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1 EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA DA TRINDADE BRUNO QUEIROZ 2015

EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA DA TRINDADE

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EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA

DA TRINDADE

BRUNO QUEIROZ

2015

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Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt/trindade-s%C3%ADmbolo-design-310931/

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Sumário

SUMÁRIO

Sumário

SUMÁRIO ................................................................................................................................................ 3

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 5

EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA DA TRINDADE .............................................................................................. 6

A DOUTRINA DA TRINDADE .................................................................................................................... 6

PAI, FILHO E ESPÍRITO SÃO DEUS ............................................................................................................ 6

A FÓRMULA TRINITÁRIA.......................................................................................................................... 8

CONSTRUÇÕES TRINITÁRIAS NA BÍBLIA ................................................................................................ 12

TRÊS AFIRMAÇÕES BÁSICAS DA TRINDADE .......................................................................................... 15

1.Há um só Deus: .................................................................................................................................. 15

2.Cada Hipóstase da Trindade é Deus: .................................................................................................. 16

3. Há uma distinção (não divisão) hipostática (não substancial) entre as Pessoas da Trindade ......... 17

DEUS PAI ............................................................................................................................................... 18

SÓ O PAI É DEUS .................................................................................................................................... 18

João1.1-3 ............................................................................................................................................... 18

João5.17-18 ........................................................................................................................................... 18

Apocalipse1.5-8 .................................................................................................................................... 19

O PAI É MAIOR QUE JESUS .................................................................................................................... 23

DEUS FILHO ........................................................................................................................................... 23

DIVINDADE DE JESUS ............................................................................................................................ 23

JOÃO 1.1 ................................................................................................................................................ 30

ISAÍAS 9.6 .............................................................................................................................................. 33

O ANJO DE JEOVÁ ................................................................................................................................. 38

JESUS CRIADOR ..................................................................................................................................... 41

ORAÇÕES A JESUS ................................................................................................................................. 46

DEUS ESPÍRITO SANTO PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO ...................................................... 49

Como uma pessoa pode ser cheia de outra e como alguém pode serderramado? ............................. 50

DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO .......................................................................................................... 51

ATOS 5.3-4 ............................................................................................................................................ 54 ESPÍRITO DE DEUS E ESPÍRITO HUMANO .......................................................................................... 57

POR QUE O E.S. NÃO FOI MENCIONADO EM MT24.36? ................................................................... 59

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CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 60

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INTRODUÇÃO

Este texto pdf surgiu da necessidade de apresentar às bases bíblicas de uma das

doutrinas mais atacadas pelos internautas, que depois de terem supostamente descoberto

as “doutrinas pagãs de Roma” atacam veementemente a doutrina da Trindade. De fato,

há por parte de alguns, um ódio contra tudo que possa remeter às palavras, “pagã” e

“católico”, de modo que qualquer dogma que supostamente tenha alguma ligação com

essas palavras são atacadas com todas as forças. Mas será mesmo a Trindade mais uma

doutrina pagã formulada pela Igreja Romana? Creio eu que não, e pretende-se mostrar

aqui o fundamento bíblico dessa doutrina, que a meu ver é central no Cristianismo.

A Doutrina da Trindade é a doutrina central da fé cristã e deve ser defendida

peremptoriamente. Aqueles que negam a deidade do Pai, Filho e Espírito devem ser

considerados hereges. E por que essa doutrina é tão importante? Por que incorrem em

tão grave pecado aqueles que a negam? Não podemos esquecer que a doutrina em

questão é teontológica, estamos a discorrer sobre a natureza da própria Divindade! Oh

com que tamanha seriedade devemos tratar esse assunto!

Não sou teólogo, nem pastor, mas um simples jovem querendo ajudar nossos amigos

internautas a avaliarem se realmente estão amparados pela luz da verdade quando

atacam a Trindade. Esse texto se direciona aqueles que são contra a Trindade, para que

possam compreendê-la melhor antes de quererem atacá-la sem o devido conhecimento

de seus pressupostos. E queira Deus que o coração destes se abra a verdade! Direciona-

se também aos trinitarianos, para que possam encontrar aqui argumentos e maior

entendimento a favor dessa solene verdade, a qual já abraçou. Mas escrevo também aos

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indecisos para que após uma análise sincera das evidências tomem uma decisão a favor

da verdade.

Meu conhecimento bíblico, teológico e exegético não é tão profundo quanto se exige ao

tratar uma doutrina tão profunda. Nesse sentido peço perdão aos mais experientes

quanto a falhas que poderão ser encontradas nesse trabalho, sejam elas gramaticais,

hermenêuticas, teológicas, etc. Por isso peço que não acolham esse texto sem antes

testá-lo a luz das Escrituras.

Esse texto foi escrito com a junção de alguns posts do atualmente inativo Blog Maná

Betel, oremos para que o Senhor nos guie pelo Seu Espírito a toda verdade, e nos

perdoe por todas as falhas em nossa mínima compreensão do Profundo Mistério da

Trindade. Oh quão grandes profundezas da natureza de Deus, que mente limitada

poderá compreendê-la? Que Deus seja louvado, temamos e tremamos diante dEle! Boa

leitura!

*Esse texto não é um estudo doutrinário pastoral

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EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA DA TRINDADE

A DOUTRINA DA TRINDADE

PAI, FILHO E ESPÍRITO SÃO DEUS

"Eu não posso pensar sobre Um, mas sou imediatamente rodeado com o esplendor dos

Três; nem posso descobrir claramente os Três, mas sou subitamente levado de volta ao

Um." - Gregório de Nazianzeno

Há um só Deus (1Tm2.5;Ef4.6),e Deus é um só (Dt6.4; Mc12.32; 1Co8.6), no entanto,

nas Escrituras, tanto o Pai (1Pe1.17), quanto o Filho (Is9.6) e o Espírito Santo (At5.3-

4) são apresentados como Deus, puro e simples. Sendo assim concluímos que: “Há um

só Deus, eternamente e subsistente em três Hipóstases distintas - o Pai, o Filho e o

Espírito Santo” (Mt28.19).

1) O Pai é Deus (Fp2.11;Jo17.3;2Pe1.17)= Somente Deus é o Criador (Is45.5-7),

Eterno (SL90.2), Onipotente (Dt3.24; SL89.6-8; Is43.12-13; Jr10.6),

Onipresente (Jr23.23-24) e Onisciente (1Rs8.39,Dn2.20-22;Mt24.36). Só Jeová é

Deus (SL83.18).

2) O Filho é Deus (Jo1.1; 20.28; Hb1.8; Is9.6)= Em João1.1 lemos: “No princípio

era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” A falta do artigo “o”

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não significa “um deus”, pois se assim crermos, estaríamos sendo politeístas. Além do

mais, em João20.28 ocorre o artigo “o”, Tomé chamou Jesus de “o Senhor meu e o

Deus meu”. Como Deus, Cristo é o Criador (Jo1.3; Cl1.15-17; Hb1.10; Ap3.14),

Eterno (Is9.6), Onipotente (Ap1.8), Onipresente (Mt18.20) e Onisciente (Cl2.2-3;

Ap2.23). Ele é Jeová (Is40.13;Mt3.3).

3) O Espírito Santo é Deus (2Sm23.2-3; At5.3-4; 2Co3.17-18)= Vários títulos do

Santo Espírito o relacionam com a Trindade, tais como “Espírito de Seu

Filho” (Gl4.6), “Espírito de Deus” (Gn1.2) “Espírito de Jesus Cristo” (Fp1.19), e

“Espírito de Jeová” (Is61.1). Como Deus, o Espírito Santo é o Criador (Jó26.13; 27.3;

SL33.6; 104.30), Eterno (Hb9.14), Onipotente (Mt1.20; Lc1.35), Onipresente (SL139.7-

12) e Onisciente (1Co2.10-11; Ez11.5; Rm8.27), Ele é Jeová (2Co3.17-18).

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A FÓRMULA TRINITÁRIA

Mt3.16-17; 28.19; 2Co13.13ou14; Ef4.4-6; 1Pe1.2; Jd.20-21

O vocábulo “Trindade” é um termo técnico (por isso não aparece na Bíblia), usado para

se referir à união de três Hipóstases distintas em uma só divindade. Trindade não é o

mesmo que tríade (por isso ignore os argumentos que afirmam que as tríades pagãs têm

alguma coisa a ver com a Trindade), pois Trindade são três Hipóstases que são um só

Deus, e não três deuses; também, não é o mesmo que Unicismo, pois Pai, Filho e

Espírito Santo são um só Deus, mas não uma só Hipóstase. A Trindade não ensina que

a essência divina é DIVIDIDA entre Três pessoas, mas sim COMPARTILHADA. Cada

Pessoa da Trindade é plenamente Deus, e não uma PARTE de Deus. Assim não faz

sentido perguntar onde começa um e termina o outro. Chamamos essas hipóstases de

"pessoas" apenas como termo técnico para se referir a cada instância hipostática de uma

mesma natureza una e indivisível. Deus não é três no sentido de uma quantificação

substancial (no sentido de serem três coisas), mas três no sentido de que sua natureza

una possuir três hipóstases. Se não são 3 "coisas" não há quantificação que prejudique a

"extraespacidade" de Deus. A natureza divina é una, mas possui 3 instâncias. Deus é

UM, uma Substância Única que transcende o espaço e o tempo, mas que subsiste em

sua natureza em três instâncias (não três coisas) que não podem ser separadas, nem

divididas. São Três instâncias a compartilhar a mesma natureza atemporal e extra

espacial. Alguns afirmam que a Trindade é uma doutrina de origem filosófica grega

pagã, o que acontece na realidade é que por influência da filosofia grega pagã,

argumentos neoplatônicos foram usados para defender tanto a trindade como o

unitarismo, nas discussões de Atanásio e Ário, por exemplo. Ário, um antitrinitário fez

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uso da filosofia platônica da ideia de Monas. Vários elementos da filosofia grega

invadiram o Cristianismo, e foram usados tanto para defender doutrinas bíblicas como

antibíblicas. Existe uma falsa ideia, etnocêntrica, entre aqueles que querem 'purificar' o

Cristianismo do paganismo, segundo a qual tudo o que possui influência da filosofia

grega é heresia. É verdade que não podemos menosprezar a Bíblia (nossa única regra de

fé) em favor de filosofias humanas, nem ignorar que muitas heresias têm sua origem no

pensamento greco-romano. No entanto, será um equívoco de nossa parte achar que a

filosofia grega não trouxe nenhuma contribuição positiva para a epistemologia cristã,

embora não como fundamento base para derivar uma doutrina. O próprio apóstolo Paulo

não ignorou a literatura grega (At17.28). Segundo Gordon Clark: "Não importa o

quanto um estudante principiante gostaria de evitar a filosofia, mais cedo ou mais tarde

ele enfrentará essas dificuldades ou resignará a teologia em desespero." Alguns

poderiam achar a Trindade equivocada por usar termos como "hipóstases" que foram

desenvolvidos em tempos posteriores as Escrituras, mas esse argumento está

equivocado, pois esse é um termo técnico que surgiu para sistematizar uma doutrina

presente na Bíblia, e que ainda não havia sido muito bem formulada como doutrina

sistematizada até o fim da escrita da Bíblia. A trindade de pessoas dentro da unidade de

natureza é definida em termos de ‘hipóstase’ e de ‘homoousios’[ não confundir com

homoiousios], que são termos técnicos; na realidade, esses termos não aparecem na

Bíblia. As definições trinitárias surgiram em resultado de uma tentativa de formular

mais sistematicamente e teologicamente a doutrina da Trindade. Mas isso não significa

que ela não seja bíblica, mas sim que foi mais bem formulada posteriormente, mas com

base nas Escrituras (Jo14.26). Muito do que os escritores bíblicos escreveram não

foram entendidos no tempo deles, mas em tempo posterior (Dn12.4).

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As críticas ao dogma da Trindade geralmente partem daqueles que ainda não

entenderam adequadamente a fórmula trinitariana. A doutrina da Trindade não nega a

unidade absoluta, indivisível, extra espacial e inseparável da divindade. Não se pretende

ao se estabelecer uma distinção hipostática entre o Pai, o Filho e o Espírito introduzir

nenhuma divisão na natureza divina. Ademais o termo pessoa, é empregado em sentido

analógico, e não unívoco. A fórmula trinitariana não emprega o termo pessoa no sentido

de indivíduo, mas sim de instância hipostática pessoal. Um dos pressupostos centrais da

fé trinitariana é que a Substância divina é una, indivisível, simples, não composta por

partes. Assim a Trindade afirma o Echad de Deuteronômio 6.4 como uma unidade

absoluta e simples em termos de substância ou essência divina. Os ataques a Trindade

partem daqueles que possuem uma visão turva dos verdadeiros pressupostos do dogma

trinitariano. Baseados no Shemá, nós trinitarianos, cremos no Pai, no Filho e no Espírito

como uma Essência, uma Substância ou Natureza absolutamente simples. No entanto, a

fé trinitária insiste que há uma distinção hipostática real entre as pessoas da divindade,

sem que isso introduza uma divisão na essência divina. É premissa fundamental da

Trindade: "YHWH, nosso Deus, é um só YHWH."

