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MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Série A. Normas e Manuais Técnicos Brasília – DF 2006 Saúde do Trabalhador Protocolos de Complexidade Diferenciada 3 Exposição a Materiais Biológicos

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Atenção à Saúde

Departamento de Ações Programáticas Estratégicas

Série A. Normas e Manuais Técnicos

Brasília – DF

2006

Saúde do Trabalhador

Protocolos de Complexidade Diferenciada 3

Exposição aMateriais Biológicos

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Ficha Catalográfi ca

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.

Exposição a materiais biológicos / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Depar-tamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2006.

76 p.:il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Saúde do Trabalhador ; 3. Protocolos de Complexidade Diferenciada)

ISBN 85-334-1142-1

1. Saúde ocupacional. 2. Doenças ocupacionais. 3. Cuidados médicos. I. Título. II. Série.

NLM WA 400-495

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2006/0441

Títulos para indexação:

Em inglês: Exposition to Biological Materials

Em espanhol: Exposición a los Materiales Biológicos

EDITORA MS

Documentação e Informação

SIA, trecho 4, lotes 540/610

CEP: 71200-040, Brasília – DF

Tels.: (61) 3233-1774/2020

Fax: (61) 3233-9558

E-mail: [email protected]

Home page: http://www.saude.gov.br/editora

Equipe Editorial:

Normalização: Karla Gentil

Revisão: Vania Lucas e Daniele Thiebaut

Capa, projeto gráfi co e diagramação: Fabiano Bastos

© 2006 Ministério da Saúde.

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução

parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e

que não seja para venda ou qualquer fi m comercial.

A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e

imagens desta obra é da área técnica.

A coleção institucional do Ministério da Saúde pode

ser acessada na íntegra na Biblioteca Virtual em Saú-

de do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.

br/bvs

O conteúdo desta e de outras obras da Editora do

Ministério da Saúde pode ser acessado na página:

http://www.saude.gov.br/editora

Série A. Normas e Manuais Técnicos

Tiragem: 1.ª edição – 2006 –10.000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Atenção à Saúde

Departamento de Ações Programáticas Estratégicas

Área Técnica de Saúde do Trabalhador

Esplanada dos Ministérios, bloco G, Edifício Sede,

sala 603

70058-900, Brasília – DF

Tel.: (61) 3315-2610

Fax.: (61)3226-6406

E-mail: [email protected]

Home page: http://www.saude.gov.br/trabalhador

Texto:

Damásio Macedo Trindade

Álvaro Roberto Crespo Merlo

Dvora Joveleviths

Maria Cecília Verçoza Viana

Vinícius Guterres de Carvalho

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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SUMÁRIO

1 Introdução, 5

2 Escopo, 6

2.1 Doença e condição, 6

2.2 Tipo de protocolo , 6

2.3 Público-Alvo, 6

2.4 Objetivo, 6

3 Epidemiologia, 7

4 Metodologia, 9

4.1 Métodos utilizados para a coleta e seleção das evidências, 9

4.2 Documentos base, 9

4.3 Métodos para elaboração e validação do protocolo, 10

5 Recomendações, 11

5.1 Condutas após o acidente, 11

5.1.1 Cuidados com a área exposta, 11

5.1.2 Avaliação do acidente, 11

5.1.3 Orientações e aconselhamento ao acidentado, 12

5.1.4 Notificação do acidente (CAT/Sinan), 12

5.2 Avaliação da exposição no acidente com material biológico, 12

5.2.1 Quanto ao tipo de exposição, 13

5.2.2 Quanto ao tipo de fluido e tecido, 13

5.2.3 Status sorológico da fonte (origem do acidente), 15

5.2.4 Status sorológico do acidentado, 15

5.3 Manejo frente ao acidente com material biológico, 18

5.3.1 Condutas frente ao acidente com exposição ao HIV, 18

5.3.2 Condutas frente ao acidente com exposição ao HBV, 21

5.3.3 Condutas frente ao acidente com exposição ao HCV, 25

5.3.4 Condutas frente ao acidente com exposição

ao HDV (Região Amazônica), 26

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5.4 Condutas frente à co-infecção, 27

5.5 Prevenção, 27

5.5.1 Medidas preventivas e gerenciais, 27

5.5.2 Capacitação e educação em saúde, 28

5.5.3 Controle médico e registro de agravos, 29

5.5.4 Vigilância, 30

5.6 Registros, 30

6 Fluxogramas, 38

7 Implementação das rotinas assistenciais ao HIV, HBC e HCV, 46

7.1 Consultas previstas para atendimento de um acidente

com exposição a material biológico, 46

7.2 Recursos laboratoriais necessários ao atendimento de

acidentes com exposição a material biológico, 46

7.3 Rotinas de investigação laboratorial, 47

7.4 Esquema básico e ampliado de profilaxia

pós-exposição (PPE) ao HIV, 48

Referências bibliográficas, 50

Anexos, 57

Anexo A – Avaliação laboratorial nas exposições

a material biológico , 57

Anexo B – Termos de consentimento, 60

Anexo C – Medicamentos, 65

Anexo D – Hepatite delta, 70

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1 INTRODUÇÃO

Este instrumento permite o atendimento aos profissionais que sofram

exposição a material biológico com risco de soroconversão (HIV, HBV

e HCV), estabelecendo conduta de atendimento inicial, orientação e

seguimento dos trabalhadores acidentados, uso de quimioprofilaxia e

notificação de casos.

Além disto, aponta alguns parâmetros que devem ser considerados pe-

los serviços de saúde que irão prestar este tipo de atendimento:

1) Avaliar a capacidade de atendimento (ex.: pessoal treinado,

exames laboratoriais) da Unidade Básica de Saúde, em cada re-

gião, e a retaguarda de atendimento das unidades de atenção

secundária (ex.: especialistas em infectologia e/ou hepatites).

2) Estabelecer medidas de avaliação e orientação ao acidentado,

orientar as ações imediatas de investigação da fonte (se co-

nhecida) e do próprio acidentado.

3) Oferecer condições de atendimento imediato na profilaxia

para vírus da hepatite B e quimioprofilaxia para o vírus da

imunodeficiência humana.

4) Manter o seguimento dos acidentados com risco de sorocon-

versão por, no mínimo, seis meses.

5) Organizar um modelo de atendimento, privilegiando o aco-

lhimento do paciente e a responsabilidade de orientação jun-

to à comunidade e ao ambiente de trabalho.

6) Manter o Sistema de Notificação e Registro permanentemen-

te atualizado no Ministério da Saúde com vistas a permitir

ações de vigilância em saúde do trabalhador.

Em seguimento, estabeleceram-se fluxos de atendimento ao acidentado

e fonte, que remetem para as rotinas apresentadas neste protocolo.

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2 ESCOPO

2.1 Doença e condição

Exposição a material biológico – sangue, fluidos orgânicos potencial-

mente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, lí-

quido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico), fluidos orgânicos

potencialmente não-infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva),

exceto se contaminado com sangue.

2.2 Tipo de protocolo

Diagnóstico, tratamento e prevenção da exposição ocupacional ao

material biológico, restrito à transmissão do vírus da imunodeficiên-

cia humana (HIV), do vírus da hepatite B (HBV) e do vírus da hepati-

te C (HCV).

2.3 Público-Alvo

Todos os profissionais e trabalhadores que atuam, direta ou indireta-

mente, em atividades onde há risco de exposição ao sangue e a outros

materiais biológicos, incluindo aqueles profissionais que prestam assis-

tência domiciliar e atendimento pré-hospitalar (ex. bombeiros, socor-

ristas, etc.).

2.4 Objetivo

Estabelecer sistemática de atendimento nos diferentes níveis de com-

plexidade que permita diagnóstico, condutas, medidas preventivas

e notificação da exposição a material biológico, prioritariamente na

transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV), do vírus da

hepatite B (HBV) e do vírus da hepatite C (HCV).

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3 EPIDEMIOLOGIA

As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente

contaminados são um sério risco aos profissionais em seus locais de

trabalho. Estudos desenvolvidos nesta área mostram que os acidentes

envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às expo-

sições mais freqüentemente relatadas (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999;

ASSOCIATION FOR PROFESSIONALS IN INFECTION CONTROL AND

EPIDEMIOLOGY, 1998; CARDO et al., 1997; BELL, 1997; HENRY; CAM-

PBELL; 1995; CANINI et al., 2002; JOVELEVITHS; SCHNEIDER, 1996).

Os ferimentos com agulhas e material perfurocortante, em geral, são

considerados extremamente perigosos por serem potencialmente ca-

pazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes (COLLINS;

KENNEDY,1987), sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV),

o da hepatite B e o da hepatite C, os agentes infecciosos mais comu-

mente envolvidos (BELTRAMI et al., 2000; ASSOCIATION FOR PRO-

FESSIONALS IN INFECTION CONTROL AND EPIDEMIOLOGY, 1998;

WERNER; GRADY, 1982; HENRY; CAMPBELL, 1995).

Evitar o acidente por exposição ocupacional é o principal caminho

para prevenir a transmissão dos vírus das hepatites B e C e do vírus

HIV. Entretanto, a imunização contra hepatite B e o atendimento ade-

quado pós-exposição são componentes fundamentais para um pro-

grama completo de prevenção dessas infecções e elementos importan-

tes para a segurança no trabalho (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004;

WERNER, GRADY, 1982; RISCHITELLI et al., 2001; BRASIL, 2003; JOVE-

LEVITHS et al., 1998; JOVELEVITHS et al., 1999).

O risco ocupacional após exposições a materiais biológicos é variável

e depende do tipo de acidente e de outros fatores, como gravidade,

tamanho da lesão, presença e volume de sangue envolvido, além das

condições clínicas do paciente-fonte e uso correto da profilaxia pós-

exposição (CARDO et al., 1997).

O risco de infecção por HIV pós-exposição ocupacional percutânea

com sangue contaminado é de aproximadamente 0,3% (CARDO et

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al., 1997; BELL, 1997) e, após exposição de mucosa, aproximadamente

0,09% (CARDO et al., 1997). No caso de exposição ocupacional ao ví-

rus da hepatite B (HBV), o risco de infecção varia de seis a 30%, poden-

do chegar até a 60%, dependendo do estado do paciente-fonte, entre

outros fatores (WERNER; GRADY, 1982; BRASIL, 2003).

Quanto ao vírus da hepatite C (HCV), o risco de transmissão ocupa-

cional após um acidente percutâneo com paciente-fonte HCV positivo

é de aproximadamente 1,8% (variando de 0 a 7%) (RAPPARINI; VITÓ-

RIA; LARA, 2004; RISCHITELLI et al., 2001; HENDERSON, 2003).

Apesar de todos estes riscos, a falta de registro e notificação destes

acidentes é um fato concreto. Alguns trabalhos demonstram aproxi-

madamente 50% de sub-notificação das exposições (HENRY; CAMP-

BELL, 1995) de um conjunto estimado em aproximadamente 600 mil

a 800 mil exposições ocupacionais, anualmente, nos Estados Unidos

(NATIONAL INSTITUTE FOR OCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH,

1999). Mais recentemente, esta estimativa foi reavaliada e se mostrou

ser da ordem aproximada de 385 mil acidentes percutâneos por ano

(PANILILIO et al., 2004).

No Brasil, de acordo com dados publicados em anais de congressos, o

cenário dos acidentes ocupacionais envolvendo material biológico é

semelhante aos observados em outros países, quando comparamos a

incidência de acidentes e de sub-notificação (SANTOS; MONTEIRO;

RUIZ, 2002; DESTRA et al., 2002; NEVES; SOUZA, 1996; MARINO et al.,

2001; CANINI et al., 2002).

Outro dado nacional preocupante está relacionado à taxa de abando-

no do tratamento dos profissionais que, inicialmente, procuraram as-

sistência e notificaram seus acidentes. Um levantamento de um hospi-

tal público de ensino de São Paulo, aponta para uma taxa de abando-

no de 45% em 326 acidentes notificados (GIRIANELLI; RIETRA, 2002);

já em um hospital público de ensino em Porto Alegre, esta taxa foi de

36% em 241 acidentes notificados (CARVALHO et al., 2002).

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4 METODOLOGIA

4.1 Métodos utilizados para a coleta e seleção das evidências

Pesquisa em bases de dados eletrônicas (BVS-Bireme; PubMED; Sum

Search; National Guideline Clearinghouse; Cochrane Library; Guideli-

nes Finder).

