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Cascavel PR 21 a 23 de junho de 2010 Exportação na região Oeste do Paraná de 1997 a 2008 e suas perspectivas Área: Ciências Econômicas Resumo: Este artigo procura identificar e analisar os principais produtos exportados na Mesorregião Oeste do Paraná. Serão utilizados dados secundários sobre a pauta de exportação por atividades e municípios e a fundamentação teórica se baseia na Teoria da base de exportação de Douglas North. Os dados apontaram que a base de exportação da Mesorregião Oeste está centrada nos produtos primários especificament e soja “in natura”, e secundária de beneficiamento e/ou processamento de soja e da pecuária de aves. Da mesma forma, praticamente todos os municípios que tiveram crescimento nas exportações apresentaram melhores desempenhos no quesito emprego industrial formal. Palavras-Chave: Exportações, Mesorregião Oeste do Paraná, Teoria da base de exportação. 1 INTRODUÇÃO A dinamização do Oeste Paranaense deslanchou a partir da década de 50, quando sistemas viários possibilitaram a produção de excedentes para a comercialização. A atividade agrícola fundada na boa qualidade do solo e na razoável capacidade técnica dos agricultores ampliou-se rapidamente e gerou inúmeros núcleos urbanos para dar suporte para a agricultura em expansão (MAGALHAES, 2003). Entre os anos de 1975 e 1980 ocorreu um acentuado crescimento na concentração de terras, sendo que a soja teve destaque no mercado externo e interno. Nesta época intercambiavam o excedente da produção regional com produtos semi-industrializados como sal, açúcar, roupas, instrumentos de trabalhos agrícolas, entre outros, com regiões distantes principalmente pelas rodovias que começaram a se consolidar dentre elas pode-se destacar a BR 277. Neste processo, a colonização desta região se deu por dois movimentos distintos segundo IPARDES (1977): o primeiro formado por pessoas vindas do norte devido à substituição do café por outras atividades como a lavoura e pecuária e o segundo vindos do sul principalmente dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e que na sua maioria eram descendentes de alemães e italianos. Na época a região passou por uma pressão por desmatamento exercida sobre os recursos florestais, inicialmente para fins madeireiros (indústria de móveis e construção civil), e posteriormente para uso agrícola, o relevo da Mesorregião Oeste também contribuiu para este nível de desmatamento, pois este é considerado homogêneo, sem fortes ondulações o que favoreceu a mecanização na década de 70. O clima é considerado temperado, quente e de precipitações bem distribuídas. A região possui ainda 75% da sua área com predomínio de solos férteis dos tipos bom e regular, solos estes potencialmente aptos para a produção agrícola, ocupados atualmente por culturas cíclicas de soja, milho e trigo e secundariamente por pastagens plantadas (IPARDES 2003).

Exportação na região Oeste do Paraná de 1997 a 2008 e suas ... · O exemplo acima ilustra como, segundo a teoria das vantagens comparativas de Ricardo, o livre comércio, induzindo

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Cascavel – PR – 21 a 23 de junho de 2010

Exportação na região Oeste do Paraná de 1997 a 2008 e suas perspectivas

Área: Ciências Econômicas

Resumo:

Este artigo procura identificar e analisar os principais produtos exportados na Mesorregião

Oeste do Paraná. Serão utilizados dados secundários sobre a pauta de exportação por

atividades e municípios e a fundamentação teórica se baseia na Teoria da base de exportação

de Douglas North. Os dados apontaram que a base de exportação da Mesorregião Oeste está

centrada nos produtos primários especificamente soja “in natura”, e secundária de

beneficiamento e/ou processamento de soja e da pecuária de aves. Da mesma forma,

praticamente todos os municípios que tiveram crescimento nas exportações apresentaram

melhores desempenhos no quesito emprego industrial formal.

Palavras-Chave: Exportações, Mesorregião Oeste do Paraná, Teoria da base de exportação.

1 INTRODUÇÃO

A dinamização do Oeste Paranaense deslanchou a partir da década de 50, quando

sistemas viários possibilitaram a produção de excedentes para a comercialização. A atividade

agrícola fundada na boa qualidade do solo e na razoável capacidade técnica dos agricultores

ampliou-se rapidamente e gerou inúmeros núcleos urbanos para dar suporte para a agricultura

em expansão (MAGALHAES, 2003).

Entre os anos de 1975 e 1980 ocorreu um acentuado crescimento na concentração de

terras, sendo que a soja teve destaque no mercado externo e interno. Nesta época

intercambiavam o excedente da produção regional com produtos semi-industrializados como

sal, açúcar, roupas, instrumentos de trabalhos agrícolas, entre outros, com regiões distantes

principalmente pelas rodovias que começaram a se consolidar dentre elas pode-se destacar a

BR 277.

Neste processo, a colonização desta região se deu por dois movimentos distintos

segundo IPARDES (1977): o primeiro formado por pessoas vindas do norte devido à

substituição do café por outras atividades como a lavoura e pecuária e o segundo vindos do

sul principalmente dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e que na sua maioria

eram descendentes de alemães e italianos. Na época a região passou por uma pressão por

desmatamento exercida sobre os recursos florestais, inicialmente para fins madeireiros

(indústria de móveis e construção civil), e posteriormente para uso agrícola, o relevo da

Mesorregião Oeste também contribuiu para este nível de desmatamento, pois este é

considerado homogêneo, sem fortes ondulações o que favoreceu a mecanização na década de

70. O clima é considerado temperado, quente e de precipitações bem distribuídas. A região

possui ainda 75% da sua área com predomínio de solos férteis dos tipos bom e regular, solos

estes potencialmente aptos para a produção agrícola, ocupados atualmente por culturas

cíclicas de soja, milho e trigo e secundariamente por pastagens plantadas (IPARDES 2003).

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De uma economia agrícola tradicional o Oeste Paranaense passou, a partir dos anos

setenta, para a transformação industrial e uma acelerada modernização e industrialização dos

insumos agropecuários. Impulsionada por tecnologias avançadas de máquinas, equipamentos,

sementes tratadas, crédito abundante, dentre outros fatores (PIFFER, 2009).

Até meados da década de 80, a Mesorregião se caracterizava como essencialmente

agrícola, a partir de então a indústria local passou a se consolidar e ter sua dinâmica orientada,

fundamentalmente pelo comportamento do agronegócio cooperativado. Conforme destaca

IPARDES (2003) a Mesorregião reúne hoje o maior número de agroindústrias cooperativadas

no Estado, criadas em sua maioria ao longo das décadas de 80 e, principalmente, de 90, com

estrutura gerencial e de mercado comparada à das grandes empresas do Estado e do país

(COOPERATIVISMO, 2002).