A doutrina da Trindade não se sustenta sob a égide de meros argumentos filosófico-

teológicos, ao contrário, o dogma trinitariano está fundamentado em um forte

embasamento bíblico. Sim, a unidade de Deus é ratificada ao longo de toda a Escritura,

bem como o aspecto trino da unidade. A ação das Três Hipóstases da Trindade,

constitui o fundo de todos os eventos históricos das Escrituras. É o Pai, quem ao longo

de toda a Bíblia é revelado como “Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso e

tardio em iras e grande em beneficência e verdade;” (Êx34.6). É o Filho que ganha o

papel central ao longo da narrativa bíblica, como o Salvador e Redentor da

Humanidade, revelado como o “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da

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Eternidade, Príncipe da Paz.” (Is9.6). É o Espírito, que por sua vez, é apresentado como

o Guia da Igreja, o Consolador do povo de Deus, Aquele que penetra e revela os

mistérios divinos, em relação intratrinitária: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo,

que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o

que vos tenho dito.” (João 14.26).

Embora tenha sido sistematicamente formulada tempo depois do término da escrita

bíblica, a Trindade sempre esteve presente nas Escrituras. Desde o início do

Cristianismo tinha-se a noção de que o próprio Cristo, enquanto Logos, era Deus

absoluto (Jo1.1), em Paulo ele preexiste na forma de Deus (Fp2.6), em hebreus, Ele é o

Senhor que no princípio fundou a Terra (Hb1.10). Nas cartas paulinas os Três são vistos

como constituindo um só, “Jeová é o Espírito” (2Co3.17), e o Espírito de Deus é o

Espírito de Cristo (Rm8.9). A Trindade foi espiritualmente revelada nas Escrituras, mas

precisava-se de tempo e distância para chegar-se a uma formulação dos conteúdos

revelados. A Trindade está presente espiritualmente, desde os primeiros tempos da

Igreja, e seria pura questão de palavras insistir que a Trindade só foi descoberta tempo

depois.

Em vista da clara fundamentação bíblica do dogma trinitário, se alguém disser “Houve

um tempo em que Jesus não existiu”, ou disser que Ele não existia antes de nascer, ou

que foi feito do que não existe, ou ainda que ele provém de outra forma de existir ou

substância, ou que o Filho de Deus é uma coisa criada, ou mutável, ou sujeito a

alterações, a estes a Igreja Cristã, cuja fé fundamenta-se na Bíblia, consideraherege.

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CONSTRUÇÕES TRINITÁRIAS NA BÍBLIA

Não podemos concluir que três pessoas são uma Trindade simplesmente porque as três são

citadas juntas num mesmo contexto. No caso da Trindade, no entanto, não é simplesmente

uma ou duas passagens com uma construção assim, mas pelo menos 50 textos bíblicos.

Certamente essa quantidade de textos chama-nos a atenção para a economia da vida Inter

trinitária das hipóstases divinas. Essa quantidade de construções, e mesmo o modo em que

as hipóstases são relacionadas nela, nos mostram a unidade econômica da Trindade e sua

igualdade ontológica. Luciano Sena alistou pelo menos 50 passagens com construção

trinitária:

“Jesus... Espírito de Deus... Este é meu Filho.” – Mt 3.16,17

O Batismo Trinitário – Mt 28. 19

“Espírito Santo ... Altíssimo... Filho de Deus” – Lc 1.35

“Jesus... Espírito Santo... Tu és meu Filho” – Lc 3.21,22

“Jesus... Espírito... Tu és meu Filho” – Mc 1.9-11

“Jesus... Espírito Santo... Senhor Deus” – Lc 4.1-12

“E Eu rogarei... ao Pai... Consolador” – Jo 14.16 (17-20 também)

“Consolador... do Pai... Vos ei de enviar” – Jo 15.26

“Consolador, O Espírito... Me glorificará... o Pai” – Jo 15. 7, 13,14, 15

“Jesus... Pai... Espírito Santo” – Jo 20.21,22

“Jesus... Espírito Santo... Reino de Deus” – At 1.1,2

“promessa do Pai... Espírito Santo... Senhor” – At 1.4,5,6

“Ressuscitou Jesus... de Deus, O Pai... Espírito Santo” – At 2.32,33

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“Deus... Príncipe e Salvador... Espírito Santo” – At 5. 31,32

“cheio do Espírito Santo... e Jesus... à direita de Deus” – At 7.55,56

“Deus... Jesus... Espírito Santo” – At 10. 38

“magnificar a Deus... o Espírito Santo...em nome de Jesus” – At 10. 46-48

“E Deus... o Espírito Santo... do Senhor Jesus” – At 15.8-11

“O Espírito Santo... Senhor Jesus... da graça de Deus” – At 20.23,24

“O Espírito Santo... igreja de Deus... seu próprio sangue” – At 20.28

“reino de Deus... fé em Jesus... falou o Espírito Santo” – At 28. 23, 25

“falou o Espírito Santo... reino de Deus... Senhor Jesus” – At 28.25,31

“[Filho] de Deus... Espírito de santificação... Jesus Cristo” – Rm 1.4

“o amor de Deus... pelo Espírito Santo... porque Cristo” – Rm 5.5,6

“lei do Espírito, em Cristo... Deus enviando” – Rm 8.2,3

“no Espírito... Espírito de Deus... Espírito de Cristo” – Rm 8.9

“o mesmo Espírito... herdeiros de Deus... co-herdeiros de Cristo” – Rm 8. 16,17

“em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” – 1 Co 6.11

“Espírito [Santo]... Senhor [Jesus]... Deus[Pai]” – 1 Co 12. 4,5,6

“Cristo... em um Espírito... Deus colocou” – 1 Co 12. 12,13,18

“em Cristo... Deus... do Espírito” – 2 Co 1. 21,22

A bênção trinitária – 2 Co 13.14

“nome de Jesus Cristo... dom do Espírito... Deus nosso Senhor” – At 2.38,39

14

“diante de Deus... Cristo nos resgatou... promessa do Espírito” – Gl 3. 11, 13,14

“Deus enviou... o Espírito de seu Filho” – Gl 4.6

“Deus Pai... Jesus Cristo... com o Espírito Santo” – Ef 1. 2, 3, 13

“ao Pai em um mesmo Espírito... Jesus Cristo” – Ef 2. 18, 20

“seu Espírito... para que Cristo... plenitude de Deus” – Ef 3.16, 17, 19

“um Espírito... um só Senhor... um só Deus e Pai” – Ef 4. 4, 5, 6

“eleição é de Deus... no Espírito Santo... e do Senhor” 1 Ts 1. 4, 5, 6

“amados do Senhor... ter Deus... do Espírito” – 2 Ts 2. 13

“amor de Deus... renovação do Espírito Santo... Jesus Cristo” – Tt 3. 4, 5, 6

“pelo Senhor... também Deus... do Espírito Santo” – Hb 2. 3, 4

“do Espírito... da palavra de Deus... Filho de Deus” Hb 6. 4, 5, 6

“de Cristo... pelo Espírito... a Deus” – Hb 9. 14

“Jesus Cristo... destra de Deus... o Espírito Santo” – Hb 10. 10, 12, 15

“Deus Pai... Espírito Santo... Jesus Cristo” – 1 Pe 1. 2

“com Deus... Jesus Cristo... pelo Espírito” – 1 Jo 3. 21, 23, 24

“seu Espírito... o Pai enviou seu Filho” – 1 Jo 4. 13, 14

“no Espírito Santo... amor de Deus... Senhor Jesus Cristo” – Jd 20, 21

(http://mcapologetico.blogspot.com.br/2012/07/50-textos-biblicos-no-nt-que-ensinam.html)

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TRÊS AFIRMAÇÕES BÁSICAS DA TRINDADE

Os critérios para aceitar ou rejeitar uma doutrina não deve ser avaliar se essa doutrina

está também presente na filosofia grega, se ela foi usada para justificar inquisições, ou

quando e como foi sistematicamente formulada, mas sim se ela está ou não em

harmonia com o ensino das Escrituras (Is8.20; At17.11). A doutrina da Trindade não foi

"inventada" por apóstatas após a morte dos discípulos, pelo contrário, ela está presente

na Bíblia desde o primeiro versículo de Gênesis. A doutrina bíblica da Santíssima

Trindade não tem como base a "trindade de Platão", mas três premissas bíblicas:

1.Há um só Deus:

“Ouve, ó Israel; Jeová nosso Deus é o único Deus.” (Dt6.4)

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo

homem.” (1Tm2.5)

“E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus,

e que não há outro além dele;”(Mc12.32)

“Portanto, grandioso és, ó Jeová Deus, porque não há semelhante a ti, e não há outro

Deus senão tu só…” (2Sm7.22)

“Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a

incircuncisão”(Rm3.30)

16

“Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e

estremecem.”(Tg3.19)

2.Cada Hipóstase da Trindade é Deus:

“Todavia para nós há um só Deus,o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e

um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.” (1Co8.6)

“E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

(Fp2.11)

“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus

ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno,

Príncipe da Paz.” (Is9.6)

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.”

(Jo1.1)

“Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e cetro de

equidade é o cetro do teu reino.”(Hb1.8)

“Pois nele [Cristo] habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”(CL2.9)

“Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo,

infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e transformam a

graça de nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e

Senhor.” (Jd.4)

“Ora, Jeová [Kyrios] é o Espírito; e onde estiver o Espírito de Jeová, ali há liberdade

E todos nós, ao passo que com rostos desvelados refletimos como espelhos a glória de

17

Jeová, somos transformados na mesma imagem, de glória em glória, exatamente como

feito por Jeová, [o] Espírito.”(2Co3.17-18)

“Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o

Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não

pertence a Cristo.” (Rm8.9)

3. Há uma distinção (não divisão) hipostática (não substancial) entre as Pessoas da

Trindade

“Ora, na vossa lei está escrito: O testemunho de duas pessoas é digno de fé Eu dou

testemunho de mim mesmo; e meu Pai, que me enviou, o dá também.” (Jo8.17-18)

“Mas, cheio do Espírito Santo, Estêvão fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesusde

péà direita de Deus:”(At7.55)

“Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará

todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.” (Jo14.26)

" Por esse motivo eu lhes digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens,

mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Todo aquele que disser uma

palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito

Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir."(Mt12.31-32)

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DEUS PAI

SÓ O PAI É DEUS

Em João 17.3 lemos: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus

verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste.” Esse texto parece dizer que só o

Pai é Deus,sendo assim nem o Filho,e nem mesmo o Espírito Santo seriam Deus.A

Trindade seria uma mentira. Será que Jesus aqui está dizendo que Ele não é Deus?

Para sabermos se o apóstolo João registrou algo que contraria a divindade do Filho de

Deus, analisemos o que o próprio João escreveu sobre o assunto em outraspassagens:

João1.1-3

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava

no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele

nada do que foi feito se fez.”

Aqui João declara claramente que o Verbo (Jesus-João1.14) no Princípio,era Deus

(Gn1.1). E em João 20.28 Jesus é chamada de “o Senhor meu,e o Deus meu” por

Tomé.Com “Deus”, João não quer dizer “um deus”,pois Cristo não é um mero

“deusinho de segunda categoria”,Jesus é 100% Deus,plenamente divino(Cl1.19;2.9).

Para João,o Verbo Eterno é o Criador de todas as coisas,e não uma mera “criatura

poderosa”(Jo1.2-3)

João5.17-18

“ Mas Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.Por

isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado,

mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.”

19

Quando falamos de Jesus, a expressão “Filho de Deus”, é uma analogia que significa

“igual ao Pai” (Jo10.31-39). Não se deve tomar a expressão “Filho” no sentido de

“originado de”, mas sim como um Título que acentua a posição funcional de submissão

da Segunda Pessoa da Trindade à Primeira, bem como o fato do Pai e o Filho serem

unidos pela mesma natureza. A expressão “Filho” também acentua o fato de que Jesus

foi constituído Herdeiro do Universo (Hb1.2). Assim, o título Filho de Deus carrega

vários significados a respeito do papel de Cristo na sua relação intratrinitariana, mas

nunca deve ser tomado no sentido de se estabelecer uma hierarquia de essência, nem

transmitir a ideia de origem. Ainda que os judeus estivessem equivocados ao dizer que

Jesus violava o Sábado, a ideia de que Jesus era igual ao Pai não era apenas a “opinião

dos judeus”, mais tarde, o apóstolo Paulo deixa claro que o Soberano Senhor Jesus

Cristo é igual a Deus (Fp2.6).

