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Experiências de geração de Experiências de geração de bioenergia no Sul e no Nordeste do bioenergia no Sul e no Nordeste do Brasil: dispositivos coletivos, Brasil: dispositivos coletivos, inovações sócio-técnicas e inovações sócio-técnicas e desenvolvimento territorial desenvolvimento territorial Anelise Graciele Rambo – UFRGS Anelise Graciele Rambo – UFRGS [email protected] [email protected] Genivalda Cordeiro da Costa – UERN Genivalda Cordeiro da Costa – UERN

Experiências de geração de bioenergia no Sul e no Nordeste do Brasil: dispositivos coletivos, inovações sócio-técnicas e desenvolvimento territorial Anelise

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Experiências de geração de bioenergia no Sul e no Experiências de geração de bioenergia no Sul e no

Nordeste do Brasil: dispositivos coletivos, inovações Nordeste do Brasil: dispositivos coletivos, inovações

sócio-técnicas e desenvolvimento territorialsócio-técnicas e desenvolvimento territorial

Anelise Graciele Rambo – UFRGSAnelise Graciele Rambo – [email protected][email protected]

Genivalda Cordeiro da Costa – UERNGenivalda Cordeiro da Costa – [email protected]@uern.br

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Estrutura da apresentação

1. Elementos teóricos

2. Breve caracterização dos casos

2.1 Microdestilaria do município de Dezesseis de Novembro/RS

2.2 Assentamento Palheiros III do município de Upanema/RN

3.Elementos comparativos

3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas

3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações

3.3 Resultados e Desafios

4. Considerações quanto aos dispositivos coletivos e mecanismos de

inovação sócio-técnica

5. Algumas questões que permanecem...

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Figura 01. Dispositivos coletivos e condições institucionais para a promoção do desenvolvimento territorial

Fonte: elaboração própria

1. Elementos teóricos

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Localização do

município de

Dezesseis de

Novembro/RS

Dezesseis de Novembro

2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS

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Antecedentes: movimentos contra construção

de barragens no rio Uruguai; Revolução Verde;

criação da ASTRF (déc.70) e Coopercana (déc 80);

criação da microdestilaria em Dezesseis de

Novembro em 2007/2008, com a associação de

05 famílias e produção de cerca de 20.000 litros

de etanol;

especificidades: localização próximo a RS 561;

posto de combustível do município não

comercializa etanol;

há mais 13 projetos reunidos pelo Fórum de

Energias Renováveis Missões e Fronteira

Noroeste;

projetos reúnem Arede, Unicooper, Cooperluz,

STRs, Cresol...

2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS2.1 OS CASOS: A microdestilaria de Dezesseis de Novembro/RS

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Localização

do município

de Upanema -

RN

2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN

Fonte: IBGE

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Primeiro assentamento de reforma agrária do município de Upanema, criado em julho de 1987, através de uma ocupação pacífica;

as famílias foram incentivadas pela Comissão da Pastoral da Terra (CPT) e Sindicato Rural para realizarem a invasão;

após 08 anos da ocupação, houve o parcelamento dos lotes. Após 11 anos as famílias estavam com a infra-estrutura montada (recursos do Pronaf, dos quais 30%

estão quitados).

o assentamento conta com 142 famílias assentadas e 78 famílias agregadas;

2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN

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Uma das principais fontes de renda é a exploração de calcário realizada na área coletiva;

em 2006, incentivados pela Petrobras, inicia a produção de mamona por 27 famílias, em 54 ha (2 ha/família), produzindo 5.000 toneladas;

em 2007, foram 90 famílias cultivando 180 ha de mamona, porém a produção foi baixa;

em 2008, incentivados pelo BNB e da Emater/RN, 53 famílias assentadas passaram a cultivar 212 ha de girassol (4 ha/família);

novamente enfrentaram problemas devido a falta de assistência técnica e dificuldades de comercialização;

2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN2.2 OS CASOS: o assentamento Palheiros III – Upanema/RN

