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Jornal mensal da Igreja Metodista Maio de 2009 Ano 123 número 5 Palavra Episcopal Pela Seara Missões Reflexão Opinião Cultura Beleza oculta É hora de questionarmos o racismo e a escravidão ainda vigentes no país. Mas é, também, momento de valorizarmos os talentos, determinação e fé de irmãos e irmãs negros, muitas vezes ocultos dentro da própria igreja. Na foto, crianças do Coral “Esperança da África”, de Uganda, apre- sentando-se no Concílio Geral da Igreja Metodista Unida, dos EUA. Páginas 8 e 9 Fala, criança! O jornal abre uma nova seção para textos, his- tórias e testemunhos de crianças. Elas têm cada uma! Na edição de estréia, Gabriela (à esquerda) e Isabela falam sobre amizade. Para ler, sorrir e aprender! Página 5 Família, caminho, cruz O que Jesus espera de nossos relaciona- mentos familiares? Página 3 Mãos à obra Jovens da Primeira Região mobilizam-se para trabalho volun- tário Página 5 Sombra e Água Fresca Projeto faz sucesso no Paraná. Página 10 Uma igreja para todas as pessoas A inclusão de irmãos e irmãs com neces- sidades especiais. Páginas 12 e 13 O leigo não está se valorizando Uma palavra aos ho- mens metodistas Página 14 Novidades no ar Web Rádio está com nova programação Página 15 Paul Jeffrey/UMNS

Expositor Maio 2009

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Page 1: Expositor Maio 2009

Jornal mensal da Igreja Metodista • Maio de 2009 • Ano 123 • número 5

Palavra Episcopal

Pela Seara

Missões

Reflexão

Opinião

Cultura

Beleza oculta

É hora de questionarmos o racismo e a escravidão ainda vigentes no país. Mas é, também,momento de valorizarmos os talentos, determinação e fé de irmãos e irmãs negros, muitas vezesocultos dentro da própria igreja. Na foto, crianças do Coral “Esperança da África”, de Uganda, apre-sentando-se no Concílio Geral da Igreja Metodista Unida, dos EUA. Páginas 8 e 9

Fala, criança!

O jornal abre uma nova seção para textos, his-tórias e testemunhos de crianças. Elas têm cadauma! Na edição de estréia, Gabriela (à esquerda)e Isabela falam sobre amizade. Para ler, sorrir eaprender! Página 5

Família, caminho,cruz

O que Jesus esperade nossos relaciona-mentos familiares? Página 3

Mãos à obra

Jovens da PrimeiraRegião mobilizam-separa trabalho volun-tário

Página 5

Sombra eÁgua Fresca

Projeto faz sucessono Paraná.

Página 10

Uma igreja paratodas as pessoas

A inclusão de irmãose irmãs com neces-sidades especiais.

Páginas 12 e 13

O leigo não estáse valorizando

Uma palavra aos ho-mens metodistas

Página 14

Novidades no ar

Web Rádio está comnova programação

Página 15

Paul

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Page 2: Expositor Maio 2009

Maio 20092 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo Roberto SallesGarcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 2813-8600 Fax: (11) 2813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Associação da Igreja Metodista.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de SáProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: [email protected] do Sacramento n. 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

Maio, Mês da Família, é ummês muito metodista... Começacom o Dia do Seminarista, logono primeiro dia do mês; seguecom a comemoração do Dia dasMães, data criada pela meto-dista Anna Jarvis, há 101 anos;finaliza com a SemanaWesleyana, na qual recordamosa significativa experiência do“coração aquecido” de JohnWesley. Significativa para o te-ólogo inglês que, pela primeiravez na vida, sentia que Deusperdoava os seus pecados. Mas,também, significativa para omundo todo, pois a partir dessaexperiência individual, Wesleyiniciou um movimento quetransformou milhões de vidas.Desde o século 18, o metodismotem essas duas dimensões: aindividual e a social. O coraçãoque se aquece vai de encontroao próximo. A experiênciavivificante do encontro comDeus se completa no serviço.

Essas duas dimensões estãopresentes nas matérias destaedição do Expositor. Ao homena-gearmos a mãe Susana Wesley,lembramos de mulheres que,sejam ou não mães biológicas,levam amor e cuidado a seussemelhantes. A própria AnnaJarvis nunca teve filhos, masquis criar uma data para reco-nhecer a importância das mãesna família, igreja e comunidade.Espelhava-se no exemplo de suamãe, uma ativa metodista eorganizadora de sociedades desenhoras que se dedicavam amelhorar as condições de higienee saúde da cidade. Quando es-tourou a Guerra Civil nos Esta-dos Unidos, essas sociedadestransformaram-se em enfermari-as que atendiam feridos dos doislados do conflito, sem distinçãoou preconceito. Coração aqueci-

Corações aquecidos“Justiça e direito são o fundamento do teu

trono; graça e verdade te precedem”.Salmo 89.14

do ultrapassa barreiras. Porisso, nas Reflexões (páginas 12e 13), o Expositor também temo privilégio de contar com aparticipação de um seminaristae de uma pastora que estãotransformando a sua experiên-cia pessoal de inclusão emexemplo e desafio para asigrejas. Eles alertam a Igrejapara a necessidade de pastoreiodas pessoas portadoras de ne-cessidades especiais, como asque eles mesmos apresentam ecom as quais convivem.

Na matéria de capa, maisum exemplo de um coraçãoatingido pela chama divina dajustiça e do direito: uma en-trevista com o pastor AntônioOlímpio de Sant’Ana, que temdedicado seu ministério à lutacontra o racismo. Essa matériatambém traz duas históriasque devem surpreender muitagente: duas personalidades ne-gras evangélicas, de granderelevância para a sociedadebrasileira e praticamente es-quecidas pelas igrejas. Descu-bra quem são nas páginas 8 e9. E nas páginas de Missões,fique atento às ações da Cam-panha de Evangelização de2009: ações que, espelhando-se na herança wesleyana,unem atos de misericórdia eatos de piedade.

A edição de maio traz, ain-da, uma novidade: uma novaseção, “Fala, Criança!”, napágina 5. Criada pelo Departa-mento Nacional de Trabalhocom Crianças, a nova seção dávez e voz à alegria e purezados(as) pequeninos(as), filhose filhas de nossa comunidade.Uma ótima forma de comemo-rar o Mês da Família, não é?

Suzel Tunes

Imprensae Religião

Prezados amigos, envio-lhesfotos e textos da revista CarosAmigos (Fascículo 9, sobre NE-GROS), onde fui entrevistado.O título do artigo é “A ovelhanegra do rebanho”. A revistaencontra-se em todas as ban-cas. O Fascículo é vendido se-paradamente. Abraços,

Rev. Antônio Olímpio deSant’Ana, por e-mail.

Nesta edição, o reverendoSant’Ana está na matéria decapa do Expositor e é com ale-gria que recebemos a notíciade que a relevância de seutrabalho mais uma vez extra-pola os limites da Igreja e che-ga à imprensa secular.

Situação da UlbraA Igreja Evangélica Luterana

do Brasil (IELB) faz o seguintepronunciamento a respeito dasituação vivida pela Universida-de Luterana do Brasil (Ulbra):

1) Mantém o reconhecimen-to de sua posição em relação àUniversidade dentro da nossaestrutura de Igreja, ou seja, aIELB não possui ingerência ad-ministrativa dentro da Ulbra, aqual deve ser exercida pelamantenedora, a CELSP - Comu-nidade Evangélica Luterana SãoPaulo de Canoas.

2) Estende ao novo reitor,Prof. Dr. Marcos FernandoZiemer, todo o apoio de que elenecessitar, colocando-se à dispo-sição da nova Reitoria para qual-quer ação ou medida a favor daUniversidade, compatível comos princípios confessionais eéticos da fé cristã.

3) Deseja à Universidade,na pessoa do seu reitor e dos

componentes da nova Reitoria,as graciosas bênçãos do SenhorDeus sobre as ações necessári-as para a recuperação da Ulbra,fazendo tal desejo ser acompa-nhado pelas constantes oraçõesda Igreja na confiança de se-rem ouvidas e atendidas porDeus, pois as promessas Delese cumprem.

4) Espera poder continuar sevalendo de todas as oportunida-des para anunciar a Palavra deDeus por meio das portas que aUniversidade abriu para isso du-rante toda sua história até aqui.

5) Lamenta profundamenteos fatos que provocaram depre-ciação do nome da Igreja Lute-rana – como instituição – perantea opinião pública e dentro daprópria Igreja; a repercussãonegativa do nome “luterano” apartir da crise da Ulbra, uma vezque a Universidade está ligada àIgreja; as consequências de taisfatos sobre as vidas das pessoasque trabalham ou prestam servi-ços à Universidade, ou dela usu-fruem, como clientes do planode saúde, pacientes dos hospi-tais e alunos.

6) Declara que todas asações passíveis de suspeiçãonão têm qualquer apoio daIgreja, devendo ser apuradaspelas autoridades competentes.

7) Reafirma sua convicção napropriedade da Universidade emmanter o nome “luterana” na suaidentificação, visto que há ra-zões doutrinárias, teológicas eéticas profundamente enraizadasna Palavra de Deus, as quaistranscendem máculas que foramprovocadas nesse nome durantetodos os acontecimentos conhe-cidos como “crise da Ulbra”.

Pela Diretoria Nacional daIgreja Evangélica Luterana doBrasil,

Pastor Paulo Moisés NerbasPRESIDENTE

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Maio 2009 3Palavra Episcopal

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João Alvesde Oliveira Filho

Bispo Emérito da IgrejaMetodista – 5ªRE.

O mês de maio, especial-mente na tradição da nossaIgreja, tem sido lembrado comoo mês da família, pois além denele se enaltecer a questão fa-miliar, comemora-se no segun-do domingo o “Dia das Mães.Há de se ressaltar que “um”mês é muito pouco para que oassunto “família” seja profun-damente debatido, estudado equestionado, pois há variáveissignificativas que necessitamde um “adorno” mais profundo.

A igreja, em sua ação docen-te, tem procurado se pautarpelo ensino bíblico paraconscientizar sua membresiasobre o tema da família. Trata-se de uma “luta” desigual, poisenquanto ela, Igreja, se debateem temas que, para uma grandeparte da sociedade, já estãosuperados, a precocidade de ou-tros temas avança “a passos”largos. O desafio está nas mãosda Igreja, que por meio deações santificadoras, amorosas eterapêuticas, deverá dar conti-nuidade a projetos que visemfortalecer os laços da família.Contudo, o que Jesus espera decada um(a) de nós, em se tra-tando de: família – chamado –compromisso? Compartilho comvocês dois momentos, não muitoconvencionais, em que Jesusprotagoniza cenas referentes aoassunto da família, chegando acausar “ruídos” em nossa forma-ção cultural e religiosa.