4.2 Documentos base

CAVALCANTE, N. J. F. ; MONTEIRO, A. L. C.; BARBIERI, D. D. Biossegu-

rança : atualidades em DST/AIDS. 2. ed. rev. amp. São Paulo: Secreta-

ria da Saúde do Estado de São Paulo, Programa Estadual de DST/AIDS,

2003. Disponível em: <http://www.crt.saude.sp.gov.br/down/Biose-

guranca.pdf>.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Updated U.S.

Public Health Service. Guidelines for the management of occupational

exposures to HBV, HCV, and HIV and recommendations for postexpo-

sure prophylaxis. MMWR, Atlanta, v. 50, n. RR 11, 2001. Disponível em:

<http://www.cdc.gov/mmwr/PDF/RR/RR5011.pdf>.

COMMON WEALTH OF AUSTRALIA. National code of pratice for the

control of work-related exposure to hepatitis and HIV(Blood-borne) viru-

ses [NOHSC:2010(2003)]. 2nd ed. Australia: [s.n.], 2003. Disponível em:

<http://www.nohsc.gov.au/PDF/Standards/Codes/HIV_2Ed_2003.

pdf>.

DEPARTMENT OF HEALTH. HIV post-exposure prophylaxis: guidance

from the UK chief medical officers’ expert advisory group on AIDS. Lon-

don: [s.n.], 2004. Disponível em: <http://www.advisorybodies.doh.

gov.uk/eaga/prophylaxisguidancefeb04.pdf>.

RAPPARINI, C.; VITÓRIA, M. A. V.; LARA, L. T. R. Recomendações para

o atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a mate-

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rial biológico : HIV e Hepatites B e C. Brasília: Ministério da Saúde - Pro-

grama Nacional de DST/AIDS, 2004. Disponível em: <http://www.aids.

gov.br/final/biblioteca/manual_exposicao/manual_acidentes.doc>.

4.3 Métodos para elaboração e validação do protocolo

Consulta Pública, encerrada em 28 de fevereiro de 2005.

Formação de equipe técnica composta por profissionais experientes

no manejo de acidentes com exposição a material biológico.

Encontros semanais para construção do Protocolo.

Revisão de documentos indexados, organização e estruturação de

base preliminar, consulta aos experts, consulta pública, testagem pilo-

to e curso de capacitação da Comissão de Biossegurança do Ministé-

rio da Saúde.

Encontro no Rio de Janeiro em 8 de novembro de 2004.

Utilização do mesmo pela rede pública.

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5 RECOMENDAÇÕES

5.1 Condutas após o acidente

5.1.1 Cuidados com a área exposta (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999;

RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; TRINDADE; COSTA, 2004; MO-

RAN, 2000; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION,

2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT

OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN;

HAWK; STERLING, 2001)

• Lavagem do local exposto com água e sabão nos casos de

exposição percutânea ou cutânea.

• Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamen-

te com água ou solução salina fisiológica.

• Não há evidência de que o uso de antissépticos ou a expres-

são do local do ferimento reduzam o risco de transmissão,

entretanto, o uso de antisséptico não é contra-indicado.

• Não devem ser realizados procedimentos que aumentem

a área exposta, tais como cortes e injeções locais. A utili-

zação de soluções irritantes (éter, glutaraldeído, hipoclo-

rito de sódio) também está contra-indicada.

5.1.2 Avaliação do acidente (MONTEIRO; RUIZ; PAZ, 1999; RA-

PPARINI; VITÓRIA; LARA, 2004; TRINDADE; COSTA, 2004; MO-

RAN, 2000; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION,

2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT

OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN;

HAWK; STERLING, 2001; SHERER; AGINS; TETER, 2004)

• Estabelecer o material biológico envolvido: sangue, flui-

dos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secre-

ção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peri-

toneal, pericárdico e amniótico), fluidos orgânicos po-

tencialmente não-infectantes (suor, lágrima, fezes, urina

e saliva), exceto se contaminado com sangue.

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• Tipo de acidente: perfurocortante, contato com muco-

sa, contato com pele com solução de continuidade.

• Conhecimento da fonte: fonte comprovadamente infec-

tada ou exposta à situação de risco ou fonte com origem

fora do ambiente de trabalho.

• Fonte desconhecida.

5.1.3 Orientações e aconselhamento ao acidentado (CENTERS

FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2001; CAVALCAN-TE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; TAN; HAWK; STERLING, 2001; SHERER; AGINS; TETER, 2004).

• Com relação ao risco do acidente.

• Possível uso de quimioprofilaxia.

• Consentimento para realização de exames sorológicos.

• Comprometer o acidentado com seu acompanhamento

durante seis meses.

• Prevenção da transmissão secundária.

• Suporte emocional devido estresse pós-acidente.

• Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes

sintomas: linfoadenopatia, rash, dor de garganta, sinto-

mas de gripe (sugestivos de soroconversão aguda).

• Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas

em serviço.

5.1.4 Notificação do acidente (CAT/Sinan)

• Registro do acidente em CAT (Comunicação de Acidente

de Trabalho).

• Preenchimento da ficha de notificação do Sinan (Porta-

ria n.º 777) (BRASIL, 2004a).

5.2 Avaliação da exposição no acidente com material biológico

Deve ocorrer imediatamente após o acidente e, inicialmente, basear-se

em uma adequada anamnese do acidente, caracterização do paciente-

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fonte, análise do risco, notificação do acidente e orientação de manejo

e medidas de cuidado com o local exposto.

A exposição ocupacional a material biológico deve ser avaliada quanto

ao potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV com base nos seguin-

tes critérios:

• Tipo de exposição.

• Tipo e quantidade de fluido e tecido.

• Status sorológico da fonte.

• Status sorológico do acidentado.

• Susceptibilidade do profissional exposto.

5.2.1 Quanto ao tipo de exposição

As exposições ocupacionais podem ser:

Exposições percutâneas:

lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou cortantes (p.ex.

agulhas, bisturi, vidrarias).

Exposições em mucosas:

respingos em olhos, nariz, boca e genitália.

Exposições em pele não-íntegra:

por exemplo: contato com pele com dermatite, feridas abertas, mor-

deduras humanas consideradas como exposição de risco, quando en-

volverem a presença de sangue.

Nesses casos, tanto o indivíduo que provocou a lesão, quanto aquele

que foi lesado, devem ser avaliados.

5.2.2 Quanto ao tipo de fluido e tecido

Fluidos biológicos de risco:

Hepatite B e C: o sangue é fluido corpóreo que contém a concentração

mais alta de VHB e é o veículo de transmissão mais importante em esta-

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belecimentos de saúde. O HBsAg também é encontrado em vários outros

fluidos corpóreos incluindo: sêmen, secreção vaginal, leite materno, líqui-

do cefalorraquidiano, líquido sinovial, lavados nasofaríngeos, saliva e suor.

HIV: sangue, líquido orgânico contendo sangue visível e líquidos orgâ-

nicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor e lí-

quidos peritoneal, pleural, sinovial, pericárdico e aminiótico).

Materiais biológicos considerados potencialmente não-infectantes:

Hepatite B e C: escarro, suor, lágrima, urina e vômitos, exceto se tiver

sangue.

HIV: fezes, secreção nasal, saliva, escarro, suor, lágrima, urina e vômi-

tos, exceto se tiver sangue.

Quantidade de fluidos e tecidos:

As exposições de maior gravidade envolvem:

Maior volume de sangue:

Lesões profundas provocadas por material cortante.

Presença de sangue visível no instrumento.

Acidentes com agulhas previamente utilizadas em veia ou artéria de

paciente-fonte.

Acidentes com agulhas de grosso calibre.

Agulhas com lúmen.

Maior inoculação viral:

• Paciente-fonte com HIV/aids em estágio avançado.

• Infecção aguda pelo HIV.

• Situações com viremia elevada.

• Deve-se observar, no entanto, que há a possibilidade

de transmissão, mesmo quando a carga viral for baixa e

quando houver a presença de pequeno volume de san-

gue (BELL, 1997; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBER-

DING, 2003).

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5.2.3 Status sorológico da fonte (origem do acidente) (MONTEIRO;

RUIZ; PAZ, 1999; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVEN-

TION, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPART-

MENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003)

O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, he-

patite B e hepatite C, no momento da ocorrência do acidente. Somen-

te serão consideradas as informações disponíveis no prontuário sobre

resultados de exames laboratoriais, história clínica prévia e diagnóstico

de admissão se positivos para determinada infecção (HIV, HBV, HCV).

Quando a fonte é conhecida

• Caso a fonte seja conhecida mas sem informação de seu

status sorológico, é necessário orientar o profissional aci-

dentado sobre a importância da realização dos exames

HBsAg, Anti-HBc , Anti-HCV e Anti-HIV.

• Deve ser utilizado o teste rápido para HIV, sempre que

disponível, junto com os exames acima especificados.

• Caso haja recusa ou impossibilidade de realizar os testes,

considerar o diagnóstico médico, sintomas e história de

situação de risco para aquisição de HIV, HBC e HCV.

• Exames de detecção viral não são recomendados como

testes de triagem.

Quando a fonte é desconhecida

• Levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica

de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de infec-

ção naquela população, local onde o material perfuran-

te foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico, diálise),

procedimento ao qual ele esteve associado, presença ou

não de sangue, etc.

5.2.4 Status sorológico do acidentado

• Verificar realização de vacinação para hepatite B;

• Comprovação de imunidade através do Anti-HBs.

• Realizar sorologia do acidentado para HIV, HBV e HCV.

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17

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18

5.3 Manejo frente ao acidente com material biológico

5.3.1 Condutas frente ao acidente com exposição ao HIV (RAPPA-

RINI; VITÓRIA; LARA, 2004; CARDO et al., 1997; BELL, 1997; IPPO-

LITO; PURO; DE CARLI, 1993; HENRY; CAMPBELL, 1995; GERBER-

DING, 2003; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION,

2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DEPARTMENT

OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRALIA, 2003; SHE-

RER; AGINS; TETER, 2004)

Paciente-fonte HIV positivo

Um paciente-fonte é considerado infectado pelo HIV quando há do-

cumentação de exames Anti-HIV positivos ou o diagnóstico clínico de

aids (RISCHITELLI et al., 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI,

2003).

Conduta: análise do acidente e indicação de quimioprofilaxia anti-retro-

viral (ARV)/Profilaxia Pós-Exposição (PPE), conforme o fluxograma .

Paciente-fonte HIV negativo

Envolve a existência de documentação laboratorial disponível e re-

cente (até 60 dias para o HIV) ou no momento do acidente, através

do teste convencional ou do teste rápido. Não está indicada a qui-

mioprofilaxia anti-retroviral.

Paciente-fonte com situação sorológica desconhecida

Um paciente-fonte com situação sorológica desconhecida deve, sem-

pre que possível, ser testado para o vírus HIV, depois de obtido o seu

consentimento; deve-se colher também sorologias para HBV e HCV.

Paciente-fonte desconhecido

Na impossibilidade de se colher as sorologias do paciente-fonte ou de

não se conhecer o mesmo (p.ex., acidente com agulha encontrada no

lixo), recomenda-se a avaliação do risco de infecção pelo HIV, levando-

se em conta o tipo de exposição, dados clínicos e epidemiológicos.

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19

Indicação de Profilaxia Pós-Exposição (PPE)

Quando indicada, a PPE deverá ser iniciada o mais rápido possível,

idealmente, nas primeiras duas horas após o acidente. Estudos em

animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz quando iniciada

24 a 48 horas após a exposição. Recomenda-se que o prazo máximo,

para início de PPE, seja de até 72 horas após o acidente. A duração da

quimioprofilaxia é de 28 dias. Atualmente, existem diferentes medi-

camentos anti-retrovirais potencialmente úteis, embora nem todos

indicados para PPE, com atuações em diferentes fases do ciclo de re-

plicação viral do HIV.

Mulheres em idade fértil: oferecer o teste de gravidez para aquelas que

não sabem informar sobre a possibilidade de gestação em curso.

Nos casos em que se suspeita que o paciente-fonte apresenta resistên-

cia aos anti-retrovirais, iniciar a PPE com os anti-retrovirais habituais e

encaminhar o acidentado para um especialista.

Os esquemas preferenciais para PPE estabelecidos pelo Ministério da

Saúde são:

1) Básico – ZIDOVUDINA (AZT) + LAMIVUDINA (3TC) – Preferen-

cialmente combinados em um mesmo comprimido.

2) Expandido – AZT + 3TC + INDINAVIR OU NELFINAVIR.

Doses habitualmente utilizadas na infecção pelo HIV/aids devem ser

prescritas nos esquemas de PPE.

O esquema padrão de AZT (zidovudina) associado à 3TC (lamivudina)

está indicado para a maioria das exposições.