A agropecuária do Oeste do Paraná vem caminhando em direção a atividades

caracterizadas pela forte articulação à agroindústria e/ou pela inserção no mercado

internacional, fatores estes que vêm garantindo níveis de rentabilidade mais elevados aos

produtores, em detrimento das atividades mais dependentes da intervenção estatal e voltadas

quase que exclusivamente ao atendimento do consumo doméstico. Prova disso é que a

produção de soja e milho da região praticamente dobrou no período 1990-2001, crescendo de

2,4 milhões para 4,7 milhões de toneladas, crescimento de 95,8%, enquanto a produção dos

demais grãos apresentou variação de apenas 7,9% no mesmo período (IPARDES 2003).

O Oeste aparece em primeiro lugar na produção de soja, milho, aves, suínos e leite, e

em terceiro lugar no rebanho bovino. No que se refere à pecuária, a região detém 29,3% do

plantel de aves e 28,3% do rebanho suíno estadual, participações muito superiores à da

bovinocultura. É importante ressaltar também a participação de produtos de origem animal,

onde esta Mesorregião é responsável por 26,7% da produção estadual de ovos, 21,4% da

produção de leite e 16,3% da produção de mel (IPARDES 2003).

Assim, nota-se que a ocupação desta região se iniciou ligada à exploração dos recursos

naturais, exploração da floresta, seguida pelo cultivo das terras e, em seguida, a indústria se

estabeleceu, sendo que esta, desde o início, esteve vinculada direta ou indiretamente à

produção e transformação de produtos e insumos voltados à produção agropecuária

(IPARDES 2008).

Além dessas características é preciso mencionar que as exportações são relevantes

para uma região que busca maior estabilidade econômica no contexto nacional e mundial,

haja vista, que as regiões exportadoras possuem uma menor dependência com o mercado

interno. É neste contexto que o Oeste Paranaense se destaca na produção e exportação de

produtos agropecuários, seja pelas suas características climáticas e de solo, seja pela grande

disponibilidade de matéria prima que faz com que a região se destaque a nível estadual e

nacional na produção de grãos e de carnes. A produção e exportação dos produtos do setor

primário foram alguns dos responsáveis pelo crescimento nos últimos anos desta região.

Neste sentido, o objetivo deste trabalho é identificar e analisar os produtos de

exportação nos municípios da Mesorregião Oeste do Paraná no período de 1997 a 2008,

destacando as mudanças ocorridas no volume exportado e na pauta de exportação no período

analisado. Além disso, será utilizado a contribuição teórica de North (1955, 1961, 1961a,

1977a, 1977b) sobre a base de exportação.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo a teoria das vantagens comparativas de Ricardo, o livre comércio, induz os

parceiros comerciais a se especializarem naqueles produtos que são comparativamente mais

eficientes. O livre comércio é benéfico para todos os países, mesmo para aqueles que são

menos eficientes, em termos absolutos, na produção de todos os bens e serviços. Obviamente,

a teoria é dita de vantagens comparativas porque um país pode ser menos eficiente do que

outro na produção de todos os bens e serviços e, ainda assim, a especialização produtiva

induzida pelo comércio exterior seria vantajosa para ele (GONTIJO, 2007).

Para esclarecer esse “princípio”, Ricardo constrói um exemplo com apenas dois

países, Portugal e Inglaterra, e somente dois bens, vinho e tecidos (Tabela 1), recorrendo à

teoria do valor-trabalho, segundo a qual a razão de troca entre mercadorias é proporcional ao

tempo de trabalho social gasto na produção delas. A explicação de não ter se utilizado a sua

teoria dos “preços naturais” talvez resida na crença de que a produtividade do trabalho é o

principal determinante dos preços de equilíbrio (RICARDO apud GONTIJO, 2007).

Tabela 1 - Quantidade de trabalho gasto na produção em homens-ano. Discriminação Portugal Inglaterra

Vinho (tonel) 80 120

Tecido (peça) 90 100

Preço vinho/tecido 80/90 = 0,888 120/100 = 1,2

Preço tecido/vinho 90/80 = 1,125 100/120 = 0,83333

Fonte: GONTIJO, 2007

Conforme conclui Ricardo apud GONTIJO (2007):

“em Portugal, a produção de vinho pode requerer somente o trabalho de 80 homens

por ano, enquanto a fabricação de tecido necessita do emprego de 90 homens

durante o mesmo tempo. Será, portanto, vantajoso para Portugal exportar vinho em

troca de tecidos. Essa troca poderia ocorrer mesmo que a mercadoria importada

pelos portugueses fosse produzida em seu país com menor quantidade de trabalho

que na Inglaterra. Embora Portugal pudesse fabricar tecidos com o trabalho de 90

homens, deveria ainda assim importá-los de um país onde fosse necessário o

emprego de 100 homens, porque lhe seria mais vantajoso aplicar seu capital na

produção de vinho, pelo qual poderia obter mais tecido na Inglaterra do que se

desviasse parte de seu capital do cultivo da uva para a manufatura daquele produto.”

Da mesma maneira, para conquistar o mercado português para os tecidos ingleses, os

comerciantes necessitariam oferecer o produto importado da Inglaterra por um preço mais

baixo do que o concorrente local. O exemplo acima ilustra como, segundo a teoria das

vantagens comparativas de Ricardo, o livre comércio, induzindo os parceiros comerciais a se

especializarem naqueles produtos que são comparativamente mais eficientes. O conseqüente

término do comércio, contudo, seria de curta duração, pois os comerciantes dos dois países

não demorariam muito em descobrir as vantagens de trocar produtos com base nos novos

preços relativos, tendo início, novamente, o processo de especialização produtiva e de

intercâmbio comercial entre os países.

Dentre os fatores que podem distorcer a análise sendo consideradas barreiras

comerciais destacam-se os impostos, as quotas de importação e exportação e as taxas de

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câmbio administradas. Os próprios governos nacionais agem sob pressão dos seus

empresários, e também dos seus operários, para adotar políticas protecionistas que estimulem

o nível de atividade econômica e a geração de renda interna no país.

Conforme Golfette (1994) as principais razões para exportar são a ampliação e

diversificação do mercado, queda nos custos de produção, aumento da qualidade dos

produtos, fortalecimento da base econômica da empresa, imagem institucional da empresa,

benefícios e incentivos fiscais e creditícios para os exportadores e ganhos provenientes da

venda em moedas fortes.

Neste contexto, a próxima seção apresenta a base teórica que sustentará a análises dos

dados secundários que serão analisados nas próximas seções.