A primeira cena é relatadano evangelho de Lucas 2.41-52,cujo texto refere-se a Jesuscom 12 anos de idade dialogan-do com os doutores no Templo.O contexto versa sobre a Pás-coa, os pais de Jesus foramparticipar dessa festa e, no re-torno, o menino se perde. Ospais voltam para procurá-lo e,quando o encontram, a mãe lhediz: “Filho porque fizeste assim

Família... Caminho... Cruzconosco? Teu pai e eu, aflitos,estamos a tua procura” (v.48).O menino responde: “Por queme procuráveis? Não sabíeis queme cumpria estar na casa demeu Pai?” (v.49). No relato po-demos perceber alguns aspectosdo nosso cotidiano, tais como:festa, perda, procura, encontro,preocupação. A “bronca” é amesma recebida por Jesus: “Porque fizeste assim conosco?”Cada um(a) de vocês poderáinterpretar esta frase da melhormaneira possível, mas tenhoplena certeza que as mais co-muns são: “Não chegue tar-de”... “De onde estiver liguepara casa”... “Cuidado comquem anda”, etc. A resposta domenino não foi compreendidapelos pais, porém, a mãe, deacordo com o relato, guardavatudo em seu coração.

Enquanto a preocupação damãe era com a figura do meni-no, ele radicaliza: não vim aeste mundo para colocar emprática este tipo de preocupa-ção... vim a este mundo paracumprir a vontade do meu pai.Este é o meu compromisso.Talvez perguntemos: Jesus nãoenfatizava a questão familiar?Sim, ele viveu com a família,cresceu em um ambiente fami-liar, trabalhou com o pai, etc.,porém, deixou claro que a fa-mília não podia impedi-lo decumprir a tarefa para a qualestava comissionado. Para aosnossos dias, esta é uma variá-vel que devemos levar em con-sideração, ou seja: até queponto as relações familiaresnão têm impedido uma comu-nhão sinalizada pela Graça? Atéque ponto as preocupaçõesexageradas não têm roubado eimpedido que o diálogo seja ocaminho viável nas comunica-ções e relacionamentos? Atéque ponto a Igreja continuaráse debatendo em temas des-contextualizados, enquantonossos(as) jovens, filhos(as)contemplam e vivenciam ummundo diferenciado e mergulha-do em proposituras que “arra-nham” a nossa vida espiritual?Não estou afirmando que deve-mos “romper” com a família,subjugar a família, porémcolocá-la no caminho de Jesus,ou seja, a família é aquela quesegue os passos do Mestre enão empecilho na promulgaçãodo Reino de Deus.

A segunda cena encontra-mos em Mateus 12.46-50. Inci-siva, dura, radical a palavra deJesus. Do ponto de vista estrita-mente sentimental e emocional,dificilmente compreenderemosesta orientação de Jesus. Al-guém afirma: “Estão aí seus ir-mãos e sua mãe e querem ver-te.” O filho responde: “Quemsão meus irmãos e minhamãe?” E aponta para os discí-pulos sinalizando que eles são osirmãos, ou seja, a família dEle,pois irmãos, mãe e irmãs sãoaqueles(as) que fazem a vonta-de de Deus. Esta cena não écomum; ela é imprópria para osnossos padrões egoístas e con-formistas. Será que Jesus rece-beu sua família? Deu atenção aela? Orou com ela? Por outrolado, qual foi a reação da famí-lia? Aceitou a postura de Jesus?Insistiu em dialogar com ele? Foiembora? A resposta pode serencontrada em Marcos 3.20-21.De acordo com o texto, Jesusvai para casa e a multidão osegue, não dando “trégua” nempara o momento da refeição.Neste momento chegam os pa-rentes (família) e preocupadoscom tudo que cerca o Filho fa-moso, decidem “blindá-lo”, poiscrêem que ele está fora de si ementalmente afetado. Este fatoilustra muito bem quão pouco asua família o compreendia, etambém quão pouco compreen-dia a sua missão. Porém, quei-ramos ou não, uma coisa ficamuito clara: família para Jesussão aqueles(as) que estão nocaminho e o ajudam a carregara cruz. Mas o que fazer com anossa família? A família de Jesusresolveu protegê-lo e até insi-nuou que ele estava “fora desi”. E nós em nossos dias?Como temos tratado as nossasrelações familiares? Não tenhocondições de responder, masaté que ponto família-institui-ção e família-do-caminho seajustam? Família-instituição éaquela que atua em redor de si,se auto protege, determinaparâmetros, cria persona-lismos... vive no gueto. Famí-lia-do-caminho encontra pesso-as, cura as feridas, ouve, éperseguida, não tem proteção,é peregrina... família-do-cami-nho... caminha, carrega a cruz,vive a auto-doação, não temouro nem prata... tem a Graçada Ressurreição.

E a Igreja? O que fazercom a família? Ampará-la?Desampará-la? Moldá-la?...Discriminá-la? Em meio a tan-tas figuras e projeções, que semisturam com malabarismosno sentido de se encontrar osignificado da cruz, projeta-mos e muitas vezes deliramos.Criamos sofismas, montamospalcos, projetamos shows, in-ventamos, re-inventamos...com a finalidade de trazerDeus até nós, agradar aDeus... queremos vê-lO notrono, para quê? Raspamos asnossas cabeças, andamos des-calços, dançamos, louvamos,oramos... atingimos as nossasfamílias?.. Ajudamos a colocá-las no caminho? Enquanto anossa adoração embasar-se so-mente em temas que nos dis-tanciam, que recriminam, quediscriminam... enquanto anossa adoração embasar-se so-mente na esfera vertical, ouseja, para nós mesmos, para anossa satisfação, continuare-mos a procurar Jesus e, aoencontrá-lo, ouviremos: meupai, minha mãe, meus irmãose minhas irmãs, são todos(as)aqueles(as) que fazem a vonta-de do meu Pai. Como reagire-mos? Conforme afirma ocântico: “Família unida somos,família de Jesus, / Iluminadostodos, / Da mesma santaluz.../ Olhar com simpatia oserros de um irmão, / E todosajudá-lo com terna compaixão(HE, 395). Fico a perguntar:como anda a ecumenicidade dafamília? Será que segue os pa-drões da Igreja?... Da GraçaRedentora? O poeta, em sua in-terpretação teológica pode nosdeixar este legado: “Famíliaunida somos, família de Jesus,”e por pertencermos a essa fa-mília, olhamos com simpatia,não com discriminação, os errosdo nosso irmão. Será que não éisto que nos falta? Temos sidosousados o bastante, como famí-lia, a ponto de “olhar” comsimpatia as nossas relações, es-pecialmente as ligadas comaqueles(as) que fazem parte donosso ambiente familiar? Quan-tos de nós —esposas, maridos,filhos(as), pastores(as)— nãosomos “escanteados(as)” porquenão seguimos os estereótipos?Como poderemos, como famí-lia, andar pelo caminho... carre-gando a cruz?

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Maio 20094 Pela Seara

História de uma mãe de coração aquecidoDuas datas do mês de maio – o Dia das

Mães, no segundo domingo, e a experiênciado “coração aquecido”, de John Wesley, nodia 24 – nos trazem à memória o nome deSusana Wesley. Essa mulher foi mais do quemãe do fundador do metodismo: como vocêverá neste artigo do saudoso professor epastor Duncan Reily, Susana influenciou im-portantes decisões tomadas por Wesley. Seupapel foi fundamental para o estabelecimentodo metodismo no século 18. Assim como éfundamental o papel das mães metodistas doséculo XXI. Parabéns a todas!

Susana Wesley, metodista

Os quase 73 anos e meio da vida deSusana Annesley Wesley não podem ser con-tados no pequeno espaço do presente artigo.Portanto vamos limitar-nos ao período entreMaio de 1738 e Julho de 1742, os primeirosanos do Metodismo no sentido mais própriodo termo. Neste curto tempo, Susana tornou-se numa metodista atuante e figura influentenesse movimento liderado pelos seus filhosJoão e Carlos. Destacaremos cinco momentos ocorridos nos anosfinais dessa mulher extraordinária.

O primeiro desses momentos ocorreu pouco depois daqueladata tão crucial para o Metodismo, a saber, 24 de Maio de 1738.Tudo indica que João preparou a narrativa da sua conversão – narealidade, uma pequena autobiografia espiritual que ele incluiriano seu Diário Público – exatamente para explicar a sua mãe maisplenamente o sentido do evento. João levou-lhe o relato. Apesarde Susana não ter vivido, até àquele momento, uma experiênciasemelhante, ela recebeu o relato com aprovação.

Depois de muito estudo desse episódio, estou convencido deque temos nesse relato da “Experiência de Aldersgate” a maiscompleta descrição escrita por Wesley. Precisamente por causa doseu desejo de compartilhar com sua mãe o que Deus havia reali-zado na vida dele.

O segundo momento é aquele em que Susana teve uma expe-riência marcante de fé pessoal, diferente em detalhes daquelasdos seus filhos João e Carlos, mas com sentido semelhante. Comoboa e convicta anglicana, ela viveu por longos anos uma vidamarcada por leitura da Escritura, oração e meditação profundas edisciplinadas, participação ativa de culto e sacramento. Ela nemsonhava com uma experiência em que receberia de Deus a certezado perdão e salvação. Mas, para surpresa dela, numa data queparece nunca ter revelado, Susana teve uma experiência de féviva e pessoal, ao receber a Santa Ceia das mãos do seu genroWesley Hall. Ela descreveu a experiência em termos que lembramaquela dos discípulos de Emaús, quando Cristo se revelou “nopartir do pão”.

O terceiro momento que queremos destacar é a participaçãodela na adoção pelos metodistas da pregação leiga, fenômenoquase desconhecido entre os anglicanos do tempo. No início de

Março (1739), João Wesley, muito hesitante,seguiu o exemplo de Jorge Whitefield e co-meçou a pregar ao ar livre, o que resultouem muitas conversões em Bristol,Kingswood e Londres. Mas a expansão geo-gráfica era mínima, porque havia apenasdois pregadores, os próprios irmãos Wesley.Isso só mudaria quando João Wesley levassepara Londres o jovem convertido ThomasMaxfield para ajudar na obra. Maxfield em-polgou-se no trabalho e chegou a pregar,coisa que o clérigo João Wesley não admitia.Informado da irregularidade, Wesley voltoua Londres às pressas para proibir a inova-ção. Susana, porém, já havia assistido àpregação do jovem e reconhecera nela amão de Deus. Foi ela que convenceu Wesleya ouvir a pregação antes de impedi-la. Ditoe feito! Depois de ouvir a pregação deMaxfield, Wesley concluiu: “É de Deus!” Foio começo da prática da pregação leiga, oprincipal elemento na expansão da obrametodista daquela época.