Apocalipse1.5-8

“ e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o

Príncipe dos reis da terra. Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos

nossos pecados,e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e

domínio pelos séculos dos séculos. Amém. Eis que vem com as nuvens, e todo olho o

verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão

sobre ele. Sim. Amém.

Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o

Todo-Poderoso.”

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O Alfa e o Ômega, o Senhor Jesus Cristo (Ap22.12,13,16),a Testemunha fiel,o

primogênito dos mortos,o Rei dos Reis (Ap19.16),que nos resgatou com seu precioso

sangue (1 Pe1.19), e breve voltará em glória (Mt25.31; Jd.1.14-15; Ap22.20), não é uma

mera criatura ou um “deus poderoso”, mas sim o Senhor Deus Todo Poderoso (Ap1.8;

3.7). Assim João descreve o divino e Eterno Filho de Deus: “E no meio dos candeeiros

um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido a altura do

peito com um cinto de ouro; e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca,

como a neve; e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão

reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas.

Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois

gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força.Quando o vi, caí

a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o

primeiro e o último, e o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos

séculos; e tenho as chaves da morte e do Hades.”(Ap1.13-18). Aqui percebemos

claramente a divindade do Filho do Homem - Jesus (Mt25.31; Ap14.14).

Para João, não é só o Pai que é o Único Deus Verdadeiro: “E sabemos também que

o Filho de Deus veio abrir-nos os olhos para que conheçamos o verdadeiro Deus.

Estamos assim em comunhão com o Deus verdadeiro, visto que vivemos em seu Filho

Jesus Cristo, que é, ele próprio, verdadeiro Deus e vida eterna.”(1Jo5.20).

Em João17.3, Jesus não está pondo em contraste, a divindade do Pai com Sua

divindade, mas sim com a dos ídolos. Isto é, há uma só essência divina verdadeira,

sendo assim os ídolos são deuses falsos (1Co8.5-6).

21

"Mas será que esta interpretação do versículo 3, negando todas as outras afirmações

das Escrituras, seja um uso válido do texto? Quando Jesus chamou o Pai de “único

Deus”, ele negou sua própria divindade? Agora vamos para outros textos para ver se

esta abordagem é válida. Outros versículos falam de Cristo e afirmam que há um só

Guia (Mateus 23:10), um só Mestre (Mateus 23:8; veja João 13:13) e um só Senhor

(Efésios 4:4). Devemos, então, concluir que o Pai não é Guia, nem Mestre nem Senhor?

Se João 17:3 nega que Jesus seja Deus, 1 Coríntios 8:6 não negaria que o Pai seja

Senhor? Judas 4 fala do “único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”. Podemos, então,

concluir que o Pai não é o Soberano Senhor? De modo nenhum!"-FONTE

Podemos compreender a declaração de Jesus da seguinte forma: “E a vida eterna é esta:

que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro(isto é:como Aquele que possui

uma essência divina e verdadeira que é única), e a Jesus Cristo, aquele que tu

enviaste.” (Jo17.3).

Mas isso não significa que o Filho não compartilhe também, juntamente com o pai e

o Espírito Santo dessa mesma essência divina e única (Mt28.19), pois as Três Pessoas

da Santíssima Trindade são o Único Deus Verdadeiro: Jesus é Um com o Pai

(Jo10.30,38; 17.11,21). A União essencial entre o Pai e o Filho deve ser refletida na

união fraternal da Igreja. Da mesma forma que Pai e Filho se unem em uma essência,

os santos devem se unir em “um só corpo” e “uma só fé” e assim a Igreja pode ser unida

na Trindade, não por compartilhar Sua Essência, mas por refletir sua unidade e

participar nos seus atributos comunicáveis.

22

É importantíssimo compreendermos bem João 17.3, pois para receber a Vida Eterna,

é essencial absorvemos conhecimento do Único Deus Verdadeiro e de Jesus Cristo,Seu

enviado (Ef4.13; Fp1.9;2Pe3.18). Portanto: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer

ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a

chuva serôdia que rega a terra.”(Os6.3).

20

O PAI É MAIOR QUE JESUS

Pouco antes da crucificação, quando Jesus Cristo estava dando as últimas instruções aos

seus discípulos, Ele declarou: “...Vou para o Pai, porque o Pai é maior do que eu.”

(Jo14.28). Todavia o mesmo que falou isso, pouco antes havia dito: “...Quem me vê a

mim vê o Pai...”(Jo14.9), deixando claro que Ele é igual ao Pai (Jo5.18;10.30-36). E

agora? Será que temos aqui uma contradição? – Não; na realidade, Jesus é igual, mas

também menor que o Pai. Mas Como?

• IGUAL AO PAI=Jesus, assim como o Pai e o Espírito Santo (Mt28.19), é 100%

Deus: “Pois em Cristo, como ser humano, está presente toda a natureza de Deus”

(Cl2.9), “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.”

(Jo1.1). Jesus é digno de adoração (Ap5.8), o Deus Eterno (Is9.6; Jo20.28; 1Jo5.20) , o

Glorioso Senhor (1Co2.8) e o Autor da Vida (At3.15), ou seja Jesus é tudo aquilo que

Deus é. Cristo é o reflexo perfeito da imagem do Pai, sendo assim idêntico a Ele

(Hb1.3). Mesmo sendo uma Hipóstase distinta do Pai (Jo8.17-18), o Filho de Deus é

plenamente igual a Ele, pois compartilha com o Pai da mesma essência divina. Desse

modo dizemos que Jesus é igual a Deus essencialmente. Jesus nunca cessou de ser

Deus, mesmo quando se tornou Homem, Ele não se esvaziou de sua divindade:

“Grudem, em seu livro Teologia Sistemática, cria uma breve frase que nos ajuda a

sintetizar o que estudamos nesta lição: “Permanecendo o que era, tornou-se o que não

era”. Eternamente Deus quando Se encarnou, Jesus continuou sendo Deus e Se tornou

humano. Ele era verdadeiro Deus e verdadeiro homem.”(André Souza de Lima)

• MENOR QUE O PAI=Jesus é menor que o Pai funcionalmente, e não

essencialmente. A Submissão funcional do Filho ao Pai está relacionada a de uma

21

esposa ao seu marido (1Co11.3). No casamento o homem exerce a função de liderança

(Ef5.22-24), enquanto a esposa cumpre o papel de cuidar do lar, como edificadora da

casa (Pv14.1; 31.10-30). Assim o homem é maior do que a mulher em função. O

apóstolo Paulo esclarece isso melhor: “... [Jesus] sendo Deus, não considerou

usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo e tornando-

se semelhante aos homens.” (Fp2.6-7). Mesmo tendo o direito de ser igual a Deus, tanto

essencialmente quanto funcionalmente, o Filho decidiu cumprir a humilde função de

Servo (Is42.1), se tornando, até mesmo, menor do que os discípulos (Lc22.26-27). O

Servo de Jeová exerceu o papel de Filho obediente (Hb5.8; Fp2.8) enviado pelo Pai

(Jo8.42; 12.49; 17.3). E nessa posição pode chamar o Pai de seu Deus (Jo20.17).

Submisso ao Pai, Cristo, voluntariamente, em várias ocasiões, Ele abriu mão de suas

prerrogativas divinas, , e como Homem limitado se fez instrumento nas mãos de Deus, o

Pai (Jo5.19). Tal submissão não se restringiu ao ministério terreno de Cristo: “Mas

quando tudo for dominado por Cristo, então o próprio Cristo que é o Filho, se

colocará debaixo do domínio de Deus, que pôs todas as coisas debaixo do domínio

dele. Então Deus reinará completamente sobre tudo. ” (1Co15.28). “Jesus lhes disse:

‘Certamente vocês beberão do meu cálice; mas o assentar-se à minha direita ou à

minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem

foram preparados por meu Pai.’” (Mt10.23).

A submissão do Filho, ao Pai, como se vê não se explica meramente com base em sua

“natureza humana”, embora isso também seja verdadeiro, nem se limita ao ministério

terreno de Jesus, mas deve ser compreendida também no sentido funcional

desempenhado pelo Filho dentro da economia da Trindade. Jesus é menor que o Pai em

função, não em essência. Nós, trinitarianos cremos que Jesus, mesmo sendo Deus,

22

assumiu a forma de um humilde servo, e por isso fez-se menor e obediente ao Pai. -

Filipenses2.6-8. Jesus se fez menor que o Pai, do mesmo modo que se fez menor que os

discípulos (Lucas22.27) e os anjos (Hebreus2.9). Isso não diminui a divindade de Jesus,

apenas revela a humildade de um Deus que cumpriu uma função de serviçal para salvar

a humanidade-Colossenses2.9

Portanto, a Submissão funcional do Filho ao Pai, não contradiz a igualdade essencial

entre Cristo e Deus. O próprio Senhor Jesus disse que o menor é aquele que realmente é

grande (Lc9.48). A declaração “o Pai é maior do que eu” revela tão-somente a

humildade do Servo de Jeová (Is52.13). Sigamos, pois, esse lindo exemplo de

humildade (Mt18.4;Fp2.3).

Boa parte das críticas levantadas contra a Trindade erra justamente neste ponto,

apresentado a hierarquia funcional como argumento contra a igualdade essencial das

Pessoas da Trindade. Esse equívoco se vê por aqueles que insistem em provar que o Pai

é maior que o Filho e o Espírito menor que o Filho e que assim a Trindade é invalidada.

É comum insistirem, a partir daí, que um sabe mais que o outro, que há diferença de

poderes entre Eles, etc.. Tais argumentos acabam por confundir função com essência e

por isso conduzem a essas conclusões desastrosas. Uma compreensão clara da

hierarquia funcional entre as hipóstases da divindade e da igualdade essencial entre elas

eliminaria muito dos argumentos falaciosos levantados contra a Trindade.

23

DEUS FILHO

DIVINDADE DE JESUS

Infelizmente alguns teólogos vêm tentando diminuir a glória do Filho de Deus,

apresentando como um mero anjo criado pelo Pai em algum ponto no passado. A Bíblia

ao contrário revela que o Messias, nosso Senhor Jesus Cristo é Deus pleno e absoluto, a

quem pertencem os atributos inerentes e incomunicáveis da deidade. O Jesus da Bíblia é

um ser Infinitamente mais glorioso do que àquela criatura apresentada pelos unitaristas.

Várias passagens das Escrituras atestam a deidade absoluta do Filho de Deus:

· “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os

seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da

Eternidade, Príncipe da Paz.”- Isaías 9:6

Se todos os títulos acima estão se referindo a uma simples criatura fica difícil

compreender o texto. No mesmo Livro (Isaías), lemos que Jeová dos exércitos é

Maravilhoso em Conselho (Is28.29), o nome do Anjo de Jeová é

Maravilhoso (Jz15.3). O termo “maravilhas” é usado nas Escrituras para falar das obras

miraculosas de Jeová (Ap15.3; Êx15.11; 1Cr16.9; SL26.7; 31.21; 89.5; 98.1; 107.8;

136.4; 145.5). O título El Gibor (Deus poderoso), aqui não se refere a um rei ímpio (Ez

31.11), nem está no plural de modo a significar “deuses poderosos” (Ez 32.21), antes se

encontra no singular, em meio a outros títulos divinos e se referindo a um Ser Celestial,

e não a um ser humano. No mesmo livro, Jeová é chamado de

“Poderoso” (Is42.13), reforçando que o Deus Poderoso de Isaías é Deus absoluto e não

apenas um deus poderoso. Outro título que indiscutivelmente é divino é “Pai da

Eternidade”. Jesus é aquele de quem provem a vida eterna e Ele mesmo é o Eterno.

24

Pode a fonte da vida Eterna, ser uma Criatura que em algum passado não tinha vida?

Pode o Pai da Eternidade não ser Eterno? Ser Eterno e fonte da vida eterna significa ter

a vida e a eternidade inerentes ao seu Ser. Um ser criado jamais poderá ser a fonte da

vida, muito menos o Pai da Eternidade. Alguns unitaristas ao perceberem a vã tentativa

de afirmar que os títulos de Isaías 9.6 não se referem a Deus Absoluto, propõem uma

tática muito usada por eles, mudar a tradução do texto para adequá-la as suas heresias.