O uso habitual de AZT + 3TC está relacionado:

• ao fato destes medicamentos existirem combinados em

uma mesma cápsula e permitirem melhor adesão pela

facilidade do esquema posológico; ao efeito profiláti-

co da zidovudina descrito no estudo caso-controle em

profissionais de saúde e no Aids Clinical Trial Group 076

(prevenção da transmissão materno-fetal do HIV);

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20

• a lamivudina ser um dos inibidores de transcriptase re-

versa análogo de nucleosídeo (ITRN) com menor ocor-

rência de efeitos adversos.

Esquemas expandidos com acréscimo de um inibidor de protease (IP),

preferencialmente o nelfinavir ou o indinavir, devem ser cogitados em si-

tuações de alto risco e quando houver possibilidade de resistência viral.

O objetivo da quimioprofilaxia com os atuais esquemas combinados

de anti-retrovirais (dois ou três medicamentos) inclui não somente as-

pectos relacionados com a maior potência anti-retroviral, mas tam-

bém a uma maior cobertura contra vírus resistentes, já que um nú-

mero cada vez maior de pacientes faz uso de anti-retrovirais e a trans-

missão de vírus resistentes já foi demonstrada em diferentes situações.

Não existe, entretanto, nenhum dado que demonstre que a combina-

ção de drogas seja mais eficaz para profilaxia do que a zidovudina (ou

outros agentes) de forma isolada.

Para a escolha do esquema profilático em exposições envolvendo pa-

cientes-fonte infectados pelo HIV/aids, deve-se avaliar a história pré-

via e atual de uso dos anti-retrovirais e os parâmetros que possam su-

gerir a presença de vírus resistentes como o tratamento anti-retroviral

prolongado e a ocorrência, durante o tratamento, de progressão clíni-

ca, aumento de RNA viral, queda dos níveis de linfócitos CD4+ e falta

de resposta na troca do esquema medicamentoso.

Medicamentos anti-retrovirais diferentes do esquema padrão podem

ser indicados quando há suspeita de exposição a cepas virais resisten-

tes. Nestes casos, uma avaliação criteriosa deve ser feita por médicos

especialistas na área de infecção pelo HIV/aids. Como a resistência pro-

vavelmente afeta toda uma classe de anti-retrovirais é prudente incluir

uma droga de uma outra classe. Ressalta-se que a falta de um especia-

lista, no momento imediato do atendimento pós-exposição, não é ra-

zão suficiente para retardar o início da quimioprofilaxia. Nestes casos,

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21

recomenda-se o uso dos esquemas habituais (como AZT + 3TC + IP)

até que o profissional acidentado seja reavaliado quanto à adequação

da PPE, iniciada preferencialmente nas duas primeiras horas, dentro do

prazo ideal de até 72 horas após a exposição.

Na dúvida sobre o tipo de acidente, é melhor começar a profilaxia e

posteriormente reavaliar a manutenção ou mudança do tratamento.

O CDC, em 30 de setembro de 2005, atualizou as recomendações para

profilaxia pós-exposição ao material biológico, incluindo novos re-

gimes básicos e expandidos. O texto pode ser acessado no endereço

http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5409a1.htm

Prevenção à transmissão secundária:

Nos casos de exposição ao HIV, o profissional acidentado deve realizar

atividade sexual com proteção pelo período de seguimento, mas prin-

cipalmente nas primeiras seis a 12 semanas pós-exposição. Deve tam-

bém evitar: gravidez, doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos e sê-

men. O aleitamento materno deve ser interrompido.

5.3.2 Condutas frente ao acidente com exposição ao HBV (WER-

NER; GRADY, 1982; TRINDADE; COSTA, 2004; MORAN, 2000; RIS-

CHITELLI et al., 2001; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PRE-

VENTION, 2001; CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003; DE-

PARTMENT OF HEALTH, 2004; COMMONWEALTH OF AUSTRA-

LIA, 2003; BRASIL, 2003)

As recomendações vão depender do status sorológico do paciente-

fonte e dos níveis de Anti-HBs do profissional acidentado.

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22

SITUAÇÃO

VACINAL E

SOROLÓGICA

DO

PROFISSIONAL

DE SAÚDE

EXPOSTO

PACIENTE-FONTE

HBs Ag + ou

HBs Ag - e

Anti HBc Total +

HBs Ag -

HBs Ag

desconhecido

ou não testado

Não vacinada

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vacinação para

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Iniciar

vacinação para

hepatite B

Iniciar vacina-

ção para hepa-

tite B. Indicar

IGHAHB de-

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do acidente

Com vacinação

incompleta

IGHAHB +

completar

vacinação

Completar

vacinação

Completar

vacinação1

Previamente

vacinado-

Respondedor**

Com resposta

vacinal conheci-

da e adequada

Nenhum

tratamento

Nenhum

tratamento

Nenhum

tratamento

Não

respondedor

Sem resposta

vacinal após a 1.ª

série (três doses)

IGHAHB duas

doses**** ou

IGHAHB uma

dose e iniciar re-

vacinação

Completar 2.º

e s qu em a d e

vacinação

D e p e n d e n d o

do risco do aci-

dente, tratar

como se fosse

HBs Ag (+)

Não

respondedor

S em resp os -

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a 2.ª série (seis

doses)

IGHAHB duas

doses e/ou vaci-

na hiperanti-

gênica****

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tratamento

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hiperantigêni-

ca****

continua

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23

Nível de

anticorpos

desconhecido

Testar a pessoa

exposta para

Anti-HBs:

1) se adequa-

da**, nenhum

tratamento;

2) se inadequada,

*** IGHAHB uma

dose e vacinação

de reforço.

Testar a pessoa

exposta para

Anti-HBs:

1) se adequa-

da**, nenhum

tratamento;

2) se inadequa-

da, *** iniciar re-

vacinação

Testar a pessoa

exposta para

Anti-HBs:

1) se adequa-

da**, nenhum

tratamento;

2) se inadequa-

da, *** iniciar re-

vacinação

Adaptado de Brasil (2003).

HBs Ag, antígeno de superfície da hepatite B; IGHAHB, imunoglobulina para hepatite B; Anti-HBs, an-

ticorpos para o antígeno de superfície; Anti-HBc Total, anticorpos para o core do vírus da hepatite B.

*Dose de IGHAHB : 0,06/Kg IM.

**Respondedor é definido como a pessoa que tem nível adequado de anticorpos ANTI-HBs (>= 10 UI/L).

***Vacinação inadequada é definida como Anti-HBs < 10 UI/L.

****IGHAHB duas doses quando já foram realizados dois esquemas de vacinação completas, sem

imunização.

*****Vacina Hiperantigênica se disponível

• Profissionais que já tiveram hepatite B estão imunes à reinfecção e não necessitam de pro-

filaxia pós-exposição. Tanto a vacina quanto a imunoglobulina devem ser aplicadas dentro

do período de sete dias após o acidente, mas, idealmente, nas primeiras 24 horas após o

acidente.

1. Uso associado de imunoglobulina hiperimune contra hepatite B, está indicado se o pacien-

te-fonte tiver alto risco para infecção pelo HBV como: usuários de drogas injetáveis, pacien-

tes em programas de diálise, contatos domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg positi-

vo, homens que fazem sexo com homens, heterossexuais com vários parceiros e relações se-

xuais desprotegidas, história prévia de doenças sexualmente transmissíveis, pacientes pro-

venientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B, pacientes provenien-

tes de prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental.

2. IGHAHB (2x) = duas doses de imunoglobulina hiperimune para hepatite B com intervalo de

um mês entre as doses. Esta opção deve ser indicada para aqueles que já fizeram duas séries

de três doses da vacina mas não apresentaram resposta vacinal ou apresentarem alergia gra-

ve à vacina.

A dosagem de anticorpos, para verificação de imunidade passiva, após a

aplicação de IGHAHB, deve aguardar um período de três a seis meses.

Com o objetivo de excluir a possibilidade da fonte ou acidentado esta-

rem na janela imunológica de um quadro agudo ou em fase de conva-

lescença de hepatite B, quando o HBs Ag pode ser negativo, solicita-se

continuação

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24

também o Anti-HBc Total para o acidentado. Os acidentados cuja fon-

te for HBs Ag positiva, Anti-HBc Total positiva ou desconhecida e não

estiverem imunizados para hepatite B, devem entrar em protocolo de

seguimento realizando HBs Ag, três e seis meses após o acidente e as

demais condutas estabelecidas no quadro acima (RAPPARINI; VITÓ-

RIA; LARA, 2004; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVEN-

TION, 2001; BRASIL, 2003).

• A vacina atual para HBV é aplicada, na dosagem de 10 a

20 mcg/ml (conforme o fabricante), no esquema de três

doses, exclusivamente em deltóide, com intervalos de

zero, um e seis meses; o esquema de zero, um e dois me-

ses pode ser utilizado em situações em que a imuniza-

ção seja necessária, pois os anticorpos protetores são ob-

servados em quase todos os vacinados a partir do tercei-

ro mês. É esperado o desaparecimento do título de anti-

corpos ao longo do tempo, mas a imunidade está manti-

da. Cerca de 95% a 99% atingem níveis protetores de an-

ticorpos.

O uso de dosagem dupla de vacina 20 ou 40mcg/2ml (conforme o fa-

bricante) nos esquemas habituais, ou variantes desse, estão indicados

nos casos de trabalhadores com imunidade comprometida. Situações

individuais específicas (portadores de HIV, talassêmicos, politransfun-

didos, etc.) podem exigir a adoção de outros esquemas, cuja responsa-

bilidade é do serviço especializado que o acompanha. O volume a ser

administrado varia de acordo com o produtor, há produtos com 10

mcg e 20 mcg.

Após obter-se uma dosagem de Anti-HBs Ag >10 UI/l não estão indi-

cadas dosagens posteriores. As pessoas que fizeram um esquema vaci-

nal completo e não respondem à vacinação, ou seja, Anti-HBs < 10 UI/

L, devem receber uma dose de reforço, testar novamente o nível de anti-

corpos e, caso continuem não-respondedoras, devem receber mais duas

doses de vacina e após um a três meses realizar o Anti-HBs. Se ainda per-

sistirem não-respondedoras, são indicadas outras doses da vacina con-

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vencional ou a vacina “hiperantigênica” (ASSOCIATION FOR PROFES-

SIONALS IN INFECTION CONTROL AND EPIDEMIOLOGY, 1998).

Não há nenhuma restrição quanto às atividades laborais, para as pes-

soas que não responderam à vacinação para hepatite B. No entanto,

caso sofram acidente com material biológico, elas devem procurar o

serviço médico de referência com a maior brevidade para avaliar a ne-

cessidade de profilaxia pós-exposição. As pessoas que trabalham nos

centros de hemodiálise e que são não-respondedoras devem realizar

Anti-HBc e HBs Ag a cada seis meses.

Atualmente existe a vacina “hiperantigênica” para não-respondedores

a seis doses da vacina clássica.

Prevenção da transmissão secundária:

O profissional de saúde exposto ao vírus da hepatite B precisa tomar

precauções especiais para transmissão secundária, durante o período

de seguimento. Deve evitar doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos

ou sêmen. Deve adotar práticas sexuais seguras e interromper o aleita-

mento materno.

5.3.3 Condutas frente ao acidente com exposição ao HCV

(GAYOTTO; ALVES, 2001)

Até o momento não existe nenhuma profilaxia pós-exposição contra

o HCV. A incubação do HCV é de duas a 24 semanas (em média seis a

sete semanas). Pode ocorrer alteração na TGP em torno de 15 dias e a

positividade do RNA-HCV (PCR – reação em cadeia da polimerase)

aparece entre oito e 21 dias. O Anti-HCV (3.ª geração) já pode ser de-

tectado cerca de seis semanas após a exposição. Considerando que a

positivação do Anti-HCV pode ser tardia e que grande parte dos pro-

fissionais acidentados terão a eliminação espontânea do vírus até 70

dias após a exposição, é recomendada a realização do RNA-VHC qua-

litativo (que já se apresenta detectável dias após a contaminação) 90

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26

dias após a data do acidente. Caso positivo, o profissional acidentado

será orientado a realizar o tratamento.

Dessa forma, o acompanhamento preconizado para trabalhadores que

se acidentaram com fonte HCV positiva ou desconhecida consiste na

realização dos seguintes exames:

Nos locais que disponham de laboratórios de Biologia Molecular, realizar:

EXAME/ TEMPO Momento zero 90 dias 180 dias

ALT (TGP) realizar realizar realizar

Anti-HCV realizar realizar

PCR (RNA-HCV) realizar*

* Se positivo, encaminhar para tratamento da hepatite C aguda em centro de referência.