O quarto momento é a publicação anôni-ma de um trabalho teológico com o título

“Alguns Reparos sobre uma Carta do Rev. Whitefield ao Rev.Wesley”. Na carta examinada, Whitefield havia atacado com ve-emência o sermão de João Wesley sobre a Livre Graça. Na obra,Susana defende a postura teológica do seu filho João e argumentafortemente contra a doutrina calvinista da predestinação, mos-trando um respeitável conhecimento da literatura relevante daépoca. Uma leitura cuidadosa da publicação revela Susana comouma excelente teóloga e polemista, faceta da vida dela poucoconhecida.

O quinto e último momento é muito solene, a saber, a mortede Susana Wesley e o seu sepultamento, respectivamente em 30de Julho e 1 de Agosto de 1742. Susana Wesley não apenas morreufirme na fé como também deu testemunho de uma fé triunfante.Nos últimos momentos da sua vida, o seu filho João e a maioriadas suas filhas estavam com ela. Pouco antes de falecer, ela pe-diu: “Filhos, assim que eu me libertar deste corpo, cantem umsalmo de louvor a Deus”. Eles atenderam ao último pedido da suamãe. O seu filho João dirigiu o serviço fúnebre. Ele registrou noseu Diário Público que estava presente uma multidão numerosademais para contar.

Anos mais tarde, Wesley construiria, no outro lado da rua, asua nova sede em Londres, a Capela da City Road, popularmenteconhecida como a Capela Wesley. Assim, na sua morte e enterro,a metodista Susana tornou-se parte daquela “linha de esplendorsem fim”, daqueles que, mesmo “depois de mortos ainda falam”(Heb. 11: 4).

Pelo Rev. Duncan Alexander Reily. Texto adaptado (reduzido)do original publicado na revista Fé e Nexo, setembro de 2002.Reproduzido na revista “Portugal Evangélico”, publicação dasIgrejas Metodista e Presbiteriana, Junho/Agosto de 2003

Igreja unida contra a dengueA Igreja Metodista em Vieira Fazenda, no Jacarezinho, Rio de

Janeiro, está mobilizando sua membresia visando à prevenção eao combate da dengue. No dia 14 de fevereiro, a Igreja promoveuuma palestra de orientação contando com a presença de umagente da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que,

além de distribuir material informativo, deu dicas caseiras deprevenção. Os resultados dessa visita não poderiam ser melhores.Segundo a pastora Lídia Pires Nunes Moreira, a resposta da igrejafoi bastante positiva. Todos se comprometeram em sermultiplicadores das ações de prevenção e combate na comunidade.

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Maio 2009 5Pela Seara

Jovens, mãos à obra!

Atenção! Crianças, papai, mamãe, tio, tia, professor, pro-fessora...

Criança tem muita história... Suas perguntas, afirmações,dúvidas trazem muitos ensinamentos e abençoam muitas vi-das.

Este espaço é para compartilharmos estas histórias apai-xonantes, que ficam guardadas em nossa memória, e quemuitas vezes ficam só entre os familiares e amigos mais pró-ximos.

Como igreja comprometida em acolher, cuidar e ensinar ascrianças, também temos que estar atentos(as) para ouvi-lascom toda a sua espontaneidade e singeleza de coração.

A mãe da Gabriela e da Isabela mandou as histórias desuas filhas que estão em consonância com o tema de 2009 doDNTC que é “A aventura de caminhar com Cristo!” e já mos-tram os passos das crianças no Caminho como agentes mirinsda missão.

Para Gabi e Isa, que são de Belo Horizonte, mando umbeijo carinhoso,

Elci LimaCoordenadora Nacional de Trabalho com Crianças

Amizade A Gabriela (na época

com 4 anos) sobe a rua coma sua mãe Vitória em umamanhã de sábado e pergunta:

-Mãe, por que você sóestá me levando para os lu-gares que já conheço?

-Mas, filha o que temisso?

Ela respondeu:-Mãe, é que eu quero co-

nhecer a cidade toda, outraspartes do mundo....

- Mas, filha, porquevocê me disse isso agora?

- Mãe, é que eu tenho muitos amigos, que ainda não meconhecem... (risos)

Gabriela Izaú de Araújo, 6 anos4 ªRE, Igreja Metodista Betânia.

– Mãe, hoje foi legal na escolinha da igreja– É mesmo, por quê?– A “tia Claudia” contou a estória de um menino que tinha

5 “pão” e 2 peixes e deu pra todo mundo.– E o que você achou disso, Isa?– Ele foi bonzinho porque podia comer tudo sozinho, né?

Isabela Izaú de Araújo, 3 anos4 ªRE, Igreja Metodista Betânia.

Envie a sua história, coloque os seus dados, uma foto e

mande para o email [email protected], para Elci Lima ecom carinho estaremos publicando a sua história.

Fala, criança!“Se há prioridade são para

as crianças!”

(Bispo Isaac Aço)

Projeto da Federação de Jovens organizamutirão bilingue

A Federação Metodista de Jovens da Primeira Região Ecle-siástica, em parceria com o projeto Voluntários em Missão daExpansão Missionária Regional, convida jovens que tenhamdomínio da língua inglesa para participar do projeto “JovensMãos à Obra” que acontecerá nos períodos de 13 a 25 de junho,19 a 26 de junho e 24 de setembro a 3 de agosto, no ICP(Instituto Central do Povo) e no Acampamento Clay. Estes jovensauxiliarão no trabalho de reforma destas duas instituições juntoa grupos de americanos, vindos da Carolina do Sul, Carolina doNorte e Atlanta respectivamente.

As equipes de jovens atuarão na área da construção civilcomo voluntários, ajudando em reformas, trabalhos de restau-ração e reparos de nossos templos, prédios educacionais e ins-tituições de forma geral. “Nosso maior objetivo é cumprir ochamado do Senhor em tudo que pudermos e estiver ao nossoalcance”, diz Queli Vieira, presidente da Federação.

Despesas com alimentação e estadia são de responsabilida-de do ICP e do Acampamento Clay. O transporte até o ICP bemcomo o retorno são de responsabilidade do(a) participante.Os(as) participantes devem levar objetos pessoais, roupas ve-lhas para o trabalho, roupa de cama, medicamentos que utilizemcom freqüência, sua Bíblia e, principalmente, muita disposiçãoe vontade de fazer a obra de Deus. As inscrições devem serfeitas na Federação. E-mail: [email protected].

O telefone da presidente Queli Vieira é (21) 3342-0046, e-mail [email protected].

Encontros ministeriaismobilizam regiões

O encontro ministerial de pastores e pastoras da 2ª RegiãoEclesiástica aconteceu no Distrito da Serra, em Caxias do Sul, nosdias 18, 19 e 20 de abril e contou com a presença de muitos in-tegrantes das famílias pastorais.

O tema central do ministerial, neste ano, foi “Compromissose Vivências Institucionais” em consonância com o tema do biênio,“Testemunhar a graça e fazer discípulos e discípulas”. Além doBispo Luiz Vergílio Batista da Rosa, presidente da Região, queministrou estudos e a Palavra, o encontro contou com a presençae participação ativa do Bispo Stanley da Silva Moraes, que não sórepresentou o Colégio Episcopal mas também dirigiu estudo aospastores e pastoras.

Outro fato que merece destaque foi a preocupação de reservarum tempo para que o convívio entre os(as) colegas e seus fami-liares fosse algo prático e salutar. Estes espaços de convivênciae integração foram de extrema valia para a vida relacional de to-dos e todas que estiveram presentes neste ministerial. Estudos,devocionais, vigília de oração, grupos wesleyanos, participaçãodos órgão regionais e ministérios, filme, enfim... Louvamos aDeus por este encontro e porque vivemos a graça do Espírito emtodo o tempo!

A celebração de encerramento foi coroada com a emocionantecerimônia do Lavapés, onde todos e todas experimentaram comalegria o modelo deixado por Jesus para aqueles que verdadeira-mente querem ser seus discípulos e discípulas.

Pr. Silvio G. Mota

Nota da Redação: a primeira e a quarta regiões também járealizaram seus ministeriais. Nas próximas edições publicaremosnotícias desses eventos.

Page 6: Expositor Maio 2009

Maio 20096 Pela Seara

Bodas de OuroUm culto de ação de graças na Igreja Metodista Central de

Barra Mansa (RJ) no mês de janeiro comemorou os 50 anos deunião do reverendo Nilton de Oliveira Garcia e Ivani Salles Garcia.A celebração foi conduzida pelo bispo Paulo Ayres Mattos e peloreverendo Claudio de Oliveira Ribeiro, alem da participação doreverendo Manoel Horácio da Silva. Alem de familiares e amigos,muitos membros das igrejas do Sul Fluminense onde o reverendoNilton pastoreou – especialmente Resende, Barra Mansa e VoltaRedonda – deram graças a Deus junto com o casal, os filhos, asnoras e os netos.

Atualmente o casal Nilton e Ivani reside em Nova Friburgo,região serrana do Rio de Janeiro.

Inserção social pela paz

lado de filhos, noras e netos

Reverendo Nilton e Ivani, ao lado de filhos, noras e netos

No dia 21 de março de 2009, realizou-se na Igreja Metodistaem Nepomuceno, Minas Gerais, uma reunião da AMEN (Associaçãodos Ministros Evangélicos de Nepomuceno) em conjunto com oCONSEP (Conselho de Segurança Pública). A reunião, que tevecomo anfitriã a pastora Gleslei Moraes de Oliveira, secretária daAMEN, recebeu um convidado especial: o deputado estadual JoãoLeite da Silva Neto, Presidente da Comissão de Segurança Públicada Assembléia Legislativa de Minas Gerais no biênio 2009/2010,como também representantes da PM de Nepomuceno e Perdões. Areunião teve como objetivo a união de forças das autoridadesmilitares e eclesiásticas com esclarecimento sobre projetos paramaior segurança da cidade.

Informou a Prª Gleslei Moraes de Oliveira

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Maio 2009 7Pela Seara

Aracaju em festaNos dias 13, 14 e 15 de março deste ano, a IM Central em

Aracaju celebrou com programações especiais o seu aniversário de43 anos de vida e missão. Na sexta-feira 13, às 19h30, o minis-tério de ação missionária promoveu a exibição de um filme, oqual foi assistido por membros da igreja local bem como visitan-tes, dos/as quais cinco pessoas acolheram publicamente o apelode aceitar a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas. Nosábado dia 15, às 19h30, e no domingo às 19h foram realizadoscultos com a participação especial de solistas, conjunto musical eministério de dança. Também a Escola Dominical esteve em festarelembrando com ações de graças a sua importância na fundaçãoda igreja. As celebrações contaram com a presença do pastormetodista Samuel Luís da Silva, preletor nesses dias de comemo-ração que ministrou à igreja mensagens que abordavam aspectostais como a necessidade de se exercer o perdão. O tema: “É

tempo de renovação”norteou as programa-ções que se concreti-zaram em dias bas-tante edificantes paraa vida da igreja local.

