONTE PRETA. AÇÃO FUNDADA NO DESCUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL previsto pela Lei Pelé (artigo 46-A da Lei 9615/98). Submissão das demonstrações financeiras à auditoria independente. Empresa

    de auditoria contábil vinculada ao Presidente do clube réu. Preliminares. Inexigibilidade de

    esgotamento da via administrativa. Inafastabilidade da jurisdição. Prescrição. Inocorrência.

    Desnecessidade de prévio acesso à Justiça Desportiva. Questão posta nos autos não diz

    respeito ao desporto, mas a dever relacionado à gerência administrativa da entidade

    desportiva. Cerceamento de defesa. Preclusão. Nulidade não suscitada na primeira

    oportunidade. Artigo 82 do Código de Processo Civil. Intervenção do Ministério Público.

    Ausência de interesse público ou social. O arcabouço probatório indica que a auditoria

    externa realizada pelo clube não foi independente, nos termos da legislação aplicável.

    Irrelevância da circunstância de não terem sido declarados nulos outros atos. Penas de afastamento e inelegibilidade do Presidente do clube que não se confundem. Sentença mantida. Recursos improvidos.”

    VII – DOS PEDIDOS

    73. Ante o exposto, requerem:

    (i) Seja concedida, “inaudita altera pars”, a tutela de evidência ou de urgência pleiteada, AFASTANDO PREVENTIVAMENTE o réu Andres Navarro Sanches, em sede provisória, da administração do corréu Sport Club Corinthians Paulista,

    não podendo praticar quaisquer atos de gestão, sob pena de incorrer em crime de

    desobediência e pagamento de multa diária a ser fixada;

    (ii) Sejam os réus citados para, querendo, apresentar suas contestações no prazo legal, sob os efeitos da revelia;

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    (iii) Ao final, a título principal, sejam julgados totalmente procedentes os pedidos formulados, para confirmar o pleito emergencial, destituindo-se judicialmente e

    definitivamente do cargo de Presidente da Diretoria do corréu Sport Club

    Corinthians Paulista, o réu Andres Navarro Sanches, e tornando-o inelegível por

    10 (dez) anos, nos termos do art.106, parágrafo único, do Estatuto Social do Sport

    Club Corinthians Paulista (cit. DOC.1);

    (iv) Só por amor aos debates, pois existe comprovação cristalina e inequívoca de todas as irregularidades praticadas pelo gestor, mormente diante dos fortes

    indícios de atuação prejudicial aos interesses da associação, mas caso Vossa

    Excelência assim não entender, a título de pedido alternativo requeremos além da

    confirmação da tutela de evidência ou emergência, a obrigação de fazer

    consistente na designação de uma assembleia geral para analisar a destituição do

    administrador Andres Navarro Sanches e sua inelegibilidade, conforme previsão

    estatutária, respeitando-se o princípio da autonomia privada.

    (v) Sejam condenados os réus ao pagamento das custas processuais e honorários de sucumbência, conforme previsões estampadas no nosso Código de Processo

    Civil.

    (vi) Protestam provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente prova documental, testemunhal, depoimento pessoal do réu ou

    representante legal, sob pena de confesso, e prova pericial.

    74. Dá-se à causa para efeitos fiscais o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).

    Nestes termos,

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