Se negativo, um novo Anti-HCV deverá ser feito em 180 dias.

Em caso de soroconversão deve-se realizar teste confirmatório por PCR.

Quando se identifica precocemente a infecção pelo HCV, o acidentado

deve ser informado sobre a possibilidade de tratamento e encaminha-

do para um serviço de referência.

Prevenção da transmissão secundária:

O profissional de saúde exposto ao vírus da hepatite C precisa tomar

precauções especiais para transmissão secundária, durante o período

de seguimento. Deve evitar doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos

ou sêmen. Sugere-se adotar práticas sexuais seguras e evitar a gravidez.

Não há necessidade de interromper o aleitamento materno.

5.3.4 Condutas frente ao acidente com exposição ao HDV (Região

Amazônica)

O vírus delta é um vírus defectivo (incompleto) que não consegue, por

si só, reproduzir seu próprio antígeno de superfície, o qual seria indis-

pensável para exercer sua ação patogênica e se replicar nas células he-

páticas. Desta forma, necessita da presença do vírus B. Em relação às

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27

medidas profiláticas a serem adotadas diante de uma situação de ex-

posição ao vírus Delta, pode-se tomar como base as mesmas condutas

para hepatite B, já vistas anteriormente.

Em países com baixa prevalência do vírus da hepatite B, a infecção por

vírus Delta ficaria restrita aos grupos de alto risco. No Brasil, excetuan-

do-se a região da Amazônia Oriental e Ocidental, a prevalência de in-

fecção por este patógeno é virtualmente nula, mesmo em grupos de

alto risco (ver orientações no anexo).

5.4 Condutas frente à co-infecção

Seguir orientação conforme fluxograma de co-infecção.

5.5 Prevenção (NATIONAL INSTITUTE FOR OCUPATIONAL

SAFETY AND HEALTH, 1999; GIRIANELLI; RIETRA, 2002;

RUSSI et al., 2000; WANG et al., 2000; TAN; HAWK; STER-

LING, 2001)

Este protocolo estabelece medidas de prevenção e profilaxia em caso

de exposição a material biológico contaminado com patógenos de

HIV, HBV, HCV.

A instituição de saúde deve divulgar e treinar seus profissionais quanto

aos procedimentos de prevenção à exposição a material biológico.

Programas de Prevenção

Medidas preventivas e gerenciais 5.5.1

Treinamentos e educação 5.5.2

Controle médico e registro 5.5.3

Vigilância5.5.4

5.5.1 Medidas preventivas e gerenciais

São medidas estabelecidas pelas instituições que contratam profissio-

nais da área da Saúde que visam:

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28

1. Identificação dos riscos aos quais os profissionais estão

expostos.

2. Estabelecimento das práticas de trabalho (ex. : não recapar

agulha, descarte adequado de material).

3. Controles de engenharia que compreendem todas as medi-

das de controle que isolam ou removem um risco do local

de trabalho, abrangem instrumentos perfurocortantes mo-

dificados com proteção contra lesões e sistemas sem agulha,

bem como dispositivos médicos destinados a reduzir o risco

de exposição a material biológico.

4. Utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) nas

circunstâncias em que as práticas de trabalho e o controle

de engenharia são insuficientes para propiciar uma proteção

adequada.

5. Investigação, controle e registro dos casos de exposição a san-

gue ou fluidos corporais.

5.5.2 Capacitação e educação em saúde

O programa de treinamento é fundamental e deve ser repetido regular-

mente a fim de se formar uma consciência prevencionista. O conteúdo

do programa deve contemplar:

1. Os tipos de riscos a que o PAS está exposto.

2. Modo de transmissão dos agentes veiculados pelo sangue e

outros fluidos corporais.

3. As ações a serem adotadas em caso de acidentes:

a) higiene adequada do local onde ocorreu o acidente com

material biológico;

b) lavar o local do corpo atingido com água em abundância;

c) identificar, se possível, a fonte do acidente;

d) comunicar a exposição por meio do preenchimento da

ficha de notificação (CAT/Sinan);

e) Realizar os controles médicos indicados.

4. As recomendações sobre o uso de EPI, sobre as práticas de

trabalho adotadas e as limitações desses meios. Fazem parte

dessas recomendações:

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29

a) Lavagem freqüente das mãos: é a precaução mais impor-

tante e deve ser realizada sempre após contato com pa-

ciente e/ou material biológico e ao descalçar as luvas.

b) Uso de luvas: no exame de paciente, incluindo contato

com sangue, fluidos corporais, mucosas ou pele não-

íntegra.

c) Uso de óculos, protetor facial, máscara: deve ser utiliza-

do sempre que se antecipar a possibilidade de respingo

de sangue ou fluidos corporais.

d) Uso de avental: deve ser restrito à área de trabalho, evi-

tando-se seu uso em refeitórios.

e) Adequação do uso de EPI à NR 32.

5.5.3 Controle médico e registro de agravos

Devem ser considerados dois momentos quanto ao controle médico

das exposições ao sangue e aos fluidos corporais: a profilaxia pré-expo-

sição e pós-exposição.

A profilaxia pré-exposição da hepatite B é feita por meio da vacinação

(vide fluxograma abaixo).

Esquema vacinal (clássico) (0, 1 e 6 meses)

.Recém-nascido

Pré–adolescente

Fase de treinamento admissional**

** Não-respondedores fazem controles

Pacientes com imunidade comprometida

recebem dose dupla

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30

A vacinação no período de admissão do profissional de saúde, antes do

início efetivo da exposição, eleva a taxa de adesão e a prevenção de in-

fecção, uma vez que nesse período há um aumento do risco de aciden-

tes. O rastreamento pré-vacinação, através do Anti-HBs, não é indica-

do a não ser que a instituição considere o procedimento custo-efetivo.

Em relação à prevenção de transmissão do vírus C em profissionais de

saúde, a única orientação é o seguimento rigoroso das medidas de se-

gurança, pois não há vacina contra hepatite C. Nos casos de acidente

com material biológico, realizar o seguimento de acordo com as con-

dutas frente à acidente com material biológico.

5.5.4 Vigilância

Está centrado na Ficha de Investigação do Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (Sinan) que levará ao registro do acidente de

trabalho nos níveis municipal e estadual, cabendo ao órgão local o

acompanhamento e a fiscalização dos locais de trabalho com maior in-

cidência de acidentes de trabalho.

5.6 Registros

Todos os casos de acidente com material biológico devem ser comu-

nicados ao INSS por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho

(CAT) e ao Ministério da Saúde por meio do Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (Sinan), conforme previsto na Portaria n.º 777,

de 28 de abril de 2004, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004a). Além

disso, a instituição deve manter um registro interno com os dados do

acidente: setor em que ocorreu, data e hora do acidente, função que

exerce o acidentado, tipo de acidente (contato com mucosa, perfuro-

cortante, pele íntegra, pele lesada), material biológico implicado (san-

gue, soro, outros), uso de EPI, modo e condições que podem ter favore-

cido a ocorrência do acidente (falta de espaço nas coletas no leito, pa-

ciente agitado, descarte inadequado, recapamento de agulha, etc).

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31

De posse desses dados deve-se proceder da seguinte maneira:

1) Relacionar todos os motivos implicados na geração dos aci-

dentes.

2) Verificar os motivos mais freqüentes.

3) Iniciar o processo de busca de soluções.

4) Implementar as ações corretivas como parte de um projeto

piloto.

5) Verificar a eficácia das mesmas nesse projeto.

6) Finalmente, adotar as ações corretivas como rotina.

Os passos acima devem ser discutidos junto com os funcionários e com

a Cipa. Todas as medidas corretivas devem passar por uma fase piloto

para verificar a sua adequação e possibilitar melhorias, para só então

serem implantadas definitivamente. Os controles laboratoriais dos aci-

dentes devem ser registrados em prontuário médico.

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32

CAT

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33

I -P

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34

↓↓

PercutâneaLesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou cortantes.

Em mucosasRespingos em olhos, nariz, boca, genitália.

Em pele ñ íntegraContato com pele com dermatite, feridas abertas.

Mordeduras humanasConsiderar exposição de risco quando houver sangue.

Avaliar fonte e acidentado.

Fluidos biológicos de riscoSangue, líquido orgânico c/ sangue visível ou potencialmente infectantes

Materiais biológicos potencialmente ñ infectantesFezes, secreção nasal, escarro, suor, lágrima, urina e vômitos, exceto se tiverem sangue.

Maior volume de sangue.Lesões profundas p/ material cortante, presença de sangue visível no instrumento, acidentes c/ agulhas previamente utilizadas em veia ou artéria, acidentes c/ agulha de grosso calibre, agulhas c/ lúmen.

Maior inoculação viral.Paciente-fonte c/ HIV/AIDS avançada, infecção aguda p/ HIV, situações c/ viremiaelevada

Verificar realização de vacinação para HBV

Comprovação de imunidade através do ANTI HBs

Realizar sorologia no acidentado

ANTI-HIV, ANTI-HCV, ANTI-HBs, ANTI-HBc IgM,

HBs Ag, ALT/TGP

Cuidados locais imediatos com a área exposta

Anamnese do paciente acidentado

Determinar o risco da exposição (tipo de material biológico e tipo de exposição)

TIPO DE EXPOSIÇÃO

TIPO / QUANTIDADE FLUIDO

Quantidadede fluidos e tecidos

Emitir CAT / SINAN

Status Sorológico do Acidentado

• Lavagem do local exposto com água e sabão nos casos de exposição percutânea ou cutânea.

• Nas exposições de mucosas deve-se lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica.

•Não há evidência de que o uso de anti-sépticos ou a expressão do local do ferimento reduzam o risco de transmissão, entretanto o uso de anti-séptico não é contra-indicado.

•Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como cortes, injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, glutaraldeído, hipoclorito de sódio) também está contra-indicada.

• Registro do acidente emCAT (Comunicação de acidente de trabalho);

• Preenchimento da ficha de notificação do SINAN (Port. 777)

Orientar o paciente: •Com relação ao risco do acidente;• Possível uso de quimioprofilaxia;• Consentimento para realização de exames sorológicos;• Comprometer o acidentado com seu acompanhamentodurante 6 meses;• Prevenção da transmissão secundária;• Suporte emocional devido stress pós acidente;Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes sintomas: Linfoadenopatia, rash, dor de garganta, sintomas de gripe (sugestivos de soroconversão aguda)

Status Sorológico da Fonte

Paciente-fonte Conhecido.

Paciente-fonte Desconhecido.

Fonte desconhecidaConsiderar a probalidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HBV e HCV(prevalência de infecção naquela população local, onde o material perfurante foi encontrado, procedimento ao qual ele foi associado, presença ou não de sangue etc.).

Fonte c/ Status sorológico desconhecido:(Recusa realizar os testes), considerar o diagnóstico médico, sintomas e história de comportamento de risco;Não testar agulhas descartadas, quanto aos marcadores virais;Exames de detecção viral não são recomendados como testes de triagem.

Anamnese, analisar prontuário e exames laboratoriais prévios.

Fonte ñ infectada:Comprovadamente por exames realizados nos últimos 30 dias: desnecessário realizar os exames do acidentado no momento zero, bem como no seguimento.

Paciente fonte autoriza exames

(consentimento Informado)

Realizar exames:

HBs Ag;ANTI-HBC (IgM+IgG);ANTI– HCV eANTI-HIV

Resultado dos exames

Comunicar ao paciente fonte e acidentado. Concluir

investigação (não é necessário seguimento do

paciente)

Notificar

POS

NÃO

SIM

NEG

Cuidados

E

Avaliação

Há risco de infecção?

(Considerar fonte, tipo de material

biológico e tipo de exposição)

AC

IDEN

TE C

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BIO

LÓG

ICO

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35

↓↓

Nenhum TTO

PÓS EXPOSIÇÃO AO HBV

*IGHAHB (0,06/Kg IM)

1 dose + esquema

de vacinação p/ HBV

PreviamenteVacinado

Esquema de

vacinação p/ HBV

esquema de vacinação p/

HBVindicar

IGHAHB dependendo da gravidade

e risco do acidente.

IGHAHB 2 dosesou

IGHAHB 1 dose+ iniciar

revacinação

Testar o acidentado para

ANTI-HBs

IGHAHB 1 dose+ vacinação de reforço

Nenhum TTO

Nenhum TTO

Dependendo da gravidade e do risco do

acidente tartarcomo se fosse

HbsAg(+)

Nenhum TTO

Testar o acidentado para

ANTI-HBs

Dependendo da gravidade e

do risco do acidente tartarcomo se fosse

HBsAg(+)

Nenhum TTO

R = Respondedor = Nível adequado de anticorpos ANTI-HBs > = 10 UI/L

ÑR = Não respondedor a trës doses da vacina e ou a 6 doses → vacina “hiperantigênica”.*IGHAHB (não existe beneficio após uma semana).