2.1 TEORIAS DA BASE DE EXPORTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Este artigo utilizará a contribuição teórica de Douglas North sobre a teoria da base de

exportação. Segundo esse autor as exportações regionais são o principal fator determinante do

crescimento de uma região, sendo que quando há aumento da demanda dos produtos

exportados, geram-se efeitos positivos múltiplos na região exportadora. North (1977) divide a

base de exportação de uma região em atividades básicas e não-básicas. As básicas teriam

como destino o mercado externo e as não-básicas o mercado local. Ainda de acordo com o

autor esta teoria aplica-se as áreas que apresentem as seguintes condições: Regiões que

tenham se desenvolvido dentro de um quadro de instituição capitalista e, portanto sensíveis a

oportunidades de maximização dos lucros e nas quais os fatores de produção apresentam

relativa mobilidade; e, regiões que tenham se desenvolvido sem restrições impostas pela

pressão populacional.

As atividades não-básicas (ou locais ou residenciais) identificam-se com a indústria

tradicional, com o comércio e com os serviços urbanos. São atividades necessárias

tanto à população regional como às atividades exportadoras. Nesse caso, a estrutura

produtiva deve atender à demanda local e produzir excedentes exportáveis. A

capacidade em gerar excedentes e “colocá-los” em mercados externos estimula a

entrada maciça de capital na região exportadora através da balança comercial, a

partir de então, as regiões se dinamizam numa escala temporal que inicia com

produtos e serviços primários e avança em produtos industriais. Ao longo do tempo,

as regiões que se fortaleceram serão aquelas capazes de diversificar a estrutura de

transformação e entrarem na exportação de serviços. De atividades essencialmente

agropecuárias, o desenvolvimento regional exigirá que as regiões se tornem

especializadas em atividades urbanas. (SOUZA apud PIFFER 2009. pag 13)

De acordo com Innis (1956) os produtos primários exportados têm importância

essencial na configuração das novas economias, pois de maneira geral o processo de

desenvolvimento de uma região nova inicia-se através da exportação de algum recurso natural

ou de alguma atividade primária.

Schwartzman (1975) sintetiza os argumentos de North dizendo que o desenvolvimento

de uma região a partir de uma base de exportação dependerá do dinamismo dessa base e da

sua difusão para o resto da economia regional. Nesta perspectiva, as condições necessárias

para o desenvolvimento de uma região seriam:

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1. Manutenção do dinamismo do produto de exportação: É necessário que a

exportação esteja crescendo a uma taxa adequada para que se criem as condições necessárias

para o processo de desenvolvimento.

2. Difusão do dinamismo por outros setores da economia: É preciso que outras

atividades produtivas surjam; que a distribuição de renda atinja o maior número de pessoas

possível e que eventualmente apareçam outras bases de exportação.

Como se observa na Figura 1, a dinâmica regional é estimulada pelas atividades de

base através de um efeito multiplicador. A demanda do setor externo da economia estimula

internamente a criação de empregos na atividade exportadora ou de base. A demanda externa

da região é a responsável pela dinâmica local e na formação de novos ramos de atividade,

principalmente no desenvolvimento da indústria e serviços (PIFFER, 2009).

Figura 1 - Dinâmica Regional: Fluxo de Rendas a partir da Teoria da Base Econômica

Fonte: Fürst, Klemer e Zimmermann (1983, pag. 82) apud Piffer (2009, pag.14).

Hirschman (1961) classifica as repercussões que uma indústria exportadora trás à

região:

1. Encadeamentos para trás que são as repercussões da indústria exportadora sobre

outras atividades fornecedoras de insumos.

2. Encadeamentos para frente causados nas atividades que se criam para utilizar o

produto da indústria exportadora.

3. Encadeamentos da demanda final que se refere aos investimentos realizados na

indústria local de bens de consumo para atender a indústria exportadora e as outras atividades

trazidas por ela.

Outro fator é a diversidade dos recursos naturais da região, estes recursos também

podem ser explorados, isto provocará uma diversificação da produção e poderá surgir até

novos produtos de exportação.

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Quanto mais dinâmicas as atividades de base, nas quais se especializa a região, quanto

mais equitativa e disseminada a capacidade de multiplicar empregos em outros ramos de

atividades ligadas a esta atividade de base e quanto mais à estrutura produtiva regional amplia

os postos de trabalho, maior é a capacidade da economia regional em alavancar as atividades

urbanas.

Maior o dinamismo, mais postos de trabalho são gerados ao longo do tempo. Isso

significa que a massa monetária que entra na economia regional oriunda do

comércio exterior fortalece a criação de emprego e renda. A economia se dinamiza

cada vez mais em função do efeito multiplicador do consumo e do investimento, na

diversificação da base de exportação. Essa diversificação estimula o fim da

dependência da estrutura agrária e faz a economia regional avançar para uma

estrutura produtiva cada vez mais alicerçada nos setores secundário e terciário. Ou

seja, os postulados do desenvolvimento regional, baseados na Teoria da Base

Econômica, exigem a geração e diversificação de novas bases de exportação no

decorrer do tempo (PIFFER, 2009 pag.17-18).

Pelo esquema, apresentado na Figura 2 tem-se que a atividade de base esteja

crescendo de forma adequada e aos seus canais de comercialização e de distribuição têm

conseguido expandir o mercado. Esse crescimento leva cada vez mais a exportações inter-

regionais. Para que, porém, ocorra o processo de desenvolvimento, a base de exportação tem

que ser capaz de estimular outros setores; capaz de se diversificar ao longo do tempo; e capaz

de se difundir para outras atividades na região (PIFFER, 2009).

Figura 2 - Difusão do Dinamismo da Base para Outros Setores da Economia Regional

Fonte: Adaptações de PIFFER (2009, pg. 17) a partir de North (1955, 1961, 1961a, 1977a,

1977b).

Hildebrand e Mace (1950) apud Haddad (1975) fizeram importantes observações

sobre o uso da técnica da base econômica aplicada ao estudo do emprego a longo prazo. A

idéia principal da teoria da base é de que as exportações induzem o crescimento das atividades

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locais. No entanto, as mesmas não podem ser consideradas como a única fonte de variação no

emprego e renda de uma cidade, crescimento populacional e progresso tecnológico também

devem ser considerados, desta forma esta análise é aplicada no curto prazo não sendo capaz

de explicar por si só o crescimento ou declínio de uma cidade.

Lane (1966) apud Haddad (1975) destaca que o crescimento econômico exige dois

conjuntos de ingredientes: permissivos que seriam a capacidade física da economia crescer,

disponibilidade de recursos humanos e acumulação de capital; e os fatores implementadores

seriam aqueles que dariam o impulso a combinação dos fatores de produção para gerar o

produto, no caso as exportações poderiam ser este incentivo. As exportações constituem então

uma condição necessária para colocar em movimentação a capacidade produtiva atual de uma

economia, mas não é uma condição suficiente para manter um ritmo de crescimento

sustentado. Em resumo, a teoria da base econômica como teoria de crescimento só examina as

condições necessárias (a demanda) para o crescimento, deixando de verificar as suficientes (a

oferta).