Ministério deComunicação IgrejaMetodistaCentralem Aracaju

Distrito do Mato Grossovive momento histórico

O dia 7 de março de2009 vai ficar marcadona história deste distri-to. Aconteceu na cidadede Lucas do Rio do RioVerde, MT, o primeiroConcílio Distrital do es-tado do Mato Grosso.O conclave foi marcadopela presença maciçados pastores e pastorase delegadas (os) leigos(as) de todo o distrito.

O enfoque da reunião presidida pelo nosso superintendentedistrital, o reverendo Hebert Junker, entre outros assuntos, foi aexpansão missionária do metodismo no Mato Grosso motivandocada igreja local a crescer, se tornar autônoma e abrir novas fren-tes de trabalho. Cada campo missionário foi desafiado a sonharcom a abertura de uma nova igreja em uma nova cidade. A fer-ramenta para alcançarmos nossos alvos aprovada pelos conciliaresfoi os trabalhos em grupos pequenos e o discipulado. Também foieleita a nossa CODIAM com representantes leigos e clérigos.

Tivemos ali uma grande oportunidade de comunhão e de trocade experiências. Os momentos de oração e louvor foram destaquesda programação juntamente com a excelente organização doevento patrocinada pela nascente Igreja Metodista em Lucas doRio Verde dirigida pelo pastor Cirley. Grandes coisas o Senhor estáfazendo no nosso meio.

Encerramos o concílio certos de onde queremos chegar e dequando e como iremos atingir nossos alvos. Por isso, queremosconclamar toda Quinta Região a interceder pelo distrito do MatoGrosso, pelos (as) líderes locais, pelas famílias pastorais e pelorev. Hebert para que nossas igrejas possam continuar a crescerde maneira sólida e consistente de modo que o nome de Jesuspossa ser anunciado e almas sejam levadas a uma verdadeiratransformação que somente a Palavra de Deus pode oferecer.

Rev. Bruno Sahb – Secretário do Concílio DistritalRev. Hebert Junker – Secretario de Expansão Missionária e

Superint. Distrital Missionário (Campos Missionários da 5ª. RE)

Musical de Páscoa emCampo Grande reúne

1.200 pessoasCom teatro, dan-

ça e louvor celebran-do a Páscoa, mais de1.200 pessoas estive-ram presentes noevento promovidopela Igreja Metodistaem Campo Grande,Cariacica, ES.

O musical foi rea-lizado na quadra deesportes da FaculdadeSão Geraldo no bairrode São Geraldo/Cam-po Grande, e tornou-se um grande acontecimento da IgrejaMetodista no Espírito Santo com grande repercussão na GrandeVitória. O Musical mobilizou a igreja com os Ministérios de Teatro,de Louvor e de Dança, e Células, envolvendo toda a igreja localque participou com muita dedicação, sob a coordenação da pas-tora Rosangela de Oliveira Donato e gerenciado pelo irmãoCristiano de Carvalho, além de várias equipes de trabalho, muitaoração e jejum.

Foi muito emocionante toda a apresentação do Musical,intitulado “Porque Ele nos amou primeiro”, com acompanhamentomusical ao vivo, tudo com maestria, beleza e unção, pelos irmãosda Igreja Metodista em Campo Grande. Após a apresentação foia vez do preletor, Pr. Daniel Branco (Ig. Batista Lagoinha-BH), quetrouxe a mensagem da Palavra de Deus, dando o testemunho desua vida. Várias pessoas renderam-se aos pés do Senhor.

Ronald Gripp Donato – Min. de Comunicação da IMCG

Uma sexta-feira dememória e comunhãoNa Sexta-Feira da Paixão a Igreja do Ipiranga, juntamente com

as comunidades do Belém, Brás, Colorado, Carrãozinho e VilaPrudente, reuniram-se para, juntas, rememorarem o sacrifício deJesus na cruz do Calvário. Foram momentos inspiradores e emo-cionantes, vividos a partir das reflexões sobre as “Sete Palavrasda Cruz”, dirigidas pelos pastores e pastora das comunidadesreunidas. A cada palavra proferida, uma vela se apagava, sinali-zando que a vida de Jesus expirava.

Numa expressão significativa de comunhão entre as igrejaslocais presentes, o templo da Igreja do Ipiranga ficou lotado, in-cluindo o mezanino e o saguão de entrada da comunidade. Após apalavra do Revmo. Bispo Adriel e da última reflexão bíblica, todasas famílias presentes levaram um cravo, como símbolo da morte deJesus e, mais do que isso, como sinal da fé na ressurreição denosso Salvador, que naquela altura, já estava prestes a acontecer.

O Distrito Missionário Central já está em processo de reflexãopara que esta celebração seja distrital no ano de 2010. GraçasDeus pela oportunidade de ampliação da unidade distrital a partirda memória de nossa salvação em Cristo Jesus.

Rev. Jonatas Cavalheiro, SD do Distrito Missionário Central

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Maio 20098 Capa

Mais do que uma comemoração, o 13 de maio,festejado nos livros de história como “Dia da Aboli-ção da Escravatura”, é uma data para reflexão: mo-mento para questionarmos o racismo e a escravidãoainda vigentes no país. Mas é, também, uma datapara valorizarmos os talentos, determinação e fé deirmãos e irmãs negros, muitas vezes ocultos dentroda própria igreja. Sob o manto do preconceito, in-justiça social e preconceito, a beleza da diversidadeconcebida pelo Criador resiste e frutifica. E ninguémmelhor para falar sobre este assunto do que o Re-verendo Antônio Olímpio de Sant’Ana, ex-secretárioexecutivo do Cenacora e pastor metodista aposen-tado que se surprendeu ao perceber que a aposen-tadoria lhe trouxe ainda mais trabalho... ele conti-nua, sob a luz da Palavra, trilhando os caminhos dodireito e da justiça.

Veja a seguir alguns trechos de uma entrevistaexclusiva concedida ao jornal Expositor Cristão (aíntegra você encontra no site www.metodista.org.br).

1) Como foi o início de sua carreira ministerial?

Entre as escolhas que eu fiz na minha vida, ser pastor foi a mais felizde todas. Hoje beirando os 72 anos, sinto um prazer imenso em serPastor e orgulho muito especial em ser um REVERENDO METODISTA, poisfoi no exercício deste ministério missionário dentro da sociedade queconsegui aprofundar-me nos segredos do amor ao próximo e à sociedadecomo um todo. A motivação para desenvolver o ministério pastoral comênfase na área social surgiu na minha infância. Minha mãe, dona RitaMargarida de Jesus, iniciou-me nos primeiros passos. Fui abençoado portê-la acompanhado em suas visitas aos enfermos, às famílias dos bairrospobres onde atuava como parteira popular. Analfabeta, exercia sabiamen-te as suas habilidades na prática do amor ao próximo.

Beleza ocultaOs valores que resistem sob o manto do preconceito e da omissão

A minha opção pelo ministério pastoral teve oseu primeiro passo formal dado aos doze anos,quando o Rev. Firmino Lopes dos Santos pergun-tou-me se eu queria ser pastor, resultando naminha recomendação para o Concílio Distrital e aseguir, para o Concílio Regional. Estava com 13anos. E neste ponto vale a pena contar a inusitadaexperiência que vivi em janeiro de 1950, na cidadede Belo Horizonte. Saímos de João Monlevade,MG, eu e o Rev. Firmino, para participar do Con-cílio Regional no Izabela, mas, como não era mem-bro do Concílio, eu tinha que hospedar-me em umhotel. E nesta tentativa senti, pela primeira vez,de maneira bem visível, a virulência do racismo.Em um táxi rodamos vários hotéis de Belo Horizon-te tentando a minha hospedagem e em nenhum“havia vaga”. Com os meus 13 anos incompletosnão tinha a dimensão da gravidade desta atituderacista, mas a marca ficou em mim, indelével.

Creio ser interessante dizer que preto é cor.Eu sou preto. Mas sou também negro. Ser negro é ter consciênciade sua negritude. Portanto eu sou preto, sou negro e sou lindo.

É desagradável afirmar, mas há uma diferença muito grande emser discriminado pela família religiosa da qual faz parte e ser discri-minado na sociedade como um todo. Nesta você tem as leis que oprotege, mesmo fraca como a do Senador Afonso Arinos ou até a atualonde o racismo é tratado como crime. E dentro da igreja, como éque fica? Pois foi exatamente dentro da igreja que eu senti como oracismo era e ainda é forte. Brincadeiras de mau gosto que nos ofen-diam, reclamações repletas de lágrimas de colegas que se sentiamdiscriminados nas nomeações, frases altamente ofensivas de membrosracistas. No meu caso, em algumas igrejas por onde passei, no primei-ro domingo à noite o templo enchia. Todos queriam ver o novo pastorpretinho e baixinho falar. E durante a semana eu ficava sabendo queeu, apesar de preto, falava bem.

Salve o almirante negro, que tem pormonumento, as pedras pisadas do cais....Assim dizia a música de João Bosco e AldirBlanc. Hoje, o marinheiro João CândidoFelisberto (1880-1969), o “almirante negro”,líder da Revolta da Chibata, tem também ummonumento feito de bronze. A estátua detrês metros de altura em sua homenagemfoi inaugurada no dia 22 de dezembro do2007 em frente à Baía de Guanabara onde,há quase 100 anos, João Cândido liderou

uma revolta de marinheiros contra os castigos corporais impostospelos oficiais da Marinha.

O estopim da revolta, no dia 22 de novembro de 1910, foi o cas-tigo de 250 chibatadas imposto ao marinheiro Marcelino Rodriguesdiante da tripulação do encouraçado Minas Gerais. Mais de doismil marinheiros, liderados por João Cândido, tomaram à força qua-tro navios de guerra na baía de Guanabara e chegaram a bombar-dear a então capital federal. Como resultado, a Marinha aprisionoucentenas de revoltosos. Muitos foram fuzilados, outros deixados nafloresta amazônica para trabalho forçado. Mas a Revolta atingiu seuobjetivo: foi abolido o uso da chibata como norma de punição dis-ciplinar na Marinha. Segundo o historiador Marco Morel, o movi-mento serviu como “um golpe de misericórdia nos resquícios de es-cravidão que ainda permaneciam arraigados na sociedade”.

João Cândido também sofreu prisão e maus tratos. Expulso daMarinha, morreu na miséria, sem patente ou aposentadoria. Anosantes de sua morte, porém, teve um importante encontro: comDeus. Aceitou a Jesus na Igreja Metodista de Jardim América, Riode Janeiro, e frequentou a Igreja Metodista de São João deMeriti-RJ. Quando faleceu, no dia 06 de novembro de 1969 nacidade do Rio de Janeiro, aos 89 anos de idade, teve o ofíciofúnebre sendo realizado pelo pastor metodista Lucas Mazon.