A tradução propostas por eles é: "Pois nasceu entre nós uma criança, um filho nos foi

dado. E sobre seus ombros estará a autoridade; POR ISSO O Maravilhoso

Paz...”. Interessante que nem a mais conhecida tradução unitarista de hoje, a Tradução

do Novo Mundo, conhecida por modificar textos trinitarianos, chegou a traduzir o texto

assim. Antes a TNM, tradução unitarista traz: "Porque um menino nos nasceu,um filho

se nos deu;e o domínio principesco virá a estar sobre o seu ombro. E será chamado

pelo nome de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz."

· “...Então virá Jeová meu Deus, e todos os santos contigo.”

Zacarias 14:5

Comparando esses textos com Apocalipse 1.7; Judas.14 percebemos que Jesus é o

próprio Deus Jeová. Alguns argumentam que não podemos concluir que Jeová é Jesus

por equiparação de textos. Geralmente cita-se: 2Samuel 24.1 cuja equiparação com

1Cronicas 21.1, levaria a concluir que Satanás é Jeová. Mas esse argumento não cola.

No caso conclui-se a priori que a equiparação é falsa. Em segundo ponto não são alguns

textos que equiparam Jesus a Jeová, mas centenas deles, de modo que profecias

Conselheiro, O Deus Todo-Poderoso e Pai eterno, alcunhou-o de Príncipe da

25

veterotestamentárias referentes a "Jeová" cumprem-se em "Jesus", versículos referentes

a "Jeová" no AT são citados no NT como falando de Jesus, e títulos divinos aplicados a

"Jeová" são aplicados a "Jesus". Portanto a equiparação de textos trinitariana, não

conclui que só porque dois textos são similares tem de se referir ao mesmo indivíduo,

antes a conclusão é tirada porque vários outros fatores corroboram para isso, como

quantidade de textos, tipos de textos (citação, profecia, etc.), atividades divinas e

titulação divina. Também não faz sentido argumentar que existem textos

veterotestamentários que são aplicados a Davi, Salomão, etc. e que no Novo são

aplicados a Jesus, e nem por isso conclui-se que Jesus seja Davi ou Salomão. Esse

argumento ignora que "Davi" é uma prefigura de Jesus, será que algum

antitrinitariano afirmaria que Jeová é apenas uma figura que apontava para

Jesus?

· ”No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era

Deus.” – João1.1

Aqui a palavra Deus (Gr. Theos) é aplicada a Jesus. A falta do artigo “o” é contra o

unicismo, pois Jesus não é o Deus Pai, O Deus Pai é distinto de Jesus. João ressalta que

Jesus não é o Pai (hipostaticamente), pois estava "com" o Pai, mas que compartilha da

mesma natureza divina do Pai. A natureza da deidade que habita em Jesus é plena,

assim o Verbo estava com o Deus Pai e era da mesma natureza que Ele. Ao mesmo

tempo a falta do artigo não diminui a divindade do filho. Em João 20.28 ocorre o artigo

“o”, quando Tomé chama Jesus de “o Deus meu”, no original grego é dito literalmente

que Jesus é "o Deus" (HO THEOS) em João 20:28, isto é Jesus é absolutamente Deus.

26

O termo Deus sem o artigo “um” também aparece no primeiro capítulo de João como

referência ao Pai (Jo1.6,12,13,18). Jesus é plenamente Deus, ou Deus no sentido mais

pleno da Palavra. Jesus é tudo o que Deus, o Pai, é.

· “que, embora sendo em forma Deus, não considerou que o ser igual a Deus

usurpação;” - Filipenses 2:6

O termo “sendo” em grego é hyparcho, significando “estar em existência”, implicando a

deidade pré-existente do Filho de Deus. O termo “forma” em grego é morphe, constata-

se com schema (aparência externa). Jesus é em forma de Deus por possuir todos os

traços essências da deidade: O contexto também usa as expressões “forma (morphe) de

servo”, e “semelhante (omoioma) aos homens”, e as Escrituras nos revelam que

Jesus é Servo (Mt12.18), e que Ele é Homem (1Tm2.5), do mesmo modo dizer que

Jesus existe em forma de Deus, significa dizer que Ele é Deus. Assim a expressão forma

e semelhança nesse contexto parece se referir a alguma espécie de natureza essencial,

que se manifesta através de alguma forma especifica. Jesus é o Senhor, o Soberano da

Glória (1Co2.8; At4.33; 9.17; 10.36; 16.31 ;Lc2.11). é Digno de Adoração (Ap5.8). o

Ouvinte das Orações (1Co1.2; 2Co12.8; At7.59), o Criador (Jo1.3; Cl1.15-16;

Hb1.3,8,10 ;Ap3.14), o Eterno (Is9.6), Onipresente (Mt18.20; 28.20) e

Onisciente (Jo16.30; Cl2.3). O termo grego para usurpação é harpagmo, que significa

“apoderar-se, arrancar violentamente”. “... [Jesus], que sendo em forma de Deus, não

considerou uma usurpação o ser igual a Deus.” (Fp2.6). Jesus existindo em essência

como Deus, não considerava uma usurpação ser igual a Deus em função, mas, mesmo

assim “ele se esvaziou (kenoo – privou-se de suas prerrogativas divinas) e assumiu a

forma de servo, vindo a ser na semelhança dos homens.” (Fp2.7). “O fato de que este

27

versículo fala de uma ≪igualdade≫ que Jesus Cristo poderia reclamar juntamentecom Deus, se assim tivesse querido fazer, mostra-nos, de modo inequívoco, a divindade de

Jesus; de outra forma, essa declaração seria absurda.” (Chamlin). Aliás, a ênfase dada

ao texto à preexistência de Jesus como Deus, dá a entender que tal condição o

autorizaria a reivindicar uma posição de igualdade com o Pai.

· “Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade”

Colossenses 2:9

Jesus não é um deus de segunda categoria, um ser de natureza divina secundária, muito

menos uma “criatura poderosa”, Ele é absoluta e plenamente Deus: “Pois toda a

plenitude agradou-se em habitar nele” (Cl1.9) . No corpo de Jesus habita

permanentemente todos os atributos inerentes da deidade. O termo grego para

“divindade” é theotes realçando a essência divina absoluta e plena do Eterno Filho de

Deus. Perceba que Jesus não é um pouco Deus, mas plenamente Divino.

"Numa ... tentativa de diminuir o peso da expressão “a plenitude da divindade” em

Colossenses 2.9, os unitaristas citam outros textos, como por exemplo, Efésios 3.19:

[...]

“e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam

cheios de toda a plenitude de Deus.”

(Ef 3.19 [NVI])

[...]

Sendo assim, os unitaristas bradam: ‘..Viram! Nós também seremos plenificados ou

cheios com toda a plenitude de Deus, e nem por isso estaremos em condição de co-

igualdade com Deus, assim como Cristo também não estava...”. Precisamos, então,

28

verificar se a expressão “...τὸ (a) πλήρωμα (plenitude) τοῦ (de) θεοῦ (Deus)...’, escrita

em Efésios 3.19, tem o mesmo significado da expressão “...τὸ (a) πλήρωμα (plenitude)

τῆς (da) θεότητος (divindade)" escrita em Colossenses 2.9.

A diferença entre Colossenses 2.9 e Efésios 3.19, está no caso genitivo. Genitivo é o

caso que normalmente limita a qualidade do substantivo sobre seu tipo, classe ou

categoria, normalmente denotando possessão, origem ou conceitos transmitidos no

português pela preposição ‘de’.

Em Efésios 6.11, temos a expressão “...πανοπλίαν (armadura completa) τοῦ (de) θεοῦ

(Deus)...”. Esta armadura, é uma armadura que pertence à Deus e que é vestida Por Ele

mesmo (como se Deus precisasse de uma armadura), ou, é uma armadura cujas armas

tem origem em Deus e foram criadas por Ele para nos ajudar na batalha espiritual? É

óbvio que esta “...armadura de Deus...” é um genitivo de origem, é por isso que nos é

dito:“...ἐνδύσασθε (vesti-vos) τὴν (da) πανοπλίαν (armadura completa) τοῦ (de) θεοῦ

(Deus)...”. O verbo ἐνδύσασθε (vesti-vos) faz toda a diferença neste caso.

Da mesma forma, nos é dito em Efésios 3.19: “...πληρωθῆτε (sejais enchidos) εἰς (com)

πᾶν (toda) τὸ (a) πλήρωμα (plenitude) τοῦ (de) θεοῦ (Deus)....”. Esta expressão pode

significar “...a plenitude que pertence à pessoa de Deus...” (genitivo de possessão), ou,

“...a plenitude que vem da parte de Deus...” (genitivo de origem). Mais uma vez o verbo

πληρωθῆτε (sejais enchidos) faz toda a diferença, já que seremos enchidos com toda a

plenitude que vem da parte de Deus (genitivo de origem). Certamente Efésios 3.19 não

está dizendo que Deus nos transformará em Ělôhîm (deuses) Todo-Poderosos.

O que dizer então de Colossenses 2.9: “...κατοικεῖ (habita) πᾶν (toda) τὸ (a) πλήρωμα

(plenitude) τῆς (da) θεότητος (divindade)...”. Este texto, narra Yeshua (Jesus), já

possuindo continuamente e corporalmente, toda a plenitude da divindade. Aqui nós

sabemos, que não se trata de um genitivo de origem, mas de possessão. Como eu sei

29

disso? Mas uma vez, um verbo faz toda a diferença para o entendimento do texto. No

corpo glorificado de Yeshua (Jesus), “...habita permanentemente...”, a plenitude, a

totalidade, a medida completa, a soma total de tudo o que pertence exclusivamente à

divindade. Colossenses 2.9, é, e continuará sendo, uma das maiores declarações da

divindade de Cristo." - fonte

Por fim deixo aqui uma descrição da própria Escritura sobre Jesus, que melhor do que

qualquer um descreve a gloriosa deidade absoluta do Cristo:

“E no meio dos candeeiros (vi ) um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa

talar, e cingido a altura do peito com um cinto de ouro; e a sua cabeça e cabelos eram

brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo; e os seus

pés, semelhantes a latão reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a

voz de muitas águas. Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma

aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua

força. Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra,

dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último, e o que vivo; fui morto, mas eis aqui

estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do Hades.”(Ap1.13-

18)

30

JOÃO 1.1

João inicia seu Evangelho da seguinte forma: “No princípio era o Verbo e o Verbo

estava com Deus e o Verbo era Deus.” (Jo1.1). Aqui temos uma clara revelação da

divindade do Verbo Eterno, o Filho Unigênito, o Senhor Jesus Cristo (Jo1.14). João1.1

é uma forte base bíblica para a doutrina da Santíssima Trindade (Mt28.19):

· “NO PRINCÍPIO ERA O VERBO”=O Verbo de Deus existe desde a

eternidade (Pv8.23), [*Correção: Provérbios 8 citado no texto, não se refere necessariamente

a Jesus, embora alguns o apliquem ela homileticamente a Cristo, uma leitura mais natural da

passagem nos leva a entende-la apenas como uma personificação de um atributo divino. Bruno

Queiroz!] o Messias é o Pai da Eternidade (Is9.6). Jesus é o Eterno “Eu Sou” (Jo8.58),

o Princípio e o Fim (Ap22.13). No princípio o Verbo estava lá (Gn1.1) e por Ele, Deus

criou todas as coisas (Jo1.2-3;CL1.16). O Filho é o Criador Eterno e não um deus

criado por Jeová (Hb1.8,10)

· “O VERBO ESTAVA COM DEUS’’= Pai, Filho e Espírito Santo são um só

Deus (Dt6.4; Mc12.29), mas não uma só Hipóstase (Mt3.16-17). O fato de o Verbo

estar “com” Deus, revela a distinção hipostática entre o Pai e o Filho (Jo8.17-18). Aliás,

como pode alguém estar com uma pessoa e ao mesmo tempo ser essa pessoa? Como

Hipóstase distinta do Pai, o Filho perfeitamente intercede por nós (Hb7.25;1Jo2.1) e

está assentado a direita de Deus Pai (At7.55;Hb10.12).

· “O VERBO ERA DEUS”=Aqui a palavra Deus (Gr. Theos) é aplicada a Jesus. A

expressão “o Verbo era Deus” tem sido traduzida por “a Palavra era Deus” (King

James Version) ou “ ele mesmo era Deus” (Tradução Interconfessional). Outras

versões, porém, têm sido bem ousadas em traduzir o texto de outra forma: “O Verbo

31

era deus” (The New Testament in na ImprovedVersion) ou “a Palavra era [um]

deus” (Tradução do Novo Mundo). E agora? Jesus é o Deus ou um deus?