Assim, verificou-se que a Teoria da Base de Exportação teve como objeto de análise

inicial o desenvolvimento de regiões novas dos Estados Unidos e do Canadá, sendo assim,

desenvolvida para regiões que cresceram em estruturas capitalistas e de colonização recente

baseado na agricultura.

A colonização da região Oeste do Paraná se iniciou de forma muita lenta no século

passado, efetivou-a somente a partir da década de 40, acentuando-a na década de 50.

Atingindo o apogeu da ocupação e colonização após a década de 60, sendo a última região do

Estado a ser colonizada (PIFFER, 1997). Portanto o Oeste Paranaense pode ser considerada

uma “região nova”, que apresenta características de colonização que se assemelham às

“regiões novas” e de estrutura exportadora estudadas por North. Por isso, torna-se um objeto

de pesquisa apto a testar a concepção northiana da base econômica no desenvolvimento

regional paranaense no final do século XX. Com a exportação dos produtos da base como

soja, milho, trigo e café o Paraná se insere na economia nacional nas décadas de 60 e 70

(PIFFER, 2009).

3 EXPORTAÇÕES NA MESORREGIÃO OESTE DO PARANÁ

A economia do Oeste Paranaense na década de 1950 estava baseada na extração da

madeira, erva mate, e agricultura tradicional (feijão, arroz, milho, etc). A tecnologia era

rudimentar marcando o início da sua inserção na economia nacional. Já a década de 1960

marcou o início da formação de uma base agrícola formada pelas culturas da soja e do trigo,

decorrente do início da implantação de uma tecnologia moderna no campo. Porém na década

de 1970 é que a evolução dessa base realmente ocorreu, transformando as atividades

agropecuárias, agroindústrias e de comercialização desta região, resultado da crescente

utilização da inovação tecnológica na produção agropecuária, de máquinas, equipamentos,

bem como, de insumos industriais, crédito rural, seguro agrícola, etc. Essa prática refletiu na

pauta dos produtos de exportação, agroindústria, comércio, emprego, etc. (PIFFER, 1997)

Atualmente as exportações da Mesorregião Oeste do Paraná se concentram

basicamente no segmento agroindustrial. Os cinqüenta municípios que compõem a

Mesorregião se dividem em três microrregiões: de Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo. Alguns

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possuem expressiva participação no comércio internacional regional e já em outros a

exportação é inexistente demonstrando desta forma as disparidades encontradas na região

analisada quanto a esse quesito.

Na Figura 3 são demonstrados os municípios que compõem a Mesorregião Oeste do

Paraná. Os municípios demarcados em amarelo são os que tiveram alguma atividade

exportadora de 1997 a 2008. Pode-se perceber que o extremo oeste da Mesorregião concentra

a maioria dos municípios exportadores e no extremo leste praticamente a atividade

exportadora é inexistente. Além disso, boa parte dos municípios que exportam são aqueles

que se localizam no entorno dos principais eixos rodoviários da região, como é o caso do

trecho da BR-277 de Foz do Iguaçu à Cascavel e da BR163 e BR467 de Cascavel, passando

por Toledo, Marechal Cândido Rondon até Guaíra.

Figura 3 – Mesorregião região Oeste do Paraná.

Fonte: Adaptações do Autor a partir do MDIC (2009). Nota: Os municípios destacados em amarelo na Região Oeste do Paraná são aqueles que apresentaram alguma

atividade exportadora no período de 1997 a 2008.

Considerando esta dinâmica regional e analisando o Gráfico 1 nota-se um incremento

de 821.133.477 no valor exportado, resultando um aumento de 312,48% neste valor no

período analisado. Seguindo a teoria de North com relação à manutenção do dinamismo do

produto de exportação, pode-se verificar que as exportações da Mesorregião Oeste se

mantiveram dinâmicas e em crescimento no período de 1997 a 2008.

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Gráfico 1 – Exportação do Oeste do Paraná de 1997 a

377.779.381

293.485.213338.602.140

397.562.870

490.095.555

903.290.316

1.207.576.027

386.442.500375.212.803

409.834.205

575.123.979

591.396.547

0

200.000.000

400.000.000

600.000.000

800.000.000

1.000.000.000

1.200.000.000

1.400.000.000

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: MDIC (2009).

Nota-se pelo Gráfico 1 que a partir de 2002 houve um crescimento contínuo referente

aos valores exportados, sendo que de 2006 a 2008 este crescimento foi mais expressivo. Entre

2002 até 2006 o crescimento das exportações totais foi de 74,66%. Já, entre 2006 até 2008, o

montante exportado mais que dobrou, com um crescimento de 104,19%. O que explica esse

crescimento? Nas próximas tabelas e análises elencar-se-á alguns fatores que explicam o

grande crescimento das exportações no período em questão.

Um dos fatores que contribuiu para este crescimento das exportações foi a

desvalorização do Real frente ao Dólar que pode ser verificada no Gráfico 2. Em 2001 o

Dólar ultrapassou a casa dos R$ 2,00 e este fator faz com que algumas empresas se voltem

para o mercado externo visando aumentar suas receitas. Porém a mesma por si só não explica

o crescimento das exportações em todo o período analisado tendo em vista que a partir de

2007 o Real se valoriza e fica abaixo de R$ 2,00.

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Gráfico 2 - Média anual da cotação do Dólar PTAX- 1997-2008

1.081.16

1.81 1.83

2.35

2.923.08

2.93

2.44

2.18

1.951.83

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: Banco Central do Brasil (2010).

Outro fator explicativo para o aumento das exportações desta Mesorregião diz respeito

ao aumento de volume dos produtos que formam a pauta de exportação. Essa informação

pode ser verificada pela Tabela 3.