ÑA = Não adequado= ANTI-HBs < = 10 UI/LA = Adequada

Re-vacinar

FonteHBs Ag + ou

HBs Ag –e

ANTI HBc(IgM+IgG) +

Fonte

Marcadores -Fonte

Ñ testada ou Status

desconhecido

FonteHBs Ag + ou

HBs Ag –e

ANTI HBc +

FonteÑ testada ou

Statusdesconhecido

Fonte

Marcadores -Fonte

HBs Ag + ouHBs Ag –

ANT HBc +

FonteÑ testada ou

Statusdesconhecido

Ñ VacinadoNível de anticorpos desconhecido

A ÑAA ÑA

R ÑR

R ÑR

R ÑR

Pouco Grave(agulha sólida, ferimento

superficial)

Volume pequeno(poucas gotas, curta duração)

Volume Grande(várias gotas, grandes respingos, longa

duração)

Paciente-fonte carga viral ↓

(<1500 cópias RNA/ml)assintomático

CD4 ↑

Paciente-fonte carga viral ↑

HIV sintomáticoSIDA avançada

CD4 ↓Em fase de Soroconversão

aguda

Paciente-fonte carga viral ↓

(<1500 cópias RNA/ml)assintomático

CD4 ↑

*PPE2 drogas

POSOLOGIA VER ITEM 3.1.4*PPE 2 drogas = AZT + 3TC**PPE 3 drogas = AZT + 3TC + IP (nelfinavir ou indinavir)

**PPE3 drogas

Em locais com alta prevalência HIV +, Histórico epidemiológico p/ HIV e outras DST´s.Considerar uso:PPE 2 drogas

Paciente Fonte carga viral ↓

(<1500 cópias RNA/ml)assintomático

CD4 ↑

*Geralmente não se recomenda.

Paciente-fonte Desconhecido

Estado sorológico desconhecido

HIV desconhecido

*Paciente-fonte Desconhecido

Estado sorológico desconhecido

HIV desconhecido

*PPE2 drogas

**PPE3 drogas

*Geralmente não se recomenda.

Paciente-fonte carga viral ↑

HIV sintomáticoSIDA avançada

CD4 ↓Em fase de Soroconversão

aguda

Paciente-fonte carga viral ↑

HIV sintomáticoSIDA avançada

CD4 ↓Em fase de Soroconversão

aguda

Paciente Fonte carga viral ↓

(<1500 cópias RNA/ml)assintomático

CD4 ↑

Paciente Fonte carga viral ↑

HIV sintomáticoSIDA avançada

CD4 ↓Em fase de Soroconversão

aguda

Paciente-fonte Desconhecido

Estado sorológico desconhecido

HIV desconhecido

Paciente-Fonte Desconhecido

Estado sorológico desconhecido

HIV desconhecido

Em locais com alta prevalência HIV +, Histórico epidemiológico p/ HIV e outras DST´s.Considerar uso: PPE 2 drogas

Exposição de mucosa ou pele não íntegra

Exposição ao HIV(Sangue, fluídos com sangue, líquor, líquido sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico, amniótico, sêmen, secreção vaginal)Exposição percutânea

Acidente c/ agulha ou material perfuro cortante.

Muito Grave(agulha com lúmen, perfuração profunda, sangue vísivel no material, agulha usada

em artéria ou veia do paciente)

Em

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PÓS EXPOSIÇÃO AO HCV

RealizarANTI - HCV

Prévio aoacidente

R N ↑

↑ N

R

PCR HCV qualitativoopcional

Repetir em 3 e 6 meses

Repetir em 45 dias

ÑR

ALT

Normal

Encerrar

Hepatopatia Prévia

ÑR

R

ÑR

Encerrar

Repetir em 6 meses

PÓS EXPOSIÇÃO AO HCV

R ÑR

Realizar

ANTI-HCVALT

Prévio aoacidente

Hepatopatia prévia

ÑR90%

R0-10%

Normal↑

Propor TTO c/ esclarecimento e consentimento

Provavelmente ñ contaminado

repetir ANTI HCV em 6 meses

Repetir ALT em 30 dias

O acompanhamento deve ser feito no caso de um genótipo diferente

N

30 dias realizar PCR p/ HCV com Genotipagem

Em

loca

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O acompanhamento deve ser feito no caso de um genótipo diferente

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IV

Sim P/ HIV

Sim P/ HCV

Sim P/ HBV

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36

| | | | | | | | |

| | | | | | | | |

NºRepública Federativa do BrasilMinistério da Saúde

SINAN

Dados Complementares do Caso

Dad

os d

e R

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ênci

a

FICHA DE INVESTIGAÇÃOSISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO

ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIALBIOLÓGICO

Ant

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ente

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dem

ioló

gico

s

SVS 29/06/2005Acidente de trabalho com exposição à material biológico

Dados da Empresa Contratante

31 Ocupação

32 Situação no Mercado de Trabalho

99 - Ignorado

Tempo de Trabalho naOcupação

|

3301- Empregado registrado com carteira assinada02 - Empregado não registrado03- Autônomo/ conta própria 04- Servidor público estatuário

05 - Servidor público celetista 06- Aposentado 07- Desempregado08 - Trabalho temporário

09 - Cooperativado10- Trabalhador avulso11- Empregador12- Outros

O Empregador é Empresa Terceirizada451- Sim 2 - Não 3 - Não se aplica 9- Ignorado

Definição de caso: Acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos ocorridos com os profissionais da área da saúdedurante o desenvolvimento do seu trabalho, aonde os mesmos estão expostos a materiais biológicos potencialmentecontaminados.Os ferimentos com agulhas e material perfuro cortante em geral são considerados extremamente perigosos por serempotencialmente capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos diferentes, sendo o vírus da imunodeficiência humana(HIV), o da hepatite B (HBV) e o da hepatite C (HCV) os agentes infecciosos mais comumente envolvidos.

35 Nome da Empresa ou Empregador34 Registro/ CNPJ ou CPF

| | | | | | |

Bairro Endereço

Ponto de Referência

41

43

40

44 (DDD) Telefone

Distrito39

42 Número

CEP

Bairro

Logradouro (rua, avenida,...)

Complemento (apto., casa, ...)

| | | | - | |Ponto de Referência

País (se residente fora do Brasil)

23

25 26

20

28 30Zona29

24 Número

1 - Urbana 2 - Rural3 - Periurbana 9 - Ignorado

(DDD) Telefone

27

|

Município de Residência

|UF17 18 Distrito19

Geo campo 121 Geo campo 222

1 - Hora2 - Dia3 - Mês4 - Ano

Not

ifica

ção

Indi

vidu

al

Unidade de Saúde (ou outra fonte notificadora)

Nome do Paciente

Tipo de Notificação

Data do Acidente

Município de Notificação

| | | | | |Código (IBGE)

Data do Acidente

Agravo/doença

| | | | |

| | | | |

1

3

5

6

2

8

| |

| |7

Data de Nascimento

| | | | |9

| |

2 - Individual

Dad

os G

erai

s

Nome da mãe16

11 M - MasculinoF - FemininoI - Ignorado | |

Número do Cartão SUS

| | | | | | | | | | | | | | |15

1-1ºTrimestre 2-2ºTrimestre 3-3ºTrimestre10 (ou) Idade Sexo4- Idade gestacional Ignorada 5-Não 6- Não se aplica9-Ignorado

Raça/Cor131-Branca 2-Preta 3-Amarela4-Parda 5-Indígena

Gestante12

14 Escolaridade

1 - Hora2 - Dia3 - Mês4 - Ano

0-Analfabeto 1-1ª a 4ª série incompleta do EF (antigo primário ou 1º grau) 2-4ª série completa do EF (antigo primário ou 1º grau)3-5ª à 8ª série incompleta do EF (antigo ginásio ou 1º grau) 4-Ensino fundamental completo (antigo ginásio ou 1º grau) 5-Ensino médio incompleto (antigo colegial ou 2º grau )6-Ensino médio completo (antigo colegial ou 2º grau ) 7-Educação superior incompleta 8-Educação superior completa 9-Ignorado 10- Não se aplica

Código (CID10)COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICOACIDENTE DE TRABALHO Z20.9

|UF4

| | | | | |Código (IBGE)

| | | | | |Código (IBGE)

| | | | | |Código

Atividade Econômica (CNAE)36 Município

|UF37 38

| | | | | |Código (IBGE)

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37

|

Con

clus

ão

Evolução do Caso

1-Alta com conversão sorológica (Especificar vírus:_______________) 2-Alta sem conversão sorológica 3-Alta paciente fontenegativo

56

57 Se Óbito, Data

| | | | | |Foi emitida a Comunicação de Acidente do Trabalho

1-Sim 2 - Não 3- Não se aplica 9- Ignorado58

Aci

dent

e co

m m

ater

ial b

ioló

gico

Tipo de Exposição46PercutâneaMucosa (oral/ ocular)

Pele íntegra Outros ___________1- Sim 2- Não 9- Ignorado

Inve

stig

ador

Município/Unidade de Saúde

| | | | | |Cód. da Unid. de Saúde

Nome Função Assinatura

Informações complementares e observações

1-Vacinado 2-Não vacinado 9-Ignorado

51 Situação vacinal do acidentado em relação à hepatite B

1-Positivo 2-Negativo 3-Inconclusivo 4-Não realizado 9-Ignorado

52 Solicitação e resultados de exames do funcionário (no momentodo acidente - data ZERO)

Acidente de trabalho com exposição à material biológico

Material orgânico471-Sangue5-Líquido amniótico

2-Líquor6-Fluido com sangue

3-Líquido pleural7-Soro/plasma

4-Líquido ascite8-Outros:__________________

9-Ignorado

SVS 29/06/2005

Anti-HIV HbsAg Anti-HBs Anti-HCV

Pele não íntegra

Circunstância do Acidentado48

01 - Administ. de medicação endovenosa02 - Administ. de medicação intramuscular03 - Administ. de medicação subcutânea04 - Administ. de medicação intradérmica05 - Punção venosa/arterial para coleta de sangue06 - Punção venosa/arterial não especificada07 - Descarte inadequado de material perfurocortanteem saco de lixo

Agente491-Agulha com lúmen (luz) 2 - Agulha sem lúmen/maciça 3 - Intracath 4 - Vidros

5 - Lâmina/lanceta (qualquer tipo) 9 - Ignorado

Uso de EPI (aceita mais de uma opção)50 1- Sim 2 - Não 9 - Ignorado

08 - Descarte inadequado de material perfurocortante em bancada, cama,chão, etc...09 - Lavanderia10 - Lavagem de material11 - Manipulação de caixa com material perfurocortante12 - Procedimento cirúrgico13 - Procedimento odontológico14 - Procedimento laboratorial15 - Dextro98 - Outros99 - Ignorado

LUVA Avental MáscaraÓculos BotaProteção facial

6 - Outros

Se sim, qual o resultado dos testes sorológicos?55

Hbs Ag Anti-HBc

Anti-HIV

1-Positivo 2-Negativo 3-Inconclusivo 4 - Não Realizado 9-Ignorado

Anti-HCV

53 Conduta no momento do acidenteSem indicação de quimioprofilaxia

Recusou quimioprofilaxia indicada

AZT+3TC

1- Sim 2- Não 9- IgnoradoAZT+3TC+IndinavirAZT+3TC+Nelfinavir Outro Esquema de ARV

Especifique___________________Imunoglobulina humanacontra hepatite B (HBIG)

Vacina contra hepatite B

1-Sim 2 - Não 9- Ignorado

54 Paciente Fonte Conhecida?Dados do Paciente Fonte ( no momento do acidente)

4- Abandono 5- Óbito por acidente com exposição à material biológico 6- Óbito por Outra Causa 9- Ignorado

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38

6 FLUXOGRAMAS

Acid

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Cuid

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39

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sição

)

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izar s

orol

ogia

no

pacie

nte-

font

e Te

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do H

IV,

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HCV,

Sim

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unica

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pacie

nte

-fo

nte

e ac

iden

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. Co

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ão

(não

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ento

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pacie

nte)

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icar

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Pos

para

HB

C

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para

HC

V

Resu

ltado

dos

ex

ames

?