O DEUS OU um deus?=Segundo alguns, a falta do artigo definido “o”(Gr. Ho) antes

da palavra Deus (Gr. Theos), justificaria a tradução “um deus”. Em João 20.28, porém

ocorre o artigo “o”, quando Tomé chama Jesus de “o Deus meu”. A ausência do artigo

definido é contra o Unicismo: "O artigo definido, antes de theos (Deus), destruiria,

neste caso, a distinção de personalidade, e confundiria o Filho com o Pai. A sentença

anterior assevera a hipóstase distinta do 'Logos', a saber, a Sua unidade essencial com

Deus." - Philip Schaff . No mesmo capítulo a palavra “Theos” aparece em alguns

versículos sem o artigo “o”, mesmo quando se refere a Deus Pai (Jo1.6,12,13,18), nem

por isso se ensina que o Pai seja um deus. "O termo theos sem artigo frequentemente

também é usado para o Pai, inclusive no mesmo capítulo (João 1:6, 13 e 18; Luc. 2:14;

Atos 5:39; I Tess. 2:5; I João 4:12; II João 9). Jesus também é chamado o Deus (Heb.

1:8 e 9; João 20:28). Em outras palavras, o uso do termo Deus, com ou sem artigo, não

pode ser argumento para se fazer distinção entre Deus o Pai e Deus o Filho. Deus o

Pai é theos e hotheos, assim como o Filho. " (CENTRO WHITE). A definição ou

indefinição na tradução de um anartro depende do contexto, e não pode ser determinada

pela gramática. A ideia de que há um Deus Jeová Todo-poderoso e um deus Jesus

poderoso é uma concepção politeísta. Não existem dois deuses, Há um só Deus (Ef4.6;

1Co8.5-6; 1Tm2.5).É claro que O Deus Pai é distinto hipostaticamente de Jesus. João

ressalta que Jesus não é o Pai, pelo menos não em termos de Hipóstase, pois estava

"com" o Pai, mas que compartilha da mesma natureza divina do Pai. A natureza da

deidade que habita em Jesus é plena (CL2.9), assim o Verbo estava com o Deus Pai e

era da mesma natureza dele. Jesus é plenamente Deus, ou Deus no sentido mais pleno

32

da Palavra. Jesus é tudo o que Deus, o Pai, é. É impressionante como a TNM usa e

abusa de colchetes [palavras acrescentadas que não constam no texto original] para

fazer com que textos trinitarianos não digam o que eles dizem.

A Bíblia apresenta um Jesus muito mais lindo e glorioso do que aquele apresentado por

alguns (2Co11.4). O Verbo Eterno não é um deusinho de segunda categoria ou uma

mera criatura. O Filho de Jeová é tudo aquilo que Deus é (Hb1.3): “Porque nele habita

corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl1.19; 2.9).

33

ISAÍAS 9.6

Um dos textos mais claros a respeito da divindade do Deus Filho se encontra no Antigo

Testamento: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está

sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai

da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Is9.6). Deus inspirou o profeta Isaías a escrever um

verso que atribui a Jesus, títulos dignos de uma deidade. Antes de analisar esses títulos,

eis uma pergunta que precisa ser respondida:

• SE A DOUTRINA DA TRINDADE É TÃO IMPORTANTE, POR QUE NÃO

ENCONTRAMOS LONGAS PASSAGENS NO ANTIGO TESTAMENTO SOBRE

ESSE ENSINO?

Algumas pessoas negam a Trindade, simplesmente por julgá-la confusa e difícil de

entender. A Bíblia, porém é clara: “Quem confia na sua Inteligência não aceita aquilo

que vem do Espírito de Deus. Para esses são coisas sem sentido. Não as pode

compreender, porque só com a luz do Espírito elas se compreendem.”(1Co2.14). Seria

sincero de nossa parte rejeitar uma doutrina bíblica só porque a achamos difícil de

entender (2Pe3.16)? Claro que não; antes isso deveria nos levar a aprofundar e pesquisar

mais sobre esse assunto (Jo5.39). Deus é maior do que o infinito, mas nossa mente é

finita e limitada – Seria razoável pensar que podemos compreender tudo a respeito de

Deus (Dt29.29)? “Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu

conhecimento e a sua sabedoria! Quem pode explicar as suas decisões? Quem pode

entender os seus planos? Como dizem as Escrituras Sagradas: ‘Quem pode conhecer a

mente do Senhor, quem é capaz de lhe dar conselhos?”(Rm11.33).

34

Nesse sentido, os trinitarianos honrando a profundidade de Deus, não negam que a

Trindade seja um mistério. Isso não significa que ele é ilógica, mas sim que está muito

além da possibilidade de compreensão da nossa mente. Podemos ter uma ideia dela,

como uma imagem embaçada no espelho e isso nos faz reverenciar e adorar mais ainda

a profundeza da sabedoria de Deus! “O dogma da trindade é um mistério absoluto que

não entendemos mesmo depois de ter sido revelado” (Karl Haner) “Realmente tem sido

impossível para os cristãos entender a doutrina ou explicá-la de um modo

compreensível. A doutrina da trindade . . . ultrapassa a nossa capacidade humana de

entender e deve ser respeitada como um mistério divino” (Harold Brown). “A trindade é

um mistério além da compreensão do homem. A Trindade é um mistério, não apenas no

sentido bíblico do que é uma verdade, antes oculta, mas agora revelada, mas no sentido

de que o homem não pode compreendê-la e torná-la inteligível.” (Louis Berkhof).

Aqueles que usam essa questão do “mistério da Trindade” para atacarem a doutrina

como “confusa”, “sem sentido” e “ilógica” é porque ainda estão limitados a crer em um

Deus restringido pela capacidade de compreensão de suas mentes. Estes ainda não

entenderam que Deus é maior que o Infinito, e por isso tentam deixá-lo menor que suas

mentes humanas, falhas e limitadas.

Jesus Cristo disse algo interessante aos seus discípulos: “Ainda tenho muito que vos

dizer, mas vós não o podeis suportar agora.”(Jo16.12). O povo de Israel, muitas das

vezes se deixava se influenciar pela idolatria pagã a sua volta. Jeová sabia que aquele

povo duro de coração não estava preparado para compreender corretamente a doutrina

da Trindade (Mt19.8). Os israelitas acabariam por confundir a Trindade bíblica com as

tríades pagãs, o que seria um insulto à primeira das 3 afirmações básicas da Trindade

(PARA RELEMBRAR):

35

1. HÁ UM SÓ DEUS= Deus é um só (Dt6.4; Mc12.29,32; Jo17.3; 1Co8.4-6), Pai,

Filho e Espírito Santo compartilham da mesma essência (homoousios) una e indivisível

da divindade (Mt28.19).

2. CADA HIPÓSTASE É DEUS=O Pai é claramente Deus (Ef4.6; Fp2.11), o Filho é

plenamente Deus (Jo1.1; 20.28) e o Espírito Santo é plenamente Deus (2Co3.17-18).

3. DEUS É TRÊS HIPÓSTASES DISTINTAS= Pai, Filho e Espírito Santo, embora

sejam o mesmo Deus, não são a mesma Hipóstase (Jo8.17-18; Mt3.16-17; At7.55-56).

Podemos não encontrar a doutrina da Trindade sistematizada nas Escrituras, mas

encontramos suas três afirmações básicas. Sendo as três afirmações trinitarianas básicas

bíblicas, sua formulação teológica sistemática também o é. A negação de qualquer uma

dessas 3 afirmações resulta em erro.Embora não encontremos uma longa explanação

trinitariana nas páginas do Antigo Testamento, alguns dos seus versos já davam indícios

dessa doutrina (Gn1.26; 3.22; 11.7; Js5.14; Jó33.4; ; Is6.8; 9.6).Três Hipóstases, não

Três Personas (aparências), nem Três Indivíduos. Deus é triUNO e não tricotômico.

Os títulos atribuídos ao Messias em Isaias 9.6 são:

• MARAVILHOSO=No mesmo Livro, lemos que Jeová dos exércitos é

Maravilhoso em Conselho (Is28.29), o nome do Anjo de Jeová é Maravilhoso (Jz15.3).

O termo “maravilhas” é usado nas Escrituras para falar das obras miraculosas de Jeová

(Ap15.3; Êx15.11; 1Cr16.9; SL26.7; 31.21; 89.5; 98.1; 107.8; 136.4; 145.5). As obras

maravilhosas do Messias revelariam ser Ele o próprio Jeová (Is40.3; Mc1.3)

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• CONSELHEIRO=O Messias seria a perfeita personificação da Sabedoria de

Deus (Pv8.22-31) [*Correção: Provérbios 8 citado no texto, não se refere necessariamente a

Jesus, embora alguns o apliquem ela homileticamente a Cristo, uma leitura mais natural da

passagem nos leva a entende-la apenas como uma personificação de um atributo divino. Bruno

Queiroz!], o Deus Onisciente: “em que estão escondidos todos os tesouros da

sabedoria e da ciência” (CL2.3). Notemos que a onisciência é um atributo exclusivo da

divindade (1Rs8.39; Dn2.20-22; Mt24.36).

• DEUS FORTE=No mesmo livro, Jeová é chamado de “Poderoso” (Is42.13),

assim essa divisão de “Jeová Deus Todo-poderoso” e “Jesus um deus poderoso” não é

coerente (Ef4.6). No Messias habitaria corporalmente toda a plenitude da divindade

(CL2.9), Ele é o Verdadeiro Deus (1Jo5.20), o Todo-poderoso (Ap1.8; 3.7).

• PAI DA ETERNIDADE=Pode o Pai da Eternidade, ser uma mera criatura? – De

forma alguma! Jesus é o “Primeiro e o Último” (Ap1.17-18; 2.8; 22.12), isto é “o Eterno

Deus” (Is41.4; 44.6; 48.12), cujas origens são desde os dias da eternidade (Mq5.2;

Jo8.58; 17.5,24). Cristo é o Primogênito (gr.prototokia- herdeiro, primeiro em

categoria) de (NIV="over" - sobre) toda a criação (CL1.15), o Preeminente e Soberano

sobre tudo o que foi criado (Hb1.2-4).

• PRÍNCIPE DA PAZ=Jesus é o Príncipe do Céu, o Filho do Rei Altíssimo

(Lc1.32). O Messias, em breve, estabelecerá Seu Reino de Paz sobre todo o mundo

(Is11.1-10; Ap11.15). Pois Ele é o Glorioso Senhor (1Co2.8), Deus dos deuses, Rei dos

reis e Senhor dos senhores (Ap19.16; Dn2.47).

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Não se deixe iludir! Aquele que por você morreu na cruz, não é uma mera criatura.

Jesus Cristo é o Deus de Milagres, o Dono de toda a Sabedoria, o Todo Poderoso, o Rei

da Eternidade e o Supremo Governador do Universo (Ap1.13-18; 5.5-14; 22.12-13).

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O ANJO DE JEOVÁ

• O ANJO DE JEOVÁ= Em Genesis lemos que Agar disse ao Anjo de Jeová: “Tu

és o Deus que me vê” (Gn16.11,13). Jeová apareceu a Abraão quando este viu Três

Anjos, diante dos quais Abraão se inclina e os chama de “Meu Senhor” (Gn18.1-2).

Mais adiante quando o Anjo que aparecera a Abraão diz algo a Bíblia declara “e disse

Jeová” (Gn18.13,17). Israel (“aquele que luta com Deus”) identificou o Anjo de Jeová

com o próprio Deus “Tenho visto Deus face a face” (Gn32.30; 48.16). Em Êxodo o

Anjo de Jeová [ em seguida se diz “Jeová” (Êx3.4) ] aparece a Moisés em uma sarça

ardente e diz “EU SOU O QUE SOU... EU SOU...Jeová,o Deus de vossos pais, de

Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Êx3.13-14). [Compare com a declaração

de Jesus em João 8.58: “EU SOU”]. Em outra passagem o Anjo de Jeová é enviado

(veja Jo17.3) pelo Pai para guiar o povo de Israel até a terra prometida, e é dito que

neste Anjo está o “nome de Deus” e que Ele deve ser obedecido, pois pode ficar irado e

tem o poder de reter o perdão pelos pecados (Êx23.20-23).[Comparar isso com Marcos

2.7]. Em Êxodo 32.34 se diz: “Meu Anjo irá adiante de ti”, e em Êxodo 33.14 há essa

variação: “Minha Face irá contigo”. Em Isaías 63.9 essas duas declarações são

combinadas de modo a formar “O Anjo da Sua Face os salvou”. O Anjo de Jeová é a

face de Jeová, o que nos faz lembrar do que o Novo Testamento fala sobre Jesus como

“sendo o resplendor da sua glória, e a exata imagem da sua Pessoa” (Hb1.3) .A Manoá o

Anjo de Jeová declara que seu nome é “Maravilhoso”, vocábulo que em Isaías 9.6

refere-se ao Messias vindouro. O Príncipe do exército angelical é adorado por Josué

(Js5.14). Jesus no Novo Testamento é identificado como Príncipe dos exércitos

angelicais, o Primeiro sobre tudo o que foi criado por Deus (Mt25.31; CL1.15). Diante

do Príncipe do exército de Deus se prostram todos os anjos em adoração (Hb1.6). Ao

falar da disputa entre Satanás e Jesus a respeito do sacerdote Josué, a Bíblia chama o

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Anjo do Senhor de "Jeová".(Zc3.1-2). Tudo isso indica que o Anjo de Jeová é um Ser

divino adorável, o Anjo do Concerto (ML3.1). “[Êxodo]3.2,4 O Anjo do Senhor é

adorado. Um “anjo” especial – o Anjo do Senhor – difere de todos os outros: este recebe

adoração. Como se explica isto? Nenhum anjo pode ser adorado, isto somente a Deus

pertence. o Anjo do Senhor é o próprio Senhor Deus (ver At7.30-32). Mas como

poderiam Moisés e outras personalidades do AT ter visto a Deus face a face e continuar

a viver, sendo que a Escritura afirma claramente o contrário (Êx32.20)? Resposta:

porque eles viram o Filho de Deus numa forma pré – encarnada...” (MarnilynHickey).