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Tabela 3 - Produtos mais exportados em valor FOB US$ em 2004/2008 Posição

2008 Produto

2004 Valor

FOB US$

2008 Valor

FOB US$ Variação

1 PEDACOS E MIUDEZAS, COMEST. DE GALOS/GALINHAS,

CONGELADOS 158.140.552 327.340.566 107%

2 OUTROS GRAOS DE SOJA, MESMO TRITURADOS 86.029.343 244.722.529 184,46%

3 CARNES DE OUTS. ANIMAIS, SALGADAS,SECAS,ETC. 0 117.887.044 0

4 OLEO DE SOJA, EM BRUTO, MESMO DEGOMADO 20.735.707 56.351.153 171,76%

5 BAGACOS E OUTS. RESIDUOS SOLIDOS, DA EXTR. DO OLEO DE SOJA 12.776.246 38.661.413 202,60%

6 CARNES DE GALOS/GALINHAS, N/CORTADAS EM PEDACOS, CONGEL. 1.636.850 32.190.215 1866,60%

7 PREPARACOES ALIMENTICIAS E CONSERVAS, DE GALOS, GALINHAS 1.112.268 28.565.038 2468%

8 ADUBOS OU FERTILIZANTES C/FOSFORO E POTASSIO 6.729.482 22.476.019 234%

9 MILHO EM GRAO, EXCETO PARA SEMEADURA 17.103.443 17.737.790 3,71%

10 ADUBOS OU FERTILIZANTES C/NITROGENIO, FOSFORO E POTASSIO 4.106.082 17.221.069 319,40%

11 OUTROS LADRILHOS, ETC. DE CERAMICA, VIDRADOS, ESMALTADOS 6.478.780 15.305.386 136,24%

12 OVOS DE GALINHA, PARA INCUBACAO 2.303.139 14.666.412 536,80%

13 OLEO DE SOJA, REFINADO, EM RECIPIENTES COM CAPACIDADE<=5L 1.430.628 13.589.853 849,92%

14 OUTRAS CARNES DE SUINO, CONGELADAS 18.241.018 11.997.643 -34,23%

15 BOMBONS, CARAMELOS, CONFEITOS E PASTILHAS, SEM CACAU 3.045.227 5.478.032 79,89%

16 SILOS METALICOS P/CEREAIS, FIXOS, INCL. AS BATERIAS, ETC. 4.026.812 5.822.889 44,60%

17 MOVEIS DE MADEIRA PARA QUARTOS DE DORMIR 3.489.437 4.900.999 40,45%

18 OUTROS ASSENTOS C/ARMACAO DE MADEIRA 2.107.675 4.888.836 131,95%

19 OUTS. TOMATES PREPARS. CONSERVS.EXC.EM

VINAGRE,AC.ACETICO 2.346.417 4.277.809 82,31%

20 OBRAS FIBROCIM, CIM-CELUL. SEM.CONT. AMIANTO 0 4.268.174 0,00%

21 DEXTRINA E OUTROS AMIDOS E FECULAS MODIFICADOS 3.512.698 4.200.040 19,57%

22 OUTS. MAQUINAS DE LAVAR ROUPA, CAPAC<=10KG DE ROUPA SECA 482.611 3.784.366 684,14%

23 BOLACHAS E BISCOITOS ADICION. DE EDULCORANTES 2.575.182 3.764.403 46,18%

24 CERVEJAS DE MALTE 1.648.046 3.751.813 127,65%

25 JOALHERIA DE OURO DO CAPITULO 71 DA NCM 4.202.028 3.515.567 -16,34%

26 PARTES DE MAQS. E APARS. AGRICOLAS,ETC.P/PREPAR.DO SOLO 1.194.635 3.094.037 158,99%

27 OUTROS MOVEIS DE MADEIRA 2.420.194 3.009.498 24,35%

28 CHAPAS ONDULADAS DE FIBROCIMENTO, CIMENTO-CELULOSE, ETC. 2.564.449 2.671.118 4,16%

29 OUTRAS MAD. SERRADAS/CORTADAS EM FOLHAS, ETC ESP>6 mm 5.867.276 2.441.413 -58,39%

30 QUEIJO TIPO MUSSARELA, FRESCO (NAO CURADO) 5.017.734 328.249 -93,46%

Fonte: MDIC (2009).

Na Tabela 3 estão demonstrados os 30 principais produtos exportados da Mesorregião

Oeste do Paraná demonstrando o grande crescimento de alguns produtos entre 2004 e 2008.

Os principais itens obtiveram crescimentos acima de 100%. O que mais chama a atenção é

que os dois principais produtos de exportação no ano de 2004 mantiveram as suas colocações

no ano de 2008 apresentando crescimentos superiores a 107%. Além disso, dos 10 principais

produtos exportados no ano de 2004 a maioria manteve-se nesse grupo no ano de 2008. A

exceção foi para os produtos número 11, 14, 29 e 30. Os produtos que passaram a compor o

grupo dos 10 principais foram: carnes de outs. animais, salgadas, secas, etc.; carnes de

galos/galinhas, n/cortadas em pedaços, congel; preparações alimentícias e conservas, de galos,

galinhas; e, adubos ou fertilizantes c/nitrogênio, fósforo e potássio.

Outra informação importante é que dos 30 produtos mais exportados no ano de 2008 a

grande maioria apresentou crescimentos superiores a 100%. Desses 30 produtos os que

possuíam maior valor exportado estavam associados direta ou indiretamente com a produção

agroindustrial da região, com as atividades de produção de frangos, suínos, soja e milho.

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Cascavel – PR – 21 a 23 de junho de 2010

Além disso, poucos apresentaram diminuição do valor exportado, quais sejam: Queijo tipo

mussarela (-93,46%), Outras madeiras serradas/cortadas em folhas, etc Esp>6 mm (-58,39%),

Outras carnes de suíno, congeladas (-34,23%), e joalheria de ouro do capitulo 71 da nem (-

16,34%).

Além disso, outra característica que pode ser observada nesta tabela diz respeito aos

efeitos de encadeamento. Segundo Hirschman (1958, 1977), analisando os efeitos

complementares, chegou aos conceitos de “encadeamento para trás” e de “encadeamento para

frente”. Por intermédio desses encadeamentos, o crescimento de uma unidade industrial

provoca o crescimento, respectivamente, das indústrias que lhe fornecem matéria-prima e/ou

insumos e das indústrias demandantes de seu produto e serviços.

Neste sentido, como pode-se observar na tabela 3 percebem-se encadeamentos para

frente, pois a atividade base de exportação “soja” utilizada em larga escala na elaboração de

rações que posteriormente seguem para a exportação em forma de carne ocupando as posições

de número 1, 3, 6, 7 e ovo 12, neste mesmo sentido os itens óleo de soja e bagaços e outros

resíduos sólidos, da extração do óleo de soja merecem serem destacados, pois ocupam as

posições 4, 5 e 13 com maior volume exportado da Mesorregião, sendo que são subprodutos

da soja.

Os encadeamentos para trás podem ser notados, pois existe grande número de

exportadores na região comercializando com outros países máquinas e implementos agrícolas

(posição 26) e adubos ou fertilizantes (posições 8 e 10) e silos (posição 16) que são itens de

sustentação da base de exportação.