Sim

pa

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Sim

pa

ra

HBV

Sim

pa

ra

HCV

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40

*PP

E2

drog

as

PO

SO

LOG

IA V

ER

ITE

M 3

.1.4

*P

PE

2 d

roga

s =

AZT

+ 3

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**P

PE

3 d

roga

s =

AZT

+ 3

TC +

IP

(n

elfi

nav

ir o

u in

din

avir

)

**P

PE

3

drog

as

HIV

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ssin

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átic

o ou

car

ga v

iral

baix

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150

0 có

pias

/ml)

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ão d

o P

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nte

-Fo

nte

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acie

nte-

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HIV

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aid

s ou

car

ga v

iral

elev

ada

(1)

(>

150

0 có

pias

/ml)

Mu

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gra

ve

(agu

lha

com

lúm

en,

perf

ura

ção

pro

fun

da,

sa

ngu

e v

isív

el n

o m

ate

rial,

agu

lha

usa

da

em

art

éria

ou

ve

ia d

o p

aci

en

te)

Po

uco

gra

ve

(agu

lha

lida,

fe

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ento

su

pe

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ial)

Vo

lum

e g

ran

de

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rias

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s, g

ran

de

s re

spin

gos,

lon

ga d

ura

ção

)

Vo

lum

e p

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eno

(po

uca

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cu

rta

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raçã

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*PP

E2

drog

as

*PP

E2

drog

as

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M

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Pel

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PE

3

drog

as

**P

PE

3

drog

as

Mu

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gulh

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men

, pe

rfu

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o p

rofu

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,

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ria o

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nte

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Po

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gra

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gulh

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a,

ferim

ento

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l)

Vo

lum

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ran

de

(vá

ria

s go

tas,

gra

nd

es

resp

ingo

s,

lon

ga d

ura

ção

)

Vo

lum

e p

equ

eno

(po

uca

s go

tas,

cu

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du

raçã

o)

*PP

E3

drog

as

Exp

osi

ç ão

Per

cutâ

nea

Exp

osiç

ão d

e m

embr

ana,

M

ucos

a e

Pel

e N

ão-Í

nteg

ra.

*PP

E2

drog

as

Exp

osi

ção

Per

cutâ

nea

Exp

osiç

ão d

e M

embr

ana,

M

ucos

a e

Pel

e N

ão-Í

nteg

ra.

Em

ger

al n

ão s

e re

com

enda

(2)

Em

ge

ral n

ão

se r

eco

me

nd

a(2)

Exp

osiç

ão P

ercu

tâne

a

o s

e re

com

en

da

Exp

osiç

ão d

e M

embr

ana,

Muc

osa

e P

ele

Não

-Ínt

egra

.

o s

e re

com

en

da

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stud

os e

m e

xpos

ição

sex

ual e

tran

smis

são

vert

ical

sug

erem

que

indi

vídu

os c

om c

arga

vira

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500

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l apr

esen

tam

um

ris

co m

uito

red

uzid

o de

tran

smis

são

de H

IV.

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o a

cond

ição

sor

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nte-

font

e nã

o é

conh

ecid

a, o

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eve

ser

deci

dido

em

fun

ção

da p

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da t

rans

mis

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de d

a gr

avid

ade

do a

cide

nte

e da

pr

obab

ilida

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e in

fecç

ão p

elo

HIV

des

te p

acie

nte

(loca

is c

om a

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reva

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diví

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HIV

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u hi

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lógi

ca p

ara

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utra

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uand

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a P

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r in

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o de

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da

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nte.

***

Indi

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PP

E é

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base

ada

na a

nális

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dual

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ão e

dec

isão

ent

re o

aci

dent

ado

e o

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ico

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sten

te.

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OFI

LAX

IA A

NTI

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RO

VIR

AL

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ÓS

EXP

OSI

ÇÃ

O O

CU

PA

CIO

NA

L A

O H

IV

Page 41: Exposição a materiais biológicos - Ministério da Saúdebvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/exposicao_materiais...com exposição a material biológico, 46 7.2 Recursos laboratoriais

41

Nen

hum

TT

O

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IÇÃ

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O H

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o

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Bs

Ag

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H

BV

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o

Nív

el d

e an

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rpo

s d

esco

nh

ecid

o

Esq

uem

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vaci

naçã

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BV

Fo

nte

N

ão te

stad

a ou

st

atus

de

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nh

eci

do

Fo

nte

H

Bs

Ag

+ o

u H

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Ag

–e

Ant

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Fo

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o te

stad

a ou

st

atus

de

sco

nh

eci

do

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vaci

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ção

pe/a

ra HB

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rIG

HA

HB

de

pend

end

o da

gr

avid

ade

e ris

co

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cide

nte.

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**

R

R

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AH

B 2

dos

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HA

HB

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+

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cin

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o

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o ac

iden

tado

pa

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nti-H

Bs

A

Fo

nte

H

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Ag

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u H

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Ag

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nti-H

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Fo

nte

N

ão te

stad

a ou

st

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sco

nh

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do

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IGH

AH

B 1

dos

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ão d

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o

Nen

hum

TT

O

Nen

hum

TT

O

Dep

ende

ndo

da g

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e

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trat

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com

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e f

oss

e

Hb

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)

Nen

hum

T

TO

Tes

tar

o ac

iden

tado

pa

ra A

nti-H

Bs

A

Dep

ende

ndo

da g

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dade

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do r

isco

do

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ente

trat

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omo

se

foss

eH

BA

()

Nen

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T

TO

R =

Res

pond

edo

r =

Nív

el a

dequ

ado

de

antic

orpo

s A

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I-H

Bs

> =

10

UI/L

ÑR

= N

ão r

espo

nded

or a

trë

s do

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ou a

sei

s do

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va

cin

a

“hip

eran

tigên

ica”

. *I

GH

AH

B (

não

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man

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ÑA

= N

ão a

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o =

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i-H

Bs

< =

10

UI/L

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Rev

acin

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Fo

nte

Mar

cado

res-

Fo

nte

Mar

cado

res

-

PR

OFI

LAX

IA P

ÓS-

EXP

OSI

ÇÃ

O À

HEP

ATI

TE B

Page 42: Exposição a materiais biológicos - Ministério da Saúdebvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/exposicao_materiais...com exposição a material biológico, 46 7.2 Recursos laboratoriais

42

Tra

tar

Rea

lizar

An

ti-H

CV

Pré

vio

aoac

iden

te

RN

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R

PC

R H

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q

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ivo

o

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on

al

Rep

etir

em

3 e

6 m

eses

Rep

etir

em

45

dia

s

ÑR

ALT

Nor

mal

En

cerr

ar

Hep

ato

pat

ia

pré

via

ÑR

R

ÑR

En

cerr

ar

Rep

etir

em

6 m

eses

S-E

XP

OS

IÇÃ

O A

O H

CV

O a

com

panh

amen

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ser

feit

o no

cas

o de

um

gen

ótip

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PR

OFI

LAX

IA P

ÓS

-EX

PO

SIÇ

ÃO

À H

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Em

loc

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200

4; C

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ISEA

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L,

2001

; RAM

SAY,

199

9).

Page 43: Exposição a materiais biológicos - Ministério da Saúdebvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/exposicao_materiais...com exposição a material biológico, 46 7.2 Recursos laboratoriais

43

Pro

toco

lo

HIV

Se

carg

avi

ral

bx

CD

4>

350

Se

carg

avi

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CD

4<

350

Tra

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CV

ou

HB

V

Man

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TO

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tro

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r im

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F 1F 2

F 3F 4

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ti-H

Bs

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10

Nad

a

AC

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O

HIV

HC

VH

BV

Em

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Sim

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IGH

AH

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CV

IGH

AH

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ica”

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Qu

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Mu

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A

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r o

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cavi

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h

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o

Gen

óti

po

1

Rea

lizar

gen

oti

pag

em

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gen

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pag

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Tra

tar

sep

oss

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Pac

ien

teF

on

te

HB

V

Pac

ien

teF

on

te

HB

V

Em

cen

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aten

dim

ento

cap

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ado

par

a ta

l.

Pac

ien

teF

on

te

HIV

Pac

ien

teF

on

te

HIV

Pac

ien

teF

on

te

HC

V

Pac

ien

teF

on

te

HC

V

Pac

ien

teF

on

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HB

V

Pac

ien

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on

te

HIV

Pac

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O À

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al.,

200

3; J

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, 199

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AXI,

199

6;

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ALVE

S, 2

001;

SIL

VA, 2

000;

JAE

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al.,

2001

; SO

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, 199

7).

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44

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Page 45: Exposição a materiais biológicos - Ministério da Saúdebvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/exposicao_materiais...com exposição a material biológico, 46 7.2 Recursos laboratoriais

45

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Page 46: Exposição a materiais biológicos - Ministério da Saúdebvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/exposicao_materiais...com exposição a material biológico, 46 7.2 Recursos laboratoriais

46

7 IMPLEMENTAÇÃO DAS ROTI-NAS ASSISTENCIAIS AO HIV, HBC E HCV (HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, 1994)

Estas rotinas possibilitam organizar um adequado modelo de atendi-

mento assistencial ao profissional exposto a material biológico.

7.1 Consultas previstas para atendimento de um acidente com exposição a material biológico

a) Primeiro atendimento (imediatamente após o acidente).

b) Segundo atendimento para avaliação de reações adversas

ao ARV, informação dos resultados dos exames, com tér-

mino da investigação ou encaminhar para seguimento.

c) Terceiro atendimento para controle e revisão de 15 dias

(coleta da amostra de bioquímica para avaliar impacto

da PPE).

d) Quarto atendimento (entre 30 e 45 dias, para novos con-

troles).

e) Quinto atendimento, para controle de três meses.

f) Sexto atendimento, para controle de seis meses.

7.2 Recursos laboratoriais necessários ao atendimento de acidentes com exposição a material biológico

Rede de atendimento primário• Teste rápido para HIV; acesso ao laboratório para coleta

de exames do paciente-fonte e do acidentado.

• Fonte: HBsAg ; Anti-HBc ; Anti-HCV; Anti-HIV.

• Acidentado: HBsAg; Anti-HBs ; Anti-HBc ; Anti-HCV,

Anti-HIV, TGP/ALT (quando da indicação de PPE coletar

também: hemograma+plaquetas, uréia, creatinina, TGO

(AST)/TGP (ALT), bilirrubinas, glicemia, EQU).

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Rede de atendimento secundário e terciário• Teste rápido para HIV; acesso ao laboratório para coleta

de exames do paciente-fonte e do acidentado.

• Os mesmos da rede primária e realização de PCR-RNA

HCV para diagnóstico precoce da infecção pelo HCV.

7.3 Rotinas de investigação laboratorial

Exames a serem realizados no paciente-fonte do acidentea) Teste rápido para HIV.

b) HBs Ag.

c) Anti-HBc.

d) Anti-HCV.

e) Anti-HIV convencional (Elisa).

Exames a serem realizados no acidentado• se documentadamente imunizado para hepatite B (Anti-

HBs maior ou igual a 10 UI/L):

a) Anti-HCV.

b) TGP/ALT.

c) Anti-HIV.

• sem evidência de proteção para hepatite B, não sabe ou

não realizado:

a) HBsAg.

b) Anti-HBc.

c) Anti-HBs.

d) Anti-HCV.

e) Anti-HIV.

f) TGP/ALT.

Exames a serem solicitados no caso de indicação de Profilaxia Pós-Exposição (PPE)

• Hemograma+Plaquetas.

• TGO (AST) e TGP(ALT).

• Bilirrubinas.

• Uréia.

• Creatinina.

• Glicemia.

• Exame qualitativo de urina (EQU) se uso de Indinavir.

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7.4 Esquema básico e ampliado de profilaxia pós-exposição

(PPE) ao HIV

QUIMIOPROFILAXIA BÁSICA = AZT + 3TC

Indicada em exposições com baixo risco de transmissão pelo HIV.

QUIMIOPROFILAXIA EXPANDIDA = AZT + 3TC + IP (Nelfinavir ou

Indinavir)

Indicada em exposições com elevado risco de transmissão pelo HIV.

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57

ANEXOS

Anexo A – Avaliação laboratorial nas exposições a material

biológico

AVALIAÇÃO LABORATORIAL NAS

EXPOSIÇÕES A MATERIAL BIOLÓGICO

EXAMES A SEREM SOLICITADOS PARA O ACIDENTADO

Teste laboratorial Comentário Freqüência

Anti-HIV

Testar o acidenta-

do se a fonte for pos-

itiva para HIV, mes-

mo que a PPE não

seja indicada.