Pouca gente sabe deste episódio da vida de João Cândido. Naverdade, pouca gente conhece este personagem de nossa história,mesmo na Igreja Metodista. Durante muitos anos, o nome do ma-rinheiro negro João Cândido (o título de “almirante” foi uma ho-menagem popular, ele nunca recebeu essa patente) foi considera-do uma afronta às Forças Armadas e uma ameaça à ordem eprogresso do país. A letra da música Mestre Sala dos Mares, que ti-nha como título original Almirante Negro, foi censurada durante osanos da ditadura militar. Sobre a censura à música, o compositorAldir Blanc conta (em www.dhnet.org.br):

“Minha última ida ao Departa-mento de Censura, então funcionandono Palácio do Catete, me marcou pro-fundamente. Um sujeito, bancando odurão, (...) mãos na cintura, eu sen-tado numa cadeira e ele de pé, coma coronha da arma no coldre há unstrês centímetros do meu nariz. Aí,um outro, bancando o “bonzinho”,disse mais ou menos o seguinte:

– Vocês não então entendendo...Estão trocando as palavras como re-volta, sangue, etc. e não é aí que acoisa tá pegando...

– Eu, claro, perguntei educadamente se ele poderia me escla-recer melhor. E, como se tivesse levado um “telefone” nos tímpa-nos, ouvi, estarrecido a resposta, em voz mais baixa, gutural, cheiade mistério, como quem dá uma dica perigosa:

– O problema é essa história de negro, negro, negro...Eu havia sido atropelado, não pelas piadinhas tipo tiziu, pudim

de asfalto etc, mas pelo panzer do racismo nazi-ideológico oficial”.

O Almirante negro e metodista

João Cândido em foto de 1963.

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Dança litúrgica em celebração metodista

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Maio 2009 9Capa

2) Quando se formou em Teologia?

Terminei o meu bacharelado em teologia em 1963. E para talprepararei uma dissertação de final de curso intitulada: BasesBíblicas e Teológicas da Responsabilidade Social da Igreja. Saí daFaculdade de Teologia com um propósito e não mudei uma vírgulasequer nestes 46 anos de luta.

3) Quando e como iniciou o trabalho na Cenacora?

Antes de falar sobre a Cenacora - Comissão Ecumênica Nacionalde Combate ao Racismo - torna-se necessário falar sobre a ComissãoNacional de Combate ao Racismo, criada por um grupo de negrosmetodistas centrados em Minas Gerais, Rio de Janeiro, S.Paulo e RioGrande do Sul, em 1973. Informalmente criada, passamos 12 anostentando oficializá-la com o apoio do Colégio Episcopal, nada conse-guindo, apesar da simpatia de alguns Bispos. Temia-se o surgimentode discussões geradoras de desentendimentos, considerando o prin-cipal argumento de muitos de que “na igreja não existe racismo,somos todos irmãos”.

Em setembro de 1985, exercendo o cargo de Se-cretário Geral de Ação Social da Igreja Metodista noBrasil, convocamos o “Primeiro Encontro Nacional doNegro Metodista” no Rio de Janeiro, no InstitutoMetodista Bennett. Ao final dos três dias do encontroé formalizada a criação da Comissão Nacional de Com-bate ao Racismo, na Igreja Metodista do Brasil. A pes-quisa e análise da existência do racismo na vida eobra da Igreja Metodista alcançaram resultados posi-tivos e logo se tornaram conhecidos da militância deoutras Igrejas Nacionais, gerando ao longo destesanos o surgimento de comissões, grupos e militânciasindividuais contra o racismo.

Após articulações feitas no início de 1986, foramconvidados representantes das Igrejas Nacionais,objetivando a criação de uma comissão ecumênica se-melhante à da Igreja Metodista. Nascia o Cenacora.

4) Como é, basicamente, o trabalhodesenvolvido pelo Cenacora?

Os projetos desenvolvidos pela Cenacora centralizam-se tanto nasigrejas e suas instituições como na sociedade brasileira, preferenci-almente no entorno das igrejas. Quando iniciamos estávamos ansiosospara avaliar seriamente os racismos embutidos na literatura religiosa,nos sermões, nas lições de escola dominical e nos hinos que cantá-

vamos com tanto ardor. E a partir daí, organizamos a nossa campanha,os seminários, palestras e a produção de materiais.

5) O que você gostaria que as novas liderançasda Cenacora desenvolvessem no futuro?

Você sabe que não sou mais o executivo da Cenacora. Quandodeixei a Cenacora em setembro de 2008, já tínhamos implantado doisinteressantes programas: um envolvendo uma campanha nacional juntoàs Igrejas Nacionais pelo registro civil de nascimento. O outro pro-grama baseia-se no documento JUSTIÇA TRANSFORMADORA: SER IGREJAE SUPERAR O RACISMO. A Cenacora, apoiada pelo CMI, desafiou as ins-tituições teológicas das Igrejas membros desta a refletirem crítica esolidariamente sobre o conteúdo da cartilha, respondendo à seguintepergunta: “Como o processo e conceito de justiça transformadoraidentificam-se com a nossa realidade de racismo dentro das igrejase sociedade no Brasil levando em consideração a própria história donegro neste país?”

6) Como você avalia a preocupação da Igreja com

os direitos humanos?

É só ler o PLANO PARA VIDA E MISSÃO e uma sériede documentos específicos para cada área para con-cluir que a Igreja Metodista tenta levar a sério, na suaprodução de materiais, a sua responsabilidademissionária. Mas, a minha experiência como alguém quevive “fazendo o meio de campo”, viajando por todo opaís , assuntando a uns e a outros colegas pastores epastoras, nota-se que os nossos documentos, principal-mente o PVM são pouco lidos e seguidos. Passei mausmomentos com alguns superintendentes distritais quesempre me exortavam declarando que “eu tinha sidonomeado para a igreja local e somente dela deveriacuidar. Nada de interferir nos problemas da cidade”.E devido à minha compreensão e convicção que tinha

de que eu era o ministro da palavra de toda a cidade, incluindo seupovo e as suas lideranças, eu vivia dando explicações a algumas auto-ridades eclesiásticas. Era o meu dever e responsabilidade envolver-mecom todos. Porque todos, sem exceção, eram alvos do amor de Deuse a mensagem que repassava trazia a semente da paixão e compaixão.Eram igualmente alvos do amor de Cristo que redime. O povo e osgraves problemas, o seu sofrimento ou alegria são o celeiro, a fonteprivilegiada, inesgotável e a razão de ser dos nossos sermões.

Suzel Tunes

Nascido em 24 de julho de 1908,em Recife, filho de Manoel AbílioTrindade, sapateiro, e Merencianade Jesus, doceira, o negropresbiteriano Francisco Solano Trin-dade foi poeta, cineasta, pintor,homem de teatro e um dos maioresanimadores culturais brasileiros doseu tempo. Para vários críticos, foi ocriador da poesia “assumidamentenegra” no Brasil. As comemorações

pelo centenário de Solano Trindade concentram-se nas três cidadesem que ele viveu mais tempo. No Recife, onde fundou, em 1936, oCentro Cultural Afro-Brasileiro e a Frente Negra Pernambucana. EmDuque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde sofreu perseguições,prisões e apreensão de livros durante o governo Dutra. E em Embu,município de São Paulo, que ele ajudou a batizar como Embu dasArtes, onde fica a sede do Teatro Popular Solano Trindade, coman-dado por sua filha e herdeira artística Raquel Trindade.

Solano Trindade foi um dos fundadores do que mais tarde se co-nheceria como movimento negro. Reconhecia a necessidade do negrobrasileiro assumir orgulhosamente sua identidade e lutar contra a dis-criminação, achava que isso deveria ser feito valorizando a culturapopular brasileira de matriz negra, sem excluir os brancos. Por issofundou o Teatro Popular Brasileiro. O sucesso do Teatro Popular foitão grande que era convocado a realizar espetáculos especiais paratodas as companhias estrangeiras que passavam por aqui. Solano de-

Um negro que o protestantismo brasileiro esqueceusenvolveu também carreira de ator, participou de peças teatrais e vá-rios filmes.

No final da década de 1920, Solano Trindade torna-se protes-tante, onde conheceu Maria Margarida Trindade, que era pres-biteriana. Do seu casamento com Maria Margarida nasceram seis fi-lhos, dois mortos prematuramente e um assassinado pela ditaduramilitar após o golpe de 1964. Solano teve uma ação importante naigreja, chegou a ser diácono da Igreja Presbiteriana, fazia poemase citava trechos bíblicos com facilidade, voltado principalmentepara o Gólgota e os apóstolos Pedro, Tiago e João evangelista. Foiali que ele começou o legado da sua vida, seus poemas forampublicados na revista protestante do Colégio XV de Novembro, deGaranhuns, e em jornais do Recife. Só depois dessa fase começariaa nascer a sua poesia negra.

Decepcionado com o distanciamento do protestantismo com asquestões sociais, incluindo a discriminação contra os negros, eledeixa a igreja, justificando sua saída com um versículo da própriaBíblia: “Se não amas a teu irmão, a quem vês, como podes amar aDeus, a quem não vês?”

Em 2008, ano do centenário do nascimento do “poeta negro”o “poeta do povo”, é hora da Igreja Protestante Brasileira resgatarsua memória, dando o reconhecimento a Solano Trindade e muitosoutros negros e negras, que contribuíram e contribuem para oreino de Deus aqui na terra.

Por Hernani Francisco da Silva (Grupo Gestor Afrokut, Redede Negros e Negras Cristãos do Brasil)

Rev. Antonio O. Sant’Ana

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Maio 200910 Missões

Quem conhece as cidades paranaenses sabe que os verões delá podem ser escaldantes. Mas, agora, o Paraná, Sexta RegiãoEclesiástica da Igreja Metodista, tem “Sombra e Água Fresca” oano inteiro! O projeto de educação cristã, compromisso missio-nário metodista com a criança e o adolescente, realizou seu pri-meiro Encontro de Capacitação na 6ª. Região Eclesiástica, a con-vite da Coordenadora de Ação Social, Esther Lopes. O eventoaconteceu em Telêmaco Borba-Pr, entre os dias 3 e 5 de abril, du-rante um Treinamento Regional de Ação Social.

Com a participação de Keila Guimarães, membro da EquipeNacional do SAF, Rosicler Ribeiro, secretária executiva, pastoraRenilda Martins, Coordenadora Nacional de Educação Cristã e doseducadores Ana Clara Oliveira e Davidson Gervasio, o encontrocomeçou com a apresentação de um panorama geral do ProjetoSombra e Água Fresca para os participantes. No decorrer do trei-namento o grupo, composto por quase 50 pessoas, participou, en-tusiasticamente, das oficinas de Educação Cristã, Acompanha-mento Escolar e Esportes e Recreação, os três núcleos básicos doProjeto Sombra e Água Fresca.

O bispo João Carlos Lopes prestigiou o evento e ofereceu aospresentes uma importante reflexão sobre o metodismo e a açãosocial. Em clima de alegria e confraternização, no final do encontrocada igreja ali representada recebeu material informativo e de apoiopara compartilhar, com suas lideranças locais. E os projetos da IgrejaMetodista em Cornélio Procópio(PR) e Chapecó(SC) foram oficialmen-te integrados à Rede Nacional do Projeto Sombra e Água Fresca.