Essa diversificação faz a economia regional avançar para uma estrutura produtiva cada

vez mais alicerçada nos setores secundário e terciário, e juntamente com o setor primário cria

uma cadeia produtiva cada vez mais bem estruturada. Percebe-se na Tabela 3 e no Anexo I

que os produtos exportados desta Mesorregião estão vinculados direta ou indiretamente ao

setor primário, basicamente na atividade agropecuária, seja ela soja e seus subprodutos, seja

os produtos ligados à carne. Assim, esses dados mostram que, ao longo do tempo, a

mesorregião avançou na diversificação da sua pauta de exportação. Ou seja, de uma pauta

centrada em produtos ”in natura” nos anos de 1970, a mesorregião passou a transformar a sua

produção e exportar produtos industrializados.

Neste contexto, a Tabela 4 mostra quais são os municípios que mais exportam na

Mesorregião Oeste Paranaense.

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Cascavel – PR – 21 a 23 de junho de 2010

Tabela 4 - Comparativos de valores de exportação (US$ FOB) de 1997/2004/2008 e suas

variações

CIDADE 1997 2004 2008 Variação % de

1997 a 2004

Variação% de

2004 a 2008

Cascavel 39.802.947 82.742.206 340.803.393 108% 312%

Palotina 17.897.943 76.059.632 209.111.045 325% 175%

Foz do Iguaçu 220.981.920 103.102.924 169.558.615 -53% 64%

Cafelândia 16.223.073 43.236.673 121.019.773 167% 180%

Matelândia 32.160 49.574.641 104.054.091 154050% 110%

Marechal Cândido Rondon 13.187.809 25.534.199 64.957.271 94% 154%

Santa Terezinha de Itaipu 225.702 4.779.572 53.705.511 2018% 1024%

Céu Azul 10.995 22.803.602 48.618.097 207300% 113%

São Miguel do Iguaçu 5.092.000 27.484.267 27.410.763 440% 0%

Medianeira 51.669.317 22.165.681 22.471.756 -57% 1%

Toledo 14.952.542 11.320.147 19.383.478 -24% 71%

Guaíra 3.107.398 12.256.412 13.108.456 294% 7%

Quatro Pontes 234.321 289.944 5.254.093 24% 1712%

Ibema 690.389 5.668.541 1.893.196 721% -67%

Capitão Leônidas Marques - 1.877.888 1.619.579 - -14%

Maripá - 147.375 1.309.773 - 789%

Lindoeste - 502.474 976.991 - 94%

Corbélia - - 715.000 - -

Santa Tereza do oeste - 19.043 658.966 - 3360%

Diamante do Oeste - 1.210.254 375.370 - -69%

Itaipulândia 18.734 263.421 317.653 1306% 21%

Pato Bragado 116.233 51.568 161.095 -56% 212%

Santa Helena 4.972 43.826 68.543 781% 56%

Nova Santa Rosa - - 23.519 - -

Vera cruz do oeste - 250.129 - - -

Assis Chateaubriand 105.533 202.953 - 92% -

Entre Rios do oeste 755.904 485.795 - -36% -

Mercedes 1.275.066 - - - -

Missal 9.525 - - - -

Nova Aurora 48.067 460.000 - 857% -

Santa Lucia - 231.114 - - -

Fonte: MDIC (2009). Nota: o símbolo “-“ representa que o município não exportou, ou que, devido ao fato do município não ter

exportado o cálculo da variação não foi possível.

Segundo a Tabela 4, as variações percentuais entre 1997/2004 demonstram que os

maiores crescimentos, neste período ocorreram nas cidades de Céu Azul (207300%),

Matelândia (154050%), Santa Terezinha de Itaipu (2018%), Itaipulândia (1306%), Nova

Aurora (857%), Santa Helena (781%), Ibema (721%), São Miguel do Iguaçu (440%) e

Palotina (325%), as cidades que tiveram redução no percentual de participação neste período

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foram: Medianeira (-57%), Pato Bragado (-56%), Foz do Iguaçu (-53%), Entre Rios do Oeste

(-36%.) e Toledo (-24%).

No Comparativo 2004/2008 as cidades que mais cresceram nas exportações foram as

seguintes: Santa Tereza do Oeste (3360%), Quatro Pontes (1712%), Santa Terezinha de Itaipu

(1024%), Maripá (789%), Cascavel (312%), Pato Bragado (212%), Cafelândia (180%),

Palotina (175%) e Marechal Candido Rondon (154%), as cidades que tiveram maior

percentual de redução no neste período foram: Diamante do Oeste (-69%), Ibema (-67%) e

Capitão Leônidas Marques (-14%).

Na Tabela Anexo I comparativa 2004/2008 verifica-se que em alguns municípios

houve mudanças nos principais produtos exportados como, por exemplo:

Cafelândia o item pedaços e miudezas, comest. de galos/galinhas, congelados caiu de

96,11% em 2004 para 73,98% em 2008, mesmo assim se manteve como o item mais

exportado no período. Neste mesmo sentido merecem destaque os itens carnes de outs.

animais, salgadas, secas, que surge na pauta de exportações em 2008 com 17,53% e o item

Preparações alimentícias e conservas de galos, galinhas com 6,48% de participação, esses

dois produtos não faziam parte dos principais itens exportados em 2004

Cascavel, o produto Outros grãos de soja, mesmo triturados que em 2004 com 4,31%

aumentou sua participação para 31,86% sendo o produto mais exportado em 2008, já o item

pedaços e miudezas, comest. de galos/galinhas, congelados caiu de 35,2% em 2004 para

14,23% em 2008.

Céu Azul apresenta uma drástica redução no item Outros grãos de soja, mesmo

triturados que em 2004 detinha 52,92% e em 2008 este número caiu para 4,05% de

participação, já o produto Óleo de soja, em bruto, mesmo degomado aumentou sua

participação de 23,33% para 51,16% em 2008.

Em Foz do Iguaçu outros ladrilhos, etc. de cerâmica, vidrados, esmaltados continua

crescendo de 6,28 em 2004 para 9,03% em 2008, permanecendo na primeira posição, os itens

outros bombons, caramelos, confeitos e pastilhas sem cacau com 3,23% e óleo de soja,

refinado em recipientes com capacidade <=5L, com 2,54% estão na segunda e terceira

posições respectivamente, esta cidade se destaca por ter sua pauta de exportações bastante

diversificada

Em Marechal Cândido Rondon o item pedaços e miudezas, comest. de galos/galinhas,

congelados que em 2004 não aparecia dentre os itens mais exportados, em 2008 com uma

participação de 63,83% lidera as exportações deste município, também merece destaque o

produto carnes de out. animais. Salgadas. Secas, etc, com 20,59% de participação em 2008 e

que em 2004 não aparecia nos itens exportados desta cidade

Em Matelândia o item pedaços e miudezas, comest. de galos/galinhas que estava com

98,66% de participação em 2004 diminuiu para 68,49% em 2008 mesmo assim permanece

como principal item exportado, sendo seguido dos itens carnes de outs. animais, salgadas,

secas (26,49%) e Preparações alimentícias e conservas de galos, galinhas (4,48%) figuram

como o segundo e terceiro itens mais exportados em 2008 neste município.