No momento zero,

42 dias, três me-

ses e seis meses. De-

verá ser repeti-

da em 12 meses no

caso de fonte HIV

e HCV positivas,

com soroconver-

são para o HCV.

HBs Ag e Anti-

HBc Total

Testar se a fon-

te é HBs Ag positi-

vo ou Anti-HBc To-

tal positivo e o tra-

balhador exposto

não está imunizado.

Expostos imunizados

para hepatite B não

precisam ser testados.

No momen-

to do acidente e

após seis meses.

Anti-HBs

Testar nos casos de

trabalhadores vacina-

dos que desconhecem

o nível de anticor-

pos para hepatite B.

continua

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AVALIAÇÃO LABORATORIAL NAS

EXPOSIÇÕES A MATERIAL BIOLÓGICO

EXAMES A SEREM SOLICITADOS PARA O ACIDENTADO

Anti-HCVTestar se a

fonte é HCV positiva.

No momento do aci-

dente e após quatro

e seis meses. O PCR

após 30 dias con-

forme disponibi-

lidade do local.

TGPTestar se a

fonte é HCV positiva.

No momento do aci-

dente e após qua-

tro e seis meses.

Hemograma, crea-

tinina, uréia, TGO,

TGP, bilirrubinas,

glicemia*, EQU +

Nos casos do uso

de PPE para HIV.

Antes de iniciar a

medicação e após

duas semanas.

* Quando do uso de indinavir ou nelfinavir.

+ Quando do uso de indinavir.

EXAMES A SEREM SOLICITADOS PARA A FONTE

TESTE

LABORATORIAL

COMENTÁRIO

Anti-HIV

Solicitar Anti-HIV Elisa ou se disponível realizar o

teste rápido para orientar a conduta. Deve ser re-

petido o Anti-HIV, se exame anterior foi feito há

mais de 60 dias.

continuação

continua

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59

HBs Ag e Anti-

HBc IGM

O HBs Ag é o primeiro marcador viral que apa-

rece.

O Anti-HBc , indica hepatite B aguda e ocorre

durante a janela imunológica, isto é, quando o

HBs Ag não é mais detectado, mas ao Anti-HBs

ainda não está presente.

Anti-HCV

Se reagente indica que a fonte já teve conta-

to prévio com o vírus C, devendo ser orientada

quanto ao atendimento adequado.

Adaptado de SHERER, AGINS e TETER (2004).

continuação

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60

Anexo B – Termos de consentimento

Termo de Consentimento Informado para o paciente-fonte, autorizan-

do a realização dos exames

Modelo de Termo de Consentimento Informado (para o paciente-fonte)

Informamos que durante o seu atendimento neste Serviço (UBS, Hospital, etc.) um funcionário foi vítima de um acidente onde houve contato com seu material biológico. Com o objetivo de evitar tratamentos desnecessários e prevenir situações de risco, esta-mos solicitando, por meio da equipe médica que o está atendendo, autorização para que sejam realizados alguns exames. Serão solicitados exames para aids e hepatites B e C. Para a realização destes exames será necessária uma coleta simples de sangue venoso, em torno de 8 ml, como realizada para qualquer outro exame convencional já realizado anteriormente. O risco associado a este tipo de coleta é o de poder haver um pequeno derrame local (hematoma), que habitualmente não tem conseqüências além de um pequeno desconforto local. O benefício que você poderá vir a ter é receber infor-mações diagnósticas sobre estas três doenças já citadas e orientação do seu trata-mento, se for o caso.Todas as informações serão mantidas em sigilo, servindo unicamente para orientar a condução do tratamento do funcionário acidentado. A sua equipe médica será infor-mada a respeito dos resultados dos seus exames que serão incluídos no seu prontuário médico.Caso você não concorde com a realização dos exames, esta decisão não causará prejuízo em seu atendimento nesta instituição.Eu,___________________________________ após ter sido adequadamente informado do objetivo desta solicitação e dos procedimentos aos quais serei submetido, concordo ( ) não concordo ( ) que seja coletado meu sangue para a realização dos exames diag-nósticos acima descritos.

Cidade,____ de ________ de _______.

Nome:Assinatura:N.º prontuário:

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Termo de Consentimento Informado (para o acidentado)

Termo de Consentimento Informado (para o acidentado)Modelo de Termo de Consentimento Informado (do acidentado).Eu,___________________________________ estou de acordo em me submeter à PRO-FILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO HIV adotada por este serviço de saúde, após ter sido exposto à contato com material biológico e recebido as seguintes infor-mações:1. Que existe risco de transmissão de HIV pós-exposição ocupacional.

2. Qual é a quimioprofilaxia indicada para o grau de risco de exposição.

3. Os conhecimentos sobre a quimioprofilaxia pós-exposição ocupacional ao HIV são limitados.

4. Não existem dados suficientes quanto à toxicidade em pessoas sem infecção por HIV ou que estão grávidas.

5. Algumas ou todas as drogas da quimioprofilaxia podem não ser toleradas.

6. Recebi informações sobre os efeitos adversos que as medicações poderão causar.

7. Fui orientado sobre a importância de comparecer às consultas nas datas determina-das para a realização dos exames de controle, assim como para informar qualquer manifestação que possa ocorrer em relação ao uso da profilaxia indicada.

Cidade,____ de ________ de _______.

Nome:

Assinatura:

N.º prontuário:

continua

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Termo de Consentimento Informado para Tratamento da Hepatite

por Vírus C (BRASIL, 2003)

Eu,___________________________________ (nome do(a) paciente), abaixo

identificado(a) e firmado(a), declaro ter sido informado(a) claramente sobre todas as in-

dicações, contra-indicações, principais efeitos colaterais e riscos relacionados ao uso de

interferon alfa ou interferon peguilado, associados ou não com ribavirina, preconizados

para o tratamento de hepatite viral aguda/crônica C.

Estou ciente de que este (s) medicamento (s) somente poderá (ão) ser utilizado (s) por

mim, comprometendo-me a devolvê-lo (s) caso o tratamento seja interrompido.

Os termos médicos foram explicados e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas pelo

médico _______________________________________ (nome do médico que

prescreve).

Expresso também minha concordância e espontânea vontade em submeter-me ao refe-

rido tratamento, assumindo a responsabilidade e os riscos por eventuais efeitos indese-

jáveis decorrentes.

Assim declaro que:

Fui claramente informado(a) de que a associação de interferon alfa + ribavirina ou inter-

feron alfa peguilado + ribavirina podem trazer os seguintes benefícios:

• reduzir a quantidade de vírus ou erradicá-lo;

• deter a progressão da doença.

Não se pode afirmar que todos os tratados se beneficiarão com a cura da hepatite C, evo-

lução para cirrose ou câncer do fígado. Também não está estabelecido se o tratamento

previne a transmissão do vírus da hepatite C para outras pessoas, mesmo em pacientes

que tiveram boa resposta ao tratamento.

Fui também claramente informado (a) a respeito das seguintes contra-indicações, poten-

ciais efeitos adversos e riscos a respeito da associação de interferon alfa + ribavirina ou in-

terferon alfa peguilado + ribavirina no tratamento da hepatite viral aguda/crônica C.

• Medicamentos classificados na gestão como fator de risco X para riba-

virina (contra-indicada durante a gestação por causar graves defeitos,

efeitos teratogênicos, oncogênicos, mutagênicos e embriotóxicos, sig-

nificativos nos bebês) e fator de risco C para interferon alfa e interferon

alfa peguilado (estudos em animais, mostraram anormalidades nos des-

continua

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cendentes, porém não há estudos em humanos; o risco para o bebê não

pode ser descartado, mas um benefício potencial pode ser maior que os

riscos).

• Contra-indicação para o uso da ribavirina em pacientes de ambos os se-

xos nos quais o controle da contracepção não pode ser feito de maneira

adequada e rigorosa, devendo ser utilizado método seguro de contra-

cepção para pacientes em idade fértil até seis meses após o final do tra-

tamento.

• Amamentação durante o tratamento com ribavirina, interferon alfa e

interferon alfa peguilado não é recomendada.

• Gravidez durante a vigência do tratamento e por seis meses após seu

término deve ser evitada.

• Doação de sangue não deve ser feita.

• Os principais efeitos adversos relatados são: interferon alfa e interfe-

ron alfa peguilado: dor de cabeça, fadiga, depressão, ansiedade, irrita-

bilidade, insônia, febre, tontura, dor torácica, dificuldade de concentra-

ção, dor, perda de cabelo, coceiras, secura na pele, borramento da visão,

alteração no paladar, gosto metálico na boca, estomatite, náuseas, per-

da de apetite, diarréia, dor abdominal, perda de peso, dor muscular, in-

fecções virais, reações alérgicas de pele, hipertireoidismo, vômitos, in-

digestão, diminuição das células do sangue (plaquetas, neutrófilos, he-

mácias), tosse, faringite, sinusite. Os efeitos adversos menos freqüentes

incluem comportamento agressivo, aumento da atividade de doenças

auto-imunes, infarto do miocárdio, pneumonia, arritmias e isquemias.

• Os principais efeitos adversos relatados são: Ribavirina: cansaço, fadi-

ga, dor de cabeça, insônia, náuseas, perda de apetite, anemia. Os efeitos

adversos menos freqüentes são: dificuldade na respiração, conjuntivite,

pressão baixa, alergias de pele, rinite, faringite, lacrimejamento.

• É necessária a realização de exames hematológicos, especialmente du-

rante as duas primeiras semanas de tratamento e mensalmente, para

detecção de alterações nos exames de sangue e, desta forma, quando

for necessário, proceder a ajustes de dose.

• Estes medicamentos podem interagir com vários outros. Por isso, em

caso de uso de outros medicamentos, comunique seu médico.

Estou ciente de que posso suspender o tratamento a qualquer momento, sem que este

fato implique qualquer forma de constrangimento entre mim e meu médico, que se dis-

continuação

continua

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64

põe a continuar me tratando em quaisquer circunstâncias.

Autorizo o Ministério da Saúde e as secretarias de saúde a fazer uso de informações relati-

vas ao meu tratamento, para fins de pesquisa, desde que assegurado o anonimato.

Declaro ter compreendido e concordado com todos os termos deste Consentimento In-

formado.

Assim o faço por livre e espontânea vontade e por decisão conjunta, minha e de meu médico.

O meu tratamento constará dos seguintes medicamentos, conforme seja prescrito:

• interferon alfa

• interferon peguilado

• ribavirina

Paciente:

Documento de identidade:

Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Idade:

Endereço:

Cidade: CEP: Telefone: ( )

Responsável legal (quando for o caso):

Documento de identidade do responsável legal:

Assinatura do paciente ou do responsável legal

Médico responsável: CRM: UF:

Endereço:

Cidade: CEP: Telefone: ( )

Assinatura e carimbo do médico

Data

Observações: 1. O preenchimento completo deste termo e sua respectiva assinatura são imprescindíveis para o

fornecimento do medicamento.

2. Este termo será preenchido em duas vias: uma será arquivada na farmácia responsável pela dispensação dos me-

dicamentos e a outra será entregue ao paciente.

continuação

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Anexo C – Medicamentos

Medicamentos - Posologia

Observações:

1. Pelo fato de a quimioprofilaxia apresentar potencial de toxicidade, o

seu uso não é justificado em exposições com baixo risco de transmis-

são do HIV. Além disso, por não existirem evidências suficientes de be-

nefício, o uso de esquemas expandidos não é recomendado para todos

os tipos de exposição.

2. Quando o acidente for avaliado como sendo de alto risco e um inibi-

dor de protease for introduzido, deve-se monitorizar os efeitos colaterais

e, quando presentes e de grande intensidade, este deve ser substituído.

3. O CDC, em 30 de setembro de 2005, atualizou as recomendações

para profilaxia pós-exposição a material biológico, incluindo novos re-

gimes básicos e expandidos. O texto pode ser acessado no endereço

http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5409a1.htm

Posologia e administração da quimioprofilaxia:

DROGADOSE

TOTAL/DIA

FORMA DE

ADMINISTRAÇÃOINTERVALO DURAÇÃO

AZT 600 mg3 comp (100 mg) ou

2 comp (100 mg)

12/12 horas

8/8 horas

4 semanas (28 dias)

4 semanas (28 dias)

DROGADOSE

TOTAL/DIA

FORMA DE

ADMINISTRAÇÃOINTERVALO DURAÇÃO

3 TC 300 mg 1 comp (150 mg) 12/12 horas 4 semanas (28 dias)

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DROGA DOSE TOTAL/DIAFORMA DE

ADMINISTRAÇÃO

INTER-

VALODURAÇÃO

Associação de

AZT + 3TC

1 comp 150 mg

3 TC + 300 mg AZT12/12 horas 4 semanas (28 dias)

DROGA-

INIBIDOR DE

PROTEASE

DOSE TOTAL/

DIA

FORMA DE

ADMINISTRAÇÃOINTERVALO DURAÇÃO

NELFINAVIR2.500 mg ou

2.250 mg

5 comp (250 mg)

3 comp (250mg)

12/12 horas

8/8 horas

4 semanas

(28 dias)

INDINAVIR 2.400 mg 2 caps. (400 mg) 8/8 horas 4 semanas (28 dias)

- Devem ser solicitados exames conforme item 4.3;

- Retorno conforme item 4.1.