Somos gratos a Deus pela oportunidade da realização desteencontro e elevamos nossas preces para que Ele continue abenço-ando ricamente todos os irmãos e irmãs comprometidos e envol-vidos no ministério que a 6ª Região desenvolve junto às suascrianças e adolescentes. Que esses pequeninos possam cada diamais desfrutar da sombra e da água fresca que através da IgrejaMetodista o Senhor Deus lhes oferece.

Ana Clara Oliveira

Sombra e Água Frescano Paraná

Um jogo diferente“Como é bom e agradável viverem

unidos os irmãos!”. (Sl 133.1).

No dia 29 de março de 2009 a Sociedade Metodista de Homensda Igreja Metodista em Paranaíba-MS, pertencente a 5ª RegiãoEclesiástica, esteve reunida em missão num campo de futeboldepois da Escola Dominical. A intenção da brincadeira foi propor-cionar um tempo de confraternização e fortalecer a união doshomens da nossa Igreja local com vistas à evangelização.

Essa idéia nasceu dentro do coração do irmão Sebastião Alvesda Silva (Tiãozinho) envolvido com o esporte infantil na cidade,um trabalho social e totalmente voluntário. Esse irmão apresentoua idéia na primeira reunião da SMH e se comprometeu em toda asua organização. O irmão Cleber José de Almeida, atual presidenteda SMH, acolheu a idéia e juntos a colocaram em prática. Antesdesse jogo, houve uma oração e uma palavra pastoral nos doistimes montados. Logo depois do jogo fomos todos almoçar na casado irmão Tiãozinho.

Apesar do resultado final ser de 5X3 os dois times comemora-ram com muita alegria a grande vitória! Essa grande vitória foia da luz contra as trevas. Se teve um time que perdeu, esse timefoi o de satanás que tem feito de tudo para nos desanimar naevangelização, nos desunir e destruir. O mundo pode ter timesvencedores, porém, o time de Deus será sempre um time maisque vencedor.

Pastor Norberto Rovida Batista

Gado? Vaqueiros? Será que você se enganou de publicação?Nada disso! O Expositor Cristão recebeu notícias da aldeiaMaruwai, trabalho missionário da Igreja Metodista em Roraima,por intermédio do pastor Wanderley Barbosa Lopes, da Igreja emBoa Vista, a pedido do missionário Cize Manduca. As fotos quevocê vê acima são do gado que foi comprado pela comunidadeMaruwai por meio de verba e projeto da Igreja Metodista. Aolado, você também vê foto do assentamento do piso no templo a

Notícias de MaruwaiIgreja Metodista em Maruwai, já em fase final de acabamento. Acomunidade maruwai, onde vivem cerca de 200 pessoas, quis com-partilhar boas notícias com toda a Igreja e nos alegramos comnossos irmãos e irmãs.

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Maio 2009 11Missões

A Universidade Metodista deSão Paulo e a UniversidadeMetodista de Piracicaba estão re-alizando campanha de apoio aoInstituto Metodista Educacional deAltamira (IMEA), no Pará, ondefunciona um pólo de Educação aDistância da Universidade. OIMEA foi seriamente atingido pelaenchente, impulsionada pelas for-tes chuvas no estado desde o dia12 de abril. Muitos professores,funcionários e alunos perderamtudo e estão residindo em abri-gos montados pela Defesa Civil.Catorze bairros da cidade deAltamira ficaram submersos, afe-tando mais de 14 mil famílias.

Campanha de ajuda às vítimas de enchente no Pará

Neste ano, a Campanha de Evangelização da Igreja Metodistaestá fortemente baseada na herança deixada por seu fundadorJohn Wesley. A ênfase na formação de grupos de discipulado nascasas, para levar a Palavra de Deus a vizinhos(as) e amigos(as)que ainda não a conhecem, é o destaque da campanha que serálançada numa data significativa: o 31 de maio, Dia de Pentecos-tes. A prática de atos de piedade e atos de misericórdia dando osuporte à Campanha de Evangelização é outra característicamarcante da campanha. Assim, após o lançamento oficial, o povometodista será chamado a jejuar e orar pela evangelização dopaís e, também, a realizar atos de solidariedade ao próximo,como a Festa da Família Metodista para angariar fundos aos tra-balhos sociais metodistas, e a campanha de doação de sangue.

O manual da campanha está disponível no site da IgrejaMetodista (www.metodista.org.br) e será, também, enviado àsigrejas locais. Veja, a seguir, o cronograma da Campanha deEvangelização 2009:

Lançamento da Campanha de Evangelização: no dia 31 deMaio, Domingo de Pentecostes, será celebrado o “Dia doDiscipulado”, com o lançamento oficial da campanha.

Consagração ao Jejum e oração: A Igreja Metodista sugere oexemplo de John Wesley, que enfatiza o equilíbrio, uma vez quenão existe uma única maneira de praticar o jejum. O fundador dometodismo começava a jejuar após o jantar da quinta-feira.Geralmente ele não voltava a comer até sexta-feira à tarde, quan-do tomava chá. Assim, a igreja deve jejuar e orar toda quinta-feira por um metodismo vivo, vibrante e pela evangelização.

Mobilização Nacional de Evangelização. Data sugerida: dias26, 27 e 28 de junho (sexta, sábado e domingo): Os(as) mem-bros das igrejas serão chamados(as) a abrirem suas residênciaspara a apresentação da palavra de Deus aos seus vizinhos(as) efamiliares em dois encontros, na sexta e no sábado, após osquais serão convidados(as) a participarem de um culto na igrejalocal, no domingo. Na sexta e sábado os(as) visitantes assistirãoa filmes evangelísticos (veja quadro) e iniciarão uma série deencontros de estudos bíblicos. No domingo, convidarão o grupo aparticipar do culto na igreja local.

Formação de grupos de discipulado: Os grupos começam apósa Mobilização Nacional de Evangelização, que ocorre no mês dejunho e seguem ao longo do mês de julho até a realização doCulto da Colheita, no mês de agosto.

Festa da Família Metodista: 16 de agosto (terceiro domingodo mês). A comunidade metodista deve se mobilizar para uma

grande festa cujos recursos obtidos por bazar, lanchonete e outrasações revertam para ações sociais da Igreja Metodista.

Culto da colheita: 23 de agosto (quarto domingo do mês).As pessoas que participaram das primeiras reuniões nas casas e,depois, dos grupos de discipulado evangelístico, terão a oportu-nidade de tomar sua decisão pessoal por Cristo. A Igreja deveráestar pronta a receber esses novos irmãos e irmãs.

Campanha metodista para doação de Sangue: setembro. Acampanha de doação de sangue foi iniciada no ano de 2008 parasensibilizar as pessoas a este importante ato de solidariedadehumana. Ela tem um caráter permanente; o(a) doador(a) de san-gue deve se comprometer a fazer doações regulares. No mês desetembro de 2009, a Igreja retoma a campanha, para que maispessoas se conscientizem da importância da doação de sangue.

Força no discipulado

Campanha usará filmes comorecursos evangelísticos

Inspirada pelo sucesso da exibição do filme “CompromissoPrecioso”, como parte da campanha evangelística Minha Espe-rança, de 2008, a Igreja Metodista decidiu utilizar recursosaudiovisuais também na campanha deste ano. A diferença éque não haverá um único filme sendo veiculado no país. Omanual da campanha que será distribuído nas igrejas (edisponibilizado no site www.metodista.org.br) sugere que seutilize uma dentre cinco opções de filmes facilmente localizadosem videolocadoras do país: Lutero, A Virada, Desafiando Gi-gantes, Prova de Fogo e Jornadapela Liberdade. A partir destes fil-mes, que retratam momentos de de-cisões por Cristo e mudanças devida, o manual sugere questões etextos bíblicos para reflexão. Alémdos filmes de ficção, a Sede Nacio-nal da Igreja Metodista publicou naInternet dois vídeos evangelísticospara serem assistidos em computa-dores pessoais: uma mensagemevangelística do bispo João CarlosLopes e um testemunho do pastorJosé Fabrício Bahls, da IgrejaMetodista em Bandeirantes, Paraná.

“A Pastoral da Metodista sensibili-zou-se com a situação. Estamoschamando as pessoas para a solida-riedade neste momento”, afirmouo Reverendo Luiz Eduardo Prates daSilva, coordenador da Pastoral Uni-versitária e Escolar da Metodista.Devido às dificuldades de acesso àregião, não é possível o envio deroupas e alimentos. Para colaborar,qualquer quantia pode ser deposita-da na conta criada pelo Instituto,no Banco Bradesco. Seguem os da-dos da conta: Banco Bradesco,Agência 1011-1, Número da conta:30715-7

Fonte: www.metodista.br

Campanha de Evangelização 2009 dará ênfase aos gruposde estudo e convivência cristã à moda wesleyana

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Maio 200912 Reflexão

Nos últimos tempos, o tema da inclusão tem sido debatidopelos mais diversos segmentos da sociedade brasileira. É pre-ciso dizer que muita coisa já foi feita e ainda há muito quefazer. Penso que a igreja precisa ser a principal agente de in-clusão em vários aspectos, como: social, educacional, religioso,entre outros.

Em minhas palestras sobre o tema da inclusão, tenho sidoenfático ao afirmar que: Inclusão não acontece através de de-cretos, mas ela ocorre de fato quando as pessoas são inclusivas.Com certeza é preciso voltar ao início da igreja, onde todos/aseram recebidos/s, compartilhavam tudo, promoviam a igualdadede vida social e comunitária. Infelizmente, muitas vezes, as pes-soas na igreja têm sido bastante excludentes e legalistas, é pre-ciso ter claro em nossas mentes que a igreja é feita para receberpecadores com desejo de transformação.

Uma vez sendo bem recebido/a e contagiado/a pelo amorduradouro de Deus e dos irmãos/ãs ela passa a cumprir seu papelfundamental que é de ser agente de transformação e integração nasociedade e comunidade de fé em que se vive. Portanto, precisa-mos anunciar a graça acolhedora de Deus a todas as pessoas e, ja-mais, a igreja assumir o papel de juiz.

A Deficiência nas Comunidades

Nas igrejas, uma das grandes barreiras para a inclusão ainda éa da interpretação e equivoco teológico. É comum as pessoas as-sociarem deficiência com castigos de Deus,e um erro mais grave ainda é acreditarem maldição hereditária, fazendo uma in-terpretação deturpada do texto deDeuteronômio 5.8-9.

Em João 9.1-41, os discípulos ao ve-rem um cego, perguntam a Jesus:“Quem pecou, este ou seus pais?”. Jesusdisse: “Nem este, nem seus pais, istoaconteceu para que a glória de Deus fos-se manifestada nele”. A manifestação daglória de Deus é maior ainda quando, in-dependente da dificuldade que a pessoatenha, ela sirva a Deus com alegria eexcelência. A cura é bíblica e precisa seruma realidade entre nós. E a maior detodas as curas é, sem dúvida alguma, ado coração e da alma.