Palotina em 2008 diminuiu a participação dos itens pedaços e miudezas, comest. de

galos/galinhas, congelados de 50,68% para 36,67% e do item Outros grãos de soja, mesmo

triturados que em 2004 detinha 36,37% e em 2008 apresenta 22,32%, o item destaque com

relação a crescimento pode-se destacar carnes de outs. animais, salgadas, secas que em 2004

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não aparecia entre os principais produtos exportados e em 2008 surge na segunda colocação

com 25,02%.

Em 2008 Santa Terezinha de Itaipu permanece com os mesmos três itens exportados

em 2004, porém crescendo a participação Outros grãos de soja, mesmo triturados de 78,97%

em 2004 para 98,34% em 2008, milho em grão exceto para semeadura aparece na segunda

posição sendo que houve uma redução na participação deste item de 17,61% em 2004 para

1,55% em 2008 concentrando ainda mais as atividades do na exportação de soja.

São Miguel do Iguaçu em 2008 aumentou sua participação no item Outros grãos de

soja, mesmo triturados de 82,33% em 2004 cresceu para 94,77% em 2008, sendo que o

segundo produto mais exportado reduziu sua participação de 19,72% em 2004 para 2,22% em

2008, demonstrando maior concentração das exportações no item principal soja.

Medianeira manteve os mesmos três primeiros itens exportados nos dois períodos

analisados 2004 e 2008, havendo redução de participação no primeiro item Outras carnes de

suíno, congeladas reduzindo a participação de 64,85 para 53,39%, já o segundo item mais

exportado Outros assentos c/ armação de madeira teve crescimento de 9,51% em 2004 para

21,76% em 2008.

Numa análise conjunta das Tabelas 3 e 4, gráfico 2 e Anexo I, percebe-se que o forte

crescimento a partir de 2002 (Figura 4), se explica em parte pela desvalorização do Real

perante o Dólar, devido ao forte crescimento do segmento carne, principalmente de aves e

aumento da capacidade produtiva dos abatedouros que são ligados fortemente com as

cooperativas da região, atividade esta que se encontra fortemente nas cidades de Cafelândia,

Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Matelândia, Palotina, cidades estas que inclusive

aumentaram o volume exportado, puxados pelo crescimento deste setor.

Outro fator que contribuiu para o crescimento acentuado da Mesorregião foi o

crescimento do item soja e seus subprodutos principalmente nas cidades de Cascavel, Foz do

Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu. Outras cidades mesmo

apresentando diminuição no percentual de participação nos seus municípios do item soja são

importantes pelos grandes os volumes exportados sendo elas as cidades de Toledo, Céu Azul,

Marechal Cândido Rondon e Palotina.

Quanto ao item difusão do dinamismo na região apontado por North, Piffer (2009)

analisa que a Difusão é a propagação da base de exportação para outros setores, para outros

ramos de atividades e para outros lugares.

Segundo North (1999) apud Piffer (2009) a difusão envolve mudanças econômicas,

que North entende como uma transformação envolvendo o fator demográfico que expande a

população e cria consumidores e postos de trabalho, envolve a matriz institucional e o

conhecimento humano. Neste sentido se analisar o fator demográfico, a Mesorregião oeste do

Paraná vem se destacando nas ultimas décadas, apresentando um dinamismo econômico

maior se comparado a outras regiões do Paraná. Em 2007, segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), a região chegou a 1.246.981 o número de habitantes, sendo

que obteve o segundo maior crescimento entre 1970 a 2007 nos recortes espaciais

paranaenses, agregando, nesse intervalo, 483.258 habitantes, com relação aos postos de

trabalho registrados com carteira no período de 1985 a 2005 houve um aumento de 117,84%

ampliando o estoque de 100.702 empregados em 1985 para 219.370 em 2005 na Mesorregião

estudada (IPARDES 2008).

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Cascavel – PR – 21 a 23 de junho de 2010

Tabela 5 - Emprego formal nas dez principais cidades exportadoras em 2008, nos períodos de 1997/2004/2008

Variável Emprego - Total Agropecuária Indústria Comércio Serviços

1997 2004 2008 1997 2004 2008 1997 2004 2008 1997 2004 2008 1997 2004 2008

Cafelândia 3.273 6.676 9.011 73 112 285 184 3.996 5.569 107 289 525 2.909 2.279 2.632

Cascavel 39.388 60.707 75.431 1.870 4.036 3.221 10.431 13.049 20.970 10.493 17.844 22.179 16.594 25.778 29.061

Céu Azul 973 1.915 2.152 97 142 139 271 879 854 144 269 357 461 625 802

Foz do Iguaçu 30.565 38.517 45.585 219 234 188 4.554 4.897 5.829 8.501 11.748 13.061 17.291 21.638 26.507

Marechal Cândido Rondon 5.744 9.097 14.162 429 292 412 1.217 2.866 5.087 1.810 2.877 3.487 2.288 3.062 5.176

Matelândia 1.124 3.598 3.951 76 116 86 191 2.283 2.407 219 371 521 638 828 937

Medianeira 5.728 7.743 10.377 179 181 193 2.302 2.836 4.454 1.329 1.831 2.611 1.918 2.895 3.119

Palotina 3.551 6.769 8.707 544 547 638 911 2.562 3.964 901 1.857 2.144 1.195 1.803 1.961

Santa Terezinha de Itaipu 1.219 1.922 2.656 80 102 85 180 417 823 287 454 699 672 949 1.049

São Miguel do Iguaçu 2.223 3.328 4.215 241 265 286 610 1.057 1.450 499 716 945 873 1.290 1.534

Meso Oeste 135.941 204.568 257.898 7.336 10.116 10.538 32.551 56.947 81.779 32.229 51.353 64.326 63.825 86.152 101.255

PARANÁ 1.528.129 2.032.770 2.503.927 79.794 93.162 104.022 423.060 562.670 735.708 250.062 404.357 524.739 775.213 972.581 1.139.458

Fonte: IPARDES, 2010.