Medicamentos – Efeitos Adversos

Efeitos adversos e interações dos medicamentos utilizados na quimio-

profilaxia.

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MEDICAMENTOS E

RELAÇÃO COM

INGESTA ALIMENTAR

EFEITOS ADVERSOS INTERAÇÕES

ZIDOVUDINA

(AZT)

com alimento

Anemia, neutropenia,

leucopenia, plaqueto-

penia, náuseas, vômitos,

astenia, mal-estar geral,

cefaléia, miopatia, in-

sônia, pigmentação un-

gueal e de mucosas, al-

teração das provas he-

páticas, hepatite.

Ganciclovir, anfotericina

B. flucitosina, SMX-TMP,

dapsona, pirimetamina,

citostáticos, sulfadiazi-

na (↑ risco de toxicida-

de hematológica). Mo-

nitorar anemia e neu-

tropenia.

Probenecida, flucona-

zol, paracetamol

(↑ níveis séricos do

AZT). Monitorar toxici-

dade do AZT.

Monitorar toxicidade

do AZT.

Estavudina e ribavirina

(potencial para redução

da atividade anti-retro-

viral). Evitar uso conco-

mitante.

LAMIVUDINA

(3TC)

com alimento

Pancreatite, diarréia,

dor abdominal, anemia,

neutropenia.

Sulfametoxazol + trime-

troprim (↑ biodisponi-

bilidade de 3TC). Não há

necessidade de ajuste de

dose.

Zalcitabina (potencial

antagonismo) . Evitar

uso concomitante.

continua

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MEDICAMENTOS E

RELAÇÃO COM

INGESTA ALIMENTAR

EFEITOS ADVERSOS INTERAÇÕES

INDINAVIR ( IDV )

Jejum de > 1 hora antes

ou 2 horas após alimen-

tação. Ou com alimen-

tos com baixo teor de

gordura (*) (ingerir dia-

riamente 1,5 litros ou +

de líquidos para evitar o

aparecimento de nefro-

litíase).

Nefrolitíase, hematúria,

cefaléia, insônia, náusea,

vômitos, astenia, fadiga,

distúrbios do paladar,

pele e boca secas, dor

abdominal, tromboci-

topenia, hiperbilirrube-

nia indireta, assintomá-

tica, aumento de trigli-

cerídeos, hipercoleste-

rolemia, hiperglicemia e

diabetes.

O indinavir não deve ser

co-administrado com

rifampicina, astemizol,

terfenadina, cisaprida,

ergotamina e diidroer-

gotamina, midazolam

ou triazolam.

Rifabutina (↓ níveis séri-

cos de indinavir e o indi-

navir ↑ níveis séricos de

rifabutina).

Cetoconazol e itracona-

zol (↑ níveis séricos de

indinavir).

Considerar a redução da

dose do indinavir para

600 mg de 8/8 horas.

Didanosina (↓ absorção

de IDV). Administrar

com intervalo de 1 hora.

Delavirdina (↑ níveis sé-

ricos de IDV). Conside-

rar redução da dose de

indinavir para 600 mg

de 8/8 horas.

Nevirapina (↓ níveis sé-

ricos de IDV). Não há

necessidade de ajuste de

dose.

continuação

continua

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MEDICAMENTOS E

RELAÇÃO COM

INGESTA ALIMENTAR

EFEITOS ADVERSOS INTERAÇÕES

NELFINAVIR

(NFV)

com alimento

Diarréia (efeito mais

freqüente), exantema,

flatulência, náusea, dor

muscular, fraqueza, au-

mento de triglicerídeos,

hipercolesterolemia, hi-

perglicemia e diabetes.

O nelfinavir não deve ser

administrado com rifam-

picina, fenobarbital, feni-

toína, carbamazepina, er-

gotamina, diidroergota-

mina, astemizol, cisapri-

da, midazolam ou tria-

zolam.

Rifabutina (↓ níveis séri-

cos de nelfinavir, e o nel-

finavir ↑ níveis séricos de

rifabutina)

Bloqueadores de cálcio

(possibilidade de aumen-

to dos níveis séricos dos

bloqueadores). Monito-

rar toxicidade.

Sequinavir (↑ níveis séri-

cos de SQV). Não há ne-

cessidade de ajuste de

doses.

Nevirapina (↑ níveis séri-

cos de NFV). Não há ne-

cessidade de ajuste de

doses.

(*) leite desnatado, suco, café ou chá com alimentos leves, como torradas com geléia, suco ou café com leite desna-

tado e açúcar ou ainda leite desnatado com sucrilhos® e açucar.

continuação

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Anexo D – Hepatite delta

O vírus da hepatite D (HDV), ou vírus Delta, é um vírus incompleto úni-

co que precisa do vírus da hepatite B (HBV) para completar seu ciclo de

replicação e infectividade. O vírus Delta é um vírus defectivo e, portanto,

defeituoso, sendo incapaz por si próprio de infectar seres humanos.

Considerado um subvírus satélite do HBV, o HDV tem uma composi-

ção híbrida, constituída de uma pequena partícula esférica envolta ex-

ternamente pelo antígeno de superfície do HBV (AgHBs).

Na parte externa do HDV existe um envelope lipídico derivado do HBV

e no interior do vírion encontra-se seu antígeno, denominado de antí-

geno do vírus da hepatite D (AgHD), único e específico do HDV.

Na ocorrência da infecção pelo vírus Delta, o HBV tem como uma das

principais funções biológicas oferecer a este patógeno as partículas de

AgHBs, que serviriam de invólucro ao HDV, protegendo desta maneira

a sua integridade e a capacidade de se tornar infectante em humanos.

A analise genética do HDV evidenciou até o momento três genótipos

diferentes, denominados de tipos I, II, e III. Sendo que os dados atual-

mente disponíveis apontam diferença de distribuição geográfica entre

eles, bem como prognóstico pior com os subtipos Ia e tipo III.

A infecção por HDV ocorre em todo o mundo, mas é endêmica em al-

gumas regiões, inclusive a bacia do Mediterrâneo, península Balcânica,

a ex-União Soviética, parte da África e do Oriente Médio e a bacia da

Amazônia na América do Sul. Estima-se que cerca de 5% dos portado-

res do HBV (300 milhões) no mundo estejam infectados por este pató-

geno. O estado de portador crônico do HBV constitui-se no principal

fato epidemiológico de propagação do HDV, o que explica a distribui-

ção anteriormente citada.

Esse mesmo fator epidemiológico se aplica aos grupos de alto risco do

HBV como os drogadictos, hemodializados e politransfundidos.

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Quanto à distribuição geográfica dos genótipos HDV predomina em

nosso País o tipo III. (Tabela 1)

Tabela 1

TIPO I EUA, Europa, Ásia, Sul do Pacífico.

TIPO II Ásia, especialmente Japão e Taiwan.

TIPO III Norte da América do Sul.

A transmissão ocorre principalmente por via parenteral e teria os mes-

mos mecanismos de transmissão do HBV. Contudo existe a suspeita

de que a transmissão poderia se dar de forma inaparente, relacionada

à picada de insetos e ao contato com mucosas em determinadas áreas

como o norte da América do Sul. A transmissão perinatal do HDV esta-

ria associada à infectividade do HBV.

O HDV acomete mais o sexo masculino, fato decorrente de o sexo mas-

culino ter maior prevalência do HBV. Com prevalência maior em me-

nores de 15 anos na Amazônia Brasileira e entre a terceira e quarta dé-

cadas de vida em outras regiões. O período de incubação é de cerca de

35 dias em seres humanos.

Quanto aos tipos de infecção, os estudos postulam três mecanismos

possíveis:

1. Co-infecção aguda HBV + HDV em indivíduos suscetíveis tan-

to para o HBV como o HDV.

2. Superinfecção aguda do HDV em portadores do HBV.

3. Infecção latente pelo HDV, sem a aparente assistência do

HBV, observada em pacientes transplantados.

Em indivíduos com Anti-HBs reativo, a infecção por HDV não se

estabeleceria.

Quanto à patogenia do HDV estudos indicam que ele é invariavelmen-

te patogênico para a célula hepática e, conforme o tipo de infecção,

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pode ocasionar formas gravíssimas de hepatite aguda inclusive poden-

do levar ao óbito e à evolução para cronicidade. Dois mecanismos po-

deriam explicar sua patogenicidade, ação citopática direta do HDV ou

relacionada ao fator imune.

Um outro fator importante na sua patogenia seria o status da infecção

pelo HBV, se latente ou em replicação. No caso de infecção latente do

HBV, sem sinais maiores de replicação viral (AgHBe e HBV-DNA nega-

tivos), a infecção pelo HDV teria evolução lenta para a cronicidade. Em

atividade de replicação, o HBV oferece condições biológicas ao HDV e

ajuda necessária para que este patógeno se dissemine célula a célula,

aumentando seu potencial de patogenicidade.

Clinicamente, na infecção simultânea HBV+HDV (co-infecção) e após

o estabelecimento do HDV, este provocaria uma interferência viral e

conseqüentemente inibiria a síntese do HBV, portanto na co-infecção

aguda haveria dois picos das aminotransferases. Na maioria dos casos a

co-infecção, manifesta-se de forma benigna, excepcionalmente, pode-

ria ocorrer forma fulminante e crônica da hepatite. O prognóstico da

co-infecção é benigno na maioria das vezes, ocorrendo completa elimi-

nação e recuperação em 95% das vezes.

Já na superinfecção pelo HDV em portadores do HBsAG sintomáticos

ou assintomáticos, com ou sem sinais de replicação do HBV, o prog-

nóstico é mais grave. Nestes, o HDV já encontra antígeno do HBV nos

hepatócitos em condições ideais para uma replicação intensa, poden-

do produzir severo dano hepático.O prognóstico da superinfecção é

mais reservado podendo evoluir para cronicidade em cerca de 79,9%

dos pacientes, sendo que poderia ocorrer uma exacerbação do quadro

clínico nos pacientes com doença hepática crônica pelo HBV.

O diagnóstico da infecção por HDV é complexo em função da sua his-

tória natural (tipos de infecção) e da utilização de diversos marcadores

virais, tanto do HBV como do HDV (tabela 2).

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Tabela 2

MARCADOR SIGNIFICADO

HDVAg

Existe controvérsia sobre a utilidade deste marca-

dor na detecção de hepatite Delta. Segundo alguns

autores, a antigenecidade permite o diagnóstico

em amostras de soro obtidas durante a primeira

semana da doença. Para outros, o HDVAg é mar-

cador inconstantemente detectado no soro, espe-

cialmente em superinfecção.

Anti-Delta IgM

Estes anticorpos aparecem com os sintomas agu-

dos da doença e, quando disponíveis, servem

para o diagnóstico e para monitorizar os paci-

entes submetidos à terapia com interferon, uma

vez que desaparecem com a doença erradicada.

Constituem os marcadores mais estáveis e são de-

tectados antes que o Anti-Delta IgG. Existe forte

correlação entre o Anti-Delta IgM, a presença de

HDV-RNA no soro e de HDVAg no núcleo dos

hepatócitos.

Anti-Delta IgG

Este anticorpo é marcador de infecção passada e

imunidade, que aparece no soro em torno de 12

semanas. É um anticorpo instável.

Fonte: (BRASIL, 2003).

A correta interpretação e correlação das sorologias é muito importante

para avaliar a possibilidade de co-infecção ou superinfecção (tabela 3).

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Tabela 3

Interpretação HBsAgAnti-

HBc IgMHDVAg

Anti-Del-

ta IgM

Anti-Del-

ta IgG

Co-infecção

ou superinfec-

ção recente

(+) (-) (+) (-) (-)

Co-infecção

recente(+) (+) (+)/(-) (+) (-)

Sup er inf e c-

ção recente(+) (-) (+)/(-) (+) (-)

Sup er inf e c-

ção antiga(+) (-) (-) (-) (+)

Imunidade ( - ) (-) (-) (-) (+)

Fonte: (BRASIL, 2003).

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