A revista Veja disse que, dos 25,6 mi-lhões de pessoas com algum tipo de deficiên-cia no Brasil, aproximadamente 48% delas, se tornaram deficientedevido à precariedade da saúde pública brasileira.

Preparação Para Recepção de PessoasPortadoras de Necessidades Especiais

As maiores barreiras são, sem sombra de dúvidas, asatitudinais, ou seja, a falta de atitude e sensibilidade para com os“diferentes”. Porém, agora farei menção aos aspectos viabilizadoresda recepção e integração das pessoas com deficiências.

Acessibilidade: Espaço Físico

A acessibilidade é amparada por leis que, no ano de 2009 se-rão mais fiscalizadas. Hoje, constata-se que a maior parte dos es-tabelecimentos públicos não estão adequados às normas das leisde acessibilidade. Na realidade das igrejas, as condições tambémsão bastante precárias. Creio que todos/as precisem abraçar essacausa tão nobre, planejando as novas construções e adaptando asconstruções já realizadas com rampas, banheiros para cadeirantes,dentre outras. É importante frisar que é necessário obedecer àsnormas e orientações das leis de acessibilidade como, por exem-plo, o grau de inclinação de uma rampa ou medida de um banhei-ro para cadeirantes.

Acolhida

É fato indiscutível que o espírito acolhedor é o mais eficaz ins-trumento da inclusão. Entretanto, a preparação não pode ser despre-zada em hipótese alguma. Igrejas e instituições precisam investir emcapacitação, com palestras sobre os aspectos das deficiências. Emseus departamentos especiais, oferecer cursos como libras, braile esobre características e peculiaridades de cada deficiência como, porexemplo: síndrome de down, autismo, entre outras.

Inclusão e Integração

O processo de inclusão se dá quando um determinado grupo,classe ou organização, procura inserir outro grupo, classe ou orga-nização. O processo chamado de integração é responsável por fazercom que as pessoas, grupos ou organizações incluídos sejam coloca-dos em igualdade com os demais e possam interagir de forma igua-litária. Felizmente, hoje em dia, tem acontecido bastante inclusão,porém pouca integração. Não basta inserir uma determinada pessoano grupo A, B ou C, mas é preciso oferecer condições de obter omesmo aproveitamento que os demais.

Tratamento “Diferenciado” e Especial

Ser “diferente” na verdade, não é somente por ter esta ouaquela deficiência, mas todos/as nós somos indivíduos e temos

características próprias, DNAs diferentes,CPFs diferentes. A palavra diferente nosassusta, entretanto ser diferente não sig-nifica ser melhor ou pior, mas significaser humano. Não podemos tratar os “dife-rentes” de maneira igual. Ao fazer talafirmação quero dizer que é preciso res-peitar a individualidade de cada deficiên-cia ou pessoa.

O principal mandamento de Jesus é deque devemos amar a todos/as de maneiraigual. Entretanto, acredito que, amar demaneira igual não significa tratar de ma-neira igual, pois cada ser tem sua indivi-dualidade e necessidade e, claro, capacida-de. O sentimento que jamais pode existirpor parte das pessoas “normais” é o depena ou de subestimar a capacidade dequalquer pessoa que seja. Quando falamosem tratamento especial, no caso da educa-

ção em especial, é oferecer maneiras para que a pessoa dentro dasua deficiência consiga superar todos os obstáculos e explorar omáximo de suas potencialidades. Todos nós temos o direito desermos “diferentes”, mas o dever de andarmos sempre juntos.

Conclusão

Que as barreiras sejam quebradas juntamente com todo o tipode preconceitos. Que nós, enquanto Igreja, não pautemos nossasações somente porque existe uma lei, mas porque o amor deCristo nos faz ver todas as pessoas de maneira especial.

Sejas tu, os olhos dos que não vêem;A boca dos que não falam;As mãos daqueles que não podem pegar;Os pés daqueles que não podem andar;

Que possamos ser pessoas pró-ativas, ir ao encontro, comodisse Jesus no Evangelho de Marcos 3.3b: “Levanta-te e vem parao meio”. Lute conosco na construção de uma Igreja para todos etodas, e que as diferenças não sejam barreiras para nossa comu-nhão. Que o espírito cristão de acolhimento e amor seja nossaprincipal marca.

Enoque Rodrigo de Oliveira Leite

Uma igreja para todos e todas nos passos de Jesus

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Maio 2009 13Reflexão

“O compromisso e o cuidado com a vida nas origens históricase nos documentos oficiais da Igreja Metodista no Brasil. Subsídiosteóricos para a inclusão da pessoa com deficiência física”. Este foio tema da minha dissertação para a obtenção do mestrado emCiências da Religião na Universidade Metodista. Em minha pes-quisa, observei que a questão da inclusão na Igreja Metodista emrelação às pessoas com deficiência física pode ser analisadamediante a análise da gênese social do movimento metodista. Osprimeiros metodistas davam ênfase a uma vida ética que de-monstrasse características de uma moral cristã. Pessoas, sereshumanos, famílias não tinham oportunidade de se desenvolverem,de terem um futuro melhor. Eneste contexto de exclusão so-cial, de vícios, de grande vio-lência, os primeirosmetodistas se aproximavamdestas pessoas, o que demons-trava a aceitação e o amor àvida sem discriminação.

A preocupação com a res-ponsabilidade social, no decor-rer dos anos, acompanhou asformulações dos documentosoficiais da Igreja Metodista noBrasil. A Igreja Metodista re-comenda, como uma das basesde sua atuação, a DeclaraçãoUniversal dos Direitos Huma-nos, que em seu teor demons-tra a defesa pela vida. Defesaesta que também é promovidapelo Cristianismo, mais espe-cificamente no presente caso,pelo cristianismo metodista.Direito à vida, dignidade hu-mana, igualdade de direitos,liberdade de expressão religi-osa e ênfase na vivência emcomunidade são valores de-fendidos na origem históricado movimento metodista epresentes no teor dos docu-mentos que direcionam a prá-tica da Igreja Metodista naatualidade.

A doutrina social da Igreja Metodistae a pessoa com deficiência física

A Igreja é chamada a defender a vida sem diferenciação, semexclusão, sem preconceito, pois tais atitudes não correspondemaos valores cristãos expressos no Credo Social. A consciência e aresponsabilidade com o ser humano são despertadas pelodiscernimento do evangelho; a indiferença em relação a pessoasque possuem deficiências físicas são vencidas pelo encontro, pelacompaixão, pelo reconhecimento. A Igreja Metodista afirma emseus documentos que “Jesus Cristo vence barreiras entre irmãose irmãs e destrói toda forma de discriminação entre os homens eas mulheres” (CÂNONES, 2007, p. 52).

O Credo Social nos motiva à ação em prol de um posicio-namento da Igreja Metodista sobre a inclusão das pessoas comdeficiência física que inclua a eliminação de todos os tipos debarreiras culturais, arquitetônicas, na comunicação, atitudinais,as quais desumanizam seres também criados à imagem e seme-lhança de Deus, mas, que possuem apenas limites físicos.

O Plano para a Vida e a Missão da Igreja: amissão revelada no cuidado com a vida integral.

O PVMI enfatiza que a igreja deve “conscientizar o ser huma-no de que a sua responsabilidade é participar na construção doReino de Deus, promovendo a vida, num estilo que seja acessívela todas as pessoas (CÂNONES, 2007, p. 90)”. Esta acessibilidadeenvolve a vida de todas as pessoas, mudanças de valores, o que-brar das barreiras, uma nova perspectiva do relacionar-se com odiferente, trazendo mais transformações na história.

No Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista (1996, p.25) uma das formas de se atuarna missão de Deus é “criar es-truturas e instrumentos que vi-sem no desenvolvimento daconsciência nacional para pro-moção dos discriminados emarginalizados: o negro, o ín-dio, a mulher, o idoso, o me-nor, deficientes, aposentados eoutros”. Independentementedas diferenças, as pessoas pre-cisam ser tratados com respeitoe auxiliados quando necessário.

Nenhum ser humano podetornar-se mais pessoa sem arelação com o outro. Na ne-cessidade de viver em comuni-dade, o ser humano muitas ve-zes é motivado à procurareligiosa. Esta busca poderálevá-lo ao encontro com a co-munidade eclesial, onde relaci-onará com as demais pessoascom suas possibilidades e li-mitações num constante desa-fio da aceitação recíproca, edo crescimento mútuo. Na co-munidade existe uma plu-ralidade de pessoas, com cul-turas, costumes, fortalezas,fraquezas, com limites, difi-culdades, especialidades, por-

que não deficiências físicas? Enfim a unidade da comunidade sedá na complementaridade da diversidade.

Assim, a Igreja Metodista, à luz de sua história e de seusdocumentos, é confrontada a prover acessibilidade para a pessoacom deficiência física de sua comunidade e a desempenhar suamissão atuando em prol desta causa na atualidade. Esta missãopode ser desenvolvida na educação em busca de eliminação depreconceitos, revelados em atitudes. Também através da adap-tação de seus edifícios e eliminando as barreiras de comunica-ção. O que poderá ser realizado através do fornecimento depreparo adequado mediante capacitações em Libras, Braile, si-nalizações necessárias, na utilização de softwares leitores, paraseus participantes. Esta missão pode ser exercida mediante aresposta a este desafio de ser uma comunidade a serviço da lutapela participação igualitária da pessoa com deficiência física,possibilitando, assim, o fazer parte de uma comunidademetodista e não à parte da mesma. Isto é ser humano, é sercristão, é ser metodista.

Pastora Sandra Helena Monteiro Dantas, mestra em Ciênciasda Religião, funcionária da Biblioteca Digital para alunos da UMESPcom deficiência visual.

Inclusão na Igreja Metodista: preocupação de berço

Sandra Helena e o marido Dennys, ambos pastores da Igreja Metodista. Sandraé originária de Barra Mansa, RJ. Fez o pré-teológico no Instituto Bennett, noRio de Janeiro e, para chegar até lá, contou a ajuda de dois amigos, que gen-tilmente colocaram seus automóveis à disposição: um a levou de carro até acapital, enquanto o outro levava a cadeira de rodas. Desde essa época,Sandra guarda no coração a boa acolhida que têm recebido de irmãos e ir-mãs. “Na Igreja Metodista em Goiabal (1999 a 2002) até escala fizeram parame buscar. Cada dia de trabalho na Igreja era uma pessoa que me buscavaem casa. Na Igreja Metodista em Rudge Ramos (durante os anos 2003 a 2006)adaptaram o altar, colocaram rampa, e construíram banheiro adaptado. A Igre-ja Metodista em Guaianases (onde atuei durante os anos 2007 e 2008 no Pro-jeto Revitalizar Igrejas) construiu rampas nas entradas do templo e adaptouo banheiro”. Ainda há muito a ser feito. Sua pesquisa de mestrado tem oobjetivo de despertar a Igreja para acolher a todas as pessoas, atendendo-as em suas necessidades específicas.