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3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas

MicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilaria AssentamentoAssentamentoAssentamentoAssentamento

Região de agricultura familiar: propriedades

entre 10 e 20 ha;

soja: o cultivo regional principal. A cana é

uma cultura em expansão (rio Uruguai);

experiência estimulada pela inviabilidade

da soja, pela necessidade de alternativas de

renda e pela experiência da Coopercana (laços

fracos);

lotes de 15ha e uma área coletiva de

2.130ha;

principais cultivos de subsistência:

milho, sorgo, feijão; principais fontes de

renda: algodão, criação de gado,

aposentadorias, artesanato de palha de

carnaúba;

estimulada pelo PNPB através da

Petrobras, BNB, Emater; (Projeto Molhar a Terra,

Projeto Dom Helder);

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3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas

MicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilaria AssentamentoAssentamentoAssentamentoAssentamento

estimulada pela discussão nacional em

torno da produção de bioenergias - PNPB;

surge em 2007/08, formada por 5 famílias -

vizinhas e parentes (laços fortes);

Políticas públicas foram fundamentais:

Pronat (R$55.000,00), Pronaf Investimento

(R$22.000,00);

agricultores entendiam o PNPB como

oportunidade de geração de ocupação,

renda, bons preços. Grande credibilidade

depositada na Petrobras;

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Principais instituições parceiras: ASTRF,

Coopercana, Cresol, Arede, Unicooper,

Cooperluz, Fórum de Energias, Limana

Poliserviços, MDA/SDT;

pouco apoio do poder público municipal;

políticas públicas são consideradas

essenciais (à fundo perdido);

3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas3.1 Trajetória – foco nos atores e no ambiente em múltiplas escalas

MicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilaria AssentamentoAssentamentoAssentamentoAssentamento

Principais parceiros: Petrobras (compra),

BNB (financiamento), Emater/RN (assistência técnica

e elaboração de projetos);

não houve parcerias com STR de Upanema

e com a Associação do Projeto de

Assentamento Palheiros III;

a produção e comercialização tanto da

mamona quanto do girassol se dá de forma

individual;

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inserção de uma nova atividade na agricultura familiar: inserção de uma nova atividade na agricultura familiar: produção de produção de

etanoletanol;;

construção de um construção de um equipamento próprioequipamento próprio para a destilação de pequeno para a destilação de pequeno

porte porte (laços fracos)(laços fracos); ;

os agricultores possuíam o conhecimento do plantio/colheita da cana, mas os agricultores possuíam o conhecimento do plantio/colheita da cana, mas

não do processo de destilação: não do processo de destilação: laços fracos entre microdestilaria e laços fracos entre microdestilaria e

Coopercana/Limana PoliserviçosCoopercana/Limana Poliserviços; ;

3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações

MicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilaria

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3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações3.2 A trajetória – o que foi feito, como, quem – as inovações

AssentamentoAssentamentoAssentamentoAssentamento

introdução de introdução de novos cultivosnovos cultivos, que no entanto, , que no entanto, não se adequaram a não se adequaram a

realidade localrealidade local; ;

os agricultores apontam como os agricultores apontam como maior dificuldadesmaior dificuldades a a falta de falta de

conhecimentoconhecimento sobre as culturas; sobre as culturas;

No caso da No caso da mamonamamona, enfrentaram dificuldades no momento da , enfrentaram dificuldades no momento da colheitacolheita e e

debulhadebulha;;

Quanto ao Quanto ao girassolgirassol, as fases de plantio e adubação apresentaram , as fases de plantio e adubação apresentaram

elevado custoelevado custo (mão-de-obra)(mão-de-obra);;