“Não se pode evitar a conclusão de que esse Anjo Misterioso não é outro senão o Filho

de Deus, o Messias, o Libertador de Israel, e o que seria o Salvador do mundo. Portanto

o anjo do Senhor é realmente um ser incriado.” (MyerPearlman). O Anjo do Senhor é

uma Teofania, uma manifestação visível de Jesus antes de sua encarnação.

• JESUS, O ANJO DE JEOVÁ = Dizer que Jesus é o Anjo, não significa dizer que

ele é um anjo. Jesus, o Anjo de Jeová é Deus enviado pelo Pai como Seu representante

diante da humanidade (Jo1.1,14). Jesus é um Ser Eterno e Absolutamente divino (Is9.6;

CL2.9), Ele é Jeová (Êx3.14-15; Jo8.58). O termo “Anjo”, aplicado ao “Filho de Deus”,

não se refere à Sua natureza, mas à Sua função. O termo “anjo”, em grego “malach”

significa “mensageiro”, “enviado”, “embaixador”. Jesus é o Mensageiro, o

Representante, o Enviado do Pai à Humanidade (Jo17.3), Ele é a Imagem visível do

Deus Invisível, Ele é o Soberano sobre toda a Criação (CL1.15). O epíteto “Anjo de

Jeová” é um título honorífico do Filho de Deus como a Manifestação visível da

divindade (Jo14.9).

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• ANJO DE JEOVÁ, O DEUS FILHO= A deidade do Anjo de Jeová é clara. Ele é

o EU SOU, Deus Jeová de Abraão, Isaque e Jacó (Êx3.13-14) e o Príncipe digno de

adoração (Js 5.14). O Anjo de Jeová não é “um deus” (SL82.6), pois Ele não apenas

representa o Pai, como é a imagem exata dEle (Is63.9; Hb1.3). Ninguém viu ao Pai

diretamente, mas muitos viram seu Filho (Jo1.18), pois Ele é a revelação visível do

Deus Invisível , de modo que quem vê o Anjo do Senhor vê o próprio Senhor (Jo14.7-

10). Assim o Adorável Anjo de Jeová não é deus num sentido secundário, mas sim Deus

no mais pleno sentido da Palavra (CL1.19;2.9). Porém dentro da Trindade, o Anjo de

Jeová se distingue subsistencialmente de Deus Pai, como Seu enviado e mensageiro

(Êx23.20; Jo17.3). O Anjo do Senhor ocupa posição de primogenitura (soberania,

primazia) sobre todos os anjos do Céu (Mt25.31; CL1.15, Ap3.14). Ele é o Filho

Unigênito do Pai, “Anjo” num sentido único, pois não é uma criatura angelical, mas o

Criador de todos os anjos (Jo1.3,14; Jo3.16), o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna

(1Jo5.20).

O exposto acima nos faz refleti sobre esse Deus Maravilho se que assume uma forma

angélica - humana para se comunicar com seus servos. Jeová não é apenas um Deus

transcendente, Ele também é um Deus imanente e por intermédio de Seu Filho Jesus

Cristo tem se comunicado conosco (Hb1.1). Chegará o momento em que nós, assim

como Moisés veremos Jesus, o Anjo do Senhor face a face (1Co13.12). Por isso: Adore

o nome dele, exalte o nome dele, o trono que Ele está foi feito para Ele, o Seu Nome é

JESUS (Ap5.7-12).

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JESUS CRIADOR

Vejamos alguns títulos aplicados ao Filho de Deus, que atribuem a Ele eternidade e

poder criativo, atributos exclusivos da deidade (Is45.5-7):

· PAI DA ETERNIDADE (Is9.6)= Jesus é o nosso Pai para sempre (Aviádh.),

pois Ele governará o Universo para sempre, pois Ele é Rei Eterno (Is9.7). Mas Ele é

Eterno não só no sentido de não ter fim, mas também no sentido de não ter início:

“Jeová me possuiu no princípio de seus caminhos e antes de suas obras mais

antiga. Desde a eternidade, fui estabelecida; desde o princípio, antes do começo da

terra. Antes de haver abismos, fui gerada; e antes ainda de haver fontes carregadas de

águas. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada (fui

dada à luz-Versão Católica)” (Pv8.21-25). [*Correção: Provérbios 8 citado no texto, não se

refere necessariamente a Jesus, embora alguns o apliquem ela homileticamente a Cristo, uma

leitura mais natural da passagem nos leva a entende-la apenas como uma personificação de um

atributo divino. Bruno Queiroz!] De modo similar escreveu o salmista sobre Jeová:

“Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo,

mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.”(SL90.2). Este texto tem dupla

aplicação, em primeiro lugar se refere à Sabedoria eterna de Deus em segundo lugar

pode ser aplicado a Jesus, a Personificação da Sabedoria divina (CL2.3). Jesus sendo a

personificação da Sabedoria de Deus existe desde a eternidade. Sobre o termo

“gerado” deve ser lembrado que aqui temos um texto alegórico personificando a

Sabedoria divina. Deus é aquele que desde a eternidade dá à luz (hb.chil) à sabedoria

em um sentido figurado. Isso não quer dizer que a sabedoria foi criada por Deus em

algum momento, mas que a sabedoria emana dele desde a eternidade. Certamente que a

Sabedoria divina sempre existiu– Deus sempre possuiu (qanah) sabedoria. É importante

ressaltar que o termo qanah ocorre 83 vezes nas Escrituras geralmente

significando “comprar”, “adquirir” (ver: Gn47.22; 49.30; 50.13), sendo que somente

42

em 6 vezes parece ter o sentido de criar: Gn 14.19,22; Dt 32.6; Sl 74.2; 73.2; 78.54;

43

77.54 ; 139.13) , Certamente que Deus não era um Ser sem sabedoria em algum momento

da eternidade, a Sabedoria é Eterna. Concluímos, portanto que Jesus é Pai para sempre

não só no sentido de não ter fim, mas no sentido de que sempre existiu, existe e

existirá (Ap1.8).

· EU SOU (Jo8.58)= Jesus não disse antes de Abrão nascer (gr.genestai), Eu nasci,

mas sim Eu Sou (gr. Ergo emi).A mudança de verbo de “nascer” para “ser” é

importantíssima pois ressalta a divindade de Jesus. Isso identifica Jesus, com o EU

SOU (Jeová - Ex3.14; Dt32.9). Segundo Ezequias Soares: “"'EU SOU" no texto grego

aqui é ego eimi e não permite em hipótese alguma a tradução "eu tenho sido". Essa

tradução da TNM é uma violação inescrupulosa da gramática e uma distorção do que a

Bíblia ensina. O verbo grego eimi, "sou", no infinitivo emai "ser", é defectivo e não tem

perfeito nem aoristo. Esses "tempos" verbais (aspectos verbais) vêm suprimidos pelo

perfeito e aoristo do verbo ginomai e se a expressão "eu tenho sido" fosse autêntica

aqui, nessa passagem o verbo seria gegona. Além do mais, o verbo "ser" está

desprovido de tempo, não encerrando portanto a idéia de tempo. Com isso, Jesus está

dizendo que é eterno. A idéia de tempo aqui, nessa passagem, recai sobre a palavra

prin "antes", e o acentuado contraste entre os verbos gregos "existisse" ginomai e eu

"sou" (eimi) mostra que mesmo antes de Abraão existir Jesus já existia eternamente.

Com isso, Jesus se identificou com o grande "EU SOU" de Êx 3.14."

· O PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO(Ap3.14)= Jesus é o Início, Começo, Princípio,

Origem de toda a Criação: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele

nada do que foi feito se fez.” (Jo1.3). Isso não significa dizer que Jesus foi só uma

ferramenta que Deus usou para criar o Universo. Jesus ativamente FEZ todas as coisas.

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Através de Jesus o Pai criou tudo. O Pai enviava seu Filho a criar algo, e o Filho

FAZIA, CRIAVA tal coisa. O mesmo vale para o Espírito Santo: “Envias o teu

Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.” (SL104.30).É nesse sentido

que Deus criou através do Filho. Note o verbo “Façamos” em Gênesis 1.26 que inclui a

obra de Jesus em FAZER e não meramente servir de ferramenta. Sobre Jesus o salmista

escreveu: “ E: “Tu, ó Senhor, lançaste no princípio os alicerces da própria terra, e os

céus são obras das tuas mãos.” (Hb1.10 citando SL102.25 e aplicando a Jesus) . Jesus

portanto CRIOU literalmente, Ele é o Criador: “Ele é a imagem do Deus invisível,

o primogênito sobre toda a criação; porquanto nele foram criadas todas as coisas nos

céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou dominações, sejam governos

ou poderes, tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele existe antes de tudo o que há, e nele

todas as coisas subsistem.”(CL1.15-17) O termo “Primogênito” é um título, e não se

refere a origem, mas sim a posição de Jesus, como Rei Soberano da Criação: “Eu

também o constituirei meu primogênito, supremo sobre todos os reis da

terra!” (SL89.27). “Primogênito” aqui significa “Proeminente”. Em um outro texto

bíblico lemos: "Vocês mataram o Autor da Vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos. E

nós somos testemunhas disso." (At3.15). Cristo é o Príncipe (gr. archegos) da vida,

como Crisóstomo disse, que "a vida que Ele tinha não era de outro; o Príncipe ou Autor

da vida deve ser Ele quem tem vida em Si mesmo".Leia: Salmos 36.9.

· PRIMEIRO E ÚLTIMO= “ Eis que venho sem demora! E trago comigo o

galardão que tenho para premiar a cada um segundo as suas obras. Eu Sou o Alfa e o

Ômega, o Primeiro e o Derradeiro, o Princípio e o Fim.” (Ap22.12-

13). Evidentemente que O que fala nesse versículo não é o anjo, nem o Pai, mas o

Filho: “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem,

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Senhor Jesus.” (Ap22.20). Primeiro e Último é um título usado para se referir à

eternidade de Deus: “Assim diz Yahweh, o SENHOR, o rei de Israel, o seu Redentor, o

Eterno dos Exércitos: ‘Eu Sou o Primeiro e Eu Sou o último; além de mim não há

Deus.” (Is44.6).

Os cristãos sabem que Aquele que os salvou, não é uma criatura, mas o Criador, não

teve princípio, mas é o Princípio de todas as coisas: “Pois nele habita corporalmente

toda a plenitude da Divindade (theotés- essência divina)”(CL2.9). Ele é Deus Absoluto,

Eterno, Sem início, nem fim.

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ORAÇÕES A JESUS

Não há dúvidas de que orações devam ser dirigidas a Deus, o Pai, a Primeira Hipóstase

da Santíssima Trindade (Mt28.19). O próprio Cristo nos ensinou a orar “Pai

nosso...” (Mt6.9). Mas que dizer do Filho de Deus, podemos dirigir a Ele nossas

orações? Biblicamente falando dentro da Trindade, o Filho, tem mais especificamente a

função de Intercessor junto ao Pai no Céu, como Aquele que ora por nós e age como

Mediador entre nós e o Pai (1Jo2.1; 1Tm2.5; Rm8.34; Jo 14.6). Mas será que temos

alguma evidência bíblica de que podemos orar diretamente a Jesus?