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Maio 200914 Opinião

Palavras do Bispo Emérito João Alvesde Oliveira Filho, por ocasião da reuniãoda Confederação das SociedadesMetodistas de Homens na sede Nacionalda Igreja Metodista, em oito de feverei-ro de 2009. (Texto copiado do site dosHomens Metodistas da Sexta Região.Notícia postada em 20/2/2009).

Alfredo Vieira de Souza, 72 anos,evangelista na Igreja Metodista Cen-tral de Juiz de Fora, nascido no meioevangélico, com 54 anos de fidelidademetodista. Ex-presidente por diver-sos mandatos da Federação das Soci-edades de Homens da Quarta RegiãoEclesiástica, ex-presidente da Confe-deração das Federações de HomensMetodistas do Brasil, delegado aoConcíl io Geral nos anos de 1987,1991, 1997 e 2001. Presidente Hono-rário da Federação das Sociedades deHomens Metodistas da Quarta RegiãoEclesiástica, eleito membro daCoordenadoria Geral de AçãoMissionária (COGEAM), seu primeirovice-presidente e eleito presidente daAssociação da Igreja Metodista (A.I.M.)em 1997 com mandato até 2002.

Esta identificação, à semelhança doApóstolo Paulo (Filipenses 3.5 e 6), apre-sento não por vaidade, mas faço com te-mor e tremor e muita humildade para hon-rar e glorificar o nome de Deus, aquele queme permitiu todas estas bênçãos e queagora me compele a expressar estas pala-vras como testemunho e motivação aoshomens Metodistas.

As palavras do Revmo. Bispo João Alves,tão querido e mui respeitado por todos nós,devem nos preocupar e serem recebidascomo um chamamento de Deus a um maiorenvolvimento com sua missão e com as ati-vidades da nossa amada Igreja Metodista.

Em 1991, no final da reunião do ConcílioGeral no Instituto Granbery da Igreja Meto-dista em Juiz de Fora, o nosso saudoso ir-mão Eliseu Constantino pronunciou, já nofinal de seus dias, como era do nosso co-nhecimento, as seguintes palavras: “Eu mepreocupo com o futuro da participação doLeigo na Igreja Metodista”.

Nesta época, nós também nos preocupá-vamos. Os anos passaram e temos assisti-do cada vez mais o declínio da participaçãodo homem metodista nos Grupos So-cietários, que é a forma canônica, tradici-onal e mais prática para marcar sua presen-ça, principalmente na Igreja Local.

A participação do leigo foi decisiva paraque Wesley pudesse expandir o movimentoMetodista por toda a Inglaterra. Nos dias

Uma palavra aos Homens Metodistas “O Leigo não está se valorizando! O Leigo hoje, pensa que a sua ação se resume na

participação nos cultos, não se envolvendo em outras atividades da Igreja.”

de hoje a Igreja continua reconhecendo aimportância da presença do Leigo emsuas atividades, provendo recursoscanônicos e oportunidades para isto emtodos os seus níveis.

O Ministério leigo toma forma no mo-vimento Metodista a partir de 1742, apósprofunda reflexão de João Wesley e influ-ência de sua dedicada mãe, Suzana Wesley.

Vejamos o que o nosso irmão leigo, Dr.Gonzalo Baez Camargo escreveu em seubreve tratado “Quando Wesley nos desafia”:

Naquele dia de 1742, nasceu o minis-tério leigo Metodista. Após Maxfield vie-ram outros, às dezenas e logo às cente-nas. Vencidos seus escrúpulos, Wesleycomissionava-os a pregar. Artesões, cam-poneses, profissionais, primeiramente semabandonar seus meios de sustento e de-pois sustentados pelas congregações, fo-ram formando as heróicas brigadas deministros leigos. (2005, p.31)

O exemplo de João Wesley fez revivera prática de Jesus, que não procurou aautenticidade ou as credenciais sacerdo-tais do seu tempo para nomear e consa-grar os seus discípulos. O cristianismonasceu leigo, o próprio Jesus era reconhe-cido como um artesão na sua comunidade.

Para sermos ministros leigos carecemosdo chamado de Deus, que nos cura dasseqüelas do resgate, nos capacita, quandodesejamos e buscamos esta capacitação,

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nos envia para a missão e nos sustentacom todos os recursos necessários para obom cumprimento do nosso ministério.

O chamado é para todos, e aqui numaatitude profética, em nome de Deusconclamo os homens metodistas a se uni-rem e organizarem os grupos societáriosnas igrejas locais, filiá-los às respectivasfederações de conformidade com oscânones da Igreja Metodista. Colocarmos-nos como ministros de Deus, de acordo comos dons que ele nos tem concedido, buscara verdadeira sabedoria e nos colocar aolado dos nossos pastores para promover-mos o crescimento do Reino de Deus e daComunidade Metodista.

A Palavra de Deus nos exorta

“Procura apresentar-te a Deus aprova-do, como obreiro que não tem de que seenvergonhar, que maneja bem a palavra daverdade.” (II Timóteo 2. 15).

“Mas a sabedoria que vem do alto, éprimeiramente, pura, depois pacífica,moderada, tratável, cheia de misericórdiae de bons frutos, sem parcialidade e semhipocrisia.” (Tiago 3.17).

Que o Deus, Pai, Filho e Espírito Santonos guarde e nos inspire para toda aboa obra.

Irmão e servo Ev. Alfredo Vieira de Souza

É tempo de semear e colher! A seara precisa de trabalhadores.

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Maio 2009 15Cultura

MaioDia 24 de maio de 1738 foi o dia da experiênciareligiosa de John Wesley. Lembramos destadata com a já tradicional Semana Wesleyana daFateo – este ano agendada para a semana entre18 a 22 de maio. Neste ano comemoramostambém os 120 anos de ensino teológicometodista no Brasil.

Nos dias 29 e 30 de maio acontece o encontro Identidade eprotagonismo negro, na Universidade Metodista de São Paulo(Auditório Capa), das 8h30 às 17h30. Haverá palestras comteólogos(as), sociólogos(as), advogados(as) e educadores(as), quedebaterão o protagonismo negro na sociedade, sob uma perspec-tiva cristã. O encontro é aberto a todos os(as) interessados(as),bastando fazer inscrição pelo e-mail [email protected], informando o nome, endereço e, se for ocaso, a instituição que representa. O valor da inscrição é de R$10,00 (pagamento na abertura do encontro) e será fornecido cer-tificado de participação do curso. Mais informações pelo sitewww.metodista.org.br ou telefone (11) 9977.9136.

Dia 31 de maio temos duas datas importantes para celebrar: oDia de Pentecostes e o Lançamento da Campanha Nacional deEvangelização 2009. Prepare sua comunidade antecipadamentepara celebrar com alegria essa data. Acesse o sitewww.metodista.org.br para fazer o download do Manual da cam-panha que será, também, impresso e remetido às igrejas.

Se você participou das Federações de Juvenis, Congressos, Semi-nários e Encontros entre os anos de 1979 e 1982, entre em con-tato com a comissão do Encontro JUVENIS 30([email protected]) informando o seu nome completo, telefonee e-mails de contatos. O Encontro JUVENIS 30 será nos dias 1 e 2de agosto de 2009 e a sua presença será muito importante.

JunhoO Encontro Nacional de Capacitação para as Mulheres daIgreja Metodista acontece nos dias 5 a 7 de junho, na Facul-dade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo. Oencontro, sob o tema “Mulheres escolhem a vida...” é umaoportunidade de diálogo e partilha de experiências de pessoasque buscam a saúde integral. Inscrições até o dia 25 de maio.Informações pelo telefone (11) 4366-5978,e-mail: [email protected].

O Dia da Ecologia é 6. Neste dia também é comemorado o DiaMundial do Meio Ambiente. Ajude a preservar nosso planeta comalgumas atitudes simples, como por exemplo, fechar a torneiradurante a escovação dos dentes, separar os lixos recicláveis, nãojogar óleo de cozinha em tubulações de água... e, se possível,plante uma árvore!

Você sabia que o Dia do Combate às Drogas é 26 de junho? Ore-mos pelas vidas de tantas pessoas que se encontram nesse cami-nho de recuperação.

Agenda

Pão da VidaO livro “Lições para Grupo de

Discipulado 1” é o primeiro livro queformará a série de estudos “Pão daVida”. Elaborado pelo bispo PauloLockmann, a publicação reúne qua-renta lições para os Grupos deDiscipulado, com aplicações práticas,além de sugestões de dinâmicas eilustrações. Os temas abordados naslições tratam de questões relaciona-das à vivência da fé cristã e osseus desafios.

Informações e vendas na Sededa Primeira Região Eclesiástica:Fone:(21)2557 3542

Acima de reinosHá cerca de um ano Erik Farley, membro da Igreja Metodista em

Arapongas, Paraná, lançou seu primeiro CD: “Prefiro teus átrios”.Agora, ele compartilhacom os irmãos e irmãs aalegria de lançar mais umtrabalho de música gospel:“Acima de Reinos”.

Informações e vendas:no Empório das Bíblias.Rua Eurilemos 750 sl 03 -centro. Arapongas -Paraná. Telefone : (43)3152-8338 ou AcademiaEsbelt Fitness. RuaUirapuru, 229. Centro,Arapongas – PR. tel.: (43)3252-3436.

Web-Rádio com nova programaçãoA Web-Rádio Meto-

dista, programação de rá-dio pela Internet que vocêpode ouvir no seu compu-tador acessando o sitewww.metodista.org.br,está inaugurando novosprogramas. Acessando orádio, você poderá ouvir, acada hora, depoimentosde bispos metodistas fa-

lando sobre músicas e textos bíblicos que marcaram sua caminha-da cristã. É o programa Marcas do Caminho. Ligue e descubraquais os hinos e passagens bíblicas que mais marcaram a vidacristã de nossos bispos, com a participação especial da artistaLiséte Espíndola, tocando os hinos ao piano. Gente de casa étambém um novo programa que anuncia lançamentos de CDs degrupos e corais metodistas. Ouça e, se você quer divulgar algumtalento metodista, escreva para [email protected].

Acompanhe, também, o restante da programação, com novi-dades: o Insight, devocional diário produzido pela Rádio MetodistaOnline (da Universidade Metodista) traz novos episódios – desegunda a sexta as 8, reprise as 11 e 16hs. E tenha Um tempocom Deus, devocional com bispo Nelson Luis Campos Leite produ-zido pela Rádio Tansmundial toda segunda às 9, 13 e 18h, comreprise aos sábados no mesmo horário.

Veja no site www.metodista.org.br a sériede estudos bíblicos Palavra que ilumina a vida.

Estudos especiais para adultos,adolescentes e crianças.

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Maio 200916 Página da Criança