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alternativa de alternativa de diversificação de renda e pluriatividadediversificação de renda e pluriatividade na propriedade; na propriedade;

houve houve melhorias nas condições de vidamelhorias nas condições de vida: a renda extra possibilitou : a renda extra possibilitou pequenas aquisições, pagamento de contas;pequenas aquisições, pagamento de contas;

envolve envolve todos os membrostodos os membros das famílias; das famílias;

preocupação ambientalpreocupação ambiental está presente nos relatos dos agricultores; está presente nos relatos dos agricultores;

agricultores estão agricultores estão satisfeitossatisfeitos e e entusiasmadosentusiasmados com a agroindústria; com a agroindústria;

3.3 Resultados3.3 Resultados e Desafios e Desafios3.3 Resultados3.3 Resultados e Desafios e Desafios

MicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilaria

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dificuldade de inserção no mercadodificuldade de inserção no mercado: impossibilidade de venda direta : impossibilidade de venda direta

de combustível ao consumidor;de combustível ao consumidor;

necessidade de mais recursosnecessidade de mais recursos para investir na microdestilaria para investir na microdestilaria (mais (mais

políticas públicas)políticas públicas); ;

falta de investimentos em tecnologiafalta de investimentos em tecnologia, máquinas e equipamentos;, máquinas e equipamentos;

falta de mão-de-obrafalta de mão-de-obra (masculinização e envelhecimento do campo)(masculinização e envelhecimento do campo);;

3.3 3.3 Resultados e Resultados e DesafiosDesafios3.3 3.3 Resultados e Resultados e DesafiosDesafios

MicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilariaMicrodestilaria

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3.3 Resultados3.3 Resultados e Desafios e Desafios3.3 Resultados3.3 Resultados e Desafios e Desafios

AssentamentoAssentamentoAssentamentoAssentamento

reconhecimento da reconhecimento da inviabilidadeinviabilidade da substituição das da substituição das culturas de culturas de

subsistênciasubsistência pela culturas destinadas ao pela culturas destinadas ao biodieselbiodiesel; ;

percepção da percepção da importância de organização coletivaimportância de organização coletiva, sobretudo para , sobretudo para

aumentar o poder de barganha no momento da comercialização;aumentar o poder de barganha no momento da comercialização;

não se observou efeitos significativosnão se observou efeitos significativos no Palheiros III, quanto a no Palheiros III, quanto a

diversificação da economia localdiversificação da economia local, construção de , construção de dispositivos coletivosdispositivos coletivos e e

inovaçõesinovações;;

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3.3 3.3 Resultados e Resultados e DesafiosDesafios3.3 3.3 Resultados e Resultados e DesafiosDesafios

AssentamentoAssentamentoAssentamentoAssentamento

Em 2007, a Em 2007, a mamona não teve garantia de preçomamona não teve garantia de preço e não foi possível a e não foi possível a comercialização pequeno volume produzido comercialização pequeno volume produzido (300 a 400 kg/ha quando o esperado era de 800 (300 a 400 kg/ha quando o esperado era de 800

a 1000 kg/ha)a 1000 kg/ha);;

a a mamona ocupa muita terramamona ocupa muita terra, mesmo sendo consorciada, sendo inviável para , mesmo sendo consorciada, sendo inviável para a sobrevivência;a sobrevivência;

a a falta de capacitaçãofalta de capacitação para trabalhar com as culturas, a para trabalhar com as culturas, a falta de assistência falta de assistência

técnicatécnica em todas as etapas do processo produtivo; em todas as etapas do processo produtivo;

o o baixo valor do financiamentobaixo valor do financiamento por hectare por hectare (R$ 740,00 - insuficiente para cobrir os (R$ 740,00 - insuficiente para cobrir os

custos com o plantio)custos com o plantio). .