· Jesus é Onisciente= Orações só podem ser dirigidas a um Ser Onisciente, caso

contrário os milhões de fiéis que oram em todo mundo se tornariam uma fila

interminável a espera que esse Ser os ouça. Se Jesus age como Intercessor de toda

humanidade diante de Deus, isso já o qualifica como Onisciente. Somente um Ser que

conhece as necessidades de cada fiel na Terra poderia interceder por cada um deles e

levar todos os nossos rogos ao Pai (Hb7.25). Quando um crente na Terra ora, Jesus leva

a oração dele ao Pai. Imagine se Jesus não fosse Onipotente, Onipresente e Onisciente:

Como poderia ele levar as orações de tantos fiéis diante de Deus, o Pai (Jo14.13-

14)? Alguns textos bíblicos afirmam de modo claro a Onisciência de Deus, o Filho:

“Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos os conhecia e não necessitava

de alguém que testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no

homem.” (Jo2.24-25) “Agora conhecemos que sabes tudo e não precisas de que

alguém te interrogue. Por isso cremos que saíste de

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Deus.” (Jo16.30) “em [Cristo] estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da

ciência”(Cl2.3) “... eu [o Filho de Deus v.18] sou aquele que sonda as mentes e os

corações...” (Ap2.23). Só Deus Jeová conhece o coração de todos os homens (1Rs8.39).

· Jesus é Adorável= A oração é uma forma de adoração, de modo que somente um

Ser digno de adoração pode ouvir nossas orações. Em uma Teofania pré- encarnação,

Jesus, o Príncipe do exército angelical (*não confundir com o arcanjo Miguel –

Dn10.13) (2Ts1.7; Mt13.41; 16.27; 24.31; 1Pe3.22), foi adorado por

Josué (Js5.14). Aliás, o Senhor Jesus é venerado por toda a hoste angelical (Hb1.6). Tal

veneração não é no sentido de “adoração relativa” ou “prestação de homenagens”,

mas sim de adoração absoluta. A adoração prestada a Jesus é do mesmo tipo da que é

prestada ao Pai: “E havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro

anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e taças de ouro

cheias de incenso que são as orações dos santos... E olhei e ouvi a voz de muitos

anjos ao redor do trono. E dos animais e dos anciãos; e era o número deles milhões de

milhões e milhares de milhares, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que

foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria e força, e honra e glória e ações

de graças. E ouvi a toda que está no céu e na terra, e debaixo da terra, e que está no

mar, e de todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao

Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra e glória, e poder para todo o

sempre. E os quatro animais diziam: Amém! E os vinte e quatro anciãos prostraram e

adoraram ao que vive para todo o sempre.”(Ap5.8,11,12,13,14). Milhares de milhares

de anjos, e todas as criaturas do Universo, se curvando diante do Cordeiro e dizendo que

Ele é digno de honra, glória, poder e riquezas não nos parece outra coisa senão

adoração. Leia também: Apocalipse 4.11 e Hebreus 1.8,10.

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Sendo Jesus, Deus Adorável e Onisciente, Ele pode perfeitamente ouvir nossas orações.

Cremos, portanto que orações podem sim ser dirigidas a Deus, o Filho. Não

encontramos nas Escrituras muitos casos de orações dirigidas diretamente a Jesus, visto

que a doutrina da Trindade ainda não era muito clara nesse tempo (Jo16.12-

13). Entretanto alguns textos nos mostram que orações podem ser dirigidas ao Filho de

Deus. Pouco antes de morrer Estevão rogou dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu

espírito.” (At7.59). O apóstolo Paulo também nos informa sobre os cristãos que

invocavam o nome do Senhor Jesus Cristo (1Co1.1), e nos relata sobre uma oração que

três vezes fez ao Cristo: “Acerca do qual orei ao Senhor para que se desviasse de

mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na

fraqueza. De boa vontade pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim

habite o poder de Cristo” (1Co12.8-9) O escritor aos hebreus nos fala da função

Sacerdotal de Jesus em ouvir nossas orações: “Visto que temos um grande Sumo

Sacerdote, Jesus, o Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenham firmemente a nossa

confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das

nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar

misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempos oportuno.” (Hb4.14-

16). Tu estás fraco e carregado, de tristeza e de dor? Teus amigos te desprezam? Fala-

lhe isso em oração. Em Jesus, o Amigo Eterno, paz terás no coração (Mt11.28).

49

DEUS ESPÍRITO SANTO

PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

Há pessoas que menosprezando o Espírito Santo afirmam que Ele não passa de uma

força ativa ou poder impessoal que emana de Deus; porém de acordo com a Bíblia o

Espírito Santo é uma Pessoa que se chama a si mesmo de "Eu" (At10.19,21).

Biblicamente o Espírito Santo é uma Pessoa com sua própria personalidade, chamado

nas Escrituras de "Senhor" (2Co3.17-18). O Santo Espírito possui as três faculdades que

o caracterizam como Pessoa, no entanto é importante salientar que os termos

"personalidade" e "pessoa", quando aplicados às Hipóstases da Trindade, não têm

sentido idêntico ao psicológico, nem são unívocos, mas análogos:

1. Intelecto= O Espírito Santo penetra todas as coisas e é inteligente (1Co2.10-11;

Rm8.27). Pode uma energia ser inteligente e ter conhecimento?

2. Ações=Ele pensa (Rm8.27), convence do pecado (Jo16.7-8), protege, adverti e

prepara a Igreja (2Tm1.14; 1Tm4.1;Ef6.10-18), revela a cristo (Jo15.26),consola

(Jo14.17,18,26,27), ajuda (At4.23-24), guia (Rm8.14), e fala (At21.11). Deve-se

lembrar que estes textos não estão usando personificação, é verdade que a Bíblia, às

vezes faz uso desta figura de linguagem (SL148.2-4;Pv1.20;Rm8.19-22), mas quando

isso ocorre o contexto deixa muito claro, além disso seria meio difícil pensar que a

centenas de textos que mostram o Espírito Santo como uma Pessoa fossem meramente

figurados.

50

3. Emoções= Ele sente tristeza (Ef4.30) e intercede por nós com gemidos (Rm8.26-27).

Portanto o Espírito Santo é uma Pessoa que possui sentimentos.

Como uma pessoa pode ser cheia de outra e como alguém pode serderramado?

O termo "ser cheio do Espírito Santo"(Ef5.18) não prova ser ele uma energia

impessoal, na realidade isso é uma expressão metafórica. Assim como dizer que "Deus

preenche o vazio dos nossos corações" não faz dele uma energia, dizer que o Espírito

Santo enche o nosso ser, não faz dele uma força ativa. Ser cheio do Espírito significa

simplesmente "ser controlado e guiado pelo Espírito Santo" (Gl5.6); Já a expressão

"derramamento do Espírito"(Jl2.28;Is44.3) é uma metáfora que significa "ser revestido

do poder do mesmo Espírito"(At2.17). Metáforas semelhantes também são aplicadas em

outras passagens bíblicas (cf. At5.3; 1Sm1.15). Não se deve concluir que o Espírito

Santo não é uma Pessoa com base em textos que metaforicamente descrevem sua

atividade

Que jamais venhamos a desprezar o Santo Espírito (1Ts5.19), pois Ele é o próprio

Deus (At5.3-4), a Terceira Hipóstase da Santíssima Trindade (Mt28.19). Reconhecer o

Santo Espírito como Pessoa é muito importante, pois isso te ajudará a encará-lo não

como uma mera influência, mas como um Amigo íntimo que quer se relacionar contigo

e deseja que você tenha ter comunhão com Ele (2Corintios13.13ou14). Por isso, este

devemos considerar a personalidade do Espírito Santo uma doutrina essencial para o

nosso relacionamento com Deus.

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DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

Para alguns o Espírito Santo é Deus, para outros ele é uma força ativa. E para a

Bíblia? É muito importante conhecer a verdade sobre o Espírito

Santo (Jo8.32). Pois se ele não é Deus, e ensinamos o contrário, fazemo-nos

idólatras. Agora se Ele é Deus e negamos isso, quão terrível é diminuir a glória e a

majestade de um Ser divino (Rm1.25). Vejamos o que nos ensina o LivroSagrado:

· A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO= Na Bíblia o Santo Espírito chama-se a Si

mesmo pelo pronome pessoal “eu” (At10.19-20), pois Ele é uma Pessoa que, possui

vontade (1Co2.11), sentimentos (Ef4.30). pratica ações (Jo16.13) e fala (At21.11), e em

nenhum desses casos o contexto indica tratar-se de personificação. A Palavra de Deus

diz que o Espírito santo tem força e não que ele é uma força impessoal (Mq3.8;

Rm15.13). Em Mateus 28.19 vemos a expressão: “em nome do Pai, do Filho e do

Espírito Santo”, quão estranho seria ler: “em nome do Pai (que é uma Pessoa), do

Filho (que é uma Pessoa) e do espírito santo (ah! ; esse não é uma Pessoa)”. Jesus

coloca Pai, Filho e Espírito num patamar de tamanha igualdade, que um ser desprovido

de divindade tornaria o texto incoerente, imagine ler “em nome do Pai, do Filho, e do

anjo Gabriel”, leiamos agora segundo o que propõe o impessoalismo: “em nome do

Pai, do Filho e da ‘força’” – Estranho, não? É evidente que se o Pai (Fp2.11) e o Filho

são Deus (Is9.6; 1Jo5.20; CL2.9; Jo20.28), o Espírito Santo também o é. Por falta de

argumentos, os unitaristas amam negar o que evidenciam TODOS os manuscritos do

Novo Testamento. Ora já virou moda no unitarismo negar o que o texto bíblico diz.

Quando se encontra um texto trinitariano, por falta de argumentos alegam "O texto foi

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adulterado pela Igreja Católica". Mas todos os manuscritos gregos existentes dessa

passagem possuem a fórmula trinitária, e até antitrinitários tem defendido que esse texto

não foi adulterado (veja:

https://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2014/08/03/mateus-2819-

batizando-as-em-o-nome-do-pai-e-do-filho-e-do-espirito-santo-inspirado-por-deus-ou-

adulteracao-posterior/), Alguns

argumentos que o Espírito Santo não pode ser uma Pessoa porque o termo usado para se

referir a ele em hebraico (ruach) e grego (pneuma) significam etimologicamente

"sopro", "vento", e não uma entidade pessoal. Mas eles cometem uma falácia

etimológica: "Uma falácia etimológica é assumir que a origem de uma palavra é o seu

Pessoa, nunca leram João 4.24: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o

adorem em espírito e em verdade."

· DEUS ESPÍRITO= De acordo com a Bíblia, o “Espírito de Jeová” é o

próprio “Jeová” (2Co3.17-18), dizer que “o Deus de Israel falou” e “o Espírito Santo

falou” é a mesma coisa (2Sm23.2-3), também, não há diferença entre “mentir para o

Espírito Santo” e “mentir para Deus” (At5.3-4), quando o Espírito Santo deixa a vida

de uma pessoa, significa que Jeová se retirou dela (Jz15.14; 16.20; SL 51.11). A Bíblia

mostra que “a voz de Jeová” é o que o Espírito Santo fala (Is6.8-10; At28.25-27), e nas

Escrituras “resistir ao Espírito Santo” é o mesmo que “resistir a Jeová

Deus” (2Rs17.14; At7.51). Ao citar o que foi dito por Deus em Salmos 95.7-11. o

escritor aos hebreus declara: “diz o Espírito Santo” (Hb3.7-11). Está claro que o

Espírito Santo não é só uma parte de Deus, Ele é o próprio Jeová em toda a Sua

plenitude. Poderiam tais declarações se referir a uma mera força ativa?

textual. Será que os que pensam que ruach e pneuma não podem se referir a uma

um grande conhecimento de hebraico e grego, mas acabam por falhar na hermenêutica

de uma palavra é o seu verdadeiro significado). "(O PEREGRINO). Alguns esbanjam

falácia etimológica às vezes é chamada de “falácia da raiz”, que diz que a raiz [origem]

real significado. Não, o verdadeiro significado de uma palavra é o seu uso atual.(A

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· ESPÍRITO TRIONI= O Espírito Santo é Onipotente, Onipresente e Onisciente,

atributos exclusivos da divindade (Jr10.6; Is43.10; Dt32.39; 1Rs8.39). Ele sabe todas as

coisas (Is40.12-15), até mesmo o que pensamos (Ez11.5). O Espírito examina nossos

corações (Rm8.27) e conhece os mais profundos pensamentos de Deus (1Co2.10-11) e

o futuro não é mistério para Ele (1Tm4.1). Sua presença enche todo o

Universo (SL139.7-12) e com Seu poder onipotente foi capaz de transferir a vida do

perfeito Filho de Deus para o ventre da virgem Maria (Mt1.20; Lc1.35).O Espírito

Santo é Eterno (Hb9.14), o Criador (SL104.30; Jó26.13; 33.4) e a Fonte da

Vida (Rm8.2). Podem tais atributos pertencer a uma mera energia impessoal?