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Cascavel – PR – 21 a 23 de junho de 2010

Percebe-se pela Tabela 5 que houve um crescimento do emprego total em todos os

municípios selecionados, bem como na Mesorregião Oeste do Paraná e no Estado. Porém,

deve-se destacar que enquanto o Estado apresentou um crescimento de 33% no período de

1997 a 2004 e de 23% entre 2004 a 2008 a Mesorregião apresentou crescimentos superiores

na ordem de 50% e 26%, respectivamente. Da mesma forma, a maioria dos municípios

apresentou desempenhos superiores à média estadual em ambos os períodos. Os destaques

ficaram para Cafelândia com 104% e Matelândia com 220% de crescimento entre 1997 até

2004, e para Marechal Cândido Rondon (56%) e Santa Terezinha de Itaipu (38%) no segundo

período. Os municípios que não apresentaram crescimentos superiores a média estadual

foram: entre 1997 a 2004 Foz do Iguaçu (26%), e entre 2004 a 2008 Céu Azul (12%), Foz do

Iguaçu (18%), e Matelândia (10%).

Setorialmente, a Mesorregião Oeste Paranaense apresentou performances positivas em

todos os setores analisados. Entretanto, quando se compara com a média estadual percebe-se

que o desempenho foi maior somente nos setores industrial e de serviços em todos os

períodos analisados. No caso da agropecuária esse desempenho foi maior somente entre 1997

a 2004.

Porém, o que mais chama a atenção é o grande crescimento visualizado no setor

industrial. Enquanto o Paraná apresentou crescimento de 33% entre 1997 a 2004 e de 31%

entre 2004 a 2008 a Mesorregião Oeste apresentou, respectivamente, 75% e 44%. No período

de 1997 a 2004 a Mesorregião passou de 32.551 empregados formais para 56.947. Já, no

segundo período o incremento foi de 24.832 chegando em 2008 com um total de 81.779

empregados.

Neste contexto, a Tabela 6 apresenta os desempenhos do crescimento das exportações

dos principais municípios exportadores para o período analisado. Com isso, será possível

perceber se os municípios que mais crescem em emprego industrial também apresentam

crescimento das exportações totais.

Tabela 6 - Crescimento percentual das exportações e do emprego industrial formal nos dez

municípios que mais exportaram em 2008 - 97/08

Cidade % de crescimento nas

exportações 1997/2004

% de crescimento no

emprego formal

industrial 1997/2004

% de crescimento nas

exportações 2004/2008

% de crescimento no

emprego formal

industrial 2004/2008

Cascavel 108% 25% 312% 61%

Palotina 325% 181% 175% 55%

Foz do Iguaçu -53% 8% 64% 19%

Cafelândia 167% 2.072% 180% 39%

Matelândia 154.050% 1.095% 110% 5%

Marechal Cândido Rondon 94% 135% 154% 77%

Santa Terezinha de Itaipu 2.018% 132% 1.024% 97%

Céu Azul 207.300% 224% 113% -3%

São Miguel do Iguaçu 440% 73% 0% 37%

Medianeira -57% 23% 1% 57%

Fonte: Resultados da Pesquisa.

Utilizou-se como parâmetro para a análise do crescimento o emprego industrial formal

uma vez que quase a totalidade dos principais itens exportados são manufaturados ou semi

elaborados possuindo, desta forma, forte vínculo com o setor industrial.

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Cascavel – PR – 21 a 23 de junho de 2010

Pela Tabela 6 nota-se que todos os municípios analisados no período de 1997/2004,

com exceção de Foz do Iguaçu e São Miguel do Iguaçu, apresentaram crescimento nas

exportações e no emprego industrial formal, sendo que Cafelândia, Matelândia, Céu Azul e

Cascavel se destacaram neste sentido.

No geral, no período de 2004/2008 nas cidades onde houve crescimento mais

acentuado nas exportações verificou-se um maior nível de crescimento do emprego industrial,

sendo que destas as cidades de Santa Terezinha de Itaipu, Marechal Candido Rondon,

Cascavel, Cafelândia e Palotina se destacaram com grandes crescimentos do emprego e das

exportações. Já, as cidades de São Miguel do Iguaçu e Medianeira apresentaram crescimento

nulo ou muito pequeno nas exportações e mesmo assim apresentaram grande crescimento na

geração de emprego industrial formal, o que pode estar demonstrando um aumento da

produção industrial voltado ao mercado interno. A cidade de Céu Azul mesmo apresentando

um percentual de 113% de crescimento nas exportações não teve o mesmo desempenho na

geração de emprego industrial formal. Neste caso, esse município pode ter investido na

aquisição de maquinas e equipamento que se refletiram no aumento da produtividade do fator

de produção mão-de-obra (formal) em vez de um aumento no número absoluto destes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo objetivou identificar e analisar os principais produtos de exportação nos

municípios da Mesorregião Oeste do Paraná no período de 1997 a 2008, destacando as

mudanças ocorridas no volume exportado e na pauta de exportação no período analisado.

Os resultados das análises apresentadas demonstram que a Teoria de North pode ser

aplicada na Mesorregião Oeste, pois verificou-se que, no geral, o crescimento da base de

exportação se refletiu no aumento da geração de emprego formal e renda no setor que produz

os bens exportados, neste caso, o setor industrial. Além disso, como houve crescimento do

emprego nos demais setores urbanos da economia pode-se inferir que a base de exportação se

difundiu para outros setores da economia seja devido a encadeamentos para frente ou para trás

da base de exportação.

Foi demonstrado que em praticamente todos os municípios que tiveram crescimento

nas exportações apresentaram melhores desempenhos no quesito emprego industrial formal.

A região Oeste Paranaense teve o crescimento das suas exportações ligado aos fatores

exógenos, como por exemplo, a desvalorização do Real frente ao Dólar e ao aumento da

demanda externa por produtos derivados da pecuária de aves; e a fatores endógenos, como

uma maior especialização regional, que impulsionaram a dinâmica da economia regional. A

base de exportação da Mesorregião Oeste está centrada nos produtos primários

especificamente soja “in natura”, e secundária de beneficiamento e/ou processamento de soja

e da pecuária de aves. Assim, a especialização que a mesorregião apresentou nestes setores ao

longo do tempo, mostra que a mesma se tornou competitiva tanto no mercado interno quanto

externo.

Essa base de exportação pode, ao longo do tempo, se difundir em outros setores

tornando a região mais diversificada e menos dependente do binômio soja/aves. É importante

que a Região Oeste Paranaense se prepare para enfrentar as exigências do mercado exterior

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modificando, diversificando e inovando tecnologicamente a sua base de exportação para

conseguir ser competitiva.

Além disso, espera-se que um número maior de municípios e de empresas possa ser

incluído na atividade exportadora da região. Para isso, são necessários crescentes

investimentos e permanente atualização tecnológica na agricultura, agroindústrias, indústrias e

serviços em geral. Caso isso ocorra pode-se esperar uma diversificação quantitativa e

qualitativa, tornando a região mais forte economicamente para enfrentar as eventuais

conjunturas adversas.

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