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As experiências retratam a diversidade da agricultura familiar brasileira;

Ambas foram incentivadas pela discussão nacional em torno das bioenergias

e do PNPB: as especificidades do contexto local contribuíram para as trajetórias

diferenciadas;

a dinâmica dos dispositivos coletivos interfere na trajetória das experiências,

(ambas ocorrem em um ambiente institucional semelhante). Isso exerceu influência sobre a presença

de inovações sócio-técnicas;

4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas

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no caso da microdestilariano caso da microdestilaria, os dispositivos coletivos levaram os atores a optar

pelo Pronat e Pronaf-Investimento ao invés do PNPB;

no caso do Assentamentono caso do Assentamento, a atuação individual não levou a discussões em

torno da substituição de culturas de subsistência pela mamona e girassol;

Se as inovações estão enraizadas em contextos sociais e inovações estão enraizadas em contextos sociais e

resultam de processos de interação e trocasresultam de processos de interação e trocas (Amin e Cohendet, 2004), os

dispositivos coletivos são importantes neste processo;

4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas

No Sul, o histórico de lutas e mobilizações, a criação de

organizações da sociedade civil favoreceu às inovações,

elementos não presentes no Nordeste.

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4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas

os dispositivos coletivos formados no caso da microdestilaria resultaram no

rompimento de rotinas existentes, pautadas em atividades rompimento de rotinas existentes, pautadas em atividades

associadas ao conhecimento localassociadas ao conhecimento local dos agricultores (Ploeg et al., 2004), o que

não foi observado no caso do Assentamento;

Como a experiência do assentamento foi desencadeada de forma exógena, a

comunidade não se tornou o lócus de geração, acumulação e lócus de geração, acumulação e

distribuição do conhecimentodistribuição do conhecimento (Amin e Cohendet, 2004).

Não se observou elementos que pudessem estimular a

adequação de inovações à realidade local.

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4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas

Diante disso, as experiências caracterizam distintos estilos de agriculturadistintos estilos de agricultura (Ellis, 2000):

o Palheiros III reflete um estilo de agricultura

que reproduz a verticalidade de relações entre

agricultores e mercado, uma agricultura

dependente dos mecanismos e decisões externas;

na microdestilaria parece estar se constituindo uma capacidade de adaptação e produção de novidades e rompimento de rotinas (Ploeg et al.,

2004);

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4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas

ENFIM, no caso da microdestilaria, os agricultores ao se valerem de dispositivos

coletivos, criam a possibilidade de romper rotinas, buscando os resultados que desejam, pautados em conhecimentos e no saber-fazer local;

Já no Palheiros III, a inexistência de capital social comprometeu a formação de laços fortes e fracos, dificultando o empoderamento e a formação de estruturas

de governança.

Observou-se que, de acordo com as características do contexto local, as políticas públicas são apropriadas de

modos distintos e podem apresentar resultados diferenciados.

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4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas4. Considerações acerca dos dispositivos coletivos e inovações sócio-técnicas

ASSIM, é possível afirmar que os dispositivos coletivos e os mecanismos de inovação sócio-técnica são elementos importantes para o desencadeamento de

processos de desenvolvimento territorial.

EMBORA haja desafios nas duas experiências, no caso do Assentamento, os resultados parecem ter ficado mais distantes daqueles esperados pelos agricultores.

PORTANTO, a experiência da microdestilaria apresentou mais elementos que a caracterizam enquanto “sementes” e “brotos” de um novo modo de “sementes” e “brotos” de um novo modo de

organização produtiva e sócio-técnica, organização produtiva e sócio-técnica, capaz de resultar em alternativas viáveis e mais sustentáveis de reprodução material enquanto produtores

rurais.

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5. Algumas questões que permanecem...5. Algumas questões que permanecem...5. Algumas questões que permanecem...5. Algumas questões que permanecem...

Como criar dispositivos coletivos em regiões desprovidas de capital social,

laços fracos e fortes? Como empoderar atores locais e constituir estruturas

de governança?

Como mapear a diversidade da agricultura familiar brasileira e atender

esta diversidade por meio das políticas públicas/legislação?

Como diminuir a dependência das experiências locais para com as

políticas públicas?

Qual o papel das lideranças/atores-chave nas trajetórias e resultados das

experiências locais?

De que valem experiências inovadoras, pautadas em dispositivos

coletivos, se os jovens permanecem saindo do campo?