· TERCEIRA HIPÓSTASE DA TRINDADE= Pai Filho e Espírito Santo estão

estreitamente interligados nas páginas das Escrituras (1Co12.4-6; 2Co13.13ou14; Ef4.4-

6; 1Pe1.2; Jd.20-21). Na Bíblia “Espírito de Deus” e “Espírito de Cristo” são termos

equivalentes (Rm8.9).No Batismo de Jesus o Espírito Santo posou sobre o Cristo e o Pai

bradou do céu, revelando uma Trindade distintiva (Mc1.10-12). Textos que mostram o

Espírito Santo como o enviado do Pai e do Filho (Jo14.16.17.26;16.7-15), e o fato do

Espírito de Deus orar por nós (Rm8.26), deixam claro que o Espírito Santo não é o Pai,

nem o Filho, mas uma Hipóstase distinta deles.

O Espírito Santo não é um mero sentimento, um estado de êxtase ou uma energia positiva que emana de Jeová. Ao Santo Espírito devem ser atribuídas a majestade, a glória e a adoração dignas de uma deidade. Ele é o Todo-poderoso. O Espírito de Deus é uma Pessoa Maravilhosa, nosso Guia, nosso Amigo (Jo14. 26), Aquele que

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mora nos nossos corações (1Co3.16). Reverenciarás o Grandioso Espírito Santo, ou diminuirás a divindade de um Ser que é Deus no mais pleno sentido da palavra (1Ts5.19)?

54

ATOS 5.3-4

"Então, Pedro disse: “Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mintas ao Espírito Santo e retenhas uma parte do preço da propriedade? Ficando como estava, não permaneceria tua? E vendendo-a, o dinheiro não ficaria teu? Como pôde tal coisa passar por tua cabeça? Nãoé a homens que mentiste, mas a Deus”.

Atos 5:3-4

Esse texto indica a divindade do Espírito Santo. Ao encontrar um termo aplicado a dois

seres diferentes nem sempre devemos ser levados a uma conclusão de identidade. Mas

examinemos mais de perto o Espírito Santo em Atos. Mentir para o Espírito e mentir para

Deus, pois o Santo Espírito é o Representante de Deus.

Quanto trabalho os Líderes TJs devem ter para sustentar essa mentira. Mas, mais

uma vez o malabarismo de textos bíblcos é aplicado. Eles dizem que o espírito é de

Deus, vindo Dele, então foi ao final das contas a Deus que eles mentiram.

Como algo pode representar ativamente alguém? Sei que varias coisas

inanimadas representam a Deus. Batismo, Santa Ceia e a própria Bíblia. Mas a

forma que desonramos e honramos essas coisas são por sí mesmas reveladas. Elas

representam algo. Não é possível relacionarmos com essas coisas de forma ativa,

mas apenas representativas. Outro motivo que mostra que a comparação é

insuficiente, é que a mentira por sí exige uma 'vítima'. Não é possível mentir para

algo porque a mentira só é emitida para pessoas. Mentir é omitir a verdade para

alguém que quer saber, ou que tenha direito de saber, a verdade. Sendo o Espírito

Santo uma pessoa, tal como era Pedro (o representante do Espírito naquele

momento), foi ofendido pela mentira. – Luciano Senna

A personalidade do Espírito Santo é clara no livro de Atos:” E, servindo eles ao Senhor, e

jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os

55

tenho chamado”.Atos 13:2. “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos

impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias” Atos 15:28. Evidentemente que

esses textos tratam de relações interpessoais reais, e não de meras personificações. Se pode

facilmente perceber que expressões “derramar”, “encher” e “ungir” são necessariamente

figuradas quando aplicadas ao Espírito Santo. Ora, nem se crêssemos em sua

impessoalidade poderíamos literalizar essas expressões, e assim são injustos aqueles que

recorrem a essas expressões para despersonalizar o Santo Espírito. Por outro lado insistir

que em Atos, numa narrativa histórica de inter-relação pessoal clara, devemos tomar o

Espírito como personificado, é no mínimo absurdo. Aqueles que insistem que o Espírito é

uma força ativa, não deixam clara o que é isso. É algo externo ou interno a Deus? Deve ser

concebido como distinto a Ele? É impressionante como a Torre de Vigia atribui

Onipresença a essa força ativa, mas a nega a Jeová: “a força ativa de Jeová, ou seu

espírito santo, pode estar em todos os lugares” (http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-

t/2011572?q=onipresen%C3%A7a&p=par).

Em Atos se estabelece um contraste, a mentira de Ananias e Safira não se direciona a

homens que representam a divindade, mas a própria divindade. Ao fazer um contraste

entre homens e Espírito, não se deve pensar que Pedro queria dizer “vocês não mentiram a

PESSOAS que representam a Deus, mas sim a uma COISA que representa a Deus”, mas

sim que “vocês não mentiram a representantes humanos de Deus, mas a seu Representante

divino”. A mentira contra o Espírito só pode ser colocada como o verdadeiro foco, pois o

modo como o Espírito representa a Deus é mais do que uma coisa ou um homem poderia

fazer. O Espírito representa a divindade pois Ele é a imagem exata de Jeová: “Ora, Jeová

é o Espírito, e onde está o Espírito de Jeová, ali há liberdade. E todos nós, ao passo que

com o rosto descoberto refletimos como um espelho a glória de Jeová, somos

transformados nessa mesma imagem, com mais e mais glória, exatamente como Jeová, o

Espírito, o faz. ” (2Co3.17-18). Deus é o Santo Espírito. Assim em Atos não temos

56

,

simplesmente duas expressões equivalentes que não podem ser reduzidas ao mesmo Ser,

mas sim Um paralelismo sinônimo direto. O livro de Atos é claro em apresentar o

Espírito Santo como um Ser Pessoal:

Atos 1:16 – “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu

anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam

Jesus.”

Atos 20:28 – “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu

bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.”

Atos 21:11 – “E, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e

mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto

e o entregarão nas mãos dos gentios.”

Atos 28:25 – “E, havendo discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo estas palavras:

Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse.”

Atos 13:2 – “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora,

Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”

Atos 15:28 – “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas

coisas essenciais”

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ESPÍRITO DE DEUS E ESPÍRITO HUMANO

Alguns tem argumentado que o termo Espírito Santo é empregado no mesmo sentido que

espírito é empregado quando se refere aos seres humanos. Refletindo esse pensamento um

texto da Família Israelita argumenta “O fato de alguns versos atribuírem ao “espírito”

adjetivos e ações típicas de um ser pessoal não significa que o “espírito” seja um ser

pessoal da mesma forma que o Pai e o Filho. O “espírito” do homem também tem ações

pessoais e isso o torna uma Pessoa? Claro que NÃO!”

(http://cidy.org/arquivos/folhetos/Quem%20%C3%A9%20o%20Esp%C3%ADrito%20Santo

.pdf). Esses argumentos confundem antropologia humana com ontologia divina. Deus não é

homem (cf. Nm23.19) e por isso não podemos igualar Sua natureza à nossa. Geralmente o

texto citado para defender essa ideia é 1 Coríntios 2.11: ʺO espírito do homem não sabe as

coisas do homem? Pois assim também o Espírito de Deus conhece as coisas de Deusʺ. Mas

aqui temos uma comparação de função e não de natureza. Assim como o espírito do

homem sabe as coisas do homem, o Espírito de Deus sabe as coisas de Deus, mas não se

deve concluir daí uma igualdade de natureza, mas sim de função. Enquanto a expressão

“espírito do hoeme” pode ocorrer como sinônimo de “mente do homem”, o Espírito de Deus

é apresentado como tendo uma mente (Rm8.27). Se o Espírito de Deus fosse idêntico ao

espírito do homem, o Eterno Pai estaria na mesma condição de pobres mortais ʺcujo fôlego

está no seu narizʺ (Isa. 2:22). Isso indica claramente o absurdo de comparar a natureza do

eterno Espírito de Deus com a fragilidade do espírito do homem. Naturalmente, isso seria

inconcebível. O profeta Isaías, citado por Paulo em 1Cor. 2:16, disse no capítulo

40:13,18,25: ʺQuem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como Seu conselheiro, o ensinou?ʺ

Logo a seguir, ele pergunta: ʺCom quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante

confrontareis com Ele? (porventura a um ídolo? – vs. 19‑20; ou ao ʺ espírito do homemʺ ?

[tirando o texto de 1Cor. 2:11 fora de contexto])ʺ. E Deus Se une ao profeta e diz em termos

pessoais: ʺA quem, pois, Me comparareis para que Eu lhe seja igual? — diz o (Espírito)

58

Santoʺ 17 (itálicos e parêntesis acrescentados). A resposta é óbvia. O que mais podemos

entender de nosso texto inicial? Note que a resposta da segunda cláusula ainda não foi

completada. A palavra ʺninguémʺ ainda não foi considerada; mas como diz o Dicionário,

ʺninguémʺ significa ʺnenhuma pessoaʺ 18 . À luz do que foi dito, podemos chegar à seguinte

resposta conclusiva. Lembrando que nossa pergunta é: ʺQual dos deuses conhece as coisas

de Deus?ʺ A resposta lógica é: ʺNinguémʺ 19 (nenhuma pessoa) conhece as coisas de Deus,

senão a Pessoa 20 do Espírito de Deus” (Roberto Biagini). Para continuar defendendo uma

igualdade ontológica entre o espírito humano e o Espírito divino, o Espírito Santo seria um

elemento de Deus, mas Deus é Espírito Indivisível, sem partes, sem componentes, sem

elementos. Uno (Jo4.23). Não se deve confundir a natureza humana com a divina, elas são

totalmente diferentes ontologicamente. Em Mateus 28.19 lemos “em nome do Pai, Filho e

Espírito Santo”, seria absurdo entender “Em nome do Pai (pessoa), do Filho (pessoa) e do

Espírito Santo (mente do Pai)”, ou para aqueles que não estabelecem uma distinção

hipostática entre Pai e Espírito: “em nome do Pai, do Filho e do Pai”

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POR QUE O E.S. NÃO FOI MENCIONADO EM MT24.36?

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.” (Mateus 24:36). O Filho não sabia a data do Seu retorno enquanto Homem. Devemos entender esse texto

como uma referência a mente humana de Jesus. O versículo seguinte diz: “E, como foi nos

dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.” (v.37). Assim o texto deve

ser entendido como se referindo a natureza humana de Jesus. Mas por que o Espírito não é

mencionado? Certamente soaria confuso aos discípulos que ainda não tinham uma

compreensão clara do Espírito Santo, se Cristo dissesse “só o Pai e o Espírito Santo sabem”.

O Consolador ainda não havia sido enviado, Lembremos do que Jesus disse: Ainda tenho

muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora - João 16:12. Quando Cristo fala

que só o Pai, sabe o dia da sua vinda, deve se incluir aí o Espírito (1Co2.11), pois embora o

Pai e o Espírito sejam hipostaticamente distintos, compartilham da mesma essência a que se

atribui Onisciência. Devido a unidade essencial da Trindade, o Pai está todo inteiro no Filho

e todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai e todo inteiro no Espírito e o

Espírito está todo inteiro no Pai e todo inteiro no Filho (cf. Cl2.9; Rm8.9). Não se deve

confundir essa unidade essencial com Unicismo, pois há uma distinção real entre as

Subsistências da Trindade.

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CONCLUSÃO

Diante de todo o embasamento bíblico aqui apresentado fica posto que:

“A fé bíblica consiste em adorar um só Deus em três hipóstases e três hipóstases em um

só Deus, sem confundir as hipóstases, nem separar as substâncias. Porque uma é a

Hipóstase do Pai, outra a do Filho e outra a do Espírito Santo. Mas uma só é a divindade

do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Sua glória é igual, coeterna sua majestade. Tal

como o Pai, assim é o Filho e o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho é incriado e o

Espírito Santo é incriado. O Pai é imenso, o Filho é imenso e o Espírito Santo é imenso.

Da mesma maneira o Pai é Eterno, o Filho é Eterno e o Espírito Santo é Eterno. E,

todavia, não são três eternos, senão um só Eterno, assim como não são três incriados,

mas um só Incriado, um só imenso. Da mesma maneira o Pai é Deus, o Filho é Deus e o

Espírito Santo é Deus. E, todavia, não são três deuses, mas um só Deus. Assim, o Pai é

Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito é Senhor. E, todavia, não são três senhores, mas um

só Senhor. Não há, pois, senão, um só Pai, e não três pais; um só Filho, e não três

Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos. E nessa Trindade, não há mais

antigo, nem menos antigos, nem maior, nem menor, mas os Três são coeternos e iguais.

De modo que adoramos a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade.”

REFERÊNCIAS CITADAS DE MODO INFORMAL AO LONGO DOTEXTO

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